RNI_n7.book Page 27 Friday, September 22, 2006 11:03 AM RNI_n7.book Page 27 Friday, September 22, 2006 11:03 AM Um Estudo sobre Trading Company e Comercial Exportadora como Alternativas para Inserção de Produtos de Empresas de Pequeno Porte no Comércio Internacional. Um Estudo sobre Trading Company e Comercial Exportadora como Alternativas para Inserção de Produtos de Empresas de Pequeno Porte no Comércio Internacional. NATHALLYE STEFFEN NATHALLYE STEFFEN [email protected] [email protected] ORIENTADOR: CRISTIANO MORINI ORIENTADOR: CRISTIANO MORINI Estágio Supervisionado ADM-GNI – UNIMEP [email protected] Estágio Supervisionado ADM-GNI – UNIMEP [email protected] Resumo: O objetivo desse estudo é, num primeiro momento, apresentar as trading companies e comerciais exportadoras e seu funcionamento como facilitadoras no mercado internacional e, num segundo momento, discutir em que medida essas empresas poderiam constituir-se em alternativas para a inserção de produtos de empresas de pequeno porte no mercado internacional. Analisa-se também os programas de governos de incentivos à exportação para micro e pequena empresa e seus entraves. Resumo: O objetivo desse estudo é, num primeiro momento, apresentar as trading companies e comerciais exportadoras e seu funcionamento como facilitadoras no mercado internacional e, num segundo momento, discutir em que medida essas empresas poderiam constituir-se em alternativas para a inserção de produtos de empresas de pequeno porte no mercado internacional. Analisa-se também os programas de governos de incentivos à exportação para micro e pequena empresa e seus entraves. Palavras-chave: Exportação, Trading Company e Comercial Exportadora, Micro e Pequena empresa. Palavras-chave: Exportação, Trading Company e Comercial Exportadora, Micro e Pequena empresa. Abstract: This study has as main objective the presentation of the roles of trading companies and “comerciais exportadoras” as intermediators in the international market, and also, discuss how these companies could help small and medium sized companies to sell their products to the international market. This study will also analyze government programs to incentive the exportation by the micro and small companies. Abstract: This study has as main objective the presentation of the roles of trading companies and “comerciais exportadoras” as intermediators in the international market, and also, discuss how these companies could help small and medium sized companies to sell their products to the international market. This study will also analyze government programs to incentive the exportation by the micro and small companies. Keywords: Export, trading companies, micro and small company. Keywords: Export, trading companies, micro and small company. 1. Introdução A micro e pequena empresa brasileira nos últimos anos vem obtendo um aumento em suas exportações que, mesmo sendo em termos absolutos ainda pequeno, já demonstra uma maior vontade por parte de seus empresários a aumentar suas vendas com o mercado externo. Muito se deve às atitudes tomadas pelo governo com a criação de meios que facilitam e desburocratizam os processos necessários para tal feito. Existem algumas alternativas também viáveis e de rápida realização. As trading companies e 1. Introdução A micro e pequena empresa brasileira nos últimos anos vem obtendo um aumento em suas exportações que, mesmo sendo em termos absolutos ainda pequeno, já demonstra uma maior vontade por parte de seus empresários a aumentar suas vendas com o mercado externo. Muito se deve às atitudes tomadas pelo governo com a criação de meios que facilitam e desburocratizam os processos necessários para tal feito. Existem algumas alternativas também viáveis e de rápida realização. As trading companies e Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 comerciais exportadoras constituem uma destas alternativas. Diante de todo desconhecimento de inserção internacional, essas empresas facilitam e promovem o comércio internacional de forma rápida e sem maiores complicações. O papel que as empresas comerciais exportadoras e trading companies desempenham, para conseguir de uma forma mais simples a introdução de produtos brasileiros no comércio internacional, é vital, pois não se limita às questões econômicas, mas repercute também em ganhos para as micro e pequenas empresas, aumento na 27 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 comerciais exportadoras constituem uma destas alternativas. Diante de todo desconhecimento de inserção internacional, essas empresas facilitam e promovem o comércio internacional de forma rápida e sem maiores complicações. O papel que as empresas comerciais exportadoras e trading companies desempenham, para conseguir de uma forma mais simples a introdução de produtos brasileiros no comércio internacional, é vital, pois não se limita às questões econômicas, mas repercute também em ganhos para as micro e pequenas empresas, aumento na 27 RNI_n7.book Page 28 Friday, September 22, 2006 11:03 AM RNI_n7.book Page 28 Friday, September 22, 2006 11:03 AM competitividade e também agilidade em processos de desembaraço. 2. Trading Companies e Comerciais Exportadoras As empresas comerciais exportadoras e trading companies atuam como intermediárias na representação e comercialização de produtos entre Brasil e outros países. Essas empresas proporcionam um grande fomento na área de comércio exterior, tanto no que se diz respeito aos trâmites legais de exportação, quanto no estudo de mercados, viabilidade econômica e a inserção de produtos de interesse para os mais variados mercados. As micro e pequenas empresas possuem uma certa dificuldade em atuar no mercado internacional, muitas vezes por não possuírem estrutura logística, departamento capacitado ou até mesmo pela dificuldade ao acesso dos programas de incentivo à exportação do governo e de iniciativas privadas, podendo portanto contar com o trabalho realizado pelas trading companies e comerciais exportadoras. 2.1 Uma breve visão do Panorama Japonês Não é possível dizer ao certo quando tiveram início as trading companies, mas a maioria dos estudos indica que esse tipo de comércio iniciou-se durante a Revolução Comercial de 1400 a 1700, nas cidades-estados italianas. Embora não inventada no Japão, lá ela foi aperfeiçoada de modo que atingiu características próprias. No Japão, no início das transformações comerciais, e por falta de experiência, as exportações eram dominadas pelos ocidentais em 96,3%. Em virtude disso, em 1870, o governo japonês começou a criar suas próprias trading companies (sogo shosha) que serviam aos interesses nacionais. Sendo assim, os japoneses começaram a estudar a forma de comércio do mundo, como funcionava, e formas burocráticas de comercialização para depois adaptarem a seu modo (BELLO, 2001). O Japão, diferentemente dos outros países, principalmente dos países do ocidente, utilizava as trading companies com o único objetivo de desenvolvimento da nação. 28 Portanto, as trading companies japonesas em suas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas, políticas e culturais, influenciaram para que esse país obtivesse tamanho êxito na constituição dessas empresas que se apresentaram como sendo uma ferramenta valiosa no impulsionamento da economia desse país. 2.2 Trading Companies: Panorama Brasileiro O texto de lei que marcou o surgimento da figura jurídica das trading companies em nosso país, foi o Decreto-lei n. 1.248, de 29 de novembro de 1972, posteriormente modificado pelo Decreto-Lei n. 71.866, de 26 de fevereiro de 1973, e pela Portaria n. 13 do Ministério da Fazenda, de 14 de junho de 1973 (GRISI, 2003). No Brasil, a legislação das trading companies foi criada pelo governo de forma objetiva nos moldes da legislação japonesa e americana. Porém diferentemente dos EUA e Japão, onde a presença de trading company é numerosa e atua intensamente no desenvolvimento econômico desses países, aqui ela demorou a deslanchar devido aos erros de conceituação e compreensão de seu papel e não conseguindo ter uma representatividade expressiva no cenário econômico (GRISI, 2003). Como resposta a tantas dificuldades e obedientes à concepção jurídica que as concebeu, as trading companies surgem no cenário dos negócios brasileiro, apoiadas em suas competências e traduzindo suas vocações comerciais, quase sempre decorrentes da expertise de seus empresários, de seus executivos ou das operações empresariais que comandam. 2.3 Legislação em vigor Com o objetivo de desenvolver e incentivar a atividade comercial internacional, o governo brasileiro, por meio do Decreto-Lei 1.248, de 29.11.1972, estendeu às operações de compra de mercadorias no mercado interno, quando realizadas pelas trading companies, para o fim específico de exportação. A legislação citada também ampara o fabricante/fornecedor, deferindo a este todos os benefícios que seriam atribuídos àquele produto se fosse comercializado diretamente pelo seu fa- Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 competitividade e também agilidade em processos de desembaraço. 2. Trading Companies e Comerciais Exportadoras As empresas comerciais exportadoras e trading companies atuam como intermediárias na representação e comercialização de produtos entre Brasil e outros países. Essas empresas proporcionam um grande fomento na área de comércio exterior, tanto no que se diz respeito aos trâmites legais de exportação, quanto no estudo de mercados, viabilidade econômica e a inserção de produtos de interesse para os mais variados mercados. As micro e pequenas empresas possuem uma certa dificuldade em atuar no mercado internacional, muitas vezes por não possuírem estrutura logística, departamento capacitado ou até mesmo pela dificuldade ao acesso dos programas de incentivo à exportação do governo e de iniciativas privadas, podendo portanto contar com o trabalho realizado pelas trading companies e comerciais exportadoras. 2.1 Uma breve visão do Panorama Japonês Não é possível dizer ao certo quando tiveram início as trading companies, mas a maioria dos estudos indica que esse tipo de comércio iniciou-se durante a Revolução Comercial de 1400 a 1700, nas cidades-estados italianas. Embora não inventada no Japão, lá ela foi aperfeiçoada de modo que atingiu características próprias. No Japão, no início das transformações comerciais, e por falta de experiência, as exportações eram dominadas pelos ocidentais em 96,3%. Em virtude disso, em 1870, o governo japonês começou a criar suas próprias trading companies (sogo shosha) que serviam aos interesses nacionais. Sendo assim, os japoneses começaram a estudar a forma de comércio do mundo, como funcionava, e formas burocráticas de comercialização para depois adaptarem a seu modo (BELLO, 2001). O Japão, diferentemente dos outros países, principalmente dos países do ocidente, utilizava as trading companies com o único objetivo de desenvolvimento da nação. 28 Portanto, as trading companies japonesas em suas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas, políticas e culturais, influenciaram para que esse país obtivesse tamanho êxito na constituição dessas empresas que se apresentaram como sendo uma ferramenta valiosa no impulsionamento da economia desse país. 2.2 Trading Companies: Panorama Brasileiro O texto de lei que marcou o surgimento da figura jurídica das trading companies em nosso país, foi o Decreto-lei n. 1.248, de 29 de novembro de 1972, posteriormente modificado pelo Decreto-Lei n. 71.866, de 26 de fevereiro de 1973, e pela Portaria n. 13 do Ministério da Fazenda, de 14 de junho de 1973 (GRISI, 2003). No Brasil, a legislação das trading companies foi criada pelo governo de forma objetiva nos moldes da legislação japonesa e americana. Porém diferentemente dos EUA e Japão, onde a presença de trading company é numerosa e atua intensamente no desenvolvimento econômico desses países, aqui ela demorou a deslanchar devido aos erros de conceituação e compreensão de seu papel e não conseguindo ter uma representatividade expressiva no cenário econômico (GRISI, 2003). Como resposta a tantas dificuldades e obedientes à concepção jurídica que as concebeu, as trading companies surgem no cenário dos negócios brasileiro, apoiadas em suas competências e traduzindo suas vocações comerciais, quase sempre decorrentes da expertise de seus empresários, de seus executivos ou das operações empresariais que comandam. 2.3 Legislação em vigor Com o objetivo de desenvolver e incentivar a atividade comercial internacional, o governo brasileiro, por meio do Decreto-Lei 1.248, de 29.11.1972, estendeu às operações de compra de mercadorias no mercado interno, quando realizadas pelas trading companies, para o fim específico de exportação. A legislação citada também ampara o fabricante/fornecedor, deferindo a este todos os benefícios que seriam atribuídos àquele produto se fosse comercializado diretamente pelo seu fa- Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 RNI_n7.book Page 29 Friday, September 22, 2006 11:03 AM bricante no exterior podendo se assegurar dos benefícios fiscais concedidos por lei para incentivo à exportação. De acordo com o Decreto-Lei 1.248/72, para atuar como trading company, as empresas precisam atender os seguintes requisitos mínimos (BRASIL, 1972): • Registro especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A. (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal; • Constituição sob forma de sociedade por ações, devendo ser nominativas as ações com direito a voto; • Capital mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional, equivalente a 703.380 Unidades Fiscais de Referência (UFIR). O benefício fiscal a que se refere o DecretoLei 1.248/72 só poderá ser utilizado pela trading RNI_n7.book Page 29 Friday, September 22, 2006 11:03 AM company se atendidas as normas que forem fixadas pelo Ministro da Fazenda (BRASIL, 1972). 3. Trading Company e Comerciais Exportadoras O governo, para impulsionar o comércio internacional, cria como meio de incentivos um tratamento tributário especial para empresas que têm por objetivo exportar, buscando assim o crescimento da produção nacional e todos os efeitos decorrentes, como geração de empregos, aumento de renda, etc. A legislação vigente coloca à disposição das indústrias algumas alternativas, todas destinadas a facilitar a operacionalização das exportações. Segue Figura 1 comparando a forma de constituição e os benefícios para os dois tipos de empresa: Figura 1: Diferenças e Semelhanças por tipo de empresas: TRATAMENTO TRIBUTÁRIO COMERCIAL EXPORTADORA Formas de constituição Decreto-lei nº 1.248, de 29 de novembro de Não há requisitos específicos para se atuar como uma 1972. empresa comercial exportadora Aquisição de bens no mercado interno com o fim específico de exportação ICMS: não-incidência ICMS: não-incidência IPI: suspensão IPI: suspensão COFINS: isenção COFINS: isenção PIS: não-incidência PIS: não-incidência IRPJ/CSLL: dependerão da opção pelo regime IRPJ/CSLL: dependerão da opção pelo regime tributário tributário. Saída para o exterior de bens adquiridos pela trading company ICMS: não-incidência ICMS: não-incidência IPI: isenção IPI: imunidade COFINS: isenção COFINS: isenção PIS: não-incidência PIS: não-incidência IRPJ/CSLL: dependerão do regime tributário a IRPJ/CSLL: dependerão do regime tributário a ser ser escolhido. escolhido. 3. Trading Company e Comerciais Exportadoras O governo, para impulsionar o comércio internacional, cria como meio de incentivos um tratamento tributário especial para empresas que têm por objetivo exportar, buscando assim o crescimento da produção nacional e todos os efeitos decorrentes, como geração de empregos, aumento de renda, etc. A legislação vigente coloca à disposição das indústrias algumas alternativas, todas destinadas a facilitar a operacionalização das exportações. Segue Figura 1 comparando a forma de constituição e os benefícios para os dois tipos de empresa: TRATAMENTO TRIBUTÁRIO COMERCIAL EXPORTADORA Formas de constituição Decreto-lei nº 1.248, de 29 de novembro de Não há requisitos específicos para se atuar como uma 1972. empresa comercial exportadora TRADING COMPANY Aquisição de bens no mercado interno com o fim específico de exportação ICMS: não-incidência ICMS: não-incidência IPI: suspensão IPI: suspensão COFINS: isenção COFINS: isenção PIS: não-incidência PIS: não-incidência IRPJ/CSLL: dependerão da opção pelo regime IRPJ/CSLL: dependerão da opção pelo regime tributário tributário. Saída para o exterior de bens adquiridos pela trading company ICMS: não-incidência ICMS: não-incidência IPI: isenção IPI: imunidade COFINS: isenção COFINS: isenção PIS: não-incidência PIS: não-incidência IRPJ/CSLL: dependerão do regime tributário a IRPJ/CSLL: dependerão do regime tributário a ser ser escolhido. escolhido. FONTE: TWL - Advogados Associados, 2004 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 company se atendidas as normas que forem fixadas pelo Ministro da Fazenda (BRASIL, 1972). Figura 1: Diferenças e Semelhanças por tipo de empresas: TRADING COMPANY Portanto conclui-se que tanto a empresa comercial exportadora como a trading company usufruem tratamento fiscal idêntico, tanto nas obrigações como nos direitos, e a micro e pequena empresa, ao vender seus produtos para as trading companies e comerciais exportadoras, também gozam dos benefícios atenientes à exportação. bricante no exterior podendo se assegurar dos benefícios fiscais concedidos por lei para incentivo à exportação. De acordo com o Decreto-Lei 1.248/72, para atuar como trading company, as empresas precisam atender os seguintes requisitos mínimos (BRASIL, 1972): • Registro especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A. (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal; • Constituição sob forma de sociedade por ações, devendo ser nominativas as ações com direito a voto; • Capital mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional, equivalente a 703.380 Unidades Fiscais de Referência (UFIR). O benefício fiscal a que se refere o DecretoLei 1.248/72 só poderá ser utilizado pela trading FONTE: TWL - Advogados Associados, 2004 4. Micro e Pequenas Empresas O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) trabalha desde 1972 pelo desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas, sendo a maior fonte de apoio aos empresários, além de assessorar empresas nas diversas áreas. 29 Portanto conclui-se que tanto a empresa comercial exportadora como a trading company usufruem tratamento fiscal idêntico, tanto nas obrigações como nos direitos, e a micro e pequena empresa, ao vender seus produtos para as trading companies e comerciais exportadoras, também gozam dos benefícios atenientes à exportação. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 4. Micro e Pequenas Empresas O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) trabalha desde 1972 pelo desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas, sendo a maior fonte de apoio aos empresários, além de assessorar empresas nas diversas áreas. 29 RNI_n7.book Page 30 Friday, September 22, 2006 11:03 AM RNI_n7.book Page 30 Friday, September 22, 2006 11:03 AM Conforme lei nº 9.841, de 05 de outubro de 1999, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, sendo os valores atualizados pelo Decreto nº 5.028/ 2004, de 31 de março de 2004 (SEBRAE, 1999). Além do critério adotado no Estatuto, o SEBRAE utiliza o conceito de pessoas ocupadas nas empresas, para se enquadrar como microempresa: a sua composição é de até 19 pessoas ocupadas na indústria e construção e até 09 pessoas ocupadas no comércio e serviços. Para ser de pequeno porte, sua composição deverá ser de 20 a 99 pessoas ocupadas na indústria e construção, e de 10 a 49 pessoas ocupadas no comércio e serviços (SEBRAE, 1999). 4.1 Micro e pequenas Empresas no Cenário Internacional As exportações possuem um grande papel na economia brasileira, pois além da geração de divisas, a desvalorização cambial também beneficia a atuação nas exportações. Consideradas também grandes fontes de renda e geradoras de emprego, as exportações estimulam empresas nacionais a se capacitarem e internacionalizarem seus produtos. Para que as micro e pequenas empresas criem cada vez mais uma cultura exportadora, é de suma importância a criação constante de condições para que elas adquiram competitividade para atuarem no comércio internacional, como, por exemplo, o apoio no investimento de infraestrutura e nas informações sobre essa área de atuação, possibilitando assim avanços tecnológicos, superação de barreiras entre outros. A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), com apoio do SEBRAE, produziu estudo com foco no desenvolvimento das exportações de micro e pequenas empresas nos anos de 1998 a 2004, mostrando que a participação das MPEs nas exportações reduziu-se de 2,4% em 2003, para 2,3% em 2004. De forma isolada, mostrou-se uma redução na participação do total exportado de 2,2% para 2,1%, enquanto as microempresas tiveram um crescimento de 9,7%, tendo 30 uma participação no valor exportado reduzido a 0,2% (SEBRAE, 2006b). O crescimento do valor exportado pelas micro e pequenas empresas entre 2003 e 2004 foi superior ao número de empresas exportadoras. Verifica-se um aumento no valor médio anual exportado por empresa, o qual passou de US$ 212,3 mil para US$ 248,1 mil, registrando um aumento de 16,9%. A evolução foi mais significante entre as pequenas empresas, 15%, do que entre as microempresas (9,2%). Porém as grandes empresas mostram uma evolução mais significativa frente as MPEs (SEBRAE, 2006b). Conforme pesquisa da FUNCEX, os principais produtos exportados pelas pequenas empresas, sendo os três primeiros os mesmos para as micro empresas, são eles: calçados (7,2%), madeira serrada (6,9%), móveis (5,4%), vestuário feminino (3,8%) e pedras preciosas ou semipreciosas (2,9%), representando 30% das vendas em 2004 (SEBRAE, 2006b). Os principais países de destinos das exportações das MPEs são EUA e o Canadá, exportando 21,7% e 26,5%, respectivamente, no ano de 2004. A União Européia aparece em seguida, com as MPEs exportando 18,1% e 24,0% (SEBRAE, 2006b). 5. Programas de inserção de micro e pequena Empresa Brasileira no Mercado Global e seus entraves operacionais A implementação de políticas de apoio à inserção internacional das pequenas empresas é cada vez mais uma constante na economia brasileira. Elas formam uma extensa rede na economia. Os programas de apoio governamental à inserção internacional de pequenas empresas são baseados na aquisição de competitividade: de custos, de tecnologias, de promoção comercial, de escala de produção, de diferenciação, de preço. Apesar dos esforços recentes do governo, o acesso ao crédito continua limitado a um número reduzido de empresas, sobretudo às de grande porte. Diante dessa situação, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) fez o estudo dos problemas enfrentados pelas empresas que possuem por objetivo exportar, no ano de 2002, Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 Conforme lei nº 9.841, de 05 de outubro de 1999, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, sendo os valores atualizados pelo Decreto nº 5.028/ 2004, de 31 de março de 2004 (SEBRAE, 1999). Além do critério adotado no Estatuto, o SEBRAE utiliza o conceito de pessoas ocupadas nas empresas, para se enquadrar como microempresa: a sua composição é de até 19 pessoas ocupadas na indústria e construção e até 09 pessoas ocupadas no comércio e serviços. Para ser de pequeno porte, sua composição deverá ser de 20 a 99 pessoas ocupadas na indústria e construção, e de 10 a 49 pessoas ocupadas no comércio e serviços (SEBRAE, 1999). 4.1 Micro e pequenas Empresas no Cenário Internacional As exportações possuem um grande papel na economia brasileira, pois além da geração de divisas, a desvalorização cambial também beneficia a atuação nas exportações. Consideradas também grandes fontes de renda e geradoras de emprego, as exportações estimulam empresas nacionais a se capacitarem e internacionalizarem seus produtos. Para que as micro e pequenas empresas criem cada vez mais uma cultura exportadora, é de suma importância a criação constante de condições para que elas adquiram competitividade para atuarem no comércio internacional, como, por exemplo, o apoio no investimento de infraestrutura e nas informações sobre essa área de atuação, possibilitando assim avanços tecnológicos, superação de barreiras entre outros. A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), com apoio do SEBRAE, produziu estudo com foco no desenvolvimento das exportações de micro e pequenas empresas nos anos de 1998 a 2004, mostrando que a participação das MPEs nas exportações reduziu-se de 2,4% em 2003, para 2,3% em 2004. De forma isolada, mostrou-se uma redução na participação do total exportado de 2,2% para 2,1%, enquanto as microempresas tiveram um crescimento de 9,7%, tendo 30 uma participação no valor exportado reduzido a 0,2% (SEBRAE, 2006b). O crescimento do valor exportado pelas micro e pequenas empresas entre 2003 e 2004 foi superior ao número de empresas exportadoras. Verifica-se um aumento no valor médio anual exportado por empresa, o qual passou de US$ 212,3 mil para US$ 248,1 mil, registrando um aumento de 16,9%. A evolução foi mais significante entre as pequenas empresas, 15%, do que entre as microempresas (9,2%). Porém as grandes empresas mostram uma evolução mais significativa frente as MPEs (SEBRAE, 2006b). Conforme pesquisa da FUNCEX, os principais produtos exportados pelas pequenas empresas, sendo os três primeiros os mesmos para as micro empresas, são eles: calçados (7,2%), madeira serrada (6,9%), móveis (5,4%), vestuário feminino (3,8%) e pedras preciosas ou semipreciosas (2,9%), representando 30% das vendas em 2004 (SEBRAE, 2006b). Os principais países de destinos das exportações das MPEs são EUA e o Canadá, exportando 21,7% e 26,5%, respectivamente, no ano de 2004. A União Européia aparece em seguida, com as MPEs exportando 18,1% e 24,0% (SEBRAE, 2006b). 5. Programas de inserção de micro e pequena Empresa Brasileira no Mercado Global e seus entraves operacionais A implementação de políticas de apoio à inserção internacional das pequenas empresas é cada vez mais uma constante na economia brasileira. Elas formam uma extensa rede na economia. Os programas de apoio governamental à inserção internacional de pequenas empresas são baseados na aquisição de competitividade: de custos, de tecnologias, de promoção comercial, de escala de produção, de diferenciação, de preço. Apesar dos esforços recentes do governo, o acesso ao crédito continua limitado a um número reduzido de empresas, sobretudo às de grande porte. Diante dessa situação, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) fez o estudo dos problemas enfrentados pelas empresas que possuem por objetivo exportar, no ano de 2002, Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 RNI_n7.book Page 31 Friday, September 22, 2006 11:03 AM analisando os principais entraves enfrentados pelo exportador que interfere diretamente na competitividade das empresas brasileiras no âmbito internacional. Conforme o estudo da CNI, para micro e pequenas empresas, 31,8% das empresas consultadas confirmam grande dificuldade de acesso ao financiamento, além do desconhecimento como um entrave ao acesso das linhas de financiamento (CNI, 2002). 5.1 PROEX – Programa de financiamento às exportações e financiamentos BNDES O programa do governo federal de financiamento ao exportador de bens e serviços brasileiros (PROEX), é realizado pelo Banco do Brasil, e apresenta duas modalidades de apoio às exportações: PROEX Financiamento e PROEX Equalização (BANCO DO BRASIL, 2006). Todo programa apresenta parâmetros para que as empresas possam utilizar-se do benefício. No caso do PROEX, o pré-requisito para o desembolso do financiamento é que o exportador esteja em situação regular com o INSS, o FGTS, a Receita Federal e que não esteja inscrito em dívida ativa da União (BANCO DO BRASIL, 2006). As vantagens da utilização do programa são o acesso facilitado ao crédito, rapidez na aprovação, operacionalização simplificada em financiamentos de curto prazo e a inexistência de limite mínimo de valor ou de quantidade de mercadoria por operação ou embarque. O BNDES também possui programa de financiamento aos exportadores, que seguem nas modalidades de pré-embarque, pré-embarque especial e pós-embarque (BNDES, 2006). Os financiamentos ainda são utilizados por uma fatia muito pequena das empresas, como mostra a CNI, apenas 20% das empresas utilizam algum tipo de financiamento. O programa mais utilizado é o PROEX financiamento para as MPEs, porém o acesso de maior facilidade é para empresas de grande porte (CNI, 2002). A CNI mostra que o desconhecimento afeta de 20,8% a 39,1% das empresas, e de 23,6% a 36,6% as que não conseguem o financiamento, Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 RNI_n7.book Page 31 Friday, September 22, 2006 11:03 AM resultando no baixo grau de utilização das linhas de financiamento (CNI, 2002). 5.2 Exporta Fácil - CORREIOS O Exporta Fácil foi criado pela rede de correios do Brasil em novembro de 2000. É um serviço de remessa internacional que envia mercadorias com rapidez e segurança até o destino, oferecendo diversas facilidades às exportações de micro e pequenas empresas, como também para pessoas físicas (artesãos, agricultores, etc.). Os CORREIOS contam com recintos alfandegários da Receita Federal em suas instalações, facilitando o trâmite aduaneiro das remessas postais, cuidando de todo operação aduaneira, assim como as documentações necessárias (CORREIOS, 2000). Além de possuirem limites nos valores (máximo de US$ 20,000 - vinte mil dólares) de exportação por operação, a carga pode pesar até 30 quilos, conforme a modalidade de serviço escolhida sendo elas: Sedex Mundi, Expressa (SEM), Mercadoria Econômica, Leve Priotitária e Leve Econômica, com o intuito de atender a qualquer necessidade do exportador (CORREIOS, 2000). Apesar de todos os benefícios do programa, o estudo realizado pelo CNI sobre os problemas enfrentados pelas empresas que possuem por objetivo exportar no ano de 2002, o Exporta Fácil é desconhecido por 53,8% das empresas consultadas (CNI, 2002). 5.3 SIMPLEX O SIMPLEX é uma iniciativa do governo que tem por objetivo desburocratizar as operações no comércio exterior de pequenos valores (até US$ 10 mil ou o equivalente em outras moedas), criada pela Circular n. 2.836/98 do BACEN. As vantagens do programa são principalmente a simplificação da documentação, sendo dispensado o contrato de câmbio (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2006). Porém, de acordo com estudo do CNI, o Simplex (simplificação de procedimentos administrativos e cambiais para operações de exportação no valor de até US$ 10 mil) é des31 analisando os principais entraves enfrentados pelo exportador que interfere diretamente na competitividade das empresas brasileiras no âmbito internacional. Conforme o estudo da CNI, para micro e pequenas empresas, 31,8% das empresas consultadas confirmam grande dificuldade de acesso ao financiamento, além do desconhecimento como um entrave ao acesso das linhas de financiamento (CNI, 2002). 5.1 PROEX – Programa de financiamento às exportações e financiamentos BNDES O programa do governo federal de financiamento ao exportador de bens e serviços brasileiros (PROEX), é realizado pelo Banco do Brasil, e apresenta duas modalidades de apoio às exportações: PROEX Financiamento e PROEX Equalização (BANCO DO BRASIL, 2006). Todo programa apresenta parâmetros para que as empresas possam utilizar-se do benefício. No caso do PROEX, o pré-requisito para o desembolso do financiamento é que o exportador esteja em situação regular com o INSS, o FGTS, a Receita Federal e que não esteja inscrito em dívida ativa da União (BANCO DO BRASIL, 2006). As vantagens da utilização do programa são o acesso facilitado ao crédito, rapidez na aprovação, operacionalização simplificada em financiamentos de curto prazo e a inexistência de limite mínimo de valor ou de quantidade de mercadoria por operação ou embarque. O BNDES também possui programa de financiamento aos exportadores, que seguem nas modalidades de pré-embarque, pré-embarque especial e pós-embarque (BNDES, 2006). Os financiamentos ainda são utilizados por uma fatia muito pequena das empresas, como mostra a CNI, apenas 20% das empresas utilizam algum tipo de financiamento. O programa mais utilizado é o PROEX financiamento para as MPEs, porém o acesso de maior facilidade é para empresas de grande porte (CNI, 2002). A CNI mostra que o desconhecimento afeta de 20,8% a 39,1% das empresas, e de 23,6% a 36,6% as que não conseguem o financiamento, Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 resultando no baixo grau de utilização das linhas de financiamento (CNI, 2002). 5.2 Exporta Fácil - CORREIOS O Exporta Fácil foi criado pela rede de correios do Brasil em novembro de 2000. É um serviço de remessa internacional que envia mercadorias com rapidez e segurança até o destino, oferecendo diversas facilidades às exportações de micro e pequenas empresas, como também para pessoas físicas (artesãos, agricultores, etc.). Os CORREIOS contam com recintos alfandegários da Receita Federal em suas instalações, facilitando o trâmite aduaneiro das remessas postais, cuidando de todo operação aduaneira, assim como as documentações necessárias (CORREIOS, 2000). Além de possuirem limites nos valores (máximo de US$ 20,000 - vinte mil dólares) de exportação por operação, a carga pode pesar até 30 quilos, conforme a modalidade de serviço escolhida sendo elas: Sedex Mundi, Expressa (SEM), Mercadoria Econômica, Leve Priotitária e Leve Econômica, com o intuito de atender a qualquer necessidade do exportador (CORREIOS, 2000). Apesar de todos os benefícios do programa, o estudo realizado pelo CNI sobre os problemas enfrentados pelas empresas que possuem por objetivo exportar no ano de 2002, o Exporta Fácil é desconhecido por 53,8% das empresas consultadas (CNI, 2002). 5.3 SIMPLEX O SIMPLEX é uma iniciativa do governo que tem por objetivo desburocratizar as operações no comércio exterior de pequenos valores (até US$ 10 mil ou o equivalente em outras moedas), criada pela Circular n. 2.836/98 do BACEN. As vantagens do programa são principalmente a simplificação da documentação, sendo dispensado o contrato de câmbio (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2006). Porém, de acordo com estudo do CNI, o Simplex (simplificação de procedimentos administrativos e cambiais para operações de exportação no valor de até US$ 10 mil) é des31 RNI_n7.book Page 32 Friday, September 22, 2006 11:03 AM RNI_n7.book Page 32 Friday, September 22, 2006 11:03 AM conhecida para 57,9% das empresas. Para micro e pequenas empresas a situação de desconhecimento é mais acentuada, atingindo cerca de 70% no que se diz respeito ao desconhecimento do programa (CNI, 2002). 5.4 Principais Entraves Operacionais De acordo com a pesquisa da CNI, a burocracia aduaneira aparece como principal entrave à expansão das exportações correspondente por 40,8%, os custos portuários aparecem como o segundo maior entrave sendo 37,3% (CNI, 2002). Outros entraves importantes são canais de comercialização e burocracia tributária, assinalada por, respectivamente, 23,9% e 22,6% das empresas. As questões tributárias, no que diz respeito também à dificuldade de ressarcimento de créditos tributários, aparecem entre os obstáculos mais importantes às exportações, assinaladas por 36% das empresas. O transporte internacional afeta 29,2% das empresas, não deixando de lado a falta de infraestrutura interna para o escoamento de produtos destinados à exportação, assinalada por 16,2% das empresas (CNI, 2002). A documentação é apresentada como a segunda maior dificuldade assinalada por 44% das empresas, principalmente no que se trata de certificados de origem, de inspeção de qualidade, certificado fitossanitário, considerando também a legislação consular (CNI, 2002). Em síntese, a instabilidade do câmbio, a logística de transporte de mercadorias e a falta de informação sobre procedimentos de exportação representam os maiores entraves para as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras exportarem seus produtos. Responsáveis por apenas 2,4% do total das exportações do Brasil (2003), essas empresas têm como maior motivação para a exportação a diversificação de clientes e a perspectiva de maiores lucros (CNI, 2002). 5.5 Considerações sobre Trading Company e Comerciais Exportadoras Como analisado anteriormente, no caso dos financiamentos como o PROEX e os financia32 mentos do BNDES, os principais entraves são o desconhecimento do programa, as documentações requeridas e as garantias, podendo nesse caso a trading company e a comercial exportadora atender a essas limitações, pois elas também podem se beneficiar desses programas, além de possuírem todo o aparato documental de comprovação exigida. No caso do Exporta Fácil e do Simplex, o maior entrave é o desconhecimento do programa. Como o objetivo dessas iniciativas é inserir de forma mais fácil e segura o produto no exterior e simplificar a documentação e os trâmites de negociações, respectivamente, a trading company e a comercial exportadora por possuírem estudos sobre viabilidade econômica, de mercados, riscos comerciais, procedimentos aduaneiros, negociações, podem suprir as limitações desses dois programas, inserindo os produtos de empresas de pequeno porte da forma mais competitiva no mercado global. Diante dos programas de governos analisados acima e do trabalho realizado por uma trading company ou comercial exportadora, conseguimos identificar que essas empresas estão capacitadas a atender as limitações dos programas enfrentadas pelas MPEs, nos aspectos de requisitos, documentações para comprovação e conhecimento do programa, sendo uma boa alternativa para inserirem seus produtos no mercado global. 6. Considerações Finais Os resultados apresentados pela pesquisa do CNI comprovam que as exportações perdem o dinamismo devido aos mais variados entraves específicos no país, colocando as MPEs à mercê das oscilações dos ciclos econômicos. Concluise que, para a expansão das exportações, ainda é necessária a atuação do governo em diversas etapas do processo de exportação, no que se diz respeito aos entraves operacionais como o acesso aos programas de financiamento, burocracia aduaneira, custos portuários, custo de frete internacional, fazendo-se necessária uma maior divulgação dos mecanismos existentes que beneficiam as empresas. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 conhecida para 57,9% das empresas. Para micro e pequenas empresas a situação de desconhecimento é mais acentuada, atingindo cerca de 70% no que se diz respeito ao desconhecimento do programa (CNI, 2002). 5.4 Principais Entraves Operacionais De acordo com a pesquisa da CNI, a burocracia aduaneira aparece como principal entrave à expansão das exportações correspondente por 40,8%, os custos portuários aparecem como o segundo maior entrave sendo 37,3% (CNI, 2002). Outros entraves importantes são canais de comercialização e burocracia tributária, assinalada por, respectivamente, 23,9% e 22,6% das empresas. As questões tributárias, no que diz respeito também à dificuldade de ressarcimento de créditos tributários, aparecem entre os obstáculos mais importantes às exportações, assinaladas por 36% das empresas. O transporte internacional afeta 29,2% das empresas, não deixando de lado a falta de infraestrutura interna para o escoamento de produtos destinados à exportação, assinalada por 16,2% das empresas (CNI, 2002). A documentação é apresentada como a segunda maior dificuldade assinalada por 44% das empresas, principalmente no que se trata de certificados de origem, de inspeção de qualidade, certificado fitossanitário, considerando também a legislação consular (CNI, 2002). Em síntese, a instabilidade do câmbio, a logística de transporte de mercadorias e a falta de informação sobre procedimentos de exportação representam os maiores entraves para as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras exportarem seus produtos. Responsáveis por apenas 2,4% do total das exportações do Brasil (2003), essas empresas têm como maior motivação para a exportação a diversificação de clientes e a perspectiva de maiores lucros (CNI, 2002). 5.5 Considerações sobre Trading Company e Comerciais Exportadoras Como analisado anteriormente, no caso dos financiamentos como o PROEX e os financia32 mentos do BNDES, os principais entraves são o desconhecimento do programa, as documentações requeridas e as garantias, podendo nesse caso a trading company e a comercial exportadora atender a essas limitações, pois elas também podem se beneficiar desses programas, além de possuírem todo o aparato documental de comprovação exigida. No caso do Exporta Fácil e do Simplex, o maior entrave é o desconhecimento do programa. Como o objetivo dessas iniciativas é inserir de forma mais fácil e segura o produto no exterior e simplificar a documentação e os trâmites de negociações, respectivamente, a trading company e a comercial exportadora por possuírem estudos sobre viabilidade econômica, de mercados, riscos comerciais, procedimentos aduaneiros, negociações, podem suprir as limitações desses dois programas, inserindo os produtos de empresas de pequeno porte da forma mais competitiva no mercado global. Diante dos programas de governos analisados acima e do trabalho realizado por uma trading company ou comercial exportadora, conseguimos identificar que essas empresas estão capacitadas a atender as limitações dos programas enfrentadas pelas MPEs, nos aspectos de requisitos, documentações para comprovação e conhecimento do programa, sendo uma boa alternativa para inserirem seus produtos no mercado global. 6. Considerações Finais Os resultados apresentados pela pesquisa do CNI comprovam que as exportações perdem o dinamismo devido aos mais variados entraves específicos no país, colocando as MPEs à mercê das oscilações dos ciclos econômicos. Concluise que, para a expansão das exportações, ainda é necessária a atuação do governo em diversas etapas do processo de exportação, no que se diz respeito aos entraves operacionais como o acesso aos programas de financiamento, burocracia aduaneira, custos portuários, custo de frete internacional, fazendo-se necessária uma maior divulgação dos mecanismos existentes que beneficiam as empresas. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 RNI_n7.book Page 33 Friday, September 22, 2006 11:03 AM Diante do quadro apresentado, é de grande valia a atuação das trading companies e comerciais exportadoras como facilitadoras, ajudando as MPEs a inserirem seus produtos no comércio internacional de uma forma mais dinâmica e expressiva, pois as trading companies e comer- RNI_n7.book Page 33 Friday, September 22, 2006 11:03 AM ciais exportadoras possuem toda a estrutura para que os produtos de micro e pequenas empresas sejam inseridos no comércio internacional de forma segura e competitiva, podendo assim alavancar as exportações das micro e pequenas empresas. REFERÊNCIAS Diante do quadro apresentado, é de grande valia a atuação das trading companies e comerciais exportadoras como facilitadoras, ajudando as MPEs a inserirem seus produtos no comércio internacional de uma forma mais dinâmica e expressiva, pois as trading companies e comer- ciais exportadoras possuem toda a estrutura para que os produtos de micro e pequenas empresas sejam inseridos no comércio internacional de forma segura e competitiva, podendo assim alavancar as exportações das micro e pequenas empresas. REFERÊNCIAS BANCO DO BRASIL. Informações sobre o PROEX. Disponível em: <http://www.bb.com.br/appbb/ portal/on/intc/me/exp/AdmRecPROEXFin.jsp> Acesso em: 15 abr. 2006. MINISTÉRIO DA FAZENDA. Mecanismos de financiamento privado às exportações. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/sain/m_financiamento.htm>. Acesso em: 15 abr. 2006. BANCO DO BRASIL. Informações sobre o PROEX. Disponível em: <http://www.bb.com.br/appbb/ portal/on/intc/me/exp/AdmRecPROEXFin.jsp> Acesso em: 15 abr. 2006. MINISTÉRIO DA FAZENDA. Mecanismos de financiamento privado às exportações. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/sain/m_financiamento.htm>. Acesso em: 15 abr. 2006. BELLO, Ubyrajara Brasil Dal. As Poderosas Trading Companies Japonesas – Sogo Shosha. São Paulo: Aduaneiras, 2001. SEBRAE.Critérios de Classificação do Porte da Empresa, 1999. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/estudosepesquisas.asp> . Acesso em: 22 abr.2006 BELLO, Ubyrajara Brasil Dal. As Poderosas Trading Companies Japonesas – Sogo Shosha. São Paulo: Aduaneiras, 2001. SEBRAE.Critérios de Classificação do Porte da Empresa, 1999. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/estudosepesquisas.asp> . Acesso em: 22 abr.2006 BNDES. Informações sobre o financiamento do BNDES. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ linhas/exportacao.asp>. Acesso em: 15 abr. 2006. BRASIL, Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de Novembro de 1972. CNI. Estudo sobre as Dificildades enfrentadas pelas empresas exportadoras realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), 2002. Disponível em: <http://www.cni.org.br/produtos/ com_ext/src/empresa_exportadora_brasileira.pdf>. Acesso em: 22 abr.2006. CORREIOS. Informações sobre o Exporta fácil, 2000. Disponível em: <http://www.correios.com.br/exportefacil/default.cfm>. Acesso em: 15 abr. 2006. GRISI, Celso Cláudio de Hildebrand. Trading – Presença brasileira no cenário econômico munidal. São Paulo: Saraiva, 2003. Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 4(7):27-33, 2006 SEBRAE. Tributação do sistema SIMPLES. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/ tributacao_simples.asp>. Acesso em: 22 abr.2006a. SEBRAE. Estudo sobre as Micro e pequenas empresas na exportação brasileira de 19982004, realizada pelo SEBRAE. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/ 0E680B540F45AB430325707E005ED42D/$File/ NT000AB71E.pdf>. Acesso em: 22 abr.2006b. TWL. Tizatto, Wildner e Luz Advogados Associados – Trading Company/Comercial Exportadora: Tratamento Tributário, 2004. Disponível em: <http://www.twladvogados.com.br/artigos/Trading.doc>. Acesso em: 11 mar. 2006. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2003. 33 BNDES. Informações sobre o financiamento do BNDES. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ linhas/exportacao.asp>. Acesso em: 15 abr. 2006. BRASIL, Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de Novembro de 1972. CNI. Estudo sobre as Dificildades enfrentadas pelas empresas exportadoras realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), 2002. Disponível em: <http://www.cni.org.br/produtos/ com_ext/src/empresa_exportadora_brasileira.pdf>. Acesso em: 22 abr.2006. CORREIOS. Informações sobre o Exporta fácil, 2000. 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