ENSINO CORREIO DO POVO Ensino PÓS — No Brasil, há 122.295 estudantes matriculados em cursos de mestrado e doutorado, estando a maior parte nas regiões Sudeste e Sul, segundo mapa da pós-graduação no país da Capes/MEC. O RS é o 3º estado brasileiro com mais estudantes em mestrado e doutorado. Fica atrás de SP e RJ. DIREITO — O Núcleo de Estudos Internacionais da PUC-RS recebe até hoje as inscrições para a seleção ao novo curso de especialização em Direito e Relações Internacionais. Inscrições: sala 1030 do prédio 11. Mais informes: 33203537 ou [email protected]. ARTE — Há vagas no Projeto Escolinha de Arte, da Ufrgs, para crianças, jovens e adultos (manhã e tarde). Detalhes: 3316-5240. SEXTA-FEIRA, 22 de abril de 2005 — 11 Mutirão beneficia escolas públicas Projeto “Mãos que ajudam”mobilizou 50 mil voluntários para obras e limpeza em 150 cidades brasileiras feriado de Tiradentes foi “um dia de serviço e não de trabalho”, segundo um dos coordenadores do O projeto “Mãos que ajudam”, Alceu Arndt. O engenheiro – que passou o dia em atividade na Escola Estadual Léa Rosa Brum (na Vila Divinéia/Capital) – explica que o mutirão realizado ontem por 50 mil voluntários em 200 escolas públicas do país se configura num grande serviço comunitário promovido pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A diretora de Assuntos Públicos da Igreja, Glória Brehm, revela que na Grande Porto Alegre, a ação movimentou mais de 3 mil voluntários para o atendimento de 15 escolas, em benefício de cerca de 18 mil alunos. O projeto nacional teve início em 2000, com doação de kits a maternidades; seguiu, em 2002, com reformas e melhorias em escolas públicas; e já agrega, desde 2004, ações em asilos. Na Escola Léa Rosa (que atende quase 500 alunos, de Pré-Escola a 6ª série do Ensino Fundamental, em vila carente da Capital), cerca de 80 voluntários fizeram limpeza interna e externa do prédio, pintaram salas de aula, trocaram a fiação elétrica e ainda construíram piso de laje, em parte de areia do pátio da escola. O material utilizado nas obras foi custeado pela escola, que contou com mão-de-obra dos voluntários. A ajuda humanitária ocorreu também no Colégio Júlio de Castilhos, um dos maiores da Capital. O resultado foi um ambiente mais limpo e agradável aos 4 mil estudantes que freqüentam a instituição em três turnos de aulas. O próximo mutirão nacional está marcado para 12 de outubro, quando serão visitados asilos levando, ao invés de mão de obra, carinho. Informações sobre o projeto, através do site www.maosqueajudam.org.br. FOTOS LUIS GONÇALVES Prédios, pátios e salas são consertados O diretor do Julinho, João Alberto Figueiró, festejou ontem a ação realizada no colégio, cuja área física é bastante grande, com recantos, salas, ginásio e laboratórios. Ele explica que tamanha estrutura, entretanto, torna complicada a manutenção, especialmente, com a escassez de recursos que as escolas públicas dispõem. No colégio, o mutirão de reforma e melhorias a prédios escolares da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – mormons – teve ainda apoio da comunidade esco- Comunidade do Julinho se envolveu na atividade humanitária lar, da Fundação de Apoio ao Colégio (FACJC) e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, DMLU e Defesa Civil. A diretora da Escola Léa Rosa, Lúcia Kretiska Araújo, explicou que contou com a ajuda professores, alunos e pais, sendo usada a verba estadual de manutenção das escolas, para a aquisição dos materiais utiliza- Ação solidária atingiu 15 escolas da Grande Porto Alegre dos. Foi também realizado um brechó, onde foram arrecadados recursos complementares. “Não conseguimos resolver apenas com a verba da manutenção. Então partimos para essas parcerias e fico muito feliz em ver tanta gente ajudando.” Lúcia disse ter obtido contato com representantes do projeto por meio da vereadora Neuza Canabarro. A diretora lembrou que a iniciativa ajuda a cuidar do patrimônio da escola, que tem como um dos desafios fazer com que os alunos cuidem do local. A Secretaria Estadual de Educação (SEC) informa que foi apoiadora do projeto, intermediando colaborações de empresas privadas para a execução das atividades e informando sobre escolas. E o diretor de Assuntos Públicos da Igreja, José Costa, explicou que “qualquer unidade da Igreja pode fazer o seu projeto local”. Cpers comemora os 60 anos Ao completar 60 anos de atividades, o Cpers/Sindicato coleciona dezenas de conquistas históricas, mas aponta, ainda, grandes desafios pela frente. Surgido a partir do Centro de Professores Primários de Porto Alegre, o Cpers só se tornou sindicato em 1989. Nesse período, passaram a integrar professores secundaristas e funcionários de escolas públicas, sendo hoje o maior sindicato gaúcho, com 85 mil associados (ver tabela). A presidente do sindicato, Juçara Dutra Vieira, lembra da maior greve já promovida pelo Cpers. O ano era 1987 e o governador, Pedro Simon. Durante 97 dias, os professores cruzaram os braços, tocaram as sinetas e marcharam pelas ruas em protesto contra baixos salários e condições de trabalho cada vez piores. Passados 18 anos da maior mobilização da categoria, muitas das conquistas obtidas na época foram perdidas. “Nos últimos 20 anos, houve um aumento considerável do número de vagas, mas esse processo foi sustentado Histórico do sindicato com o rebaixamento dos salários dos ◆ A trajetória de combatividade dos trabalhadores em Educação teve como poneducadores”, ressaltou a dirigente. Atualmente, a categoria luta para to de partida o 21 de abril de 1945, quanreverter o reajuste de apenas 10%, do um grupo de 12 educadores fundou o Centro dos Professores Primários Estaconcedido para os 4 anos do governo duais, em Porto Alegre. Hoje, é conheciRigotto. A média de 2,5% de reajuste do como Cpers/Sindicato (Centro dos anual para o magistério, Professores do Estado do Rio acrescenta Juçara, não Grande do Sul/Sindicato dos cobre nem os índices de Trabalhadores em Educação). inflação. A batalha por ◆ O nome Cpers nasceu em 1973, quando a entidade agremelhor remuneração e gou professores do Ensino Mémais qualidade na Educadio. Em 1979, é concluída a ção fará com que os proatual sede, na avenida Alberto fessores realizem duas Bins, no Centro. No mesmo paralisações, de um dia ano, os educadores realizam cada, em maio e em junho sua primeira greve geral, de 13 próximo. Antes disso, na Juçara Dutra Vieira dias, no governo de Amaral de quarta-feira, a categoria Souza. Em 1982, ocorre a tentativa de intambém pára, dessa vez em conjunto tervenção, por parte de Amaral de Souza. com a Confederação Nacional dos ◆ Em 1985, no governo de Jair Soares, é Trabalhadores em Educação (CNTE). realizada greve de 60 dias. A sineta pasEm julho, as discussões passam sa a ser o símbolo do magistério gaúcho. a ser internas, com a escolha, em ◆ Em 1989, o Sindicato dos Trabalhadoeleição direta, da nova diretoria da res em Educação é incorporado ao entidade. Juçara, que há 6 anos co- Cpers. Nos anos 90, ocorre a segunda manda o Cpers, avisa que não pre- maior greve da categoria, contra a implantação do calendário rotativo. tende se candidatar ao 3º mandato. Voluntários realizaram melhorias no Léa Rosa