R E V I S TA P O R T U G U E S A RPCV (2008) 103 (565-566) 47-52 DE CIÊNCIAS VETERINÁRIAS Apoptose na nefropatia da leptospirose em ovinos Apoptosis in nephropathy of the leptospirosis in ovine Carvalho S.M. , Macedo N.A. , Silva S.M.M.S. , Quessada A.M. , Mineiro A.L.B.B. , Costa F.A.L. * 1 2 2 2 1 2 1 CCA-UFPI Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí – Campus da Socopo – 64049-550- Teresina, PI 2 Resumo: Leptospirose é uma zoonose amplamente distribuída em todo o mundo, mas pouco sabemos sobre as alterações histopatológicas e a patogênese da nefropatia nos animais domésticos, principalmente nos ovinos. Neste estudo foram analisadas 34 amostras de rim de ovinos seropositivos após exposição natural a L. interrogans e cinco controles seronegativos, para detecção de apoptose, pelo método de ApopTag Peroxidase In Situ. A análise histopatológica revelou nefrite intersticial em 33 (97,05%) animais seropositivos. Lesões tubulares foram observadas em 20 (58,82%). Havia presença de cilindros hialinos, degeneração de células epiteliais, desprendimento de células para o lume tubular, necrose de membrana basal tubular, atrofia tubular e degeneração hialina goticular. Foi observada a presença de leptospiras nos túbulos em oito animais seropositivos (23,52%). Apoptose foi detectada em células epiteliais tubulares da região cortical e medular em 30 (88,23%) animais seropositivos e somente na medular em 4 dos cinco animais, sem infecção, de intensidade mínima. A presença de apoptose foi significantemente maior nas regiões cortical (p = 0,035) e medular (p = 0,004) nos animais seropositivos comparado com os seronegativos. Apoptose foi observada em células epiteliais tubulares de ovinos naturalmente infectados por leptospiras, na presença de alterações inflamatórias intersticiais. ApopTag Peroxidase In Situ. The histopathological analysis showed interstitial nephritis in 33 (97.05%) seropositive animals. Tubular lesions were observed in 20 (58.82%) infected animals. There was presence of hyaline cylinders, degeneration of epithelial cells, detachment of cells to the tubular lumen, necrosis of tubular basement membrane, tubular atrophy and hyaline droplet degeneration in seropositive animals. The presence of leptospira in the tubules was observed in eight (23.52%) infected animals. Apoptosis was observed in tubular epithelial cells of the cortical and medullary region in 30 (88.23%) infected animals and only in the medullary region in four seronegative animals. The presence of apoptosis was significantly greater in the cortical (p = 0.035) and medullary (p = 0.004) region in seropositive compared with seronegative animals. Apoptosis was observed in tubular epithelial cells of naturally infected ovines in the presence of interstitial inflammatory alterations. Palavras-chave: Leptospira, rim, morte celular, pequeno ruminante. Introdução Summary: Leptospirosis is a widely distributed zoonosis in the whole world, but few know on the histopathologic alterations and pathogenesis of the nephropathy in the domestic animals, mainly in ovines. In this study 34 samples of kidney of seropositive ovines naturally exposed to L. interrogans were analyzed and five seronegative controls, for detection of apoptosis, using *Correspondência: [email protected] Tel: + 55 (86) 3215-5760 Keywords: Leptospira, cell death, kidney, small ruminant. Leptospirose é uma zoonose amplamente difundida em todo o mundo, constituindo sério problema de saúde pública. O homem e animais podem se infectar a partir do ambiente contaminado ou do contato direto com urina de outros portadores (Farr, 1995). O homem é bastante sensível à infecção, mas ovinos são mais resistentes com manifestações clínicas inaparentes (Ellis, 1994). Durante a fase de bacteremia, leptospiras virulentas disseminam-se por via sanguínea para colonizar os rins (Levett, 2001), onde se multiplicam, provocando lesões túbulo-intersticiais (Scanziani et al., 1989), consideradas alterações patológicas básicas da doença (Maxie, 1993), de onde são eliminadas pela urina (Plank e Dean, 2000). As alterações renais na leptospirose parecem estar relacionadas a diversos antígenos de membrana, como lipopolissacarídeos (LPS), peptideoglicanos, hialuro47 Carvalho SM et al. nidases, fosfolipases e glicoproteínas (Yang et al., 2001; Sitprija et al., 2003). Leptospiras patogênicas se movimentam em espiral (Baranton, 1995) e aderem ás células epiteliais tubulares renais por meio das lipoproteínas Lip 41, LipL 36 e LPS (Dobrina et al., 1995). Assim, fatores a serem considerados no desencadeamento de injúria renal na leptospirose, envolvem a ação direta da bactéria sobre o tecido renal (Barnett et al., 1999; Yang et al., 2002), a ação de antígenos de membrana, a infiltração celular ou a ativação do sistema imune humoral e celular (Costa et al., 1981; Abdulkader et al., 2002; Dorigatti et al., 2005). Entretanto, o mecanismo preciso de lesão renal na infecção por leptospiras ainda não está claramente definido (Sitprija et al., 1980). A participação de apoptose no mecanismo de lesão é um evento bem conhecido em vários processos patológicos renais (Wong et al., 2001). A morte celular por apoptose regula o número de células durante indução e resolução de injúria renal (Savill, 1994; Ortiz et al., 2002). Vários fatores estão envolvidos em morte de células túbulo-intersticiais do rim por apoptose. Estudo em rato "Lewis" mostrou que BSA (albumina sérica bovina) injetada intraperitonealmente induz apoptose de células epiteliais de túbulos proximais, o que permite uma relação direta entre proteinúria e lesão túbulo-intersticial (Thomas et al., 1999). Apoptose de células epiteliais tubulares mediada por macrófagos é observada também em casos de nefrite nefrotóxica em camundongos (Tesch et al., 1999). Na falha renal aguda isquêmica em ratos, apoptose observada três dias após injúria, é responsável pela perda de células tubulares (Jo et al., 2001). Assim, pela análise da literatura pertinente, nenhum estudo foi ainda realizado sobre a participação de apoptose na nefropatia da lesão renal na leptospirose, nem no homem nem em qualquer outra espécie animal e, particularmente, em ovinos naturalmente infectados por Leptospira interrogans. Este trabalho tem como objetivo detectar a presença de apoptose e avaliar a sua participação na indução de lesões renais em ovinos naturalmente infectados por Leptospira interrogans. RPCV (2008) 103 (565-566) 47-52 Dos 34 animais reagentes sorologicamente para leptospira, fragmentos de rim foram colhidos, fixados em formol neutro a 10%, tamponado com fosfato, 0,01 M pH 7,4 (formol tamponado), incluídos em parafina e os cortes corados para análise histopatológica. Lâminas também foram tratadas com adesivo Silane A174 (Pharmacia, USA) para detecção de apoptose. O grupo controle foi constituído de 5 animais negativos para leptospirose. Detecção de Apoptose In Situ Apoptose foi detectada por meio do kit apopTag Peroxidase In Situ (Chemicon International) segundo protocolo recomendado pelo fabricante. Os cortes foram desparafinados com xilol e posteriormente hidratados em concentrações decrescentes de álcool etílico. Em seguida, as lâminas foram incubadas com proteinase K (20 µl/ml; Invitrogen Life Technologies), durante 15 minutos. O bloqueio de peroxidase endógena foi realizado com peróxido de hidrogênio a 3% em PBS, por 30 minutos. Após lavagem das lâminas em PBS, foi feita incubação com Equilibration buffer por 10 segundos em temperatura ambiente. Os cortes foram então incubados em câmera úmida a 37ºC com solução contendo Terminal Deoxinucleotidil Transferase (TDT) durante 60 minutos. A reação foi interrompida pela imersão dos cortes no tampão stop/wash por 10 minutos em repouso. Após lavagem em PBS, foram incubados com conjugado anti-digoxigenina por 30 minutos e feita lavagem em PBS por 8 minutos. A revelação da reação foi realizada com solução de 3,3’diaminobenzidine tetrahidrocloride (Sigma) e a contracoloração, com hematoxilina de Harrys. As lâminas foram montadas com entelan para análise em microscópio de luz. Como controle positivo, foi utilizado tecido mamário de uma fêmea normal de roedor, em que ocorre apoptose extensiva 3 a 5 dias após o desmame. Como controle negativo, foi omitida a enzima TdT na reação, conforme recomendação do fabricante. A intensidade de apoptose foi mensurada semi-quantitativamente, numa escala de 0 a 5 em que 0 = normal, 1 = mínima, 2 = média, 3 = moderada, 4 = moderadamente severa, 5 = severa. Análise estatística Material e métodos Animais e colheita das amostras Foram submetidos à pesquisa de anticorpos anti-leptospira por teste de soroaglutinação microscópica (SAM), 119 ovinos, ambos os sexos, adultos, provenientes de diversos municípios do Estado do Piauí (Brasil), abatidos para consumo em feiras livres, no período de junho de 2003 a março de 2004. 48 Os resultados semi-quantitativos foram analisados no programa estatístico Sigma Stat. Os seguintes testes não-paramétricos foram empregados: a) método de Kruskal-Wallis para análise de variância. Havendo diferença significante aplicava-se o teste de StudentNewman-Keuls para comparação múltipla de grupos. b) método de Mann-Whitney para comparação entre dois grupos. Adotou-se o nível de significância de 0,05. Carvalho SM et al. RPCV (2008) 103 (565-566) 47-52 Figura 1 - Rim de ovino seropositivo naturalmente exposto a L. interrogans. Infiltrado inflamatório intersticial de células mononucleares (setas). H-E. 140x. Figura 2 - Rim de ovino seropositivo naturalmente exposto a L. interrogans. Presença de cilindros hialinos nos túbulos proximais (setas). PAS. 140x. Figura 3 - Rim de ovino seropositivo naturalmente exposto a L. interrogans. Atrofia tubular (setas). PAS. 140X. Figura 4 - Rim de ovino seropositivo naturalmente exposto a L. interrogans. Presença de leptospiras (seta) aderidas ao epitélio do túbulo proximal, em forma de aglomerados. Warthin Starry. 350x. Resultados glomerulares discretas caracterizadas predominantemente por proliferação de células mesangiais nos animais seropositivos. Leptospiras foram observadas em túbulos de oito animais seropositivos (23,52%). Estas formavam aglomerados (Figura 4) ou apresentavam-se em formas únicas aderidas ao epitélio ou livres no lume tubular, com a característica conformação espiralada e coloração enegrecida conferida pela técnica de Warthin Starry. Núcleos de células apoptóticas foram facilmente identificados pela coloração marrom, conferida pela técnica imuno-histoquímica empregada. Células A análise histopatológica revelou nefrite intersticial de células mononucleares (Figura 1) em 33 (97,05%) animais seropositivos e em quatro animais seronegativos. Alterações tubulares foram observadas em 20 (58,82%) animais seropositivos. Havia presença de cilindros hialinos nos túbulos da região cortical (Figura 2), degeneração de células epiteliais, desprendimento de células para o lume tubular, necrose de membrana basal tubular, atrofia tubular (Figura 3), degeneração hialina goticular e lesões 49 Carvalho SM et al. RPCV (2008) 103 (565-566) 47-52 Figura 5 - Rim de ovino com presença de apoptose. Método de ApopTag Peroxidase. A - Apoptose de células epiteliais tubulares na região cortical, em rim de ovino seropositivo após exposição natural a L. interrogans. Intensidade Média (escore 2). B - Apoptose de células epiteliais tubulares na região medular, em rim de ovino seropositivo após exposição natural a L. interrogans. Intensidade severa (escore 5). C - Apoptose em célula glomerular, em rim de ovino seropositivo após exposição natural a L. interrogans. Intensidade Mínima (escore 1). D - Apoptose de célula epitelial na região medular de ovino controle seronegativo. Todas as fotografias foram realizadas usando a objetiva 140x, exceto no item 3B onde se utilizou a objetiva 70x. epiteliais tubulares em apoptose estavam presentes em 30 amostras (88,23%) de rim de animais seropositivos incluindo o glomérulo, de intensidade variando de mínima a severa (Figura 5A, B, C). Nos animais controles seronegativos, apoptose estava presente apenas na região medular em quatro dos cinco animais e era de intensidade mínima (Figura 5D). Em sua maioria, células em apoptose estavam aderidas à membrana basal tubular, mas também eram observadas livres no lume dos túbulos. Verificou-se que células em apoptose eram significantemente maior na cortical (p = 0,035, Mann-Whitney) (Figura 6) e medular (p = 0,004, Mann-Whitney) (Figura 7) nos animais seropositivos quando comparados aos seronegativos. A presença de células apoptóticas nos animais seropositivos era significantemente maior em células epiteliais de túbulos da região medular (p = 0,0001, Teste de Kruskal Wallis, Student-Newman-Keuls) quando comparada às células de túbulos da região cortical e células do glomérulo (Figura 8). 50 Figura 6 - Análise semi-quantitativa da presença de apoptose na região cortical (mediana de escores e intervalo entre percentis 25 e 75) em ovinos seropositivos a L. interrogans e controles não seropositivos. N = Nº de animais por grupo. * p = 0,035 em relação ao grupo controle não infectado (Teste de MannWhitney). Carvalho SM et al. RPCV (2008) 103 (565-566) 47-52 Figura 7 - Análise semi-quantitativa da presença de apoptose na região medular (mediana de escores e intervalo entre percentis 25 e 75) em ovinos seropositivos a L. interrogans e controle seronegativos. N = No de animais por grupo. * p = 0,004 em relação ao grupo controle (Teste de Mann-Whitney). Figura 8 - Análise semi-quantitativa da presença de apoptose (mediana de escores e intervalo entre percentis 25 e 75) em ovinos seropositivos a L. interrogans em diferentes regiões do rim. N = No de animais por grupo. * p = 0,001 em relação a cortical (teste de Kruskall Wallis, Student-Newman-Keuls). Discussão epiteliais tubulares renais em hospedeiro naturalmente infectado por L. interrogans. A detecção de apoptose nos animais seropositivos foi significantemente maior nas células epiteliais tubulares da região medular, comparada às células da região cortical e do glomérulo. Em outros processos patológicos renais, como insuficiência renal aguda (Jo et al., 2001) e na injúria isquêmica experimental em ratos (Oberbauer et al., 2001) apoptose, também, foi mais evidente em células epiteliais da região medular. Na infecção por leptospiras é observada diminuição do fluxo sanguíneo renal (De Brito et al., 1979; Yang et al., 2001), provocado, provavelmente, pelo agente na microcirculação. Assim, o dano vascular pode causar isquemia renal e lesão tubular (Pereira et al., 1997) e propiciar condições adequadas para indução de morte por apoptose (Ortiz et al., 2000), principalmente, em células da região medular onde o fluxo sanguíneo naturalmente já é menor (Tisher e Brenner, 1994; Osborne e Fletcher, 1995). Embora a lesão básica da leptospirose se localize nos túbulos proximais, verificou-se que apoptose era menos intensa nessa região do que em túbulos coletores, provavelmente pelo aumento do déficit sanguíneo devido à injúria renal. No presente estudo verificou-se que apoptose de células glomerulares foi encontrada em apenas 4 (11,76%) animais seropositivos, com intensidade mínima, ratificando, assim, que lesões glomerulares na leptospirose são de baixa expressão (Sitprija et al., 1980; Marinho et al., 2003). Os resultados deste trabalho mostram, pela primeira vez, que apoptose está presente em rim de ovinos seropositivos naturalmente expostos a Leptospira A regulação do fenômeno de apoptose é essencial para a nefrogênese e manutenção da função renal normal no indivíduo adulto. No rim sadio completamente desenvolvido, apoptose ocorre em baixa freqüência, sendo difícil sua detecção devido ao rápido clareamento (Maderna e Godson, 2003), mas pode aumentar como resultado de um processo patológico (Sorenson, 1998). Apoptose é evidente nos rins em casos de cisto renal, inflamação intersticial e glomerulonefrite, cicatrização e esclerose renal (Menè e Amore, 1998), tendo grande importância na regulação do número de células durante a indução e resolução de uma lesão (Ortiz et al., 2000). A detecção de apoptose nos animais deste estudo foi significantemente maior em células epiteliais de túbulos da região cortical (p = 0,035) e medular (p = 0,004), nos animais seropositivos, quando comparado aos animais seronegativos, revelando que a lesão renal por apoptose ocorre no local preferencial de colonização por leptospiras, as células epiteliais tubulares (Barnett et al., 1999; Sambasiva et al., 2003). Além disso, nos animais seronegativos, a apoptose só foi observada em células epiteliais da região medular, em intensidade mínima. Estes dados em conjunto sugerem que apoptose participa do processo de lesão de células epiteliais dos túbulos proximais na leptospirose em ovinos. Estudos in vitro sobre apoptose causada por L. interrogans revelam sua ocorrência somente em macrófagos (Merien et al., 1997) e hepatócitos de cobaias (Merien et al., 1998). Assim, dentro do que se conhece até o momento, este parece ser o primeiro registro de apoptose em células 51 Carvalho SM et al. interrogans, com ação primária sobre células epiteliais tubulares, na presença de alterações inflamatórias intersticiais. Bibliografia Abdulkader RCRM, Daher EF, Camargo ED (2002). Leptospirosis severity may be associated with the intensity of humoral immune response. Rev Inst Med Trop S. Paulo, 44 : 79-83. Barnett JK, Barnett D, Bolin CA (1999). Expression and distribution of leptospiral outer membrane components during renal infection of hamsters. Infec Immunol, 67: 853-861. Costa E, Silva IC, Miranda Filho G (1981). Estado Imunológico na leptospirose. Rev Inst Adolfo Lutz, 41: 93-100. De Brito T, Böhm GM, Yasuda PH (1979). Vascular damage in acute experimental leptospirosis of the guinea pig. J Path, 128: 177-182. Dorigatti F, Brunialti MKC, Romero EC (2005). 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