Reconstrução de Imagens em Radiologia Médica M.Sc. Walmor Cardoso Godoi http://www.walmorgodoi.com Agenda 1. Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1. Retroprojeção e Filtros 2. Visualização Científica na Medicina 3. Visualização 3D 1. Algoritmos de extração de superfícies 2. Algoritmos de extração de volumes Reconstrução em Tomografia Computadorizada e em Medicina Nuclear • • Conceito de projeção e senograma Métodos de retroprojeção filtrada 01 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução • As técnicas tomográficas TC e de Medicina Nuclear (SPECT – Tomografia Computadorizada de Emissão Simples – e PET – Tomografia de Emissão de Pósitrons) permitem obter imagens segundo cortes axiais (tomos – do grego tomo, que significa secção). • A TC é uma modalidade de imagem médica baseada na determinação dos coeficientes de atenuação da radiação X, a qual é produzida exteriormente ao objeto que se pretende estudar. Imagens de transmissão. 02 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução • Já nas modalidades de imagens médicas da Medicina Nuclear, a fonte de radiação é interna ao próprio indivíduo. Neste caso, pretende-se determinar a distribuição espacial de moléculas marcadas com isótopos radioativos (radioisótopos). Imagens de emissão. Na base da obtenção de imagens tomográficas, estão princípios, de natureza conceptual ou matemática, que é necessário compreender. 03 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução • Fonte e imagens: as fontes de radiação podem ser internas ou externas ao paciente. Externa (RX) Transmissão (RX) Interna (SPECT) Emissão (SPECT) 04 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução • As imagens são então referidas como imagens de transmissão ou de emissão: Externa (TC) Transmissão (TC) Interna (PET) Emissão (PET) 05 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução Externa Transmissão (TC) Interna Emissão (PET) 06 Imagens: http://www.griffwason.com/gw_images/ Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução • Representação do objecto: pode ser projetiva (RX) ou tomográfica (TC, SPECT, PET, MRI): 07 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 1 Introdução Projetiva Tomográfica 08 Imagens:http://www.med.harvard.edu/JPNM/TF95_96/Sept26/ChestCT.GIF/ Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projecção e sinograma • O princípio da reconstrução tomográfica foi apresentado em 1917, por Johann Radon, um matemático austríaco, que demonstrou que um objeto poderia ser reconstruído a partir de múltiplas projeções obtidas segundo ângulos diferentes. • A descoberta de Radon só pode, todavia, ser implementada no final da década de 60, com a melhoria das capacidades de cálculo dos computadores da época. A aplicação à imagiologia só ocorreu na década de 70, quando Hounsfield e Cormack apresentaram o primeiro aparelho de TC. 09 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projeção e sinograma • Na base da reconstrução tomográfica está o conceito de projeção, que é idêntico ao conceito de “incidência”. Considere que obtém várias radiografias em torno de uma pessoa (i.e., segundo vários ângulos). Se os ângulos variarem de 10º em 10º, obteremos então 36 radiografias, para os ângulos 0º, 10º, 20º, ..., 350º. Considere agora que para cada uma radiografias, seleciona apenas as subregiões compreendidas entre as linhas vermelhas mostradas na figura à direita. neste caso, ficamos com 180 projeções 1-D, as quais constituirão um senograma. das 36 10 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projeção e senograma 90º 0º 180º 270º Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projecção e sinograma Alinhando todas as projecções ao longo de uma matriz, obtemos um senograma. No senograma, cada linha corresponde à projeção 1D obtida para um determinado ângulo, enquanto cada coluna indica a distância medida em relação ao centro da imagem. Chama-se senograma porque uma estrutura aparece como uma função seno. 0º 90º 180º 270º Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projecção e sinograma r1 r1, θ=45º Δθ=180º r2 r2, θ=225º θ Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projeção e senograma 14 Imagens: Toga e Mazziotta, Human Brain Mapping,1996 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 2 Conceito de projeção e senograma Senograma do miocárdio, correspondente à slice indicada à direita. Imagem da direita reconstruída através do método de FBP (filtered backprojection). É possível observar a grande quantidade de artefatos presentes na imagem da direita. 15 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojeção filtrada • Noção de retroprojecção: A reconstrução tomográfica pode ser através de métodos de retroprojeção filtrada, vulgarmente designados FBP, do inglês filtered back-projection. Veremos neste ponto em que consiste a retroprojeção, chamando, no entanto, a atenção para o fato da retroprojeção, por si só, não ser suficiente para obter imagens tomográficas de boa qualidade. Como veremos, é necessário filtrar as projecções antes da retroprojecção, o que será explicado mais adiante. 16 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojeção filtrada Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojeção filtrada • Vejamos agora como se processa efetivamente a retroprojeção. Para cada pixel da imagem de coordenadas linha-coluna [m, n], a contribuição da projecção obtida segundo o ângulo φ, medido em relação à vertical, é calculada determinando o valor de r (distância ao centro da projeção), através da expressão: r = n cos φ + m sin φ • Note que o ponto r é calculado em relação ao centro da projeção que retroprojecta sempre para o centro da imagem. Neste caso, as coordenadas m e n podem ser negativas. 18 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojeção filtrada Projeções Projeções Retroprojeção Projeções filtradas Resultado final Retroprojeção filtrada 24 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojecção filtrada • Não está surpreendido(a)? Vejamos então no caso de imagens reais, reconstruídas com e sem filtragem das mesmas projecções. Como pode ver, a ausência de filtragem das projeções faz com que a imagem reconstruída perca resolução espacial e com que fique muito brilhante no centro, devido às propriedades aditivas da retroprojeção. 25 Imagens: amath.colorado.edu/courses/4380/2004fall/FB.ppt Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojecção filtrada • Mas então, o que é a filtragem? Neste caso, consiste em retirar ou minimizar certas freqüências espaciais que estão presentes nas projeções, as quais são responsáveis pela degradação da resolução espacial da imagem tomográfica. • Para percebermos corretamente este conceito, deveremos familiarizarmo-nos com o trabalho de Jean Baptiste Joseph, Barão de Fourier, que em 1807 mostrou que qualquer sinal periódico podia ser representado através da soma ponderada de sinusoidais harmônicas. Duas sinusoidais dizem-se harmônicas se a freqüência de uma é múltipla da freqüência da outra. 26 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojecção filtrada • No entanto, o trabalho de Fourier não se limitou às funções periódicas. Com efeito, ele demonstrou ainda que qualquer função não-periódica com área finita, podia ser descrita através do integral ponderado de senos e/ou cosenos com diferentes frequências. Neste caso, falamos de Transformadas de Fourier, cuja utilidade prática é consideravelmente superior à das Séries de Fourier. • O formalismo matemático introduzido pela Transformada de Fourier é poderoso na análise de sinais. Tal como nas Séries de Fourier, o valor de cada componente final resultante dessa análise indica a amplitude que cada seno ou cosseno deve ter na reconstrução final do sinal. 27 Reconstrução Tomográfica em TC e MN 3 Métodos de retroprojeção filtrada • O número de projeções influencia a qualidade da imagem tomográfica final. Neste caso, sabemos que quantas mais projeções, melhor será a qualidade final da imagem. 128 projeções Retroprojeção filtrada Objeto 16 projeções Retroprojeção 4 projeções 37 Imagens: http://www.erc.msstate.edu/~zhanping/Research/CTRecon/ RaysRecon/RaysRecon.htm/ Visualização Científica na Medicina Definições Visualização: Extração de informações relevantes a partir de complexos conjuntos de dados. Visualização Científica: Quando o conjunto de dados representam fenômenos complexos e o objetivo é a extração de informações científicas relevantes. Visualização Volumétrica: Classe de métodos de visualização relacionada com a representação, manipulação e visualização de conjuntos de dados Paiva et al, 1999 volumétricos. Visualização Científica na Medicina::Definições Técnicas de Visualização Fontes Simulação • Modelo matemático Aquisição • Conversão de objetos existentes na natureza Extração de Superfícies (Surface Fitting) Algoritmos “Rendering” direto de volumes (volume rendering) • Representação geométrica (polígonos) • Métodos tradicionais de rendering de polígonos • Projeção feita diretamente à partir dos dados volumétricos Paiva et al, 1999 Visualização 3D Algoritmos: Extração de Superfícies Problema Linha de isovalores Marching Cubes •• •• •• •• •• •• 1) 1) 2) 2) 3) 3) 4) 4) William William E. E. Lorensen Lorensen e e Harvey Harvey E. E. Cline Cline (1987) (1987) Visualização Visualização de de dados dados de de CT, CT, MR MR e e SPECT SPECT Cria Cria uma uma representação representação poligonal poligonal (modelos (modelos de de triângulos) triângulos) de de superfícies superfícies com com densidades densidades constantes constantes a a partir partir de de dados dados médicos. médicos. Aplicações Aplicações de de imagens imagens médicas médicas 3D: 3D: Fraturas, Fraturas, abnormalidades abnormalidades craniofacial, craniofacial, estruturas estruturas intra-cranial, intra-cranial, radioterapia, radioterapia, planejamento planejamento cirúrgico, cirúrgico, visualizações visualizações de de artérias, artérias, calculo calculo de de volumes volumes e e áreas. áreas. Fluxo Fluxo de de Informação Informação p/ p/ Algoritmos Algoritmos Médicos Médicos 3D 3D Aquisição Aquisição de de imagens imagens médicas médicas 3D 3D consiste consiste de: de: Aquisição Aquisição dos dos dados: dados: múltiplos múltiplos slices slices (fatias) (fatias) 2D. 2D. Processamento Processamento de de Imagens: Imagens: Encontrar Encontrar estruturas estruturas na na imagem imagem 3D. 3D. Construção Construção da da superfície: superfície: Criação Criação de de um um modelo modelo de de superfície superfície a a partir partir dos dos dados dados 3D. 3D. Utiliza-se Utiliza-se voxels voxels ou ou polígonos. polígonos. Usuário Usuário especifica especifica a a superfície superfície desejada desejada por por um um parâmetro parâmetro de de densidade. densidade. Display: mostrar mostrar a a superfície superfície criada: criada: cor, shading Display: cor, textura, textura, shading Marching Cubes Marching Cubes Algoritmo •O Marching Cubes (MC) utiliza um cubo lógico criado a partir de 4 pixels de cada fatia adjacente. •O algoritmo de MC determina como a superfície intersecta esse cubo, então move (ou marcha) para o próximo cubo. •Existem 28=256 maneiras de uma superfície interceptar o cubo. • Como funciona o algoritmo de MC (analogia ao 2D)? • O análogo 2D pode utilizar uma imagem, e para cada pixel, set preto se o valor está abaixo de algum limiar escolhido, e set branco se está acima deste limiar. 256 casos‐> 14 casos Marching Cubes • Aplicação CT, cabeça de um menino de 12 anos com um buraco próximo ao lado esquerdo do nariz. Osso utilizou 550000 triângulos e pele 375000 Countour Filter vs. Marching Cubes Countor Filter Marching Cubes Algoritmos Extração de Volumes • Técnicas de rendering (renderização) de volumes geram uma imagem do volume diretamente a partir dos dados volumétricos • Aplicações a objetos amorfos, tais como nuvens, gás, fluidos, tecidos humanos. • Desvantagem: percorrer todo o volume a cada vez que a imagem precisa ser gerada Visualização Científica Aplicações Simulação Radioterapia Tumores Projeto Mulher Invisível Osso Rato - Microtomografia Defeito em peças Espuma Metal Poroso Ray Casting • • Inicia com um jogo 3D em 1992 (Wolfenstein 3D ou Wolf 3D) As paredes no jogo utilizavam esse método Ray Casting Problemas da visualização • Visualizar estruturas amorfas • Modelo de iluminação adequado • Aplicações de tempo real (30 fps) Aplicações • Tomografia e Ressonância • Qualquer conjunto de estruturas amorfas Ray Casting Ray Casting • Algoritmo Básico Ray Casting •Um dos problemas: percorre todos os voxels no caminho raio •Existem algoritmos otimizados. Aplicação: Visualização da laringe Projeto Invesalius Invesalius (Brasil) ‐ http://www.cenpra.gov.br/promed/software.htm Utiliza os dados da tomografia ou RM para reconstruir modelos de estudo ou próteses por Prototipagem Rápida. A prototipagem rápida é um processo utilizado para a fabricação de componentes físicos a partir das informações geométricas fornecidas por um sistema CAD (projeto auxiliado por computador). Esse processo consiste em adicionar material na forma de camadas planas sucessivas, possibilitando a fabricação de peças complexas sem a necessidade de moldes e ferramentas.