Associação Brasileira de Supermercados
www.abras.com.br
Nº51
ECONOMIA
A informação que fala direto ao seu bolso
29 de Abril de 2015
Vendas recuam, mas acumulam alta de 1,46% no ano
Em
março,
as
vendas
reais
do
autosserviço apresentaram alta de 7,15%
na
comparação
com
o
mês
imediatamente anterior e alta de 0,57%
em relação ao mesmo mês do ano de
2014, de acordo com o Índice Nacional
de Vendas, apurado pela Associação
Brasileira de Supermercados (Abras).
No resultado acumulado (jan/mar), as
vendas apresentaram alta de 1,46% na
comparação com o mesmo período do
ano anterior. Os índices já estão
deflacionados pelo IPCA do IBGE.
Em valores nominais, as vendas do setor
apresentaram alta de 8,56% em relação
ao mês anterior e, quando comparadas a
fevereiro do ano anterior, alta de 8,74%.
No acumulado do ano as vendas
cresceram 9,22%.
Crescimento moderado será a tendência do ano
“Apesar de contar com parte das vendas da Páscoa, o crescimento
sobre março de 2014 foi baixo e mostra a tendência do setor para
este ano, de crescimento de vendas mais moderado. De maneira
geral, o resultado acompanha o desempenho da economia neste
ano em que se prevê o resultado negativo do PIB e um aumento da
taxa de desemprego. Apesar desse cenário, as vendas do setor
continuam positivas”, afirmou o presidente da Abras Fernando
Yamada.
“O ponto positivo é que o cenário macroeconômico parece ter
parado de piorar e agora já existem alguns bons elementos para
acreditar que já começamos a reencontrar o rumo”, finalizou
Yamada. Na última página deste boletim apresentamos os principais
indicadores econômicos do País e do varejo, bem como suas
projeções para 2015.
Nesta edição:
>> Conjuntura–2
Pelo terceiro mês
seguido, desemprego
sobe e chega a 6,2%
em março
>>Abrasmercado – 3
Abrasmercado varia
0,84% e acumula 5,19%
em 12 meses
>>Abrasmercado – 4
Cebola e leite puxam
Abrasmercado na
Região Sul: 1,99% no
mês
>>PMC – 4
Comércio
varejista acumula
queda de -1,2% no
ano
Variações
Período de
análise – mês/15
Mar/15 x Fev/15
Mar/15 x Mar/14
Acumulado/ano
Variação
Nominal
8,56%
8,74%
9,22%
Variação
Real*
(IPCA/
IBGE)
7,15%
0,57%
1,46%
Índice Abras apresenta
crescimento real
de 1,46% em 2015
>>Análise macro – 6
Confiança melhora e
o dólar começa a
procurar seu novo
equilíbrio
>>Indicadores – 7
Indicadores
macroeconômicos
e do varejo
AnáliseConjuntura
do mercado- pg.
- pg.0202
Pelo terceiro
mês seguido, desemprego sobe e chega a 6,2% em março
t
A taxa de desocupação, em março de 2015, foi
estimada para o conjunto das seis regiões metropolitanas
investigadas em 6,2%, ficando estável frente a fevereiro
último (5,9%). No confronto com março de 2014, a taxa
ficou 1,2 ponto percentual maior (passou de 5,0% para
6,2%).
A massa de rendimento médio real habitual dos
ocupados foi estimada em 49,3 bilhões em março de
2015, registrando queda de 3,0% em relação a fevereiro
último. Na comparação anual esta estimativa caiu
3,8%.
O rendimento médio real habitual dos
trabalhadores foi estimado em março de 2015,
para o conjunto das seis regiões pesquisadas,
em R$ 2.134,60. Este resultado ficou 2,8%
abaixo do registrado em fevereiro (2.196,76) e
3,0% do abaixo que foi apurado em março de
2014 (R$ 2.200,85). Regionalmente, em relação
a fevereiro último, o rendimento caiu em:
Salvador (-6,8%); Porto Alegre (-4,4%); Belo
Horizonte (-3,1%); São Paulo (-2,3%); Rio de
Janeiro (-2,6%) e em Recife (-1,4%). Frente a
março de 2014, o rendimento caiu em:
Salvador (-6,9%); Porto Alegre (-3,5%); São
Paulo (-3,4%); Belo Horizonte (-2,8%); Rio de
Janeiro (-2,2%). A única região a apresentar
variação positiva na comparação anual foi
Recife (+2,2%).
IPCA continua subindo e já acumula alta de 8,13% em 12 meses
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) do mês de março apresentou variação de
1,32% e ficou acima da taxa de 1,22% registrada no
mês de fevereiro em 0,10 ponto percentual. Com isso,
o primeiro trimestre deste ano ficou em 3,83%, a maior
alta para um primeiro trimestre desde 2003, quando a
taxa foi de 5,13%. Quanto aos últimos 12 meses, o
índice foi para 8,13%.
IPCA-15: alta de 1,07%
em abril
O IPCA-15 teve variação de 1,07% em abril e ficou
0,17 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de
março (1,24%). Foi a taxa mais elevada registrada
nos meses de abril desde 2003, quando atingiu 1,14%.
Com este resultado, o índice acumulado no ano
situou-se em 4,61%, acima da taxa de 2,91%
registrada em igual período de 2014. No acumulado
dos últimos 12 meses, o índice foi para 8,22%, o maior
desde janeiro de 2004 (8,46%). Em abril de 2014, o
IPCA-15 havia sido 0,78%.
Dos nove grupos de produtos e serviços
pesquisados, Habitação ficou com a maior variação,
3,66%,
enquanto
a
menor
foi
registrada
em Comunicação, com queda de 0,30%.
Individualmente, com 0,45 p.p., coube à energia
elétrica a liderança no ranking dos principais
impactos. A forte elevação de 13,02% ocorrida nas
contas refletiu reajustes que passaram a vigorar a
partir do dia 2 de março, tanto na bandeira tarifária
vigente (vermelha) – que aumentou 83,33%, ao passar de
R$3,00 para R$5,50 – quanto nas tarifas, com a ocorrência
de reajustes extraordinários.
Nos alimentos, a alta foi de 1,04%, sobressaindo os aumentos
nos preços da cebola (6,72%), alho (6,61%), ovos (5,49%),
leite (4,96%), tomate (4,28%) e óleo de soja (3,68%).
Considerando as regiões pesquisadas, observou-se que, foi
em Curitiba que os preços mais aumentaram nesse grupo,
atingindo alta de 1,64%, enquanto a mais baixa variação foi
verificada em Goiânia, com 0,37%.
Abrasmercado - pg. 03
Abrasmercado varia 0,84% e acumula 5,19% em 12 meses
C
Em março, o Abrasmercado, cesta
de 35 produtos de largo consumo
analisada pela GfK em mais de 600
estabelecimentos de autosserviço
espalhados em todo o País,
apresentou alta de
0,84%, em
relação a fevereiro de 2015.
Na comparação com o mesmo
mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 5,19%,
passando de R$ 371,69 para
R$ 390,96.
Em
março
de
2014,
o
Abrasmercado assinalava uma alta
de 2,92% em relação ao mês
anterior, acumulando alta de 3,15%
em 12 meses. O que mostra que os
preços dos principais produtos
vendidos nos supermercados estão
em um patamar mais alto do que o
verificado em 2014.
Os produtos com as maiores altas
em março, na comparação com o
mês anterior, foram: cebola, com
10,69%; ovo, 6,64%; leite longa vida,
5,54%.
A cebola obteve alta nos preços
em todas as regiões, sendo que a
maior alta foi registrada na Região
Sul, onde variou 16,50%.
O ovo apresentou a sua maior alta,
de 10,46%, na Região Sul.
Já os produtos com as maiores
quedas foram: batata, -6,97%;
xampu, -2,14%; extrato de tomate,
-1,07%.
A batata teve queda em todas as
regiões e a maior delas foi na
Região Nordeste, -15,93%.
O xampu apresentou sua maior
queda, de -5,24%, na Região
Centro-Oeste.
Comparativo Abrasmercado x IPCA
Variação Mensal (Mar/15 versus Fev/15)
Acumulado no Ano (Jan/15 a Mar/15)
Variação 12 meses (Mar/15 versus Mar/14)
Abrasmercado
Cebola lidera maiores altas
de 2015: 46,1%
Período
No resultado acumulado de 12
meses, os produtos que mais
pressionaram a inflação na cesta
Abrasmercado foram a cebola, com
51,1%, o pernil com 13,8% e a carne
traseiro com 13,6%. Os produtos com
as maiores quedas nos preços no
acumulado de 12 meses foram pela
ordem: farinha de mandioca (-26,2%),
tomate (-12,1%) e o açúcar (-7,3%).
No resultado acumulado do ano de
2015,
os
produtos
que
mais
pressionaram a inflação na cesta
Abrasmercado foram a cebola, com
46,1%, o feijão, com 28,3%, e o
tomate com 23,4%. Os produtos com
as maiores quedas nos preços no
acumulado de 12 meses foram pela
ordem: extrato de tomate (-3,2), o
leite em pó integral (-2,8%) e a farinha
de mandioca (-2,7%).
Abrasmercado
IPCA
0,84%
2,58%
5,19%
1,32%
3,83%
8,13%
Valor em R$
Março/14
R$ 371,69
Março/15
R$ 390,96
Mês x Mesmo mês do ano anterior
Var. (%)
5,19
Período
Valor em R$
Fevereiro/15
R$ 387,71
Março/15
R$ 390,96
Var. (%)
Mês x Mês Anterior
0,84
Maiores quedas
(Mês x Mês anterior - %)
BATATA
XAMPU
EXTRATO DE TOMATE
LEITE EM PÓ INTEGRAL
-6,97
-2,14
-1,07
-1,02
Maiores altas
(Mês x Mês anterior - %)
CEBOLA
OVO
LEITE LONGA VIDA
TOMATE
10,69
6,64
5,54
4,62
Abrasmercado - pg. 04
Cebola e leite puxam Abrasmercado na Região Sul: 1,99% no mês
Em março, a cesta da Região Sul passou a
ser a mais cara do País, com variação de
1,99%. Na região, os produtos que
apresentaram maiores altas de preços
foram a cebola (16,50%) e o leite longa
vida (11,85%).
A segunda cesta mais cara do País é a da
Região Norte, com valor de R$ 429,70,
oscilação de 1,01% no mês. Na região, os
produtos que apresentaram maiores altas
de preços foram o tomate (12,45%) e o
ovo (9,33%).
A Região Sudeste apresentou alta de
0,31%, na relação de um mês para o
outro. Na região, os produtos que
apresentaram maiores altas de preços
foram o ovo (10,46%) e a cebola (9,29%).
Entre as capitais, Cuiabá teve a maior alta
R$ 429,70
R$ 336,93
R$ 371,49
R$ 377,05
R$ 431,67
A Região Centro-Oeste apresentou
alta de 0,33% na relação de um mês
para o outro, com destaque para a
alta nos preços da cebola (15,64%).
A cesta regional ficou em R$ 371,49.
A Região Nordeste obteve alta de
0,32%, atingindo o valor de
R$ 336,93; as maiores altas da região
foram
verificadas
na
cebola
(11,81%) e no pernil (10,21%).
Em março, Brasília continuou a ter a
cesta mais cara do País, com o
valor de R$ 456,31, e variação de
-0,11% no mês. Destaque para a
alta no preço do feijão (13,84%).
Interior do Rio Grade do Sul
apresentou entre estados, capitais e
municípios a maior alta nos preços do
País, com variação de 3,26%,
atingindo o valor de R$ 433,38. Na
região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram
a cebola (17,71%) e o frango
congelado (17,07%).
Na Grande São Paulo, a cesta
apresentou em março deste ano
variação de 0,29%, atingindo o valor
de R$ 393,91. Os produtos que
apresentaram altas nos preços foram
o ovo (16,33%) e a cebola (16,18%).
PMC - pg. 05
PMC: comércio varejista acumula queda de -1,2% no ano
O comércio varejista do País registrou variação
de -0,1%, para o volume de vendas e de 0,7%
para a receita nominal, ambas as variações
com relação ao mês anterior, ajustadas
sazonalmente. No caso do volume, o resultado
volta a ser negativo, já a receita nominal
apresenta pelo segundo mês consecutivo taxa
positiva. No que se refere à variação da média
móvel, as taxas registradas foram de -0,7% para
o volume e de -0,2% na receita.
Nas demais comparações, obtidas das séries
originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve,
em termos de volume de vendas, decréscimo
de -3,1% sobre fevereiro do ano anterior, -1,2%
no acumulado do bimestre e 0,9% no
acumulado dos últimos 12 meses. Para os
mesmos indicadores, a receita nominal de
vendas apresentou taxas de variação de 3,6%,
5,0% e de 7,2%, respectivamente.
Móveis e eletrodomésticos puxaram
queda do varejo
Na relação fevereiro de 2015/fevereiro de 2014 (série
sem ajuste), cinco das oito atividades do comércio
varejista registraram variações negativas. Por ordem
de contribuição à taxa global negativa, os resultados
foram os seguintes: -10,4% para móveis e
eletrodomésticos; -10,4% para combustíveis e
lubrificantes;
-1,8%
para
hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e
fumo; -7,3% para tecidos, vestuário e calçados; e
-5,3% para livros, jornais, revistas e papelaria. As
atividades que exerceram impactos positivos na
composição do resultado do varejo foram: outros
artigos de uso pessoal e doméstico (3,0%); artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria
e cosméticos (3,2%); e equipamentos e material para
escritório, informática e comunicação, com 8,4%.
A atividade de móveis e eletrodomésticos, com
variação de -10,4% no volume de vendas em
relação a fevereiro do ano passado, registrou o
maior impacto negativo na formação da taxa do
varejo. Tal comportamento pode ser atribuído à
retirada gradual dos incentivos (redução do Imposto
sobre Produtos Industrializados - IPI) direcionados à
linha branca somado ao menor ritmo de
crescimento do crédito.
O segmento de hipermercados, supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação
de -1,8% no volume de vendas em fevereiro sobre
igual mês do ano anterior, foi a terceira contribuição
negativa na formação da taxa de desempenho do
comércio varejista.
Análise macro - pg. 06
Confiança melhora e o dólar começa a procurar seu novo equilíbrio
Abrasmercado
Após 2 meses de grande turbulência, quando
chegou a atingir R$ 3,2965 em 19 de março e
parecia subir sem controle – no oceano de notícias
ruins que atingiram a economia no período – o
dólar dá sinais de arrefecimento.
Na edição de fevereiro do Abras Economia,
comentávamos que um pouco de desvalorização
até tenderia a fazer bem para a economia, ao
favorecer a balança comercial e diminuir o déficit
de
transações
correntes.
Mas
sua
alta
descontrolada poderia provocar ainda mais
impactos na inflação.
Mas após o período mais turbulento, o dólar parece
começar a se estabilizar num patamar mais suave.
Ao mesmo tempo, também diminui a tendência de
fortalecimento
do
dólar
em
relação
a
praticamente todas as outras moedas (até abril,
levando-se em conta uma cesta das seis principais
moedas globais em relação ao dólar, havia uma
desvalorização média de 25%).
Além do fenômeno global (arrefecido agora por
notícias do possível acordo grego e números menos
positivos nos EUA), pesou nos últimos dias a
manutenção do grau de investimento (perda
considerada quase certa há 40 dias), mostrando
que ainda existe luz no fim do túnel para a
economia brasileira.
Essa tendência de fortalecimento do dólar, por sua
vez, está associada em grande medida à atual
situação cíclica dos Estados Unidos.x
bir
Focus: mercado vê recessão e inflação de 8,25% em 2015
Projeções – 24/4/2015
Índices/Indicadores
2015
2016
PIB (% de crescimento)
-1,10
1,00
Produção Industrial (% de
crescimento)
Taxa de câmbio - fim de
período (R$/US$)
Taxa Selic - fim de período
(% a.a.)
IPCA (%)
-2,50
1,50
3,20
3,30
13,25
11,50
8,25
5,60
6,78
5,50
IGP-M (%)
Fonte: Boletim Focus - Banco Central
Segundo analistas de mercado
consultados pelo Banco Central,
em seu Boletim Focus, a
perspectiva para o PIB de 2015 é
de -1,10%.
Há um mês, o mercado previa
recessão de -1,00%. Para 2016 a
previsão para o crescimento é
de 1,00%.
As projeções indicam que o
Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) irá
fechar 2015 em 8,25%, acima dos
6,41% de 2014. Para 2015 a
expectativa é de alta de 5,60%.
Para o IGP-M, a previsão é de
que o índice encerre o ano em
6,78%. Para 2016 a projeção é
de 5,50%.
A previsão para a Selic é de
13,25% para 2015. Para 2016 a
perspectiva é de 11,5% ao ano.
De acordo com o levantamento de 24/4, a previsão do
mercado financeiro para a
taxa de câmbio no fim de 2015
é de 3,20. Em 27/3, a cotação
estava em R$ 3,20. A previsão
para o fim de 2016 está em
R$ 3,30.
Indicadores - pg. 07
Indicadores
Expediente:
Departamento de Economia e Pesquisa
Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor)
Revisão: Roberto Leite
Tel.: 55 11 3838-4516 e-mail: [email protected]
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