BIT DE INSERÇÃO SOCIAL Autores: Fabieli De Conti, Pedro Chaves da Rocha, Charline Lunardi Fogliato e Keila Viero Deponti. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha/RS- Campus de São Vicente do Sul RESUMO: O projeto de inclusão digital foi iniciado em 2004, pelo professor Pedro Chaves da Rocha do Instituto Federal Farroupilha - Campus de São Vicente do Sul, com o intuito de possibilitar aos alunos do curso técnico em informática e do Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas doCampus de São Vicente do Sul, monitoria na Associação de Pais e amigos dos excepcionais de São Vicente do Sul (APAE) e nas escolas da rede pública do município de São Vicente do Sul - Rs. Hoje denominado de, Busca inclusiva tecnológica de inserção social (BIT DE INSERÇÃO SOCIAL) é um projeto, que além de fornecer oportunidade aos alunos dos cursos da área de informática do instituto, de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, proporcionando também uma nova perspectiva de vida aos freqüentadores da APAE e das escolas de São Vicente do Sul, seus familiares e professores. PALAVRAS CHAVE: Inserção Social; tecnologia;educação. 1. Introdução Hoje vivemos num mundo globalizado e a Informática em geral tornou-se parte integrante desse novo mundo. É crescente o número de serviços, informações e facilidades disponíveis a todas as classes sociais, através dos recursos computacionais. Desta forma o projeto BIT de Inserção Social tem como aliada a informática associada aos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio, e aos trabalhos desenvolvidos com os portadores de necessidades educacionais especiais. Buscando trazer aos discentes e docentes uma ferramenta a mais no processo de aprendizagem, O projeto também visa a inclusão no âmbito da informática para a preparação no ingresso do mundo do trabalho e na constante reciclagem e aperfeiçoamento. Mantendoos atualizados com os acontecimentos que envolvem o mundo de hoje e suas particularidades, também reforçando o direito que têm de aprender e viver normalmente com as suas diferenças e limitações. Busca inclusiva tecnológica de inserção social (BIT DE INSERÇÃO SOCIAL), esse nome do tem um significado especial que envolve um termo técnico em conjunto com a especificação do seu principal objetivo. Sendo o bit é um dígito binário, a menor unidade de informação de um computador. Um bit pode assumir apenas um entre dois valores: 0 e 1. Esta unidade é a menor partícula de informação processada em um computador, é a interface entre a parte física e a parte lógica da máquina. Sendo assim a escolha desse termo significa a menor unidade de informação que pode existir no computador, que no nosso projeto é ressignificado com a leitura, de que cada sujeito deve contribuir um pouco, para juntos construir um mundo mais justo. Coordenado pelo professor Pedro Chaves da Rocha do Instituto Federal Farroupilha - Campus de São Vicente do Sul, este projeto teve início em 2004, pelo com o intuito de possibilitar aos alunos do curso técnico em informática e do Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal Farroupilha - Campus de São Vicente do Sul, monitoria na Associação de Pais e amigos dos excepcionais de São Vicente do Sul (APAE) e nas escolas da rede pública do município de São Vicente do Sul - Rs. Além de fornecer oportunidade aos alunos dos cursos da área de informática do instituto, de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, proporcionando também uma nova perspectiva de vida aos freqüentadores da APAE e das escolas de São Vicente do Sul, seus familiares e professores. Neste projeto, não estamos apenas contribuindo com a comunidade local, estar saindo dos muros do instituto e aplicando a tecnologia para promover o desenvolvimento local possibilita para os alunos envolvidos uma nova visão de mundo, pois o relacionamento com outras pessoas de cultura, idade e classe social diferente, contribui para a preparação destes seres humanos enquanto sujeitos participantes e preocupados com o bem estar social. O projeto busca oportunizar a todos os freqüentadores do BIT de Inserção Social, novas oportunidades, resgatando credibilidade daqueles que vivem em uma sociedade exclusiva, descobrindo suas capacidades e desenvolvam-nas. Para isso são necessárias a implementação de algumas atividades, tais como. Periodicidade de trabalho nos laboratórios de informática, planejamento das atividades, sincronia entre as atividades realizadas no laboratório e o trabalho extra classe e o apoio da sociedade e principalmente das famílias. O projeto BIT de Inserção Social em virtude da heterogeneidade de seu público e da preocupação em adequar os trabalhos de acordo a realidade e limitações de seus alunos, conta com o apoio da família dos freqüentadores e de uma equipe multidisciplinar que põem os desenvolvimento de atividades que vão desde a utilização de jogos educativos, pesquisas na internet até editores de texto e planilhas eletrônicas, sempre obedecendo as limitações de cada um. A inclusão digital ocorre quando o indivíduo utiliza a informática como um meio de acesso à educação, ao trabalho, às relações sociais, à comunicação e ao exercício de sua cidadania. Portanto, incluir o indivíduo digital e socialmente requer ações que lhe ofereçam condições de autonomia e habilidade cognitiva para compreender e atuar na sociedade informacional. 2. Referencial Teórico A exclusão digital não envolve apenas o acesso a um computador, mas também, a falta de conhecimento sobre a sua utilização. Neste sentido o indivíduo é privado da utilização dos recursos computacionais, seja pela insuficiência de meios de acesso, seja pela falta de conhecimento sobre os mesmos. O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e sua desigual apropriação pelos diferentes estratos sociais vieram acrescentar ao rol das desigualdades sociais já existentes uma desigualdade de novo tipo ou forma, cuja face mais visível (não, talvez, a mais relevante) se apresenta como a privação do acesso da população mais pobre ao computador, à internet e aos conhecimentos básicos para os utilizar SILVEIRA (2003). A exclusão digital está estritamente relacionada com as condições sociais dos indivíduos, o que dificulta ainda mais a evolução da sociedade. Exclusão digital, torna-se um fator de congelamento da condição de miséria e de grande distanciamento em relação às sociedades ricas (...) e a velocidade com que a combatemos é decisiva para que a sociedade tenha sujeitos e quadros em número suficiente para aproveitar as brechas de desenvolvimento no contexto da mundialização (...) e para adquirir capacidade de gerar inovação. Trata-se de uma questão de cidadania, pois hoje, o direito à comunicação é sinônimo de direito à comunicação mediada por computador SILVEIRA (2003) Não basta possibilitar o acesso das pessoas as tecnologias, é necessário fazê-las entender de que forma as mesmas podem contribuir para a execução de tarefas, atividades. Como aliada no processo de inclusão digital temos a educação. Um parceiro importante no combate à exclusão digital é a educação. A educação é um processo e a inclusão digital é um elemento essencial deste processo. Instituições de ensino, tanto públicas como particulares, devem contribuir para o aprendizado e interação dos cidadãos com as novas tecnologias, sendo para isso necessária a atuação governamental e da própria sociedade. Atualmente, o termo sociedade do conhecimento, ou da informação, vem sendo usado para designar uma nova forma de sociedade, onde o recurso mais importante é o capital intelectual, que é cada vez mais exigido de quem deseja conseguir um emprego SILVA-FILHO (2003). A educação como se observa tem papel fundamental na inclusão digital, além de contribuir para a difusão da informática na sociedade a educação encontrou na informática uma ferramenta para auxiliar no processo de aprendizagem. Nesse contexto cabe ao professor motivar o interesse e a construção do conhecimento aliado a utilização da informática. “O aluno deve ser desafiado, para que deseje saber, e uma forma de criar este interesse é dar a ele a possibilidade de descobrir” BOCK (1995). O computador quando utilizado pelo professor como ferramenta que estimule cognitivamente a criança ou o jovem, pode trazer benefícios como, por exemplo, o acesso mais rápido às informações atualizadas: à medida que os professores e os alunos utilizam-se dessa tecnologia, abrem-se novas perspectivas de desenvolvimento, interação, comunicação e crescimento interpessoal/intrapessoal SILVA ( 2002). Os indivíduos com necessidades educativas especiais podem ser beneficiados com a utilização dos recursos computacionais, mas precisamos estar atentos as suas limitações e não fazer com que este indivíduo tenha que se adaptar a nós, e sim se conscientizarmos que é nosso o dever se adaptar a eles. Através de estudo, preocupando-se com as suas peculiaridades especiais, propor atividades com o intuito de alcançar o objetivo comum que é a educação. Neste contexto o computador pode ser um objeto de igualdade, pois o mesmo não exclui como a sociedade desinformada faz. Segundo o autor Santarosa (2001) “ o cooperativismo e a colaboração propiciados pela informática abrem possibilidades de desenvolvimento cognitivo por meio da comunicação, da linguagem e de dimensões sócio-afetivas”. Neste sentido, os alunos com necessidades educacionais especiais realizam a interação mais facilmente com outras pessoas promovendo a inclusão. Esse trabalho deve ser construindo dando uma maior interação com as pessoas e com o meio em que vivem, partindo não de suas limitações e dificuldades, mas da ênfase no potencial de desenvolvimento de cada um, confiando e apostando nas suas capacidades, aspirações, crescimento pessoal e integração na comunidade. GALVÂO (2001). Os recursos computacionais quando utilizado pelos indivíduos com necessidades educativas especiais possibilita para esses avanços significativos na recuperação de algumas das suas perdas cognitivas, por disponibilizar uma ambiente integrado, com acessibilidade e neutralidade de grande parte das barreiras que estes encontram na sociedade. Além de permitir a eles ambientes ricos de aprendizagem, maior interação com outras pessoas, que lhes proporciona desenvolvimento no processo de ensino, de aprendizagem e de socialização. A comunicação com a máquina dá a alguns alunos uma maior segurança, podendo sobressair nas atividades propostas, serem audaciosos, mostrar-se diante da máquina despidos de insegurança. A interação com a máquina pode ajudar a alcançar o desenvolvimento intelectual que às vezes não conseguem atingir de maneira natural, ou seja, em sala de aula. Os indivíduos com necessidades educativas especiais indivíduos através dos recursos computacionais tem liberdade de interação, expondo suas idéias e vivencias o que lhes proporcionará um melhor relacionamento com os outros, aprendendo a conviver com as diferenças e, por conseguinte, terá a possibilidade de lidar com as diversidades encontradas de uma maneira mais clara e objetiva com todos os seres vivos. O projeto visa contribuir na auto-estima, proporcionada pela aprendizagem, crescimento, transformação de conceitos e atitudes, aprimoramento e possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Para os portadores de deficiência, o processo e o significado do trabalho não são diferentes daqueles que ocorrem para qualquer outra pessoa, mas o deficiente para obter seu trabalho e mostrar-se capaz, precisa na maioria das vezes, romper mitos: o social que o vê como alguém improdutivo e o familiar que o trata como um eterno bebê. A ativa participação dos governos Federal, Estaduais e Municipais e das empresas públicas e privadas de todos os segmentos é fundamental para a perfeita e definitiva inclusão da pessoa com necessidades educacionais especial na sociedade. Portanto são fundamentais ações estruturadas e coordenadas que possibilitem a capacitação profissional destas pessoas, sua inserção no mercado de trabalho de forma inclusiva, a conscientização para receber e lidar com as PPD’s no ambiente de trabalho e na escola regular. O Brasil, sensibilizado com a problemática, do crescente desemprego, cuidou, através de lei, de estabelecer "reserva de mercado" em benefício dessas pessoas, consignando no art. 93, da Lei nº. 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social) que estabelece: Art. 93 - A empresa, com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas. Nas seções das indústrias há postos para todos, e se a indústria estiver devidamente organizada, haverá nela mais lugares para cegos, do que cegos para lugares. O mesmo se pode dizer em relação aos outros deficientes físicos, se o trabalho fosse convenientemente dividido, não faltaria lugar onde homens fisicamente incapacitados pudessem desempenhar perfeitamente um serviço e receber, por conseguinte, um salário completo. Economicamente, fazer dos fisicamente incapacitados um peso para a humanidade é o maior despautério, como também ensinálos a fazer cestos ou qualquer outro mister pouco rendoso, a fim de preveni-los contra o desânimo. 3. Objetivos Fornecer oportunidade aos alunos do curso Técnico em Informática e do Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal Farroupilha - Campus de São Vicente do Sul de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula; Proporcionar aos freqüentadores da APAE e das escolas de São Vicente do Sul, seus familiares e professores novas oportunidades, resgatando credibilidade daqueles que vivem em uma sociedade exclusiva, descobrindo suas capacidades e desenvolvamnas em prol de uma perspectiva de vida melhor. Contribuir para o desenvolvimento local, além de possibilitar para os alunos envolvidos no projeto uma nova visão de mundo, pois o relacionamento com outras pessoas de cultura, idade e classe social diferente, contribui para a preparação destes seres humanos enquanto sujeitos participantes e preocupados com o bem estar social. Estudar as técnicas e aplicações adequadas da informática nas aulas das matérias curriculares, proporcionar aos alunos da comunidade oportunidade de se atualizarem culturalmente, disseminar o uso de tecnologias de informação, incluir todas as classes sociais no mundo da informática e usar a internet como meio de comunicação e interação social. 4. Metodologia As atividades práticas do projeto são realizadas pelos alunos dos cursos de informática do Instituto Federal Farroupilha – Campus São Vicente do Sul com os freqüentadores da APAE de São Vicente do Sul e para os alunos das escolas da rede pública do município. Para esse projeto a APAE e as escolas disponibilizam laboratórios de informática, com acesso a internet banda larga, ferramenta esta que auxilia no processo de ensino, por ser uma excelente fonte de informação e possibilitar a interação com os outros, ou seja, a partilha de opiniões, sugestões, críticas, e visões alternativas. Ellsworth (1997) observa que se vive numa sociedade baseada na informação, exigindo-se a capacidade de aquisição e análise dessa mesma informação. Este ambiente em conjunto com o trabalho dos monitores possibilita a efetivação das atividades propostas por este projeto de inserção tecnológica e social. O projeto na APAE é desenvolvido, em dois encontros semanais de uma hora cada, onde são atendidos quatro alunos participantes do projeto individualmente por um período de uma hora. A atividades ocorrem no turno da manhã e tarde o que possibilita o atendimento de 32 frequentadores da APAE. As atividades práticas do projeto são sempre desenvolvidas utilizando os recursos computacionais disponíveis, tais como: programa editor de texto, planilha eletrônica, editor de apresentação, edição de desenhos, pesquisa na internet e jogos educativos. A maneira como são trabalhadas as atividades é programada juntamente com os profissionais que atuam na APAE e adequadas para contemplar as necessidades educacionais especiais, específica de cada aluno freqüentador do projeto e assim possibilitar o processo de aprendizagem. O projeto nas escolas atende 460 alunos matriculados na rede de escolas públicas do município. Oportunizando dois encontros semanais com duração de uma hora-aula em cada encontro. Neste módulo de atuação é aliado os recursos computacionais aos conteúdos curriculares como ferramenta importante para o sucesso do processo de aprendizagem. 5. Relatos Segundo relatos de algumas mães dos freqüentadores do projeto, estes antes de começar a participarem do projeto não tinham muita vontade de ir à escola, e que a partir do início das atividade começaram a manifestar interesse em estudar. A seguir, alguns relatos de atendimentos realizados pelos monitores. Primeiro relato - O aluno X com 19 anos de idade, portador de paralisia cerebral espástica, apresenta relativo controle de tronco, possui deficiência global devido a paralisia cerebral, porém acredita-se que não seja portador de deficiência mental, devido a sua legítima compreensão. O mesmo participou até 2006 do ensino regular, mas devido a sua idade avançada desistiu por ter que freqüentar as aulas com as demais crianças menores, o qual esteve matriculado até a terceira série do ensino fundamental. O paciente apresenta uma locomoção comprometida, mas não necessita de apoio. Sendo uma pessoa portadora de necessidade especial o seu interesse é constante, apesar da extrema dificuldade que enfrenta. Seus membros superiores e inferiores apresentam severos comprometimentos. Com uma lentidão própria da deficiência realiza com esmero todas as atividades solicitadas. Nas aulas de informática que participa, o mesmo necessita de acompanhamento constante de um monitor voluntário, para que seja auxiliado no trabalho que está realizando. Porém, todas as barreiras são ultrapassadas quando termina a aula o aluno encerra a sua atividade com bom rendimento e satisfação. Segundo relato – A aluna Z com 45 anos de idade, portadora de severa escoliose dorso lombar em S tálico com rotação orgânica de corpos vertebrais, deformidade permanente e impossibilidade de deambulação freqüenta as aulas do laboratório de informática da entidade desde o ano de 2006. A mesma participa, à noite, do curso de jovens e adultos (EJA) no turno da noite, em escola regular, estando matriculada na segunda série do ensino fundamental. A aluna depende diariamente de uma cadeira de rodas que serve de apoio para a sua locomoção. Sendo uma pessoa portadora de necessidade especial o seu rendimento nas aulas de informática é de imensurável destaque pelo seu empenho e dedicação. Com sua motricidade fina e ampla e seriamente comprometida a mesma realiza com afinco as atividades solicitadas, além de ser a aluna com menor número de faltas, apesar de necessitar de alguém que esteja disponível para lhe trazer até a APAE, devido ao uso da cadeira. Manuseia com agilidade e segurança o teclado, porém para o uso do mouse necessita de auxílio. Sempre demonstra interesse pelo trabalho que lhe é proposto, além de ter relevante preferência pela digitação de textos. Sendo uma aluna com boa compreensão o seu desenvolvimento é notável, devendo ser estimulada permanentemente para cada dia avançar mais nas metas propostas pelos monitores voluntários do curso de informática do INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS DE SÃO VICENTE DO SUL . Segue aqui também o depoimento dos monitores que fazem parte da equipe que atende aos alunos: “Hoje em dia a informática está cada vez mais presente em nosso cotidiano, e não podemos fugir dessa realidade. Eu poderia ficar escrevendo inúmeras situações em que ela se faz presente, porém isso gastaria muito espaço e tempo, e também não se faz necessário, já que é uma coisa meio que óbvia.” Diz o Aluno 1 “Bom, eu acho muito importante colocar a informática ao alcance dos alunos da APAE, nesse objetivo de inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais, visando proporcionar a elas igualdade de condições para que possam ter as mesmas oportunidades que todos no dia a dia.” Diz o Aluno 2. “ E também estou gostando muito da experiência de participar de uma monitoria, pois é a minha primeira vez vivendo uma situação assim, e sei que isso será muito importante para minha experiência própria.” Diz o aluno 3. Então para concluir meu relato quero agradecer pela oportunidade que estou tendo de trabalhar na APAE, esta sendo de muita valia mesmo.” Diz Fábio Capeletti. “Eu estou gostando muito da experiência. Acho que é muito proveitoso tanto para nós monitores quanto para os alunos. Eu admiro a persistência deles, apesar das dificuldades eles não desistem. São pessoas especiais que merecem todo o nosso respeito e que tem muito para nos ensinar.” Diz Lucas da Silva. É muito importante para eles aprenderem, pois atualmente tudo no mundo gira ao redor da informática.” Franciele Rediske, falando sobre a experiência de trabalhar com alunos da APAE. “A informática na APAE tem ajudado muito as crianças e adultos que aqui freqüentam, no conhecimento do alfabeto e na leitura. Está sendo muito legal trabalhar aqui, é bom saber que posso transmitir meu conhecimento a outros e é gratificante perceber os sorrisos nos seus rostos.” Michele Bolzan, retratando seu trabalho. “A informática na APAE é bem importante para auxiliar no aprendizado das crianças e para elas terem um pouco de conhecimento na área de informática. Algo que vai ser bastante importante para o futuro de cada um.” Elisandra da Trindade Ferreira, outra voluntária neste projeto. “Eu acho que o trabalho é muito gratificante. A gente aprende muito com os alunos. Às vezes achamos que uma pessoa não tem capacidade de fazer algo, mas isso não é verdade. Eu aprendi que somos capazes de superar nossos limites, basta tentar. Carinho e atenção são coisas essenciais para qualquer ser humano. Não adianta dar tudo que a criança precisa de material e esquecer o mais importante: o amor. Enfim aprendi e continuo aprendendo com essas pessoas especiais!” Keila Deponti expressa-se com entusiasmo sobre as atividades com portadores de necessidades especiais. “Eu acho bom o trabalho aqui na APAE, gosto muito daqui, das crianças, conviver com as diferenças, estou aprendendo muito aqui e acho importante informática sem contar que as crianças adoram.” Rudiane Scalcon também dá seu depoimento. “Atualmente a informática vem crescendo muito, em todas as coisas que fazemos, está integrada é necessário o conhecimento na área. Por isso é muito importante a informática na APAE, pois assim eles podem ficar por dentro do que acontece. É muito bom fazer esse trabalho lá, aprendemos muito com as crianças, faz com que aquele pensamento de diferença mude, pois eles têm a mesma capacidade que nos em fazer as atividades com umas dificuldades mínimas.” Camila Guerra fala da importância da informática para a vida e para o trabalho na APAE. 6. Considerações Finais A informática vem adquirindo cada vez mais relevância na vida das pessoas. Sua utilização já é vista como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida entre as pessoas. Esta ferramenta está mostrando um novo jeito de aprender e ver o mundo. Quando se aprende a lidar com o computador novos horizontes se abrem na vida do usuário. Foi esse motivo que nos levou a proporcionar aos freqüentadores da APAE de São Vicente do Sul e das escolas públicas do munícipio o contato com a informática a fim de auxiliar na inclusão dessas pessoas na sociedade. Para que as pessoas sejam beneficiadas da tecnologia digital, é preciso, além do acesso e manejo técnico, que elas adquiram a capacidade de integrar efetivamente a tecnologia em sua vida, desenvolvendo competências que resultem numa maior acessibilidade permitindo assim a melhoria da qualidade de suas vidas. Alguns fatores como periodicidade de trabalho nos laboratórios de informática, planejamento das atividades, sincronia entre as atividades realizadas no laboratório e o trabalho extra classe, como o apoio da sociedade e principalmente das famílias estão sendo fundamentais para o sucesso desse projeto, que nesses cinco anos possibilitou novas oportunidades, resgatando credibilidade daqueles que vivem em uma sociedade exclusiva. Inclusão social é mostrar à sociedade a capacidade que os portadores de deficiência têm. Além de mostrar a capacidade, mostrar que podem estar incluídos e que são cidadãos com todos os direitos, exercendo seus direitos. Infelizmente hoje em dia encontramos muitas barreiras ainda, mas acreditamos que estamos engatinhando no processo da inclusão. Nosso desejo é que todos freqüentadores do BIT de Inserção Social mostrem suas capacidades e desenvolvam-nas. “A libertação é um processo doloroso, pois depende do próprio individuo expulsar ou não o opressor de dentro de si. O homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável pela superação da contradição opressores-oprimidos, que é a libertação de todos. A superação da contradição é o parto que traz ao mundo este homem novo, não o opressor, não mais o oprimido, mas homem libertando-se.” São as palavras de Freire (1987). 7. REFERÊNCIAS BOCK, A. M. et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 1995. CAVALCANTE, M. A escola que é de todas as crianças. Nova Escola. São Paulo: Editora Abril. n. 82, p.40-45, 2005. CORBUM, P. et al. Informática na educação. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos editora ltda, 1988. CÔRTES, Marcelo Néri. Carvalhaes, Luisa. Pieroni, Alessandra. Inclusão Digital e Redistribuição Privada. http://epge.fgv.br/portal/arquivo/2011.pdf . Acesso em 10 de novembro de 2009. ELLSWORTH, Jão (1997). Technology and change for the information age. Technology for Today Campuses. [On Line]. Disponível: http://sunsite.unc.edu/horizon/mono/CD/Change_Inovation/Ellsworth.html. Acesso em 25 de fevereiro de 2010. FILHO, GALVÂO, T. Educação especial e novas tecnologias: construindo sua autonomia. Integração. Brasília: secretaria da educação especial. ano13, n.23, p.24-27, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. _______, Paulo; Guimarães, Sérgio. Sobre Educação (Diálogos). São Paulo: Paz e Terra, 2003. MACHINI, F.C, SILVA, M. B. S. A contribuição da informática e das experiências de aprendizagem mediada no processo de ensino-aprendizagem. In: Encontro de Informática Educativa da UEM, II, 2002, Maringá. Anais...Maringá RAO, Selvio. (1997). The www: a tool to enhance the communicative process. [OnLine]. Disponível: http://sunsite.unc.edu/horizon/mono/CD/Technological_Tools/Rao. Acesso em: 15 de março de 2010. ROCHA, Pedro Chaves da (2007); INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS DE SÃO VICENTE DO SUL e sua atuação na Inclusão Digital – Bento Gonçalves, 2007 – 23f. Trabalho de conclusão do curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. ROSEN, Lauren. (1997). The world wide web: taking on the pedagogical challenge. [On-Line]. Disponível: http://sunsite.unc.edu/horz/mno/CD/ Instructional_Techn/Roen. Acesso em: 15 de março de 2010. SANTAROSA, L. M. C. Integração. Brasília: secretaria da educação Especial. ano13, n. 23, p. 6-13, 2001. SILVEIRA, Sérgio Amadeu da; CASSINO, João (orgs). Software Livre e Inclusão Digital. São Paulo: Conrad, 2003. VALENTE, J. Liberando a mente: computadores na educação especial. Campinas: Gráfica central da UNICAMP, 1991. WADSWORTH, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. Fundamentos do construtivismo. São Paulo: Pioneira, 1997.