DETERMINAÇÃO DE ETANOL EM SANGUE POR HEADSPACE/
CROMATOGRAFIA GASOSA/DIC
AMOSTRA: Sangue
A colheita deve ser efetuada por punção venosa, após a assepsia da pele por
meio de um desinfetante que não contenha substância redutora (não usar álcool).
Segundo BRADFORD, o uso do HgCl2 (sol. 1:10.000) para desinfetar a pele não
permite o desenvolvimento do etanol. Quando acondicionada no frasco de headspace
lacrado, pode-se deixar no freezer por no máximo 15 dias.
O anticoagulante/conservante a ser usado é o fluoreto de sódio ou a sol. de
citrato (40g de citrato de sódio e 0,8g de HgCl2 para 1 litro de água destilada).
Amostras post-mortem: 10 mg fluoreto/mL de sangue.
MATERIAL:
- solução padrão de etanol: sol. padrão estoque Sigma, a 10,1% (ampolas de 1 mL,
v/v, o que equivale a 79,285 g/L considerando a densidade de 0,785; conservação a
temperatura ambiente enquanto fechadas) e preparo de soluções de uso, em água
destilada, para a curva de calibração, construída com concentrações entre 0,2 a 4,0 g
de etanol por L de sangue.;
- solução de n-butanol (99,5%) a 1,0 g/L (padrão interno). Esta solução pode ser
armazenada em geladeira por até 20 dias.
- pipeta automática e ponteiras
- frasco tipo penicilina com tampa de borracha e lacre de alumínio com orifício central
(ou qualquer outro frasco próprio para headspeace)
- seringa de plástico tipo insulina (ou tipo gas-tight)
- estufa regulada para temperatura constante de 80oC
- cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama (DIC), coluna tipo Carbowax,
de 30m x 0,53 mm, 4 µm de filme.
Condições no CG 1000: TC: 120oC; TV: 150oC; TD: 180oC; fluxo N2 (arraste): 8,0
mL/min; Pressão H2: 1,0 bar; Ar sintético: 1,0 bar; N2 (auxiliar): 1,0 bar.
- alicate recravador
- cronômetro
- suporte de plástico
TÉCNICA:
Colocar no frasco apropriado 0,5 mL de solução de butanol 1,0 g/L.
Adicionar 0,5 mL da amostra (sangue total), lavando a ponteira nessa solução e ao
mesmo tempo homogeneizando a mistura.
Fechar com a tampa de borracha e lacrar com o lacre de alumínio.
Aquecer o frasco devidamente fechado em estufa durante 10 minutos, na
temperatura de 80oC (a amostra deve ficar na estufa até adquirir o aspecto marron
achocolatado).
Retirar o frasco, introduzir a agulha na tampa de borracha, e aspirar 0,1 mL do
vapor, injetando rapidamente no cromatógrafo.
Obs: A seringa deve ser mantida ligeiramente aquecida (45oC) com auxílio de uma
segunda estufa para evitar a condensação de vapores.
Calcular a concentração de etanol presente na amostra com o auxílio de uma curva de
calibração, construída a partir de soluções padrão adicionadas em sangue isento de
álcool e submetidas à técnica descrita acima.
INTERPRETAÇÃO
Segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran/Detran) a concentração
máxima permitida de etanol no sangue para condução de veículos é de 0,2 g/L (infração
gravíssima, multa e suspensão do direito de dirigir se ultrapassado este valor.
O significado clínico da alcoolemia, segundo Dubowski (1977) é:
ALCOOLEMIA (g/L) ESTÁGIO
0,1 a 0,5
Sobriedade
0,3 a 1,2
Euforia
SINAIS CLÍNICOS E SINTOMAS
Nenhuma influência aparente; testes especiais
revelam pequenos transtornos clínicos
Suave euforia; sociabilidade; decréscimo das
inibições; diminuição da atenção, julgamento e
controle; perda da eficiência em testes especiais
0,9 a 2,5
Excitação Instabilidade emocional; decréscimo da inibição;
perda do julgamento crítico; enfraquecimento da
memória e da compreensão; decréscimo da resposta
sensitiva; alguma incoordenação muscular
1,8 a 3,0
Confusão Desorientação; confusão mental e vertigens; estado
emocional exagerado (medo, aborrecimentos,
aflição); distúrbio da sensação e da percepção às
cores, formas, movimentos e dimensões; debilidade
no equilíbrio; incoordenação muscular; vacilação no
modo de andar e dificuldade na fala
2,7 a 4,0
Estupor
Apatia; inércia geral, diminuição marcada das
respostas aos estímulos; marcada incoordenação
muscular com instabilidade para suportar o andar;
vômitos; incontinência de urina e fezes; debilidade
da consciência
3,5 a 5,0
Coma
Completa inconsciência; coma; anestesia; debilidade
e abolição dos reflexos; incontinência de urina e
fezes; dificuldades circulatórias e respiratórias;
morte possível
> 4,5
Morte
Parada respiratória
BIBLIOGRAFIA
Corrêa,C.L. – Validação da urina para análise toxicológica de etanol em programas de
controle e prevenção do uso de álcool e drogas no local de trabalho. (Dissertação de
Mestrado, 1997).
DETRAN. Código Brasileiro de Trânsito, lei 9.503, de 23/09/1997.
Dubowski, K.M. Manual for analysis of ethanol in biological liquids. U.S. Department
of Transportation, Whashington: USDT, 1977.
Lima, I.V. e Mídio, A.F. Origin of blood ethanol in decomposed bodies. Forensic
Science International, v. 106, p. 157-162, 1999.
Machia, T. et al. Ethanol in biological fluids: headspace/GC measurement. Journal of
Analytical Toxicology, v. 19, p. 241-246, 1995.
Download

Determinação de Etanol em Sangue por Headspace em - Unifal-MG