Diário Corumbaense - Corumbá - MS - Sexta-feira, 23 de maio de 2014 - ANO: VIII - Edição: 1732 Coluna 9 Dicas Dica de Filme Fale com Ela Duração: 112 minutos Elenco: Javier Cámara, Leonor Watling, Darío Grandinetti, Rosario Flores, Geraldine Chaplin, Mariola Fuentes Ler e escrever, muito prazer! Sempre fomos inclinados muito mais à leitura que ao adequado desempenho da escrita da língua. Lemos e reagimos às informações lidas desde que nascemos, a primeira palmada, na verdade, é uma leitura e a ela reagimos imediatamente por meio do choro. Lemos e reconhecemos, por exemplo, a cada significado quando aferimos a pressão ou a temperatura do nosso corpo; quando vimos nuvens negras no céu ou quando nosso estômago começa a roncar depois de muitas horas sem nos alimentarmos. Lemos todos os sinais naturais que nos cercam diariamente, assim, lemos desde o momento que acordamos. Esse é um tipo de leitura. Contudo, ao lermos o signo convencional da língua, ou seja, a palavra escrita, precisamos de aprendizado específico, padronizado e de muita motivação. E quando essa motivação nos falta na família, a escola preenche essa lacuna de forma admirável e responsável. Voz corrente na mídia, na escola e fora dela, “a leitura descortina um mundo prazeroso de descobertas e aventuras”. Desse modo, todos os desvios ortográficos, sintáticos e semânticos no desempenho da escrita são atribuídos à falta de leitura. Esse mito acompanha aprendentes da língua portuguesa da mais tenra idade até à idade adulta. À leitura, tudo; à escrita, toda a pressão para escrever “certo” e, assim, sair-se bem e, com isso, demonstrar competência na língua. Esse “fardo” que envolve a escrita acaba refletindo no trabalho do professor que leva atividades para corrigir em casa, tais como, provas, caderno de aluno, redação, ensaios, relatórios, crônicas, poesias e outras atividades escritas, enquanto a avaliação da leitura é feita simultâneamente à apresentação em sala de aula. Uma atividade importante para o aprendente da língua, e pouco realizada em sala de aula, mas que auxilia no desempenho da escrita, são os exercícios orais. Com eles se aprende a pronúncia correta das palavras, dando ênfase à marcação da sílaba tônica e à correta articulação de cada som, sílaba, palavra e frase. Sendo a língua uma tradição sociocultural ensinada de geração para geração, o aprendizado da fala, da escrita e da leitura envolve aspectos étnicos, sociais, regionais, históricos, políticos e de gênero, tanto de quem ensina como de quem aprende. Nesse caminho, ao decodificar a escrita, a leitura provoca no leitor a compreensão de fatos, conceitos e ideias ali descritos de forma clara ou implícitos. Essa percepção de conjunto e a assimilação do significado ali contidos, só são possíveis graças ao conhecimento de mundo individual que o leitor possui, sua menor ou maior experiência como leitor e conhecedor da língua, de sua cultura e de outras culturas; e também do conhecimento de mundo que ele consegue partilhar com o autor, o maior ou menor domínio dos fatos e experiências ali narrados. Isso servirá para mensurar a leitura. Refletir sobre a leitura é importante para entendermos o processo de comunicação da escrita, que assim como a fala conta a história da vida de cada indivíduo, o que e quem somos. Bom fim de semana. Rosangela Villa é Dra. em Linguística da língua portuguesa, com atuação em Sociolinguística. É professora do Mestrado em Estudos de Linguagens, Mestrado em Estudos Fronteiriços e do Curso de Letras da UFMS. Contato para sugestões: [email protected]. Sinopse Direção: Pedro Almodóvar Ano: 2002 País: Espanha Gênero: Drama Em Madri vive Benigno Martin (Javier Cámara), um enfermeiro cujo apartamento fica diante da academia de balé comandada por Katerina Bilova (Geraldine Chaplin). Ele fica na janela da sua casa vendo com especial atenção uma das estudantes de Katerina, Alicia Roncero (Leonor Watling). Quando Alicia é ferida em um acidente de carro, acaba internada no hospital onde ele trabalha. Benigno cuida dela, em coma, com um cuidado acima do normal. Ele acaba amigo de Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um jornalista que visita rotineiramente a namorada toureira em estado crítico. Dica de Livro O maior de todos os mistérios Número de páginas: 112 Sinopse Autores: Giselda Laporta Nicolelis, Miguel Nicolelis Editora: Companhia das Letras Edição: 1ª Edição Ano de edição: 2013 Idioma: Português Uma deliciosa viagem pelo cérebro humano e as últimas descobertas da neurociência farão o leitor perceber que estamos próximos de uma revolução à altura dos melhores filmes de ficção científica. Imagine que em vez de as pessoas se comunicarem pela internet ou pelo celular, a pesquisa científica tenha avançado tanto que no futuro todos seremos capazes de conversar à distância usando apenas o nosso cérebro. Imagine também controlar todo tipo de máquina apenas com a força do pensamento. E que tal escutar as memórias de seus antepassados que foram gravadas e estocadas para que seus descendentes tenham acesso a elas? Parece impossível? Para os autores de O maior de todos os mistérios, que contam com muito bom humor e clareza as últimas descobertas a respeito do cérebro, impossível é tudo aquilo que ainda não foi descoberto.