Fatores associados ao sucesso escolar em Matemática: um estudo comparativo entre duas
escolas públicas do DF a partir dos dados da Prova Brasil
Larissa Sampaio Gurgel dos Santos
Resumo:
Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada em duas escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal:
Centro de Ensino Fundamental 209 e Centro de Ensino Santos Dumont, situadas na cidade de Santa Maria.
Participaram 128 alunos da 8ª série do Ensino Fundamental. Os dados apresentados nesse trabalho mostram como os
alunos vêem a matemática em relação à metodologia, aos hábitos de estudo, a postura do professor na sala de aula,
chegamos a um resultado bastante significativo para educação matemática.
Palavras-chave: Prova Brasil; sucesso escolar; educação matemática.
1. INTRODUÇÃO
A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, desenvolvida pelo INEP - Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira, também conhecida como Prova Brasil, é
realizada em todo o país, com o objetivo de gerar informações sobre a educação básica oferecida
pela rede pública de ensino, seja ela federal, estadual ou municipal. Esta avaliação contempla a
aplicação de um teste para avaliar habilidades em Língua Portuguesa (foco em Leitura) e em
Matemática, de acordo com as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN.
Em relação à Matemática, o teste avalia habilidades que podem ser demonstradas por meio de
situações envolvendo os conteúdos mais relevantes, dando ênfase a resolução de problemas, que
abrange os seguintes temas: espaço e forma, grandezas e medidas, números e operações e
tratamento da informação.
Os resultados obtidos com a aplicação da Prova Brasil auxiliam o Ministério da Educação na
avaliação das redes de ensino, além de repassar as informações obtidas à sociedade,
possibilitando uma avaliação de cada escola.
Em novembro de 2005 foi realizada a primeira edição da Prova Brasil no país, avaliando
3.306.378 alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental.
A partir da instituição da Prova Brasil e da divulgação dos resultados obtidos pelos estudantes em
cada uma das escolas avaliadas, instalou-se nas redes de ensino um intenso debate acerca dos
fatores que podem estar associados ao baixo desempenho dos estudantes, tanto na área de Língua
Portuguesa, que avalia a habilidade de leitura, como em Matemática, cujo foco da avaliação é a
resolução de problemas. Esse debate intensificou-se com a criação do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica – IDEB, que combina dados indicadores de fluxo escolar (promoção,
repetência e evasão) e pontuações obtidas por estudantes na Prova Brasil e no SAEB
(FERNANDES, 2007).
Considerando a escassez de estudos que tratam dos impactos das avaliações em larga escala nas
escolas de educação básica e, o interesse em colaborar na discussão de medidas voltadas para a
melhoria da qualidade da educação, especialmente no que diz respeito à aprendizagem da
Matemática, desenvolvemos um estudo com o objetivo de analisar os fatores associados ao
sucesso (ou ao insucesso) escolar em Matemática em duas escolas da rede pública de ensino do
DF, a partir dos dados da Prova Brasil.
2. SUCESSO E FRACASSO ESCOLAR .
A educação no Brasil tem enfrentado um grande problema: o fracasso escolar. Muitas vezes,
busca-se um culpado, alguém que possa assumir sozinho esta situação. A partir daí, percebe-se
um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma classe social, ora todo um sistema
econômico, político e social (MEIRA, 2002, p. 1)
Apesar deste jogo de “empurra-empurra”, os sistemas de ensino, especialmente os profissionais
que estão atuando nas escolas, precisam discutir alternativas para a superação do fracasso escolar
visando garantir “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996).
Um dos indicadores da existência do fracasso escolar é encontrado nos resultados da Prova
Brasil. Os resultados obtidos pelos estudantes são classificados em três níveis de proficiência, a
saber: elementar, intermediário e adequado. Em cada série avaliada, estes níveis descrevem as
competências que os estudantes já desenvolveram.
A Tabela 1 nos mostra a distribuição dos estudantes brasileiros por estes níveis, em relação ao
desempenho em Matemática, segundo os resultados da Prova Brasil de 2005.
Tabela 1:Estudantes por Níveis de Proficiência – SAEB 2005 (%)
Elementar Intermediário
Adequado
4ª série EF
10,53
55,98
33,49
8ª série EF
9,48
51,01
39,50
3ª série EM
23,23
46,86
29,91
Fonte: CESPE (2007).
Tomaremos os dados da Prova Brasil relativos ao desempenho dos alunos na 8ª série do ensino
fundamental para termos alguns comentários sobre o nível de proficiências destes alunos,
indicando as competências e habilidades que conseguiram desenvolver até está série na área de
Matemática.
Esses dados ratificam a urgência de se repensar as políticas públicas de educação e ao mesmo
tempo as práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas a fim de se garantir aos estudantes o
sucesso escolar e conseqüentemente, o sucesso em outras áreas da vida social que demandam
conhecimentos formais trabalhados na escola.
Todavia, quando a escola não proporciona experiências de sucesso ou suas práticas pedagógicas
não favorecem a aprendizagem, os alunos que não conseguem responder às cobranças da
instituição tendem a apresentar dificuldades na aprendizagem. A busca imediata pela perfeição
leva à rotulação daqueles que não alcançam o rendimento desejado pelos parâmetros
institucionais. Tornando comum o aparecimento de crianças ditas “problemas” ou “fracassadas”.
Esses rótulos podem também levar os alunos a apresentarem comportamentos agressivos ou de
apatia e indiferença em relação às atividades escolares.
Para favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas nos alunos, as escolas devem organizar o
seu trabalho de modo que eles possam se sentir autores do processo de aprendizagem. O
sentimento de autoria é “o processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si
mesmo como protagonista ou participante de tal produção” (Fernandez, 2001, p.90)
Todavia, o que acontece nas escolas é o contrário de tudo isso, os educadores não estão
preparados para favorecer aos alunos o desenvolvimento de certas habilidades, entre elas, a
autonomia de pensamento, levando-os a aprender a aprender ao invés de fazê-los decorar regras e
memorizarem dados somente a fim de serem avaliados momentaneamente.
E isso não tem sido papel somente dos educadores, a família também é responsável pela
aprendizagem da criança, uma vez que são as atitudes dos pais, na grande maioria das vezes, que
vão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos. Assim acontece com o fracasso
escolar, ele pode assumir, dentro da família, uma função.
Outra questão referente à escola é que esta, ao valorizar a inteligência, se esquece da influência
da afetividade na aprendizagem. A criança pode ter dificuldades de aprendizagem por ligar este
fato a uma situação de desagrado. Esta situação pode estar ligada a algum acontecimento escolar.
A aprendizagem é como uma edificação particular que a pessoa vai fazendo a partir de seu saber
e assim ele vai transformando as informações em conhecimento, deixando sua marca como autor
e vivenciando a alegria que acompanha a aprendizagem.
O conhecimento é o resultado de uma construção do sujeito na interação com os objetos e
segundo Piaget (apud MEIRA, 2002) “o saber é a apropriação desses conhecimentos pelo sujeito
de forma particular, própria dele, pois implica no inconsciente”.
3. MÉTODO
Tendo em vista o objetivo deste trabalho, desenvolvemos um estudo em duas escolas da rede
pública do Distrito Federal, localizadas na cidade de Santa Maria. O critério para a escolha destas
escolas foi o desempenho dos estudantes na Prova Brasil de 2005. Nestas escolas também foi
coletados dados referentes ao espaço físico e à organização didático-pedagógica.
3.1 – Participantes
Uma das escolas escolhidas foi o Centro de Ensino Santos Dumont (CESD), que obteve a melhor
média entre todas de Santa Maria e uma das melhores englobando todo o Distrito Federal na
Prova Brasil de 2005. A média dos estudantes desta escola foi de 262,63 pontos. A outra escola
escolhida foi o Centro de Ensino Fundamental 209 de Santa Maria. Os estudantes desta escola
apresentaram o menor índice de proficiência na Prova Brasil de 2005, entre as escolas da cidade,
com média de 233,54 pontos.
O estudo foi realizado com quatro turmas de 9º ano do Ensino Fundamental, duas por escola,
tanto do turno matutino quanto vespertino, e seus respectivos professores de Matemática. Foram
alvos da pesquisa 128 alunos regularmente matriculados, com idades entre 12 e 17 anos, sendo 54
alunos do gênero masculino e 74 do gênero feminino. Dos alunos pesquisados 14 já foram
reprovados pelo menos uma vez na disciplina Matemática. A pesquisa também foi feita com dois
docentes, sendo os dois do gênero masculino, todos licenciados em Matemática e com mais de 11
anos de profissão. Entre os alunos, 4,4% trabalham 2,9% não responderam e 92% dos alunos não
trabalham. O percentual de alunos que já passaram pela experiência de “recuperação” em
Matemática é de 36.7% e 20,6% do total de alunos já reprovaram em Matemática, em alguma
série do ensino fundamental.
3.2 - Procedimento
Para a pesquisa, foram elaborados dois questionários: um para os professores, com 14 itens
fechados e 1 aberto; outro para os alunos, com 41 fechados (os primeiros 8 itens referem-se a
dados de natureza demográfica e os 33 seguintes referem-se à percepção dos alunos em relação a
Matemática, professor-aluno). As questões fechadas tiveram como objetivo identificar a
percepção de todos os entrevistados sobre temas específicos, nas quais os participantes poderiam
escolher uma das seguintes opções de respostas: (1) sempre, (2) muitas vezes, (3) às vezes, (4)
poucas vezes e (5) nunca. Neste caso, não se utilizou à escala com a pretensão de aferir o sentido
de positivo ou negativo, pois algumas questões não se enquadravam nessa perspectiva.
3.3 - Resultados e Discussão
Os resultados das respostas do questionário de pesquisa estão apresentados por meio de tabelas
que registram os percentuais dos dados coletados, segundo determinados grupos de
características das informações perguntadas. Esses grupos são: relação com a Matemática, pratica
avaliativas em Matemática, metodologias de ensino da Matemática, a relação professor-aluno.
O primeiro grupo de percepções a ser destacado refere-se às percepções dos alunos quanto aos
seus hábitos de estudo em Matemática, identificando como eles fazem para entender e estudar
melhor a matemática.
Tabela 2: Percepção dos alunos do CEF 209 quanto aos seus hábitos de estudo em Matemática.
N°
8
9
10
11
12
13
14
16
Proposição
Você estuda Matemática resolvendo
exercícios?
Você costuma estudar somente para as
provas?
Você costuma estudar sozinho?
Você tem bom relacionamento com
seus professores de Matemática?
Você participa ativamente das aulas?
Você faz anotações durante as aulas?
Você presta atenção às explicações do
professor?
Muito do que aprendo parece não ter
significado no meu dia-a-dia .
Sempre
Muitas vezes
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
23,5%
23,5%
44,1%
8,9%
___
___
17,8%
13,3%
48,5%
16,1%
4,4%
___
54,4%
57,3%
3%
10,2%
30,8%
22%
6%
7,5%
4,4%
___
1,4%
3%
38,5%
32,3%
48,6%
16,1%
13,4%
23,5%
33,8%
26,4%
23,5%
8,8%
20,5%
1,4%
1,4%
6%
___
1,4%
1,4%
3%
6%
10,4%
47%
23,5%
11,7%
1,4%
Tabela 3: Percepção dos alunos do Centro de Ensino Santos Dumont quanto aos seus hábitos de
estudo em Matemática.
N°
8
9
10
11
12
13
14
16
Proposição
Você estuda Matemática resolvendo
exercícios?
Você costuma estudar somente para as
provas?
Você costuma estudar sozinho?
Você tem bom relacionamento com seus
professores de Matemática?
Você participa ativamente das aulas?
Você faz anotações durante as aulas?
Você presta atenção às explicações do
professor?
Muito do que aprendo parece não ter
significado no meu dia-a-dia.
Sempre
Muitas vezes
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
36,7%
26,8%
21,4%
11,7%
1,7%
1,7%
18,3%
11,6%
19%
18,3%
8,3%
___
56,6%
35%
23,3%
20%
13,4%
25%
5%
10%
1,7%
10%
___
___
21,6%
23,4%
55%
23,4%
25%
25%
36,6%
21,6%
6,7%
13,4%
20%
1,7%
5%
10%
___
___
___
___
6,7%
38,3%
30%
13,3%
11,6
%
___
Nas tabelas 2 e 3 temos a percepção dos alunos quanto aos seus hábitos de estudo em
Matemática. Destacamos os itens 8 e 9. O item 8 nos revela que a maior parte dos alunos do CEF
209 só estudam resolvendo exercícios as vezes, já os do CESD sempre estudam resolvendo
exercícios e isso implica em um maior preparo dos alunos do CESD, visto que a resolução de
exercícios é fundamental para o desenvolvimento do aluno na Matemática, possibilitando assim
uma maior fixação do conteúdo em questão. Portanto os alunos do CESD exercitam mais do que
os alunos do CEF 209 o que torna nesse aspecto os alunos do CESD mais preparados.
Tradicionalmente, a prática mais freqüente no ensino de Matemática tem sido aquela em
que o professor apresenta o conteúdo oralmente, partindo de definições, exemplos,
demonstração de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e
aplicação e pressupõe que o aluno aprenda pela reprodução. Assim, considera-se que
uma reprodução correta é evidência de que ocorreu a aprendizagem. (BRASIL, 1998, p.
37)
O item 9 nos revela uma certa semelhança em relação as respostas dos alunos, considerando o
geral, as duas escolas, mas mesmo assim foi possível observar que os alunos do CESD se
dedicam um pouco mais aos estudos fora da sala de aula do que os alunos da outra escola.
A seguir serão apresentados os dados relativos à percepção dos alunos quanto às metodologias de
ensino da Matemática. Esses dados dizem respeito quanto à metodologia de ensino do professor
Tabela 4: Percepção dos alunos quanto às metodologias de ensino da Matemática do CEF 209
Sempre Muitas vezes
N° Proposição
17 A turma recebe orientações sobre como 16,2%
28%
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
29,4%
14,8%
1,4%
34%
35,2%
22%
3%
10,2
%
4,4%
4,4%
13,3%
26,4%
20,5%
34%
1,4%
32%
47%
15,2%
3%
1,4%
1,4%
35,2%
16,2%
35,3%
7,5%
4,4%
1,4%
7,5%
28%
35,3%
17,6%
10,2
%
1,4%
estudar de maneira mais eficiente
18
19
20
21
22
Os materiais didáticos indicados pelo
professor (apostila, livros, cópias, sites,
etc.) ajudam a compreender a matéria.
O
professor
explica
como
o
conhecimento
Matemático
foi
desenvolvido ao longo da história?
Os métodos de ensino utilizados pelo
professor facilitam o meu aprendizado.
É legal quando o professor ensina
“macetes” para que o aluno lembre como
usar as fórmulas Matemáticas.
O professor ensina os conceitos
Matemáticos de acordo com a realidade
do aluno, apresentando exemplos e
problemas relacionados com o seu dia-adia.
1,4%
Tabela 5: Percepção dos alunos quanto às metodologias de ensino da Matemática do Santos Dumont
N°
17
18
19
20
21
22
Proposição
A turma recebe orientações sobre como
estudar de maneira mais eficiente
Os materiais didáticos indicados pelo
professor (apostila, livros, cópias, sites,
etc.) ajudam a compreender a matéria.
O
professor
explica
como
o
conhecimento
Matemático
foi
desenvolvido ao longo da história?
Os métodos de ensino utilizados pelo
professor facilitam o meu aprendizado.
É legal quando o professor ensina
“macetes” para que o aluno lembre como
usar as fórmulas Matemáticas.
O professor ensina os conceitos
Matemáticos de acordo com a realidade
do aluno, apresentando exemplos e
problemas relacionados com o seu dia-adia.
Sempre
Muitas vezes
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
25%
26,6%
21,6%
21,6%
5%
__
65%
23,2%
5%
6%
1,7%
__
15%
20%
30%
26,7%
8,3%
__
36,7%
26,7%
31,6%
1,7%
3,3%
__
66,6%
18,3%
30%
1,7%
___
__
15%
30%
33,3%
15%
6,7%
__
Agora temos a tabela 4 e 5, que abordam questões relacionadas a Percepção dos alunos quanto as
metodologias de ensino da matemática. Destacamos, em relação aos dados destas tabelas, os itens
18 e 22. O item 18 nos revela que o material didático adotado pelo professor do CEF 209 nem
sempre ajuda os alunos na compreensão do conteúdo, já os alunos do CESD, a maioria quase
sempre compreende o conteúdo com o material que o professor utiliza. Como conseqüências
disto os alunos do CEF 209 vão perdendo a simpatia pela matéria, já que nem sempre conseguem
esclarecer dúvidas através do material didático utilizado, gerando assim uma maior dependência
do aluno em relação ao professor.
No item 22 nos mostra uma proximidade em relação aos números obtidos, o que de fato nos
mostra que os dois professores adotam métodos parecidos para a introdução dos conteúdos
Matemáticos, na maioria das vezes trazendo uma explicação crua do conteúdo ministrado, o que
faz com que o aluno tenha uma dificuldade na compreensão do que realmente é tal assunto e para
que serve. Isso consequentemente gera uma inquietação no aluno e uma desmotivação do mesmo,
pois aquilo parece estar distante de sua realidade. Mas mesmo assim, pelo desempenho na Prova
Brasil, observamos que o professor do CESD com sua metodologia atinge bons resultados, pelo
menos melhores do que a outra escola em questão.
Para que o trabalho nas salas de aula de Matemática implique aprendizagem de
conceitos, favorecendo a apropriação, por parte dos alunos, dos conhecimentos
necessários à sua formação, torna–se indispensável aproximar os conteúdos Matemáticos
aos temas significativos do mundo atual e incluir questões vinculadas à realidade e
interesse dos alunos. (UENO; MORAES, 2007).
A seguir serão apresentados os dados relativos à percepção dos alunos quanto à atuação do
professor na sala de aula. Esses dados dizem respeito à visão que o aluno tem quanto à relação
professor - Matemática - aluno.
Tabela 6: Percepção dos alunos quanto à atuação do professor na sala de aula do CEF 209.
N°
Proposição
Sempre
Muitas
vezes
Ás vezes
Poucas
vezes
Nunca
N/R
23
A aula de Matemática fica mais interessante
quando o professor consegue relacioná-la com
outras disciplinas.
O professor incentiva os alunos que têm facilidade
de aprender a colaborarem com os que têm
dificuldades.
O professor consegue identificar suas dificuldades
e perceber se você está realmente entendendo a
matéria?
A capacidade de raciocínio lógico e senso crítico
do aluno são despertados nas aulas de Matemática?
O professor estimula a participação dos alunos em
sala.
O professor obedece aos horários das aulas e utiliza
o tempo de maneira adequada, sem enrolar com o
conteúdo.
O professor passa e corrige listas de exercícios a
fim de fixar os conteúdos.
29,5%
25%
28%
11,7%
5,8%
__
33,8%
28%
23,5%
11,7%
3%
___
25%
23,5%
28%
19,1%
4,4%
___
13,3%
35,2%
28%
19,1%
4,4%
___
36,7%
19,1%
28%
8,8%
5,8%
1,4%
48,5%
10,5%
22%
17,6%
1,4%
___
47%
26,4%
13,4%
4,4%
4,4%
4,4%
24
25
26
27
28
29
Tabela 7: Percepção dos alunos quanto à atuação do professor na sala de aula do Santos Dumont
N°
Proposição
Sempre
Muitas
vezes
Ás vezes
Poucas
vezes
Nunca
N/R
23
A aula de Matemática fica mais interessante
quando o professor consegue relacioná-la com
outras disciplinas.
O professor incentiva os alunos que têm facilidade
de aprender a colaborarem com os que têm
dificuldades.
O professor consegue identificar suas dificuldades
e perceber se você está realmente entendendo a
matéria?
A capacidade de raciocínio lógico e senso crítico
do aluno são despertados nas aulas de Matemática?
O professor estimula a participação dos alunos em
sala.
O professor obedece aos horários das aulas e utiliza
o tempo de maneira adequada, sem enrolar com o
conteúdo.
O professor passa e corrige listas de exercícios a
fim de fixar os conteúdos.
11,7%
20%
40%
10%
18,3%
__
20%
21,6%
26,6%
16,6%
13,3%
___
15%
20%
26,6%
26,6%
11,8%
___
16,6%
25%
43,3%
8,3%
___
___
30%
25%
30%
15%
___
___
41,7%
20%
21,6%
10%
6,7%
___
21,7%
21,7%
20%
25%
8,2%
3,4%
24
25
26
27
28
29
Entre as proposições apresentadas nas tabelas acima, destacamos as de número 25,27 e 29. A
proposição 25 nos revela o professor do CEF é um pouco mais eficaz do que o professor do
CESD, quanto à percepção se o aluno está entendendo ou não o conteúdo ministrado.
Na proposição 27 as respostas dos alunos das duas escolas foram bem próximas. O que podemos
analisar, comparando este item com o 29 é que a ligeira diferença entre os percentuais são
conseqüências da questão do professor do CEF 209 trabalhar um pouco mais com listas de
exercícios, o que gera no aluno à obrigação em ter que fazer exercícios. Em relação ao colégio
CESD, os alunos falaram que o professor não trabalha com listas de exercícios, mas cobra todos
os exercícios do livro adotado.
A seguir serão apresentados os dados relativos à percepção dos alunos quanto à relação
professor-aluno em Matemática.
Tabela 8: Percepção dos alunos quanto à relação professor-aluno do CEF 209
Nº
Proposição
Sempre
Muitas
Vezes
Às Vezes
Poucas
vezes
Nunca
N/R
30
O professor é paciente ao explicar tópicos que parecem
difíceis de entender.
As opiniões dos alunos são valorizadas pelos professores.
Quando eu posso participar ativamente da aula,
perguntando e dando exemplos, gosto mais da aula.
Sei que posso contar com meu professor até fora da sala
de aula.
O professor transmite amor pela matemática e consegue
despertar no aluno o prazer em aprendê-la.
O professor demonstra total domínio do conteúdo que está
ensinando.
O professor não se preocupa apenas com o ensino de
regras e fórmulas, mas também, com a formação cidadão
do aluno.
66,3%
19,1%
10,2%
4,4%
___
__
32,3%
44,1%
26,4%
23,5%
25%
25%
13,3%
4,4%
3%
3%
__
__
35,3%
14,7%
20,5%
17,7%
11,8%
__
38,2%
23,5%
16,1%
14,7%
7,4%
__
61,8%
20,5%
11,7%
4,5%
1,5%
__
38,2%
25%
25%
7,4%
3%
1,4
%
31
32
33
34
35
36
Tabela 9: Percepção dos alunos quanto à relação professor-aluno do Santos Dumont
Nº
Proposição
Sempre
30
O professor é paciente ao explicar tópicos que
parecem difíceis de entender.
As opiniões dos alunos são valorizadas pelos
professores.
Quando eu posso participar ativamente da aula,
perguntando e dando exemplos, gosto mais da aula.
Sei que posso contar com meu professor até fora da
sala de aula.
O professor transmite amor pela Matemática e
consegue despertar no aluno o prazer em aprendêla.
O professor demonstra total domínio do conteúdo
que está ensinando.
O professor não se preocupa apenas com o ensino
de regras e fórmulas, mas também, com a formação
cidadã do aluno.
31
32
33
34
35
36
Às Vezes
21,7%
Muitas
Vezes
28,4%
Nunca
N/R
18,3%
Poucas
vezes
21,6%
10%
__
20%
35%
25%
16,7%
3,3%
__
31,7%
26,7%
16,6%
18,3%
6,7%
__
13,4%
13,4%
21,6%
20%
31,6%
__
8,3%
26,6%
28,4%
26,7%
10%
__
55%
28,3%
11,7%
5%
0
__
28,3%
28,3%
18,3%
11,7%
11,7%
1,7%
Na tabela 8 e 9 ,temos a percepção dos alunos quanto a relação professor-aluno do Centro de
Ensino Fundamental 209 e do Centro de Ensino Santos Dumont. Em relação aos itens destas
tabelas, destacamos o número 32. Este item revela que a maior parte dos alunos gosta de
participar das aulas, seja perguntando, resolvendo exercícios, o que traz para o aluno um ganho
enorme quanto ao entender do conteúdo Matemático em questão. Tanto nas respostas analisadas
quanto conversando particularmente com alguns alunos do CESD, foi possível perceber que os
alunos percebem que o professor domina o conteúdo a reclamação que fizeram é que ele seria um
pouco grosso e sem paciência com eles.
[...] o ambiente em sala de aula poderá favorecer ou desfavorecer a aprendizagem,
colaborando para gerar aversão ou gosto pela disciplina, influenciando também o
desempenho da mesma ( LIMA;UTSUMI,2006,-.2).
A seguir serão apresentados os dados relativos à percepção dos alunos quanto ás avaliações.
Esses dados dizem respeito às formas de avaliação que os professores em tem dentro de sala de
aula.
Tabela 10: Percepção dos alunos quanto às avaliações do CEF 209
Proposição
Os comentários do professor sobre o meu
desempenho me ajudam a melhorar a
minha maneira de estudar e aprender.
O professor tem o hábito de fazer uma
prova mais difícil do que os exercícios
feitos em aula.
O professor adota métodos alternativos
de avaliação (trabalhos individuais e
grupais, relatórios, pesquisas etc.).
No final de cada bimestre, o professor
abre um espaço de discussão no qual o
aluno se auto-avalia e ao mesmo tempo
faz uma avaliação do professor.
Após essa avaliação tanto professor
quanto alunos tentam mudar suas
posturas em sala de aula.
N°
37
38
39
40
41
Sempre
Muitas vezes
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
48,5%
23,5%
16,2%
10,4%
__
1,4%
25%
13,3%
22%
16,3%
22%
1,4%
36,7%
33,8%
19,2%
7,3%
1,4%
1,4%
11,7%
9%
16,2%
25%
36,7%
1,4%
16,2%
23,5%
31%
14,7%
13,2%
1,4%
Tabela 11: Percepção dos alunos quanto às avaliações do Santos Dumont
N°
37
38
39
40
41
Proposição
Os comentários do professor sobre o meu
desempenho me ajudam a melhorar a
minha maneira de estudar e aprender.
O professor tem o hábito de fazer uma
prova mais difícil do que os exercícios
feitos em aula.
O professor adota métodos alternativos
de avaliação (trabalhos individuais e
grupais, relatórios, pesquisas etc.).
No final de cada bimestre, o professor
abre um espaço de discussão no qual o
aluno se auto-avalia e ao mesmo tempo
faz uma avaliação do professor.
Após essa avaliação tanto professor
quanto alunos tentam mudar suas
posturas em sala de aula.
Sempre
Muitas vezes
Ás vezes
Poucas vezes
Nunca
N/R
33,3%
26,6%
15%
18,4%
5%
1,7%
6,7%
15%
16,6%
15%
45%
1,7%
25%
28,3%
23,3%
21,7%
___
___
11,7%
5%
13,3%
13,3%
55%
1,7%
13,3%
25%
21,7%
18,3%
20%
___
Em relação aos itens destas tabelas 10 e 11, destacamos a de número 37 e 40.Como os resultados
foram semelhantes, na discussão abaixo farei os comentários das duas escolas juntas. Na
proposição 37, os alunos das duas escolas mostraram que gostam quando os professores fazem
uma avaliação construtiva de seu desempenho, já o item 40 os alunos mostraram que dificilmente
o professor programa tempo ao final de cada bimestre para avaliar a turma por completo.
A avaliação realizada pelo professor, no âmbito escolar, pode ser compreendida
como uma das etapas do processo ensino-aprendizagem, na medida em que
diagnostica as
necessidades, os interesses e os problemas dos alunos. É a partir dos resultados observados
que os professores podem planejar atividades de ensino mais adequadas às necessidades dos
alunos (ANDRADE; LAROS, 2007, p 33)
3.4 - Resultados e discussão dos professores
Apliquei um questionário também aos professores das escolas, que lecionavam para a 8ª serie (9º
ano), O professor do Centro de Ensino Fundamental 209 tem 11 anos de profissão, já o professor do
Centro de Ensino Santo Dumont tem 25 anos. A 15ª proposição foi em relação à prova Brasil, que
dizia o seguinte: 15. “Descreva como você prepara seus alunos para a Prova Brasil.” O professor 1 do
CEF 209 respondeu: “ Em experiência anterior fiz questões com gabaritos semelhantes a Prova
Brasil.” Já o professor 2 do CESD respondeu: “ Do segundo semestre em diante, fiz revisão dos
conteúdos anteriores e no 3º bimestre revisão geral.” E ainda acrescentou, dizendo pra mim, que:
“O Centro de Ensino Santos Dumont sairá na frente novamente, mas não por causa dos alunos, e sim
por causa do grupo de professores que fazem o mesmo trabalho.” Abaixo estão as proposições com a
resposta de cada professor.
Tabela 12: Visão dos professores quanto à sua atuação e dificuldades de aprendizagem dos
alunos
N°
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
Proposição
Você utiliza várias metodologias ao ensinar para os seus alunos
Você acha que suas explicações são suficientes para compreensão dos
alunos
Você acha que os métodos de ensino utilizados por você facilitam a
aprendizagem
Você utiliza mais de uma maneira para avaliar os alunos.
Você está disposto (a) a explicar novamente um conteúdo quando seu (a)
aluno (a) não o compreende.
Você se preocupa em saber se o (a) aluno (a) está entendendo o
conteúdo.
Você dá exemplos do dia-a-dia para ensinar Matemática quando o
conteúdo lhe permite.
A escola oferece outros momentos, além dos de sala de aula, para ajudar
no desenvolvimento da aprendizagem de Matemática dos alunos.
Os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem em Matemática
porque não tiveram boa formação nas séries inicias.
Os alunos têm dificuldades em Matemática porque a disciplina é
complexa
Os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem por não dedicarem
tempo para os estudos em Matemática.
Você conhece a Prova Brasil? (conteúdos avaliados, elaboração das
provas, análise dos resultados etc.)
Você prepara seus alunos para a Prova Brasil?
Professor 1
Ás vezes
Muitas Vezes
Professor 2
Ás vezes
Sempre
Muitas vezes
Sempre
Sempre
Sempre
Sempre
Sempre
Sempre
Sempre
Sempre
Ás vezes
Muitas vezes
Ás vezes
Muitas vezes
Muitas Vezes
Ás vezes
Muitas Vezes
Muitas Vezes
Muitas Vezes
Sim
Sim
Muitas Vezes
Muitas Vezes
Os professores argumentam na proposição 4 que os materiais de ensino que adotam,são eficazes
para o desempenho do aluno,mas como vimos na discussão acima, os alunos do CEF 209 não
concordam muito com o professor.O professor 1 respondeu que sempre leva a Matemática para o
dia-a-dia do aluno, mas seus alunos disseram que nem sempre é assim,ora o professor 2
respondeu que somente ás vezes,e seus alunos também discordaram dele, dizendo que na maior
parte do tempo o professor relaciona os conteúdos com o dia-a-dia deles. È importante
percebermos que nem sempre as nossas atitudes em sala de aula, refletem para o aluno de forma
clara o entendimento necessário do conteúdo. È nessa hora que a discussão avaliativa da turma
tem que existir, para juntar pontos positivos e negativos tanto da parte do professor quanto da
parte dos alunos. Com os resultados obtidos na Prova Brasil podemos perceber qual o professor
obteve maior sucesso em sua atividade docente.
“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa
com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a
semente do pensamento é o sonho. Por isso os Educadores, antes de serem
especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor:
intérpretes de sonhos” (ALVES, 1994).
4. Conclusões (considerações finais)
A partir da visita às escolas participantes da pesquisa, se percebe em primeiro instante uma
diferença organizacional entres as duas escolas em questão. No Centro de Ensino Santos Dumont,
que por sinal obteve uma das melhores médias considerando não só Santa Maria, mas todo DF,
tudo é bem organizado, desde limpeza da escola, funcionários atenciosos e interessados no
resultado da pesquisa, controle de entrada e saída dos alunos, tudo bem funcional, de uma
maneira que garanta um bom andamento no processo ensino-aprendizagem desta escola.
Na outra escola, CEF 209, que foi entre as escolas públicas de Santa Maria a que obteve menor
média, foi possível observar que esta escola não é tão bem organizada em termos gerais quanto o
CESD, os funcionários da escola não demonstraram tanto interesse com os resultados obtidos
pela escola na Prova Brasil, o que já é um agravante para o desenvolver dos seus alunos, foi
possível analisar também que a escola carece de professores, um dos professores de Matemática
da escola não é licenciado em Matemática, é formado em Administração e através do contrato
temporário vem ensinando Matemática a anos nas escolas de Santa Maria, os alunos nesta escola
saem e entram das salas de aula com freqüência, o que torna o processo de ensino e
aprendizagem não eficaz.
Estas diferenças citadas já mostram o porquê da diferença de notas entre as duas escolas na Prova
Brasil, além desses pontos citados, o questionário aplicado aos alunos também revela esse
contraste entre as duas escolas. Foi possível observar uma maior compreensão lógica dos alunos
do Centro de Ensino Santos Dumont, estes responderam a maioria das questões sem fazer
perguntas, o que demonstrou que os alunos compreendiam o significado das questões. Já os
alunos do CEF 209 apresentaram dificuldades quanto à interpretação das questões envolvidas no
questionário, faziam muitas perguntas, muitos não conseguiam responder as questões de forma
direta, era necessário fazer a interpretação da questão a estes alunos.
Com os resultados do questionário e levando em consideração a pontuação das duas escolas na
Prova Brasil em Matemática, o que foi possível observar é que o CESD foi superior em termos de
resultado em relação ao CEF 209, por vários aspectos, entre eles, a estrutura escolar, o professor,
que a pesar de não ser adorado pelos seus alunos, tem obtido resultados satisfatórios em relação
ao ensino da matemática, devido, sobretudo a cobrança por meio da escola e a seriedade com que
desenvolve sua atividade docente.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994.
ANDRADE, Josemberg M. de e LAROS, Jacob A. Fatores associados ao desempenho escolar: estudo
multinível com dados do SAEB/2001. Psic.: Teor. e Pesq., , vol.23, no.1, p.33-41, jan./mar. 2007.
ARAUJO, Carlos; LUZIO, Nildo. O que mostra a Prova Brasil do MEC. Disponível em:
<http://www.missaocrianca.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=175&Itemid=2 >. Acesso em: 15
out. 2006.
BRASIL/MEC, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1998.
CESPE. Centro de Seleção e Promoção de Eventos. Universidade de Brasília. Relatório da
Oficina de interpretação das escalas do SAEB 2005. Brasília: CESPE/UnB, 2007.
INEP. Prova Brasil. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/basica/saeb/prova_brasil > Acesso em: 07 out. 2006.
FERNANDES, Reynaldo. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Brasília:
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.
LIMA, R. C. P.; UTSUMI, M.C. Atitudes e representações de alunas de pedagogia em relação à
Matemática.
Anais da 29ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
Caxambu,2006.Disponível em <http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT192032--Int.pdf>. Acesso em: 10 de outubro 2007.
UEMG. Fracasso escolar: de quem é a culpa? Disponível em : <http://www.divinopolis.uemg.br/revista/revistaeletronica3/artigo12-3.htm> Acesso em: 12 mai. 2008
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Fatores associados ao sucesso escolar em Matemática