DIÁLOGO E ISOLAMENTO EM XADREZ, DE
STEFAN ZWEIG
Marluce A. Peron Garcia
Bolsa Fundação Araucária
Orientador: Paulo Astor Soethe
Introdução/Objetivos
O trabalho tem por objetivo analisar e interpretar a
novela Xadrez (1942), de Stefan Zweig, a única
obra do escritor austríaco a ser inteiramente
concebida durante seu exílio no Brasil.
Método
A elaboração da pesquisa consistiu na leitura
detalhada de Xadrez, além da coleta de
referenciais teóricos acerca da novela para
aprofundar a interpretação da obra e situá-la dentro
da produção literária do autor
Referências
ZWEIG, Stefan. Amok e Xadrez e Fragmentos do
Diário (Agosto de 1936). Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1993.
HERBERTZ, Adelaide Maristela. Xeque-mate no
país do futuro: Stefan Zweig e o exílio no Brasil.
2001, 116 folhas, Dissertação.
Stefan Zweig no país do futuro. Catálogo da
exposição comemorativa dos cinquenta anos da
morte do autor. Rio de Janeiro: Fundação
Biblioteca Nacional, 1992.
Resultados/Discussão
Descrita pelo próprio Zweig como “estranha”, “curiosa” e
“diferente”, a novela se passa em um navio que sai de Nova
York, com destino a Buenos Aires. O narrador descobre que o
famoso campeão mundial de xadrez, Mirko Czentovic, também
estava a bordo. Durante uma partida contra Czentovic, os
passageiros conhecem a figura de Dr. B., que revela uma
incrível habilidade para o jogo, desenvolvida durante o tempo
em que foi prisioneiro da SS, mantido em cárcere em um
quarto de hotel em completo isolamento com o mundo exterior,
tendo como companhia apenas um livro de xadrez roubado
durante um interrogatório. Depois de reviver todas as partidas,
Dr. B. tenta jogar contra si mesmo, o que resulta em um
colapso mental. No navio, Dr. B. aceita jogar contra Czentovic
e vence a primeira partida. Porém, na segunda, a perturbação
mental retorna, fazendo com que Dr. B. confunda as partidas e
se equivoque quanto às jogadas. É quando o narrador
intervém e a novela termina com a partida interrompida.
Conclusões
O xadrez é um jogo disputado entre duas pessoas que
procuram o xeque-mate (“morte do sheik”), assim, é válida a
interpretação de que a novela apresenta uma luta entre
intelectualidade e barbárie, representada por Czentovic, um
gênio monomaníaco ganancioso que encontra no xadrez uma
forma de obter fama e dinheiro; e de outro Dr. B., alguém que
descobre no xadrez uma válvula de escape da tortura, uma
forma de se manter lúcido diante à tortura.
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