PROJETO FOLHAS AUTORA: Terezinha dos Santos Daiprai NRE: Guarapuava ESCOLA: Colégio Estadual Liane Marta da Costa DISCIPLINA: Língua Portuguesa - Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( x ) DISCIPLINA DA RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 1 – Filosofia DISCIPLINA DA RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR 2 - Sociologia CONTEÚDO ESTRUTURANTE: O discurso como prática social CONTEÚDO ESPECÍFICO: Leitura e produção de textos. TÍTULO: Debatendo e construindo opiniões: a política em questão www.ftiars.org.br AFINAL, DE QUE MODO CONSTRUÍMOS OPINIÕES SOBRE UM DETERMINADO ASSUNTO? Vivemos em uma sociedade com regime democrático. A democracia garante a todos os cidadãos o direito de manifestar suas opiniões publicamente, sobre assuntos importantes para a coletividade, seja da nação, estado, município, cidade, bairro, escola etc. Ao manifestarem-se, as pessoas assumem posturas políticas. Aliás, a política é um elemento essencial para a democracia, embora seja comum encontrarmos pessoas que, contraditoriamente, afirmam que não gostam de política, mas defendem a democracia. Para emitirem suas opiniões e interferirem em situações como: solicitar melhorias para uma rua, reclamar da alta indevida do aluguel de um imóvel, organizar um abaixo assinado pedindo a ampliação da escola do bairro, indagar sobre a devolução indevida do troco na panificadora, enfim, nas mais diversas situações de interação social, através da linguagem, seja ela oral ou escrita, as pessoas assumem posições políticas. Em uma passeata de movimentos sociais e sindicatos, a linguagem escrita é utilizada nas faixas, a oralidade nas possíveis “palavras de ordem” (frases reivindicatórias repetidas pelos manifestantes), na fala argumentativa dos líderes no momento da negociação e, ainda, nas informações trocadas em conversas informais pelo grupo que se manifesta. Na escola temos oportunidade de realizarmos a leitura de uma infinidade de textos pertencentes aos diferentes gêneros que circulam na sociedade. E, essa leitura, se realizada de maneira crítica nos permitirá irmos além; da leitura crítica do texto para a leitura crítica da realidade que nos cerca e vice-versa. compreendendo assim , que todo texto é resultado de um modo de ver o mundo,e a sua leitura deve ser o diálogo entre a visão de mundo de quem escreveu com a daquele que lê, que no momento da leitura, estabelece com o texto pontos de convergência e divergência, extraindo sentidos do mesmo e acrescentando-lhe sentidos. A opinião crítica sobre o mundo em que vivemos é fundamental para a atuação do cidadão consciente politicamente . Ezequiel Theodoro da Silva, no livro “Criticidade e Leitura: ensaios” afirma: “A criticidade não pode operar milagres e nem revoluções da noite para o dia, mas ela pode levar o sujeito a enxergar o avesso das coisas. Pode ser um contraponto ou um escudo aos mecanismos de alienação”. (SILVA, Ezequiel Theodoro da. Criticidade e leitura: ensaios . Campinas, SP: Mercado de Letras: ALB, 1998, p.16) Leia as opiniões de alguns alunos do 1º ano do Ensino Médio sobre política em resposta à pergunta O que é política para você? divulgadas através de uma enquete, isto é, uma pesquisa de opinião que apresenta uma pergunta clara e objetiva com a intenção de levantar a forma de pensamento das pessoas sobre um assunto específico. “ “Eu não quero nem saber de política.” (Geovana, 14 anos) “Política é coisa para os deputados, prefeitos, vereadores ... essa gente que gosta de enganar o povo.” (Willian, 15 anos) “Eu não entendo nada de política. Nem quero entender.” (Talita, 15 anos) “Política é quando a gente tem que votar.” (Anderson, 15 anos) picasaweb.google.com “Política é uma forma de escolha, seja ela ruim ou boa. É por meio dela que escolhemos presidentes, governos, prefeitos etc. Mas também é quando participamos para melhorar nosso futuro e o da sociedade.” (Guilherme, 15anos) “A política é só uma forma de ganhar dinheiro sem precisar sair todo dia para trabalhar.” (Paulo Henrique, 14 anos) EXPLORANDO A ORALIDADE Vamos debater essas opiniões. 1 - Certamente, você já ouviu essas frases, ou outras parecidas, sobre política em casa, na rua, na escola e em outros lugares. Converse com seu colega ao lado: você concorda com as afirmações dos estudantes que participaram da enquete? Por quê? 2 - Os estudantes que responderam à enquete demonstram conhecimento amplo sobre a política? Justifique. 3 - De que modo esses estudantes chegaram a construir uma opinião sobre a política? 4 - Agora que você já debateu com o colega ao lado, que tal expor o debate e as conclusões à turma toda? VAMOS LER AGORA DOIS VERBETES A RESPEITO DE POLÍTICA, E UM TEXT0 DIDÁTICO QUE TRATA DA ETIMOLOGIA DESSA PALAVRA POLÍTICA: sf. 1. Conjunto dos fenômenos e das práticas relativas ao Estado ou a uma sociedade. 2. Arte e ciência de bem governar, de cuidar dos negócios públicos. 3. Qualquer modalidade de exercício da política. 4. Habilidade no trato das relações humanas. 5. Modo acertado de conduzir uma negociação; estratégia. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário AURÉLIO da língua portuguesa, 7ª Impressão, Curitiba: Positivo, setembro de 2006, p. 640 POLÍTICA: s.f. 1. Ciência da organização, administração e direção das nações. 2. Arte de dirigir os negócios públicos. 3. Habilidade no agir e no tratar. (HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário HOUAISS da língua portuguesa, 1ª Edição, Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.348) A palavra política é grega: ta polítika, vinda de polis. Polis é a cidade, não como conjunto de edifícios, ruas e praças e sim como espaço cívico, ou seja, entendida como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos(polítikós), isto é, pelos homens livres e iguais nascidos em seu território, portadores de dois direitos inquestionáveis, a isonomia (igualdade perante a lei) e a isegoria (igualdade no http://www.santoaugusto.rs.gov.br direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a cidade deve realizar). CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2004, p.349) AGORA RESPONDA INDIVIDUALMENTE EM SEU CADERNO: 1 - Pense nas idéias debatidas inicialmente a partir da enquete sobre política e compare com as definições apresentadas pelos dicionários. Há semelhanças? Comente. 2 - Você costuma consultar o dicionário quando tem dúvida em relação a uma palavra ou assunto? Por quê? 3 - No caso da política, você acha que a leitura dos verbetes e do texto que apresenta a etimologia ajuda a compreender melhor o que ela representa, contribui na construção de uma opinião sobre o assunto? Justifique. AMPLIANDO HORIZONTES Leia outro excerto de um texto de Marilena Chaui. Não é raro ouvirmos dizer que “lugar de estudante é na sala de aula e não na rua, fazendo passeata” ou “estudante estuda, não faz política”. Mas também ouvimos o contrário, quando alguém diz que “os estudantes estão alienados, não se interessam por política”. No primeiro caso, considera-se a política uma atividade própria de certas pessoas encarregadas de fazê-la – os políticos profissionais -, enquanto no segundo caso, considera-se a política um interesse e mesmo uma obrigação de todos. Assim, um primeiro paradoxo da política faz aqui sua aparição: é ela uma atividade específica de alguns profissionais da sociedade ou concerne a todos nós, porque vivemos em sociedade? Como se observa, usamos a palavra política ora para significar uma atividade específica – o governo -, realizada por um certo tipo de profissional – o político -, ora para significar uma ação coletiva – o movimento estudantil nas ruas – de reivindicação de alguma coisa, feita por membros da sociedade e dirigida aos governos ou ao Estado. Afinal, a política é uma profissão entre outras ou é uma ação que todos os indivíduos realizam quando se relacionam com o poder? A política se refere às atividades de governo ou a toda ação social que tenha como alvo ou como interlocutor o governo ou o Estado? www2.uol.com.br No entanto, podemos usar a palavra política ainda em outro sentido. De fato, freqüentemente, encontramos expressões como “política universitária”, “política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “política sindical”. Nesse conjunto de expressões, já não encontramos a referência ao governo nem a profissionais da política. “Política universitária” e “política da escola” referem-se à maneira como uma instituição de ensino (pública ou privada) define sua direção e o modo de participação ou não de professores e estudantes em sua gestão, ao modo como os recursos serão empregados, ao currículo, às formas de avaliação dos alunos e professores, ao tipo de pessoa que será recebida como estudante ou como docente, à carreira dos docentes, aos salários, e, se a instituição for privada, ao custo das mensalidades e matrículas, etc. (...) As pessoas que, desgostosas e decepcionadas, não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho políticos, afastam-se de tudo quanto lembre atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a política existente continue tal qual é. A apatia social é, pois, uma forma passiva de fazer política. (CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2004, p.345 e 348) EXPLORANDO A LEITURA DO TEXTO 1 - Interagindo com a autora do texto, responda às indagações que ela faz ao final do segundo parágrafo. 2 - Explique a afirmação que encerra o último parágrafo. 3 - Levando em conta o sentido, a opinião que você construiu a partir da leitura do texto, escreva sobre a “política da nossa escola”. SUGESTÃO: se você quiser saber mais acerca do que Marilena Chaui escreve sobre política, poderá ler o capítulo 9 do livro Convite à Filosofia, de onde foram retirados os fragmentos estudados. Esse livro faz parte do acervo da biblioteca do Colégio. Poderá também debater com seu professor de sociologia e filosofia sobre essa temática. MAS AFINAL,QUEM É MARILENA CHAUI? MARILENA CHAUI, nasceu em São Paulo em 1941. Filha do jornalista Nicolau Chaui e da professora Laura de Souza Chaui. É filósofa, escritora e professora. Leciona no Departamento de Filosofia da USP e suas áreas de especialização são História da Filosofia Moderna e Filosofia Política. VEJA AINDA. UM IMPORTANTE POETA ALEMÃO DO SÉCULO XX TAMBÉM FALA SOBRE POLÍTICA ATRAVÉS DO POEMA. O analfabeto político (Berthold Brecht) O pior analfabeto É o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, ............................. (http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=493) (Poema escrito em 1932) UM POUCO SOBRE O AUTOR DO POEMA Eugen Berthold Friedrich Brecht é um dos autores alemães mais importantes do século XX, especialmente nas suas facetas de dramaturgo e de poeta.Nasceu em 10 de fevereiro de 1898, em Augsburg (Baviera), hoje um subúrbio de Munique, começou a escrever ao público durante a primeira guerra, como cronista teatral e poeta. Em 1916, em uma redação escolar, manifesta-se contra a guerra e é ameaçado de expulsão. Nasce ali o Brecht contestador. Entre1920 e 1924, depois de freqüentar o curso de medicina que não completa, circula entre Mônaco e Berlim, trabalhando e colaborando com os diretores teatrais M. Reinhardt e Erwin Piscator, com os músicos Kurt Weill, Hans Eisler e P. Hindemith, com os escritores Bronnen e L. Feuchtwanger e com o desenhista G. Grosz. Ali, se dá a síntese inicial de sua formação artística diversa. Dirigido para pensar o teatro e a poesia a partir dos acontecimentos sociais em seu processo histórico dialético, não apenas refletindo o mundo, mas ousando propor transformá-lo a partir da luta contra a alienação do mundo capitalista. http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_134.html CONSTATANDO, PARTILHANDO E PRODUZINDO SENTIDOS... 1- Em duplas, escrevam sobre o que sentiram ao ler o poema? 2 - Vamos partilhar as sensações da leitura com turma. AGORA INDIVIDUALMENTE, RESPONDA ATÉ O NÚMERO 6 E VOLTAMOS A EXPOR AS RESPOSTAS A TODO O GRUPO. 3 - O poema Analfabeto Político pode ser considerado também um texto de opinião? Argumente sua resposta. 4 - Compare o poema com o texto de Marilena Chauí e escreva o que eles têm em comum. 5 - No sentido tradicional, analfabeto é aquele que não tem domínio da leitura e da escrita e, esse analfabetismo é considerado um problema social.Considerando o poema, o analfabetismo político é também um problema social? 6 - Releia o poema e faça uma charge para representar sua opinião. Para isso, procure em jornais e revistas algumas charges e observe sobre que assuntos tratam e de que modo são produzidas. Depois de produzir a sua charge, discuta com a turma o seu trabalho e organize com os colegas e professor (a) um varal onde ficarão expostas as charges da turma. PARA DESCONTRAIR Sobre a temática em estudo vamos conhecer a letra de uma música e observar o que ela apresenta em relação à mesma. Que País é esse? Banda Capital inicial Composição: Renato Russo Nas favelas e no senado Sujeira prá todo lado Ninguém respeita A constituição Mas todos acreditam No futuro da nação... Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse? Na Amazônia E no Araguaia ia, ia Na baixada fluminense No Mato grosso E nas Gerais E no Nordeste tudo em paz Na morte eu descanso Mas o sangue anda solto Manchando os papeis Documentos fiéis Ao descanso do patrão... ............................................ (letras.terra.com.br/capital-inicial/44842/) PARA ALÉM DA MELODIA Quando ouvimos uma música somos tocados muito mais pelo estilo e pela melodia que ela apresenta. Nem sempre prestamos atenção ao conteúdo abordado pelo texto que ela contém. No entanto, as músicas também ajudam a formar e reforçar as opiniões da sociedade. 1 - Você concorda com as afirmações acima? Será que as músicas também formam opinião?Escreva sobre o você pensa sobre a influência das músicas na formação das opiniões que circulam na sociedade. 2 - Quanto à letra da música “Que país é esse?” o que você observa em relação à política? 3 - Que crítica pode ser depreendida das entrelinhas da afirmação no final da primeira parte da música? E do título, que é também o refrão? 4 - A música pergunta: “Que país é esse?”. Observando o seu dia-a-dia, que perguntas você gostaria de fazer? Escreva-as e justifique suas indagações. 5 - Marilena Chaui diz em seu texto que mesmo quando as pessoas optam por isolar-se, ficando longe de tudo quanto lembre política, estão praticando-a, pois permitem que as coisas continuem exatamente como estão. À qual estrofe da música podemos associar essa afirmação de Chaui? VAMOS PESQUISAR Pesquisa 1: o poema afirma que o custo de vida depende de decisões políticas. Procure em jornais e revistas, notícias políticas que poderiam comprovar essa afirmação. Relacione em seu caderno os exemplos encontrados, recorte e cole ou copie a manchete ou texto, sem esquecer de citar o nome do jornal ou revista e a data de publicação. Em grupos comparem suas pesquisas e, a partir dos resultados, discutam a atualidade do poema O analfabeto político. Pesquisa 2: você já deve ter visto outros poemas, outros autores, que abordam problemas sociais e, conseqüentemente, políticos em seus poemas. Pesquise e traga para a sala de aula outros poemas que apresentam essa temática. Com eles comporemos uma antologia poética, que será lida e exposta em um varal literário. PARA FINALIZAR Depois da leitura de diferentes gêneros (poemas, letra de música, verbetes, texto didático, enquete, charges) com informações sobre o mesmo tema, de discussões com os colegas, da pesquisa de vários poetas que apresentam a temática política em suas obras, agora é a sua vez de demonstrar sua opinião sobre o assunto. Com base em tudo o que estudamos e debatemos, pense na sociedade em que vivemos: a) Dos problemas que enfrentamos, quais podem ser resolvidos por decisões políticas? De quem dependem essas decisões? b) De que maneira podemos vencer o analfabetismo político? c) Como o verdadeiro sentido da palavra política pode ser vivenciado por nós? Expresse suas idéias através de uma carta argumentativa à Marilena Chauía partir das respostas que daria a essas perguntas, expondo a sua opinião e também a importância que o texto dela teve no estudo que realizamos. A carta argumentativa em linhas gerais apresenta a mesma estrutura da carta convencional, ou seja, contém: data e local, vocativo ou saudação à pessoa a quem se destina, apresentação do motivo da correspondência, finalização ou conclusão, que pode ser uma expressão de gentileza ou cortesia. Para melhor compreensão, antes de escrever, vamos formar grupos e analisar as cartas argumentativas das revistas e jornais que o (a) professor (a) trouxe para a sala e levantar os pontos específicos desse gênero de texto. Após a leitura e análise das cartas, cada grupo produzirá uma carta à escritora Marilena Chaui, conforme as direções apontadas acima, levando em conta que, como se trata de uma pessoa que não conhecemos, portanto, não temos intimidade, a saudação inicial deve ser formal assim como, a linguagem deve ser adequada à norma padrão. Quando todas as equipes tiverem concluído o trabalho, com o auxílio de seu professor, vocês reunirão e sintetizarão as opiniões construídas em uma única carta coletiva. Feita a versão final, enviem a carta para: Marilena Chauí. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH). Rua do Lago,717 – Butantã. São Paulo – SP. CEP: o5508 – 900 e aguardem a possível resposta da escritora. RECADO FINAL Ezequiel Theodoro da Silva, no livro Leitura e Realidade brasileira afirma (...) o processo de leitura apresenta-se como uma atividade que possibilita a participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e passado e em termos de possibilidade de transformação cultural futura. E, por ser um instrumento de aquisição e transformação de conhecimento, a leitura, se levada a efeito crítica e reflexivamente, levanta-se como um trabalho de combate à alienação (não racionalidade), capaz de facilitar ao gênero humano a realização de sua plenitude (liberdade). www.plenarinho.gov.br (SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & Realidade brasileira. Porto Alegre. Mercado Aberto, 1988. p.22-3) Procuramos apresentar aqui atividades que instigam à leitura crítica, um dos principais objetivos do ensino da língua portuguesa. Entendemos que, na criticidade da leitura está presente também a capacidade de desmistificar conceitos, ditos eternos. Como é o caso da política que, muitas vezes, sutilmente, é apresentada como sendo “coisa de político”, “sempre foi assim", “uns mandam outros obedecem". Ao trabalharmos com a temática da política fizemos uma escolha, como seria com qualquer outra. E para abordarmos esse tema lançamos mão dos meios que a linguagem nos oferece: os gêneros textuais, a leitura, as possibilidades de escrita e a oralidade, que perpassa a leitura e a escrita pois expressa a articulação do conhecimento no momento da emissão da fala. Não esgotamos aqui a leitura dos gêneros textuais que circulam socialmente com a temática política. Nem era esse nosso objetivo. Realizamos alguns apontamentos da leitura crítica como um importante elemento na formação de opiniões. Essa leitura deve acontecer de maneira sistemática na escola. Mas, para além da escola estamos em contato, a todo momento, com textos orais e escritos, verbais e não verbais, que colaboram para a formação de opiniões da sociedade como um todo. Eles aparecem nas revistas, nos jornais, nos panfletos de propagandas, nos autdoors, nos anúncios de videntes etc. e ainda, através do órgão de imprensa que chega a quase todos os lares brasileiros, a televisão. Esperamos ter contribuído para sua percepção quanto à heterogeneidade de textos veiculados em situações de efetiva comunicação na sociedade e da necessidade de sermos leitores críticos e cidadãos participativos, que manifestam suas opiniões através da linguagem interferindo e descobrindo caminhos para a construção de um mundo melhor. SUGESTÕES DE LEITURAS Você poderá ampliar ainda mais os seus conhecimentos com a leitura descontraída e crítica de dois livros que abordam a temática política: A revolução dos bichos, de George Orwel, e Meninos no poder, de Domingos Pellegrini. O livro A Revolução dos bichos conta que num belo dia, os animais da fazenda do sr. Jones se dão conta da vida indigna a que são submetidos: eles se matam de trabalhar para os homens, lhes dão todas as suas energias em troca de uma ração miserável, para ao final serem abatidos sem piedade. Liderados por um grupo de porcos, os bichos então expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos serão iguais. Meninos no Poder. Nesse livro, o autor esmiúça o delicado processo de uma campanha eleitoral e faz com que cada um busque dentro de si mesmo a vontade de pensar a política. Não essa que o povo está cansado de ver com nepotismos, corrupção, jogos de interesse e toma-lá-dá-cá. Mas a política de fazer o certo, o que é preciso fazer. Assim, em meio à prosa inteligente de Domingos Pellegrini, vencedor do Prêmio Jabuti de 2001, o leitor se depara com o sonhador e o menino dentro de cada um de nós. LEIA E CONSTRUA A SUA OPINIÃO ! Referências Bibliográficas FERREIRA, Holanda de Buarque Aurélio. Mínidicionário AURELIO da língua portuguesa, 7ª Impressão, Curitiba, setembro de 2006. HOUAISS, Antônio. Mínidicionário HOUAISS da língua portuguesa, 1ª Edição, Rio de Janeiro, 2001, p.348. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo Ática 2004. SILVA,Ezequiel Theodoro da. Unidades de Leitura – Trilogia pedagógica. Ed. Autores Associados. Campinas, SP. 2003. ______. Criticidade e leitura: ensaios . Campinas, SP: Mercado de Letras: ALB, 1998, p.16) ______. Leitura & Realidade brasileira. Ed. Mercado Aberto. Porto Alegre. 1988. MEURER, Luiz José; ROTH-MOTTA, Desirée (orgs.). Gêneros textuais. Ed. EUSC. Bauru, São Paulo. 2002 Sites consultados : www2.uol.com.br. Acesso em: 11 feverreiro de 2008. www.ftiars.org.br. Acesso em 2 fevereiro de 2008. picasaweb.google.com. Acesso em 13 fevereiro de 2008. www.santoaugusto.rs.gov.br. Acesso em 13 fevereiro de 2008. www.plenarinho.gov.br. Acesso em 2 fevereiro de 2008. http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=493. Acesso em 15 fevereiro de 2008. http://www.letras.terra.com.br/capital-inicial/44842/. Acesso em 23 janeiro 2008. PARECER DO MATERIAL DIDÁTICO – PROFESSOR ORIENTADOR 1. IDENTIFICAÇÃO IES: Universidade Estadual do Centro-Oeste/ Campus de Guarapuava Nome do Professor Orientador: Cristiane Malinoski Pianaro Angelo Nome do Professor PDE: Terezinha dos Santos Daiprai Área/ Disciplina: Língua Portuguesa Título do material didático: Debatendo e construindo opiniões: a política em questão Caracterização do material didático: FOLHAS 2. PARECER DESCRITIVO: O Folhas intitulado “Debatendo e construindo opiniões: a política em questão” além de abordar uma temática pertinente às inquietações da sociedade atual, apresenta-se como uma alternativa para a prática significativa da leitura e produção de textos no Ensino Médio. As atividades de leitura buscam propiciar a interação do aluno com o texto, promovendo a reflexão e a criticidade. Na proposta de produção escrita, exploram-se as condições para a produção, destacando-se o interlocutor, o gênero e a finalidade, portanto, atendendo aos pressupostos da concepção interacionista de linguagem e em consonância com as Diretrizes Curriculares. Há indicações de leitura e incentivo à pesquisa. As atividades estão bem distribuídas ao longo do texto, privilegiando o trabalho em grupo, a reflexão e a interação. Assim, contribuem para desenvolver o espírito crítico e criativo, tendo em vista a necessidade de formação de cidadãos conscientes e participativos. Haverá viabilidade para a implementação do material didático, considerando a importância deste para o ambiente escolar e a facilidade dos recursos necessários para sua produção e execução. 3. PARECER CONCLUSIVO: Diante das considerações apresentadas no item 2, aponto para a aprovação deste FOLHAS. Constitui-se em um material bastante significativo, mantendo coerência entre sua problemática, suas atividades e a faixa etária dos alunos aos quais se destina. Universidade Estadual do Centro-Oeste/ Campus de Guarapuava, 18 de fevereiro de 2008. ___________________________________________________ Cristiane Malinoski Pianaro Angelo Professora Orientadora PARECER Nº 02/2008 QUANTO AOS COMPONENTES DO TEXTO PROBLEMA: O tema abordado é analisado de forma consistente, possibilitando ao leitor efetivar uma reflexão relevante, atendendo à própria natureza do fenômeno em foco (opinião crítica), favorecendo uma compreensão melhor sobre a relevância da diversidade textual no âmbito escolar, para que o aluno tenha condições de ampliar seus horizontes de leitura e ter, assim, uma consistência maior nos posicionamentos políticos que adota em inúmeras situações. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: O conteúdo estruturante é: O discurso como prática social, com especial enfoque na forma com que pode ser elaborado pelo aluno, tendo como referencial a leitura que permite o acesso ao acervo de idéias formulado pelos escritores, cada qual com seu posicionamento político e ideológico, que contribui para que o educando possa formular a sua própria opinião acerca dos temas abordados. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO INTERDISCIPLINAR: A interdisciplinaridade é efetivada por meio de recursos textuais diferenciados, com destaque para imagens e textos de natureza diferenciada, o que permite ao leitor refletir sobre diversas dimensões (política, cultural, social, filosófica, entre outras), que se complementam para o melhor entendimento das idéias elaboradas pela autora. ATIVIDADES: As atividades são dinâmicas e envolvem textos diferenciados (fragmentos de livros, poemas, letra de música), possibilitando ao aluno inteirar-se das várias formas de expressão do pensamento, auxiliando a ter uma percepção mais profunda em relação à temática desenvolvida no texto. IMAGENS: As imagens coadunam com o texto, contribuindo para o entendimento da mensagem elaborada pela autora, além de contribuir para a visualização da realidade que estas abordam. REFERÊNCIAS: As referências abarcam diversas correntes de pensamento, indicando o aprofundamento da autora em relação a contextualização teoria do tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O texto “Afinal, de que modo construímos opiniões sobre um determinado assunto?” possui características que o tornam de grande valia no processo de reflexão sobre posicionamento política e a forma com que a sua expressão pode ser construída no âmbito escolar. Não há como deixar de reconhecer que cada postura política, por si só, representa a opinião particularizada de cada pessoa, sendo construída por meio de canais de expressão, como o texto, que carrega uma mensagem e influencia o processo de reflexão crítica. Essa ponderação é uma constante no texto, evidenciando sua importância como material educativo visando contribuir no processo de aprendizado do aluno. Guarapuava, 20 de junho de 2008. Professor Colaborador: ZEMIR LOURENÇO PRIGOL - RG 9749.349-9 Disciplina - Filosofia Guarapuava,24 de junho de 2008 O trabalho realizado pela professora Terezinha dos Santos Daiprai, sob a ótica da sociologia pode ser analisado em diversos temas sociológicos. Podem ser destacados: a cidadania e a participação política ativa do cidadão , a importância dos movimentos sociais na luta, organização e mobilização, sendo os principais, os sindicatos e partidos políticos, o papel da instituição escolar, através dos educadores contribuindo para a formação crítica e participativa dos alunos. Também é relevante a influência dos meios de comunicação na formação de opiniões, muitas vezes contribuindo de forma alienante, atendendo aos interesses de classes sociais que sempre dominaram a política. Professor colaborador Esmeraldo Anacleto de Abreu Disciplina – Sociologia RG 4970 956 - 0