HISTÓRIA
Prof. Abdulah
ROTEIRO DE ESTUDOS
TEMA: REVOLTAS COLONIAIS
Efetivamente, no Sistema Colonial, entre “metrópole”, isto é, os colonizadores e a “colônia”, isto é, os
colonizados, situavam-se os colonos, ou seja, a camada dominante da colônia. Essa camada social é que
encarnava (como projeto político) os interesses da “colônia”, e se contrapunha à massa escrava, esta sim
“colonizada”. (Novais e Mota).
1. CONTEXTOS DA CRISE COLONIAL NO BRASIL
a) Externamente: crise do capitalismo comercial e afloramento do capitalismo industrial
 O capital acumulado pela burguesia nos séculos XVI, XVII e XVIII passou a ser investido na produção.
 Nesse mesmo período houve uma ampliação notável dos mercados consumidores.
 As inovações tecnológicas dos séculos XVII e XVIII possibilitaram o surgimento da indústria fabril na
Inglaterra (Revolução Industrial).
 Nesse contexto o pacto colonial passa a representar uma barreira.
 Desenvolvimento do liberalismo econômico.
b) Internamente: opressão do Estado português
 Proibição do ofício de ourives.
 Alvará de 1785 de D. Maria I, a louca: proibição das manufaturas na colônia.
 Arrocho tributário: a derrama.
 Proibição, até 1795, da instalação das indústrias de ferro.
 Ideais iluministas.
2. REVOLTAS NATIVISTAS
 Não tinham propósitos separatistas, portanto não figuravam como movimentos nacionalistas ou
patrióticos.
a) Aclamação de Amador Bueno (SP)
 No século XVII, os jesuítas de São Vicente reagiram contra o apresamento de índios e exigiram que a
metrópole proibisse tal ato. A reação dos colonos foi a “botada dos padres fora”, em 1641.
 No mesmo ano, os paulistas tentaram aclamar vice-Rei, Amador Bueno.
b) Revolta dos irmãos Beckman (1684)
 Local: Maranhão (MA)
 Fatores:
- Falta de mão-de-obra;
- Conflito com os jesuítas;
- Criação da Companhia de Comércio do Maranhão pela coroa: 500 escravos durante 20 anos e
abastecimento de gêneros alimentícios.
- Corrupção da Cia de Comércio do Maranhão.

Desfecho:
- Liderados por Manuel Beckman, os maranhenses se revoltaram.
- Vitória: fim do estanco;
- Derrota: o movimento perdeu força e foi debelado em 1685.
c) Guerra dos Emboabas (1707-1709)
 Local: Minas Gerais (MG)
 Fatores:
- Descoberta de ouro em MG;
- Crescimento demográfico na região mineradora;
- Ampliação do comércio;
- Disputa entre mineradores paulistas e comerciantes portugueses (emboabas);
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
Desfecho:
- Capão da Traição: o “impiedoso” líder emboaba Bento do Amaral.
- Diminuição do conflito, mas as causas não foram suprimidas.
- Formação da Capitania de São Paulo e as capitania das Minas Gerais.
d) Guerra dos Mascates (1710-1714)
 Local: Pernambuco (PE)
 Fatores:
- Após a expulsão dos holandeses, a elite comercial de Recife, formada por portugueses (os mascates),
passou a financiar a produção açucareira. Porém, estavam subjugados à Câmara Municipal de Olinda.
- Em 1710, Recife se emancipa (de povoado para vila) provocando a reação imediata dos olindenses.
 Desfecho:
- A Coroa portuguesa intervém e corrobora a autonomia de Recife.
e) Revolta de Vila Rica ou Filipe dos Santos (1720)
 Local: Minas Gerais.
 Fatores:
- A cobrança exagerada de impostos nas regiões mineradoras, bem como a criação das Casas de
Fundição provocou forte reação dos colonos em Minas Gerais.
- Liderados por Filipe dos Santos, um grupo de revoltosos se manifestou contra as práticas coloniais.
 Desfecho:
- O movimento foi sufocado, Filipe dos Santos foi enforcado e esquartejado.
3. REVOLTAS SEPARATISTAS (OU MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL, CONJURAÇÕES E
INCONFIDÊNCIAS)
 Ocorreram no final do século XVIII.
 Possuíam projeto claro: fazer a Independência.
 Apresentaram nítidas influências estrangeiras na forma de idéias (Iluminismo e Liberalismo) e de
acontecimentos (Independência dos EUA, Revolução Francesa).
a) CONJURAÇÃO MINEIRA (1789)
* Causas Gerais:
Decadência da mineração / Exploração exagerada / Alvará de 1785/ Idéias iluministas / Modelo externo
(Independência dos EUA - República)
* Projetos:
Emancipação política / Liberdade comercial / Progresso econômico / República e Universidade
* Causa imediata:
Alvará de 1785 (de proibição industrial) / Vinda do novo governador, visconde de Barbacena (medo da
Derrama).
* Características:
Movimento Elitista / Despreparo Militar / Denunciada (por Joaquim Silvério dos Reis) e abortada.
*Líderes:
Claudio Manuel da Costa (poeta e rico minerador), Luís Vieira da Silva (cônego), Alvarenga Peixoto
(minerador), Tomás Antônio Gonzaga (intelectual e ouvidor de Vila Rica), Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes (alferes – posto militar acima do sargento.)
* Desfecho:
Rigorosa Devassa / Culpados e condenados / Só Tiradentes executado / “Liberdade ainda que tardia”.
b) CONJURAÇÃO BAIANA (1798) ou Revolta dos Alfaiates
* Causas:
O dilema cultura açucareira / crise sócio-econômica em Salvador / idéias Iluministas / Independência do
Haiti / Revolução Francesa.
* Projetos:
Os mesmos da conjuração mineira / Os “Cavaleiros da Luz”.
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* Líderes: Francisco Moniz / Cipriano Barata / João de Deus Nascimento / Manuel Faustino dos Santos / Luís
Gonzaga das Virgens / Lucas Dantas Amorins Torres.
* Características:
Maior alcance popular / Claramente abolicionista / Influência da Revolução Francesa
* Causa imediata:
Panfletagem em Salvador / Prenúncio de Revolta
* Desfecho:
Severa repressão / Líderes populares mortos
OBS: Apesar de fracassarem, as conjurações prepararam a futura independência do Brasil.
c) A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)
* Causas:
- marginalização do Nordeste no processo de modernização.
- Enfraquecimento do preço do açúcar e do algodão.
- Monopólio comercial português.
- Nordestinos se endividavam.
- Sentimento antilusitano.
- Ideias revolucionárias disseminadas pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos.
* Atores revolucionários:
- Proprietários rurais brasileiros.
- Comerciantes nacionais.
- Clérigos.
- Homens livres.
* Lei Orgânica:
- proclamação da República.
- liberdade de imprensa e religião
- liberdade de comércio para os comerciantes locais.
* Desfecho:
- O movimento foi abafado pelas tropas reais.
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