Nova carta batimétrica (com precisão sub-métrica) e distribuição horizontal da clorofila-a e turbidez da água no lago D. Helvécio, Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, MG Ricardo M. Pinto-Coelho, José Fernandes Bezerra Neto, Alessandra Jardim & Rafael Resck Instituto de Ciências Biológicas – ICB Universidade Federal de Minas Gerais XI Congresso Brasileiro de Limnologia Sala 3, Centro de Convenções, Macaé, R.J. 27/8/2007 A questão da localização geográfica em Limnologia Onde fica o Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais ? 1) Barbosa, F.A.R. 1980. Primary production of phytoplankton and enviromental characteristics of a shallow quaternary lake at Eastern Brazil. Arch. Hydrobiol. 90(2):139-161. 2) Marques, M.M., F.A.R. Barbosa & M. Callisto. 1999. Distribution and abundance of chironomiade (Diptera, Insecta) in an impacted watershed in south-east Brazil. Revta. Bras. Biol. 3) Sunaga, T. & J.R. Verani. 1991. The fish communities of the lakes in rio Doce valley, Northeast Brazil. Verh. Internat. Verein. Limnol. 24:2563-2566. Porque devemos conhecer a batimetria dos nossos lagos e reservatórios? - Estudos de modelagem hidrodinâmica. - Compartimentação dos sistemas. - Balanço de calor. - Limnologia química. - Interface sedimento-coluna de água. - Migração vertical. - Implantação de projetos de aquicultura. - etc. O lago D. Helvécio é o lago mais profundo do Brasil. Além disso, trata-se de um dos sistemas lacustres mais estudados nesse país. Os dados mais citados sobre a morfometria desse lago são: profundidade máxima (Zmax), profundidade média (Zm) e área do lago (A). Alguns parâmetros morfométricos do L. DH Zmax = 32,5 m, A = 6,87 km2 , Zm = 12,1 m Fontes: Mitamura & F.A.R. Barbosa. 1991. Chemical studies on sediments in the rio Doce valley lakes, Brazil. Verh. Internat. Verein. Limnol. 24:1192-1196 Petrúcio, M., F.A.R. Barbosa & A.L.S. Furtado. 2006. Bacterioplankton and phytoplankton in seven lakes in the middle rio Doce basin, south-east Brazil. Limnologica, 36:192-203 Mitamura, O., Y. Saijo, K. Hino & F.A.R. Barbosa. 1995. The significance of regenerated nitrogen for phytoplankton productivity in the rio Doce Valley lakes. Arch. Hydrobiol. 134(2):179-194. Pergunta: estão esses valores corretos? Recentemente, o desenvolvimento de novas técnicas tais como o posicionamento geográfico assistido por satélites (GPS e o D-GPS), novas sondas hidroacústicas e toda uma nova geração de aplicativos em georeferenciamento possibilita ao limnólogo a obtenção de dados morfométricos com grande precisão e em tempo real. Levantamento Batimétrico Download dos Dados de D-GPS e Ecobatimetro Pós-processamento Sincronização dos dados D-GPS e Ecobatímetro Representação dos transectos (Google Earth) Validação da base Cartográfica Vetorialização da orla do Lago (orotofoto CEMIG) Georeferenciamento do Mapa Básico (sub-métrico) Criação do Grid, Interpolação e Geração da CartA (Surfer 8.0) Problemas na base cartográfica: houve necessidade de voltar ao ambiente e tomar uma série de pontos controle Validação da base de dados Para melhorar a precisão do georeferneciamento das cartas existentes, uma expedição foi feita exclusivamente para a tomada de pontos controle aeroporto L. Carioca Curva da Bananeira Casa de Tábuas Praia D. Helvécio Curva 1 após L. B-33 Lacunas Base cartográfica ajustada e corrigida após novo referenciamento do mapa base Transectos adicionais para obtenção da carta batimétrica do Lago D. Helvécio. A vetorialização da orla da represa foi feita com o uso do programa Didger 3.1. Os overlays foram obtidos com a partir da geração de um mapa básico (basemap) com o Programa Surfer 8.0 (transectos + base map). Os parâmetros morfométricos secundários foram calculados segundo Sperling (1999), A profundidade média foi calculada pela relação entre o volume de água acumulado e a superfície do espelho d’água: Volume Z Área A profundidade relativa foi calculada pela relação entre a profundidade máxima e o diâmetro médio do lago: ZR 88,6 Zm A Onde Zm = profundidade máxima e A = área superficial do lago, Resultados 7813000 Nova Carta Batimétrica Lagoa D. Helvécio, PERD Minas Gerais 7812500 7812000 7811500 7811000 7810500 7810000 7809500 748500 749000 749500 750000 750500 751000 751500 752000 752500 N Visão 3D – O perfil 3D do lago mostra uma grande heterogeneidade morofométrica do ambiente tanto quanto ao seu caráter dendrítico quanto a distribuição espacial das zonas mais profundas. Essa complexidade morfométrica sugere que uma possível compartimentaçao ecológica do ambiente. N Configuração final da carta batimétrica do Lago D. Helvécio que está disponível para arquisição tanto em sua versão impressa (DIN A3 Papel HP-E) quanto em versão digital PDF disponível gratuitamente a partir do site http://www.icb.ufmg.br /~rmpc PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS Área superficial (A) Volume (V) Perímetro (P) Novos Valores Zmax= 39,3 m Z m = 11,3 m A= 5,27 km2 Valores Antigos Zmax= 32,5 m Z m = 12,1 m A= 6,87 km2 Área do fundo do lago (Af) 5,27 km2 59,4 x106 m3 37745 m 11,4 km2 Comprimento máximo efetivo (Ce) 3,1 km Largura máxima efetiva (Le) 1,2 km Profundidade máxima (Zm) 39,3 m Profundidade média ( Z ) 11,3 m Profundidade relativa (ZR) 1,52% Largura média (Lm) 1,69 km Índice de desenvolvimento de volume (DV) 0,86 Índice de desenvolvimento de perímetro (DP) 4,61 Declividade média ( ) 3,04 A partir do levantamento batimétrico foi obtida a profundidade máxima (Zm) do lago, Utilizando-se um programa de análise de imagens (Didger 3.0). Adicionalmente, foram determinados os seguintes parâmetros morfométricos primários: perímetro (P), comprimento máximo efetivo (Ce) e largura máxima efetiva (Le), Prof, (m) Área (m2) % área estrato Volume (m3) % volume 0 5266336,34 100,0 0-4 17581250,44 29,57 4 4034813,77 76,62 4-8 13560758,03 22,82 8 2955879,74 56,13 8-12 9860782,17 16,59 12 2171642,04 41,24 12-16 7289225,44 12,24 16 1596208,77 30,31 16-20 5111083,60 8,60 20 1034701,79 19,65 20-24 3279174,63 5,51 24 680224,25 12,92 24-28 1981092,47 3,32 28 320446,21 6,08 28-32 679329,99 1,13 32 61549,6 1,17 32-36 89890,54 0,21 36 3174,39 0,08 36-39,3 2669,80 0,02 39,3 0,62 0,00 Total 59435257,13 100,0 A área entre camadas e volume total e volume entre as camadas foi calculado através de uma sub-rotina do programa SURFER 8,0 (Golden Software Inc,), a qual realiza o cálculo do volume através de três métodos: regra trapezoidal, regra de Simpson e regra de Simpson 3/8, Considerou-se a média dos três métodos para o cálculo do volume e área do lago Dom Helvécio. Volume (%) Área (%) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 4 Profundidade (m) 8 12 16 20 24 28 32 36 A B 40 Curvas hipsográficas profundidade-área e profundidade-volume da Lagoa Dom Helvécio foram plotadas de acordo com Cole (1983), Limnologia Espacial no Lago D. Helvécio Perguntas: É este lago um sistema homogêneo? Existe uma compartimentação ecológica nesse sistema? Sonda fluorimétrica SCUFA (Turner) usada para adquirir (in situ) os dados de clorofila-a e turbidez na Lagoa do D. Helvévio. Essa sonda foi adquirida com recursos da CEMIG (conv. 4830- São Simão). 280 7813000 240 200 120 7812500 60 40 20 7812000 5 1 7811500 7811000 7810500 7810000 7809500 748500 0m 500m 1000m 749000 749500 750000 750500 751000 751500 752000 752500 Mapa temático da clorofila (μg.l-1) na Lagoa Dom Helvécio amostradas com a sonda Scufa no dia 29/05/2007. Z 7813000 6 4 7812500 2 0.6 7812000 0.4 0.2 7811500 7811000 7810500 7810000 0m 7809500 748500 749000 500m 749500 1000m 750000 750500 751000 751500 752000 752500 Mapa temático da turbidez (NTU) na Lagoa Dom Helvécio amostradas com a sonda Scufa no dia 29/05/2007. Conclusão Novos e detalhados estudos batimétricos deveriam ser feitos no maior número de sistemas lacustres do Brasil. Quanto aos reservatórios, o conhecimento de sua batimetria é um fator absolutamente essencial para quase toda abordagem limnólogica que seja feita em tais ambientes.