Associação Arquipélago de Manguinhos. Estudo de caso para implementação de Planejamento estratégico e modelo de orçamento. Este estudo define premissas de ações e avaliações a serem implementadas e seguidas para o período proposto até 2015. As proposições aqui apresentadas estão ancoradas nas melhores práticas de gestão e em modelos referenciados no mercado tanto em grandes corporações como também para instituições de menor porte mas que exigem padrões de excelência e conformidades conforme legislações vigentes e boas práticas consolidadas pelo mercado. O Estudo não é um planejamento completo pois demandaria custos extras com pesquisas de mercado, pesquisas de opinião e aprofundamento de mais estudos com especialistas do mercado imobiliário e construção civil. OBJETIVOS e PREMISSAS As ações propostas foram pautadas nas seguintes premissas e objetivos: Objetivo geral: Tornar o empreendimento referencia no mercado local como o melhor espaço residencial do município bem como prover todos os serviços e estrutura que os melhores condomínios do país ofereçam aos seus usuários, sejam moradores ou investidores dentro da capacidade de investimento que a Associação que os representa consiga captar. As premissas para realização de ações se baseiam na atual capacidade de investimento e a velocidade de implementação estará sempre condicionada a disponibilidade de aumentar ou não esta capacidade com aumento de arrecadação. Também será essencial respeitar a filosofia de implantação original do empreendimento em todos os fatores que influenciaram a escolha de compra de cada associado. Objetivos específicos: Dotar a Associação de modelos referenciados de gestão com implementação de controles de todas as operações desde as ações financeiras e contábeis, modelo organizacional da diretoria com definição clara de obrigações e disponibilidades, passando por toda parte operacional interna, atendimento ao público até o controle efetivo de toda informação pertinente à administração interna e aos moradores e proprietários de lotes. Inicialmente estas ações devem ser feitas de forma imediata e manual e ao longo do tempo devem automatizadas ao máximo de modo a permitir que ferramentas tecnológicas consigam transmitir em tempo real via web todos os passos de qualquer ação como definição de investimentos, propostas e suas implementações, inclusive controle de compras e qualquer decisão ou proposição de trabalho. Ações práticas como acompanhamento de ações de controle de segurança, controle de compras e investimentos, acompanhamento contábil e financeiro devem ser implementadas desde já e seguindo padrões de transparência, eficiência e a legislação vigente, inclusive retroagindo movimentos passados que não se enquadram nestes requisitos, como rever balancetes e balanços que possam originar problemas fiscais e contábeis buscando ao máximo reduzir riscos e problemas futuros. Problemas detectados devem receber atenção especial em que se calcule o risco e o seu possível valor, deixando reservas de contingência e ressalvas contábeis para cada item de risco. Na parte gerencial deve-se definir claramente em organograma e em fluxogramas os modelos de trabalho e as responsabilidades de cada membro. Hoje pressupomos a diretoria trabalhando em conjunto mas com cada membro, de acordo com suas expertises de trabalho, gerenciando um setor especifico como gestão de projetos, pessoas e contratos, segurança, contabilidade e finanças. O organograma atual prevê e demanda um gestor administrativo e um gestor operacional exercendo múltiplas funções como atendimento ao público, organização, controle financeiro e contábil entre outras. Periodicamente, se possível a cada 6 meses, deve-se rever estas demandas e analisar necessidades gerenciais pois num médio prazo com o crescimento da ocupação do condomínio e a implementação de grandes projetos internos certamente haverá muito maior necessidade de equipes especializadas com atribuição mais específica de funções. A projeção de ocupação é de que evoluamos de 11 casas atuais para 25 até setembro de 2014 e cerca 60 ao final de 2015. Estas projeções se baseiam no forte volume de projetos aprovados desde junho de 2013 até este momento (12) e às consultas para novos projetos a serem apresentados em curto prazo (até 3 meses). Considerando estas projeções fica já previsto que o organograma futuro tenha além de um gestor administrativo e um operacional, um gestor contábil/financeiro, um gestor de atendimento ao público e ao empreendedor (e aos interessados em adquirir lotes), um gestor de projetos para fiscalização de obras e aprovação de projetos e também um gestor de pessoas gerenciando a equipe interna, terceiros e fornecedores. A forma de prestação destes serviços também deve ser avaliada periodicamente com análise da melhor forma de contratação, se terceirizada ou contratada diretamente pela Associação, considerando a demanda e carga efetiva de trabalho e seus custos totais de contratação. Um orçamento claro com definição objetiva de percentuais de uso mensal da arrecadação para cada área de trabalho como paisagismo, compra de equipamentos e investimentos em conhecimento e pessoal deve ser seguido bem como o máximo controle orçamentário sobre os custos mensais constantes, se possível com definição de limites máximos para cada item. Ao mesmo tempo por termos um projeto ainda em implantação deve-se atentar para reavaliações periódicas de acordo com demandas que venham ocorrem de forma não prevista, de modo a não impedir ações de trabalho que melhorem as relações de custos e benefícios com novas necessidades. Problemas atuais e sugestão de soluções mais viáveis analisadas. O primeiro grande passo para tornar viável a gestão saudável dos recursos arrecadados se deu com a mudança do modelo gerencial inicial em uso desde 2012 com a substituição da empresa gestora do condomínio que consumia em média R$ 55.000,00 mensais pela gestão própria, inclusive de mão de obra. Desde maio de 2013 os gastos totais da associação com este modelo não passam de 50% do valor arrecadado. De forma surpreendente a qualidade dos serviços ficou mais evidente e eficiente, conforme atestado por depoimentos dos próprios associados, principalmente moradores. Estas ações e outras futuras que viabilizem capacidade de investimento proporcional aos gastos mensais e a filosofia de custos fixos os mais enxutos possíveis deve ser âncora para qualquer procedimento futuro. Ao longo das análises foi percebido que o modelo contábil implementado de janeiro de 2012 até junho de 2013 apresentava graves falhas de monitoramento que estão sendo corrigidas. A solução já está em implantação e visa definir padrões e conformidades com clara imposição das regras de negócio a serem seguidas com checagens periódicas da execução de tudo que foi parametrizado e definido. Neste setor foram verificados problemas a serem tratados como alguns recebimentos sem origem definida feitos através de depósitos bancários com valores pequenos mas que podem acarretar problemas futuros de maior dimensão. Na parte de compras foram detectados pagamentos vultosos feitos de forma inadequada a pessoa física sem o devido respaldo na legislação e deve-se monitorar esta situação com risco de perdas contábeis. O modelo atual de compras já define proibição de contratações deste tipo exigindo nota fiscal sempre. No controle financeiro foram diagnosticadas falhas no envio de informação do banco Caixa para a Associação com extratos contendo dados superficiais e dúbios para os atuais padrões de controle. Também dados sobre pagamentos efetuados pelos associados estavam dúbios ou omissos de informação por não haver baixas adequadas em boletos emitidos que foram substituídos por novos boletos mas não foram cancelados em sistema, ficando erradamente em aberto. Assim novos modelos estão sendo exigidos desta instituição, inclusive retroagindo dados controversos, segundo diagnóstico da assessoria contábil. Recomenda-se também imediato estudo por profissional especializado em gestão financeira para implementar controles e padrões de trabalho para ações internas de gestão financeira, o que já está em curso junto com a inserção de dados confiáveis no sistema de administração implantado retroagindo informações desde 2012. A gestão de pessoas deve garantir o cumprimento pleno da legislação vigente e também de acordos sindicais das categorias abrangidas. Ações que valorizem os colaboradores também devem ser consideradas como treinamentos especializados, estímulos a melhoria dos níveis de ensino e intelectuais, como complementar o currículo escolar com supletivos. Está claro e já documentado em diversos estudos de caso que quanto melhor o preparo melhor o rendimento e o entendimento das responsabilidades. A remuneração de mercado está em constante acompanhamento e sendo pagos valores até 25% acima da média do mercado, o que permite cobrar melhor rendimento e comprometimento. Dentre as ações de transparência devem ser definidos, publicados e explanados em assembleias todas as informações sobre arrecadação e despesas bem como apresentadas as proposições de investimentos com um modelo orçamentário ao mesmo tempo rígido mas parametrizável visando atender as variáveis de investimentos compatíveis com as demandas operacionais do dia a dia. A gestão administrativa e operacional deve dar prioridade absoluta às demandas e atendimento direto aos associados, permitindo contato contínuo e apoio absoluto para solução de qualquer pendencia de moradores e proprietários de lotes. Especial atenção tem que ser direcionada aos proprietários para estímulo às construções com subsídios técnicos e tempos de aprovação de projetos reduzidos ao menor tempo possível. Com a implementação de ações de gestão e contratação de empresa especializada de junho a novembro foram cerca de 12 novos projetos aprovados com prazo máximo de 7 dias corridos, alguns em 2 dias. Para estes associados específicos também devem ser estimulados o contato e troca de informação direta entre eles que já usufruem de avaliação de fornecedores, melhores formas de trabalho, compartilhamento de compras, gerando economias de tempo e investimento na implementação de seus projetos. Na parte operacional foi detectada grande demanda dos associados por melhorias na gestão de segurança. Para isto foi elaborado, aprovado em assembleia e está em implementação o modelo de segurança que permitirá resolver todas as demandas levantadas e até melhoras não previstas. Estratégias de implementação e cumprimento dos objetivos gerais. Na parte intelectual de gestão estão sendo implementadas todas as filosofias definidas como as mais adequadas. Falhas de informação estão sendo checadas uma a uma e corrigidas num esforço pesado e não previsto inicialmente entre as demandas. Visando dar a melhor estrutura possível ao loteamento estão já sendo implementadas ações para efetivar todo o projeto paisagístico previsto quando da implantação com destinação orçamentária definida para este fim e com adaptações ao projeto para que não fira a legislação ambiental e também visando economicidade das ações quando houver custos mais dispendiosos. A filosofia de abordagem ao empreendimento deve ser a de tratar todo ele e cada lote ocupado ou não como um investimento. E devemos ir além: até pouco tempo este investimento era tratado como uma poupança segura sem grandes ambições de buscar mais rentabilidade no menor prazo. Propomos agora, com as reservas disponíveis, tratar o empreendimento como um investimento alanvancado, termo técnico financeiro que diz sobre executar ações que retroalimentem valorização maior e mais rápida. No mercado financeiro para se fazer isto seria preciso especular e arriscar como fazem os fundos de ações, com possibilidade de perder muito e ganhar muito. Aqui podemos usar esta tática e não correr riscos pois qualquer investimento em passivos e melhorias trará retorno ao investimento com valorização contínua, trazendo muito maior retorno ante opção de deixar valores aplicados em investimentos bancários que mal cobrem a inflação do período e muito menos atrasar ações de trabalho que aumentam seus custos em valores bem mais altos que as rentabilidades ganhas. Ou seja, quanto mais demora e lentidão em investir menos poderá ser feito e com custos sempre maiores. As reservas financeiras deverão ser usadas para implantar o máximo possível de equipamentos urbanos, em especial a grande praça na área frontal do loteamento seguindo projeto paisagístico inicial e ampliando seu uso com as sugestões propostas pelos associados para construção de estacionamentos, equipamentos esportivos como quadras de tênis, futebol society de 7, quadra poliesportiva e salão de eventos panorâmico para até 150 pessoas e expansível para mais, com uso tanto em eventos festivos como empresariais como cursos, palestras e treinamentos que os associados queiram oferecer. A forma de viabilizar as implementações, em que ordem cronológica e como fazr suas manutenções devem ser definidas em assembleia, cabendo à equipe de gestão apresentar diversas soluções com seus respectivos custos. Também já há estudos para transformação da área de alagado atual na parte mais baixa do empreendimento em lago com paisagismo ao redor, além da implantação de hortas e pomares orgânicos comunitários. As prioridades de execução e o tempo a ser dispendido para entrega de cada item será definido em assembleias e implementados de acordo com a viabilidade financeira. Será importante também expor que mesmo que as discussões em assembleias definam uso de cotas extras ou aumento do valor da contribuição mensal o retorno será provado com estudos e projeções de ganhos. A velocidade da implementação destas ações será proporcional à capacidade de investimento bem como das aprovações pelos associados em assembleia. Também visando valorizar o empreendimento devem desde já ser consideradas a homologação de normas e certificações como ISO 9000, ISO 14000 e outras que definam e sejam parâmetro de trabalho e no futuro garantam ao mercado que o empreendimento é diferenciado e assim que possível certificado no máximo possível de normas internacionais, além de praticar todas as boas práticas de gestão e organização. O fato do empreendimento estar cercado por uma reserva quase nos obriga a ter um selo verde pois a localização estratégica neste sentido será sempre um diferencial em relação aos outros empreendimentos. Da organização do orçamento Prosseguindo com a política de transparência o orçamento definido sob parâmetros de necessidades e realizado da forma mais econômica e funcional possível será o grande fator de controle dos associados em relação às ações de trabalho. Assim ficam propostos limites para os gastos contínuos baseados nos custos médios avaliados no período de maio a dezembro de 2013. Também ficam definidos parâmetros para gastos variáveis que terão como fonte de gastos os superavits alcançados e aferidos durante o período citado. A tendencia de superavits tão vultosos deve se reduzir de forma escalonada ao longo do tempo com o aumento da estrutura física do empreendimento. Também os gastos propostos devem se reduzir mas numa velocidade um pouco menor. Caso haja demanda por mais investimentos posteriores devem ser consideradas como alternativas o uso das reservas acumuladas em valores absolutos próximos dos propostos para uso do superavit ou aumento do valor da contribuição mensal dos associados, opções estas a serem definidas em assembleias futuras. Estes cenários econômicos atuais devem permanecer até abril de 2014 quando novas análises sobre as opções acima citadas devem ser reavaliadas e apresentadas. A peça orçamentária Hoje temos os seguintes gastos fixos principais como apresentados a seguir com todos os impostos e taxas inclusos e variações máximas de até 10% entre um mês e outro para mais ou menos: Segurança Gestão: Fiscalização de obras: Manutenção de equipamentos de segurança Paisagismo e coleta de resíduos domésticos Assessoria contábil Pessoal, incluindo contribuições Serviços públicos-água, energia, comunicação R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 22.000,00 5.600,00 1.100,00 1.100,00 1.650,00 700,00 3.500,00 1.000,00 Total: R$ 36.650,00 Baseado na arrecadação média de R$ 78.000, incluindo as contribuições mensais e acordos para recebimento de dívidas temos um valor aproximado de 47% de comprometimento da receita, fator ótimo para os parâmetros atuais de serviços prestados. Após os gastos com necessidades eventuais como ações de implementação de novas áreas de paisagismo, contratação de serviços como análise de projetos, compras de insumos, materiais de consumo, carros pipa e outros gastos temos um superavit médio de R$ 32.000. Este superavit só não será alcançado quando houver pagamentos de tratoragem e outros serviços como pintura de meio fio, por exemplo. Como as reservas financeiras estão num nível atual confortável o orçamento deve prever o uso deste superavit com ações de valorização do empreendimento. Dentre os setores a serem abrangidos elencamos 3 como principais para alcançar estes objetivos: paisagismo (incluindo irrigação) que deve ser cumulativo em função de estar sujeito a variações climáticas e sazonalidades. Defina-se cumulativo como ao não poder gastar o valor reservado num mês que fique resguardado o valor para uso nos meses seguintes. Propõe-se um percentual de 40 a 45% do superavit para uso nestas ações, hoje em valores médios seriam cerca de R$ 12.000,00 abrangendo compras de insumos, mudas, alocação de mão de obra extra. equipamentos para os diversos setores como manutenção urbana (varredeira e outros equipamentos que agilizem e melhorem os trabalhos), material para irrigação (bombas elétricas, aspersores), equipamentos de segurança como novas câmeras com melhor desempenho. Para este setor de investimento propõe-se reservar de 35% a 40% de forma não cumulativa, ou seja, se não houver demanda num mês estes valores se revertem em superavit e seriam realocados para outros setores ou simplesmente se acumulariam às reservas financeiras. Um último fator de investimentos seriam melhorias intelectuais e operacionais da gestão com contratação de serviços eventuais como treinamentos para brigadas de incêndio e de jardinagem, serviços jurídicos de cobrança e pareceres, organização contábil e financeira, sistemas tecnológicos, organizacionais, obras civis e também serviços operacionais como tratoragem de terrenos, pintura de meio fio, limpeza de instalações pluviais e outros ainda não demandados. Também estes itens seriam não cumulativos como explicado acima teriam reserva de uso em até 25%. Os dispêndios previstos a cada mês e um cronograma com todas as previsões de gastos e dispêndios estarão detalhados no orçamento analítico.