TELEVISÃO É importante compreender que o repórte r de TV não busca somente um entrevistado capaz de dar determinada informação. A reportagem necessita também de imagem e voz. E devemos estar preparados para fornecer esses elementos, sabendo nos comportar e falar da melhor forma possível numa entrevista. Em TV, há vários tipos de entrevista. Ao vivo, gravada, em estúdio, externa e por telefone são algumas. Na participação ao vivo, a mais temida, o entrevistado pode responder a perguntas do repórter, que o acompanha, e também do âncora que está no estúdio. Nesse último caso, ele ouve as questões através de uma escuta (pequeno fone de ouvido, à vezes já com o microfone acoplado). Entrevistas deste tipo, geralmente, são bem curtas. Na gravada, o material será editado antes de ser colocado no ar. O repórter g ravará passagens (aquela fala em que só ele aparece) e abertura para a matéria. Pedirá para você ficar de costas para que ele faça o contraponto – quando apenas o repórter é filmado fazendo a pergunta. Depois, o cinegrafista grava a imagem do entrevistado respondendo. Assim, ele terá várias opções de ângulos para a edição. A produção de uma entrevista desse gênero é mais demorada; portanto, reserve mais tempo na sua agenda para atender à equipe de reportagem. Em estúdio, há toda uma preparação de cenário, iluminação, disposição de cadeiras, se for o caso, câmeras, etc. Tudo tem de estar impecável antes da entrevista, que também pode contar com a participação de mais de um jornalista e de mais de um entrevistado. As entrevistas em estúdio costumam ser mais l ongas. As externas são, como o nome sugere, gravadas ao ar livre. O que muda é o cenário. O jornalista escolhe onde as tomadas devem ser feitas e dá orientações sobre o posicionamento em relação à câmera e a tudo o que está ao seu redor. Se ele quiser mostrar determinada imagem ao fundo – uma obra, por exemplo -, indicará o melhor lado para o entrevistado ficar. Procure se concentrar, evitando dar atenção a ruídos e a movimentos de terceiros (carros que passam, pessoas falando e olhando você de longe). Entrevistas por telefone, devido à dinâmica da TV, também são comuns. A legenda reproduz a fala do entrevistado e ajuda o telespectador a acompanhar as explicaç ões. Participação como essas são muito breves. Vão ao ar, geralmente, duas ou três perguntas, no máximo. Vestuário TV é imagem. E os telespectadores, uma vez de frente para a telinha, estão dispostos a prestar atenção em todos os detalhes que estão sendo transmitidos. Do cenário ao tom do terno do apresentador. O que dá ao quesito visual grande peso na conquista da credibilidade do público. Por isso, temos de tomar alguns cuidados para nos apresentarmos da melhor forma possível frente às câmeras. Nada de gravatas de tecidos brilhantes ou com estampas extravagantes (elas atraem muito a atenção do telespectador, que deixa de ouvir o que está sendo dito). O mesmo cuidado deve ser tomado também por mulheres quanto a acessórios, como brincos, colares e enfeites no cabelo. Evite cores gritantes e adereços de tamanho exagerado que, por mais que estejam na m oda, não caem bem quando vistos na TV. Isso vale para outras peças do vestuário. A discrição é a melhor alternativa na hora de abrir o guarda-roupas para uma entrevista. Evite tecidos listrados, xadrezes e floridos (eles podem dispersar a atenção do públi co, além de causarem sensação de que a pessoa está tremendo). A TV costuma ‘engordar’ uns quilinhos. Se estiver acima do peso, opte por tons de roupa mais escuros. As mulheres devem tomar cuidado com o comprimento das saias ao sentar. Na dúvida não use sa ias em entrevistas de estúdio. Os homens que usam paletó devem puxar a barra e se sentar sobre ele para evitar o efeito ‘hulk’, nos ombros. O primeiro e segundo botões do paletó devem ser abotoados. O terceiro nunca. Blusas de golas soltas também não são ideais para uma entrevista na TV. Não há onde colocar o microfone nelas. Prefira sempre as que têm lapela. Evite meias de cano curto. Quando estiver sentado, de pernas cruzadas, elas deixam à mostra a canela. Roupas brancas ou de cores muito claras tend em a refletir a luz do estúdio, brilhando. Descarte também o azul-claro, pois a maioria dos cenários dos programas jornalísticos é feita em tom azulado. Escolha tons escuros ou intermediários. Também não se recomenda maquiagem carregada. Prefira sempre se r maquiado por profissionais da emissora, em caso de entrevistas em estúdio. Em entrevistas ao ar livre, evite os óculos escuros. Escolha local onde a luz não insira diretamente no rosto, para não franzir os olhos. Durante a entrevista: Quando nossa imagem vai ao ar, numa entrevista para TV, as resposta não se resumem às palavras que pronunciamos. Cada gesto, cada expressão de nosso rosto também transmite informações. E nenhum excesso pode ser cometido quando se quer demonstrar equilíbrio e conquistar a credibilidade do telespectador. Sente-se em posição ereta na cadeira, mas não fique imóvel, como alguém paralisado. Tente não deslizar pelo assento. Sentar na ponta da cadeira significa que você está prestes a se levantar e sair. Relaxe, mas não deixe a s costas curvadas. Isso pode dar a impressão de que está fragilizado, acuado. Caso a cadeira seja de rodinhas e giratória, resista à tentação de se balançar ou de ficar se mexendo a todo momento. Se estiver em uma bancada, evite apoiar o rosto no queixo ou a testa em uma das mãos; levar as mãos ao cabelo ou às sobrancelhas; ou fazer qualquer outro movimento repetitivo que possa detonar nervosismo. Também não fique na defensiva, reagindo às perguntas com expressões de irritação, risadinhas ou mesmo balanç ando a cabeça em sinal negativo. Por mais confiantes que estejamos, não podemos deixar que o público interprete nossos gestos como deboche. Um olhar e um franzir de sobrancelhas demonstram mais emoção do que o que está sendo dito. Prepare-se para transmitir emoção sem ser piegas e sorrir sem parecer debochado. Cruzar os braços, para o telespectador, pode sinalizar indisposição em resolver determinada questão. Se estiver sendo entrevistado de pé, não coloque as mãos nos bolsos ou às costas. Jamais toque no microfone do repórter. Pergunte ao jornalista sobre como você deve se posicionar e se dirigir à câmera. Essa postura varia conforme o estilo da matéria. Se não houver nenhuma orientação específica, não permaneça com o olhar fixo na câmera; mova o olhar para ela, de vez em quando, como se fosse uma terceira pessoa a participar da conversa. Se estiver num estúdio, não fique observando o próprio desempenho pelo monitor de retorno, aquele pequeno aparelho de televisão usado para conferir a imagem captada pelas câmeras. Não inicie frases com não ou sim, isoladamente. Na hora da edição, o editor poderá usar a resposta ao seu critério. Quando a reportagem for no estilo denúncia e reclamação, ao vivo, a dica é se ater à pergunta, ser claro e breve. Outro cons elho: não se irrite como os comentários, às vezes exaltados, dos telespectadores que participam do programa. Nunca rebata o que disseram, falando antes de chegar a sua vez. Espere sempre eles terminarem de falar para, só então, dar sua explicação. Assim, v ocê evitará que a entrevista se transforme em bate-boca. Importante: Nem sempre falar significa informar. E não podemos preencher o tempo de uma entrevista de TV, veículo precioso para quem presta serviço à população, com frases vazias.