UNEMAT ENGENHARIA CIVIL TOPOGRAFIA Prof. ELIENE ZAMBONI 13/MAIO / 2013 MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS HORIZONTAIS Direto – percorrendo a linha PROBLEMAS TRENA Direto – com aparelhos especiais Indireto – emprego da trigonometria MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS PLANIMÉTRICOS 1. Caminhamento; 2. Bússola; 3. Interseção; 4. Trena; 5. Irradiação. 1 LEVANTAMENTO POR CAMINHAMENTO Introdução • O levantamento por caminhamento consiste em se percorrer o contorno de um polígono, saindo de um ponto inicial e retornando a ele, medindo-se os ângulos e as distâncias dos lados que compõem tal polígono (GODOY, 1988). • É o levantamento planimétrico é mais utilizado na prática, principalmente para áreas relativamente grandes e acidentais (BRADALIZE, 2009), porém adapta-se muito bem também às áreas menores (GODOY, 1988). • Durante o caminhamento, os ângulos horizontais podem ser medidos por dois processos (deflexões ou ângulos internos) sendo o mais usual por deflexões (GARCIA & PIEDADE, 1984). • As distâncias normalmente são obtidas indiretamente por estadimetria. • Toda vez que a poligonal não coincidir com o perímetro, será necessário referenciar os pontos deste aos vértices da poligonal. São as chamadas “amarrações” e feitas por métodos auxiliares, o mesmo ocorrendo quando no interior da área existam detalhes que devam constar da planta (casas, lagos, divisões internas, etc.) (GODOY, 1988). • Para desenvolver este tipo de levantamento são necessárias três pessoas (GARCIA & PIEDADE, 1984). • O levantamento por caminhamento também será aqui dividido em duas etapas: a primeira, o trabalho de campo e a segunda será o trabalho de escritório (GODOY, 1988). Trabalho de campo • Reconhecimento do Terreno: durante esta fase, costuma-se fazer a implantação dos piquetes para a delimitação da superfície a ser levantada. A figura geométrica gerada a partir desta delimitação recebe o nome de POLIGONAL. • Levantamento da Poligonal: durante esta fase, percorre-se as estações da poligonal, uma a uma, no sentido horário, medindo-se ângulos e distâncias horizontais. • O balizeiro de vante tem função importante, pois além de segurar a baliza e também a mira, caberá a ele decidir a localização dos pontos que formarão o polígono, isto é, pontos onde obrigatóriamente o aparelho será estacionado. Estes pontos deverão ser escolhidos de forma que permitam estacionar o teodolito e que haja boa visibilidade para as visadas (GODOY, 1988). • Levantamento dos detalhes: nesta fase, costuma-se empregar o método das perpendiculares ou da triangulação (quando o dispositivo utilizado para amarração é trena), ou ainda, o método da irradiação (quando o dispositivo é o teodolito ou a estação total). • Medição de ângulos e distâncias: Para efetuar a medição, o operador deve cravar um piquete no ponto (MP), estacionar o teodolito sobre esse ponto, ao mesmo tempo crava outro piquete no ponto 1, escolhido pelo balizeiro de vante para ser outro vértice da poligonal. Então o balizeiro de vante apruma a baliza no ponto 1 e o operador visa o pé da baliza em 1. Lê para esse primeiro alinhamento o azimute lido na bússola e o azimute calculado no círculo graduado. • A seguir o balizeiro de vante apruma no mesmo ponto a mira graduada para ler os retículos e o ângulo de inclinação da luneta, para avaliar a distância horizontal entre os dois pontos. Para medidas indiretas usa-se a fórmula: • DH= 100.H.cos².α • Os ângulos dos outros alinhamentos podem ser obtidos por deflexões (GARCIA & PIEDADE, 1984). Trabalho de escritório • Computação dos dados: terminadas as operações de campo, deve-se proceder à computação, em escritório, dos dados obtidos (NEIRO, 2009). Com os dados provenientes do campo irá ser confeccionada a planilha correspondente. Assim, as medidas serão transformadas, permitindo a determinação dos erros angular e linear de fechamento e juntamente com as amarrações obtém-se o desenho da planta e finalmente o cálculo da área (GODOY, 1988). • Erro angular de fechamento: Este tipo de erro acidental é uma das formas de avaliar a precisão do levantamento topográfico (GODOY, 1988). O erro angular de fechamento é um erro acidental e poderá ser determinado pelas deflexões, ou por diferença entre azimutes calculados. A diferença entre soma das deflexões à direita e a soma das deflexões à esquerda corresponde ao erro angular, podendo ser para mais ou para menos (NEIRO, 2009). • Limite de tolerância: O erro angular de fechamento encontrado ao final do levantamento será confrontado com o erro máximo permissível, que será função do número de estações ou vértices do polígono. • Muitos autores afirmam que o limite de tolerância deverá ser igual a √N ou até o dobro desse valor, sendo N o numero de estações do aparelho usadas no levantamento e o erro será expresso em minutos (GODOY, 1988). • Pode ser feita a compensação desse erro, desde que esteja dentro dos limites toleráveis, costuma-se compensar adicionando ou retirando o total do erro do último alinhamento, no penúltimo o total menos um minuto e assim por diante (GARCIA & PIEDADE, 1984). • Erro linear de fechamento: Para a determinação do erro linear, será necessário a transformação dos dados em coordenadas, trabalhando-se com um sistema de eixos ortogonais. São as chamadas coordenadas cartesianas. Os eixos coordenados são constituídos de um meridiano de referência que pode ser verdadeiro, magnético ou assumido, chamado de eixo das coordenadas ou eixo dos “Y”, dando a direção N-S e um paralelo de referência, situado perpendicularmente ao meridiano, dando a direção EW e chamado de eixo das abscissas ou eixo dos “X”. • A soma das longitudes parciais este (E) deverá ser igual a soma das longitudes parciais oeste (W), o mesmo ocorrendo para as latitudes, onde deverão ser iguais as somas norte (N) e sul (S). O erro linear é proveniente das imprecisões de leituras da mira e também pelos erros nas leituras dos ângulos. • Limite de tolerância: Na prática, pode-se estabelecer os limites para o erro linear de fechamento como sendo: • 1/1000 = índice de um bom trabalho e; • 2/1000 = índice de um trabalho aceitável. • Assim para cada 1000 metros de perímetro, tolera-se um erro de um ou dois metros (GODOY, 1988). • Desenho da Planta e Redação do Memorial Descritivo: depois de determinadas as coordenadas (X,Y) dos pontos medidos, procede-se a confecção do desenho da planta da seguinte forma: • a) Desenho Topográfico: os vértices da poligonal e os pontos de referencia mais importantes devem ser plotados segundo suas coordenadas (eixos X e Y), enquanto os pontos de detalhes comuns (feições) devem ser plotados com o auxilio de escalímetro, compasso e transferidor (para desenhos confeccionados manualmente). • No desenho devem constar: • - as feições naturais e/ou artificiais (representados através de símbolos padronizados ou convenções) e sua respectiva toponímia; • - a orientação verdadeira ou magnética; • - a data do levantamento; • - a escala gráfica e numérica; • - a legenda e convenções utilizadas; • - o título (do trabalho); • - o número dos vértices, distâncias e azimute dos alinhamentos; • - os eixos de coordenadas; • - área e perímetro; • - os responsáveis pela execução; • O desenho deve ser: • • • • - monocromático: todo em tinta preta. - policromático: Azul: hidrografia; Vermelho: edificações, estradas, ruas, calçadas, caminhos; • Verde: vegetação; • Preto: legenda, toponímia e malha; • b) Escala: a escolha da escala da planta se dá em função do tamanho da folha de papel a ser utilizado, do afastamento dos eixos coordenados, das folgas ou margens e da precisão requerida para o trabalho. • c) Memorial Descritivo: é um documento indispensável para o registro, em cartório, da superfície levantada. Deve conter a descrição pormenorizada desta superfície no que diz respeito à sua localização, confrontantes, área, perímetro, nome do proprietário, etc. (NEIRO, 2009). 2 BÚSSOLA Introdução •Como surgiu? •Quem foram os inventores da bússola? •Qual foi o principal uso da bússola?? Levantamento topográfico à bússola •O que é? •Como é feito? •Tipos de bússola Trabalho de Campo •Como é realizado o trabalho de campo? •O Passo a Passo do Levantamento? Trabalho de Campo Traçado da Planta •Como é feito? •Erro? “Copiar a idéia de uma pessoa é plagio, copiar a idéia de varias pessoas é pesquisa.” Jô Soares 3 INTERSEÇÃO 4 TRENA Introdução • Os levantamentos planimétricos são realizados pelos métodos seguintes: por trena, ordenação, irradiação, interseção e por caminhamento • Escolha do método: – de acordo com tempo disponível; – com o material de que se dispõe; – e a qualidade de serviço desejado; *muitas vezes se usa mais de um método ou todos eles se complementando Introdução • Tipos de levantamento: • Expedito = rápido, pouco preciso; só utilizando trena e bússola; • Regular = maior precisão; no mínimo com trena e teodolito; • Precisão = levantamentos topográficos para fins especiais com mais exigências quanto ao detalhamento. • O levantamento será dividido em 2 etapas: • Trabalho de campo (onde são efetuados as medições); • Trabalho de escritório (constituído dos cálculos o do desenho da planta); Trenas de topografia • São utilizadas nos levantamentos para medirem distâncias horizontais, verticais e de inclinações. • Podem ser feitas de uma liga de aço com tecido ou material sintético. • As trenas são de diferentes comprimentos e graduadas de diversos métodos. Levantamento à trena • É um levantamento expedito, que consiste em se medir os alinhamentos componentes do perímetro, utilizando-se do método direto (trena ou corrente) • Além dos alinhamentos perimétricos, medem-se linhas internas auxiliares que possibilitaram o desenho da planta • Linhas auxiliares têm a finalidade de demarcar e constituir triângulos que, sendo figuras indeformáveis, permitirão o confeccionamento da planta, servindo também para o processo de avaliação da área. Levantamento à trena • Equivale, em outras palavras, em se determinar a posição do ponto topográfico medindo-se três dimensões que representarão os lados de um triangulo que tem como um dos vértices aquele ponto. A posição desse ponto ficará determinada desde que se conheçam os comprimentos dos três lados do triângulo Procedimentos de uso: • Sempre medir do centro de uma baliza até o centro de outra baliza. • Não fazer trenadas maiores de 20,0 m. • Começar pelo ponto mais alto (zero da trena) no terreno. • Achar à horizontal (menor distância entre duas linhas verticais). • Não apoiar a trena em nada. • Esticar bem a trena antes da leitura. • Conferir a leitura. Calibração de trenas • Os equipamentos topográficos sofrem alterações de acordo as condições de trabalho. • A dilatação é imperceptível nas trenas, mas é uma das grandes fontes de erro nas medições feitas por esta. Por isso se faz necessário a calibração das trenas • Para fazer a aferição das trenas existem órgãos específicos, e um deles é o National Institute of Standards and Technology (NIST) em Guathersburg, Maryland Exemplo: • Deseja-se locar uma dimensão de 360 m com uma trena de aço que tem um comprimento real de 29, 98 m. qual medição de deve ser feita com esta trena de forma que a distancia correta seja obtida? Solução: • É óbvio que se a trena foi usada 12 vezes, a distância medida (12x29,98) é menor que os 360 m desejados. • Portanto, uma correção do número de comprimentos da trena vezes o erro por comprimento de trena deve ser adicionada. 12 comprimentos de trena = 12 x 30 = 360 m + 12 x 0,02 = 0,24 m (medida que deve ser adicionada ao valor que realmente foi medido com a trena). • Medida com a trena (12X29,98)= 359,76 + 0,24= 360 m. • Medição de campo = 360 + 0,24 = 360,24m. Tipos de Erros • Classifica-se os erros de 3 maneiras: • Erros acidentais = provêem da imperfeição dos nosso sentidos; variam muito; não podem ser eliminados e nem calculados. • Erros sistemáticos = imperfeição dos equipamentos, falta de aferição e etc. • Erros grosseiros = frutos de enganos,mais ligado a erros cometidos pelo homem (leitura e anotação errada, etc.) Erros Sistemáticos • • • • • • • Alinhamento da trena; Erros acidentais de medição com trena; Trena não horizontalizada; Comprimento incorreto da trena; Variações de temperatura; Catenária; Não aferição da trena; Variações de temperatura • As trenas de aço variam o seu comprimento de acordo com a temperatura. • Por exemplo, uma trena de 30 m a 20 °C, quando usada a 40°C pode chegar a um comprimento de 30,007 m • considerando que são dadas várias trenadas em dias de trabalho. A fórmula para a correção da variação de dilatação, considerando que seja positiva ou negativa é a seguinte: Ct = (0,0000065).(T – Ts). (L) • Onde: - Ct mudança no comprimento da trena. - T é a temperatura estimada no momento da medição. - Ts é a temperatura de calibração da trena. -L é o comprimento da trena. Aferição de trenas • As trenas devem ser enviadas periodicamente para aferições, que devem ser feitas de acordo com a finalidade dos equipamentos • O topógrafo deve observar o erro médio da trena que pode ser positiva ou negativa, ou seja, a trena pode ser maior ou menor do que o tamanho real pra isso deve se fazer a correção pra mais ou menos Catenária • Quando uma trena de aço for segurada somente pelas extremidades, ela se curvará adquirindo a forma conhecida como catenária • O resultado obtido é que a distância horizontal entre suas extremidades é menor que a distância horizontal medida quando a trena está inteiramente apoiada no terreno. Para se calcular o valor real é utilizada a seguinte fórmula: Cs = -( W² L³/24 P²). • Onde: - Cs é a correção em metros, e é sempre um valor negativo. -W é o peso da trena em gramas por metro. -L comprimento sem apoio da trena em metros. -P tensão total em gramas aplicada à trena. Erros grosseiros • • • • • Leitura errada da trena; Anotação dos números; Perda de um comprimento de trena; Erro do ponto de extremidade da terra; Cometendo erro de 1 cm; Trabalho de campo • É de suma importância determinar, no campo, a posição dos pontos notáveis que irão definir em planta a planimetria do terreno, bem como daqueles que permitirão representar o relevo. Trabalho de campo • Estaqueados os vértices do polígono, inicia-se a medida dos lados colocando-se balizas na origem e no final de cada alinhamento e pelo processo de medição direta, são anotadas as distâncias dos alinhamentos perimétricos e também a cada dois alinhamentos consecutivos mede-se a linha inteira que os une. Trabalho de escritório • No escritório é efetuado o ajustamento analítico de todas as medidas, bem como o cálculo das coordenadas dos pontos levantados, para posterior desenho da planta. Trabalho de escritório • Cada triângulo vai sendo desenhado, por réguas e compasso. Escolha a escala a ser adotada, marca-se um vértice qualquer num local conveniente do papel em desenho e com o compasso com abertura equivalente ao comprimento de um alinhamento cuja sua origem é no ponto escolhido, faz-se um arco de círculo. Conclusão • É um método prático, funcional e não é muito eficiente em áreas grandes; • Ou seja, mais indicado para pequenas áreas. • Sem muito uso nos dias atuais devido ao surgimento de novas tecnologias. 5 IRRADIAÇÃO • Topografia - é a ciência que se ocupa da descrição do relevo de uma localidade, ou ainda a arte de representar graficamente o relevo e as características desta localidade. • Levantamento - é o conjunto de operações que se executa em um determinado local, visa obter dados para fazer uma planta. Tipos de Levantamentos • À trena • À bússola • Por irradiação • Por interseção • Por caminhamento Levantamento planimétrico por irradiação • É um método simples, de precisão relativamente boa, dependendo dos cuidados do operador; • É aplicado para áreas pequenas; • É um serviço rápido e fácil, tem a vantagem de poder ser associado a outros; Instrumentos utilizados • Teodolito; • nível automático ou de bolha; • Mira; • Balizas; • outras ferramentas. Como é feito • A partir de uma linha de referência conhecida, medir um ângulo e uma distância. • O teodolito fica estacionado sobre um ponto e faz-se a “varredura” dos elementos de interesse próximos ao ponto ocupado, medindo direções e distâncias para cada levantamento a ser representado. • Pode ser dividido em duas etapas: Trabalho de campo Trabalho de escritório Levantamento em campo por Irradiação • Distancia entre as estações e os pontos visados. • Teodolitos eletrônicos, distanciômetros e/ou as estações totais, taqueômetro.... • Áreas pequenas que permitem boa visibilidade. • Utilizando medidas diretas e indiretas e com o auxílio de aparelhos eletrônicos permite conhecer ângulos e distancias. • Depende do cuidado do operador. Trabalho de campo 1. Estacionar, nivelar e zerar o teodolito em relação à origem Norte (Magnético ou Verdadeiro) no ponto notável de estação A, com visibilidade para todos os vértices. 2. Visar o vértice 1 e registrar o Azimute A – 1 e com a orientação da luneta (eixo de colimação) medir a distância do alinhamento A – 1, com auxílio da medição direta ou indireta. 3. Visar os demais vértices (2,3,4,5...n), sempre registrando o Azimute da linha (Estação para o Ponto Visado) e medindo-se a distância correspondente. • Demarcar a área e escolher o ponto P • Medir as distancias e os ângulos do alinhamento através do aparelho escolhido. •Lados curvos. •Áreas extensas-associação de irradiação. LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO POR IRRADIAÇÃO TRABALHO EM ESCRITÓRIO DH E Hz devidamente coletados se inicía o cálculo das poligonais Coordenada parcial calculada – coordenada total xn = sen azimute x Distância yn = cos azimute x Distância Determinação do rumo X1 e Y1 → coordenadas totais do ponto 1 X2 e Y2 → coordenadas totais do ponto 2 Portanto se a diferença entre X2 – X1 for positiva (+) implicará na direção LESTE (E) e ao contrário, negativa (-) em OESTE (W), o mesmo ocorrendo com Y2 – Y1, sendo positiva (+) implicará na direção NORTE (N) e ao contrário, negativa (-) em SUL (S). Dist (1 – 2) = resultante entre dois pontos MÉTODO ÁREA TOTAL : Sx. y = x1.y2 + x2.Y3 + ... + xn.y1 Sy. x = y1.x2 + y2.x3 +... + yn.x1 Obrigado!!