Publicada em Jornais do Interior
Gaúcho desde Março de 2002
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Há 70 anos, “o Brasil é o país do futuro”.
A presença de dois estrangeiros antecipou o
caminho que estamos trilhando. 5ª e penúltima parte
Stefan Zweig
Stefan Zweig nasceu en Viena (1881),
capital da Áustria, onde foi, durante parte de
sua vida, ensaista e biógrafo, sempre reconhecido como um dos melhores da época.
Filho de judeus-alemães, o pai nascido na
Morávia, uma pequena localidade de crentes
e a mãe, não tão praticante de costumes
austeros, quanto o genitor.
Stefan integrou desde a tenra idade a
burguesia de Viena e como bom Moraviano
(para resumir, uma espécie de maneira de
viver e comportar-se, cuja finalidade era
entregar-se a uma causa ou a uma verdade)
cresceu desejoso de ver o mundo alegre, livre
e feliz.
Graduou-se em Filosofia e Letras. Seu
primeiro livro, aos 21 anos, chamou-se
Cordas de Prata, uma coletânea de poemas.
Stefan conheceu quase tudo das literaturas
inglesa e francesa, das quais traduziu para o
alemão as obras mais famosas.
Em 1915, durante a 1ª Guerra Mundial,
escreveu as biografias de Honoré de Balzac
(A Comédia Humana), Dickens, Dostoievski,
Nietzsche, Stendhal e Tolstói, às quais, mais
tarde, acrescentou Fouché, Rilke e Romain
Rolland.
Famoso na Europa pelo seu trabalho,
pacifista e crítico do Neo Fascismo, Zweig
teve sua obra proibida e seus livros queimados em praça pública. Sua novela, Ardor
Secreto, transformada em filme, jogou os
nazistas contra ele, que em função disso
iniciou uma pequena peregrinação pelo
mundo: Inglaterra, Estados Unidos (Nova
York) e Brasil, para onde se transferiu em
1941.
Foi inspirado a escrever “Brasil, o país do
futuro”, por antever, aqui, um amanhã sem
violência ou autoritarismo. Sua casa situavase em Petrópolis, uma cidade serrana e
tranquila do Rio de Janeiro, à época.
Dividido em capítulos, o livro diz sobre
São Paulo: “Não é o passado e nem o presente
que tornam São Paulo fascinante, mas seu
crescimento e seu futuro, a rapidez de sua
transformação”.
No livro, Zweig excursiona à Bahia, anda
nos morros do Rio de Janeiro, exalta o
costume do brasileiro (lá se vão 71 anos)
“sempre com um café quente para receber o
visitante” e vai ao Recife, “cidade pronta para
receber o amanhã”.
Em um ano, o livro “O Brasil é o pais do
futuro” teve oito edições lançadas e esgotadas, o que mereceu enorme repercussão no
país; quase nada, comparado com o que hoje
acontece, graças ao mundo ter ficado bem
menor pela Internet, mas a verdade é que o
moral do país elevou-se.
Sucede que, por essa época, chega aos
Estados Unidos o maior fenômeno brasileiro
da música e do cinema, a portuguesa Maria
do Carmo Miranda da Cunha - nascida na
cidade do Porto - de nome artístico Carmen
Miranda, com seus mais de 20 filmes e
dezenas de músicas de grande sucesso para
d a r
o
impulso
ao que
afirmava o
livro e já
estava
s e n d o
introjetad o e m
c a d a
brasileiro
de então.
A crôn i c a
nacional,
Carmen Miranda
através do
rádio e dos
jornais - não havia tv, na época, no Brasil passou a fazer de Carmen Miranda, nos
Estados Unidos, seu maior ponto de referência, ajudada pelo fato da cantora, desde seu 1ª
espetáculo na América do Norte (Boston, com
o show Street of Paris) colocar-se como a
mais bem paga artista daquele país, o que já
havia acontecido no Brasil, durante todo o
tempo em que aqui se apresentou
(1930/1939).
Ainda não havia autossuficiência em
petróleo no Brasil - como agora - nem
bioenergia, mas o país, cada vez mais, passou
a considerar-se o País do Futuro, até porque
teve um comportamento valente e festejado
com a FEB na 2ª Guerra Mundial.
Na próxima e última parte desta matéria,
O Futuro Chegou, Estamos Preparados!
Sem faltar, é claro, uma análise de como e
onde podemos melhorar para chegar ao ponto
que a história nos reserva.
A mulher tem um medo terrível de
dentista e está sentada na cadeira de
um, para extrair um dente siso:
- Doutor, prefiro ter um filho a ter de
arrancar um dente!
- A senhora precisa decidir logo para
que eu possa ajeitar a cadeira de
maneira adequada!!!
Há 275 anos nascia o
Rio Grande do Sul
Durante dois anos (1734/1735), a
Colônia do Sacramento, então
portuguesa, sofreu um cerco das forças
espanholas, comandadas por D. Miguel
Salcedo, tendo sido invadida ao final
deste 2º ano.
Ao ver que o território de São Pedro
do Rio Grande ficaria quase
abandonado, o Governo Português
enviou o brigadeiro Silva Paes para
iniciar uma feitoria (posto de contato
com os índios) nas costas do território
gaúcho.
Há exatos 275 anos
(19.fevereiro.1737), Silva Paes
desembarcou ao sul da Barra do Rio
Grande, iniciando, na prática, o Rio
Grande do Sul.
Composta de 2 galeras (Leão
Dourado e Bonita), 1 bergantin e 1
corveta, a frota transportava pouco mais
de 200 pessoas, entre militares,
marinheiros, escravos e alguns civis.
Logo após um pequeno
levantamento na região, Silva Paes
iniciou a construção de um forte, que
levaria o nome de Jesus, Maria, José.
“O mundo não está ameaçado pelas
pessoas más, está ameaçado por aquelas
que permitem a maldade .”
Albert Einstein (1879-1955)
Físico, matemático e filósofo alemão
Um fato ocorrido há
169 anos pode ter sido fatal
para a realização do sonho
farroupilha.
Aconteceu em
Alegrete, 3ª e última
Capital Farroupilha,
quando estava na direção
dos republicanos o vicepresidente Antônio Paulo
da Fontoura, o Antônio
Paulino, que dizia-se, na
época, já se manifestava
contra Bento Gonçalves, o
que fazia também Onofre
Pires, este, primo do
Presidente.
No entardecer do dia
03 de fevereiro de 1843,
Antônio Paulino foi ferido
por um tiro de pistola,
desferido à queima-roupa
por um homem que fugiu
após o crime, sem ser
alcançado ou reconhecido.
Antônio Paulino
faleceu uma semana
depois.
A facção de Onofre
Pires atribuiu o atentado a
Bento Gonçalves, mas é
bom lembrar que Antônio
Paulino estava sendo
ameaçado por um marido
furioso, segundo
comentários da época.
Ficava difícil, a essa
altura, acreditar no sucesso
“farrapo”.
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