POLIVALÊNCIA: UMA REALIDADE DOCENTE VAN CLEBSON MARQUES DE QUEIROZ¹ [email protected] RESUMO Este artigo trata das polivalências e entraves encontradas por profissionais no ensino básico de escolas da rede pública, até onde esses professores conseguirão ser polivalentes, qual o seu extremo no exercício de suas atividades. Trataremos dos professores polivalentes degenerados no exercício da profissão, mas, além de degenerados são docentes que buscam um padrão de vida melhor aceitável na sociedade. Trataremos da inclusão dos alunos especiais através dos docentes qualificados. Palavras-Chaves: polivalência, capacitações, desenvolvimento. ¹ Graduando em Licenciatura plena em Matemática pela Universidade Estadual de Alagoas INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo, não ditar regras de como o ensino deve ser administrado, mas mostrar um pouco da realidade enfrentada por professores de diferentes níveis de ensino, professores que tentam desempenhar o melhor no exercício de sua profissão para intensificar um ensino de qualidade no país. Este artigo também tratará das polivalências encontradas em sala de aula por professores de níveis fundamental e médio tendo por objetivo relatar as principais dificuldades para o exercício dessa atividade entre as quais lidar com alunos que tenham alguma deficiência audiovisual ou mental, que de uma certa forma, acabe prejudicando o seu desenvolvimento como ser humano. Contudo, ser um profissional polivalente está cada vez mais diante das cobranças que o profissional está submetido. ENTRAVES NA PRÁTICA DOCENTE No decorrer de sua carreira, um professor irá se deparar com várias dificuldades ou entraves que o fará pensar duas vezes em continuar a vida docente. As principais dificuldades estão relacionadas em sala de aula, principalmente com as péssimas condições de trabalho oferecida pelo Estado ou Município, escolas se deteriorando e alunos desmotivados. Para a desmotivação dos alunos no decorrer dos tempos, teve que haver um processo histórico, e o principal envolvido está sempre relacionado a vivência dos professores, professores que tem que trabalhar mais de um turno para manter um padrão de vida aceitável na sociedade, deixando muitas vezes a desejar no aprendizado dos alunos, principalmente nas séries iniciais, onde será desenvolvido toda percepção básica do ensino da Matemática. Os professores polivalentes que desenvolvem várias atividades num contexto histórico nem sempre as fazem com perfeição, diferente das tarefas exclusivas onde nos deparamos com um maior empenho e dedicação por parte dos envolvidos. Outro fator importante a ser destacado se dá nas entraves ao ensino de pessoas especiais, auditivos ou visuais, que necessitam de uma maior atenção de tutores capacitados para o desenvolvimento da função, até mesmo para inclusão social do individuo. Por este motivo, não só a inclusão dos alunos, mas todo processo sócio-cultural envolvido na vida de um professor deveria ser revisto, reformulado, procurando o desenvolvimento do individuo como meio sustentável para o desenvolvimento do país e não apenas como propagandas enganosas já que “tudo o que se inicia tem um bom professor”. POLIVALENTES DEGENERADOS A polivalência se insere no contexto escolar de diferentes formas, das quais estão mais relacionadas com docentes de 1° a 6° anos. Os polivalentes são basicamente pessoas que fazem de tudo ou, exercem várias funções em um determinado local. Isto se dá a várias capacitações promovidas pelos departamentos responsáveis mas que, de uma certa forma, acaba prejudicando o desenvolvimento escolar promovida nas escolas de níveis fundamental e médio. Quando se fala em polivalência muitos entendem que se trate de criar um operador que saiba fazer de tudo no setor de trabalho. Ao contrário! "O FAZ TUDO É GERALMENTE UM POLIVALENTE DEGENERADO". Pensa que sabe fazer tudo, porém o faz de forma imprecisa e pouco produtiva (RIBEIRO, Paulo Décio, Estratégia e Humanismo). Os docentes polivalentes estão capacitados para desenvolverem diferentes atividades dentro e fora da sala de aula. As principais polivalências dos professores estão na Psicologia, onde devem entender a mente do aluno, seu comportamento dentro da sala de aula, ou até mesmo como conselheiro envolvendo-se de forma direta com a vida pessoal do aluno, tendo que dar até uma de Psiquiatra ou Terapeuta para exercer sua função de professor. Outro fator muito importante para o bem estar pessoal e profissional dos professores é com relação a Síndrome de Burnout, professores que tem um esgotamento físico e mental devido ao desgaste excessivo em sala de aula, então, professores polivalentes são ótimos, diminui consideravelmente o número de profissionais envolvidos em escolas, mas e com relação a si mesmo, seu esgotamento, até onde vai. OS professores deveriam serem tratados com mais seriedade e respeito já que todos sabemos a importância que eles tem. PROFESSOR AO EXTREMO Para exemplificar a importância de um professor mas o quando eles são cobrados, apresento um pequeno texto poético, contando a vida de um professor: Quando...É jovem, não tem experiência. É velho, está superado. Não tem automóvel, é um coitado. Tem automóvel, chora de "barriga cheia". Fala em voz alta, vive gritando. Fala em tom normal, ninguém escuta. Não falta às aulas, é um "Caxias". Precisa faltar, é "turista" Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos. Não conversa, é um desligado. Dá muita matéria, não tem dó dos alunos. Dá pouca matéria, não prepara os alunos. Brinca com a turma, é metido a engraçado. Não brinca com a turma, é um chato. Chama à atenção, é um grosso. Não chama à atenção, não sabe se impor. A prova é longa, não dá tempo. A prova é curta, tira as chances dos alunos. Escreve muito, não explica. Explica muito, o caderno não tem nada. Fala corretamente, ninguém entende. Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário. Exige, é rude. Elogia, é debochado. O aluno é reprovado, é perseguição. O aluno é aprovado, "deu mole". É, o professor está sempre errado mas, se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele! ( O professor sempre está errado. Revista do professor de Matemática 36, 1988) Este texto fala a respeito das contradições encontradas no ensino de uma forma geral, podemos perceber que ele relata vários exemplos de professores, professores de conversam com a turma, que se impõem, professores de cobram dos alunos dentre outros tantos, mas que no final, estão todos errados. Este texto é bem grotesco porque até na conclusão é uma contradição, porém é a pura realidade da vida de um professor não só de Matemática ou português, mas no geral. CONCLUSÃO Este artigo visou mostrar as dificuldades encontradas por docentes das séries iniciais e do ensino médio, o que os professores são submetidos para tentar proporcionar um ensino de qualidade longe das qualidades de vida profissional e da burocracia ofertadas pelo Estado. Relatamos as entraves e um pouco dos professores polivalentes com o intuito de minimizar o peso colocado nos alicerces de um professor de qualidade. REFERÊNCIAS RIBEIRO, Paulo Décio, Estratégia e Humanismo, http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artpdr7_logistica_estrategia_competitividade.htm> último acesso em 20/10/11 às 10:35h http://www.portaldafamilia.org/datas/professor/prof006.shtml> O professor sempre está errado. Revista do professor de Matemática 36, 1988, último acesso em 20/10/2011 às 10:40h