Instituto de Relações Internacionais AS DINÂMICAS DE MUTAÇÃO DO PODER SOBERANO, DOS APARELHOS DE SEGURANÇA DO ESTADO MODERNO E A REFORMULAÇÃO DO IMAGINÁRIO ESPACIAL E POLÍTICO DA MODERNIDADE POLÍTICA. O caso dos aparelhos de segurança do estado brasileiro Aluno: João Guilherme V. B. Gomes Orientador: Philippe Bonditti 1. Introdução: Quadro teórico da pesquisa O projeto de pesquisa é sobre As dinâmicas de mutação do poder soberano, dos aparelhos de segurança do estado moderno e a reformulação do imaginário espacial e político da modernidade política. O projeto proposto é tanto teórico quanto empírico. Do ponto de vista teórico, o objetivo é se engajar com a literatura existente sobre as características espaço-temporais da modernidade política, a fim de potencialmente articular um argumento teórico central: o advento da forma geométrica do ponto como o lugar em que, no limite, a política vem a ser possibilitada. De certa forma, parte da pesquisa busca avaliar o tripé soberania/corposdisciplina/população-biopolítica que Michel Foucault destaca em suas considerações sobre a emergência da governamentalidade contemporânea e interrogar sobre o que poderia ser o imaginário espacial e político correspondente à traçabilidade. Faço isso questionando em que se transforma tal tripé em tempos de “terror”, fluxos, mobilidade extrema e implementações de ferramentas tecnológicas avançadas que não se focam exclusivamente nem no território, nem em corpos individuais, nem em populações, mas em vivos-em-mobilidade (vivant-en-mobilité). Mais especificamente, estou explorando as formas pelas quais essas técnicas computacionais rearticulam a própria arte de governar pessoas, fazendo emergir a traçabilidade como a principal tecnologia de poder da governamentalidade contemporânea; isso se torna possível, também, por reivindicações específicas sobre o inimigo e a alteridade articuladas em uma grande-narrativa homogeneizante, porém não homogênea, sobre o “terrorismo”, descrito como uma rede de redes e entendido como sendo tanto o uso efetivo quanto o uso potencial da violência. Meu ponto é defender que a traçabilidade faz com que os pontos de controle (checkpoints) se tornem os lugares limites em que os poderes estatais e não-estatais decidem sobre a mobilidade de pessoas, bens, capital e dados. Esse projeto é, ainda, profundamente empírico, na medida em que busca substanciar as reivindicações teóricas mencionadas acima por meio da análise dos procedimentos contemporâneos discursivos e não-discursivos através dos quais o poder soberano opera a traçabilidade e, dessa forma, remodela o imaginário espacial e político da modernidade política. O projeto, portanto, não propõe uma pesquisa que se limite a uma leitura funcionalista das políticas de “segurança” por exemplo, como também não opera nos marcos de uma sociologia positivista da dimensão burocrática dos aparelhos de segurança ou por uma análise jurídica das leis de securitização. Ainda, não se propõe a simples análise de narrativas sobre a “ameaça”. A pesquisa proposta almeja abarcar o complexo conjunto formado por: - Narrativas sobre ameaças e contra-ameaças, a fim de identificar e localizar, no âmbito sócio-político, as condições de possibilidade que elas criam para desenvolvimentos posteriores para além da linguagem; - Estruturas burocráticas da arquitetura de segurança dos Estados Unidos, do Brasil e da União Europeia, vistas como sendo movidas por sua própria inércia e suas rotinas, assim como por dinâmicas relacionais; - Regulações administrativas, leis e doutrinas militares adotadas e desenvolvidas para propósitos de segurança; - Modalidades técnicas de segurança, tais como operações militares e paramilitares especiais, vigilância e tecnologias individualizantes de controle. Consideradas em conjunto, essas quatro dimensões traçam as linhas de um conjunto complexo, fragmentado e heterogêneo, que pretendo analisar a partir de uma perspectiva relacional, com vistas a apreender e compreender um movimento mais amplo cuja dinâmica é um processo de desfragmentação que almeja integrar digitalmente os Instituto de Relações Internacionais aparelhos de segurança percebidos como sendo aquilo que permite aos Estados modernos se deparar e combater o “invisível e potencial inimigo”. Tal perspectiva delineia um arcabouço empírico rico e extenso que requer o desenvolvimento de um método de pesquisa específico (ver abaixo). A pesquisa tenta, portanto, explorar os tipos de reconfigurações que afetam os aparatos de segurança dos Estados modernos, com especial ênfase no aparato de segurança dos Estados Unidos e no aparato de segurança do Brasil. 2. Objectivos particular da pesquisa PIBIC: Do ponto de vista empírico, a pesquisa tem por finalidade prática: - Construir um banco de dados de aparelhos de segurança nos Estados Unidos e no Brasil - Estabelecer uma cartografia precisa e detalhada dos aparelhos da segurança no Brasil. 3. Metodologia Um dos propósitos de projeto de pesquisa é elaborar um método que auxilie a colocar a genealogia foucaultiana em movimento. Para tanto, a pesquisa se articula em torno da noção do dispositivo de Foucault, entendido tanto como uma noção quanto como uma ferramenta; dessa forma, busco utilizá-lo como uma ferramenta de pesquisa e como uma maneira de separar método de método científico moderno, reconhecendo a subjetividade do pesquisador no processo de pesquisa. Quando se tenta estabelecer tal dispositivo, o ponto central é o engajamento com a heterogeneidade das realidades observadas. O processo de pesquisa consistirá, portanto, em reunir uma quantidade abundante de documentos, leis e afirmações; o objetivo disso é destacar regularidades que ajudem a identificar possíveis rupturas na enunciação dos problemas percebidos (isto é, no meu caso, o “terrorismo”). Esse processo deveria conduzir a considerar esses textos por eles mesmos e em sua positividade, assim como a observar as condições de possibilidade que eles colocam para outros e não-discursivos desdobramentos para além e para fora do texto, como os identificadores biométricos e as disposições arquiteturais implantadas em aeroportos depois de 11 de setembro, por exemplo. Seguindo outro conselho foucaultiano, seria preciso considerar esses textos como traços de elementos não-discursivos (agentes sociais e suas rotinas, instrumentos e ferramentas técnicas, disposições arquiteturais...) e se focar nos componentes estritamente discursivos do dispositivo como um caminho para sua dimensão não-discursiva. É isso que tenho em mente quando sugiro fazer uso do dispositivo como uma ferramenta de pesquisa. Mais pragmaticamente, essa “análise de dispositivo”, na medida em que implica na sistemática coleta de um extenso conjunto de documentos: (1) os relatórios de agências de segurança sobre perigos e ameaças, assim como sobre suas próprias atividades; (2) os organogramas das agências; (3) as táticas, as técnicas e os procedimentos das forças armadas; (4) os documentos doutrinais; (5) as estratégias de segurança nacional; (6) as estratégias militares; (7) as audições que ocorreram no Congresso dos Estados Unidos, e na Assembleia Nacional do Brasil; (8) as leis e regulações administrativas. Esta é, sem dúvida, uma lista não-exaustiva de documentos, dado que a pesquisa irá me levar a procurar outros documentos que eventualmente se mostrarão relevantes para a exploração das dinâmicas de mutação do poder soberano e a reformulação do imaginário espacial e político da modernidade política. A análise desses documentos almejará a identificação de demarcações/distinções/disjunções nas percepções de ameaças e perigos, mas também na estrutura da contra-ameaça. Em concomitância, as associações, junções e classificações que esses relatórios e discursos estabelecem entre o crime e as ameaças à segurança nacional, entre terrorismo, tráfico de drogas, crime organizado e migração ilegal... serão abordadas. 4. Desenvolvimento da pesquisa (agosto 2012-Julho 2013) Foram mapeados os aparelhos dos quais o Estado brasileiro dispõe para executar ações relacionadas, amplamente, à segurança. A partir de uma análise histórica da criação e atuação dos principais aparelhos identificados, foi elaborado uma matriz de ameaças percebidas e respostas elencadas pelo Brasil, nos âmbitos interno e externo, de forma a permitir a identificação de discursos e práticas de segurança atualmente mais relevantes e a desestabilização teórica da separação entre segurança interna e defesa externa. Instituto de Relações Internacionais 5. Conclusões Saindo do regime militar ditatorial, que se estendeu de 1964 a 1985, quando prevalecia a noção repressiva da segurança pública, informada então, em grande parte, pela preponderância de uma ameaça interna, o Estado brasileiro parece estar transformando a sua abordagem ao tema, estando adequando-a, aos poucos, ao caráter democrático do novo regime político. Persiste uma expressiva militarização da segurança pública, com alguns autores argumentando que houve aumento recente. A segunda metade dos anos 80 e a maior parte dos anos 90 seriam palco de intensos debates a respeito da redemocratização e, sobretudo, do futuro econômico do país, após a chamada década perdida, de 1980, e a descontrolada inflação monetária. A constituinte de 1987 e a Constituição de 88 não causariam grandes transformação nos aparelhos dos quais o Estado dispunha para lidar com as ameaças percebidas, não sendo possível observar mudanças formais nos aparatos de segurança interna e defesa externa do país provenientes da Constituição Federal. Se por um lado, desde o final dos anos 1970, ainda durante o regime militar, os Estados federativos já possuíam a prerrogativa de nomeação de secretários de segurança, chefes de policia civil e comandantes de policia militar, por outro, ainda nos anos 1990, o agora-extinto Serviço Nacional de Informação (SNI), órgão de Inteligência com status de ministério, ainda se ocupava de algumas das funções que desempenhava no regime militar, entre elas a de monitoramento (surveillance) – especialmente de líderes sindicais – tendo, no entanto, abandonado as funções diretamente repressivas. As maiores mudanças observáveis no período derivam do pacto federativo reforçado na Constituição de 88. O regime militar centralizou a maior parte do processo decisório no que diz respeito à segurança nacional e interna, mas devolveu algumas prerrogativas aos Estados antes do fim do regime. No mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, é possível observar algumas importantes mudanças nas estruturas de defesa e segurança brasileiras. Em 1999, já no segundo mandato FHC, há a extinção do SNI e criação da Agencia Brasileira de Inteligência, subordinada à Presidência da República, e a reunião dos ministérios do Exército, Marinha e Aeronáutica em um órgão único, o Ministério da Defesa, agora com direção civil. No âmbito Federal, a tendência na área de segurança tem sido uma mudança do foco das políticas de segurança publica para a prevenção ao crime, no lugar da repressão. A criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) em 2007 se encaixa nessa transição, porém ainda carece de recursos e sofre de outras limitações. No entanto, a segurança continua sendo uma prerrogativa predominantemente do nível estatal e, mais recentemente e em menor proporção, os municípios. Referências 1 - CANO, Ignacio. Public security policies in Brazil: attempts to modernize and democratize versus the war on crime. Revista Internacional de Direitos Humanos, v.3, n.5. São Paulo, dec. 2006. 2 - FERNANDES, Fernando Bartholomeu. As relações civil-militares durante o Governo Fernando Henrique Cardoso – 1995/2002. Brasília: UnB, 2006. 3 - NÓBREGA JR, José Maria Pereira da. A militarização da segurança pública: um entrave para a democracia brasileira. Revista de Sociologia e Política, vol.18, n.35. Curitiba, fev. 2010. Instituto de Relações Internacionais 4 - KENKEL, Kai Michael. Language matters: security discourse and civil-military relations in Brazil. Journal of Political & Military Sociology, vol.34, n.2, p. 211-236, inverno 2006. 5 - SANTOS, Maria Helena. A nova missão das forças armadas Latino-Americanas no mundo pós-Guerra Fria: o caso do Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.19, no.54. São Paulo, fev. 2004. 6 - RUDZIT, Gunther. National Security and Defense: basic concepts for an analysis Revista Brasileira de Política Internacional, v.53, n.1. Brasília, 2010. Instituto de Relações Internacionais ANEXO 1: TABELA DE RESUMO DA PESQUISA APARELHOS DE SEGURANÇA DO BRASIL Instituição Ano de Criação Origem Instituição Predescessora Embasamento Jurídico LCP 97/1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp97. htm); Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 (que definiu a organização da Presidência da República, determinando quais são os ministérios e quais as áreas de atuação de cada um); Decreto 7.276 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2010/decreto/d7276.htm) Missão MD - Ministério da Defesa 1999 Redemocratização ministérios do Exército (1967-1999; Ministério da Guerra - 1808-1967), da Aeronáutica e da Marinha (Secretaria d'Estado dos Negócios da Marinha 1821-; Secretaria d'Estado dos Negócios da Marinha e dos Domínios Ultramarinos - 1808-1821) EMCFA - Estado Maior Conjunto das Forças Armadas 1946/2010 Redemocratização / Constituição de 1946 EMFA - Estado Maior das Forças Armadas (1948); Estado Maior Geral (1946). Lei Complementar nº 136/10 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN136.pdf); Portaria nº1429/MD (http://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria1429-2010_227625.html). Império Brasileiro Exército Nacional (1889-19??) e Exército Imperial (1822-1889) Artigos 142 e 143/CF (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ destinacaodasforcasarmadas.pdf); Lei Complementar nº 97/99 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97. htm), Lei Complementar nº 117/04 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN117.pdf), Lei Complementar 136/10 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN136.pdf) 2ª Guerra Mundial Artigos 142 e 143/CF (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ destinacaodasforcasarmadas.pdf); Lei Complementar nº 97/99 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97. Forças Aéreas Nacionais - Ministério da htm), Lei Complementar nº 117/04 Aeronáutica --> FAB (final de 1941) (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN117.pdf); Lei Complementar 136/10 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN136.pdf) Império Brasileiro Artigos 142 e 143/CF (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ destinacaodasforcasarmadas.pdf); Lei Complementar nº 97/99 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97. htm), Lei Complementar nº 117/04 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN117.pdf); Lei Complementar 136/10 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ LEICOMPLEMENTARN136.pdf); Decreto 5417/05 (http://www.mar.mil.br/acessoainformacao/html/pdf/ DECRETON5.417.pdf) EB - Exército Brasileiro FAB - Força Aérea Brasileira MB - Marinha do Brasil MJ - Ministério da Justiça 1822/1891 1941 1822/1891 1822/1967 - SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Publica) 1997 Império Brasileiro Redemocratização Armada Imperial Ministério da Justiça e Negócios Interiores (1891-1967); Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça (18221892). - Coordenar o esforço integrado de defesa, visando contribuir para a garantia da soberania, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, do patrimônio nacional, a salvaguarda dos interesses nacionais e o incremento da inserção do Brasil no cenário internacional. Principais Atribuições Diretrizes Programas Específicos Direção superior das Forças Armadas; Estabelecimento de políticas ligadas à Defesa e à Segurança do País; principal articulador de ações com mais de uma Força Singular; direção dos serviços de inteligência. Política de Defesa Nacional - 2005 (http://www.esg.br/uploads/2011/02/Decreto5484_30_0 6_2005.pdf / http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004Estratégia Nacional de Segurança Pública nas 2006/2005/Decreto/D5484.htm); Estratégia Nacional de Fronteiras (ENAFRON); Sistema Nacional de Defesa - 2008 Mobilização (SINAMOB); Programa Calha Norte (http://www.defesa.gov.br/projetosweb/estrategia/arquiv (PCN); os/estrategia_defesa_nacional_portugues.pdf); Livro Branco da Defesa - 2012 (https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012/mes07/lbdn.p df) Centraliza a coordenação dos comandos das forças do exército, marinha e aeronáutica. Política Militar de Defesa - 2005 (Portaria 400/SPEAI/MD); Estratégica Militar de Defesa EMiD 2006 (Portaria Normativa 578/SPEAI/MD); Doutrina Militar de Defesa - 2007 Sistema de Planejamento Estratégico do (http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/doutrina_militar_ Ministério da Defesa (SISPED); de_defesa.pdf); Diretrizes Ministeriais nºs 014/2009 e criação/regulação dos Requisitos Operacionais 015/2009; dispõem, respectivamente, sobre Integração e Comuns (ROC) para compras militares Coordenação dos Setores Estratégicos da Defesa (Nuclear, Cibernético e Espacial) e sobre a Coordenação de Programas e Projetos Comuns às Forças Armadas "Preparar a Força Terrestre para defender Pátria, garantir os poderes constitucionais e a ordem; Preparação da Força Terrestre; Defesa e patrulhamento das fronteiras Participar de operações internacionais; Cumprir terrestres; e Participação e coordenação de campanhas sociais e atribuições subsidiárias; Apoiar a política externa pesquisas cientificas. do País." PROFORÇA (http://www.exercito.gov.br/web/proforca/apresentacao) ; Estratégia Braço Forte; Plano de Articulação e Equipamento do Exército e da Defesa; Política Militar de Defesa - 2005 (Portaria 400/SPEAI/MD); Estratégica Militar de Defesa EMiD - 2006 (Portaria Normativa 578/SPEAI/MD); Doutrina Militar de Defesa - 2007 (http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/doutrina_militar_ de_defesa.pdf) Projetos Estratégicos do Exército (http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/MR0 12013.pdf) - Recuperação da Capacidade Operacional das Forças Terrestres (RECOP), Defesa Cibernética, Monitoramento Integrado das Fronteiras Terrestres (SISFRON), Sistema Integrado de Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres (PROTEGER), Nova Família de Veículos Blindados de Rodas de Fabricação Nacional (GUARANI), Sistema de Defesa Antiaérea, Sistema de Mísseis e Foguetes (ASTROS 2020); Programa Calha Norte; fomento da indústria nacional de defesa "Defender a Pátria, garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem; Atribuições Subsidiárias (cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pela Presidencia da Republica)" Política Militar de Defesa - 2005 (Portaria 400/SPEAI/MD); Estratégica Militar de Defesa EMiD 2006 (Portaria Normativa 578/SPEAI/MD); Doutrina Militar de Defesa - 2007 (http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/doutrina_militar_ de_defesa.pdf); e o Plano Estratégico Militar da Aeronáutica 2010-2031 (PEMAER http://www.fab.mil.br/portal/docs/pemaer.pdf). F-X2 Política Militar de Defesa - 2005 (Portaria 400/SPEAI/MD); Estratégica Militar de Defesa EMiD 2006 (Portaria Normativa 578/SPEAI/MD); Doutrina Militar de Defesa - 2007 (http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/doutrina_militar_ de_defesa.pdf). Programa de Submarinos da Marinha (PROSUB); Programa Nuclear da Marinha; Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz); Programa de Reaparalhamento da Marinha, Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM); Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO); Programa da Antartica (PROANTAR). Preparação da defesa aérea, patrulhamento das fronteiras terrestres, controle do espaço aéreo brasileiro. "Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para a defesa da Pátria. Estar pronta para atuar na garantia dos poderes consitutcionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; atuar em ações sob a égide de organismos internacionais e em apoio à Defesa do mar territorial, preparaçnao das forças de defesa. política externa do País; e cumprir as atribuições subsidiárias previstas em Lei, com ênfase naquelas relacionadas à Autoridade Marítima, a fim de contribuir para a salvaguarda dos interesses nacionais." outros; Decreto nº 5.912, de 27 de setembro de 2006 (); Decreto nº 6.061/07 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2007/decreto/d6061.htm) I - defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais; II - política judiciária; III - direitos dos índios; IV entorpecentes, segurança pública, Polícias Federal, Rodoviária Federal e Ferroviária Federal e do Distrito Federal; V - defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do consumidor; VI - planejamento, coordenação e administração da política penitenciária nacional; VII nacionalidade, imigração e estrangeiros; VIII - ouvidoria-geral dos índios e do consumidor; IX - ouvidoria das polícias federais; X Sistema Nacional de Registros e Identificação assistência jurídica, judicial e extrajudicial, integral e gratuita, aos Civil (Decreto nº 7.166, de 5 de maio de 2010); necessitados, assim considerados em lei; XI - defesa dos bens e dos Tráfico de Drogas (Decreto nº 4.262, de 10 de Estratégia Nacional de Seg. Pública (ENASP/2010), Plano próprios da União e das entidades integrantes da administração pública junho de 2002), Segurança nos Portos, Estratégico de Fronteiras (Decreto nº 7.638/11); Plano federal indireta; XII - articulação, coordenação, supervisão, integração Terminais Navegáveis (Decreto nº 1.972, de 30 Integrado de Enfrentamento ao Crack (Decreto nº e proposição das ações do Governo e do Sistema Nacional de Políticas de julho de 1996); gestão do Fundo Nacional 7.179/10); sobre Drogas nos aspectos relacionados com as atividades de de Segurança Pública (Lei 10.201 de 2001 -prevenção, repressão ao tráfico ilícito e à produção não autorizada de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_ drogas, bem como aquelas relacionadas com o tratamento, a 2001/L10201.htm ); SINARM recuperação e a reinserção social de usuários e dependentes e ao Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; XIII coordenação e implementação dos trabalhos de consolidação dos atos normativos no âmbito do Poder Executivo; XIV - prevenção e repressão à lavagem de dinheiro e cooperação jurídica internacional; e XV política nacional de arquivos. XVI - assistência ao Presidente da República em matérias não afetas a outro Ministério. Decreto nº 6.061/07; Decreto Nº 2.315, de 4/09/1997 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1997/D 2315.htm); I - assessorar o Ministro de Estado na definição, implementação e acompanhamento da Política Nacional de Segurança Pública e dos Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade; II - planejar, acompanhar e avaliar a implementação de programas do Governo Federal para a área de segurança pública; III elaborar propostas de legislação e regulamentação em assuntos de segurança pública, referentes ao setor público e ao setor privado; IV promover a integração dos órgãos de segurança pública; V - estimular a modernização e o reaparelhamento dos órgãos de segurança pública; VI - promover a interface de ações com organismos governamentais e não-governamentais, de âmbito nacional e internacional; VII - realizar e fomentar estudos e pesquisas voltados para a redução da criminalidade e da violência; VIII - estimular e propor aos órgãos estaduais e municipais a elaboração de planos e programas integrados de segurança pública, objetivando controlar ações de organizações criminosas ou fatores específicos geradores de criminalidade e violência, bem como estimular ações sociais de prevenção da violência e da criminalidade; IX - exercer, por seu titular, as funções de OuvidorGeral das Polícias Federais; X - implementar, manter e modernizar o Sistema Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública INFOSEG; XI - promover e coordenar as reuniões do Conselho Nacional de Segurança Pública; XII - incentivar e acompanhar a atuação dos Conselhos Regionais de Segurança Pública; e XIII - coordenar as atividades da Força Nacional de Segurança Pública. Sistema Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública (INFOSEG); Subsistema Brasileiro d eInteligencia (Sisp)ihiuuygyn - - CONASP (Conselho Nacional de Segurança Pública) 1989 Redemocratização Conselhos Consultivos Setoriais Decreto nº. 2.169/97; Decreto nº 7.413/10 - atuar na formulação de diretrizes e no controle da execução da Política Nacional de Segurança Pública; estimular a modernização institucional para o desenvolvimento e a promoção intersetorial das políticas de segurança pública; desenvolver estudos e ações visando ao aumento da eficiência na execução da Política Nacional de Segurança Pública; propor diretrizes para as ações da Política Nacional de Segurança Pública e acompanhar a destinação e aplicação dos recursos a ela vinculados; articular e apoiar, sistematicamente, os Conselhos de Segurança Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com vistas à formulação de diretrizes básicas comuns e à potencialização do exercício das suas atribuições legais e regulamentares; propor a convocação e auxiliar na coordenação das Conferências Nacionais de Segurança Pública e outros processos de participação social, e acompanhar o cumprimento das suas deliberações; estudar, analisar e sugerir alterações na legislação pertinente; e promover a integração entre órgãos de segurança pública federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais. - SESGE (Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos) 2011 "Grandes Eventos" - Decreto nº 7.538/11 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2011/Decreto/D7538.htm#art6) - Responsável por coordenar as ações de segurança relativas à Copa das Confederações de 2013, à Copa do Mundo de 2014, aos Jogos Olímpicos de 2016 e a outros grandes eventos sediados no Brasil. Vai integrar as forças policiais federais e as mantidas pelos estados-sede, criar padrões de atendimento e treinamento e deixar um legado de segurança, tanto do ponto de vista tecnológico, como de infraestrutura e capacitação. É sua missão promover a integração de polícias dos estados das doze cidades-sede com as Polícias Federal e Rodoviária Federal, além da Força Nacional de Segurança Pública, além de polícias estrangeiras, como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Essa integração vai envolver também outros órgãos federais, estaduais e municipais (Anvisa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, concessionárias de energia, gás, luz). - Força Nacional de Segurança 2004 - Decreto nº 5.289/04 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2004/decreto/d5289.htm), Decreto nº 7.318/10, Decreto nº 7957/13 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2013/Decreto/D7957.htm#art9) - atender às necessidades emergenciais dos estados, em questões onde se fizerem necessárias a interferência maior do poder público ou for detectada a urgência de reforço na área de segurança. - Polícia Federal 1808/1946 Const. de 1946; mas, em efeitos práticos,deriva da Intendencia Geral criada desde a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil. Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) - 1944; Intendencia Geral de Polícia da Corte (1808) Polícia Rodoviária Federal 1828 Império Brasileiro, em efeitos práticos Polícia Rodoviária Federal (1945 vinculado ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem-DNER); Artigo 144 da CF, Lei nº9.503 (código de Transito Inspetores do Tráfego (1935); Polícia Brasileiro), Decreto nº1.655 (1995) e Regimento das Estradas (1928 - vinculado à Interno (Portaria nº3.741 - 2004). Comissão de Estradas de RodagemCER) PR - Presidência da República - - - Artigo 144 da CF/88 - I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas “Manter a lei e a ordem para a preservação da entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras segurança pública, no estado democrático de infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional direito, cumprindo as atribuições constitucionais e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e e infraconstitucionais, mediante estratégias, no reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando exercício das funções de polícia administrativa e e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos judiciária.” públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. Patrulhamento ostensivo, exercer os poderes de autoridade de polícia de transito, aplicar e arrecadar multas, realizar pericias, investigacoes, "Fiscalizar diariamente mais de 61 mil etc, credenciar serviços de escolta, assegurar a livre circulação, quilômetros de rodovias e estradas federais, executar medidas de segurança e emergenciais, planejamento e zelando pela vida daqueles que utilizam a malha escolta nos deslocamentos de Oficiais , atuar contra a tráfico de viária federal para exercer o direito menores, crimes contra a vida, costumes, patrimonio, ecologia, meio constitucional da livre locomoção." ambiente, furtos e roubos de veiculos, trafico de entorpecentes, drogas e contrabando, etc. - - - 1- assistência direta e imediata ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições; 2 - prevenção da ocorrência e articulação do gerenciamento de crises, em caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional; 3 - assessoramento pessoal ao Presidente da República em assuntos militares e de segurança; 4 coordenação das atividades de inteligência federal e de segurança da informação; 5 - segurança pessoal do Chefe de Estado, do VicePresidente da República e dos respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades quando determinado pelo Presidente da República, assegurado o exercício do poder de polícia; e 6 - segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente da República e do Vice-Presidente da República, assegurado o exercício do poder de polícia. Compete, ainda: 1- executar as atividades permanentes, técnicas e de apoio administrativo, necessárias ao exercício da competência do Conselho de Defesa Nacional - CDN, de conformidade com o disposto na Lei nº 8.183, de 11 de abril de 1991; 2 - exercer as atividades de Secretaria Executiva da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho de Governo, de conformidade com regulamentação específica; e 3- exercer as atividades de Órgão Central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro SIPRON. Redemocratização Casa Militar (1992); Gabinete Militar (38); Estado Maior do Governo (34); Estado Maior Provisório (1930) MP nº 1.911-10/99; Lei nº 9.649/98 1927/1999 Redemocratização Serviço Nacional de Informações (1964); absorveu o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFICI-1958) e a Junta Coordenadora de Informações (JCI-1959). Lei nº 9.883/99, Decreto nº 4.376/02 (art. 6 submete a ABIN à supervisão do legislativo via Comissão Mista Desenvolver e executar a atividade de de Controle da Atividade de Inteligência (CCAI)), Inteligência de Estado. Decreto nº 6.408/08 Polícia Militar 1808/1892 Corpos Militares subordinados aos Estados (1891 até PM atual); Corpo Transf. da Corte Portuguesa para o Brasil e Militar da Polícia da Corte (a partir de Império Brasileiro 1864-1891, mas ainda vinculado à); Intendencia Geral de Polícia da Corte (1808). Artigo 144 da CF/88 Polícia Civil 1808/1892? Guarda Urbana (a partir de 1866, mas Transf. da Corte Portuguesa para o Brasil e ainda vinculado à); Intendencia Geral Império Brasileiro de Polícia da Corte (1808). Artigo 144 da CF/88 GSI - Gabinete de Segurança Institucional ABIN - Agência Brasileira de Inteligência 1930/1998 Estados Municípios Guarda Municipal recente Órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, a Abin tem por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de Inteligência do País, obedecidas a política e as diretrizes superiormente traçadas na forma da legislação específica. Compete ainda: I - executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes, sob a supervisão da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho de Governo; II - planejar e executar ações,' inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República; III - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à segurança do Estado e da sociedade; IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional; V - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de Inteligência; e VI - realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento da atividade de Inteligência. - - Coordenação de Operações Especiais de Fronteiras (COEF); Defesa Institucional (CGDI); Polícia Fazendária, Polícia de Imigração; Controle de Segurança Privada; Combate ao Crime Organizado; Programa de Desarmamento; Inteligencia Policial Sistema de Reconhecimento de Placas Veiculares - Conselho de Defesa Nacional (CDN); Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). 1. Tornar o produto ABIN essencial para o processo decisório nacional. 2. Aumentar o valor agregado do produto Programa Nacional de Proteção ao ABIN. 3. Engajar os servidores no esforço para a busca de Conhecimento; Programa de Integração EstadoEmpresa na Área de Bens Sensíveis objetivos comuns. 4. Adequar a estrutura e o ordenamento jurídico. Instituto de Relações Internacionais ANEXO 2: BIBLIOGRAFIA SELETIVA 1 -‐ Redemocratização: 1.1 -‐ A militarização da segurança pública: um entrave para a democracia brasileira Autor: José Maria Pereira da Nóbrega Júnior RESUMO A manutenção dos militares e o aumento de suas prerrogativas no âmbito da questão da segurança pública são critérios que limitam a autonomia civil nas áreas de gestão, planejamento e ações estratégicas em segurança. Esse legado autoritário na Constituição Federal e em algumas instituições do poder coercitivo, com destaque para o Ministério da Defesa e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), faz que a democracia no Brasil não se consolide, pois o controle de civis em seus comandos é bastante frágil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é demonstrar que o processo de militarização da segurança pública limita a democracia brasileira. Mesmo depois de termos redemocratizado o país, em moldes procedurais submínimos, a questão da segurança interna permanece de forma bastante acentuada nas mãos dos verde oliva, o que gera falta de controle civil sobre os militares, atributo imprescindível para a consolidação da democracia, além de limitações sérias em defender os direitos dos cidadãos. Observando tais detalhes, percebo que o atual quadro da segurança pública do Estado brasileiro contempla, no máximo, uma semidemocracia. 1.2 AS RELAÇÕES CIVIL-‐MILITARES DURANTE O GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – 1995/2002 Autor: FERNANDES, Fernando Bartholomeu. Brasília: UnB, 2006. RESUMO O presente trabalho pretende mapear as relações civil-‐militares no Brasil, ao longo do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-‐2002), avaliando as alterações produzidas nesse período por medidas que visaram consolidar o controle civil sobre os militares, sendo enfatizada a importância da elaboração da Política de Defesa Nacional e a criação do Ministério da Defesa. São levantados indicadores da maneira como a questão militar foi conduzida pelo Presidente FHC por meio do exame das Mensagens ao Congresso Nacional, do orçamento federal e da inserção das Forças Armadas em operações de garantia da lei e da ordem. 1.3 -‐ Public security policies in Brazil: attempts to modernize and democratize versus the war on crime Autor: Ignacio Cano ABSTRACT In the 1980s and 1990s, violent crime in Brazil rose markedly and the issue of public security took center stage on the social and political agenda. The current scenario shows the failure of traditional policies to control crime and violence, which are generally reactive, militarized and repression-‐based. Many shortcomings could be identified in the traditional model: a lack of planning and of investment, flawed training, an authoritarian legacy, human rights abuses, institutional corruption, and so on. Despite this many supporters of the traditional paradigm continue to advocate not only its continuation but also the intensification of old policies, which are half-‐hearted, according to them. In addition to this failing but nonetheless prevailing model, several innovative Instituto de Relações Internacionais initiatives have arisen within Brazil on several levels, some of which are identified and analyzed in this article. These examples should inform reflection on how a new democratic public security paradigm could be set up in Brazil. 1.4 -‐ Argentina, Brasil e Chile e o desafio da reconstrução das agencias nacionais civis de inteligência no contexto no contexto de democratização Autora: Priscila Carlos Brandão Antunes RESUMO Esta tese analisa as recentes reformas nos serviços de inteligência civil brasileiro, argentino e chileno, no contexto das relações civis militares. Três diferentes problemas analíticos estruturam a pesquisa: A) o desafio institucional da construção de sistemas que sejam eficientes, eficazes e consistentes com as demandas de segurança e defesa nestes países. Como os serviços de inteligência civis têm sido institucionalmente desenhados a partir dos processos de transição e consolidação democrática? B) O desafio institucional de construção de sistemas de inteligência responsáveis, responsivos e consistentes com as demandas de controle público democrático? Porque os recentes mecanismos de supervisão congressual e accountability têm desempenho diferenciado nos diversos países em termos de sua capacidade de controle sobre as atividades de inteligência? C) O desafio profissional da construção de sistemas de inteligência flexíveis, capacitados e analiticamente relevantes. Quais são os mecanismos institucionais mais importantes utilizados em cada país para avaliar o desempenho analítico dos serviços de inteligência? Os objetivos gerais desta pesquisa são produzir conhecimentos sobre o funcionamento e o papel dos sistemas de inteligência durante processos de consolidação democrática e aumentar o grau de expertise civil e reconhecimento público sobre a importância e os dilemas envolvidos na atuação dos serviços de inteligência 1.5 -‐ LANGUAGE MATTERS: SECURITY DISCOURSE AND CIVIL-‐MILITARY RELATIONS IN BRAZIL Autor: Kai Michael Kenkel Journal of Political & Military Sociology. Winter2006, Vol. 34 Issue 2, p211-‐236. 26p. RESUMO The creation of a Defense Ministry in Brazil in 1999, while fundamentally altering the institutional landscape of civil-‐military relations, has yet to bring about substantive changes to the country's declaratory defense policy and thereby to the de facto quality of civilian control of the armed forces in the country. The Brazilian Armed Forces have staved off substantive modifications to policy despite extensive institutional change by continuing to set the conceptual and linguistic terms of the security agenda. Based on extensive field research, the investigation presents for the first time decisive elements behind the formulation of Brazilian security policy in the democratic period. 2 -‐ Forças Armadas “pós-‐redemocratização”: 2.1 -‐ O poder militar como instrumento da política externa brasileira contemporânea João Paulo Soares Alsina Jr Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília -‐ UnB e diplomata de carreira Instituto de Relações Internacionais RESUMO Este artigo pretendeu refletir sobre a instrumentalidade do poder militar para a política externa brasileira no pós-‐guerra Fria. Definiu-‐se a moldura teórica de interpretação do relacionamento entre unidades soberanas. Discutiram-‐se as peculiaridades do complexo de segurança da América do Sul e o papel do Brasil na sua conformação. Analisaram-‐se os entraves à condução virtuosa da política de defesa e as dificuldades de articulação entre esta e a política externa. Sugeriram-‐se iniciativas visando ao aprimoramento da interface entre as políticas externa e de defesa. 2.2 -‐ Segurança e defesa da Amazônia: o exército brasileiro e as ameaças não-‐ tradicionais Piletti, Felipe José (2008) Tese de Mestrado para a UFRGS RESUMO As grandes guerras da Idade Moderna foram, em sua maioria, travadas por inimigos que se organizavam sob a forma de Estado-‐nação. Após o final da Guerra Fria, entretanto, um conjunto múltiplo e disperso de fenômenos e atores, predominantemente não-‐estatais e transnacionais, tem se tornado um importante alvo das políticas de segurança internacional, especialmente as dos Estados do Ocidente. Esses novos fenômenos e atores de caráter nãotradicional são definidos na política de defesa dos EUA – bem como na daqueles Estados, setores e organismos internacionais por ela influenciados – como as “novas ameaças”, um conceito que abrange atividades diversificadas, tais como o terrorismo e o crime organizado em geral (narcotráfico, tráfico de armas e de pessoas, por exemplo). Ao mesmo tempo, estaríamos vivenciando um processo de “securitização” de novas questões a partir da extensão do conceito de “segurança” para novas áreas, como a economia, o meioambiente, a sociedade e a política, supostamente superando a segurança entendida em termos militares e estratégicos. O objetivo da presente dissertação é analisar a posição do Exército Brasileiro com relação a quatro problemas de segurança não-‐tradicionais presentes na Amazônia, quais sejam: as questões ambientais, os problemas relacionados aos povos indígenas, os crimes transnacionais e a guerrilha colombiana. A nossa hipótese é de que a atuação das Forças Armadas brasileiras na Amazônia continue prevendo fundamentalmente a defesa da soberania nacional contra inimigos tradicionais externos (estatais) e que, neste sentido, as questões de segurança de caráter não-‐ tradicional presentes na Amazônia brasileira sejam vistas e tratadas pelo Exército Brasileiro como ameaças à segurança nacional a partir de um quadro tradicional – na medida em que poderiam servir de pretexto para justificar uma ingerência ou mesmo intervenção externa sobre a região amazônica, sob a alegação de que o Brasil seria incapaz de resolver esses problemas por si próprio. 2.3 -‐ A defesa nacional e a Amazonia : o sistema de vigilancia da Amazonia (Sivam) Autor: Humberto Jose Lourenção RESUMO O objeto deste estudo é o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), infra-‐estrutura técnica e operacional de um programa governamental multiministerial, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), cujos objetivos são defender e garantir a soberania brasileira na Amazônia Legal, além de sistematizar e otimizar as ações governamentais na região. Concebido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) em conjunto com os Ministérios da Justiça e da Aeronáutica, o projeto Sivam foi apresentado preliminarmente ao Presidente da República em setembro de 1990, tendo sido inaugurado e posto em operação a partir de agosto de 2002. A concepção e a implantação deste projeto foram cercadas de grande polêmica no meio científico brasileiro, tendo alguns de seus mais conhecidos cientistas se manifestado criticamente em jornais de circulação nacional. Na verdade, encontravam-‐se sob a mira dos críticos as opções Instituto de Relações Internacionais governamentais para a defesa da região, principalmente, o fato do governo não haver recorrido à capacidade científica brasileira, tendo, ao contrário, optado pela aquisição de pacotes tecnológicos completos dos Estados Unidos. A proposição do projeto Sivam deu-‐se no contexto das recentes controvérsias sobre a necessidade de que o Brasil encaminhasse um conjunto integrado de políticas regionais e de defesa para a Amazônia que, enquanto combatesse os ilícitos, favorecesse também a preservação racional e o desenvolvimento sustentado da região e da população local. Este estudo concluiu que o Sivam foi pensado e montado para atender às necessidades de defesa da região vindo ao encontro das demandas supracitadas, representando um novo paradigma de segurança e defesa para a Amazônia em que a preservação da soberania brasileira na Amazônia não será garantida apenas através do empreendimento estratégico-‐militar na área, mas pela implantação de um conjunto de políticas públicas que faça convergir crescimento econômico, desenvolvimento social, preservação ambiental e defesa. 2.4 -‐ A nova missão das forças armadas Latino-‐Americanas no mundo pós-‐ Guerra Fria: o caso do Brasil Rev. bras. Ci. Soc. vol.19 no.54 São Paulo Feb. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0102-‐69092004000100007 Autora: Maria Helena de Castro Santos RESUMO O fim da Guerra Fria e a redefinição da ordem internacional, a globalização e a intensificação dos diversos processos de integração internacional e a fragmentação nacional, em conjunto, induziram mudanças nos conceitos de segurança e defesa. O papel das Forças Armadas na América Latina tem sido definido (e mesmo imposto) desde o final da Segunda Guerra Mundial pelo hegemon e seu bloco militar aliado, a OTAN. O propósito deste artigo é analisar como os militares percebem e reagem a essa nova função. Os conceitos de segurança e defesa são revistos, levando-‐se em consideração as ameaças vindas de fora e de dentro das fronteiras nacionais, tanto em países desenvolvidos, como em desenvolvimento. A análise tomará o Brasil como referência empírica. Os militares brasileiros estão ainda confusos sobre sua missão no mundo pós-‐guerra Fria, e isso traz conseqüências importantes para a política de defesa do país e sua adequação aos novos parâmetros de segurança internacional. 3 -‐ Defesa Nacional: 3.1 -‐ Democracia, democratização e política externa : um estudo sobre a formulação da política de segurança no Brasil (1985-‐2002) Autor: Eduardo Jordão de Achilles Mello; orientadora: Letícia Pinheiro Resumo Esta dissertação investiga alguns aspectos do processo de formulação da política externa de segurança no Brasil desde o final do regime militar (1964-‐ 1985). São discutidas as mudanças no papel exercido pelos diferentes atores envolvidos no processo de tomada de decisões em questões de política externa relativas à segurança internacional a partir do inicio da Nova República (1985-‐ presente). Para tal, observam-‐se elementos que apontam a conexão entre a mudança da posição do Brasil frente a regimes internacionais na área de segurança e o processo gradual de transformação institucional que resulta da democratização do país. Especificamente, a pesquisa analisa estes aspectos a partir do estudo do processo de transformação da posição brasileira em relação aos regimes de controle de comércio internacional de armamentos e de não proliferação nuclear. Instituto de Relações Internacionais 3.2 -‐ A fragilidade da condução política da defesa no Brasil História vol.29 no.2 Franca Dec. 2010 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-‐90742010000200002 I II Autores : Érica Winand ; Héctor Luis Saint-‐Pierre RESUMO O presente artigo trata de avaliar em perspectiva histórica, algumas falhas na condução da política de Defesa no Brasil, fulcrais para se compreender a continuidade de um quadro de indevida participação militar e de ausência de controle civil na elaboração e implementação da mencionada pasta, incompatíveis com um contexto de governabilidade democrática. A despeito de algumas iniciativas no sentido de regulamentar os limites de atuação das Forças Armadas para que as mesmas não extrapolem suas funções e missões essenciais, e para que a política de Defesa seja revestida de um verniz público e civil -‐ a exemplo da criação do Ministério da Defesa e da publicação da Estratégia Nacional de Defesa -‐, prevalece uma situação de fragilidade institucional e de vazio de poder público propícios para que a vontade militar permaneça conferindo o tom da Defesa nacional.