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DISSERTAÇÕES DE MESTRADO
Crueldade, barbárie e trauma: um estudo sobre a guerra
Autora: Ana Augusta Brito Jaques
Orientadora: Betty Bernardo Fuks
Data da Defesa: 25 de setembro de 2009
Palavras-chave: crueldade, barbárie, trauma, psicanálise.
Sob o impacto dos relatos de militares do Exército Brasileiro que compõem a Missão das
Nações Unidas para a Estabilização da Paz no Haiti (MINUSTAH), e de minha própria
experiência no Timor Leste, acometeu-nos um sentimento de perplexidade quanto à barbárie
praticada nas guerras contemporâneas. Na literatura psicanalítica, em geral, a abordagem da
crueldade esbarra no obscurantismo que a qualifica. O termo aparece pela primeira vez na obra
inaugural da Psicanálise, A interpretação dos sonhos (1900), a partir da qual Freud passa a
demonstrar que a crueldade é uma prerrogativa constitucional do sujeito. Encontramos na guerra
o terreno mais fértil para a expressão máxima da crueldade, cujas ações humanas atestam quão
cruel pode ser o homem, na medida em que mata, humilha, toma o outro como objeto de gozo,
ou seja, goza do sofrimento alheio. Nesse contexto, Freud denuncia a impossibilidade de
erradicação das pulsões de crueldade, de poder e soberania – todas derivações da irredutível
pulsão de morte. No estado de guerra, a quebra dos imperativos de lei resulta na banalização da
violência dirigida ao outro e da morte, o que afeta diretamente o limite das ações que sustentam
ou destroem o laço entre os povos. Nesse cenário tão adverso, a experiência traumática inunda o
aparelho psíquico, num excesso pulsional inassimilável e deixa o sujeito submergido no trauma,
na neurose, sem condições de simbolização, refém da repetição compulsiva do acontecimento
danoso. Diante da angústia devastadora do psiquismo, a análise dos sujeitos neurotizados pela
guerra é uma necessidade urgente. Nesse sentido, a Psicanálise oferece uma escuta diferenciada
por ser balizada pela ética do sujeito do inconsciente.
Produtos finais desta dissertação: a) Fonte de consulta para o Projeto Força Militar de Paz
(FMP); b) remessa de cópia ao Centro de Estudos de Pessoal, Organização Militar do Exército
Brasileiro; c) grupo de estudo sobre neuroses traumáticas; d) Jornada de Psicologia Clínica da
PMPV (realizada em 2009); e) divulgação da pesquisa nas Organizações Militares do Exército
Brasileiro; 5) publicação do artigo “Rastreamento da formulação freudiana da crueldade no
periódico eletrônico www.psicanaliseebarroco.com.br (n. 13).
http://www.uva.br/trivium/edicao1-dez-2010/dissertacoes/2-crueldade-barbarie-tralma-estudo-sobreguerra.pdf
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