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Sexta-feira e fim de semana
19, 20 e 21 de junho de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
LOGÍSTICA
Setcergs estuda sugestões para infraestrutura
Entidade espera obter bons resultados durante a 17ª Transposul, que ocorre na próxima semana na Fiergs
Representante das empresas
de transporte rodoviário, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do
Estado (Setcergs) estuda, a pedido do governo do Estado, a criação de uma comissão que sugira
políticas públicas para a infraestrutura gaúcha e, também, concessões. “O governador José Ivo
Sartori nos convidou, em nossa
última visita, a liderar uma iniciativa da sociedade civil que forneça sugestões ao poder público
nessa área”, afirmou o presidente
do Setcergs, Afrânio Kieling, durante evento nesta quinta-feira
para apresentação da 17ª Feira e
Congresso de Transporte e Logística (Transposul).
O convite, feito na semana
passada durante visita de divulgação da própria feira, ainda necessita de maturação para que
saia, efetivamente, do campo
das intenções. Kieling ressalta,
porém, o trabalho já realizado
pelo Setcergs, que, desde 2009,
mantém uma comissão permanente de infraestrutura e concessões em sua estrutura, e afirma
ver com bons olhos as concessões de rodovias também em
âmbito estadual. “Principalmente em um momento como esse,
em que não há recursos”, complementa sobre a alternativa já
ventilada pelo próprio governo.
Assim como já havia manifestado sobre o Programa de Investimento em Logística (PIL),
anunciado também na semana
passada pelo governo federal, o
presidente condicionou o apoio
do setor ao retorno das tarifas de
pedágio em melhores condições
das estradas. Sobre o pacote federal, Kieling afirma ser contrário à concessão em bloco, como
proposto pelo governo, defendendo o leilão trecho a trecho,
como forma de evitar compensações nas tarifas entre rodovias
de maior e menor movimento.
“Ainda que entendamos que
pagamos impostos que chega e,
por isso, caberia ao governo a
construção de estradas, acreditamos que passar à iniciativa privada é o jeito nesse momento,
mas com tarifas justas e melhor
aplicação”, reafirmou. Kieling
usou o caso da Empresa Gaúcha
de Rodovias (EGR) como exemplo positivo, por ter uma taxa
acima de 80% na reaplicação de
suas tarifas, enquanto a média
nacional não passaria de 39%.
No evento, o Setcergs também reafirmou a expectativa
de chegar próximo, neste ano,
ao desempenho da Transposul do ano passado, quando foram gerados R$ 192 milhões em
vendas. “Mesmo com dificuldades econômicas do País, seguimos otimistas, pois a feira sempre cresce, ano a ano”, aposta
o vice-presidente institucional
do sindicato, Sérgio Gonçalves
Neto, ressaltando os descontos
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Kieling defende as concessões de rodovias com tarifas justas
trazidos pelas montadoras.
Além do salão, que conta já
com 55 expositores confirmados, o evento também contará
com mais de 20 palestras sobre
assuntos pertinentes ao setor. A
Transposul ocorre de terça-feira,
dia 23, a quinta-feira, 25, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.
AVIAÇÃO
Acordo define que pilotos só podem trabalhar duas madrugadas seguidas
Um acordo fechado entre os
sindicatos dos aeronautas e das
companhias aéreas restringiu a
duas as jornadas consecutivas
que os pilotos podem fazer de
madrugada. Atualmente, não há
restrição nenhuma; pilotos dizem que chegam a trabalhar cinco madrugadas seguidas.
O compromisso, feito com a
intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), faz parte
da convenção coletiva de trabalho da categoria deste ano. O texto limita a quatro as jornadas de
madrugada dos profissionais durante a semana - duas, um descanso e depois mais duas.
A regra entrará em vigor 90
dias após a assinatura do acordo, que deve ocorrer nos próximos dias. Se isso acontecer, passa a valer na segunda quinzena
de setembro. Por ser acordo coletivo, e não lei, a regra tem validade determinada – até novembro
de 2016.
“Isso para nós significa não
só aumento de qualidade de vida
como uma melhora da segurança de voo. Sem limitação, estava
ficando perigoso”, disse Adriano Castanho, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas
(SNA), que representa também
os comissários de bordo. Ele se
refere ao fato de que pilotos esta-
vam ficando cansados por voos
consecutivos e chegavam a cochilar sem querer.
A Associação Brasileira das
Empresas Aéreas (Abear), que
representa as companhias aéreas TAM, Gol, Azul e Avianca,
disse que aguarda o envio, pelo
Sindicato Nacional dos Aeronautas, da ata na qual a categoria
aprova o acordo para então formalizá-lo.
Em nota, a entidade informou que os resultados do acordo
“garantem a manutenção da excelência nos níveis de segurança
do transporte aéreo no Brasil e a
constante busca por melhor qualidade de vida pra pilotos, copilotos e comissários de bordo”.
Entre outras questões, pilotos e empresas também acertaram um aumento no número de
folgas para pilotos de voos internacionais de longo curso (de
oito para 10 mensais); para tripulações de voos domésticos,
esse número passou de oito para
nove. O acordo prevê entrada em
vigor dentro de 120 dias.
Um projeto de lei que torna
definitivos alguns desses benefícios atualmente está em trami-
tação na Câmara dos Deputados
com mudanças na Lei do Aeronauta, que é de 1984. O texto
deverá ser aprovado até 2017, segundo o sindicato.
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