InMemoriam “Meu Moacyr Ferreira Nunes FOTO ARQUIVO PESSOAL primeiro encontro com o engenheiro Moacyr Ferreira Nunes foi numa fria manhã de julho de 1975, nas margens do rio Paranaíba, divisa dos estados de Minas Gerais e Goiás, durante as escavações das fundações da barragem de Itumbiara. Nas obras, as relações entre as pessoas são mais hierarquizadas tendo em vista a necessidade da disciplina e controle na organização de um canteiro de obras. A camaradagem existe e é grande, mas geralmente entre as pessoas de níveis hierárquicos próximos. Os engenheiros são chamados de “doutores” pelos operários e os contatos gerenciais são rápidos e objetivos. O engenheiro Moacyr era um homem de comportamento liberal e muito acessível a todos aqueles ao seu redor, independentemente dos níveis funcionais. Tratava todos da mesma maneira. Era cordial e amistoso. Na verdade, estava praticando as hoje chamadas técnicas modernas de gerenciamento, dando importância à dimensão humana do trabalho. Naquela manhã, em sua visita à Itumbiara, ele vinha andando sozinho pela área das fundações da barragem em minha direção, pois havia dispensado todo o tratamento especial que lhe fora oferecido. Seu conceito na Empresa refletia o sucesso de sua atuação na construção das usinas térmicas de Campos e de Santa Cruz. Eu era apenas um engenheiro com experiência de cerca de dois anos em obras de terraplenagem. Começamos a conversar e, logo em seguida, ele acendeu um cigarro. As restrições ao cigarro não haviam começado e fumar tinha o seu encanto. A maioria de nós fumávamos. Perto de nós, um operário seguia com a atividade que lhe cabia e olhou em nossa direção. O Moacyr aproximouse e ofereceu-lhe um cigarro. O homem simples espantou-se com esse ato de camaradagem e após alguns segundos mostrou um largo sorriso, aceitando prontamente o cigarro. Certamente esse gesto do cigarro foi algo muito importante para esse operário. Assim era o Moacyr; para ele todos eram iguais. Passados vários anos, continuei vendo o Moacyr em outras obras ou no escritório central sempre próximo das pessoas que formavam sua equipe de trabalho e com a porta de sua sala sempre aberta, apesar de ser a sala do Superintendente”. Texto de Paulo Coreixas Junior, aposentado de FURNAS, e diretor do Comitê Brasileiro de Barragens PassadoPresente FURNAS assumirá Corumbá 1 da Celg Ano 11- número 99 - Mar/Abr. 1984 O presidente da Eletrobrás, general Costa Cavalcanti, assinou, em Goiânia, acordo referente às bases preliminares de entendimentos para a transferência da Usina Hidrelétrica de Corumbá 1, que está sendo construída no rio Corumbá e pertence a Centrais Elétricas de Goiás, CELG, para FURNAS. Após entendimentos mantidos entre o Ministério de Minas e Energia, o Governo do Estado de Goiás, 24 • abril 2004 • Linha Direta nº 307 a Eletrobrás e FURNAS, ficou estabelecida a conveniência da continuidade das obras da Usina de Corumbá 1, por FURNAS, além da execução da quarta etapa da Hidrelétrica de Cachoeira pela CELG. A Eletrobrás ficará responsável junto ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica, DNAEE, pelas providências necessárias à transferência de concessão da construção da Usina Hidrelétrica de Corumbá 1 da Celg para FURNAS. Além disso, a Eletrobrás vai coordenar junto ao DNAEE a designação de uma comissão de tombamento para que, no menor prazo possível, elabore o levantamento físico e contábil do patrimônio da Usina de Corumbá 1, para a definição do valor da transação. Um terço do valor levantado será pago aos Estados em energia elétrica, no período de 84 a 87.