USJT – UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Mestrado em Educação Física Raquel Stoilov Pereira A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES DA FASE INICIAL DO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE SANTO ANDRÉ: O Olhar dos Professores Polivalentes São Paulo 2007 Raquel Stoilov Pereira A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES DA FASE INICIAL DO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE SANTO ANDRÉ: O Olhar dos Professores Polivalentes Dissertação apresentada à Banca Examinadora da USJT - Universidade São Judas Tadeu, como exigência parcial para obtenção do título de mestre em Educação Física. Orientadora: Profª. Dra. Vilma Lení NistaPiccolo. São Paulo 2007 Pereira, Raquel Stoilov A educação física nas séries da fase inicial do ensino fundamental das escolas públicas municipais de Santo André: o olhar dos professores polivalentes. - São Paulo, 2007. 204 f. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2007. Orientador: Profª. Dra. Vilma Lení Nista-Piccolo 1. Educação Física escolar. 2. Educação Física - Formação. 3. Educação Física para crianças. I. Título CDD- 796 Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878 DEDICATÓRIA Nunca tive a vontade de realizar a dedicatória após a finalização de trabalhos anteriores. Como, de acordo com as normas da ABNT, é considerada um elemento opcional, portanto, não obrigatório, sua inserção nos trabalhos tornava-se ainda mais desnecessária. Digo isso porque entendia que os agradecimentos davam conta de expressar os sentimentos por todas as pessoas que tinham participado, direta ou indiretamente, de minhas conquistas. Aqueles que nos acompanham (marido, pais, familiares e professores) e que, de fato, expressam carinho em nossas conquistas, sentem-se partícipes de nossas vitórias, pois percorrem várias etapas de nossa luta e, apesar do cansaço e vontade de desistir, estão sempre ao nosso lado. No entanto, pela primeira vez, senti vontade de dedicar este trabalho a alguém muito especial e que tem feito muita falta. Falta: pelo abraço gigante em que me perdia em seus braços; da mão gigantesca que tomava toda a minha face durante um gesto de carinho, que sempre antecipava um doce beijo e caloroso abraço; das risadas gostosas em que toda a face ficava vermelha e as lágrimas escorriam no rosto, sendo que para tomar um pouco de ar, apoiava a cabeça na mão direita e ria descontroladamente; dos pacotes de paçoca e pés-de-moleque que acabavam na primeira rodada; das palavras de incentivo e lembrança de nossas conquistas passadas e avanços recentes; do viva aos noivos e brindes freqüentes em que, não importando quem fosse, sempre realizava. Por todas essas e muitas outras faltas, dedico esta vitória ao querido, amado e inesquecível Sylvio Marangon (em memória): filho, irmão, marido, pai, avô, tio e amigo. Um homem como poucos, mas exemplo para todos aqueles que pretendem traçar uma jornada de humanidade e amor pelo próximo. A você meu querido Tio este pequeno gesto de amor, agradecimento e, acima de tudo, saudade. AGRADECIMENTOS A Deus, por permitir a conquista de mais esta etapa e de tantas outras em minha vida. Ao meu marido Evando. Nossa caminhada pode não ser muito longa, mas, sem dúvida, mudou minha vida. Desde a época em que você era apenas um professor dedicado que mostrava os caminhos da Educação Física Escolar e me fez ter a certeza de que essa era minha vocação, aos tempos de orientador e orientanda quando você me iniciou no mundo da pesquisa, até hoje, quando casados, permanece sendo meu professor e orientador que partilha idéias, sonhos e leituras intermináveis. Você é o maior responsável por esse acontecimento, pois foi a sua persistência e incentivo que me convenceram de que eu era capaz. Obrigada por seu apoio, dedicação, carinho e, principalmente, seu amor que tanto me faz feliz, orgulha e completa... amo muito você Aos meus pais, Jacinto e Márcia, pela vida, pela educação e pelos princípios, que carregarei sempre em meu coração e, se um dia tiver a oportunidade, passarei aos meus filhos. Obrigada por tudo, amo muito vocês. A minha avó Terezinha a quem tanto estimo, admiro e com quem espero partilhar muitos momentos. Vozinha, saiba que você é muito importante para mim, te amo. A minha orientadora, Profª Dra. Vilma Lení Nista-Piccolo, que confiou em mim desde o primeiro momento e sempre mostrou-se disposta para nossas discussões e minhas dúvidas. Obrigada por esta oportunidade, pelos momentos de aprendizado e por sua grande dedicação. A Profª Maria Luiza Jovanovic pela elaboração carinhosa e competente do abstract deste estudo. A Secretaria Municipal de Educação de Santo André e aos diretores e professores dessa rede de ensino que tanto colaboraram para a realização deste estudo. Ao Governo do Estado de São Paulo que financiou parte desta pesquisa, em especial, a Profª Solange Dias que sempre mostrou-se atenciosa e prestativa. A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização e conclusão desta pesquisa, principalmente, aos muitos professores que passaram pela minha vida e tanto contribuíram em minha formação. Espero um dia ser importante na vida de meus alunos da mesma forma como vocês foram e continuam sendo importantes na minha. EPÍGRAFE [...] para mim é muito difícil começar a estudar. Estudar não é uma tarefa livre. Não é um dom. Estudar é trabalhoso, duro, difícil. Mas dentro da dificuldade, a felicidade começa a ser gerada. Em um determinado momento, subitamente ficamos totalmente felizes com os resultados, que surgem por termos sido sérios e rigorosos. Então, para mim, um dos problemas que temos como educadores na nossa linha de trabalho é nunca, nunca perder essa complexidade de nossa ação e como nunca perder até mesmo um único ingrediente dessa prática. Não consigo entender uma escola que faz as crianças ficarem tristes por ter que ir à escola. Uma escola assim é ruim. Mas também não aceito uma escola em que as crianças passam o tempo todo só brincando. Essa escola também é ruim. A boa escola é aquela na qual ao estudar, eu também tenho o prazer de brincar. (HORTON; FREIRE, 2003, p. 170). RESUMO Este estudo surge pela vivência anterior em uma das escolas públicas do município de Santo André, Região do Grande ABC de São Paulo, onde detectou-se que das 44 escolas existentes na rede, apenas 10 contavam com professor de Educação Física (especialista na área), sendo que nas demais 34 o professor regente da sala (polivalente) era o responsável por essas aulas. Tal circunstância suscitou alguns questionamentos acerca da organização dessas aulas de Educação Física ministradas tanto pelos professores polivalentes como pelos especialistas. Assim, o objetivo desta pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, é verificar como se dá a organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental, das escolas públicas municipais de Santo André, descritas a partir da visão dos professores polivalentes. Para tanto, em um primeiro momento, realizouse uma revisão bibliográfica sobre: as teorias que pudessem levar a uma compreensão das normas que permeiam tanto a Educação Física, como o Ensino Fundamental, bem como as suas relações; os estudos específicos sobre as características físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças na faixa etária dos seis aos dez anos, visando compreender quem são essas crianças, suas necessidades e interesses como um ser global que faz, pensa, sente e interage; e, a partir desses trabalhos, identificar questões voltadas à prática da Educação Física na fase inicial do Ensino Fundamental, visando detectar aspectos coerentes que pudessem justificar a importância das atividades para essa etapa do ensino. Este estudo contou com a participação de 28 escolas e 143 professores polivalentes, os quais responderam a questionários fechados (levantamento da identificação dos professores, infra-estrutura e recursos materiais das escolas) e abertos (organização das aulas de Educação Física). As informações do questionário fechado permitiriam uma verificação da realidade nas escolas, mas, principalmente, um elemento adicional para a compreensão das respostas a pergunta aberta, a qual foi analisada com base nos estudos de Bardin (1977) e permitiu a discussão de alguns pontos sobre as aulas de Educação Física, tais como: freqüência e duração; atividades desenvolvidas; participação e interesse dos alunos; falta de espaço e/ ou material; falta de sistematização e conhecimento sobre a área culminando nas dificuldades dos professores polivalentes, na não realização dessas aulas e na valorização do professor especialista. Conclui-se que a realidade encontrada é tanto de responsabilidade do Sistema que não promove capacitações aos professores polivalentes, já que atribuíram uma função, mas não se preocuparam com a instrumentalização dos docentes, como dos próprios professores polivalentes que não buscam informações e alternativas para melhorar suas aulas, principalmente, pela não especialização na área. Assim, pressupõe-se que a contratação de professores de Educação Física pudesse minimizar essas questões, desde que esses docentes estivessem, de fato, comprometidos com suas aulas e alunos. Palavras-chaves: Educação Física; Fase Professores Polivalentes. Inicial do Ensino Fundamental; ABSTRACT This study arose due to the previous experience in a public municipal school in Santo André City, situated in Big ABC Region of São Paulo, where it was detected that in forty-four schools belonging to the public education net, only ten of them have had a Physical Education teacher graduated in Physical Education area. In the other thirtyfour schools the teacher so called ‘multiteacher’ was responsible for Physical Education classes. This circumstance gave rise to some questions about the organization of these Physical Education classes taught both multiteachers and specialists. So, the objective of this qualitative search, so called descriptive, is to verify how those classes are structured in the initial phase of the Fundamental Education in public municipal schools in Santo André City, based in accounts given by multiteachers and according to their vision. For that, at the first moment, the search holds a bibliographical study about theories which could comprehend both Physical Education and Fundamental Education and also their relations. It also presents specific studies about physical, cognitive and social-affective characteristics of six-ten years old children, aiming to understand their necessities and interests as a global being who thinks, acts, feels and interacts in order to identify questions relative to Physical Education practice in the initial phase of Fundamental Education and detecting coherent aspects that could justify the importance of the activities for this formation stage. This study involved twenty-eight (28) schools and one hundred forty-three multiteachers, who answered a closed questionnaire (teachers’ identification, infrastructure and material resources) and an open one (about the organization of Physical Education classes). The answers to the closed questionnaire gave a realistic vision of the schools and, mainly, additional information to understand the answers given to the open questionnaire, which was analyzed based in Bardin (1977)’s studies, proposing discussions about some aspects related to Physical Education classes, as: duration and frequency, developed activities, student’s interest and participation, lack of space or material, lack of systematization, lack of knowledge about the area, culminating with the multiteachers’ difficulties, no achievement of those classes and the specialist’s value. It concludes that the reality found is responsibility both Educational System, which does not promote multiteachers’ formation, attributing that function to them without worrying about the teachers ’ training, and multiteachers themselves who do not search information and alternatives to improve their classes. In this way, the study proposes the Physical Education teachers contract in order to minimize the problems found, but it also depends on specialists ’ commitment, Physical Education teachers who are really committed with their classes and their students. Keywords: Physical Education; Multiteachers. Initial Phase of Fundamental Education; LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADRO 1 Identificação declarada pelos professores de todas as escolas. 64 QUADRO 2 Cursos de Licenciatura dos professores participantes............... 65 QUADRO 3 Cursos de Especialização dos professores participantes........... 66 QUADRO 4 Formação profissional dos professores participantes................. 66 QUADRO 5 Recursos materiais declarados pelos professores de todas as escolas........................................................................................ 69 Infra-estrutura declarada pelos professores de todas as escolas........................................................................................ 71 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 1, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 81 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 2, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 82 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 3, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 83 QUADRO 10 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 4, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 84 QUADRO 11 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 5, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 85 QUADRO 12 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 6, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 86 QUADRO 13 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 7, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 87 QUADRO 14 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 8, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 88 QUADRO 15 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 9, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 89 QUADRO 16 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 10, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 90 QUADRO 17 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 11, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 91 QUADRO 18 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 12, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 92 QUADRO 6 QUADRO 7 QUADRO 8 QUADRO 9 QUADRO 19 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 13, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 92 QUADRO 20 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 14, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 93 QUADRO 21 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 15, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 94 QUADRO 22 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 16, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 95 QUADRO 23 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 17, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 96 QUADRO 24 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 18, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 97 QUADRO 25 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 19, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 97 QUADRO 26 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 20 com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 98 QUADRO 27 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 21, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 99 QUADRO 28 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 22, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 100 QUADRO 29 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 23, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 101 QUADRO 30 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 24, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 102 QUADRO 31 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 25, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 103 QUADRO 32 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 26, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 104 QUADRO 33 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 27, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 105 QUADRO 34 Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 28, com as respectivas Unidades de registro e professores......................... 105 QUADRO 35 Freqüência das Unidades de Contexto em todas as escolas..... 107 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 01 2 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: Características e Legislações.......................................................................................................... 05 2.1 A Educação Física como Componente Curricular..................................... 08 3 EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANCAS DOS SEIS AOS DEZ ANOS......................................................................................... 17 3.1 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre crescimento e desenvolvimento físico................................................... 3.2 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre desenvolvimento cognitivo..................................................................... 3.2.1 Esquema, adaptação, assimilação, acomodação e equilibração................................................................................................. 3.2.2 Período das operações concretas...................................................... 3.3 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre desenvolvimento sócioafetivo................................................................ 3.3.1 Egocentrismo...................................................................................... 3.3.2 Evolução do juízo moral da criança e o respeito às regras................ 3.3.3 Conhecimento, desenvolvimento e valorização de si mesmo: autoconceito e auto-estima.......................................................................... 3.3.4 A criança e as relações sócioafetivas................................................. 19 30 33 40 43 44 46 49 51 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 57 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS COM OS PROFESSORES POLIVALENTES...................................................................... 63 5.1 O Tratamento das Questões Fechadas..................................................... 5.1.1 Apresentação e discussão da identificação de todos os professores polivalentes.................................................................................................. 5.1.2 Apresentação e discussão dos recursos materiais de todas as escolas......................................................................................................... 5.1.3 Apresentação e discussão da infra-estrutura de todas as escolas.... 5.2 O Tratamento da Questão Aberta.............................................................. 5.2.1 Unidades de registro e unidades de Contexto da ESCOLA 1............ 5.2.2 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 2............. 5.2.3 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 3............. 5.2.4 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 4............. 5.2.5 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 5............. 5.2.6 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 6............. 5.2.7 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 7............. 5.2.8 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 8............. 5.2.9 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 9............. 5.2.10 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 10......... 5.2.11 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 11......... 63 64 68 70 78 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 5.2.12 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 12......... 5.2.13 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 13......... 5.2.14 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 14......... 5.2.15 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 15......... 5.2.16 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 16......... 5.2.17 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 17......... 5.2.18 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 18......... 5.2.19 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 19......... 5.2.20 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 20......... 5.2.21 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 21......... 5.2.22 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 22......... 5.2.23 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 23......... 5.2.24 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 24......... 5.2.25 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 25......... 5.2.26 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 26......... 5.2.27 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 27......... 5.2.28 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 28......... 5.3 Analisando as unidades de contexto......................................................... 5.4 Categorização............................................................................................ 92 92 93 94 95 96 97 97 98 99 100 101 102 103 104 105 105 106 118 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 121 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 126 APÊNDICE A - Ofício auto-explicativo para distribuição dos instrumentos da pesquisa destinado ao Responsável das unidades escolares............................. 136 APÊNDICE B - Informativo e instruções de preenchimento dos instrumentos da pesquisa aos Professores Polivalentes.......................................................... 137 APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos Professores Polivalentes.......................................................................................................... 139 APÊNDICE D - Questionário diagnóstico da infra-estrutura e recursos materiais da escola aplicado a Professores Polivalentes.................................... 140 APÊNDICE E - Questão aberta aplicada a Professores Polivalentes................. 141 ANEXO A - Parecer emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu........................................................................... 142 ANEXO B - Identificação dos professores, levantamento de recursos materiais e infra-estrutura e descrição das unidades de registro de todas as escolas....... 143 1 1 INTRODUÇÃO No início do ano de 2005, fui contratada por uma Instituição de Ensino Superior (IES) da Região do Grande ABC, na cidade de Santo André, para dar continuidade ao “Projeto Criança em Movimento”. A função desempenhada era supervisionar o estágio curricular dos alunos do curso de graduação em Educação Física dessa instituição em uma Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) de Santo André. Essa parceria, da IES com Escolas Municipais, viabilizava-se pela ausência de professores de Educação Física (especialistas na área) nas escolas da rede municipal de Santo André, ficando as aulas sob a responsabilidade do professor regente da sala, o chamado polivalente, que ministra todas as disciplinas (português, matemática, história, geografia, ciências, arte e Educação Física, em algumas escolas) para uma única turma. O “Projeto Criança em Movimento” oferecia aulas de Educação Física em cada um dos períodos, que eram supervisionadas por uma professora formada nessa área. Essas aulas aconteciam de segunda a sexta-feira, nos períodos matutino e vespertino, com uma duração de quarenta minutos. Cada turma de Educação Infantil participava de uma aula semanal enquanto as turmas da fase inicial do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série) tinham duas aulas semanais. A função das professoras supervisoras era acompanhar, observar e avaliar as aulas ministradas pelos estagiários. Para cada aula havia um grupo de três estagiários encarregados de uma tarefa: um era o regente, outro o auxiliar do regente e o terceiro encarregado de relatar os acontecimentos da aula. Havia um rodízio de funções entre os estagiários, visto que, na semana anterior à aplicação das aulas, cada um deles elaborava um plano de aula, o qual era apreciado pelos demais estagiários e supervisora. Após discussões e uma possível reelaboração das atividades, o estagiário ministrava a aula. Dessa forma, o estágio permitia ao estudante de Educação Física vivenciar três situações de aula: regência (aplicação da atividade por ele elaborada e avaliada previamente pelo grupo), participação (auxílio na aula ministrada por outro colega estagiário) e observação (apresentação de um relatório acerca da aula ministrada e auxiliada por outros estagiários). Notava-se que essa parceria 2 correspondia a uma situação efetiva de aprendizado para os estudantes de Educação Física, assim como se concretizava em uma aula eficaz para os alunos da EMEIEF. Uma constatação interessante dessa vivência foi identificar que muitos alunos que chegavam à escola para freqüentar a quarta série do Ensino Fundamental dessa EMEIEF, transferidos de outras instituições municipais, desconheciam o termo “Educação Física”, ou, quando muito, entendiam essa prática apenas como o momento da brincadeira, ou ainda, como a hora da recreação, expressão usada pelas próprias crianças. No início de 2006, a IES, responsável pela aplicação do “Projeto Criança em Movimento”, passou por um processo de reorganização de seus projetos sociais e encerrou essas atividades que já aconteciam há quatro anos na mesma escola. Nesse mesmo ano, ingressei no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física, num curso de Mestrado, da Universidade São Judas Tadeu, carregando comigo os questionamentos, que ainda me incomodavam, trazidos dessa prática, ou seja, não entendia as razões que impediam a rede municipal de Santo André de realizar um concurso público visando efetivar professores especialistas para as aulas de Educação Física, uma vez que essa área corresponde a um componente curricular obrigatório em toda a Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). (BRASIL, 1996; 2001). No ano de 2005, enquanto eu supervisionava o “Projeto Criança Movimento”, a Prefeitura de Santo André iniciou um projeto piloto em uma única escola da rede, inserindo professores especialistas para as aulas de Educação Física. Em 2006, os chamados CESA (Centros Educacionais de Santo André, locais em que se realizam práticas como atividades de lazer e cultura, além da educação formal) também receberam professores de Educação Física, remanejados do departamento de esportes da rede municipal de Santo André. Mas, como existem 44 escolas municipais em Santo André, 34 delas continuavam sem um professor especialista para o desenvolvimento dessas aulas. Por ser professora de Educação Física na Educação Básica, por interessar-me muito pelas questões que norteiam essa prática pedagógica e, especialmente, pela vivência anterior em uma das EMEIEF do município, surgiu o seguinte questionamento: como são ministradas as aulas de Educação Física nas 3 escolas da rede municipal de Santo André, uma vez que, em grande parte delas, não existem professores habilitados para essa função? A discussão que se estabelece não é decorrente da falta de formação do professor polivalente, entendendo que ele possa ter capacidade de ministrar essas aulas, mas apenas saber o que ele pensa sobre essas aulas, de que maneira elas ocorrem, como se organizam estruturalmente, face a importância que elas têm para a formação das crianças, nesta faixa etária. Procurei conhecer “como se dá” a aula de Educação Física em cada escola, como ela acontece, a partir da visão do professor polivalente, tanto nas escolas em que mesmo sem a formação específica ele é obrigado a assumir tal função, como naquelas em que há um professor especialista para essas aulas, e os polivalentes apenas as acompanham. Dessa forma, tem-se como objetivo geral deste estudo verificar como se dá a organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental, das escolas públicas municipais de Santo André, descritas a partir da visão dos professores polivalentes. O objetivo específico da pesquisa relaciona-se a identificação das características dos professores polivalentes, bem como o levantamento de recursos materiais e infra-estrutura das escolas participantes. De certa forma, poder-se-ia dizer que a situação nas EMEIEF’s já é conhecida, tanto por parte dos professores que ali atuam, como da Prefeitura de Santo André. No entanto, este estudo torna-se relevante na medida em que teve condições de identificar fatos e informação com base em métodos científicos, permitindo a correlação de dados, e, por conseguinte, o estabelecimento de convergências e divergências, sejam elas positivas ou negativas, o que a olho nu, ou seja, o que uma simples observação não seria possível, pelo fato de não conseguir provar e mediar os diferentes pontos que emergiram da realidade e situações estudadas. Para o alcance desses objetivos, inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica com a intenção de compreender posicionamentos teóricos existentes sobre os aspectos legais que norteiam a prática da Educação Física nas escolas, bem como questões que envolvem o Ensino Fundamental e suas relações; a compreensão da Educação Física como componente curricular a partir de discussões e críticas desse tema na Educação Básica; as teorias que fundamentam as dimensões físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças na fase dos seis aos dez anos, visando compreender as características específicas dessas crianças, 4 como um ser global que faz, pensa, sente e interage; as questões que permeiam a prática da Educação Física na fase inicial do Ensino Fundamental, buscando identificar sua importância, função e necessidade para essa etapa de ensino da Educação Básica. Com o auxílio da Secretaria Municipal de Educação de Santo André a pesquisa empírica envolveu as 44 escolas existentes na rede, mas contou apenas com a participação efetiva de 28 delas e, por conseguinte, 143 professores polivalentes. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, com abordagens qualitativas, além de adotar um caráter de levantamento por utilizar-se de questionários (fechado e aberto) para a obtenção dos dados. Pode-se dizer que a análise dos dados constitui-se de duas partes: a primeira delas corresponde à discussão das informações levantadas a partir de um questionário fechado, o qual envolve a identificação dos professores, da infraestrutura e dos recursos materiais das instituições participantes; a segunda parte, por sua vez, está voltada à interpretação das respostas dadas a uma questão aberta, baseando-se na Análise de Conteúdo, estudada por Bardin (1977). Nas considerações finais do trabalho, foram declaradas impressões e opiniões a respeito dos resultados obtidos na pesquisa, além do apontamento de possíveis alternativas para a efetivação dos professores de Educação Física nas escolas da rede pública municipal de Santo André. 5 2 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: Características e Legislações Mais comumente conhecida por LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foi sancionada pelo ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e, decretada pelo Congresso Nacional em 20 de dezembro de 1996. Foi criada com a finalidade de estabelecer diretrizes (caminhos, direções) e bases (sustentação) para a educação nacional. (BRASIL, 1996). Sabe-se que, quando uma lei é sancionada, as opiniões sobre ela soam divergentes, principalmente, quando afeta setores tão importantes como a educação. Para ilustrar melhor essa explicação, Barbosa (2001b, p. 18, grifo do autor) afirma que a partir da substituição do Decreto nº 69.450 pela LDB 9.394/96: “[...] temos a impressão de que a Educação Física ficou órfã, pois perdemos esse decreto que por tantos anos habitou nossas mentes e norteou nossa prática docente, [...]”. O autor reforça esse comentário, apontando que mesmo após o Decreto ter sido revogado, ele ainda é utilizado pelas Secretarias de Educação como modelo no processo de formulação de novos caminhos para a Educação Física Escolar, uma vez que o mesmo determinava inclusive os conteúdos das aulas. Na seção I, artigo 26, parágrafo 3º da LDBEN, encontra-se o único amparo para os professores de Educação Física: “a Educação Física, integrada à proposta da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. (BRASIL, 1996). É importante ressaltar que a partir da Lei 10.328 de 12 de dezembro de 2001, a palavra “obrigatório” é citada após a expressão curricular, ficando o artigo com a seguinte redação: “a Educação Física, integrada à proposta da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. (BRASIL, 2001, grifo nosso). Faz-se necessário lembrar que nas determinações da LDBEN, em relação à obrigatoriedade da Educação Física, não está decretado quem deve ser o professor responsável pelas aulas dessa disciplina. Por conseguinte, essas 6 determinações passam a ser de responsabilidade dos sistemas de ensino dos Estados e Municípios. No caso do Estado de São Paulo, está garantido, a partir da Resolução 184, de 27 de dezembro de 2002, o direito do professor especialista ministrar as aulas de Educação Física em todas as séries, como especificado a seguir: Artigo 1º - As aulas de Educação Artística e de Educação Física previstas na matriz curricular do ciclo I das escolas estaduais com carga horária semanal de 25 horas serão desenvolvidas, em todas as séries, por professor portador de licenciatura plena específica na respectiva disciplina e na conformidade do contido na presente resolução. (SÃO PAULO, 2005, p. 1). Na ausência do professor especialista, o próprio professor regente (polivalente) será responsável pelas aulas de Educação Física. (SÃO PAULO, 2005). Seria interessante também ressaltar as questões relacionadas à organização da Educação Física no município de Santo André, universo desta pesquisa, no entanto, não foi possível encontrar nenhum parecer municipal legal relacionado à disciplina. Ao entrar em contato com as escolas da rede pública do município de Santo André, constatou-se que não é obrigatória a presença do professor de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental. De acordo com informações obtidas junto à Secretaria Municipal de Educação de Santo André, das 44 escolas municipais, apenas nos CESA, que contemplam 10 escolas, existe o professor especialista de Educação Física, e nas demais as aulas ficam a cargo dos professores polivalentes. A LDBEN determina que a Educação Física deva estar integrada à proposta pedagógica da escola (BRASIL, 1996), mas não se sabe em qual circunstância e qualidade, uma vez que as aulas podem ser ministradas por professores não especialistas, portanto, os polivalentes. Em relação acerca de quem deveria ministrar as aulas de Educação Física aos alunos, Freire (1997) apresenta dois grupos: o primeiro que defende a inserção de um especialista da área, e o segundo, centrado na importância que o professor polivalente tem no sentido de contribuir mais para o aprendizado da criança, que teria contato com um único professor, traduzindo um conhecimento menos fragmentado, evidenciando, assim, uma visão romântica e ingênua. 7 Em contrapartida, o autor aponta que um único professor poderia fragmentar o conteúdo muito mais que dez professores separadamente. Nesse caso, defende a idéia que não há diferenças entre o professor polivalente e o professor especialista, pois independente da formação do profissional, a ação primordial é a garantia da qualidade. Além disso, não existe nenhuma certeza de que o professor de Educação Física seja mais qualificado que o professor regente, apenas por ter cursado uma graduação/ licenciatura específica. Compreende-se que um curso superior não tem condições indissolúveis de garantir uma ótima formação profissional e, conseqüentemente, uma ação docente eficaz, mas, ainda que minimamente, há de se considerar que a formação em Educação Física, especificamente, a Licenciatura, permite o conhecimento de alguns pressupostos dessa área do conhecimento favorecendo um trato mais próximo durante seu desenvolvimento na escola. Ao observar os pressupostos legais que norteiam a aplicação da Educação Física da escola, nota-se certa fragilidade em sua sistematização, visto que as instituições de ensino, por serem autônomas, podem desenvolvê-la no âmbito escolar da forma que entenderem como a mais viável, culminando, muitas vezes, na descaracterização da disciplina como um componente curricular obrigatório na Educação Básica e, de certa forma, dispensável. Além de discutir as determinações legais acerca da Educação Física, fazse necessário compreender algumas questões voltadas aos parâmetros legais do Ensino Fundamental por corresponderem à etapa de ensino da Educação Básica que é interesse deste estudo. O Ensino Fundamental é dever do Estado e, portanto, está assegurado como uma etapa obrigatória e gratuita inclusive àqueles que não tiveram acesso na idade adequada, como comprovam os seguintes itens: - Título VIII (Da Ordem Social), Capítulo 3º (Da Educação, da Cultura e do Desporto), artigo 208, inciso I, da Constituição de 1988 (BRASIL, 2007a); - Capítulo 4º (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer), artigo 54, inciso I do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (BRASIL, 2007b); - Capítulo 2º (Da Educação Básica), artigo 32 da LDBEN (BRASIL, 1996). 8 O artigo 32 da LDBEN (1996) assegura que o objetivo do Ensino Fundamental é a formação do cidadão, visando: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996). Ao observar os itens supracitados, o primeiro questionamento que vem em mente é se a Educação Física atende a esses princípios e, por conseguinte, consegue contribuir na formação do aluno cidadão. De certa forma, qualquer componente curricular deveria primar por essas questões, já que são recomendações legais nacionais. Assim, será que a ação pedagógica do professor de Educação Física favorece a obtenção desses ideais? Ou ainda, será que os docentes das outras áreas do conhecimento consideram e compreendem essa contribuição? Para o alcance dessas respostas fica o convite a estudos futuros, a fim de, cada vez mais, compreender a Educação Física e seus desdobramentos no âmbito escolar. A discussão sobre posicionamento e função da Educação Física como componente curricular carece de mais apontamentos, com vistas à obtenção dessas e demais respostas, gerando esta próxima seção. 2.2 A Educação Física como Componente Curricular Souza Júnior (2001, p. 82) pressupõe que em um sentido geral e abstrato, o componente currículo representa a dimensão cultural e cognitiva do ensino, englobando, portanto: “[...] seus conteúdos, saberes, competências, símbolos e valores”. 9 Segundo o autor, na escola, um componente curricular deve possibilitar ao aluno reflexões sobre um corpo de conhecimentos específicos, com um elo de integração aos demais componentes, culminando em um processo responsável de formação e capacitação humana. Diante do exposto, pode-se dizer que um componente curricular é, no sentido de matérias de ensino, não apenas um constituinte do rol de disciplinas escolares, mas um elemento da organização curricular da escola que, em sua especificidade de conteúdos, traz uma seleção de conhecimentos que, organizados e sistematizados, devem proporcionar ao aluno uma reflexão acerca de uma dimensão da cultura e que, aliado a outros elementos dessa organização curricular, visa a contribuir com a formação cultural do aluno. (SOUZA JÚNIOR, 2001, p. 83). Ao analisar o processo histórico da Educação Física, o autor destaca que é possível identificar conflitos e contradições até mesmo em relação ao seu próprio nome, já que se mostrava submissa às instituições médicas e militares. A ambigüidade e indefinição do próprio conceito da Educação Física, não condizem apenas com mera dificuldade de conceituação, mas também com a forma como transcorreu o desenvolvimento da disciplina, principalmente, nos anos 80 com o aumento da produção teórica, pois as investigações não foram suficientes a ponto de esclarecer aspectos quanto à constituição, desenvolvimento, função, características, necessidades, objetivos e finalidades dessa área do conhecimento, mas apenas caracterizar a Educação Física como componente curricular. (CAPARRÓZ, 1997). Nesse processo de buscas imprecisas, o autor ressalta: [...] a subordinação da Educação Física a amplos e complexos temas que deveriam compor o conjunto dos componentes curriculares, e não seu papel de uma área específica. Assim, de certa forma, perde-se a especificidade da Educação Física, tal como fora constituída historicamente como componente curricular, impossibilitando análises mais consistentes que objetivassem elaborações na perspectiva de avançar, de superar, com base naquilo em que a Educação Física tem se constituído como componente curricular. (CAPARRÓZ, 1997, p. 161). Como conseqüência dessas indefinições, os conteúdos pertinentes à Educação Física não são sistematizados, ou seja, não existe uma organização lógica, gradativa e intencional capaz de beneficiar e facilitar a ação docente, indicando, de forma clara, os caminhos que devem ser percorridos em todos os níveis de ensino. Assim, a Educação Física ainda tem pela frente um árduo caminho até atingir um patamar de desenvolvimento satisfatório que rompa com um trabalho 10 desarticulado e descontínuo, permitindo que a seleção, organização e aplicação dos conteúdos ocorram de forma adequada e intencional e, acima de tudo, atendam, essencialmente, ao educando, proporcionando a ele um aprendizado mais elaborado e reflexivo acerca das dimensões da cultura humana e suas experiências corporais pessoais. (SOUZA JÚNIOR, 2001; FREIRE; SCAGLIA, 2003; OLIVEIRA, 2004). A Educação Física deve privilegiar, acima de tudo, o humano. É ver além do percebido; é enxergar o movimento carregado de intenções, de sentimentos, e de inteligência; é ver o rumo do movimento, sempre na direção de buscar no mundo, as partes que faltam ao Homem para ser ou vir a se tornar Humano. (BERESFORD ET AL., 2002, p. 110). Bracht e colaboradores (2003) afirmam que a Educação Física ao longo da história esteve apoiada em algumas expressões: “formação integral do ser humano”, “desenvolvimento/ formação do aluno”, “socialização”, que pudessem justificar, ou talvez camuflar, sua existência na escola como componente curricular. No entanto, os autores pressupõem que tais expressões não são restritas à Educação Física, mas sim a vários componentes curriculares. Por conseguinte, essas expressões, além de adotarem um caráter generalizante, acabam por supervalorizar sua existência, pois parece ser o único componente capaz de envolver diferentes potenciais do ser humano. Com base em pesquisas empíricas, Souza Júnior (2001) constatou que existem professores de Educação Física que conseguem definir a disciplina como componente curricular, mas outros não. A partir de sua pesquisa, o autor aponta que há dois grupos distintos: - o primeiro, que caracterizou a disciplina como algo extra-escola, intensamente desconfigurado e desprestigiado, tratando-a como simples atividade e “respeitando” o sentido restrito e mecânico do próprio termo Educação Física; - o segundo, por sua vez, definia-se como aqueles que reconhecem as contribuições da disciplina na formação e reflexão do educando, mediante a conscientização de que a Educação Física estrutura-se a partir de um conhecimento específico. Nesse sentido, a discussão intensifica-se ainda mais, uma vez que é possível perceber que os próprios professores especialistas – maiores interessados 11 no processo de legitimação da disciplina – não dão conta de justificar a importância da Educação Física na escola. Martins (2002) ressalta que, se a Educação Física não for prioridade para o professor e para a escola, certamente seus problemas ficarão para segundo plano, visto que sempre haverá assuntos “mais sérios” que requerem mais atenção e investimento. Prova disso é o fato da aula de Educação Física ser entendida como o momento apropriado para os ensaios de festas comemorativas para que os alunos não percam aulas das disciplinas tidas como mais importantes. (SOUZA JÚNIOR, 2001). Não há problemas em utilizar alguns momentos das aulas de Educação Física para essas manifestações, desde que o professor contextualize esse trabalho, levando os alunos a perceberem o significado e a relação entre suas ações e os objetivos da aula, descaracterizando o “fazer pelo fazer”. A atividade desenvolvida não pode ter foco no “como fazer”, ter apenas fim em si mesma, sem significados e explicações para quem a pratica (por que e para que fazer?), pois isso acarreta a desvalorização do profissional e da aula de Educação Física na escola. Deve-se romper com a idéia de que a aula de Educação Física é apenas o momento de brincar e jogar, mas enfatizar a oportunidade de conhecer, ensinar, analisar, avaliar, pesquisar e refletir que seus conteúdos propõem. (OLIVEIRA, 1992). Para Souza Júnior (2001), é um risco (...) interpretá-la como um componente curricular sem exigências e necessidades de oferecer aos alunos o exercício da sistematização e da compreensão do conhecimento, responsabilizando-a pelo “mero” fazer, executar, agir, praticar, como se estes, em algum momento, pudessem ser destituídos do saber, do conhecer, do pensar, do refletir, do teorizar e viceversa, ou seja, formas que permitem identificar a Educação Física como um “não-componente” curricular. (SOUZA JÚNIOR, 2001, p. 84, grifos do autor). A não-compreensão da disciplina faz com que ela exista no âmbito escolar apenas pelo cumprimento de questões legais e não por suas finalidades e importância na formação e desenvolvimento do educando, acarretando na supervalorização de outras disciplinas, como aponta Freire (1997), ao afirmar que não existem pais que reivindicam aulas de Educação Física na escola, mas na possível falta da Matemática ou da Língua Portuguesa, as reclamações seriam desmedidas. 12 Bracht e interdisciplinaridade colaboradores não significa (2003) a vão utilização além da e apontam Educação Física que a como compensação das aulas que ocorrem em sala de aula, dando a entender que haveria um momento de trabalho (com obrigações e seriedade) e outro de nãotrabalho. O processo de integração das áreas do conhecimento no âmbito escolar dificulta-se na medida em que os professores das outras disciplinas desconhecem o trabalho dos professores de Educação Física, e a importância que ela tem para a formação dos alunos, pois, apenas assistem às aulas. São raras as reuniões pedagógicas que contam com a participação dos professores de Educação Física, seja pelo não-envolvimento desse profissional, ou pela irrelevância atribuída pelas demais áreas do conhecimento. (FERRAZ; MACEDO, 2001; BERESFORD ET AL., 2002). Essa distância entre os professores das diferentes disciplinas impede a efetivação de um trabalho interdisciplinar que poderia romper com a fragmentação, o reducionismo, a subordinação e a desigualdade, prejudicando, essencialmente, os alunos. Todas as disciplinas têm como base os conteúdos específicos da área, os pressupostos da educação e visam ao desenvolvimento das potencialidades humanas. Por conseguinte, a educação, em si, tem por função unir todos os professores, anulando a possibilidade de valorizar determinados componentes curriculares em detrimento de outros. (BARBOSA, 2001a; GALLARDO; ARAVENA; OLIVEIRA, 19998; MONTENEGRO; MONTENEGRO, 2004; SILVA, 2004). Em contrapartida, a diferenciação entre algumas disciplinas é clara. Da mesma forma que Freire e Scaglia (2003) apontam que nas aulas que ocorrem em sala de aula, ensina-se como se os alunos fossem apenas cérebros com a função exclusiva de armazenar informações, dando a impressão que eles não têm corpos, e portanto, impossibilitados de se movimentar, Barbosa (2001a) expõe que as aulas de Educação Física pautam-se, exclusivamente, nas atividades físicas (correr, fazer exercícios localizados, jogar futebol ou queimada), sem estabelecer qualquer analogia com a realidade social e, conseqüentemente, com o potencial crítico do indivíduo. Oliveira (1992), Gonçalves e Ferroni (2003) relatam que, muitas vezes, as aulas de Educação Física se apresentam como sinônimos de práticas de jogos prédesportivos e esportivos, não havendo preocupação alguma com o “pensar sobre”, 13 com a reflexão daquilo que praticam, com os possíveis questionamentos de quem executa. Tampouco se preocupam com os aspectos educacionais e sociais relevantes, restando espaço apenas para o cumprimento de regras préestabelecidas e movimentos estereotipados, demonstrando que a disciplina não tem a definição clara de objeto de estudo, importância, objetivos, compromisso e planejamento. Isto reforça uma situação focada apenas na ação pela ação, gerando, conseqüentemente, um abandono da prática sistematizada e específica, capaz de atender aspectos do processo educativo do educando. O problema não está na supervalorização da prática, pois diversas profissões utilizam-se dela1 e o próprio pensar corresponde a uma atividade corporal prática, já que quando o indivíduo pensa demais, ele não fica cansado teoricamente, mas fisicamente; a crítica pauta-se, exclusivamente, na ausência de reflexões e críticas acerca da ação prática, propriamente dita, que é realizada. (BARBOSA, 2001a; FREIRE, 1997). A Educação Física deve firmar-se no âmbito escolar a ponto de não ser considerada uma disciplina diferente das demais, ou uma mera atividade dispensável. Se essa situação não mudar, cada vez mais, a Educação Física perderá seu espaço no âmbito escolar e permitirá o questionamento de diretores, demais professores e, especialmente, alunos acerca de sua importância e existência. (MARTINS, 2002; MOURÃO; PEREIRA, 1995). [...] Se entendermos a Educação Física enquanto atividade ela continuará a se desenvolver sem a preocupação de transmitir e produzir conhecimento. Servirá apenas para a ocupação de um momento específico onde as pessoas se utilizarão da mesma com o propósito de performance. [...] Entretanto, se considerarmos a Educação Física enquanto disciplina a mesma deverá passar e produzir um conhecimento consistente e significativo às pessoas, que seja útil e válido para suas vidas. (OLIVEIRA, 1992, p. 3). Uma das grandes dificuldades da Educação Física é a falta de cientificidade durante uma intervenção prática, permanecendo uma atuação de professores despreparados, que apenas repetem os movimentos, mas não têm condições de analisá-los com profundidade, dando a entender que quem sabe ‘jogar bola’, ‘sabe ensinar a jogar bola’. Assim, a Educação Física apenas alcançará a 1 Como exemplo da existência da prática em demais áreas do conhecimento, Barbosa (2001) aponta: o ato de uma secretária escrever uma carta para o chefe, um advogado ler um processo antes da audiência e o professor de português ministrar uma aula expositiva. 14 legitimidade no espaço escolar quando for capaz de definir e explicitar o quê e como ensina, pois enquanto não tiver um discurso coerente e plausível permanecerá nesse estado de marginalidade e diferenças. (FREIRE; SCAGLIA, 2003; NISTAPICCOLO, 2004). A Educação Física deve preservar e aprofundar seu campo específico na escola, abandonando esse estado de superficialidade; deve ter ciência do que lhe pertence e, conseqüentemente, conhecimento de suas funções a fim de justificar o verdadeiro valor de sua prática para as pessoas, para a sociedade e, principalmente, para a escola. (MEDINA, 1993; SOARES, 2005). A Educação Física necessita conscientizar-se da grandiosidade de seu trabalho, além de ocupar definitivamente seu espaço no âmbito escolar, para assim ser capaz de justificar-se mediante sua própria identidade (BERESFORD ET AL., 2002), afinal: “[...] é um espaço de aprendizagem e, portanto, de ensino”, tendo por finalidade, ensinar o jogo, a ginástica, as lutas, a dança, o esporte, enfim, o conjunto de patrimônios2 preservados e modificados pela passagem do homem no mundo e na história. (SOARES, 2005, p. 6). Por todos esses apontamentos críticos, faz-se necessário compreender com urgência que a Educação Física adota na escola um perfil pedagógico formativo e informativo, independente da faixa etária para a qual estará sendo aplicada. Formativa quando favorece o desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo; informativa, ao contribuir com a transmissão e produção do conhecimento relacionado ao movimento, objeto de estudo da disciplina. (OLIVEIRA, 2004). As reflexões sobre a Educação Física como componente curricular levam Souza Júnior (2001) a apontar perspectivas de mudança, renovação e valorização, pois busca elucidar pontos questionáveis sobre currículo. A Educação Física é um componente curricular?... Sim! A história vem mostrando que sim... É imprescindível que se supere o status de marginalidade assumido/dedicado à Educação Física no interior do currículo escolar e que se busque um reconhecimento de componente curricular importante para o processo de formação humana, em que o saber e o fazer constituem-se como um par dialético. É importante que, juntos, transformemos tal possibilidade em realidade e possamos, assim, escrever um novo capítulo da História. (SOUZA JÚNIOR, 2001, p. 90). 2 A autora ressalta que esse patrimônio de atividades sofre diferentes denominações de acordo com o autor estudado; entre elas destaca: cultura física, cultura de movimento e cultura corporal. 15 A partir dessa citação, surgem as seguintes indagações: os professores polivalentes estão aptos para lidar com todas essas questões? Eles, ao menos, sentem-se prontos para essa atuação? Em estudos realizados por Darido (2001b) as respostas não são muito animadoras, uma vez que a pesquisadora constatou que: - As atividades aplicadas pelas professoras polivalentes baseiam-se em suas experiências anteriores com a Educação Física, as quais resumem-se, basicamente, em entregar uma bola aos alunos e deixá-los livres, sendo que para isso os alunos precisam ter se comportado, ou seja, as “aulas” de Educação Física são um prêmio pela boa conduta dos alunos no dia; - Professoras, coordenadoras pedagógicas e diretoras entendem que um professor especialista seria mais bem preparado para atuar com a disciplina; Em outra pesquisa realizada por Lima e Rangel-Betti (2002), constatou-se que as professoras polivalentes não concordam com o fato delas serem as responsáveis pelas aulas de Educação Física, já que não receberam formação para isso e desconhecem questões essenciais como conteúdos e procedimentos adequados. Barbosa (2001a) aponta ainda que muitos professores polivalentes são resistentes às aulas de Educação Física e não têm o costume de ministrar aulas dessa disciplina, ou, quando isso ocorre, não têm vínculo com as atividades realizadas em sala, fragmentando a harmonia desejável entre as diferentes dimensões do desenvolvimento (motor, cognitivo e sócioafetivo). De qualquer forma, existem valores que são significativos para o alcance dos propósitos da escola, cabendo aos componentes curriculares a transmissão de algo que contribua com todo o processo educacional. Assim, como a Educação Física é um componente curricular obrigatório na Educação Básica, sua incumbência de ensinar algo não pode meramente ser desconsiderada ou atribuída àqueles que não detêm competências necessárias para tanto, seja o professor polivalente, ou mesmo o especialista na área. (VIEIRA, 1999). Se as questões que caracterizam a Educação Física como um componente curricular, principalmente, as determinações legais que favorecem essa definição (BRASIL, 1996; 2001), não são suficientes para compreender a sua importância no âmbito escolar, faz-se necessário buscar apoio em subsídios teóricos que demonstram as características físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças 16 na faixa etária de seis a dez anos (foco deste estudo), com a intenção de entender melhor esses sujeitos, suas necessidades e interesses como um ser global que faz, pensa, sente e interage, com vistas a possíveis relações com a Educação Física, apresentados no próximo capítulo. 17 3 A EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DOS SEIS AOS DEZ ANOS Para desenvolver atividades com crianças é preciso compreendê-las e, para tal, se faz necessário estudá-las, em todas as suas dimensões de aprendizagem. Assim, como esta pesquisa envolve alunos das séries da fase inicial do Ensino Fundamental (seis aos dez anos), torna-se relevante analisar questões específicas correspondentes a esta faixa etária, permitindo a elaboração de aulas de Educação Física mais adequadas a esses alunos. As crianças possuem semelhanças biológicas, que são características da espécie humana. No entanto, inegavelmente, também carregam diferenças entre si, as quais podem ser fruto do meio em que estão inseridas, bem como das experiências que vivenciam ao longo de suas vidas. Assim, sem a pretensão de abarcar todos os achados e avanços científicos relacionados a esta faixa etária, no desenrolar deste capítulo, algumas características físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças serão apontadas, mas não no intuito de estabelecer padrões de desenvolvimento e comportamento, e sim de compreender como essas crianças se desenvolvem. Acima de tudo, o professor precisa conhecer seu aluno e, no momento em que tem ciência de dados como: variações no crescimento e habilidades motoras, dificuldades de relacionamento e elaboração do pensamento, o docente torna-se capaz de correlacionar os objetivos de suas aulas com as características esperadas dos educandos nas diferentes faixas etárias. Oliveira (2007, p. 41) reforça essa idéia ao relatar que: “É extremamente importante que o professor de Educação Física entenda bem o que é a criança, como ela se move, como ela aprende e como manifesta suas emoções e sentimentos [...]”. Não significa que, se determinado estudo científico conclui que a criança entre os sete e dez anos é capaz de combinar diferentes habilidades motoras com empenho, o professor de Educação Física cobrará de seu aluno essa característica, mas, de posse desse conhecimento, terá condições de melhor adequar seus objetivos e estratégias, a fim de se aproximar, ou, talvez, até alcançar esse padrão de desenvolvimento. Enfim, as informações que seguem não devem ser utilizadas 18 como receitas prontas e finitas, mas apenas como possibilidades de melhorar a qualidade e eficiência das aulas, uma vez que a ação docente estará favorável às características (potencialidades e limitações) dos educandos. Além disso, apenas quando o professor conseguir internalizar os conceitos que permeiam as ações cotidianas da Educação Física é que ele será capaz de contribuir no aperfeiçoamento de seus alunos. Mas como isso ocorre? Toma-se como exemplo o equilíbrio. Se o professor de Educação Física conhecer os conceitos das formas dessa capacidade física do ser humano, bem como os períodos do desenvolvimento da criança em que se faz necessário, será capaz de propor atividades condizentes com seus objetivos. Em contrapartida, se não detiver esses conceitos, não terá como planejar uma atividade coesa com as necessidades e interesses de seus alunos. Wadsworth (1993) aproxima-se dessas idéias ao apontar que para aprimorar o ato de ensinar a criança, é preciso aprender e compreender como ocorre o comportamento infantil. Assim, observar e interagir com uma criança, a fim de descobrir o que ela sabe e o que compreende, é algo que exige tempo, conhecimento e habilidades consideráveis. (WOOD, 1996). O interesse em conhecer mais a criança com a qual o professor pode intervir, não se restringe apenas ao tempo das aulas, mas à observação de qualquer ocasião. Uma qualidade essencial do bom professor, apto a desenvolver uma prática pedagógica responsável e compromissada, é conhecer e entender seus alunos, a partir do que são, ou não, capazes de fazer, do que gostam, pelo que se interessam, o que e como pensam e assim por diante. (ARRIBAS, 2002; GALLARDO ET AL., 2003). Com a intenção de facilitar a compreensão das características e mudanças do desenvolvimento que ocorrem nesta faixa etária, busca-se analisar a criança a partir dos três domínios: físico, cognitivo e sócioafetivo. Contudo, salienta-se que a finalidade não é apresentar um ser fragmentado em relação às suas dimensões do desenvolvimento, pois compreendese que o indivíduo, seja ele criança, adolescente, adulto ou idoso, é um ser completo, complexo e único. Então, não se almeja a partir das partes, atingir o todo, mas sim, analisar com cautela cada uma das dimensões, favorecendo possíveis correlações com a Educação Física Escolar. 19 3.1 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre crescimento e desenvolvimento físico Neste tópico, busca-se, a partir do conhecimento existente acerca do crescimento e desenvolvimento3 esperado nesta faixa etária, identificar e compreender questões gerais que possam favorecer uma intervenção pedagógica coerente às necessidades dessa fase. Portanto, não se pretende descrever padrões de desenvolvimento, nem apontar comparações entre meninas e meninos, ou mesmo entre as características das suas capacidades físicas como equilíbrio, força e flexibilidade entre os seis e dez anos. Alguns estudos que discutem o crescimento e desenvolvimento motor4 das crianças pautam-se em comparações e parâmetros esperados, mas não realizam uma ligação com as possibilidades de utilização desses conceitos na prática cotidiana, cabendo ao docente essa tarefa. No entanto, surge a seguinte questão: será que os professores de Educação Física atentam às características de seus alunos quando elaboram seus planos anuais, ou mesmo, as atividades semanais? Nista-Piccolo (1993) aponta que poucas são as escolas que atentam para as características etárias das crianças na elaboração dos planejamentos, seja pelas dificuldades da unidade, seja pelo não-conhecimento do professor de Educação Física, que ignora a adequação das atividades às peculiaridades dos educandos. O professor precisa ter informações essenciais acerca do crescimento e desenvolvimento de seus alunos, não que seja obrigado a saber quando os meninos têm mais força ou equilíbrio que as meninas, mas deve ter ciência de como e quais são os movimentos esperados na faixa etária com a qual atua, para que possa contribuir, efetivamente, com o desenvolvimento dos educandos. 3 De acordo com Gobbi (2007) ainda que crescimento e desenvolvimento sejam utilizados de forma similar, não o são; enquanto o primeiro relaciona-se com as mudanças físicas que ocorrem no organismo humano até o alcance da estatura final, o segundo corresponde às mudanças motoras, psicológicas e sociais do indivíduo ao longo da vida. 4 A expressão “motor” designa fatores biológicos e mecânicos que influenciam o movimento, logo, o desenvolvimento motor corresponde às alterações graduais que ocorrem ao longo da vida, por meio da relação da atividade executada (exigências físicas e mecânicas), das características biológicas do indivíduo (hereditariedade, natureza, fatores intrínsecos, restrições estruturais e funcionais do indivíduo) e das condições ambientais (ambiente físico e sóciocultural, fatores de aprendizagem ou de experiência) em que ocorre. (GALLAHUE; OZMUN, 2005; CAETANO; SILVEIRA; GOBBI, 2005). 20 Bee (1996) pressupõe que a compreensão das características do crescimento da criança é fundamental, uma vez que suas alterações culminam em comportamentos específicos da faixa etária. Na infância, as mudanças ocorrem continuamente, mas sem proeminência, visto que o ritmo do crescimento diminui se comparado à fase anterior, que é dos dois aos seis anos, e posterior, a adolescência, ocorrendo o mesmo com o aperfeiçoamento das habilidades motoras. (PAPALIA; OLDS, 2004). Papalia e Olds (2004) apontam que nesse período as crianças ganham em altura de 2,5 a 7,6 cm e em peso corporal cerca de 2,2 a 3,6 kg. Vale lembrar que, no final dessa fase, as crianças atingem o surto do crescimento (as meninas antes dos meninos), característico da adolescência. Pode-se dizer que as efetivas mudanças entre meninas e meninos começam a aparecer por conta das alterações hormonais que são características do início da puberdade, mas apenas ganham força na adolescência. Tais modificações surgem por volta dos oito anos nas meninas e nove ou dez anos nos meninos. (PAPALIA; OLDS, 2004). Dos seis aos dez anos as crianças estariam em dois grupos distintos do desenvolvimento motor, segundo as concepções de Gallahue e Ozmun (2005), “estágio maduro da fase de movimentos fundamentais” e “estágio transitório da fase de movimentos especializados”. Os autores ressaltam que o fato da determinação de faixa etária corresponder à dada tarefa serve apenas como escala aproximada, em que algumas características típicas “podem” ser observadas, pois entendem que a aquisição e o desempenho de habilidades motoras são extremamente individuais, portanto, variam de sujeito para sujeito. Assim, com base nesses autores, brevemente, discutir-se-ão algumas características “esperadas” dos estágios motores em que as crianças dos seis aos dez anos se encontram: - por volta dos cinco-seis anos, as crianças costumam atingir o “estágio maduro da fase de movimentos fundamentais” com movimentos mais controlados, coordenados e eficazes5, sendo capazes de realizar atividades locomotoras, 5 Por conta dessas características, Bee (1997) aponta que por volta dos seis e sete anos as habilidades motoras básicas já foram adquiridas, sendo que agora ganham velocidade, força e 21 manipulativas e estabilizadoras, ou seja, respectivamente, correr e saltar, arremessar e receber, andar com firmeza e equilibrar-se em um pé só; no entanto, as crianças ainda apresentam algumas dificuldades, que serão vencidas, desde que tenham a oportunidade de vivenciar diferentes situações para atingirem o estágio seguinte; - dos sete aos dez anos, as crianças, comumente, encontram-se no “estágio transitório da fase de movimentos especializados”, momento em que elas começam a combinar e refinar suas habilidades motoras fundamentais, adquiridas no estágio anterior, de maneira mais complexa, sendo um excelente momento para a descoberta de infinitas execuções motoras; por conta disso, pais e professores não devem permitir que a criança restrinja sua atenção a uma única atividade e, conseqüentemente, se especialize, pois corre-se o risco de prejudicar os níveis posteriores (ao envolver-se em uma única atividade a criança priva-se de conhecer e desenvolver habilidades outras que não integram a atividade de sua preferência, prejudicando-se em práticas que exigem outras habilidades); De posse das informações acima, o professor de Educação Física precisa perceber que as crianças não atingirão essas características no mesmo momento, principalmente, pelo fato de não receberem os mesmos estímulos, ou como aponta Ferraz (1992), por não estarem inseridas num mesmo contexto social, cultural e ambiental, os quais influenciam muito na transição de um estágio para o outro. Ainda que seja difícil ocorrer uma mudança na seqüência de desenvolvimento, a velocidade desse acontecimento pode ser, fortemente, influenciada por questões externas. Outro dado que pode favorecer um “atraso” na aquisição de habilidades das crianças é a ausência de aulas de Educação Física durante a Educação Infantil. Ainda que minimamente, a oportunidade do contato das crianças com experiências motoras diversas, permite uma ampliação em seu acervo motor preparando-as para a fase seguinte, que é a combinação e aperfeiçoamento dos movimentos. Manoel (1994) acrescenta ainda que a fase dos movimentos fundamentais é muito importante, pois caracteriza-se como um período de progressão, o qual influenciará nas etapas posteriores, sendo que o não coordenação, facilitando a aquisição de habilidades específicas, o que as motiva para o aprendizado de novas habilidades. 22 desenvolvimento de habilidades básicas repercutirá na aquisição de habilidades específicas, uma vez que o processo é continuo. Assim, durante essa fase, a presença de um professor de Educação Física é muito importante, pois ele poderá auxiliar na aquisição e exploração de novas habilidades básicas ou movimentos fundamentais. Gallahue e Ozmun (2005), que propõem uma escala gradativa na aquisição de habilidades motoras, entendem que a melhoria e amadurecimento dos movimentos da criança dependem, especialmente, da prática, da oportunidade de vivenciar a maior variedade possível de movimentos e suas infinitas variações. Caetano, Silveira e Gobbi (2005) ressaltam ainda que o aparecimento de novas habilidades depende muito do contexto, do ambiente e da exigência da tarefa executada. Portanto, atividades simples e descontextualizadas (seguidas repetições de movimentos), que não contemplam formas novas de movimento, com situações problemas, não auxiliam na aquisição de habilidades que a criança ainda não possui. Diante disso, o professor de Educação Física precisa ter sensibilidade para perceber que o mais importante para criança é a vivência, a experiência de realizar esse ou aquele movimento. Portanto, uma atividade que possibilita ao aluno tocar diversas vezes na bola, ou executar de diferentes maneiras um movimento, é muito mais importante do que ficar esperando para jogar ou apenas repetir o que lhe é imposto. Assim, o contato com situações diferentes (bolas, espaços, tempos, pessoas, ambientes, entre outras) favorece uma riqueza de experiências e, conseqüente, ampliação do acervo motor do educando. De certa forma o ser humano consegue viver sem as aulas de Educação Física, assim como vive sem as aulas de Química, Matemática ou História, mas percebe-se que, se tiver oportunidade de participar dessas aulas, será melhor do que sem elas, (FREIRE, 1997), desde que tenham de forma clara e definida a especificidade de cada área, para que possam auxiliar, significativamente, na formação do futuro cidadão (VIEIRA, 1999). O acesso à educação é um direito de todos os cidadãos (BRASIL, 2007a), da mesma forma que a Educação Física é um componente curricular obrigatório em toda a Educação Básica (BRASIL, 1996; 2001), portanto, todo o aluno que está 23 matriculado na escola tem o direito de ter e participar das aulas de Educação Física. (RANGEL ET AL., 2005). Entretanto, essas aulas não podem limitar-se ao balé para as meninas e judô para os meninos (freqüentemente presente em muitas escolas privadas), como se fossem as únicas formas de movimento e possibilidades de vivências garantidas pela Educação Física. (AYOUB, 2001). Freire (1997) complementa essa idéia e afirma que apesar dos prejuízos na formação da criança por conta de uma iniciação e especialização precoce em uma única manifestação corporal, pais e alunos entendem que essas atividades são mais relevantes que as aulas de Educação Física. Arribas (2002) aponta que meninas e meninos em idade escolar, idade central deste estudo, além de terem necessidade de se movimentarem, também têm alta capacidade, principalmente, porque o movimento constitui sua qualidade de seres vivos, justificando a importância da Educação Física escolar nessa fase do desenvolvimento. Ferraz (2002) afirma ainda que, a partir da ação motora, a criança tem a oportunidade de conhecer a si própria, o mundo no qual está inserida e todas as múltiplas possibilidades de ação sobre ele. Quando a criança tem a oportunidade de aprender brincando com todo o seu corpo, sentirá muito mais prazer e, conseqüentemente, sua vontade de aprender aumentará cada vez mais, favorecendo significativamente seu desenvolvimento. (PORTO, 1995). A relação entre o brincar e o educar não é novidade. Wajskop (2005) recorda que desde os primórdios da educação greco-romana, por meio das idéias de Platão e Aristóteles essa aproximação já existia. Conseqüentemente, os professores, e não apenas os de Educação Física, precisam perceber que o processo de ensino e aprendizagem deve ser uma experiência feliz, um momento agradável. (RANGEL-BETTI, 1992). Portanto, mesmo que a linguagem corporal seja uma especificidade da Educação Física, ela não é propriedade dessa área do conhecimento, devendo ser considerada por todos no âmbito educacional. (AYOUB, 2001). [...] a riqueza de possibilidades de linguagem corporal a ser vivenciado, conhecido, desfrutado, com prazer e alegria. Criança é quase sinônimo de movimento; movimentando-se ela se descobre, descobre o outro, descobre o mundo à sua volta e suas múltiplas linguagens. Criança é quase sinônimo 24 de brincar; brincando ela se descobre, descobre o outro, descobre o mundo à sua volta e suas múltiplas linguagens. Descobrir, descobrir-se. Desco-brir, tirar a cobertura, mostrar, mostrar-se, decifrar... Alfabetizar-se nas múltiplas linguagens no mundo e da sua cultura. (AYOUB, 2001, p. 57). Diante dessa afirmação, surgem duas considerações, sendo a primeira delas a questão do foco de estudo da Educação Física que não é qualquer movimento corporal humano ou atividade física, mas sim um movimento com intenções e significados pedagógicos que consigam transcender o “fazer pelo fazer”, e também compreender e refletir sobre questões como, por que, para que e quando fazer. (GALLARDO; OLIVEIRA; ARAVENA, 1998; BARBOSA, 2001a; FERRAZ; MACEDO; 2001). Afinal, “A educação física na escola é muito mais do que um bando de crianças correndo atrás de uma bola”. (CRUZ, 2007, p. 48). Assim, devese trabalhar o movimento voluntário nas aulas de Educação Física, baseando-se sempre no que é significativo para a criança, permitindo que ela, dia após dia, descubra e se supere a partir de novos movimentos. (MATTOS; NEIRA, 2000). A segunda consideração em destaque é que o brincar é prazeroso em todas as idades, mas, principalmente, para a criança, ao passo que: “[...] Na brincadeira a realidade e a fantasia interagem dando esperança para criar e transformar o meio em que vive”. (GIRARDI, 1993, p. 73). Rangel-Betti (1992) complementa que crianças e adultos tendem a ficar em “estado de fluxo”, pois se entregam intensamente quando estão brincando ou fazendo algo que, de fato, gostam; é como se estivessem em outro universo. Por outro lado, se a brincadeira for utilizada no âmbito escolar como algo não importante, “não sério”, sem relevância pedagógica, ela jamais será ponto de preocupação da escola, (FONSECA; MUNIZ, 2000) como algo que precisa ser planejado, sistematizado e aplicado com grande seriedade e responsabilidade. Para facilitar a compreensão dessa idéia, Ferraz (2001) exemplifica a partir da diferença entre um jogo de futebol qualquer, que ocorre fora da escola, com uma mesma atividade com ideais pedagógicos, constituintes de um planejamento de Educação Física escolar, em que o cerne da questão corresponde à relação meiofim. Na primeira condição, a partida de futebol teria um fim em si mesma (jogar por jogar, fazer por fazer), contudo, no caso do contexto escolar, o jogo de futebol é um meio para atingir objetivos previamente formulados pelo professor, ou mesmo pelos próprios alunos, transcendendo o simples fazer. 25 Para Freire (1997) não se deve ensinar o futebol nas aulas de Educação Física, mas utilizar-se dessa manifestação corporal como oportunidade dos alunos praticarem, pensarem, criticarem, organizarem, apitarem, entre outras funções. Diante desse exemplo de atividade, o futebol, utilizado pelos autores para elucidar suas explicações, surge a seguinte indagação: percebendo que a Educação Física está voltada ao ser humano, seus diferentes significados e expressões, haveria uma forma de definir os conteúdos pertinentes a essa área do conhecimento de forma que os professores de Educação Física pudessem ter, de forma mais clara, respostas do “como ensinar”? Daólio (2007, p. 221) descreve em algumas palavras e comprova o quão difícil é responder essa questão. O risco aqui é pender para um dos extremos. Se se garante rigidamente a unidade da área em termos de conteúdos, pode-se desconsiderar os significados específicos de cada conteúdo em cada contexto. Caso contrário, se se leva em conta a diversidade de contextos, corre-se o risco de diluição imensa dos conteúdos, chegando até mesmo ao fim da Educação Física Escolar. Poderemos cair num vale-tudo metodológico que pode culminar com a morte da área. Em outras palavras, se tudo vale em termos gerais, nada vale especificamente. É comum ouvir professores de Educação Física dizendo que não sabem o que propor para seus alunos, ou mesmo aqueles que transformam a aula em momentos de recreação, em que as crianças podem escolher o material e brincar livremente, sem nenhuma intervenção ou objeção. Seria interessante, sim, um levantamento das diferentes manifestações corporais existentes e uma distribuição lógica que favorecesse um trabalho gradual e qualitativo nas aulas de Educação Física, mas quem deve fazer isso são os próprios professores de Educação Física. Não há necessidade de manuais e livros paradidáticos que delimitem o que, como e quando as atividades devem ser propostas para as crianças. Sugestões e formas de organizar uma aula podem ser encontradas nas diversas referências da área. Enquanto o professor de Educação Física esconder-se atrás de desculpas pelo não-fazer, ou o não-saber como ensinar, não conseguirá justificar a inserção e permanência dessa área do conhecimento no âmbito escolar. Um professor que não vivenciou um curso superior de Educação Física pode ter dúvidas acerca das possíveis práticas corporais que podem e devem estar 26 presentes no cotidiano escolar. No entanto, um professor especialista, habilitado para compreender o ser humano e a linguagem expressa pelo seu corpo, não pode pautar-se em pequenos “pacotes” de conhecimento que, simplesmente, serão reproduzidos na escola. O professor não deve aplicar as famosas receitas de atividades, mas sim problematizá-las, aproximá-las ao máximo da vida das crianças, por meio de atividades criativas que considerem suas experiências de vida, bem como a do professor, ampliando cada vez mais as relações e possibilidades de professorconhecimento-aluno. Mas será que essa área de conhecimento, a Educação Física, tem o que ensinar? Sim! Ensinamos e desenvolvemos, inicialmente, uma base motora, necessária para a prática de atividades mais complexas, tais como a dança, os jogos e os esportes. Deve haver uma ênfase inicial na exploração dos movimentos, na descoberta de novas expressões corporais, na sua execução das mais variadas formas e ritmos, no domínio do corpo para a realização de uma ampla gama de movimentos. Pretendemos que o aluno drible com bolas de diferentes tamanhos e pesos, em vários ritmos, com desvios, com marcação etc. Pretendemos que o aluno rebata a bola, com uma mão, com as duas, com o pé, salte, transporte, lance, finte, conduza. Enfim, que ele tenha pleno controle do corpo, sem e com elementos. (DAÓLIO, 1997, p. 64). Se o professor conhece seu aluno, suas necessidades e, no decorrer do ano, seus gostos, preferências e experiências anteriores, terá condições de elaborar atividades que beneficiem o educando, transitando da brincadeira ao jogo, da dança à luta, das formas mais simples e variadas de movimento à ginástica, sempre em busca de um ambiente que favoreça o maior número de experiências. Sabe-se que o que a criança mais gosta de fazer é brincar e para isso ela não precisa do professor de Educação Física. Dessa forma, o conhecimento desse professor deve ir além do simples fazer, pois deve favorecer ao aluno o (re) conhecimento do seu corpo, e do outro, a partir de situações diversificadas, com materiais diferentes, em tempos e momentos distintos. O professor precisa perceber que nas aulas de Educação Física seu objetivo deve ser, acima de tudo, o ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo (DAÓLIO, 2004), as concepções transmitidas devem transcender a idéia do corpo pelo corpo, ou movimento pelo movimento, visto que 27 corpo e movimento humano são mais do que uma engrenagem mecânica constituída de ossos, articulações e músculos. (STEFANINI, 2004). Daólio (2004) entende que a criança precisa ter a oportunidade de refletir acerca de seu corpo (quais as suas representações e concepções, de acordo com o contexto cultural), bem como a sua relação com outros corpos, sendo o professor o maior facilitador dessas situações por permitir e favorecer a liberdade de expressões e gestos de acordo com as características individuais de seus alunos, principalmente, porque: Quando a criança está correndo, saltando e saltitando pelo espaço, o corpo como um todo expõe-se e revela-se perante tudo e todos. De modo transparente, o corpo revela uma explosão de sentimentos e emoções que podem variar desde alegria, prazer e satisfação, até excitação, frustração, insatisfação entre outros. (PORTO, 1995, p. 97). Sabe-se que o corpo tem a capacidade de comunicar-se de maneira significativa (o que sente, percebe e expressa), mas, para isso, ele precisa ser percebido, compreendido e, de fato, sentido da maneira mais completa possível, por meio dos contatos consigo próprio, com os outros e com o mundo. (PORTO, 1995). Toda essa relação que se estabelece, seja com o próprio corpo ou com o do outro, precisa ser contextualizada. Como já foi discutido anteriormente, o ser humano possui, sim, semelhanças biológicas, mas as atividades propostas nas aulas de Educação Física precisam transcender essas semelhanças. [...] Em outros termos, o que dá sentido ao movimento humano é o contexto onde ele se realiza. Desvinculando desse contexto, o movimento seria analisado somente como uma expressão biológica do homem, portanto, muito semelhante em qualquer lugar. Assim, o que vai definir se uma ação corporal é digna de trato pedagógico pela Educação Física é a própria consideração e análise dessa expressão na dinâmica cultural específica do contexto onde ela se realiza. (AZEVEDO; SUASSUNA; DAÓLIO, p. 78). Buscando melhor compreensão dessas idéias, relatar-se-á uma situação particular vivenciada com crianças de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. Com a idéia de explorar as diversidades do país, propôs-se aos alunos que realizassem uma apresentação coreográfica baseada no frevo. Os alunos questionaram dizendo que não era necessário ir tão longe para mostrar a diferença do Brasil e que era possível considerar algo mais próximo e prazeroso para eles. Assim, as professoras envolvidas no projeto solicitaram que os próprios alunos dessem outras sugestões. No final, realizou-se um festival de rap, 28 envolvendo: apresentadores estilizados, criação dos raps e um verdadeiro show para toda a escola. Darido (2001a, 2004, p. 65) considera que as possibilidades de movimento são inúmeras, não devendo limitar-se em padrões de execução, atentando ao gesto motor correto, pelo contrário, o professor de Educação Física precisa ser capaz de: “[...] problematizar, interpretar, relacionar, compreender com seus alunos as amplas manifestações [...]” corporais, de maneira que os discentes percebam os diferentes sentidos e significados imbuídos nas diversas práticas e ações. Ferraz (2000) ainda afirma que a prática em Educação Física não deve ser sinônimo da repetição mecânica de um mesmo movimento, mas sim da repetição das diferentes possibilidades que se tem em resolver um mesmo problema, afinal, da mesma forma que as coisas podem ser atingidas por diferentes caminhos, o desenvolvimento também ocorre a partir de movimentos diferentes e diversificados. Azevedo, Suassuna e Daólio (2004, p. 78) concluem bem esse discurso ao: Afirmar que o homem possui construções corporais diferentes em função de contextos culturais diversos é de fácil comprovação. Basta observar o enorme elenco de hábitos corporais, formas de cobrir o corpo, práticas lúdicas, formas de marcar o corpo, tipos de dança, cuidados com o corpo, conceitos de saúde, etc., que os mais variados grupos humanos espalhados pelo mundo apresentam. O mais sutil e relevante, entretanto, é discutir as formas de significação a respeito do corpo e do movimento que o ser humano vai construindo ao longo do tempo e do espaço. Assim, a mesma modalidade esportiva, como o basquetebol, por exemplo, adquire matizes diferentes em função da dinâmica cultural específica de cada local. Nesse sentido há várias formas de se praticar o basquetebol, assim como há várias formas culturais de se compreender a dança, o jogo, a ginástica. Essa variabilidade dos fenômenos humanos ligados ao corpo e ao movimento é fundamental quando se pensa na pluralidade de formas de vida. Se o professor de Educação Física considerar que os alunos devem atingir padrões de movimento, gestos idênticos aos modelos previamente definidos, estará desconsiderando a diferença de suas crianças, as quais, no futuro, poderão expressar tristeza e raiva ao lembrarem-se de suas aulas de Educação Física na infância. Se o indivíduo, quando for criança, vivenciar situações desagradáveis com a Educação Física, quando se tornar um adulto, certamente, não atribuirá 29 importância a essa área do conhecimento, podendo passar esse sentimento aos seus filhos. No entanto, se vivenciar momentos alegres, de conquistas e superação de dificuldades, poderá transmitir toda sua satisfação para seus filhos quando estiverem na escola, apoiando as idéias e atribuindo mais importância à existência de um professor de Educação Física na escola. A função dessa área de conhecimento no âmbito escolar ultrapassa o simples ensinar aspectos sobre o corpo ou esporte, sobre a ginástica, a dança, os jogos, as atividades rítmicas e expressivas, pois mais do que aprender a fazer, o aluno deve estar ciente do porquê está realizando esse ou aquele movimento, tendo a oportunidade de, ao mesmo tempo, refletir acerca de suas atitudes nas práticas corporais. (FREIRE, 1997; DARIDO, 2001a). Interessante também seria considerar os conhecimentos trazidos pela criança, uma vez que ela não espera chegar à escola para começar a aprender. As aulas de Educação Física não são a única oportunidade de jogos e brincadeiras, no entanto, as escolas tendem a tratar os alunos como se fossem vasos ocos que devem ser preenchidos, desconsiderando conhecimentos que poderiam motivar e estimular as aulas. (DAÓLIO, 1994; PORTO, 1995; FREIRE, 1997). Quando os alunos vêm, é claro, eles trazem com eles, dentro deles, em seu corpo, em suas vidas, eles trazem suas esperanças, desespero, expectativas, conhecimento, que obtiveram vivendo, lutando ou se frustrando. Não há dúvida de que eles não vêm até aqui de mãos vazias. Chegam carregados de coisas. Na maioria dos casos, trazem consigo suas opiniões sobre o mundo, sobre a vida. Trazem consigo seu conhecimento em nível de senso comum e têm o direito de ir além desse nível de conhecimento. [...] Esse é um direito que as pessoas têm, e a que chamo de direito de saber melhor aquilo que elas já sabem (sic.). (HORTON; FREIRE, 2003, p. 158-159). O ato de educar não pode ser baseado na doação do saber como se o professor fosse um ser sábio que deposita e transmite valores, conhecimentos e informações, por meio de uma relação verticalizada (de cima para baixo) em uma cultura de silêncio, na qual o professor verbaliza palavras e mais palavras ocas e sem significado, visto que a verdadeira palavra não pertence a um único ser. (FREIRE, 1987). Como conseqüência dessas discussões, Moreira (2004, p. 19) aponta que o professor de Educação Física deve ser capaz de: “[...] saber (conhecimento necessário e adquirido na instituição formadora), saber fazer (relacionar o 30 conhecimento científico com a prática), saber fazer e por que fazer (administrar um conhecimento contextualizando-o) e o saber fazer e para que fazer (tornar a prática da Educação Física uma contribuição para a vida do indivíduo)”. Sabe-se que o desenvolvimento de uma criança é demorado, pois carece de um período extenso de aprendizagens e aquisição de habilidades, todavia necessita de estímulos, oportunidades, explicações e esforço. (VIEIRA, 2004). Não é apenas no desenvolvimento motor que os estímulos são importantes, uma vez que para Winner (1998) os ambientes quando enriquecidos favorecem a promoção do desenvolvimento, enquanto ambientes mais empobrecidos tendem a atrofiá-lo. Um bom exemplo dessa relação são as crianças que vivem em orfanato, visto que, dependendo da precariedade das condições, desenvolvem-se lentamente até serem inseridas em ambientes estimulantes. Assim, além de conhecer as características e alterações físicas das crianças nesta faixa etária, o professor de Educação Física também deve atentar às demais dimensões do desenvolvimento, com vistas a um ensino que vise ao todo e não às partes do educando. 3.2 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre o desenvolvimento cognitivo De acordo com Bee (1997) esse período é marcado por muitas mudanças e avanços cognitivos, os quais influenciam não apenas na adolescência, como também na fase adulta. Por conta disso, faz-se necessário o levantamento de apontamentos acerca do desenvolvimento cognitivo das crianças de seis a dez anos. Sem desmerecer qualquer pesquisador que tenha estudado a criança e o seu desenvolvimento, como Henri Wallon, Lev Semionovitch Vygotsky, e outros, o primeiro nome a ser lembrado é o de Jean Piaget. Estudiosos sobre as suas contribuições apontam que: Todas as teorias no campo da psicologia estão constantemente mudando; elas estão continuamente sendo validadas, testadas e reorganizadas. Perguntar se uma teoria é ‘certa’ ou ‘errada’ representa uma pobre argüição. Algumas teorias são úteis para explicar um fenômeno e inúteis 31 para explicar um outro. Portanto, aquele que faz uso de teorias (e concepções) deve selecionar e escolher com cuidado. No geral, a aceitação ou rejeição de uma teoria é função de sua utilidade em predizer o comportamento, seu poder persuasivo, sua lógica e sua capacidade de inovação. Todos estes critérios continuam a refletir o apelo da obra de Piaget. (WADSWORTH, 1993, p. 163). Mas quem foi Jean Piaget? Jean Piaget (1896-1980), pesquisador suíço, iniciou seus estudos na biologia (zoologia), quando descobriu a partir da observação de moluscos que o desenvolvimento biológico não se relaciona, exclusivamente, às questões hereditárias, mas também às mudanças do ambiente, no qual o indivíduo está inserido. (WADSWORTH, 1993; PHILLIPS, 1971). Da biologia passa pela filosofia até chegar à psicologia, quando começa a preocupar-se com as variações ontogenéticas, ou seja, com as modificações do desenvolvimento que ocorrem com o sujeito. (WADSWORTH, 1993). De acordo com Montangero e Maurice-Naville (1998), Piaget foi, sem dúvida, um dos maiores estudiosos individuais da psicologia do desenvolvimento, tanto que, para Palacios (2004), suas contribuições nesse processo constituem, não apenas a história da psicologia evolutiva, mas sim da cultura ocidental contemporânea. Piaget estudou do recém-nascido ao adulto, por meio de observações diretas, experimentos sistematizados e rigorosos, descrições e análises do sujeito, ambiente e comportamento, elaborando uma epistemologia genética, ou seja, uma teoria da evolução do conhecimento, (PALACIOS, 2004; WADSWORTH, 1993), se não a mais completa teoria já existente. (WOOD, 1996). Phillips (1971) aponta que Piaget costumava observar a criança, o ambiente no qual estava inserida e os comportamentos resultantes dessa interação. Diante desse primeiro passo, formulava e testava algumas hipóteses, modificando o ambiente quando necessário (reordenação de material, reconstrução ou mudança do problema inicial e/ ou sugestão aberta de uma resposta ao sujeito que não a esperada pela literatura até dado momento). Vale ressaltar que para Piaget (1956) o sujeito só age quando experimenta uma necessidade, assim, Phillips (1971) complementa que o conhecimento representa uma ação, no entanto uma ação que não precisa ser motora para ser estudada. Em vista disso: “[...] todos os mecanismos cognitivos são 32 baseados na atividade motora. [...] conhecer não consiste em copiar a realidade, mas sim em agir sobre ela, com a finalidade de a transformar e de a interiorizar”. (FONSECA, 1998, p. 84). Piaget é considerado um interacionista, pois: “[...] concebe o conhecimento como resultante da ação que se passa entre um sujeito e um objeto. Ou seja, o conhecimento não está no sujeito, nem no objeto, mas resulta da interação (ou relação) entre ambos”. (MACEDO, 1994, p. 164). No entanto, seus estudos sofreram muitas distorções e equívocos durante as interpretações. Wadsworth (1993) pressupõe que Piaget não elaborou uma teoria da educação, tampouco um currículo para o ensino, portanto, não é uma receita pronta e acabada que garante significativa melhora na educação. Na verdade, o autor entende que Piaget elaborou um corpo de conhecimentos e conceitos que antes de serem, simplesmente, utilizados devam ser integrados aos conhecimentos prévios do indivíduo. Concomitantemente, Montangero e Maurice-Naville (1998) compreendem que a teoria de Piaget não está, nem nunca esteve, acima de qualquer crítica, mesmo porque, o autor sempre se preocupou em acrescentar novas idéias, deixando espaços para novas interrogações e revisões. Conclui-se que Piaget fez a parte dele em elaborar um panorama de como o desenvolvimento ocorre nas crianças. Assim, se além dos estudiosos, os professores também conseguirem assimilar essas idéias, talvez, os debates dêem lugar às ações efetivas. (WADSWORTH, 1993, p. 182). Piaget se convenceu de que o indivíduo se adapta e se (re) organiza de acordo com o meio ambiente e suas modificações, além de aceitar por definitivo que corpo e mente não são estruturas independentes, ao contrário, ambos estão submetidos às determinações da atividade biológica, logo: “[...] os princípios básicos do desenvolvimento cognitivo são os mesmos do desenvolvimento biológico”, servindo um de base para o estudo do outro, portanto, total dependência. (WADSWORTH, 1993, p. 1, grifos do autor). Todavia, para compreender o que vem a ser adaptação e organização, faz-se necessário o entendimento de dois outros conceitos abstratos: função e estrutura. De acordo com os ideais piagetianos, as funções são invariáveis, pois representam as possibilidades herdadas biologicamente para interação no ambiente. 33 As estruturas, por sua vez, representam todos os acontecimentos internos e externos envolvidos em uma ação, sendo transitórias, mesmo porque se nenhum dos processos mudassem, não haveria desenvolvimento. (PHILLIPS, 1971). Para facilitar a compreensão: O exemplo pode ser êsse: “Um nenê olha para um chocalho e o apanha”. A estrutura do acontecimento inclui os meios (olhar, estender a mão e agarrar) e o fim (estímulo do objeto na mão). Cada qual é relacionado ao outro e é a êsse relacionamento que Piaget denomina “estrutura”. A função do ato do nenê é a adaptação (sic.) [...]. (PHILLIPS, 1971, p. 9, grifos do autor). Então, a adaptação corresponde às relações que ocorrem do sujeito com o meio e do meio com o sujeito (mudanças contínuas), resultando, conseqüentemente, na manutenção do equilíbrio interno do sujeito, a chamada organização (PIAGET, 1956; CHARLES, 1985; MONTANGERO; MAURICENAVILLE, 1998), logo, o que garante a organização de toda a ação é a adaptação. (PHILLIPS, 1971). Piaget elaborou quatro conceitos básicos para a compreensão e explicação de como e por que o desenvolvimento cognitivo ocorre6, sendo eles: esquema, assimilação, acomodação e equilibração. (WADSWORTH, 1993; MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). De certa forma, os processos apresentados a seguir podem parecer um tanto quanto mecânicos e simples, mas não o são. Trata-se de um processo complexo, repleto de interferências. No entanto, optou-se por apresentar algumas das idéias principais que o constituem, buscando um conhecimento mínimo, com vistas ao estabelecimento de algumas relações com a Educação Física. 3.2.1 Esquema, adaptação, assimilação, acomodação e equilibração O conceito de esquema está ligado à adaptação. Entende-se por esquema um programa de determinada atividade ligado a uma interação específica do sujeito com o mundo real que pode se repetir em diferentes circunstâncias, por 6 Phillips (1971) relata claramente que Piaget interessa-se, primeiramente, pela estrutura (como funciona a mente) e não pelo conteúdo (o que ela faz), ou seja, busca a compreensão e não o controle. 34 exemplo, o fato de um indivíduo saber que deve abrir a mão para conseguir realizar a preensão de um objeto. (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). Wadsworth (1993, p. 2) afirma que esquemas: “[...] são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio, [portanto] são estruturas que se adaptam e se modificam com o desenvolvimento mental”. Para melhor compreensão da idéia, o autor faz uma analogia comparando os esquemas às fichas de um arquivo. Diante disso, um recém-nascido tem poucas fichas, conseqüentemente, poucos esquemas, sendo que à medida que se desenvolve seus esquemas se tornam mais numerosos, generalizados, diferenciados e refinados, com isso, os bebês transformam-se em adultos, com muitos esquemas. Os conceitos dos adultos são diferentes dos conceitos das crianças, pois os esquemas se transformam. Prova disso é o fato dos esquemas dos adultos surgirem dos esquemas da criança, a partir da adaptação e organização do sujeito no ambiente. No entanto, vale ressaltar que os novos esquemas não substituem os anteriores, eles apenas os incorporam, resultando em uma mudança de maior qualidade e quantidade. (WADSWORTH, 1993). No início da vida, os esquemas se transformam em processos de raciocínio, sendo que, a partir dos seis ou sete anos, esses se organizam de forma lógica e coesa e passam a se chamar operações. (PALACIOS, 2004). Assim: “[...] Operações lógicas são ações cognitivas internalizadas que permitem à criança chegar a conclusões que são ‘lógicas’ [portanto] controladas pela atividade cognitiva”. (WADSWORTH, 1993, p. 94). Martí (2004) acrescenta que a capacidade de processar as informações amplia-se com o aumento da idade (desde que o sujeito não tenha nenhum comprometimento neuromotor severo que impeça tal evolução), ou seja, na medida em que as limitações diminuem, esses processos tornam-se mais complexos (mais rápidos e melhores). Esses apontamentos acerca da definição de esquemas comprovam que a criança não pode ser tratada como um adulto em miniatura, pois não é apenas o tamanho que muda, mas, fundamentalmente, a forma como esses seres vêem e são vistos pelo mundo. 35 Diante disso, um mesmo docente que ministra aulas para as séries iniciais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio não pode adotar as mesmas ações pedagógicas, as mesmas atitudes e formas de transmissão e elaboração de conhecimento, visto que os adolescentes já possuem esquemas melhores e maiores que as crianças de seis anos, por exemplo. Para que os esquemas se modifiquem quantitativa e qualitativamente, dois processos são necessários: assimilação e acomodação. (FONSECA, 1998). Assimilação é o nome dado ao: “[...] processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra um novo dado percentual, motor ou conceitual nos esquemas ou padrões de comportamento já existentes” (WADSWORTH, 1993, p. 5), logo, ocorre sempre que o sujeito utiliza e incorpora algo do ambiente aos esquemas já existentes. (PHILLIPS, 1971; BEARD, 1978). Segundo Piaget (2003, p. 358): “[...] a assimilação é essencialmente a utilização do meio externo pelo indivíduo para alimentar seus esquemas hereditários ou adquiridos.” Então, quando um indivíduo se depara com alguma situação nova7, em que não sabe como agir e tenta adaptar uma resposta a partir dos esquemas que já possui, ocorre o processo de assimilação. Esse processo pode ocorrer a partir de qualquer ação, como pegar, andar, classificar, ordenar. (MACEDO, 1994). Ressalta-se que a assimilação é o processo no qual o indivíduo se adapta ao ambiente e o organiza, não a partir da mudança dos esquemas existentes, mas do aumento e crescimento deles. (WADSWORTH, 1993). Assim, existe um outro processo que culmina na transformação dos esquemas já existentes, a chamada acomodação. Ao entrar em contato com uma nova informação, o indivíduo procura assimilá-la aos esquemas que já possui. No entanto, nem sempre isso é possível (desequilíbrio), principalmente, quando a informação não encontra um esquema ao qual possa se integrar, por possuir características diferentes das requeridas pelos esquemas disponíveis pelo indivíduo até o momento. (BEARD, 1978). 7 Alerta-se que não ocorre um estímulo por vez, pois o ser humano está sujeito a uma série de eventos ao mesmo tempo. (WADSWORTH, 1993). 36 Assim, surgem duas possibilidades: criar um novo esquema de acordo com as informações necessárias ou modificar um dos esquemas existentes, sendo que ambos constituem uma forma de acomodação8. (WADSWORTH, 1993). Por conseguinte, a acomodação tanto é a criação de um novo esquema, como a modificação de velhos esquemas, resultando em uma conduta diversificada e melhor adaptação ao novo estímulo. (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). Após o processo de acomodação o indivíduo pode tentar assimilar novamente a informação, que se configura como o final de qualquer processo de desenvolvimento cognitivo. (WADSWORTH, 1993). Nenhum processo é só assimilação ou só acomodação, mas de acordo com a circunstância um pode superestimar o outro. De certa forma, a acomodação sugere sempre mudança, enquanto a assimilação assegura a conservação do sistema. (PIAGET, 2003; MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). Compreende-se que os processos de assimilação e acomodação são essenciais para a evolução do desenvolvimento cognitivo, sendo que o balanço, mecanismo auto-regulador, capaz de garantir um processo eficaz na interação do sujeito com o meio, chama-se equilíbrio. (WADSWORTH, 1993). Wadsworth (1993) aponta que na ausência de uma regulação satisfatória entre esses processos de adaptação, a criança entra em desequilíbrio, ao passo que a transição da situação de desequilíbrio para a de equilíbrio, Piaget denominou como equilibração majorante. Diante disso, pode-se dizer que o desequilíbrio é o responsável pela ativação da equilibração. Conclui-se que: Nós podemos dizer, então, que uma criança, ao experimentar um novo estímulo (ou um velho, outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema existente. Se ela for bem sucedida, o equilíbrio, em relação àquela situação estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isto é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado. (WADSWORTH, 1993, p. 8). 8 Vale ressaltar nesse momento a importância do professor, responsável pelas experiências que constituem o âmbito da sala de aula, que mesmo não tendo condições de adivinhar o que causará desequilíbrio em todos os alunos, deve proporcionar situações com resultantes distintas (desconhecido), corroborando no não-previsível, ou seja, na origem do conflito e do aprendizado. (WADSWORTH, 1993). 37 Portanto, o equilíbrio, ou estado de equilíbrio é dinâmico e nunca estável de forma absoluta, pois um desenvolvimento favorável necessita de consecutivos desequilíbrios e equilibrações majorantes (PHILLIPS, 1971), assim, não existe a possibilidade do alcance de um estado final de equilíbrio, e sim de infinitas construções. (VASCONCELLOS; VALSINER, 1995). Faz-se necessário retomar a idéia central de que os processos de assimilação e acomodação só ocorrem, porque existe ação, interação, uma vez que na ausência da ação, não existiria pensamento, discussão ou julgamento, pois apenas ao agir no e com o mundo os processos de assimilação e acomodação ocorrem. (FREITAG, 1995). Macedo (1994) reitera que a relação criança-criança é mais favorável, visto que compreende um contexto de iguais, o que nem sempre ocorre entre criança e adulto, por conta de uma diferença real entre eles. Isso ocorre porque as crianças são mais sensíveis que os adultos, além de mostrarem-se mais abertas e atentas a tudo que acontece em seu redor, logo, apresentam-se e interagem muito mais. (GIRARDI, 1993). Porto (1995) complementa a idéia anterior ao afirmar que: A criança que, quando na relação com as outras e com o meio, é estimulada e motivada a participar de qualquer atividade, grupal e/ ou individual, inter-relacionando-se com auto-confiança e prazer, tem maiores chances de ser em sua existência e em sua presentidade. (PORTO, 1995, p. 107). O que se percebe com as discussões acerca da equilibração majorante (desequilíbrio, assimilação e acomodação) é que toda experiência nova leva o indivíduo a um avanço cognitivo. A partir do momento em que o ambiente proporciona situações de conflito e o indivíduo deseja suplantá-la, com vistas ao restabelecimento do equilíbrio interno, ocorre uma transformação, um efetivo avanço cognitivo. Dessa forma, quando o professor de Educação Física propõe uma atividade que solicita diferentes formas de manipulação de bolas de tamanhos e pesos variados, o aluno será obrigado a romper seu estado de homeostase interna, na medida em que, para solucionar as novas situações, será obrigado a adaptar-se, ampliando seu acervo de informações. 38 Por conseguinte, o professor não favorece um amadurecimento do conhecimento do educando quando aplica sempre as mesmas repetidas atividades. Kamii ([19--?]) reitera essa idéia ao afirmar que as crianças gostam de fazer algo novo, já que se interessam por desafios e não pela repetição das mesmas velhas situações que já conhecem e sabem fazer. Assim, a repetição de poucas atividades e o descaso do professor para com a riqueza de conteúdos possíveis na Educação Física escolar, resultam no desinteresse e desânimo dos alunos com posterior abandono das aulas ao longo dos anos escolares. (OLIVEIRA, 2004). Aprender é assumir risco, é apostar na incerteza, pois o salto que ocorre ao desconhecido causa, indubitavelmente, um desequilíbrio que garante as descobertas de saberes humanos, pois: “[...] aprender é fazer alguma coisa que não se sabe fazer fazendo [...]”, por exemplo, se o ser humano esperasse falar para saber falar, jamais desenvolveria essa habilidade. (MEIRIEU, 2005, p. 90). Freire e Scaglia (2003) complementam que: O novo sempre cria embaraços ao conhecimento já possuído, e é isso que cria o conflito. O conflito leva o conhecimento de braços e pernas para o plano da reflexão. No plano da reflexão, o que pertencia a braços e pernas passa a pertencer ao corpo todo (incluindo mente); torna-se matéria-prima de conhecimentos, qualquer que seja. (FREIRE; SACAGLIA, 2003). Dessa forma, os professores e o sistema escolar precisam conscientizarse de que as aulas de Educação Física devam ser ministradas com base em objetivos específicos e, não uma aula desassociada de outra, sem planejamento, intencionalidade e, principalmente, preocupação com o desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas dos educandos. (LIMA; RANGEL-BETTI, 2002). Apenas deixar as crianças brincando com qualquer jogo não garante um processo de aprendizagem complexo e de qualidade (RANGEL, 2004). Assim, não faz sentido escolher qualquer atividade para aplicar nas aulas de Educação Física, uma vez que a importância não está na diversão, mas sim nos efeitos sobre o desenvolvimento. É nesse momento que o professor deve obter informações para, sempre que possível, variar a atividade, acrescentando ao aprendizado algo que garanta no educando um conhecimento. (FREIRE, 1997). desequilíbrio e, conseqüentemente, um novo 39 Ayoub (2001, p. 57) complementa a idéia anterior quando afirma que o ato de brincar no olhar da aprendizagem é mais complexo do que se imagina, uma vez que: [...] Brincar com a linguagem corporal significa criar situações nas quais a criança entre em contato com diferentes manifestações da cultura corporal (entendida como as diferentes práticas corporais elaboradas pelos seres humanos ao longo da história, cujos significados foram sendo tecidos os diversos contextos sócio-culturais) sobretudo aquelas relacionadas aos jogos e brincadeiras, às ginásticas, às danças e às atividades circenses, sempre tendo em vista a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância. Ação que se constrói na relação criança/ adulto e criança/ criança e que não pode prescindir da orientação do (a) professor (a) [...]. A citação supracitada reforça ainda mais a importância do professor conhecer as características de seus alunos, e a idéia de que ele só saberá selecionar as brincadeiras adequadas ao desenvolvimento dos educandos (não permitindo qualquer brincar; o fazer pelo fazer) se estiver a par dessas informações. Piaget dividiu o desenvolvimento humano em uma seqüência fixa de sucessivos estágios (estágios ordinais) com idade determinada em cada um deles, provocando inúmeras críticas. Em contrapartida, Wadsworth (1993) informa que o autor nunca afirmou, de maneira simplista, que a criança avança de um estágio a outro, como se estivesse passando de um degrau ao outro ao descer uma escada, ou virando a página ao ler um livro, mesmo porque os piagetianos utilizam-se de idades médias ao descrever as características de uma criança, já que elas possuem ritmos, experiências, potencialidades e estímulos diferentes que variam de indivíduo para indivíduo9. Prova disso é a possibilidade das crianças mudarem de um estágio ao outro em idades diferentes (umas mais cedo e outras mais tarde), sendo que uma criança pode estar em um estágio para determinada característica e em outro estágio para outra, no entanto a mudança nunca é repentina. (CHARLES, 1985). A idéia de universalidade também foi amplamente criticada, uma vez que Piaget inicia seus estudos com base na observação de suas três crianças. Contudo, após alguns anos, foram obtidos resultados parecidos com crianças de outros ambientes. (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). 9 Os estágios descritos por Piaget podem auxiliar o professor a compreender mais seus alunos, principalmente, suas dificuldades e orientações futuras, com vistas a um desenvolvimento qualitativo. (MACEDO, 1994). 40 Wood (1996) acrescenta que Piaget nunca investigou acerca das particularidades e diferenças de um indivíduo para o outro, portanto, é normal que não tenha discutido sobre isso, ficando a cargo de estudos futuros. De qualquer forma, Piaget apresentou quatro períodos distintos, sendo eles (WADSWORTH, 1993): Período Sensório-motor (0-2 anos), Período Préoperatório (2-6 anos), Período das Operações Concretas (6-10 anos), Período das Operações Formais (11-15 anos). Como esta pesquisa baseia-se, essencialmente, nas crianças de seis a dez anos, discutir-se-á com maior aprofundamento o período que corresponde a esse grupo (Período das Operações Concretas). 3.2.2 Período das operações concretas Por mais que o escopo da pesquisa não corresponda às crianças de dois a seis anos (Período Pré-operatório), brevemente, algumas características desse grupo precisam ser apresentadas, buscando obter maior compreensão da fase subseqüente. Montangero e Maurice-Naville (1998) apontam que quando a criança transita do período pré-operatório para o período operatório, seu pensamento deixa de centrar-se apenas no momento presente e transcende ao pensamento das operações e acompanhamento das transformações. Mas como será que isso ocorre? Dos dois aos seis anos, as crianças evoluem muito, pois adquirem valiosas habilidades cognitivas que possibilitam o entendimento e a organização do mundo, de maneira mais complexa do que quando eram bebês (período sensóriomotor), no entanto, ainda apresentam algumas restrições, visto que são incapazes de reverter às operações e acompanhar as transformações, ou seja, como têm dificuldade de seguir o raciocínio da situação, não conseguem voltar ao ponto inicial da idéia. (MARTÍ, 2004). [...] Por exemplo, uma criança sem pensamento reversível diante de duas fileiras de igual comprimento, contendo oito moedas cada, concorda que as duas têm o mesmo número de moedas. Uma das fileiras é alongada na 41 presença da criança e ela não mais concorda que as duas tenham o mesmo número de moedas. (WADSWORTH, 1993, p. 64). Por conseguinte, geralmente, entre os sete e onze anos, período das operações concretas, é que a criança consegue realizar todas as operações cognitivas, além de adquirir a capacidade de reversibilidade. (WADSWORTH, 1993). A reversibilidade é tida como um ponto fundamental nos estudos de Piaget, pois essa capacidade garante toda a estrutura do pensamento lógico da criança. A aquisição da reversibilidade depende de que o sujeito tenha ciência de determinada operação e, simultaneamente, da operação que a anula, sendo capaz de, a todo instante, retomar ao cerne da questão, não perdendo a lógica de seu pensamento. (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998). Kamii e Joseph (2005) acrescentam que a reversibilidade é a capacidade do sujeito realizar mentalmente duas ações opostas ao mesmo tempo, sendo que consegue dividir o todo em duas partes e juntá-las em um todo novamente. A partir da leitura de alguns autores (PHILLIPS, 1971; WADSWORTH, 1993; MARTÍ, 2004; PAPALIA; OLDS; 2004) concluiu-se que durante o período das operações concretas, comumente, a criança torna-se capaz de realizar operações cognitivas, tais como: - Descentralização: descentraliza-se de uma única ou poucas características de um estímulo (como ocorria no período anterior) e passa a atentar aos traços mais importantes no todo, talvez até mais do que uma característica com possíveis relações; - Transformação: passa a notar seqüências de transformações, não compreendendo mais uma situação modificada como fatos isolados (estados), mas sim como passos sucessivos de um único processo; - Conservação da aparência e realidade: capacidade de perceber que a quantidade de um material não altera com sua reorganização, desde que nada seja retirado ou adicionado, podendo ocorrer em diversas circunstâncias (números, comprimento, peso, área, volume, entre outros); - Classificação: capacidade de agrupar mentalmente os objetos de acordo com semelhanças e diferenças, organizando-os em categorias; adquire ainda a capacidade de inclusão de classes (perceber as partes diante do todo); 42 - Seriação: capacidade de organizar mentalmente, de acordo com suas diferenças (tamanhos, pesos, volumes, tonalidades, entre outras), em ordem crescente ou decrescente; Vale relembrar que se trata de um processo contínuo e gradual que depende das características peculiares de cada criança para que ocorram, pois essas capacidades não são adquiridas de um dia para outro. (WADSWORTH, 1993). Além disso, nota-se que são muito interligadas, pois dependendo da situação fica difícil identificar separadamente cada uma dessas capacidades. Apesar de todas essas valiosas aquisições, as crianças desse período dependem de que as situações de fato existam (concreto) para que possam compreendê-las, e, então, atuarem de maneira lógica e sistemática, com a capacidade de solucionar conflitos, gerar críticas e experimentar alternativas. Por esse motivo, são incapazes de pensar sobre informações que existem apenas no plano verbal, como as hipóteses (por exemplo, como seria a casa da vovó se fosse pintada de azul, já que é amarela?). Só adquirem a capacidade de abstração na adolescência, ou seja, no período formal ou hipotético-dedutivo. (MACEDO, 1994; PAPALIA; OLDS, 2004). Por conta de tantas alterações, as crianças que estão na fase das operações concretas adquirem uma maneira lógica, sistemática e elaborada de raciocínio, garantindo maior e melhor organização dos conhecimentos, sendo inclusive capazes de aplicar sua atenção em informações que julgarem relevantes. (MARTÍ, 2004). Ao compreender como ocorre o processo de desenvolvimento da criança, o professor torna-se capaz de fundamentar sua prática nas características peculiares das diferentes faixas etárias, aproximando-se cada vez mais das crianças, pois é capaz de “falar a mesma língua”. Uma mesma atividade, se aplicada às crianças de 1ª a 4ª série, deve ser explicada de forma completamente diferente. Pode ser que alguns alunos, mesmo com oito anos, ainda não estejam no período das operações concretas e tenham dificuldade para compreender a explicação de um jogo, por exemplo. Assim, se o professor de Educação Física está ciente disso, consegue perceber que, muitas vezes, a criança não compreende determinada atividade por uma imaturidade cognitiva, e não por falta de atenção como muitos leigos imaginam. 43 Apenas para elucidar a idéia, tomam-se como exemplo as modalidades esportivas, as quais se baseiam em alternativas táticas que exigem movimentos técnicos. Não adianta o professor de Educação Física querer que seu aluno de 7 anos de idade atenda o pedido de antecipação de seu movimento para conseguir “roubar” a bola de seu colega, pois essa solicitação exige abstração por parte da criança que ainda não consegue atingir esse plano, pois isso demanda tempo de amadurecimento. Ao explicar atividades propostas para as crianças que se encontram no período das operações concretas, faz-se necessário perceber o nível de compreensão que elas apresentam, pois ainda não pensam por hipóteses. Exigir além do que a criança pode oferecer é acelerar um processo que não tem volta, pois da mesma forma que a criança se desestimula a fazer porque nunca tem êxito, futuramente, poderá evitar novas situações com medo do fracasso. Mas, além de conhecer o processo do conhecimento e as características cognitivas das crianças, os professores também precisam ter ciência das questões que envolvem as inter-relações pessoais vividas nos diferentes contatos que elas têm com as próprias crianças, com os professores e com as regras a que são submetidos. 3.3 A Educação Física e as Crianças dos Seis aos Dez Anos: questões sobre desenvolvimento sócioafetivo Com a intenção de conhecer algumas características do desenvolvimento social e afetivo das crianças de seis a dez anos, buscou-se discutir informações dadas por estudiosos do assunto, visando subsídios para futuras intervenções pedagógicas coesas e favoráveis às necessidades e interesses dos educandos. Assim, esta pesquisa aponta apenas as questões que envolvem o trato emocional dessas crianças, bem como as suas relações sociais que acontecem no cotidiano escolar, sem abarcar todos os pressupostos existentes em cada uma dessas dimensões separadamente, nem se aprofundar em cada um dos itens e autores. São levantados alguns aspectos sobre quem é a criança desta faixa etária, voltados ao conhecimento necessário ao professor de Educação Física. 44 A criança representa um ser completo e complexo, portanto, compreendêla em suas múltiplas dimensões corresponde a um trabalho árduo que, mesmo sendo realizado durante anos, muito ainda precisa ser estudado, comparado, testado e, principalmente, associado. A criança, ou melhor, o ser humano, não escolhe o momento em que deverá se expressar por uma ação, por um pensamento ou sentimento. Tudo deve ocorrer harmonicamente, isto é, sem que se possa escolher ou eliminar uma dimensão, e por essa razão é tão difícil conhecer e até certo ponto, compreender, a espécie humana. Portanto, destacar pelo menos três grandes blocos, com vistas a um entendimento mais facilitado foi a opção encontrada pelas pesquisadoras deste estudo, mas sempre buscando compreender a criança como um ser uno e indivisível, ou seja, mostrando que os avanços cognitivos das crianças dos seis aos dez anos são fundamentais para muitas das relações sociais que se estabelecem durante esse período, as quais, por sua vez, podem mudar toda a vida do indivíduo. Ciente dessas correlações, neste subcapítulo, optou-se por discutir alguns aspectos (egocentrismo, juízo moral, autoconhecimento e auto-estima), que têm forte relação com os avanços cognitivos, principalmente, porque as conseqüências práticas e visíveis das mudanças na evolução dessa dimensão se refletem nas interações sociais e afetivas da criança. 3.3.1 Egocentrismo Ao atingir o período operatório, já discutido na seção 3.2.2, a criança evolui muito, especialmente, quando abandona a posição egocêntrica, fortemente presente no período anterior, e passa a considerar o outro que está ao seu lado. Vasconcellos e Valsiner (1995, p. 36) definem egocentrismo como: “o estado em que a criança é incapaz de diferenciar entre ela mesma e os objetos, sendo, também, incapaz de perceber que sua experiência pessoal pode ser diferente da experiência do outro [...]”. Assim, mesmo que não corresponda a uma ação consciente o egocentrismo faz com que a criança pense estar sempre certa, 45 não precisando da validação de terceiros para ter certeza disso. (WADSWORTH, 1993). Phillips (1971) acrescenta que a capacidade de aceitar o ponto de vista do outro é adquirida gradualmente com o tempo, na medida em que, durante as interações sociais, a criança é obrigada a levar em consideração a opinião dos outros. De acordo com Kamii e Joseph (2005, p. 41) as crianças aprendem com os colegas, uma vez que: “Quando as crianças se convencem de que a idéia de outra pessoa faz mais sentido do que a delas, elas mudam de idéia e corrigem a si próprias a partir do seu interior”. Por exemplo, durante um jogo de pega-pega uma criança deseja que utilizem a rua como cenário da brincadeira, enquanto os demais participantes optam pela garagem do condomínio em que moram. Para não ser compelida a abandonar a brincadeira, aceita a opinião dos demais e acaba brincando na garagem. Essa capacidade de diálogo, bem como o surgimento de disputas, conflitos e contradições favorecem muito o desenvolvimento e aperfeiçoamento da capacidade de argumentação, pois na medida em que a criança conhece a si e ao outro começa a perceber que o mundo é social, visto que é construído de acordos e normas conjuntas, consideradas apenas por meio da unanimidade. (FREITAG, 1995). Dessa forma, as aulas de Educação Física devem proporcionar, não apenas atividades individuais, mas, especialmente, coletivas para que as crianças tenham a oportunidade de discutir e colocar seus pontos de vista. Ferraz (2004) afirma que em atividades do tipo “aluno com aluno” ocorre uma relação social de cooperação e de reciprocidade, pois a partir da interação entre os educandos, ambos são obrigados a deixar seus pontos de vista de lado para compreender o ponto de vista do outro. O único problema é que, muitas vezes, a discussão dos alunos termina em agressões. Às vezes, tem-se a impressão de que os alunos se esquecem que podem dialogar para resolver seus conflitos conversando. Em questão de segundos, fazem e sofrem agressões verbais e físicas por motivos simples, como a confirmação de um ponto no jogo, ou mesmo se o time A ganhou ou perdeu. Assim, o professor deve estar atento na mediação dessas questões, pois um simples jogo pode fazer com que as crianças percebam que vale mais a pena 46 cumprir as regras e aproveitar o tempo da aula se divertindo e aprendendo coisas novas, do que ofendendo e machucando o outro. No entanto, os alunos só serão capazes de olhar para o outro quando romperem com o egocentrismo, o que pode ser trabalhado desde a Educação Infantil, na idéia de que o outro é importante na minha vida e eu preciso aprender a compreendê-lo e respeitá-lo. 3.3.2 Evolução do juízo moral da criança e o respeito às regras A forma como as crianças respeitam as regras e emitem seus julgamentos diante das situações está fortemente relacionada ao estágio do juízo moral em que ela se encontra, ou seja, a forma como avalia o que é certo e o que é errado. Piaget descreveu três morais que se sucedem ao longo do desenvolvimento infantil: anomia, heteronomia e autonomia. Com a intenção de conhecer as idéias principais de cada uma delas, seguem algumas informações baseadas em diferentes autores (LA TAILLE, 1992; WADSWORTH, 1993; FREITAG, 1995; PALACIOS, GONZÁLEZ; PADILLA, 2004): Anomia: - Encontrada apenas nos relatos de La Taille (1992) e Freitag (1995); - A idéia é que as crianças nascem sem nenhuma moralidade, elas não são boas e nem más, por isso, geralmente, está presente nas crianças de zero a dois anos, período sensório-motor; - Durante a anomia as crianças não reconhecem nem cumprem as regras, pois preocupam-se, fundamentalmente, em saciar seus desejos e não anseiam em participar de algo coletivo. Heteronomia: - Comumente presente nas crianças de dois a seis anos, período préoperatório; 47 - Considerada a moral da obediência e da submissão às normas impostas pelos adultos, portanto, significa ter uma obediência cega, ao passo que é controlada pelas decisões de outras pessoas (KAMII, [19--?]); - Nessa fase as crianças têm interesses em atividades coletivas e regradas, mas compreendem que as regras, tidas como sagradas e imutáveis, são sempre criadas por alguém superior (pais, professores, Deus), não representando um acordo firmado entre os participantes. Assim, caso as regras do jogo sejam alteradas, há a construção de um novo jogo e não a modificação do mesmo jogo10; - O julgamento moral baseia-se sempre na atitude e suas conseqüências, logo, quebrar uma dúzia de pratos é sempre pior que quebrar um único prato. Autonomia: - Pode-se dizer que representa o oposto da fase anterior; [...] Na teoria de Piaget, autonomia significa a capacidade de tomar decisões por conta própria, sobre o certo e o errado, no campo moral, e sobre o verdadeiro e o falso, no campo intelectual, levando em consideração fatores relevantes, independente de recompensa e castigo. (KAMII; JOSEPH, 2005, p. 53-4). - Não pode ser compreendida na idéia do fazer o que e quando tiver vontade, nem tampouco do ser livre dos outros, mas do ser parte (minha identidade, minhas características peculiares) e ser todo (pertenço a um grupo, a uma sociedade). (MACEDO, 2005); - Aqui, as crianças, geralmente no período operatório-concreto, compreendem a importância e necessidade da elaboração e cumprimento das regras, as quais foram criadas em concordância de todos os integrantes do grupo; no entanto, caso seja consensual, as regras podem perfeitamente ser modificadas11. - De certa forma, muitas vezes, perdem mais tempo na construção e discussão das regras do que na prática, propriamente dita, da atividade. 10 Nesse instante há a possibilidade de relembrar que, enquanto a criança não adquirir a capacidade de reversibilidade, não terá a possibilidade de compreender as alterações em um mesmo jogo, considerando sempre o surgimento de novos jogos. 11 A criança apenas consegue considerar o outro e suas opiniões após ter se libertado da fase egocêntrica, em que se centrava apenas no seu eu e suas vontades. 48 - Durante o julgamento moral as intenções da ação são confrontadas com suas conseqüências, logo, quebrar um único prato por maldade é muito pior que quebrar uma dúzia, sem querer, quando a intenção era organizar o armário. A transição da heteronomia para a autonomia não é simples, sendo que algumas pessoas nunca a executam. Prova disso é o fato da maioria das pessoas ser heterônoma, pois depende dos demais para decidir o que pensar, o que fazer. (KAMII, [19--?]). No caso educacional, essa transição tem um outro fator importante, uma vez que para Kamii ([19--?]) uma pessoa heterônoma não é capaz de formar uma criança autônoma, já que está presa às amarras da sociedade, seja pelo cumprimento cego dos conteúdos, ou mesmo, pela relação de hierarquia com os alunos. Ao manter a dependência das crianças os professores apenas perpetuam cidadãos reprodutores, passivos e acríticos, quando deveria ocorrer exatamente o contrário, uma vez que as crianças que podem pensar por si mesmas fazem muito mais progressos. Piaget (1980, p. 61) complementa essa idéia ao relatar que, como a educação constitui um todo inseparável, é impossível formar um indivíduo autônomo se esse é sempre submetido a aprender o que e como os outros querem, ao passo que não tem a oportunidade de descobrir sozinho a verdade; além disso, “[...] se é passivo intelectualmente, não consegue ser livre moralmente”. Portanto, o professor: “[...] pode transmitir todas suas idéias, simplesmente, fazendo perguntas e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas a crescerem e não a ficarem dependentes [...]” dele. (HORTON; FREIRE, 2003, p. 151). Uma outra maneira de favorecer a aquisição da autonomia é a proposta de brincadeiras. Brincando as crianças são obrigadas a resolver os problemas, seja pelo não cumprimento das regras ou mesmo pelas suas mudanças. Por meio dos conflitos, as crianças vivenciam e solucionam situações inesperadas, enriquecem as relações com seus pares e atuam de forma ativa e construtiva, como ser que é. Nesse sentido, o professor atuaria como um telespectador ativo que, ao mesmo tempo em que assiste, permite que as crianças resolvam seus conflitos, interfere quando os pequenos não alcançam um ponto comum. Interferir não é dar 49 respostas prontas e acabadas, mas pistas, possíveis caminhos que facilitariam o entendimento comum, portanto, é mediar. Com isso, pode-se dizer que a brincadeira precisa estar presente no espaço escolar, pois: “[...] é a garantia de uma possibilidade de educação da criança em uma perspectiva criadora, voluntária e consciente” (WAJSKOP, 2005, p. 31), que pode, perfeitamente, ser mediada pelo professor de qualquer área do conhecimento e não, especificamente, pelo professor de Educação Física. 3.3.3 Conhecimento, desenvolvimento e valorização de si mesmo: autoconceito e auto-estima Por conta dos avanços cognitivos decorrentes do período das operações concretas, a criança torna-se capaz de elaborar conceitos mais reais, completos e equilibrados a cerca de si e de seus êxitos na cultura na qual está inserida, pois tem a capacidade de elaborar conceitos amplos próprios que envolvem suas diferentes características. (PAPALIA; OLDS, 2004). A construção do conhecimento do próprio eu, inicia-se nos períodos anteriores, mas ganha força entre os seis e doze anos. Embora represente um processo demorado, é fundamental na formação da criança e, conseqüentemente, do adolescente e adulto. Esse processo sofre diversas modificações ao longo dos anos, podendo ser dividido em dois grupos principais, como apresenta Palacios e Hidalgo (2004): - Entre seis e oito anos: como já era observado no final do período préoperatório, ao realizar descrições de si, as crianças tendem a fazer comparações consigo mesmas, acrescentando certa negação nos comportamentos anteriores (tudo ou nada), atentando-se também aos aspectos psicológicos (exemplos: “antes eu gostava de correr, mas agora não gosto mais”; “fico feliz quando minha avó vem me visitar”); - Entre oito e doze anos: o foco passa a ser a comparação com outras crianças, se necessário até a combinação de ações e utilização de conceitos opostos (exemplos: “meu cachorro é bem grande, no entanto, o do Pedrinho é maior”; “consigo jogar vôlei e futebol, mas não sou bom em basquete”); 50 Assim, a partir dos sete ou oito anos, a criança tem condições de comparar seu eu real (quem e como de fato é) com seu eu ideal (como gostaria de ser ou agir), o que é muito importante, pois tem influência direta no desenvolvimento de sua auto-estima, tendo forte papel na constituição da personalidade. (PAPALIA; OLDS, 2004). Palacios e Hidalgo12 (2004) entendem que a auto-estima corresponde à avaliação que as pessoas fazem de si em relação às próprias capacidades e competências, sendo que tornam-se mais complexas e diversificadas com o avanço da idade. Erikson (1987; 1998), baseado em sua teoria psicossocial, aponta que entre os seis e dez anos a auto-estima é fortemente influenciada pela maneira como as crianças avaliam a sua produtividade, denominando esse período crítico de indústria versus inferioridade, diligências versus inferioridade ou, como apontado por Gallahue e Ozmun (2005), atividade versus inferioridade. Nesse período, a criança tem forte necessidade de apenas adquirir habilidades valorizadas em seu contexto social, mas também vivenciar situações nas quais outras crianças possam observar seu desempenho nessas habilidades. (PAPALIA; OLDS, 2004). Assim, a criança tem a intenção de aprender tudo aquilo que favorecerá, mais adiante, ser um adulto ativo na sociedade. Ao final dessa crise, a criança tem consciência do que é ou não é capaz de fazer, por exemplo, se é ou não competente para dominar habilidades e concluir tarefas. O grande problema é que o encerramento dessa fase culmina na inclinação do desenvolvimento da personalidade para um dos pólos. Diante disso, o êxito na aquisição de competências e habilidades valorizadas socialmente faz com que a criança sinta-se competente13; no caso do fracasso, experiências negativas culminam em sensações de inferioridade e incompetência. (ERIKSON, 1987; 1998). Se a criança valoriza a opinião do outro, buscando, muitas vezes, estar próxima dos demais para exibir suas habilidades, como é o relacionamento dessas crianças com seus pais e amigos? 12 Papalia e Olds (2004) compreendem que essa comparação existente entre as crianças da mesma idade, permite que elas tenham maior ciência de suas habilidades (limitações e qualidades). 13 Vale ressaltar que o excesso de produtividade também é prejudicial, pois a criança pode viciar em trabalho e aquisição de competências. (ERIKSON, 1982). 51 3.3.4 A criança e as relações sócioafetivas Os avanços sócioafetivos neste período são significativos, pois a criança encontra-se pronta para interagir com os outros, uma vez que já conhece a si e consegue respeitar o posicionamento dos demais. Assim, vemos uma criança que caminha lenta, mas decisivamente, de um estado de indiferenciação, de desorganização do pensamento e de autocentralização, para uma compreensão lógica e adequada da realidade que lhe permite o perceber-se como um indivíduo entre outros, como um elemento de um universo que pouco a pouco passa a estruturar pela razão. (RAPPAPORT; FIORI; RIVOS, 1981, p. 74). A infância corresponde a mais uma etapa da vida em que os pequenos têm grande vontade de concluir, pois, muitas vezes, não representa um período, integralmente, feliz, como é o desejado. (LA TAILLE, 2001). Papalia e Olds (2004) lembram que é nesse momento que ocorre a inserção definitiva da criança na escola representando um misto de curiosidade com ansiedade, pois, apesar do receio do não esperado, do novo, as experiências futuras contribuirão, significativamente, no desenvolvimento da criança. Mas não é à toa que as crianças iniciam a escolarização nesse período, visto que têm noções de número e quantidade, conhecem e exploram o tempo e o espaço, conseguem armazenar as informações, muitas vezes, até melhor que os adultos. (MARTÍ, 2004; PHILLIPS, 1971). Gallahue e Ozmun (2005) afirmam que o ingresso na escola corresponde ao primeiro passo de distanciamento da segurança oferecida pelas brincadeiras de seu lar, ou mesmo, da creche, uma vez que se inicia o contato, propriamente dito, com crianças mais velhas e adultos antes desconhecidos, ampliando as situações de grupo e afastando a criança do centro das atenções do seio familiar. Papalia e Olds (2004) entendem que com o tempo as crianças tendem a se afastar das influências dos pais, já que se interessam mais pelo seu grupo, ainda que sua morada e as pessoas que convivem com ela continuam sendo o que de mais importante existe em sua vida. Os pais, principalmente, representam um alicerce sólido e confiável, dos quais as crianças tendem, pelo menos durante o período escolar, a ouvir suas opiniões. (BEE, 1997). 52 Em geral, as crianças que constituem um grupo, geralmente formado na vizinhança, escola, clube, enfim, em um lugar comum aos integrantes, possuem interesses semelhantes. Pertencer a um grupo é muito importante, nem que para isso, a criança seja obrigada a aturar os apelidos desagradáveis, logo, é melhor ter apelido que viver isolado. (RAPPAPORT; FIORI; DAVIS, 1982). Dentro do próprio grupo, os meninos assumem comportamentos competitivos e agressivos com grande valorização das competências individuais, enquanto as meninas, que são mais maduras que os meninos, constituem grupos mais sólidos internamente e tendem a competir com aquelas que não pertencem ao seu grupo. (BEE, 1997; PAPALIA; OLDS, 2004). O líder do grupo não é o mais forte ou o mais agressivo (como acontecia no período anterior), mas o que tem maior domínio social, aquele que além de ser bom nas atividades que realiza, ajuda sempre o grupo a alcançar seus objetivos comuns. (MORENO, 2004). Pode-se dizer que as relações de amizade têm dois momentos distintos entre as crianças de cinco a doze anos, como demonstra Moreno (2004): - Entre os cinco e oito anos: a amizade depende do apoio que o outro me oferece, caracterizando uma relação unilateral (exemplo: “Gosto muito do meu amigo. Ele é superlegal, já que me empresta seus brinquedos”); - Entre os oito e doze anos: a amizade, até que discussões e desencontros a desfaça, depende de parceria e momentos de reciprocidade, além de interesses comuns, confiança, afeto, preocupação e consideração mútua (exemplo: “Estamos um ao lado do outro sempre que precisamos”). Papalia e Olds (2004, p. 299) esclarecem que a amizade tem grande importância no desenvolvimento da criança, ainda que seu significado modifique de acordo com a idade. As amizades fazem as crianças se sentirem bem, mais produtivas, comunicativas e cooperativas, auxiliando na aquisição de respeito mútuo e controle das emoções; todavia, os laços precisam ser muito sólidos a ponto de resistir às inúmeras brigas. Dessa forma, o amigo verdadeiro: “[...] é alguém por quem a criança sente afeição e com quem se sente bem, gosta de fazer coisas e pode revelar seus sentimentos e segredos”. Bee (1997) relata que, dos oito aos doze anos, as crianças tratam melhor os estranhos do que os amigos, já que com estes são mais honestas e acabam exagerando nas críticas e comentários que nem sempre são altruístas e educados. 53 Segundo a autora, a partir dos sete anos, inicia-se uma forte segregação sexual e, conseqüente, formação de grupos homossexuais, em que meninos brincam com meninos e meninas brincam com meninas, cada um com seus brinquedos, convencionalmente, próprios. Na verdade, Palacios e Hidalgo (2004) apontam que as crianças têm condições de identificarem-se como integrantes de um grupo desde cedo, no entanto, é por volta dos seis ou sete anos que adquirem a constância de gênero, ou seja, é o momento no qual têm a consciência definitiva do grupo a que desejam pertencer, decisão que é dificilmente modificada ao longo da infância. Por outro lado, acrescentam que esse processo de identificação de grupo e escolha dos brinquedos não depende apenas das crianças, mas também de determinações culturais, fortemente representadas pelos pais e professores. Desde quando seus filhos ainda são bebês, os pais tendem a esperar e estimular comportamentos e características específicas dos gêneros, por exemplo, os meninos devem gostar de brincar com bola, e as meninas com boneca. Com o passar dos anos e ingresso na adolescência esse comportamento permanece, quando, na mesma idade, os meninos têm a permissão para sair sozinhos e chegar mais tarde que as meninas, enquanto estas devem saber se portar e tirar boas notas. Assim, um comportamento estereotipado inicia-se com os pais, contudo, pode prolongar-se na escola com o posicionamento dos professores (“Mariana, veja como as folhas do seu caderno estão sujas e cheias de orelhas. Parece até o caderno de um menino”). (PALACIOS; HIDALGO, 2004). Haywood e Getchell (2004) denominam “tipificação de gênero” ou “estereotipificação do papel do gênero” sempre que alguém incentiva e espera de uma criança atitudes que são tidas como próprias de um dos gêneros. Em relação a essa formação de grupos, é comum o questionamento se meninos e meninas devem participar das aulas de Educação Física juntos ou separados. No entanto, ninguém indaga sobre a separação das crianças nas aulas de matemática ou química. Por quê? Essa situação, minimamente, precisa ser melhor discutida, ficando o convite a outros estudos. De qualquer forma, há professores que defendem a segregação dos gêneros e outros que não, como aponta Rangel-Betti (2001) ao relatar que os professores de seu estudo defendem as aulas “mistas”, pois entendem que as crianças precisam conhecer as semelhanças e diferenças que são reais, e que, de 54 fato, existem, não havendo necessidade de separá-los, pelo contrário, a proximidade é mais uma oportunidade para melhor se conhecerem e conhecerem ao outro. Bee (1996) afirma que quando as crianças brincam ocorre o desenvolvimento do conceito de papéis sexuais, pois é o momento de perceber quem são os meninos e meninas, quais suas diferenças, quais são seus brinquedos, e assim por diante. Se o professor compreende que as diferenças precisam ser valorizadas e não excluídas, as ações pedagógicas devem mediar o intercâmbio das várias experiências. Sem dúvida, não é fácil trabalhar com meninas e meninos misturados, principalmente, pelo forte estereótipo reproduzido pela sociedade. É comum, nas aulas de Educação Física, os meninos não quererem pular corda por já terem escutado que essa é uma brincadeira típica de menina. Cabe ao professor trabalhar com a desmitificação dessas, e muitas outras idéias que surgem, pois corre-se o risco da criança rejeitar por toda a vida determinada prática que entende como não viável à sua pessoa, por ser do sexo oposto. No entanto, é apenas a partir das diferenças, sejam elas de raça, cor, religião, sexo ou qualquer outra, que as crianças terão a oportunidade de conhecer o outro, conhecer o que é diferente e, mediante suas próprias concepções e escolhas de vida, tornar-se capazes de optar pelo que as faz felizes, pelo que é bom para suas vidas e não pelo o que é imposto pelo outro. Quando o professor atentar-se à riqueza de trabalhos que a questão das diferenças possibilita, será capaz de: “[...] implantar princípios de respeito às diferenças individuais e co-participação em suas aulas, gerando prazer na prática, solidariedade nas atitudes e reflexão desses princípios entre os participantes”. (AZEVEDO, SUASSUNA, DAÓLIO, 2004, p. 82). Mas, afinal, quais seriam as contribuições da Educação Física para o desenvolvimento sócioafetivo das crianças? A Educação Física, no contexto educacional, tem por finalidade a formação de cidadãos críticos, autônomos e conscientes, com vistas à transformação da sociedade, para que não exista mais a situação de dominador e dominado, buscando uma perfeita eqüidade, cuja função qualquer outro componente curricular deveria ter. (BARBOSA, 2001a). Então, a Educação Física: 55 [...] deve levar a criança a aprender a ser cidadã de um novo mundo, em que o coletivo não seja sobrepujado pelo individual; em que a ganância não supere a solidariedade; em que a compaixão não seja esmagada pela crueldade; em que a compaixão não seja referencia de vida; em que a corrupção não seja referência de vida; em que a liberdade seja um bem superior; em que a consciência crítica seja o patrimônio de toda pessoa; em que a inteligência não seja reduzida a saber calcular e falar línguas estrangeiras. (FREIRE; SCAGLIA, 2003, p. 32). Para tanto, esses mesmos autores relatam que a criança precisa compreender e aprender a viver em sociedade, devendo incorporar os elementos que constituem o acervo motor de sua cultura, bem como as normas de convívio para participar dos diferentes grupos sociais. Pode-se dizer que a Educação Física escolar atinge grande relevância ao possibilitar que a criança trabalhe, concomitantemente, os domínios motor, cognitivo e sócioafetivo; vivencie inúmeras formas de organização, resolução de problemas, sentimentos e autocontrole; desenvolva normas para diferentes atividades; adote posturas de cooperação e participação (individuais e coletivas); respeite as regras, diferenças e limitações individuais; transforme a si própria e ao meio no qual está inserida, bem como forme sua personalidade. (GRESPAN, 2002; FREIRE; SCAGLIA, 2003). Mas como a Educação Física poderia contribuir de todas essas formas? Como o professor de Educação Física conseguiria alcançar seu aluno para possibilitar todas essas vivências? O que as crianças mais gostam de fazer é brincar, principalmente quando estão com seus pares, seus grupos. Assim, é por meio da ação, do pensamento e da emoção proporcionada pelo brincar que o professor de Educação Física consegue atingir seu aluno. As brincadeiras permitem as crianças estarem em contato físico e social com seus pares, fortalecendo seu relacionamento, e ampliando o sentido de pertencer a um grupo; estimulam a imaginação e a formação da identidade; permitem que as crianças desenvolvam a confiança em suas habilidades; favorecem a aquisição de liderança, cooperação, papéis e regras. Por conseguinte, as brincadeiras são os momentos mais apropriados das crianças demonstrarem suas habilidades, tendo outras tantas crianças para observá-las, pois não adianta ter determinada habilidade se não têm ninguém e nenhuma oportunidade para demonstrá-la. (PAPALIA; OLDS, 2004). 56 Com base nos aportes teóricos apresentados neste capítulo, nota-se o quão dinâmico e sensível é o desenvolvimento da criança, pois mesmo que muitos fatores interfiram em suas dimensões física, cognitiva e sócioafetiva, pequenos detalhes podem prejudicar ou alavancar a formação do educando. Por essas razões é que se pode perceber a importância e urgência do professor conhecer a criança com a qual trabalha, com vistas a uma atuação consciente e coerente. A partir do reconhecimento de que as questões, que aqui foram discutidas, são importantes, é que se pretende verificar como se dá a organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental das escolas públicas municipais de Santo André. Para isso, decidiu-se investigar sobre essas aulas, entrevistando os próprios professores polivalentes, visto que das 44 escolas existentes nesse município, apenas 10 contam com o professor especialista da área. 57 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente estudo tem como objetivo verificar como se dá a organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental nas escolas públicas municipais de Santo André, a partir da visão dos professores polivalentes. Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, pois: “[...] observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 49). Além disso, essas pesquisas: “[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. (GIL, 1999, p. 44). Segundo Oliveira (2000) esse tipo de pesquisa adota como método uma abordagem qualitativa, pois não tem a intenção de numerar ou medir durante a análise do problema, e sim: [...] descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (OLIVEIRA, 2000, p. 117). Goode e Hatt (1969) consideram ainda que: [...] a pesquisa moderna deve rejeitar como falsa dicotomia a separação entre estudos “qualitativos” e “quantitativos”, ou entre pontos de vista “estatístico” e “não estatístico” [...] Se as observações são brutas, dar-lhes uma forma estatística não ajuda a pesquisa. Se os outros cientistas não podem repeti-las, a manipulação matemática é fútil. Se os dados não satisfazem a uma lógica rigorosa de prova, as conclusões continuam a ser dúbias. [...] Alem disso, não importa quão precisas sejam as medidas, o que é medido continua a ser uma qualidade. (GOODE; HATT, 1969, p. 398-399, grifos do autor). Por utilizar-se de questionários para o conhecimento da realidade estudada, a pesquisa também adota um caráter de levantamento, uma vez que há uma interrogação direta feita para aqueles que se tinha a intenção e necessidade de conhecer. (GIL, 1991). 58 Inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica com a intenção de compreender posicionamentos teóricos existentes sobre os aspectos legais que norteiam a prática da Educação Física nas escolas, bem como questões que envolvem o Ensino Fundamental e suas relações, além da compreensão da Educação Física como componente curricular, a partir de discussões e críticas desse tema na Educação Básica. Num segundo momento, levantaram-se teorias sobre as características físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças na faixa etária dos seis aos dez anos, visando compreender quem são essas crianças, suas necessidades e interesses, bem como as questões voltadas à prática da Educação Física no Ensino Fundamental nas séries da fase inicial, buscando detectar aspectos coerentes que pudessem justificar a importância, função e necessidade desse componente curricular para essa faixa etária e, conseqüentemente, essa etapa do ensino da Educação Básica. Em seguida, elaboraram-se os instrumentos (questionários) utilizados na pesquisa empírica, de acordo com as informações que as pesquisadoras julgavam necessárias para o alcance dos objetivos elencados. De acordo com Gil (1999), o maior desafio na elaboração de um questionário é transformar os objetivos da pesquisa em questões, uma vez que as respostas obtidas devem possibilitar a reflexão e o esclarecimento do problema de pesquisa. Pode-se dizer que o questionário utilizado na pesquisa constituiu-se, fundamentalmente, de questões fechadas (oferecem-se ao respondente algumas alternativas, com possíveis respostas, entre as quais ele deve optar por aquela que estiver mais de acordo com sua realidade, com o seu ponto de vista, ou ainda, sua impressão), e mais uma única questão aberta (apresenta-se a pergunta e um espaço em branco para que a pessoa responda livremente a questão, sem prenderse a alternativas pré-estabelecidas). Assim, torna-se necessário estabelecer o conteúdo das questões elaboradas, que segundo o autor supracitado caracterizam-se como: - Questões sobre fatos: relacionadas a fatos concretos e simples de detectar, como a idade; - Perguntas sobre padrões de ação: relacionadas às atitudes e pensamentos das pessoas frente às ações por elas praticadas; - Questões sobre comportamento: buscam identificar o comportamento passado ou presente das pessoas; 59 Inicialmente, realizou-se o contato com a Secretaria de Educação do Município de Santo André, para auxílio no desenvolvimento da pesquisa. Por tratar-se de um número considerável de escolas e, conseqüentemente, de docentes, recorreu-se a Turato (2003), o qual justifica que nas pesquisas que envolvem seres humanos, é quase impossível atingir a todos os sujeitos, cabendo ao pesquisador isolar uma parcela da população desejada, chamada de amostra. Como o estudo caracteriza-se por uma pesquisa qualitativa, o pesquisador tem a possibilidade de desgarrar-se da amostragem estatística, determinando os sujeitos que participarão a partir de critérios previamente determinados. Diante disso, buscando atingir todas as escolas participantes e a garantia de obter, ao menos, duas opiniões em cada uma das séries da fase inicial do Ensino Fundamental, optou-se por distribuir oito questionários em cada uma das escolas. Assim, a pesquisa utilizou-se de uma amostra não-probabilística intencional, pois: “Os elementos que formam a amostra relacionam-se intencionalmente de acordo com certas características estabelecidas no plano e nas hipóteses formuladas pelo pesquisador“. (RICHARDSON ET AL., 1999, p. 161). Com a intenção de atingir um “n” considerável de professores optou-se por uma parceria junto à Secretaria de Educação do Município de Santo André, a qual se incumbiu de realizar a distribuição dos questionários nas 44 escolas da rede. Para tanto, a Secretaria de Educação recebeu 44 envelopes nominais e repassou-os a cada uma das escolas participantes, sendo que todos os procedimentos estavam explicitados no seu interior, facilitando o entendimento por parte do responsável da unidade escolar ao distribuir os questionários aos professores e isentando a Secretaria Municipal de Educação de Santo André dessa responsabilidade. Cada envelope encaminhado, continha: • Um ofício destinado ao Responsável pela Unidade Escolar: - Um ofício auto-explicativo sobre os objetivos e os procedimentos da pesquisa, ressaltando a garantia de que a identidade da escola e dos professores seria mantida em sigilo, afirmando que os dados seriam apresentados com a maior confiabilidade e fidedignidade possível, além da recomendação de que dois dos oito questionários existentes no envelope fossem respondidos pelos professores de 1ª série, dois pelos professores de 2ª série, dois pelos professores de 3ª série e dois pelos professores de 4ª série (APÊNDICE A); 60 • Ofício ao Professor Participante: - Informativo sobre a natureza, a função e os objetivos da pesquisa e instruções de preenchimento dos instrumentos (APÊNDICE B); - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C); - Questionário diagnóstico de recursos materiais e infra-estrutura da escola (APÊNDICE D); - Uma única pergunta traduzida da seguinte forma: Como se dá a aula de Educação Física em sua escola? Conte-me como ela acontece. (APÊNDICE E). Nota-se que as pesquisadoras não tiveram controle sobre a participação desse ou daquele professor. Assim, apenas seguindo a recomendação de que dois questionários fossem entregues a cada uma das séries, o próprio responsável da escola teve a função de eleger os professores que participariam da pesquisa. No entanto, compreende-se a possibilidade de alguma rejeição por parte dos docentes, momento no qual o questionário poderia ser repassado a outro professor que ministrasse aula para a mesma série, como consta no Apêndice B e Apêndice C. Como critério de exclusão dos professores, aponta-se a possibilidade de se, porventura, um mesmo docente for o responsável por duas séries diferentes (dedicação exclusiva à escola, trabalhando manhã e tarde), ele deveria preencher apenas um questionário, garantindo a obtenção de oito relatos distintos em cada uma das escolas. Identificou-se como risco mínimo a possibilidade do professor sentir-se constrangido ao responder os questionários (fechado ou aberto), e como maior benefício a identificação de possíveis soluções adequadas em busca de um processo educacional melhor. Após elaborar e identificar todos esses itens, submeteu-se o Projeto de Pesquisa à apreciação do COEP (Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu), o qual apontou parecer aprovado em 07 de dezembro de 2006, como consta no Protocolo nº 032/06 (ANEXO A). Em seguida, iniciou-se a pesquisa empírica, propriamente dita, com o envio dos 44 envelopes à Secretaria de Educação do Município de Santo André, em 8 de dezembro de 2006. A Secretaria de Educação, por sua vez, repassou o material aos Responsáveis das unidades escolares no dia 11 de dezembro de 2006, em uma reunião geral da rede, momento em que houve a presença dos representantes das 44 escolas, ficando acordado o prazo de trinta dias para a devolução dos envelopes. 61 Por conta do período de festas e comemorações de final de ano, estendeu-se o prazo por mais alguns dias, até que em 22 de janeiro de 2007. Esgotado o prazo, os envelopes recebidos pela Secretaria foram devolvidos para as pesquisadoras. Infelizmente, não ocorreu a participação de todas as escolas, sendo que apenas 28 instituições devolveram os envelopes com os questionários, ainda que em 26 delas não ocorreu a participação dos oito professores, pois muitos deles voltaram em branco ou em parte respondidos (por exemplo: sem nome ou assinatura dos professores; sem resposta na pergunta geradora ou questionário de recursos materiais e infra-estrutura incompleto). De posse desse material, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, estudada por Bardin (1977), para a interpretação das respostas dadas à pergunta aberta feita aos professores (Como se dá a aula de Educação Física em sua escola? Conte-me como ela acontece – Apêndice E), visto que corresponde a: [...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objectivos (sic.) de descrição do conteúdo das mensagens [sendo que] [...] o interesse não reside na descrição dos conteúdos, mas sim no que estes nos poderão ensinar após serem tratados [...]. (BARDIN, 1977, p. 38, grifos do autor). A Análise de Conteúdo tem como intenção verificar a interferência dos conhecimentos em determinado contexto (emissor e ambiente ou conseqüências da mensagem), podendo adotar indicadores quantitativos ou qualitativos. Pretende-se utilizar uma abordagem qualitativa, mas que, de acordo com a autora, não pode rejeitar toda e qualquer forma de quantificação, pois a única diferença é que se baseia na análise e conclusão de algumas informações/ elementos, e não na freqüência com que eles aparecem em diferentes sujeitos. Isto ocorre a partir da codificação, do tratamento do material que o pesquisador possui, permitindo, por meio de recortes, uma transformação dos dados iniciais na representação do conteúdo e esclarecimento sobre as características do contexto. A autora sugere que a codificação ocorra mediante a identificação de dois elementos: 62 - Unidades de Registro: correspondem aos recortes das idéias que emanam significado para o pesquisador e que, naturalmente, se desprendem do texto analisado, pois atendem aos critérios e intenções que balizam o estudo; - Unidades de Contexto: utilizadas para compreender e abarcar as unidades de registro, de forma mais ampla, permitindo a identificação exata dos significados das unidades de registro. Após a identificação de todas as unidades de registro e de contexto, buscou-se uma categorização, permitindo a apreciação dos dados que não aparecem numa simples leitura do texto. Uma interpretação temática analisa o contexto e as conseqüências dos dados ali encontrados, favorecendo a apresentação, análise e discussão deles. Então, o levantamento de temas gera categorias, um agrupamento temático a partir das similaridades dos elementos, que recebem nomes genéricos. Segundo Bardin (1977) esse procedimento carece de alguns cuidados, entre eles: - Exclusão mútua: um mesmo elemento não pode pertencer a duas ou mais categorias; - Homogeneidade: a organização das categorias deve atender a um único tipo de classificação; - Pertinência: as categorias precisam corresponder às finalidades do estudo e pesquisador e/ ou as características das mensagens; - Objetividade e fidelidade: faz-se necessário precisar as condições para a entrada de um elemento em dada categoria; - Produtividade: ao final, o conjunto das categorias eleitas deve garantir um resultado positivo com dados exatos. Compreende-se que a análise por categoria temática seja a mais apropriada neste estudo, pois: “[...] Consiste em isolar temas de um texto e extrair as partes utilizáveis, de acordo com o problema pesquisado, para permitir sua relação com outros textos escolhidos da mesma maneira”. (RICHARDSON ET AL., 1999, p. 243). 63 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS COM OS PROFESSORES POLIVALENTES 5.1 O Tratamento das Questões Fechadas De antemão, faz-se necessário ressaltar que o foco deste trabalho não corresponde à identificação de materiais e avaliação da infra-estrutura das escolas observadas. Contudo, o levantamento dessas informações serviu como pano de fundo, no momento da análise da pergunta aberta feita aos professores polivalentes; com isso, indiretamente, esses dados tornaram-se essenciais para a compreensão da realidade estudada. Pode-se dizer que esse levantamento configura-se numa ficha diagnóstica com três eixos: identificação dos professores, recursos materiais e infraestrutura para o desenvolvimento das aulas de Educação Física. (APÊNDICE D). Como 28 escolas participaram desta pesquisa, tornou-se inviável apresentar os dados de todas as unidades separadamente, pois culminaria num aumento exagerado de páginas, bem como na dificuldade de compreensão das informações levantadas. No entanto, entende-se que esses dados precisam estar presentes no trabalho, pois, caso o leitor sinta a necessidade de algum esclarecimento complementar, terá a oportunidade de consultar todos esses elementos no Anexo B. Nas três seções que seguem (5.1.1; 5.1.2; 5.1.3), tratar-se-ão os resultados obtidos em todas as escolas participantes a partir da análise de quadros e elaboração de sínteses, buscando uma visão geral da identificação dos professores, dos recursos materiais e infra-estrutura disponíveis para as aulas de Educação Física, além do apontamento das convergências e divergências, quando for o caso. Vale ressaltar que os quadros representam as possibilidades de respostas que os docentes tinham para apresentar sua realidade, seguidas da freqüência, ou seja, do número de vezes em que determinada resposta foi apontada pelos 143 docentes participantes. 64 5.1.1 Apresentação e discussão da identificação de todos os professores polivalentes QUADRO 1 – Identificação declarada pelos professores de todas as escolas QUESTÕES RESPOSTAS 20 – 30 anos 31 – 40 anos Idade do professor 41 – 50 anos acima 51 anos Magistério Pedagogia Formação Profissional Licenciatura Especialização 1968 - 1979 1980 – 1989 Ano de Conclusão do Curso 1990 – 1999 2000 – 2006 não informado menos de 1 ano 1 – 5 anos 6 – 10 anos Tempo na Rede Municipal 11 – 20 anos 21- 30 anos não informado 0 – 2 anos 3 – 5 anos Tempo nesta unidade escolar 6 – 10 anos 11 – 15 anos acima de 16 anos FREQÜÊNCIA 35 64 42 9 68 109 26 5 4 27 53 51 8 2 48 28 48 14 3 68 14 26 18 17 A primeira questão da identificação dos professores refere-se à idade, sendo que os docentes tiveram quatro alternativas para escolha: 20-30 anos; 31-40 anos; 41-50 anos; acima dos 51 anos. Ao analisar o quadro anterior, nota-se que grande parte dos professores encontra-se na faixa dos 31 aos 40 anos, seguidos dos docentes que têm entre 42 e 50 anos. O grupo de docentes que estão entre os 20 e 30 anos surge como terceira opção mais assinalada, com certa distância do quarto grupo (acima dos 51 anos), visto que esse último representa apenas 9 docentes. A identificação da idade dos professores ocorreu mais por curiosidade. Curiosidade, porque a idade isolada desses sujeitos não se relaciona com a competência do docente, tampouco com seus ideais e postura pedagógica. A idade por si só não garante nada. Assim, não é possível afirmar que um docente aos 20 65 anos de idade é inexperiente e um aos 35 anos é experiente, pois não se sabe como e quais foram as vivências desses indivíduos, ao longo do processo de formação e atuação profissional propriamente dita. Por falar em formação, o segundo item aborda, exatamente, esse aspecto, a formação profissional do docente. Como alternativas para resposta os docentes encontraram três opções: Magistério14, Pedagogia e Licenciatura. Por estar em contato com o âmbito escolar, percebe-se que os docentes de 1ª a 4ª série têm, principalmente, duas formações: Magistério e Pedagogia. No entanto, parece que com o tempo os professores estão buscando os cursos de ensino superior, como complementação ou mesmo, substituição do Magistério, especialmente, porque aos poucos as escolas vêm exigindo uma formação cada vez mais qualificada e completa, além da própria LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996) determinar que, ao final da década da educação (1996 a 2006), todos os docentes precisariam concluir um curso de Ensino Superior, pois apenas o Magistério não seria suficiente para atuar como professor no Ensino Fundamental I. No caso desta pesquisa, 68 professores assinalaram que possuem a formação no Magistério, 109 em Pedagogia, 24 cursaram uma Licenciatura e 5 acrescentaram a realização de uma Especialização, ainda que não buscássemos determinar o campo específico para esse nível de ensino. Os quadros a seguir favorecerão melhor compreensão das Licenciaturas e Especializações declaradas pelos professores. QUADRO 2 – Cursos de Licenciatura dos professores participantes LICENCIATURAS Artes Biologia Ciências Ciências Sociais Educação Física Geografia História Letras Matemática Psicologia Química TOTAL 14 NÚMERO DE PROFESSORES 01 01 02 04 02 01 01 04 01 06 01 24 Ressalta-se que o curso de Magistério não existe mais. Como alternativas, atualmente, há o Ensino Médio e o Curso Normal Superior. 66 QUADRO 3 – Cursos de Especialização dos professores participantes ESPECIALIZAÇÕES Educação Física Escolar Deficiência Mental Psicopedagogia TOTAL NÚMERO DE PROFESSORES 01 01 03 05 Nota-se que o curso de Licenciatura em Psicologia tem o maior número de professores, assim como o curso de Especialização em Psicopedagogia. Outra constatação interessante é que existem 2 professores polivalentes licenciados em Educação Física, e 1 outro que tem Especialização em Educação Física Escolar, o que, supostamente, favorece o desenvolvimento das aulas de Educação Física, já que os polivalentes não contam com o professor especialista desse componente curricular. Com isso, é possível identificar a realidade escolar acerca da formação profissional dos professores, traduzida no quadro abaixo, o qual favorece a visualização dos seguintes resultados: QUADRO 4 – Formação profissional dos professores participantes FORMAÇÃO PROFISSIONAL Magistério Pedagogia Licenciatura Especialização Magistério + Pedagogia Magistério + Licenciatura Pedagogia + Licenciatura Pedagogia + Especialização Magistério + Pedagogia + Licenciatura Magistério + Pedagogia + Especialização NÚMERO DE PROFESSORES 15 64 07 02 35 12 03 04 02 01 Como já era esperado, o número de professores pedagogos é maior do que aqueles que possuem apenas o Magistério. Vale observar também que 35 docentes possuem ambas as formações, além de 3 que cursaram ainda uma Licenciatura (2) ou uma Especialização (1). Dos 143 professores, 57 assinalaram mais de uma opção, em que se pode observar que a formação em Pedagogia é maior que as demais, pois 47,5% dos professores têm Magistério, 76,2% têm Pedagogia, 18,2% têm uma Licenciatura e 3,5% realizaram alguma Especialização. 67 Após as informações sobre a formação profissional dos docentes, questionou-se o ano em que ocorreu a conclusão dos respectivos cursos. No entanto, os docentes que assinalaram mais de uma formação apontaram uma única data de conclusão, impossibilitando o levantamento preciso do ano de conclusão de cada uma das formações. Apenas 8 docentes não informaram o ano de conclusão do curso, sendo que, a partir do ano declarado pelos professores, estabeleceu-se, posteriormente, uma aproximação das datas (por décadas), buscando identificar o panorama dos anos de formação dos docentes que atuam com as séries iniciais do Ensino Fundamental, ainda que não seja possível relacionar a sua formação com o respectivo ano de conclusão. Assim, constatou-se que: 4 docentes têm formação entre os anos de 1968 e 1979; 27 entre 1980 e 1989; 53 entre 1990 e 1999; e 51 entre 2000 e 2006. Infelizmente, esses dados não expressam com exatidão o ano de formação de cada um dos cursos que esses docentes concluíram, o que permitiria saber o nível de atualização deles. Apenas somar o “n” de docentes que se formaram nos últimos 16 anos (1990 – 2006) não garante uma revelação precisa, pois alguns docentes que apontaram o ano de formação antes de 1990, também declararam outros cursos, que tanto podem preceder ou anteceder essa data. Os docentes também foram questionados sobre o tempo em que atuam na rede municipal de Santo André, sendo que, para facilitar a compreensão dos dados, realizou-se uma aproximação de datas, permitindo a constatação de que: 2 docentes atuam há menos de 1 ano; 48 entre 1 e 5 anos; 28 entre 6 e 10 anos; 48 entre 11 e 20 anos; 14 entre 21 e 30 anos. Ainda que 3 professores não tenham respondido essa questão, verifica-se que apenas 50 deles atuam no máximo há cinco anos, revelando que o grupo participante da pesquisa está inserido na rede há um tempo considerável. Em especial, houve interesse em saber o tempo de atuação na escola dos professores, pois, na questão aberta, alguns docentes poderiam alegar falta de experiência/ conhecimento da escola pelo pouco tempo de atuação na unidade. A partir desse levantamento, percebeu-se que: 68 professores atuam no máximo há 2 anos na escola; 14 entre 3 e 5 anos; 26 entre 6 e 10 anos; 18 entre 11 e 15 anos; e 17 acima de 16 anos. 68 Há de se considerar que 61 professores do total de participantes estão na mesma instituição entre 11 anos e acima de 16 anos, o que, indiretamente, pode demonstrar que o professor gosta de estar nesse ambiente, seja pelo fortalecimento de vínculos sociais, ou por razões pessoais (por exemplo, proximidade da residência), que também são perfeitamente compreensíveis, já que a oportunidade de remoção para uma outra unidade é aberta todo ano. A observação e análise do quadro 1 permitiu um conhecimento mais próximo dos docentes que participaram da pesquisa, uma vez que não ocorreu a relação direta desses com as pesquisadoras, favorecendo maior compreensão de futuras respostas. No entanto, sabe-se que o ideal seria conhecer cada uma dessas pessoas, e discutir item por item. As respostas poderiam expressar conhecimento mais rico, conseguindo abarcar outras questões pertinentes. 5.1.2 Apresentação e discussão dos recursos materiais de todas as escolas O quadro a seguir trata do levantamento de recursos materiais, comumente utilizados nas aulas de Educação Física, das 28 escolas participantes. Esses dados tornam-se fundamentais na medida em que nos auxiliam na interpretação das respostas obtidas com os docentes na questão aberta do instrumento aplicado. 69 QUADRO 5 – Recursos materiais declarados pelos professores de todas as escolas RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Colchões Diversos Coletes Cones Cordas Mini-tramp Plintos Raquetes Borracha Meia Plástico Ping-pong Tênis Bolas Futsal Handebol Vôlei Basquete grande Basquete pequena Xadrez Jogos de Salão Dama Outros FREQÜÊNCIA 122 41 32 122 38 40 125 14 21 25 110 40 45 41 5 60 25 74 63 33 73 88 ---- Numa primeira análise, olhando as escolas separadamente, como pode ser observado no Anexo B, verifica-se que há uma única escola (ESCOLA 4) que apresenta respostas idênticas no apontamento de recursos materiais, o que pode representar duas situações: a primeira delas é que os professores, de fato, estão a par dos materiais disponibilizados pela instituição; e a segunda, é que os docentes responderam juntos ao instrumento e, conseqüentemente, apontando as mesmas respostas. Por outro lado, há outras instituições nas quais professores diferentes expressam situações diferentes em relação aos materiais disponíveis. Em 2005, quando o “Projeto Criança em Movimento” (apresentado na introdução deste trabalho) foi desenvolvido numa EMEIEF, havia pouquíssimos materiais, sendo que a maioria deles correspondia às doações realizadas pela IES que mantinha o projeto. Naquela época, nenhuma escola da rede municipal de Santo André tinha professor especialista da área de Educação Física, o que levava a escola a não se preocupar com a aquisição de novos materiais, assim como a Prefeitura também não cumpria sua parte no envio de novos recursos. 70 O quadro 5 mostra, exatamente, a situação vivenciada em 2005. Verificase que apenas 4 dos itens existentes no instrumento foram assinalados por mais de 100 docentes, sendo os mesmos materiais que a EMEIEF possuía em maior número na época que são: arcos, bolas de borracha, cordas e colchões. De certa forma, arco, corda e bola de borracha são materiais mais acessíveis pelo baixo custo na aquisição. Os colchões, embora sejam mais caros, também faziam parte dos materiais da EMEIEF, os quais eram utilizados pelas crianças para assistirem aos filmes numa “sala de vídeo”. Durante a realização do “Projeto Criança em Movimento”, foi possível o uso dos colchões em circuitos nas aulas de ginástica, muito embora eles tenham sido adquiridos para descanso das crianças nessa sala vazia com uma televisão. A desculpa de não ter material para o desenvolvimento das aulas de Educação Física não pode ser aceita. O professor precisa estar além dessas questões. Se a escola não tem verba para aquisição de materiais, cabe ao professor, juntamente, com seus alunos confeccioná-los, ou se empenhar na busca de meios para comprá-los. Há também os chamados materiais alternativos, que são adaptados para substituir os oficiais. O que não se pode aceitar é que os alunos não tenham acesso às propostas motoras por conta da falta de materiais que a escola apresenta. Esse tópico será discutido na seção 5.2. Ao analisar as escolas separadamente, nota-se que as escolas, apontadas pelos professores, como as que possuem mais recursos materiais são exatamente os CESA. Toma-se como exemplo o fato de 6 dessas instituições serem as únicas escolas com piscina, o que corresponde a uma diferença significativa. 5.1.3 Apresentação e discussão da infra-estrutura de todas as escolas O terceiro e último item do questionário fechado apresenta um levantamento acerca da infra-estrutura das escolas. Esse aspecto traz como objetivo a identificação do que as instituições apresentam em relação aos espaços destinados à prática da Educação Física, com o intuito de dar subsídios para a interpretação da questão aberta a ser analisada posteriormente. Basicamente, essa identificação buscava informações a respeito das características e possibilidades de 71 utilização das quadras, pátios e espaços alternativos para o desenvolvimento dessas aulas, como mostra o quadro a seguir. QUADRO 6 - Infra-estrutura declarada pelos professores de todas as escolas QUESTÕES RESPOSTAS Sim Escola tem quadra? Não Sim Utiliza nas aulas de Educação Física ? Não Coberta Quadra coberta ou descoberta? Descoberta Tem/ funciona Rede de iluminação Não funciona Não tem Áspero Como é o piso da quadra? Escorregadio Adequado Pequena Dimensão do espaço para as aulas de Apropriada Educação Física Muito boa Poste vôlei Tabela Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Aro Trave Sim Escola tem pátio? Não Pode ser utilizado nas aulas de Sim Educação Física? Não Sim Utiliza nas aulas de Educação Física? Não Coberto Pátio Descoberto Áspero Como é o piso do pátio? Escorregadio Adequado Pequena Dimensão para as aulas Apropriada de Educação Física Muito boa Livre Espaço Passagem Piscina Sala de ginástica Espaços alternativos utilizados nas Sala de judô aulas de Educação Física Sala de vídeo Outros (gramado) FREQÜÊNCIA 113 29 108 25 88 52 81 02 20 73 ---49 09 73 23 35 97 58 105 142 01 110 31 101 37 129 12 51 49 35 63 58 9 14 123 39 12 02 42 12 72 Verifica-se que 113 professores afirmaram que a escola possui quadra (79%), restando 29 que não declararam a existência de um espaço específico para o desenvolvimento das aulas de Educação Física, considerando ainda que 1 docente não respondeu essa questão. Isso não demonstra fator de impedimento para a realização das aulas, mas, o fato de uma escola ter uma quadra esportiva pode representar maior interesse, tanto da escola, no sentido de considerar a Educação Física como componente curricular, como dos alunos em identificar o espaço destinado a essas atividades. Em 5 das escolas participantes (ESCOLAS 19, 22, 23, 24 e 25) todos os docentes (28) afirmaram que a escola não tem quadra, correspondendo a uma declaração unânime que deve ser considerada. No entanto, 2 docentes da ESCOLA 9 declararam que a escola não possui quadra, mas outros 3 apontaram o inverso. Essa situação se esclarece na questão aberta, quando os professores relatam que a quadra está em reforma há mais de 1 ano. Assim, na verdade, a escola tem quadra, mas como está interditada há bastante tempo, 2 docentes simplificaram dizendo que o espaço não existe. Quando os professores foram questionados se utilizam a quadra nas aulas de Educação Física, 107 declararam que sim e 25 que não. Nota-se certa diferença entre o número de docentes que apontaram não haver quadra em suas escolas e os que declararam que não utilizam esse espaço nas aulas de Educação Física. Isso ocorreu porque: - primeiro, a questão sobre a existência ou não da quadra, todos os docentes responderam, não ficando nenhum item em branco, o que não ocorreu na identificação sobre a utilização da quadra, com 11 docentes sem manifestação. - segundo, 3 docentes (ESCOLA 25) que haviam declarado que sua escola não possuía quadra assinalaram que a utilizavam nas aulas de Educação Física; essa controvérsia esclareceu-se graças à questão aberta, momento em que os professores relataram uma parceria com uma escola estadual vizinha, onde utilizam a quadra para as aulas de Educação Física. Também houve interesse em levantar informações a respeito da cobertura das quadras. Ter uma quadra descoberta, sem dúvida é melhor do que não ter quadra, mas as aulas ficam na dependência das questões climáticas: quando chove é impossível utilizar o espaço, e quando está muito calor a atividade 73 precisa ser menos intensa, para não deixar os alunos exaustos levando-os ao abandono das aulas. O número de professores que assinalaram ter uma quadra coberta (88) foi maior do que aqueles que assinalaram o oposto (52). No entanto, há que se considerar que, em alguns casos (ESCOLAS 1, 2, 3, 4, 6 e 17), os docentes declararam ambas as opções, talvez, por terem mais de uma quadra, como é o caso dos CESA. Ainda sobre as quadras das escolas, questionou-se sobre outros aspectos que interferem na utilização delas, alterando a aplicação das propostas desenvolvidas nas aulas de Educação Física, como por exemplo: as condições da rede de iluminação (se tem e se funciona, se não funciona ou se não tem); o piso (se é áspero, escorregadio ou se é adequado para uso nas aulas) e as dimensões dessas quadras objetivando verificar sua apropriação para o desenvolvimento das aulas (se é pequena, se é apenas apropriada ao uso, ou, ainda, se pode ser considerada muito boa). Sobre a rede de iluminação, 40 professores não assinalaram nenhuma das opções existentes, 81 declararam que a rede existe e funciona, 2 que não funciona e 20 que não existe. Sabe-se que as aulas no Ensino Fundamental I ocorrem durante o dia, mas, especialmente, nas quadras que são cobertas, a iluminação é importante. Aliás, mesmo nas quadras descobertas a iluminação é um fator de segurança que deve ser considerado. Toma-se como exemplo uma escola que deseja realizar uma comemoração das datas juninas, mas não pode realizar o evento até a noite porque não dispõe de iluminação. Essas informações precisam ser levantadas de forma mais cuidadosa, e merecem a atenção da Prefeitura responsável. A situação se repete em relação às condições do piso das quadras e das suas dimensões. É importante ressaltar que para poder caracterizar as quadras avaliando se suas condições são, ou não, favoráveis para o desenvolvimento das aulas, é preciso que o professor polivalente desenvolva atividades cotidianas nela. Mesmo assim, 21 docentes não se manifestaram a respeito do piso da quadra, 73 declararam que é muito áspero, 49 que é adequado e nenhum apontou que é escorregadio. Diante desses números, constata-se que mais de 50% dos docentes entendem que as quadras em suas escolas têm o piso muito áspero, o que dificulta 74 demais a aplicação das atividades, na medida em que as crianças correm o risco de cair e se machucar, além de privarem-se de atividades nos planos baixos (rastejar, engatinhar, entre outros), pois a probabilidade de esfoliações é muito grande. Já em relação ao tamanho das quadras, 38 docentes não se manifestaram, 9 declararam que são pequenas, 73 que são apropriadas e 23 que são muito boas para o desenvolvimento das aulas de Educação Física. Diante dos números supracitados, há de se considerar que grande parte dos docentes (67,1%) está satisfeita com o tamanho da quadra de suas escolas. O último item relacionado às características das quadras foi o levantamento dos acessórios utilizados nas aulas de Educação Física, sendo que: 35 docentes assinalaram o poste de vôlei, 97 a tabela de basquete, 58 o aro de basquete e 105 a trave de gol. Os professores podiam declarar quantos itens julgassem necessários. A trave é o acessório mais comum nas quadras das escolas participantes, seguida da tabela de basquete, aro de basquete e, por último, o poste de vôlei. Um dado que merece importância é que em apenas 7 instituições (ESCOLAS 1, 4, 6, 12, 17, 26 e 28) os docentes assinalaram por unanimidade os acessórios existentes em suas unidades. Em outras 6 unidades (ESCOLAS 13, 19, 22, 23 e 24), os docentes não assinalaram nenhum dos itens existentes. Entendendo que as séries iniciais do Ensino Fundamental não correspondem à fase em que as crianças se encontram em treinamentos e aperfeiçoamentos de gestos técnicos esportivos nas aulas de Educação Física, pode-se dizer que esses acessórios não são imprescindíveis para as aulas, mas podem auxiliar, na medida em que ampliam as possibilidades de experiências oferecidas às crianças, por meio de situações diversificadas. Por exemplo, um professor de Educação Física pode propor às crianças que acertem bolas de meia em arcos pendurados em diferentes alturas, buscando um trabalho de coordenação visomotora. No entanto, se a escola possui uma “cesta de basquete”, a mesma atividade passa a ter outro significado para as crianças, pois se aproxima de uma modalidade conhecida por todos que é o basquete, além de ampliar o desafio da proposta, permitindo que o fato de acertar apenas a tabela já é uma verdadeira vitória. 75 No levantamento da infra-estrutura, verificam-se muitas diferenças entre as respostas dos professores das mesmas escolas, o que é difícil de compreender, principalmente, porque freqüentam o mesmo espaço. Quando se indagou os professores polivalentes sobre a existência de um pátio em suas escolas, 142 apontaram que esse espaço existe e apenas 1 docente (PROFESSOR D; ESCOLA 14) assinalou o oposto. Esse professor, que expressou uma resposta diferente dos demais, é formado em Pedagogia, tem entre 41 e 50 anos, e atua há 28 anos na rede municipal de ensino, mas está há menos de 2 anos na ESCOLA 14. Mesmo confrontando esses dados, não é possível afirmar porque esse docente foi o único a apontar uma resposta diferente, não apenas dos companheiros de sua escola, mas de todas as instituições participantes. Ainda que tenha pouco tempo nessa escola, ele teria condições de saber, simplesmente, se o espaço existe ou não. Em seguida, havia duas perguntas sobre a permissão para utilização do pátio nas aulas de Educação Física, bem como a utilização propriamente dita pelos professores nessas aulas, o que culminou em controvérsias. Pode-se dizer que em apenas 6 escolas (ESCOLAS 4, 6, 10, 12, 22, 23) as respostas nesses itens foram iguais, o que, de certa forma, demonstra incoerência e inconstância nas respostas dos docentes. Do total, 110 professores assinalaram que têm a permissão para utilizar o pátio nas aulas de Educação Física, mas 9 deles não aproveitam essa oportunidade. Os professores que apontaram não ter permissão para utilizar o pátio em suas aulas, bem como aqueles que declararam não usar esse local, expressam uma minoria em relação aos demais. Ao analisar as escolas separadamente, verifica-se muita incoerência entre os professores da mesma escola. Sem dúvida, não ter a permissão para utilizar o pátio nas aulas pode não ser um problema se houver outro espaço disponível para a realização das aulas, mas é preciso verificar até que ponto propostas de atividades para as crianças são impedidas de serem desenvolvidas por conta disso. Na verdade, a crítica se estabelece pelas diferenças de respostas entre os docentes. Uma das incoerências que deve ser ressaltada é o caso de 11 docentes que assinalaram não ter a permissão para utilizar o pátio nas aulas de Educação Física, mas mesmo assim declaram que dão aulas nesse espaço. 76 Sem dúvida, essas respostas sobre a permissão para utilização do pátio foram diferentes em relação às dos demais professores da mesma instituição, no entanto, elas repetiram-se em 9 escolas distintas (ESCOLAS 3, 11, 14, 15, 16, 17, 20, 21 e 28), não podendo ser considerado apenas um erro no preenchimento do instrumento. Nos 11 casos expressos nas 9 escolas, os docentes também assinalaram que suas escolas possuem quadras e que podem utilizá-las nas aulas de Educação Física, logo, o pátio não é o único espaço disponível para a realização dessas aulas. Com exceção de duas escolas (ESCOLA 22 e 24), todas as instituições contam com um pátio coberto, sendo que os professores da ESCOLA 22 ainda assinalaram as duas opções existentes, talvez por terem dois pátios, um coberto e outro descoberto, o que facilita muito o desenvolvimento das aulas de Educação Física, pois nas escolas em que a quadra é descoberta o pátio pode ser uma alternativa para a realização das aulas. Da mesma maneira como ocorreu com a quadra, também houve a intenção de levantar informações acerca do piso do pátio e das suas dimensões para o desenvolvimento das aulas de Educação Física. Assim, sabe-se que essa avaliação é muito pessoal e depende, diretamente, do fato dos docentes utilizarem esse espaço nas aulas ou não, mas, de qualquer forma, sobre o piso do pátio: 51 docentes declararam que é áspero, 49 escorregadio, 35 adequado e 8 não se manifestaram; e em relação à dimensão do pátio: 63 assinalaram que é pequeno, 58 consideram o espaço apropriado, 9 conceituaram como muito bom para o desenvolvimento das aulas de Educação Física e 13 não se manifestaram. Observa-se que esses números estão muito próximos das respostas sobre o piso da quadra, e, novamente, demonstram insatisfação por parte dos docentes, pois ao somar o número de professores que assinalaram que o piso é áspero com aqueles que declararam que é escorregadio, temos um total de 100 docentes, o equivalente a 70% dos participantes da pesquisa. Já em relação à dimensão do pátio para as aulas de Educação Física, há uma divisão nas respostas apresentadas pelos professores, pois 63 (44,1%) entendem que esse espaço é pequeno, enquanto 58 (40,6%) consideram-no apropriado e apenas 9 (6,3%) conceituam como muito bom. Assim, mesmo somando os docentes que assinalaram que o piso do pátio é apropriado ou bom (46,8%), verifica-se certo descontentamento dos docentes, 77 pois, para muitos, o pátio poderia ter uma dimensão maior, afinal, acaba sendo um espaço em que as crianças ficam na hora do intervalo, organizam-se para entrada nas salas, e, em muitos casos, também realizam as aulas de Educação Física. Quanto a isso, cabe à Prefeitura do município dar maior atenção a esse aspecto. Para finalizar os questionamentos sobre o pátio das escolas, perguntouse se esse espaço era livre, ou se era utilizado como passagem de pessoas, e as respostas apontaram que para 14 docentes o pátio é um espaço livre, enquanto 123 declararam ser passagem de pessoas, e 6 não se manifestaram. Um dado importante se mostra no confronto de alguns itens, como por exemplo, em 5 escolas que não têm quadra (ESCOLAS 19, 22, 23 e 25), os pátios são passagem de pessoas, o que dificulta muito a organização das aulas. Além disso, dessas escolas, apenas um professor da ESCOLA 22 (PROFESSOR B) apontou que a instituição conta com uma sala de vídeo como espaço alternativo para as aulas de Educação Física, o que não ocorreu nas demais escolas. Portanto, é possível concluir que os professores têm apenas o pátio para desenvolver as suas aulas, e esse espaço ainda é local de passagem de pessoas. Os professores também responderam sobre a existência de espaços alternativos nas escolas, tendo 5 opções como resposta: piscina, sala de ginástica, sala de judô, sala de vídeo, e uma alternativa aberta para que acrescentassem outras possibilidades de espaço. A sala de vídeo e a piscina foram os espaços mais votados, 42 e 39 professores respectivamente, seguidos da sala de ginástica e gramado, 12 professores em cada, e, por último, a sala de judô, com apenas 2 respostas. Há controvérsias apontadas nessas respostas, pois, em apenas 4 escolas (ESCOLAS 1, 4, 5, e 23) houve a declaração unânime dos docentes em todos os itens existentes, ou acrescentados por eles, como foi o caso do gramado. Outra consideração é que em 9 escolas (ESCOLAS 8, 11, 12, 14, 19, 21, 24, 25 e 27) nenhum dos professores assinalou um único espaço alternativo destinado às aulas de Educação Física, sendo que em 4 delas (ESCOLAS 19, 24, 25 e 27) não existe quadra, apenas pátio. De forma geral, foi possível perceber que existem escolas que precisam muito de um espaço específico para a realização das aulas de Educação Física. Sabe-se que a falta de espaço não pode impedir o professor de propor atividades aos alunos, mas deve-se considerar que locais desfavoráveis atrapalham muito. 78 Se, de fato, a Prefeitura pretende implantar aulas de Educação Física nas EMEIEF, precisa rever a questão do espaço físico para favorecer a todos e não apenas àqueles que estiverem nos CESA. Minimamente, uma quadra com piso que não machuque os alunos as escolas precisam ter, é fundamental. Depender de pátios que estão próximos das salas de aula, ou mesmo que servem de passagens das pessoas, não favorece em nada a inserção das aulas de Educação Física, pois haverá sempre uma queixa sobre a questão do barulho provocado pela participação das crianças nos jogos, além da impossibilidade de utilização de outros materiais. Ao respeitar as necessidades das crianças, o sistema organizacional deve exigir a existência de aulas de Educação Física nessas instituições de ensino, mas precisa oferecer condições para sua realização, ou seja, não basta apenas dizer que elas devem ocorrer sem que se preocupem com a qualidade dessas aulas, é necessário dar apoio e assistência para isso. 5.2 O Tratamento da Questão Aberta A partir da fundamentação metodológica proposta por Bardin (1977), este subcapítulo analisa os dados obtidos com as respostas dos professores participantes, dadas na questão aberta do instrumento desta pesquisa (Como se dá à aula de Educação Física em sua escola? Conte-me como ela acontece.). A leitura das respostas apresentadas pelos professores sugere o levantamento de Unidades de Registro (UR), que correspondem aos recortes das idéias significativas ao olhar do pesquisador, como já explicitado no capítulo 5. Neste estudo, foram elencadas 251 UR, trechos expressos diretamente no discurso de cada um deles, que geram Unidades de Contexto (UC). Para que os resultados futuros, conseguidos a partir das discussões que essa seleção de UR permite, possam ser compreendidos, todo o processo precisa estar claro. No entanto, entende-se que descrever todas as UR levantadas, no corpo do texto, poderia tornar a leitura cansativa, por ser um tanto quanto longa, prejudicando o objetivo maior que é a compreensão geral dos resultados. Assim, buscando o melhor entendimento desta análise, optou-se por apresentar as UR, professor a professor, em anexo, como pode ser observado no Anexo B. 79 Para se atingir uma análise mais cuidadosa das respostas que os professores apontam sobre o contexto escolar em que vivem, as escolas foram analisadas separadamente, permitindo um olhar individualizado para cada realidade, com o intuito de se observar particularidades intra-escola, ou seja, divergências/ convergências entre as respostas dadas pelos professores da mesma unidade escolar. Para tanto, elaborou-se um quadro que trata dos professores, as respectivas UR identificadas e UC geradas. No quadro, são mostrados alguns números que correspondem às UR em que esse tema aparece, com a intenção de facilitar a retomada dessas informações, em anexo, quando se julgar necessário. As UC foram numeradas e nasceram de diferentes temas, justificando e explicitando a associação das UR que apresentam o mesmo sentido, ou o mesmo universo temático, extraídas das respostas dos professores. De acordo com as UR destacadas, chegou-se a 15 UC, as quais são apresentadas a seguir, buscando maior esclarecimento de sua existência: - UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física → engloba todas as UR que tratam do número de aulas semanais, bem como da duração das mesmas; - UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de Educação Física → UR relacionadas à existência de um professor especialista que ministra as aulas de Educação Física na escola; - UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de Educação Física → UR em que os professores polivalentes apontaram a não-existência de um professor especialista para as aulas de Educação Física, ficando a responsabilidade dessas aulas para si, ainda que não tenham formação específica para isso; - UC4: Professor voluntário responsável pelas aulas de Educação Física → UR em que o professor polivalente afirmou que um professor de Educação Física desenvolve um trabalho voluntário na escola; - UC5: Articulação, ou não, entre o trabalho do professor polivalente e o de Educação Física → UR em que os professores polivalentes apontam a existência, ou não, de parceria/ articulação entre suas aulas e as dos professores de Educação Física; - UC6: Importância do professor de Educação Física e dessas aulas na escola → UR que tratam da necessidade de existir um professor especialista 80 responsável pelo desenvolvimento das aulas de Educação Física, ou mesmo pela importância dessas aulas para as crianças; - UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física → UR que tratam das atividades/ brincadeiras que ocorrem nas aulas de Educação Física, seja de forma livre ou sistemática; - UC8: Relação entre as atividades propostas e as características dos alunos → UR que apontam a existência, ou não, de ligação entre a atividade proposta pelo professor e as peculiaridades etárias dos educandos; - UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física → UR que abordam os sentimentos dos educandos pelas aulas de Educação Física; - UC10: Local das aulas de Educação Física → UR que tratam acerca dos locais físicos onde as aulas de Educação Física ocorrem; - UC11: Falta de espaço e/ ou material para as aulas de Educação Física → UR em que os professores queixam-se do espaço e materiais disponíveis para o desenvolvimento das aulas de Educação Física; - UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em ministrarem aulas de Educação Física → formada pelas UR em que os professores polivalentes registram as dificuldades enfrentadas para ministrar e/ ou preparar as aulas de Educação Física; - UC13: Os professores polivalentes não realizam as aulas de Educação Física, ainda que sejam os responsáveis por isso → situações nas quais os professores polivalentes apontaram a não-existência de aulas de Educação Física em suas escolas; - UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas de Educação Física, pela não-habilitação na área → UR em que os professores polivalentes culpam a falta de conhecimento/ aprofundamento de suas aulas, por conta de uma não-habilitação específica; - UC15: Os demais componentes curriculares têm maior importância que a Educação Física → UR em que a Educação Física é deixada de lado pelos professores polivalentes, já que o conhecimento das demais disciplinas tem maior relevância; O quadro abaixo apresenta todas as UC identificadas a partir da associação das UR, destacando as peculiaridades de cada uma das escolas 81 participantes. Vale ressaltar que, com o intuito de preservar a estética dos quadros e melhor compreensão dos mesmos, em alguns casos, optou-se por abreviar o componente curricular Educação Física por EF. 5.2.1 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 1 QUADRO 7 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 1, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 1 4 7 11 UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF 2 3/ 5 8 14 UC5:Articulação, ou não, entre o trabalho do professor polivalente e 6 10 12 o de Educação Física UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola 9 UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF 13 UC10: Local das aulas de Educação Física 15 Unidades de Contexto Verifica-se que as respostas dos docentes da ESCOLA 1 foram próximas umas das outras, principalmente, em relação à freqüência e existência de um professor especialista para as aulas de Educação Física. A resposta do PROFESSOR B (UR5) vem ao encontro da informação presente na introdução deste estudo, quando se afirmou que apenas algumas escolas da rede municipal de Santo André contavam com professores de Educação Física. Um dado contraditório mostra-se nas respostas dos PROFESSORES B e C com o PROFESSOR D, pois os primeiros declaram a inexistência de parceria entre o trabalho do professor polivalente e o de Educação Física, e o último aponta essa existência. Pode ser que a escola tenha mais de um professor de Educação Física, ou ainda, que as aulas de Educação Física que o professor desenvolve apresentem relações distintas com os professores polivalentes da instituição. Aparecem 3 UC que contemplam apenas uma UR, de forma divergente, que são: em relação à participação e interesse dos alunos, à importância que se dá às aulas de Educação Física na escola, e a questão do local onde elas são realizadas. 82 5.2.2 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 2 QUADRO 8 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 2, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E G UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 16 22 24 29 31 33 UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF 17 21 23 28 30 32 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 19 26 UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF 20 27 UC10: Local das aulas de Educação Física 18 25 Unidades de Contexto Todos os professores da ESCOLA 2 preocuparam-se em informar a freqüência e/ ou duração das aulas de Educação Física, bem como a existência de um professor especialista para essa disciplina. Já em relação às atividades desenvolvidas, participação dos alunos e local das aulas, apenas 2 docentes (PROFESSOR A; C) declararam. 83 5.2.3 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 3 QUADRO 9 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 3, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física UC8: Relação entre as atividades propostas e as características dos alunos UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF UC10: Local das aulas de Educação Física UC12: Dificuldades dos polivalentes em ministrarem aulas de EF PROFESSORES/ UR A C D E F G 34 41 43 35 38 42 46 37 45 47 39 36 44 48 40 Entre os 6 professores, 4 relataram sobre a presença de um professor de Educação Física na ESCOLA 3, mas a grande divergência se mostra no item que ressalta a importância da presença tanto do professor especialista, como das aulas de Educação Física, apontada pelo PROFESSOR A. Pode-se dizer que o PROFESSOR C aproximou-se um pouco das idéias apresentadas pelo PROFESSOR A quando relata as dificuldades que tem em ministrar as aulas de Educação Física, já que desconhece os movimentos mais adequados para auxiliar no desenvolvimento da criança. Por meio das respostas de dois docentes (PROFESSOR A; E), sabe-se que os professores de Educação Física, que atuam em algumas das escolas municipais, constituem o Projeto Corpo e Movimento. Um dado preocupante foi expresso pelo PROFESSOR A (UR36) quando apontou que, na temporada de piscina, alguns alunos não participavam da aula de Educação Física e ficavam com ele. De acordo com o PROFESSOR G (UR16) essa situação se repete nos meses de março a junho, e depois, de outubro a dezembro, ou seja, algumas crianças não participam das aulas, seja pelo motivo que for, perdendo a oportunidade de aprender situações novas e acima de tudo, privando-se do contato com seus colegas de sala. Entende-se que quanto mais variadas forem as aulas, melhor para o aluno, principalmente, se ele tiver a oportunidade de experienciar o meio líquido. 84 Assim, o professor de Educação Física precisa atentar a essa situação, pois privando seu aluno, em nada contribuirá para seu desenvolvimento. De qualquer forma, de acordo com o PROFESSOR C as atividades nas aulas de Educação Física acontecem de acordo com as características das crianças. O PROFESSOR F e o PROFESSOR G complementam essa idéia ao afirmar que as crianças realizam jogos, brincadeiras e esportes variados. 5.2.4 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 4 QUADRO 10 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 4, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF UC10: Local das aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A B C D E F G 49 50 51 52 53 54 56 55 Todos os docentes da ESCOLA 4 dissertaram que as aulas de Educação Física são de responsabilidade de um professor especialista. O PROFESSOR F em sua resposta acrescenta que as aulas de Educação Física ocorrem na quadra e na piscina da escola, de acordo com as condições climáticas. É preciso ressaltar que 6 docentes (PROFESSOR A; B; C; D; E; G) escreveram um único parágrafo nas linhas disponíveis para resposta e, surpreendentemente, com as mesmas palavras. Possivelmente, o PROFESSOR F não tenha aderido à singularidade de respostas, querendo destacar as questões do local das aulas. 85 5.2.5 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 5 QUADRO 11 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 5, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de EF UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de Educação Física UC6: Importância do professor de Educação Física e dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF UC10: Local das aulas de Educação Física A 58 57 PROFESSORES/ UR B C D E F 59 66 61 65 68 69 G 74 73 60 63/ 64 62 67 71/ 72 70 75 Na ESCOLA 5, com exceção do PROFESSOR B, todos declararam que existe um professor de Educação Física responsável por essas aulas. Uma divergência importante se mostra na resposta do PROFESSOR F, que ressalta a importância da presença do professor de Educação Física na escola. No entanto, quando dissertou sobre as atividades que são desenvolvidas nas aulas de Educação Física apontou que, na maioria das vezes, usa a bola, sendo que os meninos jogam futebol e as meninas vôlei. Mas até que ponto essas aulas contribuem para as crianças? Para esse tipo de organização, a presença do professor de Educação Física se faz mesmo necessária? Entende-se que não. Um professor habilitado deve ir além do fazer por fazer. Essa situação complica-se na medida em que o PROFESSOR C também relata algumas atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, tendo-se a impressão de ser um contexto totalmente diferente. A variedade de atividades apresentadas pelo PROFESSOR C indica duas possibilidades: existe mais de um professor de Educação Física na escola e, portanto, é natural que as aulas sejam diferentes, ou o fato do PROFESSOR C ter especialização em Educação Física Escolar influenciou sua resposta. Infelizmente, essa situação não terá uma resposta definitiva, principalmente, porque apenas o relato desses dois professores continha informações a respeito das atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física. Três docentes (PROFESSOR A; B; D) acrescentaram que as aulas de Educação Física ocorrem uma vez na semana e, segundo os PROFESSORES B, C, D, e F, desenvolvem-se na piscina ou na quadra, de acordo com o clima. 86 5.2.6 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 6 QUADRO 12 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 6, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF UC10: Local das aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A B C 76 81 83 82 84 78/ 79 80 77 O relato do PROFESSOR A foi, visivelmente, mais detalhado que o dos demais professores, pois estes apenas se preocuparam em apontar que as aulas de Educação Física são semanais e ministradas por um professor da área. Essa situação pode ser fruto do PROFESSOR A ser licenciado em Educação Física. Sem dúvida, se os outros professores tivessem se alongado na resposta, seria possível saber se a realidade apontada pelo PROFESSOR A compreende a ESCOLA 6 inteira, ou apenas a turma com a qual trabalha. 87 5.2.7 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 7 QUADRO 13 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 7, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC2: Professor especialista responsável pelas aulas de EF UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF UC10: Local das aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A B C D E F 90 93 85 89 92 95 97 98 99 86 94 88 96 87 91 Apenas a unidade referente à existência de um professor especialista para as aulas de Educação Física foi comum entre os professores. No entanto, ao analisar as respostas do PROFESSOR A e PROFESSOR C, que dissertaram sobre as atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física (UC7), observa-se que as palavras são diferentes, mas levam à mesma informação. Num primeiro momento, as aulas semanais de Educação Física parecem ser bem variadas, com diferentes propostas (atividades com, sem materiais e com música) em diferentes espaços (quadra, piscina e pátio), favorecendo a ampliação das experiências das crianças, que, de acordo com o PROFESSOR A e o PROFESSOR D, participam com vontade e gostam muito. A UR99 torna-se uma divergência, presente na resposta do PROFESSOR F, mas em suas declarações pode-se observar não apenas a importância que atribui ao professor de Educação Física na escola, mas, especialmente, a concepção que tem do corpo como agente e produtor de cultura. 88 5.2.8 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 8 QUADRO 14 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 8, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto A PROFESSORES/ UR B C D E F G 106 108 109 111 112 105 107 UC1: Freqüência e duração das aulas de EF UC6: Importância do professor de Educação 102 Física e dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 100/ 101 103 UC14: Falta de sistematização e conhecimento 104 para aplicar aulas de Educação Física, pela não-habilitação na área 110 113 Um dado preocupante mostra-se quando os docentes apontam que se utilizam das aulas de Educação Física para realizar ensaios de coreografias e deixar os alunos brincando livremente, o que precisa ser revisto. Verifica-se que os professores polivalentes ministram as aulas de Educação Física semanalmente (durante uma hora), mas têm ciência que não fazem da “forma correta”, ou mesmo, a mais adequada e, por isso, expressam a necessidade de um professor especialista que, na visão deles, atuaria com maior competência. Nas respostas dadas por esses professores, não há total convergência e apenas uma divergência apontada pelo PROFESSOR B quando enfatiza a falta de conhecimento para ministrar as aulas de Educação Física. 89 5.2.9 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 9 QUADRO 15 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 9, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 118 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 116 119/ 120 122 UC10: Local das aulas de Educação Física 115 UC11: Falta de espaço e/ ou material para as aulas de EF 114 117 UC13: Os professores polivalentes não realizam as aulas 121 de EF, ainda que sejam os responsáveis por isso Unidades de Contexto Na ESCOLA 9 verifica-se certa incoerência nas respostas dos professores, além de serem muito distintas. Identifica-se desde o professor que não realiza as aulas de Educação Física por não ter espaço, àquele que se utiliza do estacionamento da escola para realizar um campeonato de futebol. Dois professores (PROFESSOR A; C) apontaram que a aula de Educação Física não ocorre, porque não há espaço. O mais interessante é que além de suas respostas corresponderem à mesma UC, utilizam-se também das mesmas palavras, ou seja, as descrições são, simplesmente, idênticas. O PROFESSOR E afirma que raras são às vezes em que ocorre aula de Educação Física, pois, quando muito, as crianças ficam apenas pulando corda ou jogando bola. Vale ressaltar o PROFESSOR D que diferencia-se positivamente do grupo ao apontar que costuma registrar as regras de alguns jogos que serão praticados em seguida, apesar da falta de espaço presente nas respostas de outros docentes. Pressupõe-se que, por ser o professor que tenha maior tempo na rede municipal em relação aos demais docentes (1 para 3 anos), esteja acostumado com a falta de um professor especialista para as aulas de Educação Física, o que lhe possibilitou procurar novas alternativas para o desenvolvimento dessas aulas, fator relevante. 90 5.2.10 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 10 QUADRO 16 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 10, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 124 126 127 UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF 128 UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas 123 125 de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto A expressão “a aula é simples” está presente na resposta do PROFESSOR A e PROFESSOR B, os quais justificam a falta de qualidade de suas aulas de Educação Física por conta da não-habilitação na área. Por outro lado, o PROFESSOR C, ao tratar das atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, descreve com riqueza diferentes movimentos e situações propostas para as crianças se comparado às respostas dos outros dois professores. Coincidência ou não, ele também foi o professor que assinalou mais itens no levantamento de recursos materiais disponíveis na escola, além de ter sido o único a apontar o gramado como espaço alternativo para as aulas de Educação Física. Esse mesmo docente relata que os alunos gostam de participar das atividades, mas, de certa forma, restringe bem as aulas de Educação Física quando demonstra compreendê-las como sinônimo de atividades que envolvem corpo e movimento. Se ele mesmo lesse sua resposta (UR127) notaria que suas aulas vão muito além disso. Ao analisar os dados de identificação do PROFESSOR C não se encontrou nenhum elemento (por exemplo, formação complementar em Educação Física, maior tempo na escola, dentre outros) que pudesse justificar essa diferença entre os docentes da ESCOLA 10. 91 5.2.11 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 11 QUADRO 17 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 11, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E F UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 131 133 135 138 UC6: Importância do professor de Educação Física e 130 dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 129 132 134 136 139 141 UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em 137 140 ministrarem aulas de Educação Física Unidades de Contexto O dado interessante nessa escola é que os professores polivalentes preocuparam-se, fundamentalmente, em informar as atividades que desenvolvem nas aulas de Educação Física semanalmente, demonstrando grande convergência. Ressalta-se ainda que 4 docentes (PROFESSOR B; C; E; F) relataram os jogos cooperativos como umas das atividades propostas nas aulas de Educação Física. Além dessa questão, em todo o relato dos professores, nota-se certa semelhança. Na resposta de dois dos docentes (PROFESSOR B; F), tem-se a impressão de que buscam justificar a suposta falta de qualidade das aulas de Educação Física pela não-habilitação na área, na idéia de que as atividades são restritas e repetitivas. Completando a idéia anterior, o PROFESSOR D e o PROFESSOR E, destacam as dificuldades do professor polivalente em ministrar as aulas de Educação Física, mas o PROFESSOR A é o único a apontar a necessidade de um especialista da área, tornando-se a divergência dessa escola. Deve-se considerar que um desses docentes (PROFESSOR D) possui licenciatura em Educação Física, o que reforça ainda mais a idéia de que os professores polivalentes têm muitas dificuldades em ministrar as aulas de Educação Física para as crianças. 92 5.2.12 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 12 QUADRO 18 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 12, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 143 UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas 142 de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto Como poucos professores da ESCOLA 12 participaram da pesquisa, fica difícil estabelecer relações mais profundas pela falta de dados. De qualquer forma, o PROFESSOR A entende que não ocorrem aulas de Educação Física, apenas brincadeiras, mas não justifica essa afirmação. O PROFESSOR B, por sua vez, entende que as aulas são recreativas com bola e jogos como futebol, vôlei e basquete, sem preocupação com a competição, mas, como não se sabe o que o docente entende por competição, esse relato não pôde ser melhor analisado. O que se quer dizer é que as crianças por natureza competem, principalmente, se estão em um jogo. Talvez, o professor entenda competição como o cumprimento das regras pré-estabelecidas das modalidades esportivas, bem como a realização dos movimentos técnicos, o que seria compreensível pela faixa etária na qual seus alunos estão inseridos. 5.2.13 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 13 QUADRO 19 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 13, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A B 144 145 146 93 A situação mostrada na escola anterior repete-se na ESCOLA 13: a falta de informação pelo número reduzido de participantes. A partir das respostas dos professores, sabe-se apenas que não existe um professor de Educação Física na escola e que, de acordo com o PROFESSOR A, os próprios professores polivalentes ministram essas aulas uma vez por semana. Pelos relatos dos dois docentes participantes, verifica-se que as atividades propostas nas aulas de Educação Física constituem-se, especialmente, de brincadeiras. 5.2.14 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 14 QUADRO 20 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 14, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 150 151 UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola 149 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 148 UC13: Os polivalentes não realizam as aulas de Educação Física, 147 ainda que sejam os responsáveis por isso Unidades de Contexto De acordo com dois docentes (PROFESSOR C; D) as aulas de Educação Física ocorrem duas vezes na semana. O PROFESSOR B complementa que essas aulas envolvem brincadeiras, competições e recreações, mas enfatiza que o ideal seria ter um professor habilitado na área para o exercício dessa função. Por outro lado, o PROFESSOR A apenas declara que as aulas não ocorrem, mas não justifica sua afirmação. Os docentes dessa escola estão há um tempo considerável na rede municipal de Santo André (17 a 28 anos), logo, já deveriam ter se acostumado com o fato de serem os responsáveis pelas aulas de Educação Física, já que não existe um professor especialista na escola. No entanto, a idéia que se tem é que as crianças apenas vão para quadra duas vezes na semana para brincar, realizar qualquer movimento, isso quando os professores os levam. 94 5.2.15 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 15 QUADRO 21 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 15, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 156 UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola 153 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 152 155 157 UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em ministrarem 154 aulas de Educação Física Unidades de Contexto Na ESCOLA 15 também não existe um professor específico de Educação Física. Os professores polivalentes, como são os responsáveis por essas aulas, apenas observam as crianças brincarem livremente, tendo-se a impressão de que não existe nenhum planejamento e sistematização das atividades desenvolvidas, pois, na verdade, as próprias crianças são as responsáveis por essa função. Tem-se essa constatação a partir da leitura da UR152, da UR155 e da UR157, extraídas, respectivamente do PROFESSOR A, do PROFESSOR B e do PROFESSOR D. Como, ao invés de aplicar as aulas, os polivalentes apenas as observam, o PROFESSOR A ressalta a importância de um professor especialista que, talvez, pudesse realizar esse trabalho de forma mais dirigida e com menos dificuldade. Novamente essa UC é uma divergência no quadro da escola. Essa situação é muito preocupante, pois as aulas de Educação Física acabam sendo sinônimo do brincar pelo brincar. Os professores dessa escola já atuam há bastante tempo na rede municipal de Santo André (17 a 24 anos) e deveriam estar acostumados com a falta de um professor de Educação Física, além de buscar alternativas para essas aulas, já que são responsáveis por elas há tanto tempo. 95 5.2.16 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 16 QUADRO 22 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 16, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E F UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 159 160 167 UC3: Polivalente responsável pelas aulas de EF 162 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 158 161 164 UC9: Participação e interesse dos alunos pelas aulas de EF 166 UC12: Dificuldades dos polivalentes em ministrarem aulas 165 de Educação Física UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar 163 aulas de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto As aulas de Educação Física na ESCOLA 16 ocorrem duas vezes na semana com horário estipulado pela direção da escola e não acordado pelos professores como acontece nas outras escolas. O fato de ser determinado pela direção emana certa obrigatoriedade, pois os professores sabem que têm um horário para cumprir, portanto, existe alguém que, teoricamente, acompanha esse cumprimento, ou pelo menos o exige. Dois docentes (PROFESSOR C; D) justificam as atividades que propõem nas aulas de Educação Física pela não-habilitação na área, sendo que o PROFESSOR E vai além, ao registrar a dificuldade que tem na elaboração das atividades, já que é pedagogo. Por conta disso, o PROFESSOR D declara que suas aulas são simples e repetitivas por falta de idéias, que, pressupõe-se estar atrelada à falta de vivências e conhecimento específico, que poderiam ampliar as diversificações de propostas nas aulas. Entre as atividades citadas pelos docentes, aparecem, em diferentes depoimentos, as de origem popular (por exemplo, lencinho branco e batata-quente) e, no caso do PROFESSOR D, modalidades esportivas. Apenas o PROFESSOR F declarou o interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física dissertando que eles adoram esse momento. 96 5.2.17 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 17 QUADRO 23 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 17, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 168 172 UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 171 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 169 173 174 UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em ministrarem 170 aulas de Educação Física Unidades de Contexto Os professores polivalentes são os responsáveis pelas aulas de Educação Física e apresentaram atividades distintas. O PROFESSOR A costuma aproveitar a aula, que ocorre uma vez na semana, para realizar os ensaios das festas comemorativas ou deixar as crianças brincando livremente. O PROFESSOR B afirma que as crianças realizam diversos jogos durante as aulas, enquanto o PROFESSOR C aponta atividades com regras quando não deixa as crianças brincarem livremente. Nota-se que os professores permitem que as crianças conduzam a aula da forma como lhes interessa. Isso pode ser reflexo das dificuldades desses professores, seja pelo não-conhecimento das regras dos jogos, ou mesmo, dos meios de proporcionar a participação de crianças portadoras de necessidades especiais como declarado pelo PROFESSOR A (UR170). 97 5.2.18 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 18 QUADRO 24 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 18, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR B C UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 175 UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em ministrarem 177 aulas de Educação Física UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas 176 de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto A dificuldade do professor polivalente em ministrar aulas de Educação Física mostra-se enfatizada na UR176 e UR177 quando o PROFESSOR C aponta que, mesmo sabendo da importância das aulas de Educação Física, tem muito medo das crianças se machucarem, desenvolvendo apenas algumas atividades quando lhe sobra tempo e, não, de forma contínua. Esse relato comprova que os professores polivalentes até podem reconhecer os benefícios das aulas de Educação Física para as crianças, mas, como não foram preparados para exercer essa função, não a fazem. 5.2.19 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 19 QUADRO 25 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 19, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física UC11: Falta de espaço e/ ou material para as aulas de EF PROFESSORES/ UR A B 178 179/ 180/ 181 Apenas dois professores da ESCOLA 19 participaram da pesquisa, mas foi o suficiente para identificar diferenças. O PROFESSOR A desenvolve atividades como ginástica aeróbica e exercícios físicos com seus alunos, o que, de certa forma, pode representar uma prática inadequada para as crianças na faixa etária dos 6 aos 10 anos, visto que não 98 possibilita a criação e exploração de movimentos, pois tem-se a idéia de que a professora realiza os movimentos e seus alunos apenas os reproduzem, como uma aula desenvolvida numa academia. O PROFESSOR B, por sua vez, entende que a escola não tem nenhum espaço para a realização das aulas de Educação Física, pois não tem quadra e o pátio é muito próximo das salas de aula. Assim, por que será que um dos professores arruma uma maneira de realizar uma atividade com seus alunos (independentemente de ser adequada, ou não) e o outro declara que a escola não tem espaço? Essa situação, ainda que corresponda a um número pequeno de participantes, demonstra que o professor não se envolve com as aulas de Educação Física, sendo os alunos os mais prejudicados com isso. Vale ressaltar que o PROFESSOR A tem 16 anos a menos de atuação na rede municipal de Santo André que o PROFESSOR B, e este atua de 3 a 5 anos na ESCOLA 19. Assim, se o PROFESSOR B sempre adotou essa postura em relação às aulas de Educação Física, muitas crianças devem ter perdido a oportunidade de experienciar diferentes propostas motoras durante todo esse período. 5.2.20 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 20 QUADRO 26 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 20, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES A B C E F UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 182 187 189 UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de 183 186 190 191 Educação Física UC6: Importância do professor de EF e dessas aulas na escola 185 188 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 184 UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar 192 aulas de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto As aulas de Educação Física na ESCOLA 20 são ministradas pelos próprios professores polivalentes uma vez na semana. No entanto, os docentes 99 (PROFESSOR A; B) ressaltam a importância de um professor habilitado na área para exercer essa função. O PROFESSOR A entende que não ministra aulas de Educação Física, pois apenas planeja atividades que serão aplicadas na quadra, o que para ele são acontecimentos distintos. Esse posicionamento vem ao encontro das situações identificadas até o momento, em que se teve a impressão dos professores polivalentes compreenderem que as aulas de Educação Física são sinônimo de movimento, seja ele qual for, como se não fosse preciso organizá-lo e planejá-lo, apenas realizá-lo. 5.2.21 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 21 QUADRO 27 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 21, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E G UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 193 UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 195 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 194 196 197 200 201 UC12: Dificuldades dos professores polivalentes em 198 ministrarem aulas de Educação Física UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar 199 aulas de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto De acordo com o PROFRESSOR A e o PROFESSOR C, as aulas de Educação Física ocorrem uma vez na semana sob a responsabilidade do professor polivalente. Por sua vez, o PROFESSOR E entende que não existem aulas de Educação Física, apenas a proposta de brincadeiras para as crianças. Entre essas brincadeiras, verificam-se as de origem popular (por exemplo, corre-cotia, pular corda, morto-vivo, dentre outras). Um dado relevante está presente na UR201 quando o PROFESSOR G aponta que o dia das aulas de Educação Física é utilizado para o dia do brinquedo e/ ou brincadeiras livres, demonstrando não haver preocupação alguma com conteúdos e organização dessas aulas. 100 Apenas para registrar, o PROFESSOR D declarou que por não conhecer as regras do futebol tem dificuldade para arbitrar o jogo. No entanto, esse docente precisaria compreender que o futebol é um jogo conhecido e as crianças já chegam na escola sabendo jogar e apitar esse jogo. Portanto, o papel do professor deve ir muito além do simples apito, assim como as aulas devem ir muito além do futebol. 5.2.22 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 22 QUADRO 28 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 22, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto A 202 PROFESSORES/ UR B C D E F G 205 207 208 209 210 211 UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de Educação Física UC11: Falta de espaço e/ ou material para as 203/ 204 206 aulas de Educação Física Os docentes da ESCOLA 22 preocuparam-se, fundamentalmente, em informar que não contam com professor especialista para as aulas de Educação Física, recaindo sobre eles a responsabilidade dessas aulas. O PROFESSOR A e o PROFESSOR B foram os únicos que acrescentaram em suas respostas que a escola tem problemas com espaço e material para as aulas de Educação Física, pois não possuem quadra e o pátio tem um piso muito irregular. Diante desse apontamento, recorre-se ao levantamento de recursos materiais da instituição, no qual se verifica que, praticamente, todos os professores assinalaram que a escola conta com arcos, colchões, cordas e bolas de borracha como materiais para as aulas de Educação Física. Pode ser que esses materiais não existam em abundância favorecendo um trabalho individualizado, mas deve-se considerar que a situação não é tão extrema, sendo que os próprios docentes poderiam confeccionar mais materiais com os próprios alunos; portanto, a falta de material não pode ser um empecilho para a realização das aulas de Educação Física. 101 5.2.23 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 23 QUADRO 29 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 23, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C D E UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 213 219 UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF 212 214 215 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 218 UC13: Os professores polivalentes não realizam as aulas de 216 Educação Física, ainda que sejam os responsáveis por isso UC15: Os demais componentes curriculares têm maior 217 importância que a Educação Física Unidades de Contexto Como na escola anterior, os professores polivalentes também são os responsáveis pelas aulas de Educação Física. Verifica-se certa incoerência na UC1, pois o PROFESSOR A afirmou que as aulas de Educação Física não têm dia certo para ocorrer, pois ficam a cargo do próprio professor, mas, o PROFESSOR E, relatou que elas ocorrem duas vezes na semana durante uma hora, não sendo possível chegar a um consenso pela falta de informações. Entende-se que, se a Educação Física fosse vista na escola como algo sério e relevante para os educandos, teria dia e horário fixo para ocorrer, o que não foi encontrado nessa instituição. Apenas o PROFESSOR D (UR218) relatou que, quando muito, as aulas limitam-se a jogos com bola e circuito. A expressão “limitam-se” justifica-se na medida em que esse docente entende que raras são as aulas de Educação Física na ESCOLA 23, pois os demais componentes curriculares têm prioridade. Esse apontamento traz a idéia de que a Educação Física é menos importante, logo, não precisaria existir na escola. No entanto, não é possível ir além com essa discussão, já que nenhum outro docente relatou sobre as atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física. As respostas do PROFESSOR D tornam-se relevantes na medida em que esse docente atua há 18 anos na rede municipal de Santo André e está nessa escola entre 6 e 10 anos. 102 5.2.24 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 24 QUADRO 30 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 24, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A D E 220 222 221 A compreensão da realidade da Educação Física na ESCOLA 24 prejudica-se pelas respostas sucintas dos docentes, que informaram, principalmente, que essas aulas ocorrem semanalmente. Apenas o PROFESSOR D, o qual também declarou maior número de recursos materiais disponíveis na escola, relatou que as crianças costumam se agrupar para realizar alguma atividade. O apontamento a seguir pode ser precipitado, mas ao ler a UR221 teve-se a idéia de que são os alunos que organizam as aulas de Educação Física e não os professores polivalentes. 103 5.2.25 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 25 QUADRO 31 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 25, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto PROFESSORES/ UR B C D E F G 228 235 A H UC1: Freqüência e duração das aulas de EF 224 241 UC3: Professor polivalente responsável pelas 223 aulas de Educação Física UC6: Importância do professor de Educação 234 Física e dessas aulas na escola UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de EF 230 233 240 UC9: Participação e interesse dos alunos pelas 225 aulas de Educação Física UC11: Falta de espaço e/ ou material para as 226 229 231 236 239 aulas de Educação Física UC14: Falta de sistematização e conhecimento 227 232 237 238 para aplicar aulas de Educação Física, pela nãohabilitação na área Antes de iniciar a discussão das UC identificadas na ESCOLA 25, retomase que essa instituição estabeleceu uma parceria com uma escola estadual vizinha para poder utilizar-se de sua quadra, já que não possui nenhum espaço para o desenvolvimento das aulas de Educação Física, o que, de certo modo, demonstra interesse e preocupação para com os alunos. Por conseguinte, a falta de espaço tão mencionada pelos professores reflete o descontentamento dos docentes em não ter uma quadra própria para a realização das aulas de Educação Física, já que eles são os responsáveis por essas aulas que ocorrem uma vez na semana, o que é muito compreensível. Um outro elemento bastante presente nas respostas dos professores é a falta de preparo, falta de conhecimento e capacidade para sistematizar as aulas de Educação Física. Essa afirmação justifica-se com a UR238, quando o PROFESSOR G declarou que não considera aula de Educação Física apenas uma recreação. Apesar da falta de preparo para o desenvolvimento das aulas de Educação Física expressa por 4 docentes (PROFESSOR B; D; F; G), apenas 1 deles (PROFESSOR D) relatou a importância de um professor especialista para essas aulas. 104 Na UC7, nota-se diversificação nas respostas, pois os professores adotam atividades diferentes nas aulas de Educação Física: atividades livres (PROFESSOR C), brincadeiras populares (PROFESSOR D), futebol para os meninos e vôlei para as meninas (PROFESSOR H). Apesar de tantas incoerências e desafios, o PROFESSOR A foi o único a afirmar que os alunos gostam das aulas de Educação Física e até cobram que elas aconteçam. 5.2.26 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 26 QUADRO 32 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 26, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidades de Contexto UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF UC4: Professor voluntário responsável pelas aulas de EF UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física PROFESSORES/ UR A B 242 244 245 243 Verifica-se que os professores polivalentes são os responsáveis pelas aulas de Educação Física na ESCOLA 26, que ocorrem duas vezes na semana, de acordo com o PROFESSOR A, pois não há professor habilitado na área. No entanto, o PROFESSOR B apontou que no ano de 2006 contou com o trabalho de um pai de aluno que é professor de Educação Física. Não é possível saber as características do trabalho desenvolvido por esse professor por falta de mais informações. 105 5.2.27 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 27 QUADRO 33 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 27, com as respectivas Unidades de registro e professores Unidade de Contexto UC3: Professor polivalente responsável pelas aulas de EF PROF A/ UR 246 Analisar a ESCOLA 27 é, praticamente, impossível, pois ocorreu a participação de um único professor da instituição, que apenas informou que não conta com um professor de Educação Física, ficando a responsabilidade dessas aulas para os próprios professores polivalentes. 5.2.28 Unidades de registro e unidades de contexto da ESCOLA 28 QUADRO 34 - Unidades de contexto identificadas na ESCOLA 28, com as respectivas Unidades de registro e professores PROFESSORES/ UR A B C UC1: Freqüência e duração das aulas de Educação Física 247 UC7: Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física 248 251 UC14: Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas 249 250 de Educação Física, pela não-habilitação na área Unidades de Contexto Nota-se certa falta de sistematização das aulas, observada na resposta de dois dos docentes participantes (PROFESSOR B; C). O PROFESSOR B entende que o importante é levar as crianças para a quadra para se movimentarem, como se isso fosse suficiente. O PROFESSOR C relata claramente que não considera que ministra aulas de Educação Física, já que não tem formação para isso. O PROFESSOR A apontou que as aulas de Educação Física ocorrem uma vez na semana, momento em que as crianças vão para quadra praticar esportes ou fazer brincadeiras livres. 106 5.3 Analisando as unidades de contexto Este subcapítulo corresponde a um olhar mais detalhado das UC encontradas nas 28 escolas participantes, a partir das UR levantadas em cada discurso. Busca-se, neste momento, sintetizar as idéias elencadas pelos professores que responderam à pergunta aberta, sob o olhar das teorias estudadas para o desenvolvimento desta pesquisa. O próximo quadro mostra o número de vezes em que cada UC aparece em cada uma das 28 escolas, bem como o número de UR que constituem cada uma das UC e o respectivo valor percentual. A apresentação deste quadro permite que algumas discussões emanem, fundamentadas pelos apontamentos teóricos já apresentados anteriormente, culminando com a identificação de categorias deste estudo. 107 QUADRO 35 – Freqüência das Unidades de Contexto em todas as escolas ESCOLAS E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 E18 E19 E20 E21 E22 E23 E24 E25 E26 E27 E28 Nº UR/ UC % Unidades de Contexto/ Unidades de Registro Nº UC/ 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Escola 3 1 1 1 06 2 2 2 05 1 2 1 2 1 1 08 1 02 3 1 5 4 05 3 2 1 1 05 2 1 2 2 2 06 5 3 5 1 04 1 4 1 2 1 05 3 1 2 03 4 1 6 2 04 1 1 02 1 2 02 2 1 1 1 04 2 1 2 1 04 3 1 3 1 1 1 06 2 1 3 1 04 1 1 1 03 1 3 02 3 4 2 1 1 05 1 1 5 1 1 05 7 3 02 2 3 1 1 1 05 2 1 02 3 2 1 3 1 5 4 07 1 1 1 1 04 1 01 1 2 2 03 114 TOTAL 51 36 25 01 03 13 58 01 11 13 13 08 03 14 01 251 20,3 14,3 10 0,4 1,2 5,2 23 0,4 4,4 5,2 5,2 3,2 1,2 5,6 0,4 100% 1 4 6 3 2 5 6 4 7 6 2 6 Antes de discutir a freqüência das unidades de contexto em cada uma das escolas, vale relembrar que no total foram identificadas 15 unidades de contexto a partir da associação das 251 unidades de registro, extraídas das respostas dos professores polivalentes. Com base nessas informações e no quadro acima, nota-se que: - A ESCOLA 27 é a única que teve apenas uma unidade de contexto; - Nas ESCOLAS 4, 12, 13, 19, 22 e 24 identificam-se duas unidades de contexto; - Nas ESCOLAS 10, 18 e 28 aparecem três unidades de contexto; - Nas ESCOLAS 8, 11, 14, 15, 17, e 26 identificam-se quatro unidades de contexto; 108 - Nas ESCOLAS 2, 5, 6, 9, 20, 21, e 23 verificam-se cinco unidades de contexto; - Nas ESCOLAS 1, 7 e 16 aparecem seis unidades de contexto; - Na ESCOLA 25 encontram-se sete unidades de contexto; - Na ESCOLA 3 identificam-se oito unidades de contexto. A divergência encontrada na ESCOLA 27, pelo número reduzido de unidades de contexto, pode justificar-se pelo fato de apenas um único professor dessa instituição ter participado e de sua resposta ser bem sucinta. Buscando uma análise lógica das unidades de contexto, optou-se por analisá-las na seguinte ordem: responsáveis pelas aulas de Educação Física; atividades desenvolvidas; seleção entre as atividades e as características das crianças; participação e interesse dos alunos; freqüência e duração das aulas; local e materiais; importância do professor de Educação Física e dessas aulas; dificuldades dos professores polivalentes; articulação entre o trabalho do professor polivalente e o de Educação Física; não-desenvolvimento das aulas de Educação Física; falta de conhecimento dos polivalentes pelo não-conhecimento na área; importância dos demais componentes curriculares. A respeito da responsabilidade pelo desenvolvimento das aulas de Educação Física, nas 7 escolas (ESCOLAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) em que os docentes contam com um especialista (UC2 - professor especialista responsável pelas aulas de Educação Física), eles deixam essa informação bem clara, sendo que, muitos deles, dissertam um único parágrafo com esse dado. No caso das demais 21 instituições em que é o próprio professor polivalente que ministra as aulas de Educação Física (UC3), essa informação não apareceu diretamente, mas pode-se notar ao longo do discurso dos docentes, por isso, esse dado foi encontrado em apenas 12 das instituições. Uma divergência se mostra na ESCOLA 26, pois um docente declarou que um dos pais de seus alunos, que é professor de Educação Física, desenvolve um trabalho voluntário com sua sala (UC4 - professor voluntário responsável pelas aulas de Educação Física), mas essa informação não estava presente na resposta do outro docente dessa instituição, por conseguinte, trata-se de uma diferença intra e interescola. Nesse momento, vale retomar as idéias de Freire (1997) a respeito de quem deveria ser o responsável pelas aulas de Educação Física: professor 109 polivalente ou professor especialista, pois para o autor não há diferenças entre a formação profissional desses docentes, visto que o mais importante é a garantia da qualidade do ensino. Verifica-se que os professores polivalentes informaram com bastante freqüência (23%) sobre as atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física (UC7), prova disso é o fato dessa unidade de contexto não ter aparecido apenas em 5 das escolas. Para refletir sobre essa unidade que apresenta alta convergência, retomase as idéias de Rangel (2004), a qual afirma que não basta apenas deixar as crianças brincando, pois um processo de aprendizagem sadio e de qualidade exige muito mais que isso. Ou seja, nas aulas de Educação Física as atividades precisam ser pensadas e aplicadas com consciência, pois, para aqueles que visam aos benefícios no desenvolvimento da criança, não faz sentido escolher e aplicar qualquer brincadeira. Analisando as escolas, em geral, observa-se que a realidade encontrada é outra, isto é, muitas atividades foram apontadas unicamente como atividades recreativas, ministradas sem nenhuma sistematização, muito diferentes do apontamento supracitado. Em 9 das escolas participantes, 14 docentes declararam que permitem a “recreação” livre dos alunos, ou seja, não propõem atividades dirigidas, pois apenas deixam as crianças brincarem livremente. Entende-se que as crianças sabem brincar e buscar possibilidades de movimentos sozinhas, mas um direcionamento e acompanhamento por parte do docente são muito importantes, afinal, como Cruz (2007) apontou, as aulas de Educação Física devem ser muito mais que crianças correndo atrás de uma bola. Além disso, se a escola como um todo não compreender a importância e os benefícios da “brincadeira”, ela sempre será aplicada sem propósito como algo que não precisa de planejamento e sistematização. (FONSECA; MUNIZ, 2000). Essa relação dos professores polivalentes com aulas livres já foi relatada. Há 5 anos, Darido (2001b) constatou que as aulas desses docentes costumavam resumir-se na entrega de uma bola e observação das crianças brincando. Após todo esse tempo, esta pesquisa levanta a mesma informação. Ressalta-se que, olhando para o total de professores participantes, a proposta de aulas livres esteve presente em apenas 10% das respostas, mas, 110 mesmo assim, é um dado que merece cuidado, pois precisaria ser considerado e modificado. Além disso, em relação a propostas de atividades para crianças, diferentes autores (CAETANO; SILVEIRA; GOBBI, 2005; GALLAHUE; OZMUN, 2005) já relataram que a melhoria, o amadurecimento e aparecimento dos movimentos da criança dependem, especialmente, da prática, ou seja, das oportunidades que ela tem de vivenciar a maior variedade possível de movimentos e suas infinitas variações. Vale retomar a discussão de diferentes autores, acerca da equilibração majorante (PHILLIPS, 1971; BEARD, 1978; WADSWORTH, 1993; MACEDO, 1994; FONSECA; MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998; PIAGET, 2003), a qual só ocorre com uma nova experiência capaz de levar o indivíduo a um avanço cognitivo, por meio de um processo interno de retomada do equilíbrio interno (desequilíbrio; acomodação; assimilação; adaptação; equilíbrio). Oliveira (2004) reforça a idéia anterior ao afirmar que atividades simples e repetidas que não contemplam novas formas de movimento, não auxiliam na aquisição de habilidades que a criança ainda não possui, não enriquecem seu acervo motor e podem até afastar as crianças das aulas de Educação Física quando forem maiores. Diante disso, o professor de Educação Física precisa propor atividades diferentes para que o aluno rompa seu estado de homeostase interna na busca pela solução das novas situações, adaptese a nova realidade e avance. Dessa forma, as aulas de Educação Física precisariam ser compostas de movimentos voluntários e variados, que, além de serem significativos para as crianças, também favoreceriam novas descobertas e superações dia após dia. (MATTOS; NEIRA, 2000). Outro aspecto a se refletir nessa unidade de contexto é o fato de alguns docentes descreverem atividades aquáticas como conteúdo das aulas de educação Física, mas, retomando a análise do quadro 35, apenas 6 das escolas participantes (ESCOLAS 2, 3, 4, 5, 6 e 7) possuem piscina como espaço alternativo para essas aulas, sendo que em todas elas há um professor especialista para desenvolvê-las. O mais estranho é que em 3 dessas escolas (ESCOLAS 2, 5 e 7) os professores polivalentes dissertaram que as crianças têm duas aulas diferentes: natação e Educação Física, como se a modalidade aquática não fizesse parte dos conteúdos possíveis dessa área de conhecimento. 111 Essa colocação comprova que os professores polivalentes desconhecem as especificidades do componente curricular Educação Física na escola e, principalmente, que as experiências aquáticas se constituem em apenas uma das possibilidades das aulas de Educação Física. Assim, esta pesquisa conseguiu registrar que os conteúdos desenvolvidos nas aulas de Educação Física são interpretados como simples atividades práticas, mesmo por aqueles que a vivenciam com a supervisão de um professor especializado na área. Outra prática apontada por 15 docentes de 11 instituições (ESCOLAS 2, 5, 7, 8, 11, 12, 16, 21 e 25) foram os jogos cooperativos. Não é possível identificar neste estudo se esses professores polivalentes conhecem, de fato, os pressupostos teóricos que norteiam a inclusão e aplicação dos jogos cooperativos nas aulas, ou se apenas consideram que nessas práticas não existe a determinação e a ênfase no perdedor. Essa atividade foi expressa nos discursos relatados em 40% das escolas, talvez, por representar uma prática que os docentes tenham facilidade em compreender o seu significado e assim, possam desenvolver com mais propriedade, ou pelo menos, que julgam ter. Assim, é uma atividade que se caracteriza como uma possibilidade de intervenção nas aulas de Educação Física, mas que necessita de um suporte teórico para sustentar a atuação desses professores. As demais atividades declaradas pelos professores foram as brincadeiras de rua (também conhecidas como brincadeiras populares) e algumas modalidades esportivas. A intenção não é questionar se essas práticas estão ou não de acordo com a faixa etária estudada, mas apenas ressaltar que, num primeiro momento, elas parecem ser as mais acessíveis aos professores que não são especialistas em aulas de Educação Física. Isso pode ser reflexo das suas experiências vividas em aulas de Educação Física nas suas trajetórias estudantis. Como não se sentem preparados para essa função que precisam assumir, retomam as atividades que vivenciaram quando eram crianças. Um único professor da ESCOLA 3 apontou que percebe relação entre as atividades propostas nas aulas de Educação Física e as características dos alunos (UC8), sendo uma informação divergente que precisa ser considerada. De certa forma, outros professores poderiam ter destacado essa questão, mas, pressupõe-se que não o fizeram pela falta de conhecimento, seja das atividades ou das peculiaridades de cada faixa etária. No entanto, registra-se a importância em atentar 112 para as características etárias das crianças na elaboração de atividades, o que, muitas vezes, é esquecido nas escolas, como declarou Nista-Piccolo (1993). É fundamental que o professor esteja a par das características de seus alunos, pois só assim poderá contribuir efetivamente no desenvolvimento de seus alunos, ao passo que será capaz de propor atividades condizentes com a faixa etária. Exigir além do que a criança pode oferecer é acelerar um processo que não tem volta, pois da mesma forma que a criança se desestimula a fazer porque nunca tem êxito, futuramente, poderá evitar novas situações com medo do fracasso. Em 8 escolas os polivalentes dissertam sobre a participação e interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física (UC9), sendo que 5 dessas escolas possuem professor especialista (ESCOLAS 1, 2, 3, 6 e 7) e as outras 3 não (ESCOLAS 10, 16 e 25). Nas ESCOLAS 1, 2, 7, 10 e 16, os docentes apenas dissertaram que as crianças gostam de participar das aulas de Educação Física; na ESCOLA 6 o PROFESSOR A (UR86) vai além quando aponta que as crianças participam ativamente das aulas, pois têm a oportunidade de propor e solicitar brincadeiras; e apenas na ESCOLA 25 o PROFESSOR A (UR225) relatou que os alunos cobram a realização das aulas de Educação Física. Os professores poderiam considerar mais os interesses dos alunos pelas aulas de Educação Física, pois eles são uma espécie de “avaliadores dos padrões de qualidade”. Se as aulas de Educação Física atendem às suas expectativas e o professor tem ciência que também alcança as necessidades dos educandos em termos de desenvolvimento, a chance dos alunos buscarem e participarem constantemente essas aulas é bem maior. Uma das possibilidades de atrair os alunos para essas aulas foi encontrada na ESCOLA 6, onde as experiências das crianças são relevantes para o desenvolvimento das aulas. Essa situação relembra as idéias de alguns autores (DAÓLIO, 1994; PORTO, 1995; FREIRE, 1997) que reconhecem que a criança não chega “vazia” à escola, ou seja, sem nenhum conhecimento prévio, afinal, o tempo de permanência na escola é muito menor se comparado ao período que a criança passa fora dela, ou mesmo passa longe de um determinado professor, o que deve ser considerado. A freqüência e duração das aulas de Educação Física (UC1) foi muito apontada pelos docentes (20,3% das UC), sendo que essa unidade de contexto só não foi encontrada em 9 das escolas. De acordo com os professores polivalentes, as 113 aulas de Educação Física duram de 35 a 60 minutos, não havendo uma regra fixa a respeito disso, pois foi comum identificar diferentes posicionamentos entre os professores da mesma escola, e, também, entre os das 28 instituições. Entre as 19 escolas em que os professores relataram a freqüência das aulas de Educação Física, verifica-se que em 4 delas (ESCOLAS 14, 16, 23 e 26) os alunos têm duas aulas semanais, sendo que nas demais instituições apenas uma única vez. No entanto, pode-se afirmar que isso ocorre apenas na ESCOLA 16, pois foi uma informação comum no discurso dos docentes, o que não ocorreu nas demais escolas, pois na ESCOLA 14 e ESCOLA 23 apenas um docente apontou essa informação e foi contrariado por outro e, na ESCOLA 14, um único docente dissertou sobre o assunto. Por experiência própria, duas aulas semanais é pouco para trabalhar com tantos conteúdos da Educação Física, quem dera uma única aula na semana, o que ocorre tanto nas escolas que contam com professor especialista da área como naquelas em que o professor polivalente desempenha essa função15. Entende-se que a Prefeitura de Santo André poderia rever essa questão, e, de certa forma, seguir o exemplo da Resolução 184 (SÃO PAULO, 2005), a qual determina que os alunos das escolas públicas estaduais de São Paulo tenham duas aulas semanais de Educação Física, favorecendo um trabalho mais completo e diversificado. O local de desenvolvimento das aulas de Educação Física (UC10) foi relatado nas 7 escolas que contam com professor de Educação Física e em apenas uma isso não ocorre (ESCOLA 9). Esse dado é explicado pelo fato de que, nessas 7 instituições, as aulas de Educação Física ocorrem na piscina (meses de calor) e na quadra ou pátio (meses mais frios). Assim, é natural que a UC10 não seja encontrada nas demais instituições, pois, quando muito, os polivalentes contam com uma quadra para realização das aulas de Educação Física. Na verdade, a questão do espaço e material para as aulas de Educação Física, ou melhor, a falta deles (UC11 - falta de espaço e/ ou material para as aulas de Educação Física), está presente no relato dos professores de 4 escolas (ESCOLAS 9, 19, 22 e 25). 15 Verifica-se que mesmo nas escolas que contam com professor especialista, a importância da Educação Física para a formação da criança ainda não foi incorporada, pois se assim o fosse, os docentes teriam mais tempo para trabalhar com as crianças, dada a amplitude de conteúdos que esse componente curricular tem para desenvolver. 114 Em contrapartida, em duas delas (ESCOLAS 9 e 19), verifica-se incoerência no discurso dos docentes, pois existem aqueles que justificam a não realização das aulas pela falta de espaço enquanto outros declaram que, apesar das dificuldades, propõem atividades para os alunos; na ESCOLA 22 o relato dos professores se mostra incoerente com o que foi apontado no levantamento de recursos materiais e infra-estrutura, pois, dissertam que o espaço impede a realização das aulas, mas assinalam a existência de locais possíveis para o desenvolvimento delas. Para finalizar essa questão de falta de espaço e/ ou material para as aulas de Educação Física, a ESCOLA 25 demonstra que é possível buscar soluções para os problemas encontrados, exatamente como fez, pois, por não ter quadra, realizou um convênio com uma escola estadual vizinha para poder utilizar sua quadra. Sobre a importância do professor de Educação Física e dessas aulas na escola (UC6), verifica-se que poucos docentes apontaram a necessidade da escola ter um professor especialista (13 docentes de 10 escolas), sendo que, ao analisar essa unidade de contexto com as UC2 e UC3, identifica-se que em 6 dessas escolas os professores polivalentes são os responsáveis pelas aulas de Educação Física e nas outras 4 são os professores especialistas. Esse dado, ainda que represente uma parcela pequena dos professores, torna-se importante, pois revela que não foram apenas os professores polivalentes que não contam com um professor de Educação Física que apontaram a importância desse docente na escola, ou seja, mesmo com a inserção de um especialista, os polivalentes conseguem perceber a necessidade de sua existência, talvez, por já terem sido eles os responsáveis por essas aulas ou mesmo por agora terem a oportunidade de acompanhar uma aula ministrada por esses professores especialistas. Martins (2002) complementa que a Educação Física precisa ser prioridade para o professor e para a escola, pois se assim não for, haverá grandes chances dela ficar para segundo plano, visto que sempre haverá assuntos “mais sérios” que requerem mais atenção e investimento. Dessa forma, a Educação Física deve firmar-se no âmbito escolar como um componente curricular e não uma simples disciplina diferente das demais. 115 Segundo Grespan (2002), Freire e Scaglia (2003) a Educação Física escolar é muito relevante, pois possibilita que a criança trabalhe, concomitantemente, os domínios motor, cognitivo e sócioafetivo; vivencie inúmeras formas de organização, resolução de problemas, sentimentos e autocontrole; desenvolva normas para diferentes atividades; adote posturas de cooperação e participação (individuais e coletivas); respeite as regras, diferenças e limitações individuais; transforme a si própria e ao meio no qual está inserida, bem como forme sua personalidade. Em 6 escolas, verifica-se, nitidamente, que os polivalentes solicitam um professor específico por entenderem que este estaria mais bem preparado e capacitado para ministrar as aulas de Educação Física com maior competência, o que, indiretamente, representa a falta de preparo do polivalente em realizar essas aulas. Essa questão da importância do professor de Educação Física está fortemente relacionada com a UC12, a qual representa as dificuldades dos professores polivalentes em ministrar aulas de Educação Física, dado que pode ser percebido na resposta de 8 docentes de 7 escolas (ESCOLAS 3, 11, 15, 16, 17, 18 e 21). Entre as declarações dos docentes, encontram-se: a falta de conhecimentos teóricos e práticos; a falta de idéias para diversificar as atividades e melhor atender os alunos; o medo das crianças se machucarem; o não-conhecimento dos movimentos e da forma como se deve trabalhar com crianças portadoras de necessidades especiais. Um dado muito relevante foi encontrado no discurso do PROFESSOR D (ESCOLA 11), que declarou que o professor polivalente tem muitas atribuições no dia-a-dia além de ser despreparado para atuar como professor de Educação Física. A grande questão é que esse docente também possui licenciatura em Educação Física, portanto, responde apenas assumindo a função de professor polivalente e mesmo sendo habilitado na área, percebe que o polivalente não dá conta dessa atribuição, logo, aponta duas questões: a não preparação do professor polivalente para a função de professor de Educação Física e a não disponibilidade de tempo hábil para o exercício de ambas as funções concomitantemente. De certo modo, o discurso desse professor faz sentido, pois 14 docentes relataram a falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas de Educação 116 Física, pela não-habilitação na área (UC14), sendo que nem mesmo ele, que é habilitado, consegue organizar suas tarefas. Várias são as respostas dadas pelos docentes que apontam a necessidade de rever as razões da presença de um profissional preparado para esta função: a não-realização de um trabalho efetivo, apenas quando sobra tempo; a aplicação de aulas simples, sem aprofundamento; a idéia de que o importante é apenas fazer com que as crianças movimentem o corpo; e o entendimento de que não ministram aulas de Educação Física, pois além de não serem formados para essa função apenas aplicam brincadeiras. Lima e Rangel-Betti (2002), já constataram essa situação quando perceberam que as professoras polivalentes de seu estudo não concordavam com o fato de serem as responsáveis pelas aulas de Educação Física, já que não receberam formação para o exercício dessa função, além de desconhecerem questões essenciais como conteúdos e procedimentos adequados. Um dado que, de certa forma, pode ser considerado uma dificuldade e representa divergências intra e interescola, já discutidas no capítulo 5, foi encontrado apenas na ESCOLA 1, momento em que os professores dissertaram sobre a articulação, ou não, entre o trabalho do professor polivalente e o de Educação Física, o que corresponde a UC5. Diante dessa unidade de contexto, ressalta-se que a existência de um professor de Educação Física na escola é importante desde que ele atue em conjunto com o professor polivalente a fim de garantir ao educando a aquisição de conhecimentos totalitários e não fragmentados. Pode-se dizer que a questão da importância do professor de Educação Física e a falta de conhecimento dos professores polivalentes também podem ser associadas com a UC13 (os professores polivalentes não realizam as aulas de Educação Física, ainda que sejam responsáveis por isso), encontrada em 3 instituições (ESCOLAS 9, 14 e 23). O relato do professor da ESCOLA 23 limitou-se a essa informação, mas nas outras duas escolas, verifica-se que os professores têm consciência da não-existência do que se espera de uma aula sistematizada, pois relatam que, às vezes, as crianças apenas ficam brincando. A partir disso, surgem duas questões: por que será que esses professores não desenvolvem as aulas efetivamente? Será que apenas deixar as crianças brincando, às vezes, influencia em seu desenvolvimento? 117 Com base nos apontamentos apresentados até o momento, é possível identificar-se dois grupos. O primeiro grupo é constituído pelos docentes que não compreendem que a Educação Física deva ir além do movimento pelo movimento e não pode ocorrer apenas quando sobrar tempo. O segundo grupo, por sua vez, é formado por professores mais conscientes de suas competências, os quais entendem que lhes falta conhecimento, percebendo que as atividades que aplicam não podem ser identificadas como uma aula de Educação Física. Arribas (2002) apontou que além da criança ter a necessidade de se movimentar, também tem alta capacidade, principalmente, porque o movimento constitui sua qualidade de ser vivo, justificando a importância da aplicação de aulas de Educação Física no âmbito escolar. Além disso, a brincadeira seria uma ótima estratégia para o professor observar seu aluno, pois, enquanto brinca, a criança expressa sentimentos, desejos e frustrações, como dissertou Porto (1995). No entanto, Bracht e colaboradores (2003) já haviam relatado que é comum a utilização das aulas de Educação Física pelos professores polivalentes como compensação pelo comportamento dos alunos, como se, após realizarem todas as tarefas importantes, tivessem a oportunidade de brincar e espairecer. Além disso, Oliveira (2000) apontou que a aula de Educação Física não pode ser o momento em que a criança apenas brinca, pois representa uma oportunidade de conhecer, ensinar, analisar, avaliar, pesquisar e refletir. As aulas de Educação Física precisam ser aplicadas com base em objetivos específicos e não como uma aula desassociada de outra, sem planejamento, intencionalidade e, principalmente, preocupação com o desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas dos educandos. (LIMA; RANGEL-BETTI, 2002). Por conseguinte, não é qualquer atividade que pode ser proposta nas aulas de Educação Física, visto que a diversão não é o objetivo desse componente curricular, mas apenas uma ferramenta para alcançar suas finalidades. De acordo com Freire (1997), as crianças podem viver sem as aulas de Educação Física, assim como sem os demais componentes curriculares, mas se forem aplicadas com competência e sistematização, as atividades contribuem para a formação da criança (VIEIRA, 1999); afinal, como a Educação Física é um componente curricular obrigatório na Educação Básica (BRASIL, 1996; 2001) toda a 118 criança tem o direito de ter essas aulas e delas participar. (BRASIL, 2007a; RANGEL ET AL., 2005). Essa situação foi encontrada nos relatos de um professor da ESCOLA 23 (PROFESSOR D), quando afirmou que os professores polivalentes dão prioridade às demais disciplinas e esquecem-se da Educação Física (UC15 - os demais componentes curriculares têm maior importância que a Educação Física). Esse apontamento só intensifica a idéia de Freire (1997), quando declarou que os pais de alunos não reivindicam a existência de aulas de Educação Física na escola (o que é um direito legal), mas na possível falta da Matemática ou da Língua Portuguesa, as reclamações seriam desmedidas. Esse distanciamento entre os professores das diferentes disciplinas dificulta a efetivação de um trabalho interdisciplinar que poderia romper com a fragmentação, o reducionismo, a subordinação e a desigualdade, que tanto prejudica o processo de ensino e aprendizagem. Sabe-se que todo componente curricular tem como base os conteúdos específicos da área, os pressupostos da educação e visam ao desenvolvimento das potencialidades humanas. Por conseguinte, a educação, em si, tem por função unir todos os professores, anulando a possibilidade de valorizar determinados componentes curriculares em detrimento de outros, sendo que não apenas os alunos ganharão um ensino muito mais completo e complexo, mas os professores, de fato, constituirão um corpo docente. (BARBOSA, 2001a; GALLARDO; ARAVENA; OLIVEIRA, 19998; MONTENEGRO; MONTENEGRO, 2004; SILVA, 2004). Apontadas e discutidas cada uma das unidades de contexto, a seguir ocorrerá o último passo da análise de conteúdo, denominada categorização. 5.4 Categorização Ao analisar o quadro 35, bem como os apontamentos citados anteriormente, identificam-se dois grandes grupos, os quais receberão os nomes de categorias, pois correspondem a um agrupamento temático das idéias (unidades de contexto) a partir de suas similaridades, como exposto por Bardin (1977). 119 Buscando atender todas as exigências para a identificação de uma categoria, como apresentado no capítulo 4, relatar-se-á como se chegou a cada uma delas, atentando à questão da objetividade e fidelidade das mesmas. Ao tratar os dados das 28 escolas, observou-se que os docentes deram prioridade às características das aulas de Educação Física e à importância/ necessidade de um professor especialista para o desenvolvimento das aulas de Educação Física, sendo possível determinar que: - a Categoria 1: Características das aulas de Educação Física é constituída pelas UC nº 1 (Freqüência e duração das aulas de Educação Física); 2 (Professor especialista responsável pelas aulas de Educação Física); 3 (Professor polivalente responsável pelas aulas de Educação Física); 4 (Professor voluntário responsável pelas aulas de Educação Física); 7 (Atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física); 8 (Relação entre as atividades propostas e as características dos alunos); 9 (Participação e interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física); 10 (Local das aulas de Educação Física); e 11 (Falta de espaço e materiais para as aulas de Educação Física); - e a Categoria 2: Necessidade/ importância de um professor especialista para as aulas de Educação Física formada pelas UC nº 5 (Articulação entre o trabalho do professor polivalente e o de Educação Física); 6 (Importância do professor de Educação Física e dessas aulas na escola); 12 (Dificuldades dos professores polivalentes em ministrarem aulas de Educação Física); 13 (Os professores polivalentes não realizam as aulas de Educação Física, ainda que sejam responsáveis por isso); 14 (Falta de sistematização e conhecimento para aplicar aulas de Educação Física, pela não habilitação na área); e 15 (Os demais componentes curriculares têm maior importância que a Educação Física). A identificação dessas duas categorias demonstra que o instrumento elaborado para esta pesquisa conseguiu extrair informações relevantes que auxiliaram muito no alcance dos objetivos estabelecidos. A categoria 1 revela que a questão aberta utilizada no questionário permitiu liberdade aos professores quando elaboraram suas respostas, mas, ao mesmo tempo, que os docentes compreenderam muitos pontos comuns. Essa categoria, de fato, expressa e responde o problema deste estudo, mas, talvez, se ao invés do questionário ocorresse uma entrevista com cada um dos professores as respostas poderiam ser ainda mais ricas. 120 Verifica-se que a importância atribuída à presença dos professores de Educação Física na escola está, fortemente, relacionada com a não-habilitação e capacitação do professor polivalente para essa função. Isso fica claro na medida em que 5 das UC que constituem a categoria 2 estão voltadas mais a essa questão do que, propriamente, à relevância da Educação Física no âmbito escolar, o que, de certa forma, demonstra a fragilidade da importância desse componente curricular na escola, o que merece muita atenção. De certa forma, a identificação da importância do professor de Educação Física não estava presente nas intenções deste estudo, mas, indiretamente, esse dado apresentou-se de forma muito intensa, principalmente, porque a importância da Educação Física, bem como das dificuldades dos professores polivalentes para com esse componente curricular refletiu nessa questão. Esse dado só confirma o fato de que é o professor de Educação Física o maior responsável pela forma como as pessoas (sejam elas do âmbito escolar ou não) verão a Educação Física escolar. Assim, pressupõe-se que, se houvesse um professor especialista, se este realizasse um trabalho sério e de qualidade e se a própria Prefeitura de Santo André fizesse questão disso, como ocorre com os professores de outras áreas, o entendimento dos professores polivalentes acerca da Educação Física poderia ser diferente. 121 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De certa forma, este estudo conseguiu dar conta do objetivo a que se propôs, pois foi possível verificar a organização das aulas de Educação Física nas escolas públicas municipais de Santo André, a partir das respostas dadas pelos professores polivalentes. No entanto, como o instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário, ainda que constituído de questões abertas e fechadas, em muitos momentos, sentiuse a falta de mais informações, que, provavelmente, poderiam ter sido esclarecidas durante uma entrevista, ficando o convite a outros estudos que garantam maior profundidade em alguns dos questionamentos levantados. De qualquer forma, a pesquisa permitiu a visualização do panorama geral da organização dessas aulas, bem como diversos elementos que a influenciam, como, por exemplo, as questões de infra-estrutura e recursos materiais que as EMEIEF’s possuem, além de apontar as possibilidades para os professores desenvolverem as aulas de Educação Física. No entendimento da Secretaria Municipal de Educação de Santo André, as escolas municipais oferecem aulas de Educação Física como determina a legislação. No entanto, muitas dessas escolas não estão estruturadas para isso, como pôde ser observado no levantamento dos recursos das instituições. Parte-se do princípio que, em uma construção, as paredes e alicerces, de uma forma geral, precisam estar sólidas e bem estruturadas para que o telhado tenha sustentação e consiga permanecer por um longo tempo no lugar correto. Dessa forma, para que as aulas de Educação Física possam render frutos para a escola e, principalmente, para os alunos, todo um sistema precisa estar a favor desse desenvolvimento. Compreende-se que os professores não podem apoiar-se em desculpas como a falta de materiais ou de locais para as aulas de Educação Física, mas antes de determinar que os professores polivalentes ministrem aulas de Educação Física, ou mesmo que elas sejam ministradas por professores especialistas, como é o caso dos CESA, a Prefeitura precisa se preocupar com outras questões. Não é possível cobrar se não existem recursos que favorecem o alcance da qualidade. 122 As escolas precisam de materiais para as aulas de Educação Física, da mesma forma como todos os demais componentes curriculares. Uma quadra (espaço amplo e piso adequado) é primordial para a realização das aulas e, se essa ainda não for coberta, um outro espaço (pátio ou sala) precisa ser designado para os dias de chuva ou muito frio. Esses espaços não podem ter piso e dimensão qualquer, mas sim, ser um ambiente facilitador para todas as vivências possíveis, logo, o espaço não pode ditar o que o professor pode, ou não, fazer com seus alunos, pois as necessidades e interesses dos educandos são fundamentais para a determinação das atividades. Uma outra questão à qual a Prefeitura poderia atentar é a falta de “habilidade” do professor polivalente para ministrar as aulas de Educação Física, pois, minimamente, poderia propor capacitações, visto que esses docentes não participaram de um curso específico na área. A dificuldade e a falta de conhecimentos dos professores polivalentes para desenvolverem as aulas de Educação Física foi apontada por alguns dos docentes ao longo das respostas à questão aberta, tendo grande relação com a identificação da importância do professor especialista na escola. É certo que como docente, seja do componente curricular que for, a busca por novos conhecimentos é fundamental. Nesse sentido, a não-instrumentalização dos polivalentes para o trato com as aulas de Educação Física não corresponde apenas à falta de incentivo da Prefeitura do Município, mas, na mesma proporção, ao não-empenho dos docentes. Ora, se sei que minha função vai além de minhas competências, devo conduzir-me a novas informações, a fim de sanar essas dificuldades e melhor atender meu aluno. Não significa que todos os polivalentes precisariam realizar um curso de licenciatura em Educação Física, ou mesmo uma especialização, mas, minimamente, buscar livros com atividades diversas que ampliassem as alternativas para as suas aulas, impedindo as chamadas “aulas livres” (fazer o que tem vontade) ou de observação (os alunos fazem o que querem e os professores só assistem). Dessa forma, a realidade encontrada sobre as aulas de Educação Física é tanto de responsabilidade do Sistema de Ensino que a administra, como dos professores, que apesar das dificuldades, não buscam alternativas. Entre as atividades propostas aos alunos, além das aulas livres e de observação, verifica-se que os docentes ministram brincadeiras de rua e 123 modalidades esportivas, de certa forma, por estarem mais próximas de seu cotidiano e vivências anteriores. Na verdade, o que se percebe, fortemente, é a idéia do movimento pelo movimento, no sentido de que basta movimentar-se que a aula de Educação Física está contemplada. Não há compromisso e relevância efetiva para com essas aulas. Pressupõe-se que os professores polivalentes não sabem o que fazer. A falta de informações e dificuldade para estabelecer relações das características físicas, cognitivas e sócioafetivas das crianças com as atividades propostas, apontadas nas respostas dos docentes, provam exatamente isso. Os professores polivalentes até relataram algumas atividades que constituem o rol de conteúdos esperados para o desenvolvimento de aulas de Educação Física no Ensino Fundamental, mas não têm condições de justificar essas escolhas, apenas as fazem, justamente, por não terem conhecimento acerca das características dos educandos. Diante disso, pode-se dizer que esses docentes não têm condições de ministrar aulas de Educação Física de forma a atender as necessidades e interesses das crianças, exatamente, pela falta de conhecimentos, o que merece atenção. Tem-se a impressão de que os professores polivalentes identificam mais a necessidade de um professor especialista para as aulas de Educação Física, não por conta da importância desse componente curricular para o desenvolvimento da criança, mas porque eles não detêm competências para arcar com essa responsabilidade que lhes foi imposta. Analisando friamente a questão, eles não estão errados. Tudo na vida é apreendido, mas desde que tenha significado, o que não é o caso da Educação Física nessas escolas. Não existe uma cultura de Educação Física, ou seja, a importância desse componente curricular para o desenvolvimento da criança ainda não foi incorporada, pois se assim o fosse, a realidade levantada poderia ser bem diferente. Percebe-se que essa compreensão acerca da importância da Educação Física na escola ainda não ocorreu, na medida em que nenhum professor de Educação Física é contratado para ministrar outras disciplinas, mas o professor polivalente pode ser o encarregado pelas aulas de Educação Física. O grande problema é que, se o professor não valoriza as aulas de Educação Física, as crianças agirão da mesma forma, compreendendo-as apenas 124 como a hora de brincar, o que não é o caso. As crianças brincam por natureza e se a Educação Física não fosse capaz de contribuir para o desenvolvimento das crianças e a escola como um todo compreendesse tal contribuição, não seria necessária a inserção de sua obrigatoriedade em uma lei nacional da educação – LDB. (BRASIL, 1996; 2001). Não se sabe até que ponto a inserção de professores especialistas mudaria esse diagnóstico, pois, no caso dos CESA, teve-se a mesma impressão que foi vista nas escolas que não têm professores de Educação Física. Tomam-se, como exemplo, as freqüentes aulas que ocorrem na piscina. Os professores especialistas precisam perceber que as vivências no meio líquido constituem uma das inúmeras possibilidades das aulas de Educação Física, não podendo priorizar ou mesmo limitar-se a esse espaço, pois além de privar seu aluno de novas experiências estará impedindo que alguns alunos participem dessas aulas, já que os próprios professores polivalentes apontaram que isso acontece. Assim, sabe-se que não há nenhuma garantia de que o professor especialista de Educação Física realize um melhor trabalho que o professor polivalente. No entanto, só pelo fato dele existir na escola, automaticamente, o horário dessas aulas deverá ser cumprido, e então as aulas de Educação Física não mais ficarão na expectativa da possibilidade de tempo do professor polivalente. Não se sabe até que ponto esta pesquisa influenciou na decisão da Secretaria Municipal de Educação de Santo André, mas a partir de fevereiro de 2007 quando todos os questionários já haviam sido recolhidos, as 44 EMEIEF’s receberam professores especialistas de Educação Física, que foram contratados por um ano, podendo ser renovado por mais um. Nesse sentido, todas as escolas da rede municipal de Santo André, hoje, contam com professores de Educação Física que ministram aulas semanais para as crianças. Esses professores têm uma grande responsabilidade, ainda que não saibam disso. Como as EMEIEF’s ficaram muito tempo sem esses docentes, chegou o momento de “mostrar serviço”. Esses professores precisam demonstrar que sua presença na escola é relevante e que suas aulas são significativas para os alunos, pois só assim conseguirão convencer a todos da importância da Educação Física nas escolas. 125 Se isso ocorrer, as chances da realização de um concurso público para efetivação dos professores de Educação Física só aumentarão e os professores poderão fazer planejamentos a longo prazo, já que não precisarão deixar os alunos após os dois anos de exercício. Além disso, como os docentes são contratados por período determinado, a qualquer momento essa “inserção” pode ser rompida, principalmente, ao final do mandato do atual governo. Entende-se que muitas mudanças se fazem necessárias. Ainda que não exista nenhuma garantia da permanência dos professores de Educação Física na rede, deve-se considerar que um grande passo já foi dado com essa implantação dos professores especialistas em todas as EMEIEF’s, pois da forma como estava não era possível permanecer. A responsabilidade agora é dos professores de Educação Física que precisam, a partir da prática pedagógica cotidiana, esclarecer e disseminar o papel e a importância da Educação Física no âmbito escolar, justificando a necessidade de sua existência e permanência para que a Secretaria Municipal de Educação de Santo André, caso não realize um concurso público para efetivação dos professores de Educação Física, mantenha, pelo menos, a contratação dos especialistas por período determinado. Se esses docentes conseguirão fazer isso, já é uma outra questão que merece ser investigada, no sentido de levantar informações acerca da organização das aulas de Educação Física com os especialistas, verificando se ocorreram, ou não, mudanças após a sua inserção, o que poderá ser analisado por outros pesquisadores no futuro. Esta pesquisa poderá servir como ponto de partida para esses novos questionamentos. 126 REFERÊNCIAS ARRIBAS, T. L. A educação física de 3 a 8 anos. Tradução: Fátima Murad. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, supl. 4, p. 53-60, 2001. AZEVEDO, A. A. de; SUASSUNA, D.; DAÓLIO, J. Aspectos socioantropológicos do esporte. In: Comissão de Especialistas de Educação Física do Ministério do Esporte (Orgs.). Esporte e sociedade. 2. ed. Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distancia, 2004. cap. 2, p. 59-97. BARBOSA, C. L. de. 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WOOD, D.; Como as crianças pensam e aprendem. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 1996. 136 APÊNDICE A – Ofício auto-explicativo para distribuição dos instrumentos da pesquisa destinado ao Responsável das unidades escolares AMC - Serviços Educacionais S/C Ltda Caro (a) Diretor (a), Rua Taquari, 546 - Mooca - São Paulo -SP CEP 03166-000 PABX: 6099-1999 - FAX: 6099-1692 Sou Professora de Educação Física, Raquel Stoilov Pereira, estudante do curso de Mestrado em Educação Física, do Programa de Pós-graduação da Universidade São Judas Tadeu, e, como parte das exigências de um Mestrado, necessito realizar uma pesquisa para gerar uma Dissertação, a fim de obter o título de Mestre em Educação Física. O objetivo geral desta pesquisa é verificar todo o processo de organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental, nas escolas públicas municipais de Santo André, a partir de um levantamento de informações junto aos professores das respectivas séries. Essas informações práticas justificam a necessidade de investigação em meu trabalho. É preciso deixar claro que será preservada sua identidade, da escola e de seus professores, pois os dados serão apresentados com a maior confiabilidade e fidedignidade possível, mantendo sempre os dados pessoais em sigilo, conforme nos determina o rigor científico de um trabalho acadêmico. Observe que neste envelope há 08 questionários iguais, que devem ser distribuídos para 2 professores de cada série, de 1ª a 4ª do ensino fundamental. Assim, solicitamos que encaminhe a 2 professores diferentes de cada série para responder às perguntas. Nos respectivos questionários já existem todas as informações necessárias para o preenchimento, não havendo nenhuma obrigação de vossa parte em auxiliá-los nesse quesito. Com isso, pedimos que após o devido preenchimento dos oito questionários, que os mesmos sejam encaminhados de volta à Secretaria de Educação (no mesmo envelope em que vieram) para que as informações sejam tabuladas. Se após a leitura das instruções ainda houver dúvidas a respeito da pesquisa ou dos procedimentos necessários, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco, por e-mail [email protected] ou pelo celular (11) 9745-2642, falar com Profª Raquel. Agradecemos antecipadamente sua colaboração. Atenciosamente, __________________________________ Profª. Raquel Stoilov Pereira Aluna do mestrado em Educação Física da USJT ___________________________________ Profª. Dra. Vilma Lení Nista-Piccolo Orientadora da Pesquisa Via do (a) Diretor (a) 137 APÊNDICE B – Informativo e instruções de preenchimento dos instrumentos da pesquisa aos Professores Polivalentes AMC - Serviços Educacionais S/C Ltda Rua Taquari, 546 - Mooca - São Paulo -SP CEP 03166-000 PABX: 6099-1999 - FAX: 6099-1692 Caro (a) Professor (a), Sou Professora de Educação Física, Raquel Stoilov Pereira, estudante do curso de Mestrado em Educação Física, do Programa de Pós-graduação da Universidade São Judas Tadeu, e, como parte das exigências de um Mestrado, necessito realizar uma pesquisa para gerar uma Dissertação, a fim de obter o título de Mestre em Educação Física. O objetivo geral desta pesquisa é verificar todo o processo de organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental, nas escolas públicas municipais de Santo André, a partir de um levantamento de informações junto aos professores das respectivas séries. Essas informações práticas justificam a necessidade de investigação em meu trabalho. Caso não tenha interesse em participar desta pesquisa, apenas não inicie o preenchimento dos questionários, passando a outro professor da mesma série para que ele o faça, não havendo nenhum prejuízo a sua pessoa, por conta disso. Tranqüilize-se quanto à preservação de sua identidade e da escola, bem como de suas respostas, pois os dados serão apresentados com a maior confiabilidade e fidedignidade possível, mantendo sempre em sigilo os dados pessoais dos participantes, conforme determina o rigor científico dos trabalhos acadêmicos. Se após a leitura das instruções ainda houver dúvidas a respeito da pesquisa ou dos procedimentos necessários, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco, por e-mail [email protected], ou pelo celular (11) 9745-2642, falar com Profª Raquel. Sua maior contribuição para esta pesquisa será respondendo as questões da forma mais completa e verdadeira possível, aproximando-nos ao máximo de sua realidade docente, para que juntos busquemos soluções adequadas visando uma EDUCAÇÃO melhor aos nossos alunos. Agradecemos antecipadamente sua colaboração. Atenciosamente, __________________________________ Profª. Raquel Stoilov Pereira Aluna do mestrado em Educação Física da USJT ____________________________________ Profª. Dra. Vilma Lení Nista-Piccolo Orientadora da Pesquisa Via do (a) Professor (a) 138 INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO 1º) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Para garantir e reforçar o esclarecimento e entendimento das intenções deste estudo, bem como todos os seus direitos como participante de uma pesquisa, existe o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual deve ser lido e preenchido, mantendo uma das cópias em seu poder. 2º) Avaliação de Recursos Materiais e Infra-estrutura Essas informações são fundamentais para conhecer os recursos e infraestrutura que a escola dispõe para o desenvolvimento das aulas. Assim, solicitamos que responda as questões da forma mais real e precisa que possível. 3º) Questão Dissertativa Há apenas uma pergunta em relação à sua opinião sobre a organização das aulas de Educação Física em sua escola, portanto, sinta-se à vontade em escrever o que pensa sobre a sua realidade, descrevendo as suas dificuldades e necessidades. Se achar necessário, utilize também o verso da folha. 139 APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos Professores Polivalentes TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO USJT – Universidade São Judas Tadeu TÍTULO DA PESQUISA: A Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental das escolas públicas municipais de Santo André: o olhar dos professores polivalentes Eu, ___________________________________, email_______________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade das pesquisadoras Raquel e Vilma, membros do curso de Mestrado em Educação Física, do Programa de Pós-graduação da Universidade São Judas Tadeu. Assinando este Termo, estou ciente de que: 1. O objetivo da pesquisa é verificar a organização das aulas de Educação Física nas séries da fase inicial do Ensino Fundamental nas escolas públicas municipais de Santo André; 2. Minha participação na pesquisa envolve, exclusivamente: o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, bem como da Avaliação de Infraestrutura e Recursos Materiais da escola e dissertação de uma única pergunta; 3. Não haverá prejuízos físicos e morais para minha pessoa, nem, tampouco, gastos de ordem financeira; 4. Estou livre para não aceitar a participar desta pesquisa, podendo apenas não preencher os questionários, passando a outro professor da mesma série; 5. Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo (nomes fictícios, por exemplo, PROFESSOR A) e os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do estudo supracitado, incluindo a publicação em literatura especializada; 6. Se julgar necessário, poderei entrar em contato com o responsável pela pesquisa, Profª Raquel, pelo telefone (11) 9745-2642 ou email [email protected]; 7. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir consciente e livremente sobre minha participação na referida pesquisa; 8. Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Santo André, ____ de ______________ de 2006. ________________________________ Assinatura do Voluntário __________________________________ Profª. Raquel Stoilov Pereira Aluna do mestrado em Educação Física da USJT __________________________________________ Profª. Dra. Vilma Lení Nista-Piccolo Orientadora da Pesquisa do Curso de Mestrado da USJT 140 APÊNDICE D – Questionário diagnóstico da infra-estrutura e recursos materiais da escola aplicado a Professores Polivalentes DADOS DO PROFESSOR Nome:_______________________________________________________________ 1. Idade: ( ) 20-30 anos ( ) 31-40 anos ( ) 41-50 anos ( ) acima de 51 anos 2. Formação/ habilitação: ( ) Magistério ( ) Licenciatura: ________ ( ) Pedagogia 3. Anos de conclusões dos cursos ____________________________________. 4. Tempo de exercício na rede municipal de Santo André _________ anos. 5. Tempo de exercício docente nesta escola: ( ) 0-2 anos ( ) 3-5 anos ( ) 6-10 anos ( ) 11-15 anos ( ) mais de 15 anos RECURSOS MATERIAIS DA ESCOLA A seguir existe uma relação de materiais que podem ser utilizados durante as aulas de educação física. Caso sua escola os tenha e você os utilize assinale com um “X”. ( ) arcos – bambolês ( ) banco sueco ( ) bastões ( ) colchões ( ) coletes ( ) cones ( ) cordas ( ) mini-tramp ( ) plintos Bolas: ( ) Borracha ( ) raquetes ( ) outros: __________________ ( ) Meia ( ) Plástico ( ) Ping-pong ( ) Tênis ( ) Futsal ( ) Handebol ( ) Vôlei ( )Basquete grande ( )Basquete pequena ( ) outras:_________ Jogos de salão: ( ) xadrez ( ) dama ( ) outros:_______ INFRA-ESTRUTURA DA ESCOLA 1-) Sua escola tem quadra? ( ) sim ( ) não 2-) Você a utiliza durante as aulas de educação física? ( ) sim ( ) não Em caso de sim, responda os itens abaixo. Essa quadra: É Coberta ou Descoberta: ( ) coberta ( ) descoberta Rede de Iluminação: ( ) tem e funciona ( ) tem, mas não funciona Como é o Piso: ( ) áspero ( ) escorregadio ( )não tem ( ) adequado Dimensão para as aulas: ( ) pequena ( ) apropriada ( ) muito boa Acessórios utilizados nas aulas: ( ) poste de vôlei ( ) tabela de basquete ( ) aro de basquete ( ) trave de gol 3-) Sua escola tem pátio? ( ) sim ( ) não 4-) Você pode utilizá-lo para as aulas de educação física? ( ) sim ( ) não 5-) Você o utiliza para as aulas de educação física? ( ) sim ( ) não Em caso de sim, responda os itens abaixo. Esse pátio é: É Coberto ou Descoberto: ( ) coberto ( ) descoberto Como é o Piso: ( ) áspero ( ) escorregadio ( ) adequado Dimensão para as aulas: ( ) pequena ( ) apropriada ( ) muito boa Espaço: ( ) é totalmente livre ( ) é passagem de alunos 6-) Existem espaços alternativos para as aulas de educação física? ( )sim ( )não ( ) piscina ( ) sala de ginástica ( ) sala de judô ( ) sala de vídeo ( )outros:_________ 141 APÊNDICE E – Questão aberta aplicada a Professores Polivalentes Como se dá a aula de Educação Física em sua escola? Conte-me como ela acontece. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 142 ANEXO A – Parecer emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu 143 ANEXO B – Identificação dos professores, levantamento de recursos materiais e infra-estrutura e descrição das unidades de registro de todas as escolas ESCOLA 1 QUADRO 1 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 1 IDENTIFICAÇÃO Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Ano de Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) 0-2 Tempo nesta unidade 3-5 Escolar (anos) 6-10 Prof A X X X 2003 3 X Prof B X X X 2000 7 Prof C X Prof D X X 1999 5 X ------X Prof E X X X 1995 10 X X X QUADRO 2 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA1 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Colchões Diversos Coletes Cones Cordas Mini-tramp Plintos Raquetes Borracha Meia Plástico Ping-pong Tênis Bolas Futsal Handebol Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez salão Dama Prof A X X X X Prof B X X X X X X X Prof C X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof D X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof E X X X X X X X X X X X X X 144 QUADRO 3 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 1 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra coberta ou Coberta descoberta? Descoberta Rede de iluminação Tem/ funciona Áspero Como é o Piso da quadra? Adequado Dimensão da quadra para as Apropriada aulas de Educação Física Acessórios utilizados nas Trave de gol aulas de Educação Física Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Escorregadio Como é o Piso do pátio? Adequado Dimensão do pátio para as Apropriada aulas de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E S S S S S S ---S S S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S X S S ---X X S S S X S S S X S S N X X X X X X X X X L X P X P X L X X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR1: “Uma vez por semana dispomos de 1 hora para as crianças participarem das aulas”. UR2: “Há um profissional especializado que dá as aulas [...]”. PROFESSOR B UR3: “As aulas de Educação Física são ministradas por uma professora com graduação nesta área”. UR4: “Elas ocorrem uma vez por semana e duram 45 minutos”. UR5: “Nossa escola é uma das poucas da rede municipal de Santo André que conta com o professor de Educação Física”. UR6: “Não percebi uma seqüência nas atividades e não foi um trabalho em parceria [...] A idéia do projeto é boa mas os objetivos devem ser partilhados com os professores das salas para serem adequados e melhor atenderem as necessidades específicas de cada classe”. 145 PROFESSOR C UR7: “A aula ocorre uma vez por semana, com duração de 45 minutos”. UR8: “É ministrada por uma professora graduada na área”. UR9: “Acho muito positivo ter um profissional especializado na escola, pois até então minhas aulas eram mais recreativas e faltava repertório e conhecimento da área”. UR10: “[...] acredito que ainda falta estabelecermos uma parceria para ampliarmos a parceria entre professora da sala e profª de Educação Física a fim de direcionarmos o trabalho em prol das necessidades e interesses do grupo”. PROFESSOR D UR11: “As aulas acontecem uma vez por semana em cinqüenta minutos”. UR12: “As aulas são discutidas entre a professora da sala e de educação física”. UR13: “Os alunos gostam muito e tem grande aproveitamento”. PROFESSOR E UR14: “A aula é dada por uma professora específica formada em Ed. Física (sic.)”. UR15: “A aula ocorre, geralmente na quadra, menos quando chove pois nestes dias fazemos no pátio”. 146 ESCOLA 2 QUADRO 4 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 2 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G Prof H 31-40 X X X X X Idade (anos) 41-50 X X ↑ 51 X Magist. X X X Formação Pedag. X X X X X X Licenc. X Conclusão (ano) 2005 2002 1968 1991 2004 2006 2001 1997 Tempo na Rede 1 1 15 3 25 18 3 3 Municipal (anos) Tempo 0-2 X X X X X X nesta unidade 11-15 X escolar (anos) ↑ 16 X QUADRO 5 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 2 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Colchões Diversos Coletes Cones Cordas Mini-tramp Plintos Raquetes Borracha Meia Plástico Ping-pong Tênis Bolas Futsal Handebol Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez Salão Dama A X X X X X X X B X X X X X X X X X X X C X X X X X X X X PROFESSORES D E X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X F X X X X X X X X X G X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X H 147 QUADRO 6 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 2 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra coberta ou descoberta? Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Coberta Descoberta Tem/ funciona Áspero Apropriada Muito boa Poste vôlei Acessórios utilizados nas Tabela aulas de Educação Física Aro Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Áspero Como é o Piso do pátio? Adequado Dimensão do pátio para as Apropriada aulas de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Piscina Espaços alternativos Sala de ginástica utilizados nas aulas Sala de judô de Educação Física Sala de vídeo A S S X B S S X X X X X X X X S S N X X X X X S S S X X X X L X P X X PROFESSORES C D E F S S S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S S S S S S S S S S X X X X X X X X X X X P P P P X X X X X X X X G S S X X X X X X X X X S S S X X X P X X H S S X X S S S X X X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR16: “A aula de Ed. Física ocorre 1x por semana (sic.)”. UR17: “Há uma Professora especialista”. UR18: “Em períodos de sol (Fev. e Março/ Nov. e Dez.) as aulas são de natação (somente serão de Educação Física se o tempo não for de sol)”. UR19: “A professora propõe várias brincadeiras adequadas a idade das crianças, competições, brincadeiras de rua”. UR20: “As crianças adoram”. PROFESSOR B UR21: “Existe profª (sic.) especialista na área”. 148 UR22: “As aulas acontecem uma vez por semana, com duração de 50 minutos”. PROFESSOR C UR23: “Existe uma professora especialista para as aulas de Educação Física em nossa escola”. UR24: “As aulas acontecem uma vez por semana e têm a duração de quarenta minutos”. UR25: “As aulas são feitas na quadra descoberta”. UR26: “Ocorrem jogos, brincadeiras, jogos cooperativos”. UR27: “Os alunos gostam”. PROFESSOR D UR28: “Existe uma professora especialista na área”. UR29: “Ela acontece uma vez por semana com duração de 50 minutos”. PROFESSOR E UR30: “Em nossa unidade escolar existe um profissional na área”. UR31: “As aulas acontecem uma vez por semana e têm a duração de cinqüenta minutos”. PROFESSOR G UR32: “Em nossa unidade Escolar, existe um professor especialista na área”. UR33: “As aulas acontecem 1 vez por semana tendo duração de aproximadamente 40 minutos”. 149 ESCOLA 3 QUADRO 7 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 3 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D 20-30 X 31-40 X X Idade (anos) 41-50 X ↑ 51 Magist. X Formação Pedag. X X X X Licenc. Conclusão (ano) 2004 1985 2000 1998 Tempo na Rede Municipal 7 5 2 7 (anos) Tempo nesta 0-2 X X X unidade escolar 6-10 X Prof E Prof F Prof G X X X X História 2001 6 X X Letras 1989 3 1992 3 X X X QUADRO 8 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 3 RECURSOS MATERIAIS Arcos D Banco Sueco I Bastões V Colchões E Coletes R Cones S Cordas O Mini-tramp S Plintos Raquetes Borracha Plástico Ping-pong B Tênis O Futsal L Handebol A Vôlei S Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 150 QUADRO 9 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 3 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra coberta ou descoberta? Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de Educação Física Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de Educação Física Sim/ Não Sim/ Não Coberta Descoberta Tem/ funciona Áspero Adequado Apropriada Muito boa Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Áspero Pequena Apropriada Livre/ Passagem Piscina Sala de ginástica Sala de judô Sala de vídeo A S S X X X X X X X X S N S X X X P X X B S N X X X X X S N N --X X PROFESSORES C D E S S S N S N X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S N S N N S N X X X X --X X X X X P X X X P X X F S S X G S S X X X X X X X X X X S N N X X X S S S X X --X X X P X X X X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR34: “Acontece apenas uma vez por semana com aula de 50 minutos”. UR35: “Tem professora específica da Rede Municipal, que faz parte de um projeto chamado ‘Corpo e Movimento’”. UR36: “No final do ano (mês de novembro) inicia-se a temporada da piscina, porém nem todos os alunos participam (por vários motivos) e ficam com a professora de classe”. UR37: “Enfim, há um gde (sic.) ganho com um especialista na área de Educação Física”. PROFESSOR C UR38: “[...] as aulas de educação física são dadas por uma professora especialista”. 151 UR39: “Observo que as atividades físicas são elaboradas e dadas de acordo com a faixa etária de cada grupo”. UR40: “Ainda que uma professora tente dar uma aula de educação física sem ser habilitada para isso, com certeza a aula não terá tanto efeito como se fosse dada por alguém habilitado, pois não sei quais são os movimento certos para ajudar no desenvolvimento da criança”. PROFESSOR D UR41: “A aula ocorre uma vez por semana, com duração de 45 minutos”. PROFESSOR E UR42: “As aulas de Ed. Física (sic.) fazem parte do projeto ‘Corpo e Movimento’ e são ministradas por uma professora habilitada”. UR43: “Elas ocorrem uma vez por semana”. PROFESSOR F UR44: “Os alunos adoram, se envolvem muito”. UR45: “[...] algumas vezes jogam futebol, outras jogos de competição”. PROFESSOR G UR46: “A aula acontece com uma professora especializada na área”. UR47: “[...] as crianças praticam brincadeiras/ esportes variados”. UR48: “[...] a temporada de piscina ocorre de março a junho e depois de outubro a dezembro”. 152 ESCOLA 4 QUADRO 10 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 4 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 41-50 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nesta unidade 3-5 escolar 6-10 (anos) ↑ 16 Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E X X X X X X X X X X X X X 2005 2 2004 6 1994 17 1996 7 2004 18 X Prof F X Prof G X X X Letras 2002 6 2001 5 X X X X X X QUADRO 11 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 4 RECURSOS MATERIAIS Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G Arcos X X X X X X X Banco Sueco X X X X X X X Bastões X X X X X X X Colchões X X X X X X X Diversos Coletes X X X X X X X Cones X X X X X X X Cordas X X X X X X X Mini-tramp X X X X X X X Plintos X X X X X X X Borracha X X X X X X X Meia X X X X X X X Bolas Futsal X X X X X X X Vôlei X X X X X X X Basquete grande X X X X X X X Basquete pequena X X X X X X X 153 QUADRO 12 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 4 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra coberta ou descoberta? Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de Educação Física Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de Educação Física Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF PROFESSORES C D E S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X Sim/ Não Sim/ Não Coberta Descoberta Tem/ funciona Áspero Apropriada A S S X X X X X B S S X X X X X Poste vôlei Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Adequado Apropriada X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X Livre/ Passagem Piscina P X P X P X P X F S S X X X X X G S S X X X X X X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X P X P X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR49: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas dessa disciplina”. PROFESSOR B UR50: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas desta disciplina”. PROFESSOR C UR51: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas dessa disciplina”. PROFESSOR D 154 UR52: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas desta disciplina”. PROFESSOR E UR53: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas dessa disciplina”. PROFESSOR F UR54: “Há uma professora de Educação Física que ministra estas aulas”. UR55: “Durante o verão, as aulas são feitas na piscina e no inverno ou dias de chuva, as aulas são na quadra ou no pátio”. PROFESSOR G UR56: “Existe uma professora formada em Educação Física que ministra as aulas dessa disciplina”. ESCOLA 5 QUADRO 13 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 5 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G 20-30 X X Idade (anos) 31-40 X X X 41-50 X X Magistério X X X X Formação Pedagogia X X X X X C. Sociais Ciênc. Licenciatura Sociais EFEscolar Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nesta 6-10 unidade ↑ 16 l 2000 1 1999 10 2004 17 X 2004 7 6 X X X X 1996 6 2002 4 X X 155 QUADRO 14 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 5 RECURSOS MATERIAIS Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G Arcos X X X X X X X Banco Sueco X Bastões X X X Colchões X X X X X X X Diversos Coletes X X X X X Cones X X X X X X X Cordas X X X X X X X Mini-tramp X X Plintos X Borracha X X X X X X X Meia X X X X X Plástico X X X X Bolas Futsal X X X X X Handebol X X X X X Vôlei X X X X X X X Basquete grande X X X X Basquete pequena X X X X X Jogos de Xadrez X X X X X Salão Dama X X X X X QUADRO 15 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 5 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de EF Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF A S S X X X B S S X Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Áspero Adequado Apropriada Muito boa Tabela Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Escorregadio Apropriada S S N X X X X X S S N X X X Livre/ Passagem Piscina P X P X UNIDADES DE REGISTRO X X X X PROFESSORES C D E S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S S S S S S N X X X X X X X X X P X P X P X F S S X G S S X X X X X X X X S S S X X X X X S S S X X X P X P X 156 PROFESSOR A UR57: “Com uma professora específica”. UR58: “[...] ela ministra as aulas 1 vez por semana”. PROFESSOR B UR59: “Acontece uma vez por semana”. UR60: “[...] no período de calor as aulas são realizadas na piscina e no inverno na quadra coberta”. PROFESSOR C UR61: “As aulas são ministradas por uma professora de Educação Física”. UR62: “No outono e inverno - as aulas são ministradas na quadra [...]” UR63: “[...] são trabalhados jogos cooperativos, participativos, circuitos, competições individuais e equipes [...] Desenvolvem-se, também, atividades prédesportivas de vôlei, basquete e futebol”. UR64: “Primavera e verão – as aulas são livres para que os alunos descubram o meio aquático e outras são direcionadas [...] Procura-se desenvolver, nos alunos, os movimentos próprios da natação como: respiração, craw, nado frente e costas e etc”. PROFESSOR D UR65: “Temos uma professora de Educação Física”. UR66: “[...] atende cada turma, uma vez por semana, em aulas de 1 hora”. UR67: “Na época do verão ocorrem as aulas de NATAÇÃO e nas estações mais frias ocorrem as aulas de Educação Física, geralmente na quadra da escola”. PROFESSOR E UR68: “Não sou eu quem ministro as aulas, temos uma professora de EF (sic.)”. PROFESSOR F 157 UR69: “A aula de educação física é planejada e ministrada pela professora de Ed. Física (sic.)”. UR70: “Durante o 1º bimestre e o 4º bimestre, as aulas de Ed. Física (sic.) acontecem na piscina do CESA [...]”. UR71: “[...] na piscina [...] as crianças fazem recreação”. UR72: “As aulas na quadra são na maioria com bola: futebol para os meninos e volei (sic.) para as meninas”. UR73: “Acredito na importância da Educação física p/ as crianças e ter um profissional da área para planejar, organizar e ministrar estas aulas é um ganho ainda maior para as crianças”. PROFESSOR G UR74: “As aulas de Educação Física são ministradas por uma professora específica com formação para tal”. UR75: “A professora sempre utiliza materiais diversos nas aulas, faz circuitos, percursos e também brincadeiras livres”. ESCOLA 6 QUADRO 16 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 6 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Ano de Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) 0-2 Tempo nesta unidade 3-5 Escolar (anos) ↑ 16 Prof A Prof B X X X Prof D X X Ed. Física 1996 15 X Prof C X 2005 6 X X X X 2000 5 1995 19 X X 158 QUADRO 17 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 6 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Colchões Diversos Coletes Cones Cordas Mini-tramp Plintos Raquetes Borracha Meia Plástico Ping-pong Tênis Futsal Bolas Handebol Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof B X X Prof C X X Prof D X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 18 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 6 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra coberta ou Coberta descoberta? Descoberta Rede de iluminação Tem/ funciona Como é o Piso da quadra? Áspero Dimensão do espaço para Muito boa as aulas de EF Acessórios utilizados nas Tabela aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão para as aulas Apropriada de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Piscina utilizados nas aulas Sala de ginástica de Educação Física Sala de vídeo Prof A S S X X X X X Prof B S S X X X X X Prof C S S X X X X X Prof D S S X X X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X S S S X X P X X X P X X P X X L X X X 159 160 UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR76: “As aulas de Educação Física acontecem semanalmente sendo 1 aula de 50 min com as classes de Ens. Fundamental (sic.)”. UR77: “As aulas de Educação Física acontecem, na piscina (meses 02, 03, 04, 10, 11 2 12). Nos demais meses ou dias onde o tempo está ruim, as aulas acontecem nas quadras, pátio ou sala de vídeo”. UR78: “As aulas de Educação Física acontecem, na temporada de piscina [...] com recreação aquática”. UR79: “São aulas que exploram o espaço, os materiais, a criatividade dos alunos. Durante o ano, não houve nenhuma aula daquelas chamadas ‘livres’”. UR80: “As crianças participam ativamente das aulas propondo e solicitando brincadeiras aprendidas”. PROFESSOR B UR81: “As aulas de Educação Física acontecem semanalmente”. UR82: “Há professora específica da área”. PROFESSOR C UR83: “As aulas de Educação Física são semanais, com duração de 50 minutos”. UR84: “As aulas são ministradas por profissionais da Educação Física”. ESCOLA 7 QUADRO 19 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 7 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 41-50 Magistério Formação Pedagogia Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) ↑ 16 Prof A Prof B X X X 1980 28 X X 2000 1 X Prof C X X 2002 1 X Prof D Prof E X X X 1989 1 X X X 1996 8 X Prof F X X X 2006 1 X 161 QUADRO 20 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 7 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Diversos Colchões Coletes Cones Cordas Plintos Borracha Meia Futsal Bolas Handebol Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Salão Dama Prof A X X X X X X X Prof B X Prof C X Prof E X X Prof F X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof D X X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 21 - Infra-estrutura da ESCOLA 7 apresentada pelos professores INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão do espaço para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão para as aulas de Educação Física Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Áspero Adequado Apropriada Muito boa Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Adequado Pequena Apropriada Livre/ Passagem Piscina Sala de vídeo A S S X X X X X X X S S N X X X P X B S S X X X X PROFESSORES C D S S S S X X X X X E S S X X X X X X X X F S S X X X X X S S S X X S S S X X X S S S X X X S S S X X X P X X P X X P X X P X X X X X S S S X X X P X 162 UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR85: “As aulas de Educação Física acontecem com professora específica que desenvolveu um projeto durante o ano”. UR86: “Neste ano a professora deu ênfase para brincadeiras, jogos cooperativos, cantigas de roda etc”. UR87: “Nos meses de março e abril e a partir de outubro as crianças freqüentam a piscina no horário da aula’”. UR88: “Os alunos gostam muito da aula e das atividades desenvolvidas pela professora [...]”. PROFESSOR B UR89: “As aulas são ministradas por uma profª especialista na área”. UR90: “As aulas acontecem uma vez por semana 1h/a”. UR91: “No verão elas têm natação, nas outras estações a profª (sic.) utiliza a quadra coberta, e nos dias de muito frio e chuva, o pátio da escola”. PROFESSOR C UR92: “As aulas de Ed. Física (sic.) são realizadas com uma professora especializada”. UR93: “A aula acontece uma vez por semana e tem duração de 50 minutos”. UR94: “A professora [...] realiza várias brincadeiras (peteca, corda, gincanas, etc) jogos com bolas, músicas e aulas na piscina (recreação)”. PROFESSOR D UR95: “As aulas de Educação Física em minha escola é dada por um profissional habilitado”. UR96: “Os alunos participam sempre com muito interesse e entusiasmo”. 163 PROFESSOR E UR97: “[...] os alunos saem da sala de aula e vão para a aula de Educação Física ou natação com outra professora contratada pela Prefeitura para desenvolver este tipo de atividade”. PROFESSOR F UR98: “A aula de Educação Física, na unidade escolar onde atuo, é dada por uma professora habilitada em tal disciplina”. UR99: “Ao meu ver, as aulas de Educação Física assumiram uma postura muito interessante, pois vem concebendo a criança como um ser global (corpo e cérebro) e que precisa desenvolver habilidades físicas-corporais a partir do descobrimento de seu corpo, de modo que a ‘cultura–corporal’ é plenamente trabalhada em todas as dimensões, [...] [pois] cada vez mais vem sido percebido a necessidade de trabalhar o corpo como algo que produz cultura”. ESCOLA 8 QUADRO 22 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 8 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G 20-30 X Idade (anos) 31-40 X X X 41-50 X X X Magistério X X X X X X Formação Pedagogia X X X X X X X Licenciatura Química Ciências Conclusão (ano) 1995 1992 2001 2000 2004 2004 2004 Tempo na Rede Municipal 14 6 6 4 14 16 16 (anos) Tempo nesta 0-2 X unidade 3-5 X X escolar 6-10 X (anos) 11-15 X X X 164 QUADRO 23 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 8 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Bastões Diversos Colchões Coletes Cordas Raquetes Borracha Ping-pong Bolas Futsal Vôlei Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X Prof B X Prof C Prof D Prof E Prof F X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 24 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 8 PROFESSORES INFRA-ESTRUTURA A B C D E Escola tem quadra? Sim/ Não S S S S S Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não S S S S S Quadra Descoberta X X X X X Rede de iluminação Não tem X X X X Como é o Piso da quadra? Áspero X X X X X Dimensão do espaço para Apropriada X X X as aulas de EF Muito boa X Acessórios utilizados nas Tabela X X X X aulas de Educação Física Trave X X X X X Escola tem pátio? Sim/ Não S S S S S Pode ser utilizado? Sim/ Não S N S S S Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não S N S S S Pátio Coberto X X X X X Como é o Piso do pátio? Áspero X X X X X Dimensão para as aulas Pequena X X X X X de Educação Física Espaço Prof G Apropriada Livre/ Passagem P P P P P X X X X X X F S S X X X G S S X X X X X S S S X X X X S S S X X X P X P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR100: “Durante as aulas são desenvolvidos jogos competitivos ou brincadeiras livres”. UR101: “Esporadicamente os alunos ensaiam coreografias no horário das aulas”. UR102: “Sentimos a necessidade de um profissional especializado na área”. 165 PROFESSOR B UR103: “[...] os alunos se dividiam em jogos competitivos (futebol) na quadra, pular corda individualmente e também em grupos e brincadeiras de modo geral”. UR104: “Tem-se a descaracterização do trabalho de movimento corporal que deve ser efetivado nas escolas [...]”. UR105: “[...] sentimos a necessidade de um profissional especialista para ministrar essas aulas”. PROFESSOR C UR106: “As aulas de Educação Física ocorrem semanalmente (1 hora semanal)”. UR107: “Seria importante que houvesse a atuação de um profissional especialista na área de Educação Física de forma a atender as necessidades de nossos alunos e desenvolver, efetivamente, suas habilidades corporais”. PROFESSOR D UR108: “Ocorre uma vez por semana”. PROFESSOR E UR109: “Na quadra ela acontece uma vez por semana”. UR110: “São propostos jogos cooperativos e competitivos, brincadeiras com regras ou livres, circuito de atividades e dança”. PROFESSOR F UR111: “Uma vez por semana durante 1 hora”. PROFESSOR G UR112: “Durante 1 hora”. UR113: “Brincadeiras livres e dirigidas como: corda, bola, futebol, queimada, pega-pega, etc...”. 166 ESCOLA 9 QUADRO 25 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 9 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Ano de Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 6-10 Prof A Prof B X Prof C X Prof D X Prof E X X X X X 2001 3 X 1999 3 X X X 2001 3 X Psicologia 1993 16 1999 3 X X QUADRO 26 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 9 RECURSOS MATERIAIS Arcos Colchões Diversos Cordas Raquetes Borracha Plástico Bolas Ping-pong Vôlei Basquete pequena Jogos de Xadrez salão Dama Prof A X X X X X X X X X X X Prof B X X Prof C X X X X X X X Prof D X X X X X X X X X X X Prof E X X X X 167 QUADRO 27 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 9 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Descoberta Rede de iluminação Não tem Como é o Piso da quadra? Áspero Dimensão do espaço para Pequena as aulas de EF Acessórios utilizados nas Trave de gol aulas de Educação Física Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Pequena Dimensão para as aulas Apropriada de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Prof A N N Prof B S S X X X X Prof C N ---- X S S N X X S S S X S S N X X X X P X Prof D S N X X X X Prof E S N X X X X X X S S S X X X S S S X X P X P P X X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR114: “Após o início da reforma da quadra não houve mais aula de educação física, devido a falta de espaço [...]”. PROFESSOR B UR115: “A aula acontecia na quadra”. UR116: “[...] desenvolvia atividades lúdicas voltadas à prática esportiva”. PROFESSOR C UR117: “Após o início da reforma da quadra não houve mais aula de educação física, devido a falta de espaço [...]”. PROFESSOR D UR118: “Como nós mesmas, sem a formação nesta área, somos as profª de educação física, cada uma organiza-se para tais atividades”. 168 UR119: “No meu caso registramos regras de alguns jogos possíveis e depois os praticamos como: base 5, artilheiro, pique bandeira”. UR120: “Na época da Copa houve um campeonato de futebol realizado no estacionamento”. PROFESSOR E UR121: “Realmente não acontece”. UR122: “[...] às vezes as acrianças acabam pulando corda e usando a bola para outras atividades”. ESCOLA 10 QUADRO 28 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 10 IDENTIFICAÇÃO Prof A 20-30 31-40 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade escolar (anos) 0-2 Idade (anos) Prof B X X X X X 2005 6 X 2004 1 X Prof C X X X Psicologia 1996 3 X QUADRO 29 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 10 RECURSOS MATERIAIS Arcos Colchões Diversos Cones Cordas Borracha Meia Plástico Ping-pong Bolas Tênis Vôlei Basquete grande Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X Prof B X X X X X X X X X X X X X X X Prof C X X X X X X X X X X X X 169 QUADRO 30 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 10 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Coberta Rede de iluminação Tem/ funciona Áspero Como é o Piso da quadra? Adequado Dimensão do espaço para Apropriada as aulas de EF Muito boa Tabela Acessórios utilizados nas Aro aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Escorregadio Como é o Piso do pátio? Adequado Dimensão para as aulas Pequena de Educação Física Apropriada Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Outros Prof A S S X X X Prof B S S X X Prof C S S X X X X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X P X X P X gramado X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR123: “A aula é simples porque eu sou formada em pedagogia [...]”. UR124: “[...] faço brincadeiras de queima, futebol, batata quente, lencinho branco, pega-pega, corrida e jogos competitivos de equipe e jogos cooperativos”. PROFESSOR B UR125: “A aula é simples”. UR126: “Aprecio fazer, no início da aula, um breve aquecimento correndo e andando pela quadra e em seguida realizo algum jogo”. PROFESSOR C UR127: “No pátio realizamos circuitos, brincadeiras de roda (corre cotia) e atividades de normalização (andar em linha, pular poças). Na quadra utilizamos atividades perceptivo-motoras, onde o espaço é ótimo como: correr, pular, saltitar, 170 pegar e jogar bola. Já o flexionar, rolar, subir e descer, utilizamos a rampa com grama que é perfeita”. UR128: “As crianças adoram participar das atividades recreativas, envolvendo corpo e movimento [...]”. ESCOLA 11 QUADRO 31 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 11 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Pedagogia Formação Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) 0-2 Tempo nesta unidade 3-5 escolar (anos) 6-10 ↑ 16 Prof A Prof B X X X X 1996 10 1994 11 Prof C Prof D X X X X X Ed. Física 1991 20 X Cien. Sociais 1991 14 Prof E Prof F X X X X X 1989 20 1997 6 X X X X X X QUADRO 32 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 11 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Borracha Ping-pong Futsal Bolas Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X Prof B X X X X X X X X X X X X Prof C X X X X X X X X X Prof D X X X X Prof E X X X X X X X X X Prof F X X X X X X X X X X X X X X 171 QUADRO 33 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 11 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão do espaço para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão para as aulas de Educação Física Espaço Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Áspero Adequado Apropriada Poste vôlei Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Áspero Escorregadio Pequena Apropriada Livre/ Passagem A S S X X B S S X X X X X X X X S N S X X X X X S S S X X X X P X P PROFESSORES C D S S S S X X X X X X E S S X X X F S S X X X X X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X X S S S X X X X S S S X X X X X X X X X P P P P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR129: “Como não possuo formação específica em Educação Física, procuro utilizar de jogos, circuitos e competições”. UR130: “Sinto a necessidade da presença de um profissional de Educação Física, para que o mesmo possa desenvolver atividades mais específicas”. PROFESSOR B UR131: “Temos uma hora por semana para usar a quadra”. UR132: “As aulas se restringem em brincadeiras, atividades competitivas e cooperativas, jogos e gincanas”. PROFESSOR C UR133: “[...] o horário de utilização da quadra fica restrito a 1 hora por semana para cada turma”. 172 UR134: “As aulas normalmente giram em torno de brincadeiras, competições e atividades cooperativas”. PROFESSOR D UR135: “Cada professor possui um horário por semana”. UR136: “A maioria utiliza-se de materiais como: bambolê, corda, colchão, etc para elaborar circuitos. Em outros momentos abordam jogos em grupo, como queimada e futebol”. UR137: “[...] muitas são as atribuições ao professor polivalente, e muitas vezes o mesmo se julga despreparado para realizar tal trabalho”. PROFESSOR E UR138: “[...] semanalmente cada professor tem o período de 1 hora na quadra”. UR139: “A maioria dos professores utilizam-se de jogos (competitivos ou cooperativos), circuitos com elementos ou atividades livres”. UR140: “[...] o professor polivalente não tem condições de executar um trabalho efetivo nesta área, pois muitas são as atribuições deste professor”. PROFESSOR F UR141: “As aulas normalmente se restringem a brincadeiras, competições competitivas ou cooperativas e gincanas com o uso de cordas, bambolês e bolas”. ESCOLA 12 QUADRO 34 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 12 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 6-10 Prof A X X Deficiência Mental 2005 1 X Prof B Prof C X X X Psicologia 1996 10 X 2000 3 X 173 QUADRO 35 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 12 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Borracha Plástico Futsal Bolas Vôlei Basquete grande Basquete pequena Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X Prof B X X X X X Prof C X X X X X X X X X X X QUADRO 36 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 12 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Descoberta Rede de iluminação Não tem Como é o Piso da quadra? Áspero Dimensão do espaço para Pequena as aulas de EF Apropriada Poste vôlei Acessórios utilizados nas Tabela aulas de Educação Física Aro Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão para as aulas Pequena de Educação Física Apropriada Espaço Livre/ Passagem Prof A S S X X X X Prof B S S X X X X X X X S S S X X X X X X X X S S S X X X P P Prof C S S X X X X X X X X S S S X X X P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR142: “[...] não há a aula de forma sistemática, o que se desenvolve são atividades lúdicas em que tentamos dar conta do mínimo necessário de atividades físicas organizadas”. 174 PROFESSOR B UR143: “As aulas acontecem de maneira recreativa, sem competição. São jogos cooperativos, atividades com bola: queimada, futebol, volei, (sic.) basquete”. ESCOLA 13 QUADRO 37 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 13 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) ↑ 51 Formação Pedagogia Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 3-5 Prof A Prof B X X 1998 --- X X 2003 3 X Prof C X X 2001 3 X X QUADRO 38 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 13 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Borracha Bolas Meia Vôlei Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X X X Prof B X X X Prof C X X X X X X 175 QUADRO 39 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 13 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Descoberta Rede de iluminação Não tem Áspero Como é o Piso da quadra? Adequado Dimensão do espaço para Pequena as aulas de EF Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão para as aulas Pequena de Educação Física Espaço livre ou passagem Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Prof A S --X X X Prof B S S X X Prof C S S X X X X X X S S S X X X S S N X X X S N N P L X P X X X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR144: “Realizamos as atividades na quadra, uma vez por semana”. UR145: “Ocorrem brincadeiras de diversos tipos como pular corda, jogar vôlei, queimada, caça ao tesouro, encher garrafas de água (equipes), passar bola, jogar bolas com tacos”. PROFESSOR C UR146: “[...] realizamos jogos e brincadeiras como: queima, futebol, corda, entre outras”. 176 ESCOLA 14 QUADRO 40 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 14 IDENTIFICAÇÃO Prof A Idade 31-40 (anos) 41-50 X Magistério X Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) 1982 Tempo na Rede Municipal (anos) 26 Tempo 0-2 nessa 3-5 unidade 6-10 escolar 11-15 (anos) ↑ 16 X Prof B X X Psicologia 1992 17 Prof C Prof D Prof E X X X Prof F X X X ---28 X 1990 19 X 1984 28 Artes 1995 17 X X X X QUADRO 41 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 14 RECURSOS MATERIAIS Arcos Colchões Diversos Cones Cordas Raquetes Borracha Meia Plástico Ping-pong Bolas Futsal Handebol Vôlei Basquete grande Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X Prof B X X Prof C X X X X X Prof D X X Prof E X Prof F X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 177 QUADRO 42 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 14 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão do espaço para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão para as aulas de Educação Física Espaço Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Adequado Apropriada Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Áspero Escorregadio Pequena Apropriada Livre/ Passagem A S S X X X X B S S X X X X X X X X S S N X X X S N N PROFESSORES C D S S S S X X X X X X X X X X X S S N X X X X P P X X X N ----- E S S X X X X F S S X X X X X X X S N S X X X X S N --- X X L UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR147: “Não se dá”. PROFESSOR B UR148: “As aulas envolvem brincadeiras, competições, recreações”. UR149: “O ideal é ter um professor de educação física na escola, pois é um profissional capacitado”. PROFESSOR C UR150: “Duas vezes por semana, no período de aula. São 40 min. (sic.) em cada dia”. PROFESSOR E UR151: “As aulas de Ed. Física ocorrem duas vezes por semana e são de 35’ cada (sic.)”. 178 ESCOLA 15 QUADRO 43 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 15 IDENTIFICAÇÃO Idade (anos) 41-50 Magistério Formação Pedagogia Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nessa unidade 11-15 escolar (anos) ↑ 16 Prof A X X 1989 17 Prof B X X X --19 X X Prof C X Prof D X X 1985 20 X 1988 24 X X QUADRO 44 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 15 RECURSOS MATERIAIS Prof A Prof B Prof C Prof D Arcos X X Bastões X Diversos Colchões X X X X Cones X Cordas X X Borracha X Meia Bolas X Plástico X Jogos de Xadrez X Dama Salão X 179 QUADRO 45 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 15 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Descoberta Rede de iluminação Não tem Como é o Piso da quadra? Áspero Dimensão do espaço para Pequena as aulas de EF Apropriada Tabela Acessórios utilizados nas Aro aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Escorregadio Como é o Piso do pátio? Adequado Pequena Dimensão para as aulas Apropriada de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Prof A S S X X X X Prof B S S X X X Prof C S S X X X Prof D S S X X X X X X X S N S X X X X X S S S X X X X S N S X X X S S S X X X X X P X P X X P X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR152: “As crianças vão para a quadra, realizam jogos, competições entre elas, queimadas, futebol, etc, mais nada que envolvam regras ou um trabalho corporal mais elaborado”. UR153: “Realmente faz-se necessário e de grande valia um professor especializado para realizar este trabalho de forma certa e competente” UR154: “[...] não temos conhecimento das teorias e nem mesmo da prática junto às crianças” PROFESSOR B UR155: “Eu deixo as crianças brincarem de futebol no pátio livremente e também alguns momentos faço circuito e jogos dirigidos”. 180 PROFESSOR C UR156: “O próprio professor responsável pela turma ministra as aulas de educação física”. PROFESSOR D UR157: “Fica a critério de cada professor. Percebo que na maioria das vezes as crianças brincam livremente com bola, e os professores apenas observam”. ESCOLA 16 QUADRO 46 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 16 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G 20-30 X X Idade (anos) 31-40 X X X X X Magistério X X X X Formação Pedagogia X X X X X X Licenciatura Letras Conclusão (ano) 2005 1994 2001 2003 1987 --1989 Tempo na Rede Municipal (anos) 6 16 2 2 21 18 16 Tempo 0-2 X X nessa unidade 6-10 X escolar (anos) 11-15 X X X X QUADRO 47 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 16 RECURSOS MATERIAIS Arcos Colchões Diversos Coletes Cones Cordas Raquetes Borracha Futsal Handebol Bolas Vôlei Basquete grande Basquete pequ. Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A Prof B Prof C Prof D X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof E Prof G X X Prof F X X X X X X X X X X X X X X X 181 QUADRO 48 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 16 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Ádequado Apropriada Muito boa Tabela Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Áspero Pequena Dimensão do pátio para as Apropriada aulas de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Outros A S S X X X X B S S X X X X X X S S S X X X X X S N N X X PROFESSORES C D E F S S S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S S N N S S S S S S X X X X X X X X X G S S X X X X X X S S N X X X X P L grama P P grama X P X X P P grama grama UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR158: “Os jogos são os seguintes: queima, futebol, lencinho branco, pegapega, batata-quente, castelo, jogos cooperativos em grupos e jogos competitivos em grupo”. PROFESSOR B UR159: “Constam 2 aulas semanais com horário organizados pela direção da Escola”. PROFESSOR C UR160: “Dedico na minha rotina escolar 2 aulas, com 40 minutos cada, para prática de Educação Física”. UR161: “[...] procuro trabalhar jogos, brincadeiras, modalidades de esportes”. UR162: “[...] não possuo formação específica nessa área”. 182 PROFESSOR D UR163: “[...] por não ter formação específica, as aulas são ‘simples’ [...]. E acabam se tornando muito repetitivos, por falta de ‘idéias’”. UR164: “[...] jogos e brincadeiras como: queimada, batata-quente, futebol, lencinho branco [...] jogos cooperativos e competitivos.”. PROFESSOR F UR165: “Como sou formada em Pedagogia não em Ed. Física, me falta em muitos momentos idéias para diversificar e explorar ao máximo a potencialidade dos alunos”. UR166: “As crianças adoram estas aulas”. PROFESSOR G UR167: “Duas vezes por semana, em horário estipulado”. ESCOLA 17 QUADRO 49 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 17 IDENTIFICAÇÃO 31-40 Idade (anos) 41-50 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 6-10 Prof A Prof B X X X X ---10 1993 5 X X Prof C X Prof D X X X 1990 20 X Psicopedagogia 2002 5 meses X 183 QUADRO 50 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 17 RECURSOS MATERIAIS Arcos Banco Sueco Diversos Colchões Cordas Plintos Borracha Plástico Bolas Futsal Vôlei Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X Prof B Prof C X Prof D X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 51 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 17 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra coberta ou Coberta descoberta? Descoberta Rede de iluminação Não funciona Como é o Piso da quadra? Áspero Dimensão da quadra para as Apropriada aulas de EF Muito boa Acessórios utilizados nas Tabela aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão do pátio para as Pequena aulas de Educação Física Apropriada Espaço livre ou passagem? Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Outros Prof A S S X X X X X X X S S S X X X P X grama Prof B S S X X X X X Prof C S S X X X X X X X S N N X X X X S S S X X X X P X P X grama Prof D S S X X X X X X X S N S X X X L X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR168: “[...] temos um dia da semana para a quadra”. UR169: “[...] jogos direcionados ou jogos livres, movimentos com música, ensaios de danças comemorativas”. 184 UR170: “O nosso maior desafio é de conhecer as regras de certos jogos. Outro problema sério é saber como alunos com certas deficiências possam participar”. PROFESSOR B UR171: “Não há professor específico para esta área, o próprio professor da turma é quem dá a aula”. UR172: “No horário de quadra que acontece uma vez por semana, na duração de uma hora”. UR173: “[...] as crianças jogam futebol, brincam de corda, taco, pega-pega e outras”. PROFESSOR C UR174: “As atividades normalmente consistem em jogos e brincadeiras com regras. Em alguns momentos permito a recreação livre nos espaços”. ESCOLA 18 QUADRO 52 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 18 IDENTIFICAÇÃO 31-40 Idade (anos) ↑ 51 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nessa unidade 3-5 escolar (anos) 6-10 Prof A X Prof B X Prof C X Prof D Prof E X X X 1993 11 ---19 X X Psicopedagogia 1991 19 X X X 1977 27 X X X X X 1976 1 X 185 QUADRO 53 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 18 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Bastões Colchões Cordas Borracha Meia Plástico Ping-pong Bolas Futsal Handebol Vôlei Basquete grd. Basquete pequ. Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X Prof B X X X X X X X X X Prof C X Prof D X Prof E X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 54 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 18 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de Educação Física Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de Educação Física Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR B Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Adequado Pequena Apropriada Poste vôlei Tabela Aro Trave Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Escorregadio Adequado Pequena Muito boa Livre/ Passagem Sala de vídeo A S S X X X X X X S S N X X X P PROFESSORES B C D S S S S S N X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S S N S ---N S X X X X X X X X X P P P X X E S S X X X X X X X S S N X X L X 186 UR175: “São realizadas pela professora, embora ela não seja formada p/ este fim”. PROFESSOR C UR176: “[...] desenvolvi algumas atividades, [...], porém não de uma forma contínua e sim quando dava tempo”. UR177: “como não sou profissional da área específica sinto muita dificuldade e medo das crianças se machucarem”. ESCOLA 19 QUADRO 55 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 19 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 3-5 Prof A X Prof B X X X Psicopedagogia 1991 19 X X 1998 3 X QUADRO 56 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 19 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X X Prof B X X X X X QUADRO 57 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 19 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Áspero Dimensão do pátio para as Pequena aulas de Educação Física Espaço Livre/ Passagem Prof A N N S S S X X X Prof B N N S S N X X X P P 187 UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR178: “Neste dia, dou aulas de ginástica aeróbica com o grupo de alunos no pátio da escola e às vezes dou brincadeiras diversificadas como por exemplo, aulas de mímicas e exercícios físicos diversos”. PROFESSOR B UR179: “No início do ano tínhamos uma quadra externa, do outro lado da rua. A partir do mês de junho iniciou-se uma reforma nesta área para a construção de uma avenida e a quadra foi destruída”. UR180: “Como o pateo da escola é passagem de alunos e na frente das salas de aula atrapalha, não dei mais aulas de Ed. Física (sic.)”. UR181: “O espaço da U. E. (sic.) é muito debilitado para estas atividades”. ESCOLA 20 QUADRO 58 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 20 IDENTIFICAÇÃO 31-40 Idade (anos) 41-50 ↑ 51 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nessa unidade 6-10 escolar (anos) ↑ 16 Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G X X X X X X X X X X X X X X X Matem . ---1980 2004 1994 1993 1993 1994 20 25 26 15 18 14 20 X X X X X X X 188 QUADRO 59 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 20 RECURSOS MATERIAIS Prof A Arcos X Banco Sueco X Bastões X Diversos Colchões X Coletes Cones X Cordas X Borracha X Plástico X Futsal Bolas Handebol X Vôlei X Basquete grande X Basquete pequ. X Jogos de Xadrez Salão Dama Prof B Prof C Prof D X X X X X Prof E X Prof F X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prof G X X X QUADRO 60 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 20 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Adequado Apropriada Poste vôlei Tabela Aro Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão do pátio para as Pequena aulas de Educação Física Apropriada Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física UNIDADES DE REGISTRO PROFESSORES C D E S S S S S S X X X X X X X X X X X X A S S X X X X B S S X X X X X X X S N S X X X X X X S S N X X X X X X X S S S X X X X X X X S S S X X X X L X P P X P X F S S X X X X G S S X X X X X X X X S S S X X X X X X X S N S X X X X X X X S S N X X X P X P X L 189 PROFESSOR A UR182: “As aulas acontecem uma vez por semana”. UR183: “[...] nós mesmos, os professores polivalentes, realizamos as aulas de Educação Física”. UR184: “[...] praticamos com as crianças, atividades recreativas, jogos de competição e atenção/ concentração”. UR185: “Mas no meu ponto de vista deveria ter um profissional da área”. PROFESSOR B UR186: “Os alunos da Rede Municipal de Santo André, não têm especificamente aulas de Educação Física dada por profissionais habilitados, nós professores de sala planejamos aulas para serem dadas na quadra”. UR187: “[...] as aulas ocorrem durante o período de aula, uma vez por semana”. UR188: “Acho muito importante as aulas de Educação Física dada (sic.) por profissionais habilitados”. PROFESSOR C UR189: “O grupo de professores tem um horário disponível para desenvolver suas aulas”. PROFESSOR E UR190: “A Educação Física é trabalhada pela própria professora”. PROFESSOR F UR191: “As aulas de Educação Física é ministrada (sic.) pela professora da sala [...]”. UR192: “[...] seguindo seus conhecimentos aprofundamento e entendimento do mesmo”. prévios, sem maior 190 ESCOLA 21 QUADRO 61 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 21 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G 20-30 X Idade (anos) 31-40 X X X X X ↑ 51 X Magistério X X Formação Pedagogia X X X X X Licenciatura Geog. Conclusão (ano) 1994 2000 1979 1988 1985 2004 1988 Tempo na Rede Municipal (anos) 10 10 25 16 16 20 16 0-2 X Tempo 6-10 X X nessa unidade 11-15 X X escolar (anos) ↑ 16 X X QUADRO 62 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 21 RECURSOS MATERIAIS Arcos Bastões Diversos Colchões Cordas Raquetes Borracha Meia Plástico Futsal Bolas Vôlei Basquete grd. Basquete peq. Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A Prof B Prof C Prof D X X X X X X X X Prof E X X X Prof G X X X X X X X X X Prof F X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 191 QUADRO 63 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 21 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Coberta Tem/ funciona Áspero Apropriada Muito boa Tabela Acessórios utilizados nas Aro aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Adequado Dimensão do pátio para as Apropriada aulas de Educação Física Muito boa Espaço Livre/ Passagem A S S X X X B S S X X X X X X X X S S N X X X X S N N X X X P P PROFESSORES C D E S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X S S S N S S S N S X X X X X X X X X L P P F S S X X X X G S S X X X X X X S S S X X X X X X X S S N X X X P P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR193: “A aula acontece uma vez por semana”. PROFESSOR B UR194: “Em geral são brincadeiras como: ‘seu mestre mandou’; ‘corre-cutia’; ‘morto-vivo’; etc; além de futebol e pular corda”. PROFESSOR C UR195: “As aulas de Educação Física fica (sic.) a cargo da professora da sala, pois não temos pessoas especializadas para este fim”. UR196: “No meu caso utilizo as aulas para trabalhar jogos cooperativos, competitivos e livres”. PROFESSOR D UR197: “Muitas vezes deixamos os alunos brincar (sic.) de futebol [...]”. UR198: “[...] não temos conhecimentos das regras ficando difícil para apitar os jogos”. 192 PROFESSOR E UR199: “Na verdade não sei se são aulas de Educação Física; acho que, na verdade são jogos recreativos”. UR200: “Às vezes, as crianças pulam corda e jogam futebol (meninos e meninas juntos)”. PROFESSOR G UR201: “[...] as aulas acontecem com brincadeiras, às vezes o espaço é utilizado para o dia do brinquedo, utilizando o espaço livremente”. ESCOLA 22 QUADRO 64 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 22 IDENTIFICAÇÃO Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G Prof H 20-30 X Idade (anos) 31-40 X 41-50 X X X X X X Magist. X Formação Pedag. X X X X X X X Licenc. Biolog. Psicol. Conclusão (ano) 1992 2006 1990 2001 1985 ---1983 1986 Tempo na Rede 18 2 16 1 17 3 21 6 Municipal (anos) 0-2 X X X Tempo 3-5 X X nessa unidade 6-10 X X escolar (anos) 11-15 X QUADRO 65 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 22 RECURSOS MATERIAIS Diversos Bolas Jogos de Salão Arcos Colchões Cordas Borracha Meia Plástico Xadrez Dama A X X X X X B X X X X X C X X X X X X X X X X X PROFESSORES D E X X X X X X X X X X X X X X X X F X X X X X G X X X X X H X X X X X X X X X X 193 QUADRO 66 - Infra-estrutura da ESCOLA 22 apresentada pelos professores INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Pátio Descoberto Como é o Piso do pátio? Áspero Dimensão do pátio para as Pequena aulas de Educação Física Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF A N N S S S X X X X B N --S S S X X X X P P X PROFESSORES C D E F N N N N N N N --S S S S S S S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X X X P P P P G N ---S S S X X X X H N --S S S X X X X P P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR202: “As aulas de Educação Física acontece (sic.) com o professor polivalente”. UR203: “A escola também não possui um prédio que favoreça as aulas de Educação Física, não há quadra e o pátio é muito irregular com um piso não apropriado e que não garante a segurança do educando”. UR204: “Os materiais como bola, são poucas pois quando o aluno usa, a bola cai para fora da escola e há um rio e perde-se a bola”. PROFESSOR B UR205: “Não tem professores de educação física na escola”. UR206: “[...] o espaço e os materiais não são adequados”. PROFESSOR C UR207: “As aulas são dadas pela professora da sala”. PROFESSOR D UR208: “Não há professor de educação física”. 194 PROFESSOR E UR209: “As aulas são ministradas pela professora da sala”. PROFESSOR F UR210: “As aulas são ministradas pela professora da sala”. PROFESSOR G UR211: “Não há professor específico de educação física”. ESCOLA 23 QUADRO 67 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 23 IDENTIFICAÇÃO 31-40 Idade (anos) 41-50 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade 0-2 escolar (anos) 6-10 Prof A X Prof B Prof C Prof D X X X X X X X 1994 3 X Ciências 1989 14 1982 8 meses X 1986 18 X Prof E X X 1994 3 X X QUADRO 68 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 23 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Borracha Meia Plástico Bolas Vôlei Basquete grande Jogos de Salão Dama Prof A X X X X X X X X X Prof B X X Prof C X X X X Prof D X X X X X X X X Prof E X X X X 195 QUADRO 69 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 23 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de Educação Física Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Coberto Áspero Escorregadio Pequena Apropriada Livre/ Passagem Outros PROFESSORES B C D E N N N N N N ----S S S S S S S S S S S S X X X X X X X X X X X X X X P P P P P grama grama grama grama grama A N N S S S X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR212: “A própria professora da sala de aula é quem ministra essas aulas”. UR213: “Não há dias corretos é realizada de acordo com o interesse e objetivos da professora”. PROFESSOR B UR214: “A própria professora da sala é quem ministra essas aulas”. PROFESSOR C UR215: “As aulas de Educação Física são dadas pela própria professora da sala”. PROFESSOR D UR216: “Na verdade raramente vejo uma aula de Educação Física”. UR217: “[...] O professor polivalente dá prioridade a Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, etc e sempre acaba deixando de lado a Educação Física”. UR218: “Quando muito ela se limita a jogos de bola, um circuito rápido”. PROFESSOR E 196 UR219: “Os horários são divididos em períodos de 1 hora, 2 vezes por semana, para cada professora”. ESCOLA 24 QUADRO 70 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 24 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 41-50 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta 0-2 unidade escolar 6-10 (anos) ↑ 16 Prof A X Prof B Prof C Prof D X Prof E X X X X X X X 1997 19 1999 1 X 1983 25 X Psicologia 1987 3 X 1995 3 X X X QUADRO 71 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 24 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Cones Cordas Borracha Meia Ping-pong Bolas Vôlei Basquete grande Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X Prof B X Prof C X X X X Prof D X X X X Prof E X X X X X X X X X X QUADRO 72 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 24 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão do pátio para as aulas de Educação Física Espaço Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Sim/ Não Descoberto Áspero Pequena Apropriada Livre/ Passagem A N N S S S X X X P PROFESSORES B C D N N N N N N S S S --S S --S S X X X X X X X X E N N S S S X X X P P P P 197 UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR220: “As aulas de educação física acontecem semanalmente”. PROFESSOR D UR221: “Muitas vezes as crianças se agrupam para jogar futebol ou volley (sic.) [...] Outras crianças ficam pulando corda”. PROFESSOR E UR222: “Cada professor realiza a atividade 1 vez por semana”. ESCOLA 25 QUADRO 73 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 25 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade 31-40 (anos) 41-50 ↑ 51 Magist. Formação Pedag. Licenc. Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo 0-2 nessa 6-10 unidade 11-15 escolar ↑ 16 Prof A Prof B Prof C Prof D Prof E Prof F Prof G X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1982 28 2004 18 2005 20 1998 6 1986 20 1998 11 X X Prof H X X 1992 7 C. Sociais 2003 6 X X X X X X 198 QUADRO 74 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 25 RECURSOS MATERIAIS Diversos Bolas Jogos de Salão Arcos Colchões Cordas Raquetes Borracha Ping-pong Futsal Vôlei Basquete pequena Xadrez Dama A X X X X X X X B X X X X X X X X PROFESSORES D E F X X X X X X X X X X X X X X X X X X X C G X X X H X X X X X X X X X X X X X X X X QUADRO 75 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 25 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão da quadra para as aulas de EF Sim/ Não Sim/ Não Descoberta Não tem Áspero Apropriada Muito boa Tabela Acessórios utilizados nas Aro aulas de Educação Física Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Áspero Dimensão do pátio para as Pequena aulas de Educação Física Espaço Livre/ Passagem A N S X X X B N N PROFESSORES C D E F N N N N S N N ---X X X X X X S N N X X X S S N X X X X X X X S S S X X X L P P G N ---- H N S X X X X S S S X X X S S S X X X S S N X X X S S N X X X X S S S X X X P L P P P UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR223: “A aula é dada pelo profº (sic.) da sala”. UR224: “A aula é 1 vez por semana com duração de 60’”. UR225: “Os alunos gostam dessa aula, participam e cobram”. 199 PROFESSOR B UR226: “O espaço fornecido pertence a escola estadual. Fizemos uma parceria já que o espaço na Unidade é pequeno”. UR227: “Quanto as aulas, a atuação fica meio restrita pois não possuímos a prática e os conhecimentos que competem aos professores de Educação Física”. PROFESSOR C UR228: “As aulas de Educação Física são realizadas uma vez por semana durante o período de uma hora”. UR229: “Na nossa escola não tem quadra, então temos que nos deslocar para uma outra escola que fica ao lado da nossa”. UR230: “As atividades que são realizadas são atividades cooperativas, jogos, atividades livres”. PROFESSOR D UR231: “Há uma Escola Estadual ao lado da nossa, que empresta sua quadra. [...] Entretanto, como a quadra não é coberta, nem sempre podemos usá-la, pois quando não há um sol excessivo, há neblina ou garoa, então fica difícil”. UR232: “As nossas aulas de Educação Física, é na verdade, mais uma recreação, pois não somos especialistas (sic.)”. UR233: “[...] eu dou algumas brincadeiras, como: pega-pega [...] lenço-atrás, corda ou alguma competição com bola”. UR234: “Ideal seria, se tivéssemos um profissional da área para que ministrassem essas aulas ou nos auxiliasse”. PROFESSOR E UR235: “As aulas de Educação Física são ministradas por nós professores que não temos nenhuma especialização na área”. UR236: “O espaço que temos é limitado e o barulho muitas vezes atrapalha as outras salas de aula”. PROFESSOR F 200 UR237: “[...] minhas aulas giram em torno da recreação porque não sou habilitada para exercer essa função”. PROFESSOR G UR238: “Bem, na verdade considero as aulas como recreação”. PROFESSOR H UR239: “Nós utilizamos a quadra emprestada que é descoberta”. UR240: “Fazemos uma corridinha, alguns exercícios de aquecimento, depois trabalho com jogos cooperativos, competições (queimada, futebol para os meninos e volei (sic.) para as meninas)”. UR241: “Acabo dando a Educação Física 1 vez na semana por volta de 1 hora de aula”. ESCOLA 26 QUADRO 76 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 26 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 Magistério Formação Pedagogia Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade escolar (anos) 0-2 Prof A X X 1997 1 X Prof B Prof C X X X 1994 5 X X 1990 6 X QUADRO 77 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 26 RECURSOS MATERIAIS Arcos Colchões Diversos Cordas Raquetes Borracha Plástico Bolas Ping-pong Basquete grande Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X X Prof B X X X X X X X X X X X X Prof C X X X X X X X 201 QUADRO 78 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 26 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Coberta Rede de iluminação Tem/ funciona Como é o Piso da quadra? Adequado Dimensão do espaço para as Muito boa aulas de EF Tabela Acessórios utilizados nas aulas de Educação Física Aro Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Adequado Dimensão para as aulas Pequena de Educação Física Apropriada Espaço Livre/ Passagem Espaços alternativos Sala de vídeo utilizados nas aulas de EF Prof A S S X X X X Prof B S S X X X X Prof C S S X X X X X X X S S N X X X X X X S S N X X X X X X S S S X X P P X P X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR242: “As aulas de Educação Física ocorrem duas vezes por semana”. UR243: “Um tempo reservado para atividades livres (brincadeiras, jogos da preferência dos alunos) e atividades dirigidas pelo educador”. UR244: “Neste ano letivo não tivemos um profissional da área”. PROFESSOR B UR245: “Neste ano de 2006 contamos com o trabalho voluntário de um pai que é professor de ed. física (sic.)”. 202 ESCOLA 27 QUADRO 79 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 27 IDENTIFICAÇÃO Idade (anos) 31-40 Formação Pedagogia Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade escolar (anos) ↑ 16 Prof A X X 1991 16 X QUADRO 80 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 27 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Borracha Bolas Ping-pong Basquete grande Prof A X X X X X QUADRO 81 - Infra-estrutura declarada pelos professores da ESCOLA 27 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Quadra Coberta Rede de iluminação Tem/ funciona Como é o Piso da quadra? Adequado Dimensão do espaço para as aulas de Apropriada Educação Física Poste vôlei Acessórios utilizados nas aulas de Tabela Educação Física Aro Trave Escola tem pátio? Sim/ Não Pode ser utilizado? Sim/ Não Utiliza nas aulas de EF? Sim/ Não Pátio Coberto Como é o Piso do pátio? Escorregadio Dimensão para as aulas de EF Apropriada Prof A S N X X X X X X X X S S S X X X UNIDADES DE REGISTRO PROFESSOR A UR246: “Como não temos professor da área cada professor prepara suas aulas”. 203 ESCOLA 28 QUADRO 82 – Identificação declarada dos professores da ESCOLA 28 IDENTIFICAÇÃO 20-30 Idade (anos) 31-40 41-50 Magistério Formação Pedagogia Licenciatura Conclusão (ano) Tempo na Rede Municipal (anos) Tempo nesta unidade escolar (anos) 0-2 Prof A X Prof B Prof C X X X X X Letras 2003 1 X 2000 3 X 1986 3 X QUADRO 83 – Recursos materiais declarados pelos professores da ESCOLA 28 RECURSOS MATERIAIS Arcos Diversos Colchões Cordas Borracha Plástico Bolas Futsal Vôlei Basquete grande Jogos de Xadrez Salão Dama Prof A X X X X X X X X X X Prof B X X X X X X Prof C X X X X X X X X X QUADRO 84 - Infra-estrutura declarados pelos professores da ESCOLA 28 INFRA-ESTRUTURA Escola tem quadra? Utiliza nas aulas de EF? Quadra Rede de iluminação Como é o Piso da quadra? Dimensão do espaço para as aulas de EF Acessórios utilizados nas aulas de EF Escola tem pátio? Pode ser utilizado? Utiliza nas aulas de EF? Pátio Como é o Piso do pátio? Dimensão para as aulas de EF Espaço Espaços alternativos utilizados nas aulas de EF UNIDADES DE REGISTRO Prof A Prof B Prof C Sim/ Não S S S Sim/ Não S S S Descoberta X X X Não tem X X X Áspero X X X Apropriada X X X Trave X X X Sim/ Não S S S Sim/ Não N N N Sim/ Não S N N Coberto X X X Escorregadio X X X Pequena X X X Livre/ Passagem P P P Sala de vídeo X X 204 PROFESSOR A UR247: “As aulas acontecem 1 vez por semana”. UR248: “Na maioria das vezes as crianças praticam esportes como futebol ou jogos livres como queimada e corda”. PROFESSOR B UR249: “O único objetivo é fazer com que a criança movimente o corpo através de jogos ou brincadeiras que estimulem os movimentos motores”. PROFESSOR C UR250: “[...] não considero aula de Educação Física, pois não tenho formação para tal”. UR251: “Numa vez por semana [...]”. UR252: “[...] faço brincadeiras com as crianças na quadra”.