D E S TA Q U E TRABALHANDO COMO ENGENHEIRO EM UMA COMPETIÇÃO DE BANDAS Wimbledon na noite anterior, para garantir que começaríamos a trabalhar cedo no local na manhã seguinte. No local, Keith começou desempacotando os novíssimos amplificadores Orange (dois combos de guitarra de 100W e um equipamento compacto de baixo) e Jay ficou encarregado de montar e afinar uma bateria Yamaha Live Recording Custom igualmente novíssima. Eu me encontrei com o Roberto, que estava tendo um pouco de dificuldade com o LS9. Ele queria passar cinco mandadas de monitor e saídas esquerda/direita principais pelos equalizadores gráficos internos do mixer. Como não estávamos familiarizados com o modelo, ficamos bastante confusos e apertamos um monte de botões (enquanto, obviamente, dizíamos a todo mundo, principalmente ao Nigel, que tínhamos tudo totalmente sob controle), até finalmente percebermos que, embora o LS9 tenha quatro equalizadores gráficos onboard de 31 bandas, é possível atribuir mais (precisávamos de sete) se você configurá-los no modo ‘split’, que lhe dá oito processadores de 15 bandas separados. Obviamente, é muito fácil quando você sabe. Roberto já tinha montado vários microfones e DIs no palco, para que pudéssemos usar os que estivessem na melhor posição. Ele também já tinha eliminado quaisquer frequências possivelmente indesejadas e elaborado um gráfico de equalização geral. Depois de resolver o enigma dos equalizadores gráficos, enfrentamos outro probleminha, porque nenhum dos DIs ou microfones condensadores estava funcionando, apesar de termos ativado a phantom power nos canais apropriados. Depois de conferir que o cabeamento não era um problema e de verificar um dos DIs o plugando diretamente em outro equipamento com phantom power ativada, ficamos com apenas duas explicações lógicas: ou era uma falha do mixer ou o LS9 tem uma opção de phantom power global em algum lugar. Felizmente, descobrimos isso prontamente depois de olhar as configurações do sistema. Agora, o único problema no palco era que a bateria levada pela Yamaha naquela manhã era novinha em folha e precisava de um tempo de preparo e afinação. O bumbo, em específico, precisava de bastante abafamento atrás da pele frontal, e, embora o processo de inserir um dos amortecedores prontos do Roberto parecesse aflitivamente como algo que talvez você testemunhe na faculdade de veterinária, o bumbo soou ótimo quando 66 microfonado. Passamos um tempo fazendo Tony Moore cantar e tocar piano, guitarra e bateria para uma passagem de som genérica, e, por fim, tudo estava pronto para o evento, embora um pouco mais tarde do que o planejado. Os vencedores Hex tocando na parte da tarde do show. Mudanças A programação do dia era que cada participante teria um período de 30 minutos, que precisava incluir ajustar as configurações no palco, fazer a passagem de som da canção do ‘teste’ e depois da canção para o show da noite se fosse uma canção diferente, trazer o júri de seu esconderijo secreto, conversar um pouco sobre os músicos em si e a música deles e a efetiva performance. Obedecer ao plano sempre foi uma prioridade, com o show da noite aguardando no futuro próximo, e, como costuma acontecer nestes eventos, acabamos começando um pouquinho atrasados, atrasamos mais um pouco, entramos no ritmo e conseguimos cumprir o horário no final, até acabando com um pouco de antecedência. Fazia muito tempo que eu não trabalhava no aspecto mais difícil (ou seja, no palco) de um show ao vivo, já que eu normalmente sento atrás da minha mesa e levo a culpa por tudo, e eu devo dizer que gostei bastante de trabalhar perto dos músicos - foi ótimo conversar com eles sem usar um microfone de talkback! Apesar de suas idades, todos foram educados, simpáticos e prestativos, apesar de estarem compreensivelmente bastante focados em sua iminente performance na frente dos jurados. Uma ou duas bandas tinham levado seus próprios amplificadores de backline, o que causou um probleminha de fluxo de trabalho, e, depois de pouco de negociação, todos concordaram em usar os equipamentos Orange que já estavam montados e economizariam bastante tempo de transição para o show da noite. Eu e Keith os ajudamos a carregar seus equipamentos, verificamos níveis no palco com o Roberto e plugamos e conectamos um monte de coisas, principalmente sempre que teclados estavam envolvidos - parece existir uma regra irrompível que diz que teclados trazidos a um show pelas bandas nunca Edição 50 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r devem estar equipados com qualquer forma de conector de saída útil ou fonte de energia interna, então passamos pelo tradicional ritual de encontrar um P2 para RCA para P10 ou outro cabo adequado para que pudéssemos conectá-los a um DI box e, assim, tudo ficasse controlável. Se já tiver trabalhado no som de eventos com vários participantes, você se identificará com a experiência de pensar “Vamos ver quem é o próximo... Ah, que bom, é um cantor solo” (e o contrário, quando você descobre que é uma banda folk com 12 músicos tocando ‘Favoritos das Lendas Arturianas’ em instrumentos de época). E os três cantores-compositores nos ajudaram a recuperar o tempo no geral. Trabalhamos de maneira árdua e rápida, e Roberto foi ótimo com todos, fazendo as passagens de som de maneira eficiente e dando conselhos de incentivo onde necessário. Como conhecia o local muito bem, ele podia reconhecer qual equilíbrio os jurados ouviriam, uma ou duas vezes usando a frase “Confie em mim, pessoal” quando pedia que o volume de amplificadores de guitarra fosse abaixado ou que batidas em pratos fossem um pouco moderadas. E assim, às 18h, tínhamos superado problemas de equalizadores gráficos, de teclados e de trânsito e concluído os testes fechados - então agora estava na hora de nos prepararmos para as performances à noite. Segunda parte... Tendo passado para esta etapa da competição, os músicos sempre seriam ótimos, mas eles foram muito mais do que isso - eles realmente impressionaram os jurados, que eu sei que estavam tendo muita dificuldade em escolher seus preferidos, e todos eles fizeram performances confiantes, empenhadas e interessantes. Deve ter sido estranho