13 Sexta-feira e fim de semana 19, 20 e 21 de junho de 2015 Jornal do Comércio - Porto Alegre Economia LOGÍSTICA Setcergs estuda sugestões para infraestrutura Entidade espera obter bons resultados durante a 17ª Transposul, que ocorre na próxima semana na Fiergs Representante das empresas de transporte rodoviário, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Estado (Setcergs) estuda, a pedido do governo do Estado, a criação de uma comissão que sugira políticas públicas para a infraestrutura gaúcha e, também, concessões. “O governador José Ivo Sartori nos convidou, em nossa última visita, a liderar uma iniciativa da sociedade civil que forneça sugestões ao poder público nessa área”, afirmou o presidente do Setcergs, Afrânio Kieling, durante evento nesta quinta-feira para apresentação da 17ª Feira e Congresso de Transporte e Logística (Transposul). O convite, feito na semana passada durante visita de divulgação da própria feira, ainda necessita de maturação para que saia, efetivamente, do campo das intenções. Kieling ressalta, porém, o trabalho já realizado pelo Setcergs, que, desde 2009, mantém uma comissão permanente de infraestrutura e concessões em sua estrutura, e afirma ver com bons olhos as concessões de rodovias também em âmbito estadual. “Principalmente em um momento como esse, em que não há recursos”, complementa sobre a alternativa já ventilada pelo próprio governo. Assim como já havia manifestado sobre o Programa de Investimento em Logística (PIL), anunciado também na semana passada pelo governo federal, o presidente condicionou o apoio do setor ao retorno das tarifas de pedágio em melhores condições das estradas. Sobre o pacote federal, Kieling afirma ser contrário à concessão em bloco, como proposto pelo governo, defendendo o leilão trecho a trecho, como forma de evitar compensações nas tarifas entre rodovias de maior e menor movimento. “Ainda que entendamos que pagamos impostos que chega e, por isso, caberia ao governo a construção de estradas, acreditamos que passar à iniciativa privada é o jeito nesse momento, mas com tarifas justas e melhor aplicação”, reafirmou. Kieling usou o caso da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) como exemplo positivo, por ter uma taxa acima de 80% na reaplicação de suas tarifas, enquanto a média nacional não passaria de 39%. No evento, o Setcergs também reafirmou a expectativa de chegar próximo, neste ano, ao desempenho da Transposul do ano passado, quando foram gerados R$ 192 milhões em vendas. “Mesmo com dificuldades econômicas do País, seguimos otimistas, pois a feira sempre cresce, ano a ano”, aposta o vice-presidente institucional do sindicato, Sérgio Gonçalves Neto, ressaltando os descontos MARCELO G. RIBEIRO/JC Kieling defende as concessões de rodovias com tarifas justas trazidos pelas montadoras. Além do salão, que conta já com 55 expositores confirmados, o evento também contará com mais de 20 palestras sobre assuntos pertinentes ao setor. A Transposul ocorre de terça-feira, dia 23, a quinta-feira, 25, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. AVIAÇÃO Acordo define que pilotos só podem trabalhar duas madrugadas seguidas Um acordo fechado entre os sindicatos dos aeronautas e das companhias aéreas restringiu a duas as jornadas consecutivas que os pilotos podem fazer de madrugada. Atualmente, não há restrição nenhuma; pilotos dizem que chegam a trabalhar cinco madrugadas seguidas. O compromisso, feito com a intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), faz parte da convenção coletiva de trabalho da categoria deste ano. O texto limita a quatro as jornadas de madrugada dos profissionais durante a semana - duas, um descanso e depois mais duas. A regra entrará em vigor 90 dias após a assinatura do acordo, que deve ocorrer nos próximos dias. Se isso acontecer, passa a valer na segunda quinzena de setembro. Por ser acordo coletivo, e não lei, a regra tem validade determinada – até novembro de 2016. “Isso para nós significa não só aumento de qualidade de vida como uma melhora da segurança de voo. Sem limitação, estava ficando perigoso”, disse Adriano Castanho, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa também os comissários de bordo. Ele se refere ao fato de que pilotos esta- vam ficando cansados por voos consecutivos e chegavam a cochilar sem querer. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as companhias aéreas TAM, Gol, Azul e Avianca, disse que aguarda o envio, pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, da ata na qual a categoria aprova o acordo para então formalizá-lo. Em nota, a entidade informou que os resultados do acordo “garantem a manutenção da excelência nos níveis de segurança do transporte aéreo no Brasil e a constante busca por melhor qualidade de vida pra pilotos, copilotos e comissários de bordo”. Entre outras questões, pilotos e empresas também acertaram um aumento no número de folgas para pilotos de voos internacionais de longo curso (de oito para 10 mensais); para tripulações de voos domésticos, esse número passou de oito para nove. O acordo prevê entrada em vigor dentro de 120 dias. Um projeto de lei que torna definitivos alguns desses benefícios atualmente está em trami- tação na Câmara dos Deputados com mudanças na Lei do Aeronauta, que é de 1984. O texto deverá ser aprovado até 2017, segundo o sindicato.