COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL Aos 13 dias do mês de maio de 2015, pelas 10:00 horas, reuniu a Comissão de Saúde, na sala 3 do Palácio de S. Bento, na presença dos Senhores Deputados constantes da folha de presenças que faz parte integrante desta ata, com a seguinte Ordem do Dia: 10:00 1. Informações; 2. Apreciação e votação da Ata n.º 180, relativa ao dia 06 de maio de 2015; 3. Agendamento de uma deslocação da Comissão de Saúde; 4. Agendamento da discussão na especialidade do Projeto de Lei n.º 879/XII/4.ª, do PSD e CDS-PP, sobre a «Primeira alteração à Lei n.º 21/2014, de 16 de abril, que aprova a Lei da Investigação Clínica»; 5. Discussão e votação do Relatório Final da Petição n.º 440/XII (4.ª) - «Solicitam o retorno das operações cardíacas, com acordo nacional e vitalício, com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa» - Relatora: Deputada Maria da Conceição Caldeira; 6. Discussão e votação do Relatório Final da Petição n.º 463/XII (4.ª) - «Solicita a avaliação dos doentes com fibromialgia de acordo com o seu grau de incapacidade» - Relatora: Deputada Teresa Caeiro; 7. Outros assuntos. 11:00 - Audição do Diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebrocardiovasculares, Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira, requerida oralmente pelo PSD, sobre a «avaliação do que foi feito desde a sua audição na 1.ª Sessão Legislativa, desta Legislatura». ___________________ 1. Informações A Presidente informou que a PPL 332/XII (4.ª) que «Procede à primeira alteração à Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto, transpondo a Diretiva n.º 2014/40/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de abril de 2014, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros no que respeita ao fabrico, apresentação e venda de produtos do tabaco e produtos afins e que revoga a Diretiva n.º 2001/37/CE e a Diretiva n.º 2014/109/UE, da Comissão, de 10 de outubro de 2014, que altera o anexo II da Diretiva 2014/40/UE do Parlamento Europeu e do Conselho estabelecendo a biblioteca de advertências ilustradas a utilizar em produtos do tabaco» deu entrada na AR no dia 6 de maio, baixou à Comissão de Saúde no dia 7 de maio, tendo a sua discussão na generalidade sido agendada para COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL o dia 15. Assim, depois de consultar os Grupos Parlamentares, a Comissão decidiu não efetuar o respetivo Parecer por manifesta falta de tempo. A respetiva Nota Técnica está em elaboração. A Presidente informou ainda que baixou à Comissão de Saúde, para nova apreciação na generalidade, o PJL n.º 880/XII (4.ª), do BE, que «Legaliza o cultivo de canábis para consumo pessoal e cria o enquadramento legal para os clubes sociais de canábis». Inicialmente a iniciativa legislativa foi distribuída à 1.ª Comissão, que entretanto, a pedido do BE, solicitou à PAR que a redistribuísse à Comissão de Saúde, alegando que se trata de um assunto da competência desta e que a 1.ª Comissão está assoberbada com trabalho. A Deputada Luísa Salgueiro considera que o argumento usado sobre a quantidade de trabalho da 1.ª Comissão não é razoável, até porque a Comissão de Saúde também tem muito trabalho, pelo que o PS manifesta impossibilidade para tratar da referida iniciativa. A Presidente disse que vai abordar a questão na Conferência de Presidentes, que se realizará amanhã. 2. Apreciação e votação da Ata n.º 180, relativa ao dia 06 de maio de 2015 A Ata n.º 180, relativa ao dia 06 de maio de 2015, foi aprovada por unanimidade, registando-se a ausência do BE e PEV. 3. Agendamento de uma deslocação da Comissão de Saúde Após análise das visitas pendentes, e que constam do Plano de Atividades, bem como da proposta apresentada pelo PS para visitar o Distrito de Portalegre, ficou decidido que a próxima deslocação da Comissão será ao Hospital de S. João e ao IPO Porto, ficando agendada para o próximo dia 26 de maio. 4. Agendamento da discussão na especialidade do Projeto de Lei n.º 879/XII/4.ª, do PSD e CDSPP, sobre «Primeira alteração à Lei n.º 21/2014, de 16 de abril, que aprova a Lei da Investigação Clínica» Para a discussão na especialidade deste diploma, a Deputada Paula Santos propôs a audição da Comissão Nacional da Proteção de Dados, o que foi aceite por todos. A audição será realizada em reunião da Comissão de Saúde, na próxima semana, seguindo-se o agendamento da discussão e votação do texto final relativo ao Projeto de Lei n.º 879/XII/4.ª, do PSD e CDS-PP, sobre «Primeira alteração à Lei n.º 21/2014, de 16 de abril, que aprova a Lei da Investigação Clínica». COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL 5. Discussão e votação do Relatório Final da Petição n.º 440/XII (4.ª) - «Solicitam o retorno das operações cardíacas, com acordo nacional e vitalício, com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa» - Relatora: Deputada Maria da Conceição Caldeira A Deputada Maria da Conceição Caldeira apresentou o Relatório Final da Petição n.º 440/XII (4.ª) «Solicitam o retorno das operações cardíacas, com acordo nacional e vitalício, com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa», dando conta do seu objeto e das diligências efetuadas pela Comissão, nomeadamente o pedido de informações ao Ministro da Saúde, de cuja resposta dá conta, apresentando também um resumo da audição dos peticionários. Agradeceu ao serviço de apoio da Comissão o trabalho e o empenho. Não emitiu a sua opinião sobre o objeto da Petição e concluiu com o parecer de que o presente Relatório deverá ser enviado à PAR, para agendamento da petição em plenário, ao Ministro da Saúde e aos peticionários para conhecimento. O Deputado Ivo Oliveira felicitou a Relatora. Informou que dará a sua opinião aquando da discussão em Plenário. O Deputado Paulo Almeida apresentou cumprimentos à Relatora pelo excelente trabalho realizado. A Presidente felicitou a Deputada pelo Relatório e colocou o Relatório Final à votação, o qual foi aprovado por unanimidade, registando-se a ausência do BE e do PEV. 6. Discussão e votação do Relatório Final da Petição n.º 463/XII (4.ª) - «Solicita a avaliação dos doentes com fibromialgia de acordo com o seu grau de incapacidade» - Relatora: Deputada Teresa Caeiro A discussão do Relatório Final da Petição n.º 463/XII (4.ª) foi adiada para a próxima reunião. Audição do Diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares, Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira, requerida oralmente pelo PSD, sobre «avaliação do que foi feito desde a sua audição na 1.ª Sessão Legislativa, desta Legislatura» (a audição foi integralmente gravada) A Presidente cumprimentou o Diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebrocardiovasculares, Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira, que veio acompanhado pelo Eng. Rui César das Neves, dando-lhe em seguida a palavra para uma intervenção inicial, em power point. O Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira agradeceu a oportunidade de reunir com a Comissão de Saúde e cumprimentou todos na pessoa da Presidente, começando por reforçar alguns aspetos que considera essenciais para se compreender a atividade que o Programa tem desenvolvido nos últimos anos, destacando que é preciso combater a mortalidade precoce, ou seja, tentar, o mais COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL possível, que os eventos fatais surjam numa idade mais tardia da vida. Deu nota do que mudou essencialmente nos últimos anos, tendo apresentado o Relatório Anual do Programa Nacional intitulado «Doenças Cérebro-Cardiovasculares em números – 2014», que sintetiza o ponto da situação destas doenças e vai possibilitar a ajuda e a tomada de decisão estratégica. O documento dá conta de alguns indicadores sobre as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares, em Portugal e na Europa, e dos cuidados hospitalares relacionados com estas doenças, das vias verdes, das acessibilidades e dos recursos existentes. Informou que recentemente foi apresentado um estudo sobre hipertensão arterial e cuidados primários de saúde e pela primeira vez foi possível analisar os registos dos cuidados e obter informação relativa a cerca de seis milhões de utentes dos cuidados primários, passando assim a estar disponível informação muito mais generalizada do que aquela que existia. A Presidente congratulou-se com o facto de os dados revelarem uma mudança de comportamento, mas os bons resultados não nos devem fazer baixar a guarda. Deu a palavra aos grupos parlamentares para colocarem questões. A Deputada Manuela Tender agradeceu, em nome do PSD, a presença do Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira e do Eng. Rui César das Neves, bem como as informações e esclarecimentos prestados. Congratula-se com a tendência constante de decréscimo das doenças cérebro-cardiovasculares ao longo dos últimos anos, que julga resultar da eficácia das medidas genéricas de prevenção, e no avanço significativo das terapêuticas. Colocou questões sobre a avaliação do impacto das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para reduzir o sal na dieta dos portugueses e combater o tabagismo. Perguntou como avaliam a aposta realizada ao nível da prevenção e se o que tem sido feito é suficiente. Disse ser inegável a conexão e interdependência dos objetivos deste Programa com outros, nomeadamente com o da Promoção da Alimentação Saudável e o da Prevenção e Controlo do Tabagismo, e perguntou como tem decorrido essa avaliação e se tem havido sinergias. Recordou que a DGS considerava, em 2012, a existência de assinaláveis assimetrias regionais e pretende saber o que é que tem sido feito para as corrigir e como avalia a situação atual. A Deputada Sandra Cardoso cumprimentou o Diretor do Programa e felicitou-o pela excelente apresentação. Esteve a ler o Relatório, e os indicadores traduzem uma evolução positiva, não só ao nível dos impactos das taxas globais de mortalidade, como também ao nível dos resultados assistenciais, tendo destacado alguns indicadores referentes ao n.º de mortes nos hospitais portugueses por AVC, os quais têm diminuído desde 2009, a diminuição da mortalidade precoce por doenças cérebro-cardiovasculares e a redução dos anos potenciais de vida perdidos por doença do aparelho respiratório. Apesar dos indicadores traduzirem uma evolução positiva, as COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL doenças cérebro-cardiovasculares e isquémicas continuam a ser penalizadoras. Referiu que o PS considera que a evolução positiva dos indicadores implica a manutenção do caráter prioritário das orientações estratégicas assumidas numa área que mantém no topo das causas de morte no país, o que se deverá traduzir no reforço do investimento aproveitando as sinergias de outros programas como o da Promoção da Alimentação Saudável ou o do Combate ao Tabagismo ou o da Diabetes. Perguntou qual é a estratégia futura e quais as prioridades assumidas para que haja um decréscimo das doenças cérebro-cardiovasculares e assim deixarem de estar no topo das causas de morte em Portugal. Perguntou ainda se prevê estabelecer sinergias com outros programas ou organismos e se há algum indicador ou avaliação sobre a medida adotada no tempo do Governo Socialista para redução de sal no pão. O Deputado Paulo Almeida cumprimentou o responsável do Programa, tendo destacado a evolução positiva indicada pelos números apresentados. Colocou questões sobre as principais doenças associadas às doenças cérebro-cardiovasculares e se as pode identificar e quais as taxas de morbilidade e de mortalidade associadas. Salientou que há pouco tempo assistiu à entrega do prémio BIAL 2014, relacionado com a problemática do tabaco e do sal, e ficou impressionado com os números apresentados, pedindo ao Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira que refira qual é o efeito que a prevenção terá na diminuição da mortalidade. Três dos objetivos operacionais do Programa (o incremento do n.º de admissões, do n.º de angioplastias e do n.º de doentes submetidos à terapêutica) têm data aprazada para 2016, e perguntou se os objetivos vão ser cumpridos. O Dr. Rui Manuel Cruz Ferreira agradeceu as várias questões, que considerou pertinentes. De uma forma geral, e respondendo de uma forma global, esclareceu que procurou fazer uma apresentação com poucos elementos subjetivos e apresentar o máximo de dados objetivos. Os impactos devem ser medidos por indicadores concretos, que constam do Relatório que trouxe à Comissão de Saúde e que distribuiu aos Deputados. Os números referidos no Programa são do INE e da OMS e confirmam que as doenças do aparelho circulatório continuam a ser as principais causadoras de morte, tendo salientado que as três situações mais relevantes em termos de mortalidade são os acidentes vasculares cerebrais, o enfarte agudo de miocárdio e outras doenças potencialmente fatais do aparelho circulatório, entre as quais se incluem as ruturas de aneurismas da aorta. Frisou que muito dificilmente estas doenças deixarão de estar no topo das causas de morte, mas o Programa deve tomar medidas e centrar-se no combate à mortalidade prematura, porque se se conseguir atrasar o aparecimento destas doenças, passando de 50 para os 85 anos, haverá um enorme ganho em termos de consumo de recursos e da própria vida útil dos cidadãos. Em Portugal, a distribuição dos recursos nesta área é de 95% para o tratamento e de 5% para a COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL prevenção, ora internacionalmente é entendido que essa relação deve ser de 42% para o tratamento e de 52% para a prevenção. Disse que há estudos sobre o impacto económico destas doenças, que indicam que o envelhecimento progressivo da população implicará que em 2050 o gasto com elas triplique, pelo que nos devemos interrogar até que ponto é que a sociedade civil está disposta a despender essas verbas. Sublinhou que os indicadores para 2016 são atingíveis, há que fazer um esforço nesse sentido, mas existem aspetos que podem melhorar, especialmente a articulação com o INEM não está a avançar como gostaria, precisa de ser melhorada, frisando que a formação dos seus profissionais, e são eles que estão no terreno e na primeira linha, tem de ser condicionada também e tem de estar ligada às unidades hospitalares que lhes dão apoio. As vias verdes são disruptivas, relativamente àquilo que são as redes de referenciação, porque um doente não tem um tratamento adequado num hospital que está a cinco minutos de distância, às vezes tem de ir para um hospital que está a mais de uma hora de distância, mas onde pode ser melhor tratado. Na 2.ª ronda usaram da palavra para pedir esclarecimentos os Deputados Manuela Tender, Ivo Oliveira e Paulo Almeida, que foram respondidas pelo Dr. Rui Manuel da Cruz Ferreira. A Presidente agradeceu os esclarecimentos, assinalando que se assistiu a uma magnífica exposição, considerando a sessão muito esclarecedora. A reunião foi encerrada às 12:15 horas, dela se tendo lavrado a presente ata, a qual, depois de lida e aprovada, será devidamente assinada, podendo a gravação ser consultada no seguinte LINK: http://media.parlamento.pt/site/XIILEG/4SL/COM/09-CS/CS_20150513_2.mp3 Palácio de São Bento, 14 maio 2015. A PRESIDENTE (MARIA ANTÓNIA DE ALMEIDA SANTOS) COMISSÃO DE SAÚDE ACTA NÚMERO 181/XII/ 4.ª SL Folha de Presenças Estiveram presentes nesta reunião os seguintes Senhores Deputados: Conceição Bessa Ruão Filipe Neto Brandão Graça Mota Ivo Oliveira José Junqueiro Laura Esperança Luísa Salgueiro Maria Antónia de Almeida Santos Maria Manuela Tender Miguel Santos Nuno André Figueiredo Nuno Reis Paula Santos Ricardo Baptista Leite Sandra Cardoso Helena Pinto Maria da Conceição Caldeira Paulo Almeida Faltaram os seguintes Senhores Deputados: Carla Rodrigues Couto dos Santos Cristóvão Simão Ribeiro Isabel Galriça Neto José Luís Ferreira Teresa Caeiro Esteve ausente em Trabalho Parlamentar a Senhora Deputada: Elsa Cordeiro