PROGRAMA DE GOVERNO SÃO PAULO SEM RACISMO Nova política de promoção da igualdade racial APRESENTAÇÃO 4 Capítulo 1 O GOVERNO LULA MUDOU A VIDA DAS MULHERES 7 Capítulo 2 AUSÊNCIA DE POLÍTICAS ESPECÍFICAS DIFICULTOU A VIDA DAS MULHERES 10 Capítulo 3 O COMPROMISSO DE MERCADANTE COM AS MULHERES 1. As mulheres e o mundo do trabalho 2. Enfrentamento a todas as formas e violência contra a mulher através da adoção de medidas preventivas, punitivas, de proteção e de atenção 3. As mulheres e o novo modelo de gestão 4. Sistema estadual de políticas para as mulheres 5. As mulheres e as políticas e serviços universais de cuidados 6. Ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão 7. As mulheres e a saúde 8. As mulheres e a nova política de educação 9. As mulheres e a produção de políticas de cultura, de comunicação e a mídia 10. As mulheres e a infraestrutura 11. As mulheres e o direito à terra 12. As mulheres e o enfrentamento a todas as formas de preconceito 13. Ampliar a democratização do estado, a participação Popular e o controle social e fomentar a participação das mulheres 14 14 15 15 16 16 16 16 17 17 18 18 18 19 53 APRESENTAÇÃO UM NOVO PERÍODO QUE PAVIMENTE O CAMINHO DO FUTURO São Paulo é governado pelo mesmo partido político há 16 anos. Os sucessivos governos do PSDB repetiram as ideias e práticas que se mostraram incapazes de apresentar solução aos principais problemas do povo paulista. É chegada a hora de São Paulo trilhar um novo caminho e inaugurar um novo tempo, com desenvolvimento econômico acelerado, sustentado e com justiça social, que renove o potencial do principal Estado do Brasil e o aproxime do projeto construído por Lula nos últimos sete anos. O Brasil, em 2002, optou por este caminho ao eleger Lula. O país voltou a crescer, obedecendo a uma lógica distinta daquela do passado, o crescimento está associado à estabilidade, à distribuição de renda, à justiça social e ao fortalecimento da democracia. O sucesso alcançado pelo governo Lula cria as condições, com a eleição de Dilma Rousseff, de um projeto de desenvolvimento nacional democrático e popular de longo prazo. No contexto da grande transformação pela qual passa o Brasil, repensar São Paulo do futuro supõe dar uma nova direção e dinâmica a seu desenvolvimento: a força do crescimento precisa ser temperada pelo desejo de justiça, igualdade, democratização econômica, social e cultural. É necessário elevar o social à condição de eixo estruturante do desenvolvimento econômico. 4 São Paulo reúne plenas condições para se engajar neste novo ciclo de desenvolvimento e de liderar a construção da sociedade do conhecimento do Brasil. Os desafios que se apresentam são complexos e o novo período exigirá medidas de curto, médio e longo prazo para inaugurar um longo período de mudanças, necessárias para se contrapor ao modelo do PSDB (de desmonte do Estado e, principalmente, de seus instrumentos de planejamento e gestão). Nosso programa de governo está estruturado para preparar um novo período que pavimente o caminho do futuro que queremos para São Paulo no século XXI, aproximando o Estado do projeto construído por Lula no Brasil. Nesse sentido, o desafio maior que temos pela frente é recolocar o Estado na trajetória do desenvolvimento econômico acelerado e sustentável com justiça social. Trata-se de um desafio complexo, e é por essa razão que no processo de elaboração do Programa de Governo Mercadante adotou-se uma postura arrojada, que contemplasse medidas com prazos de implementação distintos, de curto e de mais longo prazo. Para enfrentar os desafios, apresentamos nosso Programa de Governo organizado em 13 Cadernos Temáticos, elaborado de forma participativa por técnicos, servidores públicos, lideranças dos movimentos sociais, empresariais e intelectuais que veem no PT e na coligação União para Mudar uma nova perspectiva necessária para São Paulo. Os grupos temáticos e os seminários estaduais, com a presença de milhares de pessoas, também se constituíram como espaços desta elaboração programática. Este documento aponta para a abertura de um novo ciclo na administração do Estado, com diretrizes, programas e ações que pretendemos implementar a partir de 1º de janeiro de 2011, e que não se esgotam nos próximos quatro anos, pela grandiosidade das tarefas necessárias. O novo modelo de desenvolvimento que propomos, ao olhar para o futuro, tem descoberta das reservas petrolíferas do Pré-Sal um novo marco para sua economia, cujos recursos podem representar para São Paulo, uma oportunidade histórica de um novo salto de qualidade. Além disso, incorpora a sustentabilidade ambiental e considera a grande diversidade social e cultural de São Paulo. As políticas que propomos buscam responder às características e necessidades dos diversos segmentos populacionais e grupos sociais, promovendo o acesso universal a direitos e serviços e, ao mesmo tempo, afastando qualquer forma de preconceito ou discriminação. Nosso propósito é direcionar a força propulsora do poder público no progresso humano, o que exigirá forte ênfase em políticas sociais e na interiorização do desenvolvimento do próprio Estado para enfrentar as desigualdades regionais. Nosso compromisso é, no primeiro dia de governo, convocar toda a máquina governamental para fazer uma ampla força-tarefa, com o objetivo de corrigir imediatamente os problemas mais críticos acumulados nas últimas décadas. Todo o primeiro escalão do governo, comandado diretamente pelo Governador, agirá com firmeza para recolocar São Paulo no caminho do projeto do futuro, expresso em nossas propostas, que semeiam um conjunto de mudanças para o próximo período com participação, transparência e diálogo democrático em São Paulo. Neste caderno temático SÃO PAULO COM IGUALDADE, estamos propondo uma nova política que promova a igualdade entre homens e mulheres como eixo estruturante do governo Mercadante. O governo Lula, desde seu primeiro mandato, mostrou seu compromisso com as mulheres ao implementar políticas públicas que ajudaram a mudar a vida das brasileiras em todo o país. Estas eleições representam a reafirmação do que já realizamos no governo Lula e o aprofundamento das transformações econômicas, políticas e sociais pelas quais sempre lutamos, contra o retorno de uma agenda neoliberal, privatizante e excludente. Vamos dar continuidade a estes avanços no Brasil, e precisamos de um novo caminho para colocar o Estado de São Paulo em compasso com as grandes transformações do Brasil. A Coligação UNIÃO PARA MUDAR tem a compreensão de que a cidadania para as mulheres é uma construção coletiva, que envolve toda a sociedade. Exige políticas que tenham por finalidade assegurar a mulheres e homens as mesmas oportunidades para se desenvolver e participar da vida social. As desigualdades entre homens e mulheres não são naturais, 5 mas construídas na sociedade e em distintas instituições. As expressões mais dramáticas dessas desigualdades são a violência doméstica, a exclusão das mulheres dos espaços de poder, a desigualdade no mercado de trabalho, a responsabilidade do trabalho doméstico e o cuidado dos filhos e da família como tarefa exclusiva das mulheres. Em São Paulo, os sucessivos governos do PSDB foram incapazes de dar respostas aos anseios das 21,5 milhões de mulheres paulistas. Vamos construir um novo caminho para São Paulo, pautando a questão de gênero como uma perspectiva transversal e explícita das políticas públicas que executaremos em nosso governo. Tendo por base a elaboração da militância partidária e dos movimentos sociais que nos apoiam, apresentamos 13 eixos para a igualdade entre mulheres e homens. Entre as políticas de ação afirmativa estão: o Programa Mulher Trabalho, o Pacto Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e a criação da Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPM-SP). Com o conjunto de políticas públicas aqui propostas vamos construir um novo tempo e um novo caminho para São Paulo, colocando o Estado em compasso com as grandes transformações em curso promovidas pelo Governo Lula no Brasil. Aloizio Mercadante 6 O GOVERNO LULA MUDOU A VIDA DAS MULHERES Capítulo 1 DEMONSTRAÇÃO DE COMPROMETIMENTO COM AS POLÍTICAS PARA AS MULHERES O governo Lula, desde seu primeiro mandato, mostrou esse compromisso ao formular, articular e executar políticas públicas que ajudaram a mudar a vida das mulheres em todo o Brasil. O primeiro passo foi responder à demanda histórica do movimento feminista e de mulheres de criar uma institucionalidade capaz de conduzir a agenda de políticas para as mulheres no âmbito do governo federal. A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), que foi criada com a atribuição de assessorar o Presidente para as questões de gênero e de trabalhar esta temática de forma transversal junto aos ministérios, se constituiu também como espaço de formulação, coordenação e implementação de políticas públicas. Uma prova de que sua atribuição institucional se ampliou e de que seu caráter como órgão de execução de políticas se consolidou é o aumento progressivo de seu orçamento ao longo dos 8 anos do governo Lula. Em 2003, a SPM contava com um orçamento de pouco mais de 24 milhões de reais; em 2010, são 88,3 milhões. Além destes, vários ministérios contam também com recursos específicos voltados para a execução de políticas dirigidas especificamente às mulheres. Outro avanço significativo no âmbito do fortalecimento da agenda de gênero nas políticas públicas foi a significativa ampliação dos organismos de políticas para as mulheres em todo o país. Dos 13 organismos (estaduais ou municipais) que existiam no Brasil, temos hoje mais de 300 sob a condução da SPM, cobrindo todo o terri- tório nacional. Esta capilaridade na institucionalização da agenda da política para as mulheres tem sido fundamental para que as ações do governo federal cheguem de forma efetiva às brasileiras. Em 2010, o governo federal deu a sua mais enfática demonstração de comprometimento com as políticas para as mulheres, transformando a SPM em Ministério e consolidando o seu caráter de órgão essencial da Presidência da República. As duas edições da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres envolveram a participação de mais de 300.000 brasileiras de todos os cantos do país, que representavam governos e sociedade civil. Como resultados destes processos foram elaborados, por meio de um diálogo democrático e produtivo, o I e o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM). O II PNPM, que contém 11 eixos e mais de 500 ações, tornou-se um balizador estratégico da ação de governo da SPM. Ao longo dos últimos sete anos, as brasileiras passaram a contar com ações que ampliaram e qualificaram a sua inserção no mercado de trabalho e no processo de geração de renda, por meio de políticas desenvolvidas pelo governo federal. O Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher, executado em parceria com o SEBRAE, atendeu mais de 3.600 mulheres em vários estados da federação, apenas contando o período de 2007 a 2009. Esse programa capacita as mulheres de forma a qualificar e profissionalizar su- 7 5 as ações empreendedoras, visando a formalizar suas atividades e fomentar seu acesso aos benefícios previdenciários. Para fomentar a igualdade de oportunidades e de condições de trabalho entre homens e mulheres, desde 2005 a SPM realiza o Programa Pró-Equidade de Gênero, através do qual as empresas e organizações públicas e privadas participantes passaram a incorporar práticas de igualdade de oportunidades e tratamento para homens e mulheres. O objetivo tem sido contribuir para a eliminação da discriminação no acesso, remuneração, ascensão e permanência no emprego. Em sua terceira edição, o Programa já contou com a participação de 136 entidades. lotes de terra avançou de 24% para 55%. Mais de um milhão de documentos (como carteira de identidade e CPF) foram emitidos gratuitamente para as mulheres do campo em 1.750 mutirões de documentação do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (parceria da SPM/PR com o MDA), que já está presente em 23 unidades da federação. Nosso carrochefe na luta contra as desigualdades sociais, o Bolsa Família, tem 53% de mulheres entre os beneficiários. Os números se repetem no Programa Nacional de Qualificação, e ocorrem avanços em áreas antes restritas aos homens, como a construção civil, petróleo e gás. O programa “Minha Casa, Minha Vida”, que pretende reduzir significativamente o déficit habitacional em nosso país por meio da construção de mais de um milhão de casas e apartamentos, tem mais de um terço de seus financiamentos destinados às mulheres, e 40% de seus contratos são destinados a elas. As trabalhadoras domésticas, categoria marginalizada na história brasileira, viram sua pauta começar a ser absorvida pelo poder público. Além da luta por seus direitos trabalhistas ter se tornado um objetivo do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, o governo federal conseguiu garantir direitos como férias de 30 dias e estabilidade no emprego durante o período de gravidez. As trabalhadoras rurais, protagonistas históricas da luta pelo direito à terra, passaram a contar com uma gama de políticas para desenvolver a sua autonomia econômica e a ampliação de seu acesso às ações governamentais. O programa Brasil Alfabetizado tem entre seus inscritos, desde 2005, 57% de mulheres. Outra ação importante foi a sanção do Programa Empresa Cidadã, criado por lei aprovada no Congresso Nacional. O Programa amplia a licença maternidade para seis meses, através de benefício fiscal para as empresas optantes. Vale ressaltar que o governo Lula implantou o benefício para todas as servidoras federais. Entre 2003 e 2008 o governo federal, por meio de suas agências de fomento, emprestou R$ 247 milhões de reais a mulheres através de cerca de 35.000 contratos no Programa Nacional de Agricultura Familiar. A partir da obrigatoriedade da titulação conjunta da terra na reforma agrária, o índice de mulheres titulares de Ao longo do governo Lula, o enfretamento à violência contra as mulheres passou a ser encarado como um fenômeno que precisa ser tratado pelo Estado e entrou definitivamente para a agenda de políticas públicas. A aprovação da Lei Maria da Penha, a criação do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher e a 8 implementação do Pacto Nacional de Enfretamento à Violência contra a Mulher, que já se encontra em curso em 24 estados, são provas disso. Até 2010 serão mais de 1 bilhão de reais investidos na criação da rede nacional de atendimento às mulheres vítimas de violência, em ações coordenadas pela SPM, mas que contam com recursos dos Ministérios da Justiça, da Saúde e do Desenvolvimento Social. O enfrentamento à violência foi encarado como desafio e hoje se pode afirmar, com toda a segurança, que a SPM deu conta da tarefa. E, embora ainda tenha muito a fazer, os resultados positivos são inegáveis. Em comparação a 2003, houve um aumento de 23% no número de Delegacias da Mulher, 54% no número de casas abrigo para mulheres em situação de risco de vida e de 228% no número de Centros de Referência na atenção a mulheres em situação de violência. Atualmente, existem 41 defensorias públicas da mulher, 68 casas abrigo, 138 centros de referência, 421 delegacias especializadas de atendimento à mulher e 66 juizados de violência doméstica. A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública, gratuito, que funciona 24 horas por dia e que acolhe, ouve, orienta e presta apoio às mulheres que sofrem algum tipo de violência ou que estão em situação de risco. Nos seus quatro anos de existência, foi registrado quase um milhão de atendimentos. Só em 2009 foram 401 mil atendimentos. Visando à ampliação da participação política das mulheres, conseguiu-se aprovar a “minirreforma” eleitoral. Com o trabalho da Comissão Tripartite formada por governo federal, Congresso Nacional e pelas instâncias de mulheres dos partidos políticos, foi possível incluir no texto final da lei a obrigatoriedade de preenchimento de 30% das vagas nos partidos ou coligações para candidaturas femininas, a destinação de 5% dos recursos do fundo partidário para a capacitação política de mulheres e 10% do tempo de propaganda eleitoral para as mulheres. Neste breve balanço, buscamos dar um panorama geral das realizações de nosso governo no que diz respeito à agenda das mulheres. Contudo, o governo Lula e a SPM têm a consciência de que ainda há muito por fazer, mas um importante passo no sentido da igualdade foi dado. Um passo necessário para garantir que o Brasil siga dialogando com as mulheres, legitimando as suas demandas e possibilitando o espaço necessário para que suas questões sejam recebidas, dialogadas e encaminhadas. 9 5 AUSÊNCIA DE POLÍTICAS ESPECÍFICAS DIFICULTOU A VIDA DAS MULHERES Capítulo 2 DESARTICULARAM E FRAGILIZARAM AS POLÍTICAS PARA AS MULHERES O governo do PSDB em São Paulo mostrou seu descaso frente às importantes iniciativas do governo Lula como, por exemplo, a implementação do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (um dos últimos estados a assinar o Pacto) ou a implementação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, fruto da presença e da participação efetiva das mulheres brasileiras nas conferências nacionais. Os sucessivos governos tucanos em São Paulo nos últimos dezesseis anos desarticularam e fragilizaram as políticas para as mulheres. Em São Paulo, na década de 80, foi implementado um conjunto de ações específicas para as mulheres no âmbito do governo estadual, resultado da forte presença feminina na luta pela redemocratização e que trouxe para a agenda pública uma série de demandas específicas, anteriormente tratadas no âmbito doméstico. A atuação do movimento feminista teve um papel singular a partir das experiências desenvolvidas nas organizações de mulheres e a disposição para transformá-las em políticas públicas. O resultado foi a criação da Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher, do Centro de Orientação Jurídica e Encaminhamento para mulheres vítimas de violência, da Comvida (Casa abrigo para vítimas da violência sexista) e do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), todas essas iniciativas concentradas no período de 1982 a 1990. Depois desse período, as iniciativas foram poucas e raras, como o Programa Bem- 10 Me-Quer. O resultado desse período é que a pouca capacidade institucional, constituída no governo estadual na década de 1980, foi neutralizada, contrariando os tratados e as convenções nacionais e internacionais, além das próprias demandas apresentadas pelo movimento de mulheres. Podem ser apontadas duas razões para o esvaziamento dessas iniciativas no âmbito do governo estadual. A primeira é a concepção do PSDB sobre o papel da mulher na sociedade. A outra, não menos importante, está relacionada à adoção de políticas de ajuste fiscal e de políticas neoliberais pelo governo do PSDB em 1994, que desarticulou as frágeis iniciativas existentes. Na área da segurança pública, a principal política é a Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher (DDM), criada em 1985. Atualmente são 129 unidades, distribuídas sem planejamento a partir das ocorrências policiais. Não há uma dotação específica para as DDMs por não serem Unidades de Despesas, mas o que se constatou publicamente foi que o funcionamento desse equipamento tem forte dependência dos governos dos municípios onde são instaladas as delegacias. O governo estadual entra com os profissionais da carreira policial e o município com as demais demandas de infraestrutura. Em reunião realizada com os titulares das DDMs em abril de 2009, constatou-se que 68 das unidades têm carência de recurso material e 73 apresentam carência de recursos humanos. O governador do PSDB, por meio de decreto estadual em 1996, alterou as atribuições das DDMs para atender às ocorrências contra crianças e adolescentes, alterando e descaracterizando o serviço das DDMs. A verdade é que essa atitude demonstra o desprezo pela intencionalidade da política de combate à violência sexista. Os dados disponíveis sobre a violência contra a mulher, tanto da Secretaria de Segurança Pública quanto de outras organizações, apontam para o aumento das ocorrências e denúncias consignadas nas delegacias especializadas. Um dado importante referente ao primeiro semestre de 2010, divulgado pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), aponta São Paulo liderando o ranking nacional, com 47.107 atendimentos. Os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública dizem respeito somente aos casos de estupro e de tentativa de estupro. No entanto, existem dados sobre os demais crimes contra a mulher, mas, segundo informação da coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria de Segurança Pública, eles não são divulgados. Segundo informação da Secretaria de Segurança Pública “o registro do crime de violência doméstica depende muito da sensibilidade do delegado para incluir o crime nesta categoria”. O estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Zangari, com base no banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), aponta que os assassinatos de mulheres no Brasil são mais frequentes do que na maioria dos países europeus. Em São Pau- lo, Montemor, na região de Campinas, ocupa o 6º lugar entre as 10 cidades brasileiras com alto número de vítimas de homicídio. Entre as 10 cidades paulistas com os maiores índices de mortes de mulheres, somente três têm DDM: Caraguatatuba, Iguape e Diadema. O município de Caçapava tem um setor de mulheres e crianças na Delegacia Geral. Os demais, incluindo Montemor (que lidera o ranking), não contam com o equipamento – Itapecerica da Serra, Miracatu, Cosmópolis, Mairiporã e Itapevi. Outro caso emblemático de falta de prioridades e destinação dos recursos é o COMVIDA, a primeira casa abrigo pública do Brasil: também não tem dotação orçamentária própria e está subordinada à Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Atualmente, está sob a coordenação e responsabilidade de duas policiais, visando ao enxugamento do custo. Apesar dos limites da política, é no Estado de São Paulo, em 2010, que se concentra a maior rede de atendimento: segundo o relatório da Secretaria de Políticas para as Mulheres, são 194 unidades distribuídas em 27 centros de referências, 14 casas abrigos, 129 delegacias de defesa dos direitos da mulher, 14 varas criminais adaptadas para atender aos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 1 juizado previsto em lei e 2 núcleos/defensorias especializados. A grande maioria dessas políticas tem recursos oriundos do governo federal. Apesar desta rede, em pesquisa coordenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2002, realizada no Brasil em São Paulo e Pernambuco, 29% das mulheres relataram violência física. Entre as mulheres 11 5 que relataram violência, apenas 16%, buscaram hospitais ou centros de saúde. Segundo o relatório, “considerando que São Paulo concentra a maior parte dos serviços de referência no Brasil, esses percentuais indicam pouca divulgação e dificuldade de acesso aos serviços”. Na área do trabalho não existe nenhum programa específico para atender às mulheres. Na área da educação também não há qualquer política específica para as mulheres, isto apesar de um alto número de mulheres presentes na carreira profissional. Esta situação de ausência de políticas específicas vai na contramão do que importantes setores da sociedade têm defendido sobre o papel que a educação cumpre na ampliação da cidadania das mulheres e na desconstrução das desigualdades. Relações de gênero, educação e cidadania são mais do que palavras-chave de um debate teórico, pois correspondem à leitura de mundo e práticas educativas cuja articulação pode conferir uma dimensão profundamente transformadora à educação escolar democrática. Na área de saúde se concentra a maioria às iniciativas, mas com muita ênfase à reprodução e cuidados com a maternidade. Um dos dados que chamam a atenção nesta área é que no relatório do Conselho Estadual da Condição Feminina do período de 19881989 é anunciada a campanha do Instituto da Mulher. No entanto, a obra ficou paralisada durante anos e quando foi concluída se transformou num hospital de especialidades para tratamento de câncer, perdendo sua vocação inicial. Outro elemento que contribuiu para a diluição da proposta inicial do Programa de Atenção à Saúde Inte- 12 gral da Mulher (PAISM) foi a criação de outros programas de atenção integral – a idosos e adolescentes – que causaram a perda do caráter estruturante da política, que previa atendimento às mulheres em todas as fases de sua vida. Segundo especialistas, o atendimento na rede estadual da saúde é padrão, sem haver uma distinção para as especificidades propostas inicialmente pelo PAISM. O atendimento proposto pelo PAISM carece ainda de muitas iniciativas: primeiro, a universalização do serviço, porque está concentrado, em sua maioria, em hospitais universitários. Segundo estimativas, a população feminina a ser atendida pelo serviço público de saúde específico para a mulher (a partir de 10 anos) é de 18 milhões. Em São Paulo existem dois centros específicos de atendimento à mulher: o Centro de Referência da Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington e o Centro Integral de Saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Outro ponto apresentado por diversos especialistas em PAISM é a necessidade permanente de capacitação dos profissionais na área. Não localizamos recursos específicos para esse treinamento. Chama a atenção o crescimento do número de casos de mortalidade feminina por câncer de mama, útero e colo de útero. Segundo as estatísticas oficiais, no entanto, não existe um programa específico para atender a esta demanda nem no orçamento da Secretaria Estadual de Saúde, nem mesmo na Fundação Oncocentro de São Paulo – os recursos existentes são alocados de forma genérica. Estima-se que a população feminina que demanda exames específicos é de cerca de 5 milhões de paulistas. Um dado importante é que o Estado de São Paulo dispõe de 913 mamógrafos nas redes públicas e privadas para atender a essa demanda específica. Nos últimos 16 anos, a única iniciativa foi o programa Bem-Me-Quer, uma parceria entre as secretarias de saúde e de segurança pública para atender às vítimas de violência sexista por meio de um centro de excelência. O programa que atende mulheres e crianças vítimas de violência que funciona no Centro de Referência da Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington, também não possui recursos orçamentários específicos. Trata-se de um centro de atendimento modelo, com bom padrão, concentrado no centro de São Paulo e não faz parte da política de regionalização do Estado. Segundo especialistas, o tratamento do Estado ao programa Bem-Me-Quer é de quem não sabe lidar com esta prioridade, e desta forma se desfez a perspectiva inovadora representada por este programa. As mulheres foram duramente atingidas pelas políticas do PSDB, principalmente pela ausência de creches, escolas, o péssimo atendimento à saúde, a não implantação de políticas de combate à violência e a incapacidade de pensar o Estado a partir de um planejamento indutor de investimento para geração de emprego e renda – questões que afetam de forma perversa as mulheres. 13 5 O COMPROMISSO DE MERCADANTE COM AS MULHERES Capítulo 3 INICIATIVAS PARA RESPONDER ÀS DEMANDAS E NECESSIDADES DAS MULHERES O governo Mercadante implantará um novo modelo de gestão em São Paulo, introduzindo políticas universais e ações afirmativas dirigidas às mulheres, de modo a articular os avanços já conquistados pelo governo Lula com novas iniciativas para responder às demandas e necessidades das mulheres paulistas. Os eixos políticos que orientarão as ações de nosso futuro governo: • Autonomia pessoal e autossustentação econômica das mulheres, rompendo com os tradicionais círculos de dependência e subordinação econômicos e sociais; • Incidir sobre a divisão sexual do trabalho, transformando padrões e valores e sedimentando a construção da igualdade; • Assegurar o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e o direito integral à saúde das mulheres, contribuindo para a autonomia das mulheres sobre sua sexualidade e seu corpo; • Combater toda e qualquer forma de violência, discriminação ou preconceito contra as mulheres, em especial a violência doméstica; • Fortalecer e ampliar os mecanismos de participação popular e de controle social e incentivar a presença das mulheres nos espaços de poder e de decisão. 14 OS 13 PONTOS PARA A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA FEMININA E DA IGUALDADE ENTRE MULHERES E HOMENS SÃO: 1. AS MULHERES E O MUNDO DO TRABALHO Criar o programa Mulher e Trabalho com atividades de combate à discriminação do trabalho da mulher e informação às trabalhadoras sobre seus direitos, incentivo à geração de emprego e trabalho, que incorpore as iniciativas: • “São Paulo enfrentando as desigualdades das mulheres no mundo do trabalho”, em parceria com o governo federal, com objetivo de contribuir para a redução das taxas de desemprego feminino por meio da implementação de estratégias específicas para as negras e as jovens, assegurando condições de trabalho decente para todas e garantindo salário igual para trabalho igual. Lutar pela redução das desigualdades salariais entre homens e mulheres e entre as próprias mulheres, em conformidade com as Convenções da Organização Internacional do Trabalho e em acordo com as normas internacionais em matéria de direitos das mulheres; • Selo “Esta empresa tem compromisso com igualdade” como uma das políticas ativas frente ao mercado de trabalho com a finalidade de estimular o aumento da taxa de atividade feminina, de formalização dos empre- gos e da ocupação de postos executivos e de comando; • Criar o Programa Mulher Empreendedora com objetivo de promover a valorização e o reconhecimento da contribuição econômica das mulheres por meio da assistência técnica, do fomento ao empreendedorismo, associativismo e cooperativismo, especialmente por meio do fortalecimento das redes de mulheres na economia solidária e pelo associativismo de crédito. 2. ENFRENTAMENTO A TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ATRAVÉS DA ADOÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS, PUNITIVAS, DE PROTEÇÃO E DE ATENÇÃO. Implantação do Pacto Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher: • Implementar no Estado de São Paulo a Lei Maria da Penha e todos os mecanismos para sua execução, mediante a criação da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher com objetivo de articular todos os equipamentos públicos (DDM, Centros de Referência, Casas Abrigo) e serviços existentes nas áreas de segurança pública, justiça e saúde, para garantir o atendimento adequado às vítimas; • Criar nas cidades-polo do Estado um serviço de atendimento à mulher vítima de violência composto por DDM, casa abrigo e centro de referência com atendimento 24 horas e nos finais de semana, para atuar pela prevenção da violência; • Garantir a qualidade do atendimento nas DDMs; a coleta e divulgação dos dados reais da violência contra as mulheres no Estado; desenvolver uma campanha sistemática de formação de todas as áreas da segurança pública na prevenção e atendimento à violência contra as mulheres; • Garantir na Defensoria Pública o atendimento às necessidades das mulheres possibilitando a capacitação que garanta uma equipe de técnicas e técnicos sensibilizados para a questão de gênero, no campo do direito civil e criminal. 3. AS MULHERES E O NOVO MODELO DE GESTÃO • Criar a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres como órgão formulador, articulador e executor de políticas para as mulheres no Estado, assegurando condições políticas, orçamentárias e de pessoal em dimensão suficiente para garantir a capilaridade de sua atuação seja regional ou estadual, por meio da implantação dos Comitês Permanentes de Políticas para as Mulheres em todas as secretarias e empresas estatais de São Paulo. • Incorporação da variável gênero no planejamento das ações e na formulação do conjunto de ações do governo com objetivo de construir políticas que alterem as desigualdades entre mulheres e homens, e também através da incorporação feminina e suas decorrentes especificidades; 515 • Capacitação dos(as) gestores(as) públicos(as) para a igualdade entre homens e mulheres, realizando formação e qualificação profissional, com vistas à inserção de uma perspectiva de gênero e de raça na realização de políticas públicas e ocupação dos cargos de chefia, e adotar ações afirmativas que permitam incluir as mulheres no processo de desenvolvimento do Estado. mento para homens e mulheres trabalhadores com encargos de família” e realizar campanhas estaduais, dirigidas a toda a sociedade, no sentido de valorizar o trabalho doméstico; • Criar e ampliar programas e projetos para atenção a crianças e adolescentes em horário complementar ao período escolar, bem como ampliar a jornada escolar, permitindo melhores condições para o emprego e trabalho das mulheres. 4. SISTEMA ESTADUAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES • Constituir o fórum permanente entre as secretarias, coordenadorias e órgãos de políticas para as mulheres no Estado de São Paulo, com objetivo de estimular a articulação dos municípios paulistas e do governo federal no processo de implementação de políticas públicas e ações exclusivas para as mulheres. 5. AS MULHERES E AS POLÍTICAS E SERVIÇOS UNIVERSAIS DE CUIDADOS Adotar políticas que promovam o compartilhamento e a corresponsabilidade, no âmbito dos servidores estaduais, que permitam estabelecer ou ampliar a licença maternidade, paternidade e parental, de forma a contribuir com o compartilhamento, entre homens e mulheres, dos cuidados com os filhos. • Adotar em âmbito estadual as disposições da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) “sobre a igualdade de oportunidades e de trata- 16 6. AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS ESPAÇOS DE PODER E DECISÃO • Adotar todas as medidas para garantir e ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder e de decisão – nas secretarias estaduais, nas empresas públicas e em seus conselhos de administração, com vistas a uma mudança cultural na sociedade, à formação de novos valores e atitudes em relação à autonomia e protagonismo das mulheres. Incrementar e reforçar os espaços de participação das mulheres na formulação e implementação de políticas em todos os níveis e âmbitos do poder público. 7. AS MULHERES E A SAÚDE Ampliar os programas de atenção à saúde integral da mulher, com especial atenção à redução da mortalidade materna e neonatal, ao enfrentamento da femi- nização da epidemia do HIV/Aids, da prevenção e tratamento do câncer de mama e cérvico-uterino e aos agravos decorrentes da violência sexual e doméstica. Os aspectos geracionais devem ser garantidos, mas outros também devem ser considerados: classe, étnico-racial e orientação sexual. • Criar o Programa Estadual de prevenção e tratamento do câncer de mama e cérvico-uterino com objetivo de garantir o acesso universal das mulheres aos recursos de exame e tratamento; • Garantir o acesso à anticoncepção de qualidade, com ações educativas, orientação sobre métodos e sua adequação às necessidades de saúde da mulher, e atenção especial às mulheres jovens na prevenção da gravidez precoce e indesejada; • Garantir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres em todas as fases da vida e nos diversos grupos populacionais. Garantir a realização do abortamento nos casos previstos em lei em condições seguras, no âmbito do SUS, ampliando a rede de serviços de atenção à violência sexual e de abortamento legal; • Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das adolescentes e das jovens, por meio da sensibilização e capacitação de profissionais de saúde e de agentes comunitários de saúde, focando o conceito de adolescência e juventude e o reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos a partir de uma perspectiva de combate ao racismo, ao sexismo, a todas as formas de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. 8. AS MULHERES E A NOVA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO • Criar o Programa Estadual por uma Educação não Discriminatória incorporando as questões de gênero nos currículos gerais, com formação permanente dos/as educadores/as e com elaboração de material didático-pedagógico para toda a rede estadual e municipal • Apoiar os programas de fomento à produção científica e tecnológica das mulheres e sobre as mulheres; • Criar o programa de erradicação do analfabetismo e de elevação de escolaridade entre as mulheres, que contemple as negras, as do campo e das comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas; • Promover e incentivar a inclusão digital das mulheres e estimular seu acesso às novas tecnologias da informação. 9. AS MULHERES E A PRODUÇÃO DE POLÍTICAS DE CULTURA, DE COMUNICAÇÃO E A MÍDIA Fomentar iniciativas que coíbam práticas discriminatórias e incentivar a produção de conteúdos que valorizem as mulheres em toda a sua diversidade na mídia, por meio da valorização e promoção da produção cultural. • Criar programas e conteúdos nas áreas de comuni- 517 cação e cultura que venham a contribuir para a desconstrução da cultura machista e patriarcal, que aprofundam a desigualdade e a exclusão das mulheres. • Aprofundar as condições de investimento, crédito e novas tecnologias e inovação, assistência técnica, ampliação de linha de crédito específico e apoio à comercialização para as mulheres que atuam na agricultura, agricultura familiar e assentamentos da reforma agrária; 10. AS MULHERES E A INFRAESTRUTURA • Garantir os direitos igualitários das mulheres à terra e no desenvolvimento nos assentamentos da reforma agrária, assegurando a titularização conjunta das mulheres e atenção especial às mulheres solteiras e chefes de família; • Garantir que nos novos projetos de infraestrutura, arquitetônicos e no estabelecimento de serviços públicos – nas áreas de energia, saneamento básico, habitação, transporte e mobilidade – incorporem as necessidades específicas das mulheres e a promoção de seu bem-estar e segurança, por meio de lavanderias públicas, restaurantes populares, creches e equipamentos de segurança. • Manter e ampliar a titularidade das mulheres nos programas habitacionais do governo, sua participação na definição dos projetos arquitetônicos e garantir a regularização fundiária de seus lotes urbanos e rurais, com atenção também às não casadas legalmente ou em regime de separação de bens, e às mulheres que vivem em situação de violência. • Criar áreas de lazer e equipamentos esportivos que incentivem e garantam a existência de espaços apropriados para as mulheres. Implantar políticas de incentivo à prática esportiva. 11. AS MULHERES E O DIREITO À TERRA Criar o Programa “Mulher com direitos à terra”: 18 • Fortalecer as Organizações Produtivas de Trabalhadoras Rurais, possibilitando o acesso à Assistência Técnica Especializada para mulheres. 12. AS MULHERES E O ENFRENTAMENTO A TODAS AS FORMAS DE PRECONCEITO Implementar diretrizes de atendimento à saúde das mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais: • Incorporar, em todos os setores do governo, o compromisso de impedir a discriminação às pessoas por suas diferentes orientações sexuais; • Destinar recursos para a realização de campanhas públicas de enfrentamento à discriminação e ao preconceito. Serão incentivadas ações de fortalecimento e ampliação da educação intercultural e de promoção de políticas de etnodesenvolvimento; • Garantir a diversidade étnico-racial por meio do ensino sobre as culturas negra e indígena nas redes de educação. 13. AMPLIAR A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESTADO, A PARTICIPAÇÃO POPULAR E O CONTROLE SOCIAL E FOMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES • Realizar a Conferência Estadual de Políticas para Mulheres com o objetivo de elaborar o Plano Estadual de Políticas para Mulheres, assegurando a existência de espaços prioritários de democratização da gestão. Assim, será assegurada a possibilidade de a população, em especial a feminina, decidir sobre as políticas públicas no Estado; • Ampliar os mecanismos de participação popular e democratização da gestão. Fomentar a rede de participação das mulheres nos diferentes conselhos estaduais e fóruns de poder e de decisão; • Implementar convenções, acordos e tratados internacionais relativos aos direitos das mulheres dos quais o Brasil é signatário e que são ratificados pelo Estado de São Paulo. 519 20 EXPEDIENTE Coligação UNIÃO PARA MUDAR: PT, PDT, PSDC, PCdoB, PTdoB, PR, PRB, PRP, PRTB, PTN e PPL. Coordenação da campanha: Emidio de Souza PT – Edinho Silva PDT – Paulo Pereira da Silva PC do B – Nádia Campeão PR – José Tadeu Candelária PRB – Gilmaci Santos PSDC – José Maria Eymael PRP - Ovasco Rezende PRTB – Levy Fidelix PT do B – Antônio Rodriguez Fernandez PPL – Miguel Manso PTN – João Dárcio Ribamar Sacchi Coordenador de GTE: Antonio Santos PROGRAMA DE GOVERNO Coordenação Geral: Angélica Fernandes e Eloi Pietá Coordenação Executiva: Eduardo Fagnani, Julian Rodrigues, Márcio Percival, Marcos Rogério de Souza, Ricardo Guterman e Salvador Khuriyeh. Colaboradores: Bia Pardi, Carlos Medeiros, Cleonice Coelho, Cleusa Lourandi, Danilo Fiori, Edson Aparecido da Silva, Eduardo Marques, Emílio Lopes, Eurípedes Carvalho, Evaristo Almeida, Gabriel Galípolo, José Bonifácio de Souza Amaral Fº, Leonardo Fontes, Maximino Fernandes Filho, Nádia Vieira, Paulo Dantas, Raimundo Bonfim, Tatau Godinho, Waldir Quadros,Walter da Silva, Fernanda Otero. Grupos Temáticos: Abastecimento, Segurança Alimentar e Nutricional; Agricultura e Política Agrária; Aqüicultura e Pesca; Assistência Social; Ciência e Tecnologia e Inovação; Comunicação; Comunidades Tradicionais; Criança e Adolescente e Medidas Sócio-Educativas; Cultura; Desenvolvimento Econômico; Desenvolvimento Regional; Desenvolvimento Urbano e Moradia; Direito do Consumidor; Economia Solidária; Educação; Energia; Esporte e Lazer; Finanças Públicas e Gestão do Estado; Funcionalismo Público; Idosos; Igualdade Racial; Juventude; LGBT; Meio Ambiente; Microcrédito; Mulheres; Pessoa com deficiência; Saneamento Básico; Saúde; Segurança Pública; Trabalho e Renda; Transparência e Participação Popular; Transporte e Mobilidade Urbana; Turismo. Grupos regionais: ABCD; Alta Paulista; Araçatuba; Assis Marília – Ourinhos; Baixada Santista; Bauru; Campinas; Capital (São Paulo); Guarulhos; Itapeva; Mogiana; Noroeste Paulista; Osasco; Presidente Prudente; Ribeirão Preto; São José do Rio Preto; Sorocaba; Vale do Paraíba; Vale do Ribeira. Equipe de apoio: Aderbal de Oliveira Neto, Andreza Galli, Darci Vieira (Gaúcho), Felipe Teixeira Gonçalves, Melina Rombach, Ricardo Leite Ribeiro, Roberto Guedes, Suelen de Oliveira Santos, Thiago Badaró e Valdir Coelho. 521 22 Veja o Programa de Governo e as propostas para melhorar a vida dos paulistas no site: www.mercadante13.com.br Acompanhe também todas as informações da campanha na internet