0
UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – EAD
MARCOS PAULO SILVEIRA DE MORAES
ANÁLISE COMPARATIVA DOS ALUNOS DA 6ª SÉRIE DA ESCOLA
ADVENTISTA DE PELOTAS-RS: MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA DE
FUTSAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E NO
PROJETO/ESCOLINHA DE FUTSAL
IJUÍ – RS
2013
1
MARCOS PAULO SILVEIRA DE MORAES
ANÁLISE COMPARATIVA DOS ALUNOS DA 6ª SÉRIE DA ESCOLA
ADVENTISTA DE PELOTAS-RS: MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA DE
FUTSAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E NO
PROJETO/ESCOLINHA DE FUTSAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Licenciatura em Educação Física, da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito parcial à
obtenção do grau de Licenciado em Educação
Física.
Orientador: Prof. Esp. Osmar Laureano
IJUÍ – RS
2013
2
A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:
ANÁLISE COMPARATIVA DOS ALUNOS DA 6ª SÉRIE DA ESCOLA
ADVENTISTA DE PELOTAS-RS: MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA DE FUTSAL NAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E NO PROJETO/ESCOLINHA DE FUTSAL
Elaborada por
MARCOS PAULO SILVEIRA DE MORAES
como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Educação Física.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Esp. Osmar Laureano
Orientador
__________________________________________
Prof. Esp. Mauro Bertollo
Examinador
Ijuí (RS), julho de 2013.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, por mais essa conquista.
Aos professores que passaram durante minha formação, em especial aos
professores da UNIJUÍ Paulo Carlan, Mauro Bertollo e Osmar Laureano.
A minha mãe, Neiva Silveira de Moraes, e minha irmã, Estefânia Silveira de
Moraes, pelo apoio sempre dado.
Aos amigos Alcindo Patron, Flávio Fonseca, Eduardo David e Geovani
Guimarães (in memoriam) pelos ensinamentos passados durante minha vida no
esporte.
Sinceramente ... obrigado.
4
“Se
a
educação
sozinha
não
pode
transformar a sociedade, tampouco sem ela a
sociedade muda.”
Paulo Freire
5
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo fazer uma análise dos fatores motivacionais
que levam os alunos a praticar o futsal em diferentes momentos, o momento da aula
formal de educação física na escola e o momento do treinamento/aula do
projeto/escolinha de futsal da Escola. O instrumento utilizado no estudo foi o
Inventário de Motivação para a Prática Esportiva de Gaya e Cardoso (1998),
composto de 19 perguntas objetivas, subdividas em três dimensões: Competência
esportiva, saúde, amizade/lazer, além de um questionário composto por nove
perguntas, obtendo-se como resultado que os alunos que frequentam o
projeto/escolinha de futsal dão muita importância a questões ligadas com a
Competência Desportiva, enquanto os alunos entrevistados que praticam somente
as aulas de educação física da escola dão mais importância a questões
relacionadas com a saúde, amizade e lazer.
Palavras-chave: Motivação. Futsal. Prática esportiva.
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Para vencer .......................................................................................... 26
Tabela 2 – Para exercitar-se .................................................................................. 26
Tabela 3 – Para brincar .......................................................................................... 27
Tabela 4 – Para ser o melhor no esporte ............................................................... 28
Tabela 5 – Para manter a saúde ............................................................................ 28
Tabela 6 – Porque eu gosto ................................................................................... 29
Tabela 7 – Para encontrar os amigos .................................................................... 30
Tabela 8 – Para competir ....................................................................................... 30
Tabela 9 – Para ser um atleta ................................................................................ 31
Tabela 10 – Para desenvolver a musculatura .......................................................... 32
Tabela 11 – Para ter bom aspecto ........................................................................... 32
Tabela 12 – Para me divertir .................................................................................... 33
Tabela 13 – Para fazer novos amigos ...................................................................... 34
Tabela 14 – Para manter o corpo em forma ............................................................. 34
Tabela 15 – Para desenvolver habilidades .............................................................. 35
Tabela 16 – Para aprender novos esportes ............................................................. 36
Tabela 17 – Para ser jogador quando crescer ......................................................... 36
Tabela 18 – Para emagrecer .................................................................................... 37
Tabela 19 – Para não ficar em casa ......................................................................... 38
Tabela 20 – As aulas de educação física com o tema futsal .................................... 39
Tabela 21 – Os treinos da escolinha de futsal .......................................................... 39
Tabela 22 – Diferença das aulas de educação física e os treinos da escolinha de
futsal ......................................................................................................................... 39
Tabela 23 – Gosta pelas aulas de educação física .................................................. 39
Tabela 24 – Gosto pelos treinos da escolinha de futsal ........................................... 39
Tabela 25 – Motivação para as aulas de educação física ........................................ 40
Tabela 26 – Motivação para os treinos da escolinha de futsal ................................. 40
Tabela 27 – O que manter e o que mudar nas aulas de educação física ................ 40
Tabela 28 – O que manter ou mudar nos treinos da escolinha de futsal ................. 40
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Inventário de Motivação para a prática desportiva ................................ 15
Figura 1 – Para vencer ........................................................................................... 26
Figura 2 – Para exercitar-se ................................................................................... 27
Figura 3 – Para brincar ........................................................................................... 27
Figura 4 – Para ser o melhor no esporte ................................................................ 28
Figura 5 – Para manter a saúde ............................................................................. 29
Figura 6 – Porque eu gosto .................................................................................... 29
Figura 7 – Para encontrar os amigos ..................................................................... 30
Figura 8 – Para competir ........................................................................................ 31
Figura 9
– Para ser um atleta ............................................................................... 31
Figura 10 – Para desenvolver a musculatura ......................................................... 32
Figura 11 – Para ter bom aspecto .......................................................................... 33
Figura 12 – Para me divertir ................................................................................... 33
Figura 13 – Para fazer novos amigos...................................................................... 34
Figura 14 – Para manter o corpo em forma ............................................................ 35
Figura 15 – Para desenvolver habilidades .............................................................. 35
Figura 16 – Para aprender novos esportes ............................................................. 36
Figura 17 – Para ser jogador quando crescer ......................................................... 37
Figura 18 – Para emagrecer .................................................................................. 37
Figura 19 – Para não ficar em casa ....................................................................... 38
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1 ESTRUTURA DE ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA DA PESQUISA ............ 11
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA .............................................................. 11
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 11
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 12
1.4 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 13
1.5 UNIVERSO/POPULAÇÃO ................................................................................. 13
1.6 PROCEDIMENTOS ........................................................................................... 14
1.7 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DA PESQUISA ............................... 14
1.8 ANÁLISE ............................................................................................................ 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 17
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 26
3.1 INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA ESPORTIVA ..................... 26
3.2 QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43
APÊNDICES ............................................................................................................. 45
Apêndice A - Inventário de motivação para a prática esportiva de Gaya e Cardoso . 46
Apêndice B - Questionário ...................................................................................... 47
9
INTRODUÇÃO
Dados da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (2008) indicam um
total de 250.000 atletas e 2.200 clubes registrados no país. No nível escolar,
recreação e lazer, estima-se um total de 12 milhões de praticantes no Brasil, o que
representa 8% da população brasileira com menos de 60 anos, conforme dados do
IBGE (2008) e mais do que a população inteira de países como Portugal, Uruguai e
Holanda.
A paixão do brasileiro pelo futebol e a diminuição de espaços para sua
prática, principalmente pela valorização imobiliária e outros fatores sócioeconômicos fez crescer o número de adeptos no Futsal, que ao contrário do futebol
de campo, tem cada vez mais quadras e espaços determinados para sua prática.
Além disso, o número de participantes do jogo e o elevado número de gols em cada
partida tornam o jogo mais motivante.
O crescimento do esporte consolida-se por expressivos resultados obtidos
pelo Brasil em competições internacionais, como os títulos de 18 vezes campeão da
Copa América e 7 vezes campeão mundial de seleções (5 vezes pela FIFA e 2
vezes pela FIFUSA).
Hoje, o Futsal é um esporte praticado em mais de 130 países onde destacamse, no cenário mundial, além do Brasil, Espanha, Rússia, Ucrânia, Portugal e Itália.
As constantes mudanças nas regras visam uma maior dinâmica do jogo e
uma identificação maior com o público, facilitando um aumento do número de gols
nas partidas. De acordo com Voser (1999) o Futsal, procurando a modernização,
tem alterado as regras nos últimos anos, o que ocorreu em 1991, 1992, 1994, 1997
e 1999, 2003, 2008 e 2012.
Segundo a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (2000), o Rio Grande
do Sul é o estado de maior destaque no cenário nacional, sendo o estado com o
maior número de títulos no campeonato brasileiro de seleções (8 títulos, com a
última conquista em 2005). Nas 17 edições da Liga Nacional, os clubes do estado
possuem oito títulos e oito vice-campeonatos.
O campeonato estadual adulto é um dos campeonatos mais difíceis e
competitivos, com a participação de equipes tradicionais e qualificadas. O bom nível
10
técnico e o equilíbrio na competição possibilitam que várias equipes tenham
condições de atingir o título da competição.
O investimento na qualificação das equipes e o surgimento de atletas de alto
nível no Futsal gaúcho são fatores fundamentais para o sucesso do Rio Grande do
Sul no cenário nacional.
Além das competições oficiais promovidas pela Federação Gaúcha de Futsal
na categoria adulto, existem também outras competições promovidas por entidades
como RBS, SESI, SESC e Prefeituras Municipais.
Com a popularização do futsal, surge o interesse das crianças na prática
esportiva, seja em escolas ou em clubes. Hoje, há um grande número de escolinhas
de futsal em nosso estado.
A Federação Gaúcha de Futebol de Salão, órgão máximo do futsal gaúcho,
promove competições estaduais nas categorias menores, sendo oferecidos
campeonatos nas categorias iniciação (7, 8 e 9 anos), pré-mirim (10 e 11 anos),
mirim (12 e 13 anos), infantil (14 e 15 anos), infanto (16 e 17 anos) e juvenil (18, 19
e 20 anos).
Este estudo visa definir qual a motivação dos alunos da 6° série turma a
praticar o futsal nas aulas de educação física e na escolinha/projeto de futsal da
Escola Adventista na cidade de Pelotas-RS.
11
1 ESTRUTURA DE ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA DA PESQUISA
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA
O crescimento do futsal no cenário nacional suscita um interesse grande de
crianças na prática esportiva. O sonho de ser um jogador profissional, educação e
lazer, aprendizado de técnicas esportivas e socialização são alguns dos fatores que
levam o aluno a escolher o futsal como atividade a ser realizada.
O Rio Grande do Sul, por ser um estado tradicional em equipes adultas de
futsal com resultados expressivos, tem um número de adeptos ao esporte muito
grande, inclusive com a proliferação de escolinhas de futsal e equipes competitivas
nas mais diversas categorias.
Porém, surge uma grande preocupação quanto ao desenvolvimento do
treinamento de equipes competitivas nas categorias iniciação (7, 8 e 9 anos), prémirim (10 e 11 anos) e mirim (12 e 13 anos) em questões como cobrança excessiva,
regime de treinamento exagerado, alta competitividade em idades infantil, entre
outras.
Através deste projeto, busca-se detectar os motivos que levam a criança a
procurar a atividade esportiva futsal. Portanto, formula-se o seguinte problema de
pesquisa:
Que aspectos motivacionais levam os alunos da 6° série a praticar o futsal
nas aulas de educação física e na escolinha de futsal da Escola Adventista na
cidade de Pelotas?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar os motivos que levam as crianças da 6ª série turma 60 a praticar
futsal tanto nas aulas formais de educação física escolar quanto nos treinos da
escolinha/projeto de futsal da Escola Adventista de Pelotas.
12
1.2.2 Objetivos Específicos
 Analisar e identificar os motivos que levam uma criança a praticar o futsal na
escolinha de futsal da Escola Adventista e nas aulas de educação física de alunos
da 6° série turma 60;
 Compreender as diferenças de motivação para a prática de uma aula de
educação física formal na escola e um treinamento;
 Comparar
os
dois
grupos
pesquisados
analisando
as
dimensões
competência esportiva, amizade, saúde e lazer.
1.3 JUSTIFICATIVA
A cada ano que passa aumenta os adeptos ao futsal, principalmente as
crianças que passam a interessarem-se pelo esporte por sua grande popularização.
Durante toda vivência no futsal dos 7 aos 17 anos de idade no Clube Brilhante
em Pelotas RS tive vários sentimentos em relação a motivação para a prática do
futsal. Passei por períodos onde o sonho de me tornar atleta profissional era
fortemente presente, o que me levava a encarar o futsal de uma maneira séria e
competitiva. Entrando na pré-adolescência e adolescência minha motivação era os
aspecto estético do corpo e saúde, e por fim, minha motivação para frequentar as
aulas/treinos de futsal depois de inúmeros anos disputando campeonatos estaduais
e brasileiros da modalidade e todo stress acumulado, minha motivação se tornou o
ambiente junto aos colegas/amigos, ou seja, a socialização através do esporte.
Cresce o número de escolinhas de futsal e surgem competições voltadas
especificamente para crianças. Sabe-se que a criança nesta idade está em um
processo formativo e hoje, na categoria adulta do futsal gaúcho, o índice de
jogadores que participaram das categorias menores (iniciação, pré-mirim e mirim) é
muito pequeno.
Pesquisa realizada em Bauru-SP com título Motivação nas aulas de
Educação Física: um enfoque no Ensino Médio de autoria de F. Franchin e S.
Barreto, com enfoque na motivação no ensino médio mostrou que uma educação
física despretensiosa e sem objetivos claros em relação à formação do jovem deixa
este totalmente desinteressado nessa aula.
13
Outro estudo com título Motivação de Adolescentes para a Prática Esportiva
de autoria de Natália Batista Cerqueira de Melo realizada na UFMG constatou que a
prática esportiva desperta muito mais interesse dos alunos na disciplina de
educação física. Entretanto, esses adolescentes, na prática constante de algum
esporte, eles buscam o divertimento, o prazer e a alegria. Questões relacionadas à
saúde também tem grande importância para os alunos.
Em um terceiro estudo pesquisado, intitulado A Motivação para a Prática de
Futebol de crianças com idade entre 9 e 12 anos dos autores G. Lorenzi, R. Voser e
J. Hernandez em 2011 apontaram que na dimensão Amizade/Lazer do Inventário de
Motivação para a Prática Esportiva de Gaya e Cardoso houve uma enorme diferença
entre os grupos Escolinha e Seleção. Os aspectos positivos como por exemplo
aumento da auto-estima, ajuda, comportamento, lealdade, disciplina e resolução de
conflitos foram apurados durante a pesquisa, porém, aspectos negativos da prática
esportiva do futebol como qualidades pessoais não atraentes e conflitos
relacionados a alta competitividade também foram apurados.
Portanto, este projeto justifica-se como um parâmetro dos motivos que levam
a criança à prática esportiva do futsal em uma escolinha de futsal e nas aulas de
futsal de educação física na escola.
1.4 TIPO DE PESQUISA
O delineamento escolhido para o presente estudo é de caráter descritiva
qualitativa de campo. Este tipo de pesquisa tem como foco descrever as
características de determinado fenômeno e/ou de um grupo, sendo possível
estabelecer relações entre as variáveis obtidas durante o estudo (GIL, 2002).
1.5 UNIVERSO/POPULAÇÃO
Pré-adolescentes e adolescentes entre 13 e 14 anos praticantes de futsal na
Escola Adventista na cidade de Pelotas RS.
14
1.6 PROCEDIMENTOS
Inicialmente, haverá um contato com a direção da Escola Adventista, a fim de
explicar os objetivos do estudo em questão e solicitar o consentimento da escola,
viabilizando a realização do projeto no local.
Em um primeiro encontro, será realizada uma palestra de apresentação do
estudo para os alunos. Logo após, será entregue imediatamente o termo de
consentimento do estudo aos pais ou responsáveis que estiverem presentes no
encontro. Os responsáveis que não comparecerem à palestra, receberão o termo de
consentimento do estudo, através dos alunos (filhos ou dependentes). Já no
segundo encontro, será realizada um teste de validação do questionário descritivo
com dois alunos.
1.7 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DA PESQUISA
Este estudo será desenvolvido na cidade de Pelotas com 10 alunos do sexo
masculino que compõe a 6° série da Escola Adventista e também com outros 10
alunos da mesma turma que frequentam a escolinha/projeto de futsal da escola em
turno inverso as aulas.
A motivação para a prática esportiva do futsal será medida pelo Inventário de
Motivação para a prática desportiva de Gaya e Cardoso (1998), que é composto de
19 perguntas objetivas, subdivididas em 3 categorias: competência desportiva,
saúde
e amizade/lazer a ser aplicado na metade da temporada. Também será
aplicado um questionário descritivo composto de 9 perguntas (ver quadro 1).
15
Quadro 1 - Inventário de Motivação para a prática desportiva
01. Para vencer
1
2
3
02. Para exercitar-se
1
2
3
03. Para brincar
1
2
3
04. Para ser o melhor no esporte
1
2
3
05. Para manter a saúde
1
2
3
06. Porque em gosto
1
2
3
07. Para encontrar os amigos
1
2
3
08. Para competir
1
2
3
09. Para ser um atleta
1
2
3
10. Para desenvolver a musculatura
1
2
3
11. Para ter bom aspecto
1
2
3
12. Para me divertir
1
2
3
13. Para fazer novos amigos
1
2
3
14. Para manter o corpo em forma
1
2
3
15. Para desenvolver habilidades
1
2
3
16. Para aprender novos esportes
1
2
3
17. Para ser jogador quando crescer
1
2
3
18. Para emagrecer
1
2
3
19. Para não ficar em casa
1
2
3
Fonte: Adaptado de GAYA; CARDOSO (1998)
Legenda: (1) nada importante (2) pouco importante (3) muito importante
Este inventário foi construído após uma síntese dos resultados aferidos por
uma revisão bibliográfica que analisam os fatores motivacionais. O Inventário de
Motivação para a Prática Desportiva é composto por 19 objetivos divididos em 3
dimensões gerais. São elas:
1- Competência Desportiva: para vencer, para ser o melhor no esporte,
porque gosto, para competir, para ser um atleta, para desenvolver habilidades, para
aprender novos esportes e para ser um jogador quando crescer.
2- Saúde: para exercitar-se, para desenvolver a musculatura, para ter bom
aspecto, para manter o corpo em forma e para emagrecer.
3- Amizade/Lazer: para brincar, para encontrar os amigos, para me divertir,
para fazer novos amigos e para não ficar em casa.
16
Os alunos da turma 6ª 60 da Escola Adventista responderão o inventário de
forma descritiva e objetiva cada pergunta com 3 alternativas por ordem de
importância: 1) nada importante 2) pouco importante 3) muito importante
O Inventário de Motivação para a Prática Desportiva será aplicado para 10
crianças alunos da 6ª série 60 da Escola Adventista que frequentam a escolinha de
futsal da escola e outro grupo de 10 alunos que realizavam as aulas de educação
física da mesma turma escolhidos aleatoriamente.
Também será aplicado um questionário com as seguintes perguntas:
1- O que você acha das aulas de educação física com o tema futsal?
2- O que você acha dos treinos da escolinha de futsal?
3- Para você, qual a diferença das aulas de educação física e os treinos da
escolinha de futsal?
4- Você gosta das aulas de educação física?
5- Você gosta dos treinos da escolinha de futsal?
6- Você se sente motivado para as aulas de educação física?
7- Você se sente motivado para os treinos da escolinha de futsal?
8- O que você manteria e o que você mudaria nos treinos da escolinha de
futsal?
9- O que você manteria e o que você mudaria nas aulas de educação física?
1.8 ANÁLISE
Os dados obtidos com o inventário serão quantificados de acordo com a
porcentagem obtida nas suas dimensões apresentadas (competência esportiva,
saúde e socialização), juntando a análise qualitativa do questionário descritivo de
nove perguntas para avaliar a motivação dos alunos para a prática do futsal, tanto
nas aulas de educação física quanto nas aulas/treinos do projeto/escolinha de futsal
da escola.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O futebol tomou tamanha dimensão na vida e no imaginário dos meninos que
é comum ao perguntar numa conversa informal com qualquer criança o que deseja
ser quando crescer receber a resposta: “ser um jogador de futebol”.
Dentro do ambiente escolar, a educação física sempre ao longo de sua
história conviveu com as influências do contexto histórico que se passava, ou seja,
seus objetivos, conteúdos e metodologia aplicadas sofriam essas influências como,
por exemplo, a educação baseada na calistenia, baseada na ginástica sueca muito
usada nas atividades físicas militares.
A educação física é uma disciplina onde cada vez mais os professores estão
preocupados com a melhoria do processo pedagógico no contexto escolar. Os
procedimentos pedagógicos são os mais diversificados e todos complementares,
pois a escola atende a sociedade, e atender a sociedade é lidar com diversos
contextos socioculturais, além das características físicas e desenvolvimentistas que
cada aluno apresenta. A idéia básica é que o professor, ao ensinar futsal na escola,
deve ter conhecimentos sobre os procedimentos de ensino e escolher os mais
adequados para a realidade de sua escola e de cada turma que trabalha.
Desde 1996, aparece no texto da Lei 9394/96, que a Educação Física é um
componente curricular, desta forma alterando a idéia de ser uma simples recreação
ou momento de lazer. A partir dessa mudança da Lei de Diretrizes e Bases a
educação física passa a ser tratada e se afirma como uma área de conhecimento.
Segundo afirmação de Bracht (1999), a educação física passa a incorporar as
discussões pedagógicas nas últimas décadas, muito influenciadas pelas ciências
humanas, principalmente a sociologia e a filosofia da educação.
Palma e Palma (2005), afirmam que a Educação Física contribui no processo
de educação escolarizada para a reflexão dos educandos sobre sua corporeidade,
percebendo-se corpo, corpo possível e em movimento. Ou seja, a Educação Física
traz como foco central de estudo para a educação o sujeito que se movimenta. Não
é qualquer movimento, que já é campo de estudo de outras áreas de conhecimento
presentes na escola. A Educação Física trata de um movimento construído,
elaborado e reelaborado exclusivamente por seres humanos.
18
Imaginar que a aula de educação física é apenas um momento de recreação
é um enorme erro. Por meio de aulas sistematizadas, os alunos podem ter uma base
educativa na sua formação e saúde. Aulas de educação física estruturadas de
maneira correta formam bons cidadãos. Este é o recado do presidente do Conselho
Federal de Educação Física Jorge Steinhilber. Segundo ele, existe bastante
confusão em torno do assunto - aula de Educação Física não é aula de ginástica,
tampouco apenas a prática de esporte. “O objetivo não é dar condicionamento físico.
Não podemos esconder a realidade. No Rio de Janeiro, com 33 graus de
temperatura, como um aluno vai fazer uma atividade e depois assistir a uma aula de
Matemática?”, questiona Steinhilber.
As aulas de Educação Física escolar realmente objetivam o desenvolvimento
pessoal do aluno. Por meio do movimento, são ensinados valores múltiplos que vão
desde o desenvolvimento físico, passando pelo caráter lúdico - através dos jogos e
brincadeiras -, e atingindo até a conscientização de valores morais, como o respeito
e o trabalho em grupo. Porém, questões como saúde, bem estar e outros benefícios
na melhora da qualidade de vida que uma prática esportiva traz as crianças e
adolescentes são deixados de lado em um primeiro plano quando o assunto é
prática do futebol na escola.
Já na preparação de um aluno de uma escolinha de futsal busca-se um
aprimoramento dos fundamentos do jogo, tanto na técnica com bola (passes, dribles,
recepção de bola, desarmes, chutes, defesas, lançamentos) como na técnica sem
bola (sistema de marcação e fundamentos de ataque e defesa).
Menezes (1998) afirma que os dois tópicos compreendem características
comuns: combinações motoras e de movimentos, execução motora sob a pressão
direta e indireta do adversário e diferenças entre as velocidades de execução
possíveis.
Greco e Benda (1998) citados por SAMULSKI (1999) sugerem que o
aprendizado se dê do conhecido ao desconhecido, do fácil ao difícil, do simples ao
complexo, da percepção geral à específica e do desenvolvimento da capacidade de
jogo ao treinamento tático.
Teunissen (1995) destaca que driblar, passar e controlar a bola são os
principais elementos técnicos do Futsal.
Para Bello Jr. (1998) a aplicação dos fundamentos do jogo é traduzida em
formas de treinamentos e jogos. Nos jogos, requerem raciocínio rápido e poder de
19
decisão e nos treinamentos, devem-se buscar gestos comparativos com as ações
aplicadas nos jogos.
Garganta da Silva (1994 apud CORREA e SILVA, 2004) afirma que os
esportes coletivos são atividades ricas em situações de imprevisibilidade,
necessitando de adaptação dos jogadores para resolver determinadas situações. No
decorrer do jogo, surgem tarefas motoras de grande complexidade, cuja resolução
depende das experiências adquiridas anteriormente.
Greco (2002) propõe que o processo de ensino-aprendizagem-treinamento
dos jogos esportivos coletivos aconteça da aprendizagem motora ao treinamento
técnico; e do desenvolvimento da capacidade de jogo ao treinamento tático.
A preparação tática consiste em definir o melhor meio para vencer uma
partida ou atingir o melhor resultado. A condição tática depende diretamente do
condicionamento físico, técnico e intelectual dos atletas. Para Menezes (1998) o
aprimoramento tático é uma consequência direta do desenvolvimento técnico, onde
a precisão dos movimentos só será alcançada após um certo aprimoramento
técnico. A tática a ser utilizada, sobretudo, deve adaptar-se às características dos
atletas e ao sistema tático da equipe adversária.
Apolo (1995) define tática como uma forma organizada de aplicar um sistema
e seus esquemas táticos, com o objetivo de combinar o jogo de ataque e defesa,
conseguindo dominar o adversário e atingir a vitória.
Taticamente, a equipe utiliza um sistema de jogo e um padrão de jogo. Para
Santos Filho (1998), sistema de jogo é a esquematização adotada através do
posicionamento e da movimentação que os atletas assumem dentro da quadra e
todo o sistema ou padrão de jogo adotado tem que estar adaptado às características
e ao potencial de cada atleta.
Entre os sistemas mais utilizados estão o 2x2, o 3x1 e 1x3, o 2x1x1, o 1x2x1,
o 4x0, o 4 em linha e o sistema de 5. Molinuevo (1997) enfatiza que o sistema de
jogo é caracterizado pelos seguintes fatores: ritmo de jogo, condição física, tempo
de jogo, estilo de jogo e forma de interpretar o jogo, a maior ou menor adaptação ao
adversário, o número de jogadores que intervém a realizar as ações ofensivas e
defensivas e o potencial técnico dos atletas.
O padrão de jogo é uma movimentação repetitiva que a equipe executa
dentro de cada sistema quando de posse de bola e, segundo Bello Jr. (1998), visa
20
estabelecer um estágio de equilíbrio na partida e aplicação de futuras jogadas
ensaiadas.
A preparação tática vem evoluindo consideravelmente ao longo dos anos, em
virtude das mudanças constantes de regras e do aperfeiçoamento dos sistemas e
padrões de jogo.
O treinamento realizado para crianças não deve ser igual ao treinamento
realizado para adultos, diferenciando nos objetivos propostos e nas atividades
desenvolvidas.
Filin (1996) afirma que a teoria e a metodologia do desporto devem estar de
acordo com as características de cada faixa etária de crianças e adolescentes. O
treinamento para crianças não deve ser orientado na busca de altos resultados nas
primeiras etapas do processo, principalmente pela pressão psicológica exercida na
criança.
Ainda de acordo com o autor, o processo de treinamento com crianças visa
uma melhor qualidade de saúde, desenvolvimento das qualidades físicas e formação
de hábitos motores, necessidades do dia a dia e atividades laborais. A preparação
precoce gera uma sobrecarga do organismo e não contribui para o seu
desenvolvimento posterior.
Voser (1996) afirma que toda a atividade em forma de recreação é mais
atrativa para a criança, sendo importantes o lúdico e o brincar. A infância é a melhor
fase para a aprendizagem motora, onde devem ser realizadas as ações técnicas,
dentro das etapas de desenvolvimento da criança.
Para Bello Jr. (1998) o Futsal recreativo ou fase de iniciação é o início da
prática desportiva, buscando a adaptação à modalidade esportiva, fazendo com que
adquira o gosto pelo esporte e pratique sob forma de lazer.
Para Benda (1999 apud SAMULSKI, 1999), a fase de iniciação da criança no
esporte deve ser rica em experiências motoras ao invés de estimular a
aprendizagem e especialização da técnica desportiva. A formação do futuro atleta
de sucesso depende da rica base motora durante a infância. A iniciação ao
treinamento desportivo em escolinhas de Futsal ou através de experiências motoras
no dia a dia deve visar o desenvolvimento das habilidades motoras.
Segundo Filin (1996) a etapa de preparação básica é a fase inicial do
treinamento desportivo, tendo como objetivo fazer a iniciação do atleta no esporte,
devendo a atividade ser alegre e prazerosa. Nesta fase não deve haver
21
especialização e a preparação deve ser generalizada. Esta etapa compreende a
idade de 6 a 12 anos.
Para Bello Jr. (1998) o movimento humano na infância constitui a base para a
evolução psicomotora. No Futsal, a aplicação do acervo motor é importante, pois o
atleta necessita de raciocínio rápido e inteiro controle de suas decisões.
Segundo Greco (2002), o aprendizado de uma habilidade esportiva mais
complexa em um adulto é mais simplificado se as experiências vividas na infância
forem ricas, com uma grande variedade de habilidades motoras.
Mosquera e Stobäus (1984) afirmam que o desempenho motriz e as
habilidades físicas desenvolvidas na infância e adolescência preparam o
desenvolvimento na idade adulta. A infância é a base para a vida adulta e para o
desempenho desportivo e competitivo. Através das atividades desenvolvidas na
infância, forma-se a auto-imagem e autoestima, os sentimentos de derrota,
frustração, o saber vencer e competir. A estruturação da personalidade se dá a partir
da
infância
e
serve
como
um
condicionamento
para
outras
idades
e
comportamentos.
Para Filin (1996), na preparação com crianças e adolescentes, o peso
específico do ensino é mais significativo, pela necessidade de assimilar
antecipadamente as técnicas do desporto e a presença de atividades agradáveis
para os atletas, para a formação de hábitos motores. O objetivo principal é o
aprendizado da técnica desportiva com a assimilação de exercícios competitivos e
seu aperfeiçoamento.
Ainda segundo o autor, é importante a adaptação dos sistemas de
preparação, a individualidade biológica do atleta e as particularidades da idade,
porém o alcance de altos resultados em idade infantil ou juvenil não garante que o
atleta atingirá grandes resultados no futuro. O trabalho a ser desenvolvido deve ser
em longo prazo, adequando-se o tipo de treinamento à idade do atleta.
De acordo com Voser (1996) os fundamentos técnicos (passe, chute,
condução de bola, marcação, recepção de bola, drible) podem ser desenvolvidos
para as crianças através de atividades recreativas. Estas atividades podem ser
desenvolvidas em qualquer faixa etária, adequando-se de acordo com o nível do
grupo. Aumenta o aprendizado, a motivação e a participação da criança e auxilia nos
processos de socialização, desinibição e integração do grupo.
22
Rego Barros (1985 apud Bello Jr., 1998) divide a aprendizagem do jogo em
diferentes níveis: recreativos, pré-desportivos e desportivos. Os jogos recreativos
dividem-se em preliminares e preparatórios. As atividades preliminares são correr,
saltar, lançar, arremessar e os preparatórios são atividades lúdicas, pequenos e
grandes jogos, atividades ritmadas. Os jogos pré-desportivos utilizam jogos
introduzindo os fundamentos dos esportes, processo educacional e habilidades
motoras com correção dos gestos. Os jogos desportivos são jogos competitivos com
regras
pré-estabelecidas,
exigência
na
aplicação
das
técnicas
e
pleno
desenvolvimento da tática.
Com o desenvolvimento e a divulgação do Futsal, a tendência é que a fase de
iniciação cada vez seja feita mais precocemente. Tani (1987) citado por SAMULSKI
(1999) relaciona a super estimulação de pais em competições, buscando a
performance
na
criança
e
auto-satisfação
nos pais,
o
que
contraria
o
desenvolvimento motor da criança.
Gomes (2000) afirma que a criança dos 4 aos 12 anos não está preparada
psicologicamente para enfrentar competições e ser cobrada em demasia pela vitória
por parte de pais, técnicos e torcedores.
A existência de campeonatos nas categorias menores faz com que o período
de especialização comece muito cedo, com a realização de competições a partir da
categoria iniciação (7 anos).
Apolo (1995) afirma que a criança com idade entre 4 e 12 anos tem um
mundo próprio, possuindo comportamentos diferenciados de acordo com seu
crescimento. O desenvolvimento dos aspectos físicos, técnicos e táticos acontece
nesta fase, porém respeitando-se as capacidades da criança em absorver tais
ensinamentos. Quanto maior o número de experiências motoras vividas, maiores
serão as respostas quando o acervo motor estiver totalmente formado por volta dos
12 anos.
A pressão que os pais exercem na criança, seja por tentar satisfazer seus
próprios desejos de infância ou de projetar em seu filho um futuro promissor dentro
do esporte pode interferir no desenvolvimento motor e emocional do atleta. A
participação em campeonatos oficiais de grande importância (para os adultos) e a
necessidade permanente de vitória interfere no desenvolvimento psicológico da
criança, fazendo com que a criança abandone o esporte na adolescência por
“saturação”, quando na realidade deveria estar começando a competir. Segundo
23
dados obtidos na Federação Gaúcha de Futebol de Salão, o maior índice de
abandono no esporte acontece na adolescência – categoria infanto-juvenil.
Bello Jr. (1998) divide o Futsal em recreativo, educativo e competitivo, de
acordo com suas aplicações práticas e formações básicas, pelas diferentes etapas
da vida esportiva. O Futsal educativo e competitivo, na realidade do Rio Grande do
Sul, de acordo com seu sistema de competições, corresponde à fase de
especialização, sendo que no Futsal educativo deve-se fazer a iniciação dos
movimentos básicos e fundamentos da modalidade. O aprendizado refere-se a
fundamentos técnicos e a preparação psicológica para enfrentar a questão vitória e
derrota. O Futsal competitivo consta de um treinamento físico, técnico, tático e
psicológico buscando a formação de atletas de alto nível.
Na fase de especialização, Filin (1996) considera a etapa de aprofundamento
específico e a etapa de aperfeiçoamento desportivo. Na etapa de aprofundamento
específico, o peso da preparação específica deve aumentar constantemente, no
volume geral de preparação e na atuação em competições, havendo um
aperfeiçoamento dos fundamentos técnicos e táticos do jogo. O objetivo principal é
desenvolver as qualidades físicas, técnicas e táticas do Futsal.
Esta etapa
compreende a idade de 13 a 16 anos.
Wrisberg et al. (1992 apud BECKER JR; SAMULSKI, 1998) afirmam que o
atleta competitivo em alto nível tem uma pressão do ambiente muito grande na
execução de determinado lance, sendo que esta pressão pode interferir no seu
desenvolvimento, levando-o ao sucesso ou fracasso. O impacto desta influência na
fase de iniciação ou na fase de especialização (especialização inicial) é muito maior
que nas fases de especialização (aperfeiçoamento esportivo) e profissionalização,
pois segundo Gomes (2000) a criança que está no processo de aprendizagem inicial
não tem a capacidade psicológica de suportar a pressão da competição, da torcida e
a cobrança de pais e treinadores sobre uma melhor performance.
Bronfenbrenner (1996) afirma que o ambiente influencia em muito o
comportamento e o desenvolvimento dos indivíduos nas situações em que está
inserido.
Vários são os aspectos ambientais que podem interferir no desempenho do
atleta, tais como, torcida, vitória, derrota, interesse e motivação pela prática do
esporte.
24
Os aplausos e incentivos ou vaias e críticas dos torcedores para os atletas
são comuns no esporte competitivo, especialmente nos esportes mais populares
como o futebol e o Futsal.
Mosquera e Stobäus (1984) afirmam que o interesse do público de esportes
populares é adotar um comportamento que procure reforçar a equipe, participando
do próprio jogo e manifestando-se através de palavras ou ações. Nos esportes mais
populares, há maior influência de gestos e palavras do que de atitudes.
Ainda de acordo como o autor, a ação da torcida depende da situação da
equipe na competição e do grau de importância da partida, sendo natural a reação
maior em jogos decisivos.
Assim como há um incentivo dos torcedores, também há cobrança quanto a
resultados, principalmente devido ao interesse que o Futsal desperta nos principais
centros. Mosquera e Stobäus (1984) considera que nos esportes mais populares,
caso do Futsal, há uma maior valorização do resultado (perda ou ganho) em
detrimento da performance ou desempenho técnico.
Singer (1977) afirma que a influência da torcida no atleta no estágio inicial de
aprendizagem é prejudicial, mas em níveis mais altos de habilidade, a pressão da
torcida é favorável ou sem efeito aparente. Os atletas habilidosos e de alto nível
possuem um desempenho mais estável e consistente. Isto deve-se a um estado
emocional que permite enfrentar situações favoráveis ou desfavoráveis.
A pressão pela vitória e o desejo de vencer são pontos importantes no
esporte competitivo. Para Mosquera e Stobäus (1984), nos atletas profissionais há
uma preparação maior para a vitória, não existindo preparação psicológica eficiente
para a derrota.
Samulski (1999) afirma que os treinadores devem minimizar a pressão por
resultados nas fases iniciais e intermediárias de aprendizagem, para impedir que a
pressão pelos resultados seja um fator de desequilíbrio do atleta no seu
desenvolvimento.
Singer (1977) considera que a aproximação do treinador aos atletas, nas
vitórias e derrotas, tem grande influência no desenvolvimento mental de
adolescentes, permitindo que os atletas tenham melhores condições de absorver os
resultados. Ainda de acordo com o autor, a ação de treinadores cobrando resultados
e em muitas situações de jogo, motivando os atletas a atingir a melhor performance
pode influenciar positiva ou negativamente no resultado. Em jogadores de futebol,
25
há uma maior valorização do ganhar a qualquer custo em detrimento de outros
valores éticos. O mais importante em um esporte competitivo e de excessivas
cobranças e pressão por resultados por parte de técnicos e dirigentes é o vencer.
O Futsal é um esporte atraente pela participação ativa dos participantes no
jogo com a maior possibilidade de tocar na bola, a ocorrência de muitos gols, a
facilidade de local para a prática, o número pequeno de atletas em relação ao
futebol e por ser prazeroso aos praticantes.
Durante as fases de desenvolvimento do atleta no Futsal, há uma mudança
no interesse pelo esporte, variando de acordo com a idade do atleta e com o nível
de aspiração, à medida que o atleta atinge a adolescência e define se realmente
quer continuar uma carreira esportiva, dependendo basicamente de sua motivação
para a atividade competitiva.
Mosquera e Stobäus (1984) relatam que em uma pesquisa nos Estados
Unidos com atletas preparados para o desempenho desportivo e que visava saber o
interesse dos atletas pelo esporte, resultou em três características: em primeiro
lugar, há um envolvimento pessoal e uma necessidade de afirmação através de um
ídolo ou técnico; em segundo lugar, o interesse econômico ou social e em terceiro
lugar, o nível de aspiração, visando auto-realização e satisfação pessoal na
atividade.
Para Bloom (1985 apud SAMULSKI, 1999) a paixão pelo esporte, a motivação
e o comprometimento são vitais no período intermediário de aprendizagem.
O
respeito pela idade do atleta e a sua capacidade de absorver o treinamento também
são fatores importantes para que o atleta demonstre interesse no esporte.
Maggil (1984 apud PAIM, 2001) afirma que a motivação é a intenção ou
impulso que leva a pessoa a executar algo e Cratty (1983 apud PAIM, 2001), afirma
que a motivação em um dos elementos centrais para a execução bem-sucedida das
atividades.
26
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA ESPORTIVA
Seguem os resultados obtidos no Inventário de Motivação para a prática
esportiva de Gaya e Cardoso (1998), apresentados em tabelas e gráficos.
Tabela 1 - Para vencer
Alunos aula de
Alunos da escolinha/projeto
E.F. da escola
de futsal da escola
Nada importante
20%
0%
Pouco importante
50%
20%
Muito importante
30%
80%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
80%
80%
70%
50%
60%
50%
30%
40%
20%
20%
30%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 1 - Para vencer
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 2 – Para exercitar-se
Alunos aula de
Alunos da escolinha/projeto
E.F. da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
10%
Pouco importante
10%
10%
Muito importante
90%
80%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
27
90%
80%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10%
10%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 2 - Para exercitar-se
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 3 – Para brincar
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
10%
80%
Pouco importante
60%
20%
Muito importante
30%
0%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
80%
80%
60%
70%
60%
50%
30%
40%
20%
30%
20%
10%
0%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Figura 3 - Para brincar
Fonte: Dados da pesquisa
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
28
Tabela 4 - Para ser o melhor no esporte
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
40%
0%
Pouco importante
50%
20%
Muito importante
10%
80%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
80%
80%
70%
50%
60%
40%
50%
40%
20%
30%
10%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 4 - Para ser o melhor no esporte
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 5 - Para manter a saúde
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
10%
10%
Muito importante
90%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
29
90%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10%
0%
90%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 5 - Para manter a saúde
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 6 - Porque eu gosto
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola:
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
10%
0%
Muito importante
90%
100%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
100%
90%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10%
0%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Figura 6 – Porque eu gosto
Fonte: Dados da pesquisa
0%
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
30
Tabela 7 - Para encontrar os amigos
Alunos aula de
Alunos da escolinha/projeto
E.F. da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
10%
Pouco importante
30%
40%
Muito importante
70%
50%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
70%
80%
70%
50%
60%
40%
50%
30%
40%
30%
10%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 7 – Para encontrar os amigos
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 8 - Para competir
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
70%
10%
Pouco importante
10%
30%
Muito importante
20%
60%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
31
70%
80%
60%
70%
60%
50%
30%
40%
20%
30%
10%
20%
10%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 8 – Para competir
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 9 – Para ser um atleta
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
30%
0%
Pouco importante
90%
10%
Muito importante
10%
90%
90%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
30%
10%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Figura 9 – Para ser um atleta
Fonte: Dados da pesquisa
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
32
Tabela 10 - Para desenvolver a musculatura
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
10%
0%
Pouco importante
30%
10%
Muito importante
60%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
90%
90%
80%
60%
70%
60%
50%
30%
40%
30%
10%
10%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 10 – Para desenvolver a musculatura
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 11 – Para ter bom aspecto
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
30%
30%
Muito importante
70%
70%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
33
70%
70%
80%
70%
60%
50%
30%
40%
30%
30%
20%
0%
10%
0%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 11 – Para ter bom aspecto
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 12 – Para me divertir
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
0%
10%
Muito importante
100%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
100%
90%
100%
80%
60%
40%
10%
20%
0%
0%
0%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Figura 12 – Para me divertir
Fonte: Dados da pesquisa
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
34
Tabela 13 - Para fazer novos amigos
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
20%
30%
Muito importante
80%
70%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
80%
70%
80%
70%
60%
50%
30%
40%
20%
30%
20%
0%
10%
0%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 13 – Para fazer novos amigos
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 14 - Para manter o corpo em forma
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
0%
Pouco importante
10%
0%
Muito importante
90%
100%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
35
100%
90%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
10%
0%
0%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 14 – Para manter o corpo em forma
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 15 - Para desenvolver habilidades
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
10%
0%
Pouco importante
30%
10%
Muito importante
60%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
90%
90%
80%
60%
70%
60%
50%
30%
40%
30%
20%
10%
10%
0%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Pouco importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 15 – Para desenvolver habilidades
Fonte: Dados da pesquisa
Muito importante
36
Tabela 16 - Para aprender novos esportes
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
0%
40%
Pouco importante
20%
50%
Muito importante
80%
10%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
80%
80%
70%
50%
60%
40%
50%
40%
20%
30%
10%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 16 – Para aprender novos esportes
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 17 - Para ser jogador quando crescer
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
50%
0%
Pouco importante
40%
10%
Muito importante
10%
90%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
37
90%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
50%
40%
10%
10%
0%
Nada importante
Pouco importante
Alunos aula de E.F. da escola
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 17 – Para ser jogador quando crescer
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 18 - Para emagrecer
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
10%
20%
Pouco importante
30%
40%
Muito importante
60%
40%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
60%
70%
60%
40%
50%
30%
40%
20%
30%
20%
40%
10%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Figura 18 – Para emagrecer
Fonte: Dados da pesquisa
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
38
Tabela 19 - Para não ficar em casa
Alunos aula de E.F.
Alunos da escolinha/projeto
da escola
de futsal da escola
Nada importante
20%
0%
Pouco importante
70%
40%
Muito importante
10%
60%
Opção de escolha
Fonte: Dados da pesquisa
70%
80%
60%
70%
60%
40%
50%
40%
20%
30%
10%
20%
0%
10%
0%
Nada importante
Alunos aula de E.F. da escola
Pouco importante
Muito importante
Alunos da escolinha/projeto de futsal da escola
Figura 19 – Para não ficar em casa
Fonte: Dados da pesquisa
3.2 QUESTIONÁRIO
Respostas obtidas no questionário descritivo aplicado:
Tabela 20 - As aulas de educação física com o tema futsal
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Ótimas/boas
05
Legais/divertidas
02
Depende do conteúdo da aula
02
Chatas/cansativas
01
*responderam somente alunos que não frequentam o projeto/escolinha
Fonte: Dados da pesquisa
39
Tabela 21- Os treinos da escolinha de futsal
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Ótimos/bons
04
Traz coisas novas para aprendizagem do futsal
01
Melhor que as aulas de educação física
02
Preparam para ser jogador de futebol quando adulto
03
*responderam somente alunos que frequentam o projeto/escolinha
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 22 - Diferença das aulas de educação física e os treinos da escolinha de
futsal
Respostas/situações encontradas
Treinos preparam para ser jogador quando adulto e as aulas são para
N° de Alunos
06
diversão
Treinos preparam para ganhar jogos nos campeonatos e as aulas são para
12
diversão e aprender as regras
São a mesma coisa ou idênticas
02
* todos alunos responderam
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 23 - Gosta pelas aulas de educação física
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Sim
06
Não
01
Depende se é teórica ou prática
01
Somente quando é futebol
02
*responderam somente os alunos que não frequentam a escolinha
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 24 - Gosto pelos treinos da escolinha de futsal
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Sim
03
Sim, quando é jogo/coletivo
03
Não, quando é treino físico ou técnico
02
Poderiam melhorar
02
*responderam somente alunos que frequentam a escolinha de futsal
Fonte: Dados da pesquisa
40
Tabela 25 - Motivação para as aulas de educação física
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Sim, gosto e/ou divirto-me
05
Não, faço por ser obrigatório
01
Sim, faz bem para minha saúde
02
Não, preferia não participar das aulas
02
*responderam somente alunos que não frequentaram a escolinha
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 26 – Motivação para os treinos da escolinha de futsal
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Sim, quero ser jogador
04
Sim, gosto de competir
02
Sim, aprendo bastante sobre o futsal
01
Sim, meu esporte preferido é o futebol
03
*responderam somente os alunos da escolinha de futsal
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 27 - O que manter e o que mudar nas aulas de educação física
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Tiraria as meninas das aulas praticas
01
Gostaria de mais aulas durante a semana
02
Tiraria aulas teóricas
01
Faria aulas só no ginásio e não no pátio
01
Trocaria de professor
01
Deixar de ser obrigatório praticar a aula
01
Faria as aulas no turno inverso
01
Faria mais torneios interséries
02
*responderam somente alunos que não frequentam a escolinha de futsal
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 28 - O que manter ou mudar nos treinos da escolinha de futsal
Respostas/situações encontradas
N° de Alunos
Mais horários de treinos
03
Participar do campeonato estadual
01
Treinamento maior que uma (1) hora como é atualmente
01
Ter treino de goleiros
01
Melhorar a qualidade do material de treino (bolas, cones, coletes)
01
Mais jogos amistosos
03
*responderam somente os alunos que frequentam a escolinha de futsal
Fonte: Dados da pesquisa
41
De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que os alunos que
frequentam o projeto/escolinha de futsal dão muita importância a questões ligadas
com a Competência Desportiva, enquanto os alunos entrevistados que praticam
somente as aulas de educação física da escola dão mais importância a questões
relacionadas com a saúde, amizade e lazer.
Essa diferença de motivação verificada no Inventário de Motivação para a
Prática Desportiva de Gaya e Cardoso (1998) e na aplicação do questionário
descritivo se explica de acordo com os dados obtidos na pesquisa pelo fato de os
alunos frequentadores do projeto/escolinha de futsal da Escola Adventista buscam o
sonho de tornarem-se jogadores profissionais quando adultos e treinam buscando
resultados em jogos contra outras equipes e outras escolas.
Não foi constatado uma grande diferença nas dimensões relacionadas a
saúde com amizade e lazer entre os alunos frequentadores do projeto/escolinha de
futsal.
Já os alunos das aulas de educação física entrevistados mostraram um
equilíbrio nos resultados obtidos no que diz respeito às dimensões Saúde; Amizade
e Lazer do Inventário de Motivação para a Prática Desportiva de Gaya e Cardoso, e
nas respostas do questionário descritivo, dando grande importância para questões
como manter a saúde, gostar das aulas, emagrecer e encontrar os amigos. Notou-se
fortemente também, que questões como ser atleta quando crescer, vencer e ser o
melhor, não são fatores motivacionais principais mas ainda assim estão presentes,
embora em menor porcentagem, para a prática do futsal durante as aulas de
educação física.
42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao buscar identificar os fatores que motivam a prática do futsal nas aulas de
educação física e nos treinos do projeto/escolinha de futsal da Escola Adventista da
cidade de Pelotas-RS, obtive dados relevantes para minha formação e melhor
entendimento da importância que o futebol/futsal exerce nos meninos. Saber lidar
com o sonho de virar um jogador de futebol conhecido e bem sucedido aliado a
competitividade fortemente presente na idade dos alunos estudados é um desafio
muito grande para os professores no período atual, tanto nas aulas de educação
física quanto em treinos de escolinhas desportivas e projetos sociais.
O futsal enquanto modalidade possui grande importância para a formação
cultural, social e corporal dos alunos seja em escolas ou em escolinhas, porém, os
professores devem ficar muito atentos para que essa prática consiga possibilitar o
encontro do trabalho corpo e mente dos alunos junto do prazer esperado pelos
mesmos durante essa prática, visto que estamos tratando do esporte mais popular e
praticado em nosso país.
Fatores extrínsecos também podem afetar os resultados obtidos, como por
exemplo, a mídia. Hoje, o acesso as mídias como televisão e internet contribuem
nas dimensões aferidas no Inventário de Motivação para a Prática Desportiva de
Gaya e Cardoso (1998), canais e sites especializados em esportes de rendimento e
cultura e lazer podem afetar a motivação principalmente nas dimensões de
Competência Desportiva e Saúde.
Acredito que a partir desta pesquisa, abro um amplo campo a ser pesquisado
pensando na continuação e especialização de meus estudos na área da educação
física.
43
REFERÊNCIAS
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esporte. Novo Hamburgo: Feevale, 1998.
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naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
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futebol de salão. Rio Claro: Revista Motriz, v.10, n.2, p.79-88, mai./ago. 2004.
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Disponível em: <http://www.ferreti.com.br>. Acesso em: 12 set. 2012.
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enfoque no Ensino Médio. Disponível em <http://www.eefe.ufscar.br/pdf/fabiana.pdf>.
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suas relações com o sexo, idade e níveis de desempenho desportivo. Perfil,
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GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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<http://www.futsalbrasil.com.br>.Acesso em: 28 ago. 2012.
44
GRECO, P. J. . O ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes coletivos: uma
análise inter e transdiciplinar. In: Emerson Silami Garcia; Kátia Lúcia Moreira Lemos.
(Org.). Temas Atuais VII Educação Física e Esportes. Belo Horizonte: Health,
2002, v. 7, p. 53-58.
LORENZI, G.; VOSER, R. C. e HERNANDEZ, J. A. E. A Motivação para a prática
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MENEZES, M. F. Futsal – aprimoramento técnico e tático. Rio de Janeiro: Sprint,
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VOSER, R. C. Iniciação ao Futsal: abordagem recreativa. Canoas: Ulbra, 1996.
______. Análise das intervenções pedagógicas em programas de iniciação ao
Futsal. Pelotas: RC Voser, 1999.
45
APÊNDICES
46
Apêndice A - Inventário de motivação para a prática esportiva de Gaya e Cardoso
(1998)
Aluno: X
Idade: _ _
( ) Aula de educação física
( ) Escolinha de Futsal
Você pratica futsal para:
01. Para vencer
1
2
3
02. Para exercitar-se
1
2
3
03. Para brincar
1
2
3
04. Para ser o melhor no esporte
1
2
3
05. Para manter a saúde
1
2
3
06. Porque em gosto
1
2
3
07. Para encontrar os amigos
1
2
3
08. Para competir
1
2
3
09. Para ser um atleta
1
2
3
10. Para desenvolver a musculatura
1
2
3
11. Para ter bom aspecto
1
2
3
12. Para me divertir
1
2
3
13. Para fazer novos amigos
1
2
3
14. Para manter o corpo em forma
1
2
3
15. Para desenvolver habilidades
1
2
3
16. Para aprender novos esportes
1
2
3
17. Para ser jogador quando crescer
1
2
3
18. Para emagrecer
1
2
3
19. Para não ficar em casa
1
2
3
(1) nada importante
(2) pouco importante
(3) muito importante
47
Apêndice B - Questionário
Aluno: X
Idade: __
( ) Aluno aula de educação física
( ) Aluno escolinha de futsal
1- O que você acha das aulas de educação física com o tema futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
2- O que você acha dos treinos da escolinha de futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
3- Para você, qual a diferença das aulas de educação física e os treinos da escolinha de
futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
4- Você gosta das aulas de educação física?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
5- Você gosta dos treinos da escolinha de futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
6- Você se sente motivado para as aulas de educação física?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
7- Você se sente motivado para os treinos da escolinha de futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
8- O que você manteria e o que você mudaria nos treinos da escolinha de futsal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
9- O que você manteria e o que você mudaria nas aulas de educação física?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________
Muito obrigado pela sua contribuição!
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TCC - MARCOS MORAES