Estados físico químico das partículas - iões - oses - ácidos orgânicos - compostos fenólicos - compostos aromáticos 10-9 nm 100.000 menor que o mm Soluções ou dispersões coloidais Macromoléculas: - polissacáridos - proteínas Sedimentam lentamente INSTABILIDADE FÍSICOQUÍMICA DOS VINHOS Moléculas em solução: Não sedimentam Soluções verdadeiras ou moleculares Partículas: Sedimentam rapidamente Estação Vitivinícola da Bairrada Microorganismos Partes sólidas da uva Precipitados Compostos coloidais - casses metálicas em formação - precipitações de compostos fenólicos - casses proteicas - cristais de bitartarato e tartarato de K - agregados diversos 10-6 µm 54º Curso Intensivo de conservação, estabilização e engarrafamento 1000 menor que o mm Suspensões clássicas José Paulo Silva Dias Estados físico químico das partículas Dispersões grosseiras Dispersões coloidais Micelas – Agregados de moléculas simples ligadas por ligações físicas de fraca energia, que asseguram a coesão (Van der Waales). A estabilidade resulta da presença de cargas sobre as partículas que garantem repulsão entre elas. Podem adsorver à superfície outras substâncias em solução. LIMPIDEZ (NTU) V. Branco V. Rosé V. Tinto Brilhante < 1,0 < 1,2 < 2,0 Turvo > 4,4 > 4,8 > 8,0 Hidrófobos Instáveis – Exemplos: compostos fenólicos condensados; fosfato férrico, sulfureto de cobre, matéria corante coloidal, tartaratos Macromoléculas – Partículas de maior dimensão, normalmente não associadas. Intervém ligações químicas. Hidrófilos Dupla estabilidade – Exemplos: proteínas e polissacáridos Estabilidade das macromoléculas Origem: Endógena - proteínas e polissacáridos da uva Exógena – manoproteínas (F.A. e env), glucanas (B. Cenerea), polissacáridos (B. Lact) Estabilidade das macromoléculas Admite-se que a desnaturação da proteína resulta exclusivamente da adsorção de taninos, sem intervir a desidratação. O complexo apresenta-se como um colóide hidrófobo electronegativo, que flocula na presença de sais ou calor (desnaturação) quando arrefece. Desnaturação atribuída a uma desidratação da proteína resultante da adsorção de tanino, calor ou álcool e posterior floculação por acção de electrólitos Estabilidade das macromoléculas Estabilidade e floculação dos colóides Saucier (1997) refere que a hidratação dos colóides hidrófilos é desprezível. A agregação entre moléculas de taninos potencia as forças de Van der Waals entre taninos e proteínas com consequente floculação: Floculação mútua - colóides com a mesma carga - existe repulsão devido às forças electrostáticas. Com cargas opostas - pode resultar a precipitação dos dois colóides por floculação mútua ou recíproca. Mesmo que a precipitação não seja espontânea o sistema adquire grande sensibilidade à acção precipitante dos electrólitos. a – taninos formam partícula coloidais por interacção hidrófoba; b – as partículas de taninos “ligam-se” às proteínas por acção das forças de Van der Waals e precipitam; c – catiões , ferro em particular, favorecem a agregação dos taninos em partículas coloidais; d – na presença de polissacáridos a agregação de partículas de taninos pode ser dificultada. - Movimento browniano (f. agitação, e. térmica) - factor de estabilidade e instabilidade; - Teoria DLVO (Derjaguin-Landau-Verwey-Overbeek) – interacção entre forças de Van der Waals e electrostáticas. - Interacções de Van der Waals - (directamente proporcionais ao diâmetro da partícula e inversamente proporcionais à distância entre elas) interacções bipolares entre átomos que promovem a floculação (forças de atracção). Não dependem do meio. Elevada concentração de sais potencia estas forças. - Interacções electrostáticas - devido á presença de carga à superfície da partícula (forças repulsivas). Dependem do meio e do tipo de partículas. Baixa concentração de sais potencia estas forças. Estabilidade e floculação dos colóides - Colóides protectores - macromoléculas (polissacáridos) que, na presença de um colóide instável, promove a estabilidade de ambos; Casses e outros acidentes - Capacidade de adsorção à superfície de uma partícula; - Capacidade de se distribuir no meio, mantendo a distância entre colóides; - Concentração adequada. Em sequência Ligados Lineares Concentração elevada surge floculação – deplecção – a pressão osmótica tende a aproximar as partículas (matéria corante coloidal nos vinhos ricos em polissacáridos) Concentração insuficiente não existe oposição à floculação - ponte - Factores que influenciam: Casse Férrica Película - Origem do Ferro Polpa - casta; - solo (facilitado pela existência de ácido fosfórico); - cimento e ferro (depósitos de cimento e utensílios); - vindima – partículas terrosas que acompanham os cachos; Engaço Biológico Fe Agronómico Solo - teor de ferro no vinho; - oxigénio – tende a desaparecer ao abrigo do ar; - luminosidade – acelera os fenómenos de redução; - temperatura – baixa favorece a casse e vice-versa; - acidez – força e natureza dos ácidos. Tecnológico Equipamento recipientes de transporte. - Descrição da casse férrica A precipitação insolúvel do ferro ocorre para concentrações de 12 – 25 mg/l de ferro total no vinho - O ferro ao reagir com: - Fosfatos - casse fosfato férrica ou casse branca (vinhos brancos) - Taninos – casse azul - Matéria corante – casse negra - Mecanismo da casse férrica O Fe bivalente (Fe II) é solúvel. O Fe trivalente (Fe III) forma compostos insolúveis Arejamento CFe II Fe ++ Fe +++ CFe III Com o arejamento (oxidação) o Fe III fica, em parte, na forma de sais complexos estáveis (Ex: - Ferritartarato de potássio – (FeC4O6H2)K) e, somente um pequena fracção, na forma de ião Fe +++ O Fe ++ pode encontrar-se também no estado complexado (menos estáveis que os anteriores) - A fracção de Fe+++ formado reage: - Outros factores de estabilidade - ácidos orgânicos – vinho límpido; - ião fosfórico (PO4-) – casse – origina fosfato férrico Fe(H2PO4)3 que está inicialmente na forma coloidal límpida floculando seguidamente por intervenção das proteínas, Ca++ e K+ - compostos fenólicos (antocianas e taninos) - casse. - O Fe+++ formado origina complexos solúveis ou insolúveis (dimensão da dependendo: - condições de arejamento do mesmo (potencial de oxi-redução); - ácido fosfórico (caso da casse branca); - existência de complexantes do Fe. turvação), - Estabilidade dos complexos de Fe C + Fe +++ [C] [Fe +++ ] =K [CFe +++ ] CFe +++ Quanto mais próximo de zero for K maior será a estabilidade - natureza dos ácidos – caso do ácido cítrico - pH – para valores compreendidos entre 2.8 – 3.6 existe perigo de casse. O óptimo de insolubilização é 3.3. Varia com o vinho e com a temperatura; - cobre – cataliza a oxidação de Fe II em Fe III. Quantidade de Fe III complexado por uma solução ácida N/10 contendo 10mg/l de Fe III total Natureza do ácido pH Fe complexado mg/l Ácido acético 2.7 0 Ácido succínico 2.3 0 Ácido láctico 2.2 5 Ácido málico 2.2 8 Ácido cítrico 2.2 9.5 Ácido tartárico 2.1 7 Ácido ortofosfórico 1.6 7.5 Ácido oxálico 1.3 10 Ácido pirofosfórico 1.4 10 Ordem act. complexante - Determinação do teor em Ferro -Espectrofotometria de absorção atómica -Teste de estabilidade -Oxigenar uma amostra de vinho com oxigénio puro, ar comprimido ou agitação enérgica durante 30 seg. O recipiente utilizado deve ser de vidro branco e com metade do volume ocupado com a amostra. Rolhar. -À temperatura ambiente os vinhos cassantes turvam após 48 horas. Se o vinho se mantiver limpo durante uma semana é reduzido o risco de se turvar. - Identificação da casse férrica - Os precipitados férricos são solúveis em HCl diluído, 1:2 (v/v), mais rapidamente a quente; - Hidrossulfito de sódio – reduz o meio e solubiliza o precipitado por agitação (teste específico); - Produção de coloração vermelha, pela adição de HCl diluído, 1:2 (v/v) e de sulfocianeto de potássio ao depósito centrifugado e lavado. - Tratamento - Tratamento Reduzem o teor em ferro Tratamento antioxidante Tratamento complexante Tratamento protectores - Sais do ácido Fítico - Ácido ascórbico - Ácido cítrico - Goma arábica Areja-se o vinho 3-4 dias antes. Determina-se a dose de fitato de cálcio a usar. Colagem proteíca e filtração após 4 dias de contacto 1 mg de Fe é precipitado por 5 mg de fitato de cálcio Tem um elevado poder redutor. A sua característica protectora reside na rapidez com que se oxida em relação a outros constituintes. A sua protecção é momentânea e pouco duradoura. O seu produto de oxidação - ác. hidroascórbico - degrada-se rapidamente, não sendo uma reacção inteiramente reversível. É possível a formação de água oxigenada (H2O2), por esta razão deve ser utilizado com teores elevados de anidrido sulfuroso livre (20-30 mg/l). Dose: 5 - 10 g/hl Origina, com o ferro, um sal completamente solúvel Dose: 50 g/hl A goma arábica é um colóide estável que se opõe à floculação de colóides instáveis, como é o caso dos colóides férricos. Não é suficiente para evitar a casse férrica, mas apresenta boa eficácia em associação com o ácido cítrico. Dose: 10 - 20 g/hl - Hexametafosfato de sódio Necessita arejamento antes do tratamento. O hexametafosfato férrico formado é insolúvel. A duração da precipitação é de 4 dias. Não autorizado. Dose: 15 - 25 g/hl - Ferrocianeto de potássio (Fe +++ e Fe ++) O ferrocianeto férrico é extremamente insolúvel. Elimina o ferro e o cobre. Necessita de ensaio prévio. Colagem proteica final obrigatória e filtração. Obrigatória a realização de ensaio de verificação de excesso de ferrocianeto. Dose: 1 mg de Fe é eliminado por 6 - 9 mg de ferrocianeto de potássio. - Polifosfatos (tripolifosfato de sódio) Origina com o ferro complexos estáveis mesmo a pH muito baixo. Dose: 10 - 30 g/hl Não autorizado. - E.D.T.A (ácido etileno-diamina-tetracético) A adição do sal sódico deste ácido origina complexos estáveis. Dose: 10 - 20 g/hl Não é autorizado - Quitosano e quitina – glucano São excelentes quelantes dos metais Dose: máximo 100 g/hl Tratamento adsorvante - Resinas de troca iónica – não autorizado - Copolimeros polyvinylimidazole – polyvinylpyrrolidone - Carvões – Não autorizado (PVI/PVP) Dose máx: 500 mg/l Sob controlo de um enólogo responsável Certos carvões animais têm a capacidade de fixar ferro devido à sua riqueza em fosfatos ou funcionando por troca iónica. Tratamento quelante - Caseína Não é usada com este fim, mas sendo uma proteína, rica em fósforo, tem interesse por eliminação parcial do ferro em vinhos brancos. - Tanino + arejamento + colagem (gelatina VT e caseína VB) - A formação de turvação e depósito depende: Casse Cúprica -Teor em cobre: - <0,2 mg/l, não é provável a ocorrência de casse; - ≥ 0,5 – 0,6 mg/l é provável a ocorrência de casse; - ≥ 1,2 mg/l existe ocorrência de casse. - Condições de ocorrência nos vinhos brancos: - Vinhos sulfitados; - Teor em cobre elevado; - Ambiente redutor; - Exposição à luz. - Constituição do depósito -Ambiente redutor/ausência de oxigénio – facilitado pelo sulfuroso; -Exposição à luz - acelera os fenómenos de redução; -Temperatura – o seu aumento favorece a ocorrência da casse; -Proteínas – a sua presença é fundamental para a ocorrência da casse. -Mecanismo da formação da casse cúprica – 2 etapas – 2 mecanismos -1ª mecanismo Tem cor castanho avermelhado de constituição complexa: estão presentes complexos de cobre-proteína, sulfureto de cobre coloidal, cobre coloidal, sulfito de cobre acompanhados, por vezes, de um agregado coloidal tanino-proteína. Cu++ + RH Cu+ + R + H+ 1ª etapa Redução dos iões cúpricos 6Cu+ + 6H + SO2 6Cu++ + SH2 + H2O Redução do dióxido de enxofre Cu++ + SH2 SCu + 2H+ 2ª etapa Formação do sulfureto de cobre Floculação e precipitação do SCu pelo efeito das proteína e electrólitos 1ª etapa A redução do Cu++ prossegue até ao estado de Cu (metálico) precipitando uma fracção na forma de cobre coloidal e outra fracção reduz o SO2 a SH2, formando-se por último SCu. - Determinação do teor em Cobre 2ª etapa -2ª mecanismo Floculação e precipitação por acção das proteínas -Teste de estabilidade A fonte dos iões sulfuretos (S2-) também pode ser proteica (cisteína). As proteínas têm capacidade para formar colóides. SO3 H2 + R-SS-R + H2O SO4-- + 2RSH + 2H+ Produção de grupos SH capazes de se combinar com o cobre -Espectrofotometria de absorção atómica -Coloca-se o vinho em observação numa garrafa de vidro branco, rolhada. Mantém-se deitada e exposta à luz solar indirecta. Se o vinho se mantiver límpido durante uma semana o risco de cassar é reduzido. Este teste pode realizar-se expondo o vinho à radiação UV, durante 24 horas. -Colocar o vinho em observação numa estufa a 30ºC durante 3-4 semanas. Se o vinho se mantiver límpido é reduzido o risco de cassar. Diminuição do potencial oxidação-redução: - Identificação da casse cúprica -Os precipitados cúpricos são solúveis em HCl diluído, 1:2 (v/v), mais rapidamente a quente; -Teste característico – solubilidade do precipitado por exposição ao ar durante 24 horas. - Tratamento Reduzem o teor em cobre Tratamentos que bloqueiam a floculação - Monosulfureto de sódio - Bentonite Forma num vinho não arejado, um derivado sulfídrico de cobre coloidal que se pode eliminar por colagem Dose: em média 2 g/hl . Não autorizado Funciona pela eliminação das proteínas que são necessárias para a floculação do coloide. Dose: 50 - 100 g/hl - Ferrocianeto de potássio - Goma arábica O ferrocianeto de cobre é extremamente insolúvel e precipita integralmente com o ferrocianeo férrico. Necessita de ensaios prévios. É um colóide protector que bloqueia a floculação do colóide cúprico. Tem resultados interessantes para vinhos com teores de cobre inferiores a 1.5 mg/l Dose: 5 - 20 g/hl - Ácido rubeânico O rubeanato de cobre formado é um sal corado muito insolúvel. Duração da precipitação é de 4 dias. Deve-se efectuar colagem e filtração. Dose: relação 2:1 ou seja 1 mg de cobre é precipitado por 2 mg de ác. rubeânico. Não autorizado. - Resinas de troca iónica – Não autorizado - Aquecimento Consiste em aquecer a 75 - 80º C, durante cerca de 1 hora, elimina o cobre e as proteínas. Intervém também no sentido da formação de colóides protectores. O vinho deve arrefecer ao abrigo do ar, seguirse uma colagem e filtração. Tratamento quelante -Quitosano e quitina – glucano São excelentes quelantes dos metais Dose: máximo 100 g/hl Tratamento adsorvante - Copolimeros polyvinylimidazole – polyvinylpyrrolidone (PVI/PVP) Dose máx: 500 mg/l Sob controlo de um enólogo responsável Casse Proteica - A quantidade de proteinas existente no mostos depende: - Casta; - Riqueza azotada do solo; - Grau de maturação – o teor de proteínas termosensíveis aumenta com a maturação; - Operações pré fermentativas – sulfitagem/maceração pelicular/desengace/esmagamento/prensagem. Durante a fase pré fermentativa e de fermentação alcoólica diminui a concentração em proteínas devido às proteases que, por hidrolise libertam péptidos e aminoácidos. Os mostos de uvas desengaçadas são mais ricos em proteínas pois o tanino do engaço elimina uma grande parte das mesmas. As proteínas termosensíveis são resistentes às proteases pelo que passam na totalidade para o vinho promovendo insolubilizações. As proteínas instáveis tem origem na uva e possuem massa molecular de 10.000 a 30.000 Dalton. Os péptidos provenientes da autólise das leveduras são estáveis. - Factores que influenciam a insolubilização das proteínas. -Temperatura – calor/frio – ex: vinhos engarrafados mantidos a temperaturas elevadas. -Tanino – tanino proveniente da madeira ou rolha e suficiente para promover a floculação. -Sobrecolagem -Álcool -Teste de estabilidade -Submeter uma amostra de vinho em banho de água a 80ºC durante 30 minutos. Se o vinho se mantiver límpido durante 24 horas não existe risco de cassar. -Adiciona-se ao vinho em observação 500 mg/l de tanino. Se o vinho se mantiver límpido não existe risco de cassar. - Existem Kits de testes específicos comercias que permitem calcular a dose de bentonite - Tratamento Precipitantes Adsorvente - Aquecimento a 70-80 º C durante 15-30 min. - Frio durante um tempo prolongado. - Adição de tanino em dose de 10 - 50 g/hl - Ultrafiltração tangencial - Bentonite Hidrolisante - Sílica gel – (30%) – 20 a 50 ml/hl A eficácia é tanto maior quanto maior for a acidez e menor o teor em tanino. Dose: 50 - 100 g/hl (quanto maior o valor do pH, maior deverá ser a dose). Estabilizante - Os tratamentos com substâncias de carga eléctrica negativa podem eliminar total ou parcialmente, as proteínas (ferrocianeto de potássio, carvões, terra de infusórios, etc) As manoproteínas conferem estabilização tartárica e proteica aos vinhos. Dose: máximo 100 g/hl Proteases usadas na fase pré fermentativa. -Quitosano e quitina –glucano - Identificação da casse proteica -O depósito formado é insolúvel pelo ácido clorídrico 1:2 (v/v) e solúvel a quente (80º C). Precipitação de matéria corante - Vinhos velhos - Vinhos novos -Todos os vinhos possuem esta característica (uns mais que outros). A quantidade de matéria corante coloidal depende, num primeiro momento, do estado sanitário da uva (B. Cinerea) e das operações mecânicas realizadas - Extracções brutais da película ou de outros tecidos vegetais enriquecem o meio em colóides (polissacáridos dos tecidos vegetais) mais ou menos instáveis que, ao precipitarem por acção do calor ou álcool, servem de suporte à matéria corante, arrastando antocianas. As antocianas nos vinhos tintos permanecem num primeiro momento em solução verdadeira. Durante a conservação produzem-se reacções de polimerização entre taninos e antocianas (até ao termo da sua evolução). Em alguns casos, com o decorrer do tempo estas estruturas complexas de dimensão coloidal, (micelas hidrófobas) precipitam e depositam-se sobre a forma de placas no vidro da garrafa. -As precipitações tartáricas são normalmente acompanhadas de precipitações de matéria corante. Teste de estabilidade - Factores que influenciam a degradação das antocianas Ocorrência de turvação quando refrigerados a temperaturas próximo dos 0º C. -pH; -Temperatura -Oxidação – -Hidrólise -Extracções exageradas. A turvação ou depósito formado depende do tipo de vinho e da temperatura de conservação do vinho (maior quanto menor a temperatura). - Mecanismo da turvação (V Novos) A turvação coloidal é constituída por sais tartáricos, antocianas, taninos e polissacáridos. A passagem ao estado coloidal, depende: temperatura, acção enzimática e acidez. - Teste rápido de estabilidade Formação de precipitado, ao submeter a amostra a temperaturas de 0-4º C, durante um dia. - Estabilização – Vinhos tintos Tratamentos precipitante ou adsorvante Tratamento Protector - Colagem proteíca doses consoante o tipo de cola a usada. - Goma arábica - Bentonite Mais eficaz que as colas proteicas. Seguida de um arrefecimento a 0ºC durante algum tempo e filtrado à mesma temperatura. Dose de 25 – 40 g/hl. Opõe-se com eficácia à floculação da matéria corante, o vinho fica límpido durante vários meses. Doses de 10 - 25 g/hl. - Frio Seguido de colagem ou filtração. Estabilização temporária (excepto quando se usa bentonite). - Identificação do precipitado Por observação microscópica, pela solubilidade do precipitado a quente (cerca de 40º C) e em álcool (50% V/V). As manoproteínas melhoram a estabilidade da matéria corante dos vinhos O uso de preparações de taninos enológicos (mesma natureza da uva), para a modificação do equilíbrio tanino/antociana pode assegurar melhoria na estabilidade da matéria corante. Casse oxidásica Este tipo de casse que ocorre frequentemente em vinhos novos, insuficientemente sulfitados, com origem em uvas podres atacadas pela Botrytis Cinerea a qual segrega uma oxiredutase - lacase (Temperatura óptima - 40/50ºC; pH óptimo - normal do vinho) - responsável pela degradação enzimática dos compostos fenólicos os quais se vão insolubilizando progressivamente. A tirosinase (Temperatura óptima - 30º C; pH óptimo – 4,75 (inactiva abaixo de 3,5 e acima de 7,0)) poderá ter uma acção semelhante embora com menor intensidade. A turvação ocorrida tem uma coloração acastanhada. Os vinhos ficam com as suas características organolépticas alteradas. O cobre catalisa a acção da lacase. - Teste rápido de estabilidade (prova de ar) Colocar a amostra ao ar e aguardar um mínimo de 12 horas. Se o vinho se mantiver límpido não haverá risco de casse oxidásica. - Estabilização Tratamentos preventivos Tratamento curativo - Eliminação das uvas podres - Adição de Tanino à vindima (podridão) ou em conservação (vinhos de uvas com podridão) - Adição de sulfuroso em doses consideradas suficientes e conforme o ataque - Bentonite na defecação (20 - 40 g/hl) - Pasteurização do mosto ou tratamento pelo calor - Aquecimento a 70 - 75º C seguido de colagem ou filtração sem arejamento. - Aplicação de SO2 (2 - 5 g/hl)