2 São Luís, 22 de setembro de 2015. Terça-feira O Estado do Maranhão CIDADES Biné Morais Dique deve ficar pronto antes da maré de sizígia Única comporta da Barragem do Bacanga, que controlava fluxo do mar, rompeu-se no dia 17, liberando o fluxo de água sem controle entre o Rio das Bicas e a Baía de São Marcos A barreira de pedras que está sendo construída na Barragem do Bacanga, em São Luís, deve ser concluída até sexta-feira, dia 25, segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra). Isso porque será registrado em uma semana o fenômeno da maré de sizígia, quando as ondas alcançam grandes amplitudes. Por isso, a estrutura já deverá estar pronta para conter o avanço das águas e evitar possíveis alagamentos nas áreas de risco na Bacia do Bacanga. Na quinta-feira, dia 17, o cabo de aço que sustentava a única comporta em funcionamento na barragem se rompeu, o que acabou derrubando-a. Desde então, está sendo realizado reparo emergencial na Barragem do Bacanga. Estão sendo colocadas pedras para fechar parcialmente o canal. O serviço continua na barragem e deve ser concluído em três dias, segundo o subsecretário de Infraestrutura, Ednaldo Neves. Apesar de não terem sido registrados casos de alagamento nas áreas de risco desde o rompimento da comporta, há uma urgência no serviço, porque se aproxima a maré de sizígia. As tábuas de maré mostram que a preamar dos dias 28 e 29 alcançaram 6,6 metros, o que pode elevar o risco de alagamento das áreas de risco. Ainda de acordo com o subsecretário, o planejamento da Sinfra prevê o aumento do nível da maré para amanhã. Até essa quarta-feira, o nível máximo será de 4,8m. Já na quinta, é de 5,1m, e na sexta, 5,6m. Os níveis se mantêm até os dias 28 e 29, voltando a reduzir no dia 30, mas ainda passando dos 6m. Com a ocorrência da maré de grande amplitude, que ocorre quando o Sol e a Lua estão alinhados em relação à Terra e a atração gravitacional entre os dois astros se soma, aumenta o medo de possíveis alagamentos de moradores de áreas de risco. É o que acontece com a dona de casa Maria da Conceição Nascimento, que já viu a maré invadir sua casa e chegar à altura dos joelhos. “Quando tem algum problema na barragem, a água invade mesmo. Com essa sizígia, então, ficamos com mais medo”, disse. Reparo Segundo o subsecretário, as comunidades que estão nesses locais podem ficar tranquilas, pois a barreira de pedras reduzirá o fluxo da água, mesmo com a ocorrência da maré de grande amplitude. “A barreira está sendo construída de forma que vai impedir o fluxo necessário para que não alague as comunidades daquela região”, declarou. Ainda de acordo com Ednaldo Neves, a ensecadeira tem duas funções: evitar inundações nas áreas de risco, principalmente no Sá Barreira de pedras reduzirá o fluxo da água Viana (ponto mais vulnerável) e possibilitar a operação de resgate da comporta, que está submersa. Como ele explicou, o serviço será realizado em três etapas. A primeira é o bloqueio do canal, que deve utilizar 100 carradas de pedras. Depois, será feito o resgate e manutenção da comporta. O prazo para conclusão dessa etapa ainda não foi concluído, pois ainda não foi possível avaliar se a estrutura está empenada ou não, o que pode exigir mais tempo, segundo o subsecretário. Enquanto estiver sendo feita a recuperação da comporta, o volume de água em comunicação entre Rio das Bicas e a Baía de São Marcos será reduzido em 80% na maré alta. “Para compensar a troca de oxigênio, vamos usar o sistema stop-log de emergência, para permitir a entrada e saída de água controladamente”. Por fim, será a desobstrução e construção da segunda comporta da barragem, que está desativada e totalmente obstruída há pelo menos 10 anos. “Com essa comporta desativada, ficamos impossibilitados de fazer a manutenção da outra, que está em operação, sem paralisar as atividades ali”, ressaltou Ednaldo Neves. Além disso, será substituído o mecanismo acionador da comporta, que data da década de 1970. Alagamento Desde o rompimento do cabo de aço, a situação está sendo monitorada por técnicos do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Exército, que já têm plano de ação desenvolvido, caso seja necessário fazer a retirada de famílias das áreas de risco de alagamento. O coronel Izaac Matos, coordenador estadual de Proteção e Defesa civil, afirmou que não foram registradas ocorrências de alagamento até agora. Na ocorrência da sizígia, o monitoramento diário na preamar continua. Segundo o subsecretário de Infraestrutura, Ednaldo Neves, o governador do Estado já autorizou a reserva de vagas em hotéis da capital para o caso de ser necessário retirar famílias de suas casas se houver alagamento. VÍDEO NA VERSÃO DIGITAL oestadoma.com Com greve de policiais civis, atendimento em delegacias é precário Apenas casos relacionados a crimes contra a vida estão sendo registrados pelos policiais que permanecem nas delegacias, conforme o Sinpol Apenas casos de homicídios serão atendidos nas delegacias de Polícia Civil, durante a greve da categoria. É o que afirma o Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol), que iniciou greve na sextafeira, dia 18. Esta é a segunda da categoria em menos de um mê s. Com a paralisação, o funcionamento das delegacias da capital maranhense e do interior do estado está comprometido. Em agosto deste ano, a categoria paralisou as atividades durante oito dias, reivindicando melhores condições de salário e de trabalho. O Governo do Estado ficou de apresentar uma proposta para atender aos anseios da classe e por isso, na ocasião, eles encerraram o movimento paredista. Como não houve a apresentação dessa contraproposta, os policiais decidiram paralisar novamente as atividades por tempo indeterminado. Na sexta-feira, a greve foi retomada e agora deve ser mais longa que a anterior e dificultar o atendimento à população. “Segundo decidimos na as- NÚMERO 1.800 policiais civis, segundo o Sinpol, aderiram ao movimento grevista sembleia geral na sexta-feira, não é para funcionar praticamente nada. Até porque ficou acertado que a adesão à greve seria de 100% da categoria”, informou Heleudo Moreira, presidente do Sinpol. Na manhã de ontem, praticamente não houve movimento nas delegacias de polícia e quem foi a uma delas foi informado que não estavam sendo registrados boletins de ocorrências. Na porta das unidades, apenas as viaturas paradas. Escrivães, investigadores, comissários, peritos criminalísticos auxiliares, auxiliares de perícia médica, rádio-operadores e motoristas reivindicam recomposição salarial e melhoria na estrutura das delegacias. Segundo o presidente do Sinpol, as negociações com o atual governo começou antes mesmo da posse em janeiro deste ano. Ainda em 2014, foi enviada a pauta de reivindicações para a SSP. No entanto, o andamento das negociações não foi o esperado. Agreve foi considerada ilegal pela Justiça, com multa diária de R$ 20 mil. Em nota, o Sinpol informou que sempre priorizou a negociação e tentou evitar ao máximo a atual situação, fato demonstrado pelos mais de oito meses de negociações e dezenas de reuniões realizadas entre representantes da categoria e secretários de Governo. Em nota, o governo afirmou que mantém o diálogo com os policiais civis e que a situação econômica atual, com a arrecadação estadual em queda, inviabiliza ações em diversas áreas. O Governo do Estado disse ainda que tem responsabilidade com o pagamento de salários e pede a compreensão dos servidores para que não se afastem do local de trabalho. Construção do dique na Barragem do Bacanga deve ser concluída em até três dias, antes da maré de sizígia PERIGO NA AVENIDA Biné Morais Beira-Mar Na Avenida Beira-Mar, em São Luís, a caixa com o disjuntor e a fiação elétrica de um conjunto semafórico estão expostas na calçada, com o equipamento em funcionar. Situação é de risco para as pessoas que passam pelo local, além do que qualquer pessoa pode desligar a energia dos semáforos, se assim quiser, já que os disjuntores estão à disposição.