Oficina 2: ANIMAIS
1. Introdução
Para compreender e respeitar a diversidade dos seres vivos é
importante o estudo da reprodução dos vegetais e animais e para isso é
necessário que as crianças percebam que podemos analisar o fenômeno
“vida”, estudá-lo em etapas, nele interferir, mas que não deciframos
completamente e tampouco podemos reproduzi-lo.
A continuidade de qualquer espécie viva depende de sua capacidade de
reprodução. Podemos mesmo dizer que a capacidade de se reproduzir,
gerando descendentes com as mesmas características, é uma qualidade
básica de um ser vivo. Se um ser qualquer não tiver capacidade de se
reproduzir, não pode ser considerado um ser vivo.
Sempre é bom fazer algumas comparações com outros animais e
mostrar semelhanças e diferenças.
Nessa oficina enfocaremos o
desenvolvimento de dois seres vivos dentro de ovos (pintinho e borboleta), que
podem ilustrar uma forma de reprodução.
Proposta do Programa
As crianças de 6 a 8 anos estão ávidas de descobertas, prontas para
admirar o mundo. Manifestam espontaneamente o desejo de descobrir,
experimentar, compreender. Cabe a nós, como educadores, aproveitar essa
curiosidade, selecionando e organizando os conteúdos de forma
contextualizada e significativa.
Dentro desta perspectiva, a proposta curricular desta oficina prevê que,
nos anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve ser levado a observar a
reprodução dos seres vivos e sua inter-relação no ambiente. Essa perspectiva
busca privilegiar, no estudo de Ciências, a compreensão do “começo da vida” e
não a classificação, nomenclatura e definição memorizada.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: a reprodução dos
animais pode ser estudada enfocando-se o desenvolvimento dos filhotes no
interior do corpo materno ou em ovos postos no ambiente, alimentação dos
filhotes e o cuidado com a prole, os rituais de acasalamento, as épocas de cio,
o tempo de gestação, o tempo que os filhotes levam para atingir a maturidade e
o tempo de vida. São funções rítmicas, interessantes e importantes a serem
estudadas.
Dentro desse eixo propomos desenvolver o conhecimento da anatomia
de um ovo de galinha, a construção de um borboletário e o desenvolvimento da
borboleta, a importância das penas para as aves, formas de classificação dos
animais e cuidados e prevenção contra a Dengue.
CONTEÚDOS
Quem passou por aqui?
O guarda chuva das
aves
•
•
ATIVIDADES
Seguir uma trilha com diversas pistas de animais
Molhar uma ave para descobrir o óleo que
impermeabiliza as penas das aves.
Construindo a casa da
borboleta.
Como nasce o pintinho
Mosquitinho da Dengue
•
•
•
•
•
Visitar o borboletário
Observar uma borboleta alimentando-se
Observar o desenvolvimento de uma lagarta
Aprender a construir um borboletário
Identificar a seqüência das fases do
desenvolvimento de uma borboleta
•
•
Identificar ovo galado
Registrar, em um desenho, as estruturas do ovo,
identificando-as
•
Observar um mosquito da Dengue, conhecer o
ciclo reprodutivo e formas de prevenção contra a
Dengue
Atividade 1: Quem passou por aqui?
1 – Apresentação do problema
O nosso problema é descobrir quais foram os bichinhos que passaram
na trilha. À medida que avançarmos na trilha serão fornecidas algumas dicas.
A pergunta fundamental será: Quem passou por aqui?
Objetivos:
Identificar os diversos tipos de animais a partir da observação de pistas,
vestígios de alguns animais.
Material:
Pelo de cachorro
Ovos de codorna
Teia de aranha
Leite de vaca
Milho
Cabelo e unha
Seda (tecido)
Botão (madre pérola) ou conchinhas
Escama de peixe
Pena de passarinho, pavão...
Um potinho de mel
Perna de barata ou grilo ou cigarra ou asa de borboleta
Perna de rã
Pote com terra (minhoca)
Rabo de lagartixa ou pele de cobra
2 – Levantamento de hipóteses
Os alunos observarão a trilha e completarão a tabela abaixo.
Pista
Nome do Animal
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
3 – Experimentação
Os alunos seguirão as pistas na trilha observando e pegando os
vestígios dos animais para identificá-los.
4 – Discussão Coletiva:
Após cada aluno preencher sua ficha de identificação dos animais, eles
se sentarão em círculo e o professor perguntará o que encontraram em cada
pista questionando sobre:
- Onde vive
- O que ele come
- Sua forma de reprodução
- Como se defende
- Etc...
O professor nesse momento vai mostrando que cada animal que possui
características semelhantes pertence a um mesmo grupo introduzindo assim a
classificação dos animais (mamíferos, répteis, aves, anfíbios, artrópodes,
molusco, peixes) deixando bem claro para o professor que os alunos nessa
fase não necessitam memorizar essa classificação, apenas conhecê-la a título
de curiosidade.
5- Registro
Escolher um animal que achou mais interessante e criar uma história
fantástica colocando-o como personagem principal e utilizando as informações
obtidas sobre ele na aula. Não esquecer de ilustrar a história.
Atividade 2: O guarda chuva das aves
1 – Apresentação do problema
Levar uma codorna para a sala de aula, jogar água sobre ela e perguntar
aos alunos: Por que as aves não molham quando andam na chuva?
Objetivo:
Conhecer a importância das penas para as aves.
Material:
Codornas
Bacias
Água
Massinha de modelar
Penas
Palitos de dente
Miçangas pretas
Garrafa PET com furinhos na tampa (simulando um chuveirinho)
2- Levantamento
Cada aluno colocará sua opinião, buscando assim identificar os
conhecimentos prévios dos mesmos.
3 – Experimentação
Cada grupo receberá uma codorna, bacia e uma garrafa PET com água.
O professor deverá chamar a atenção dos alunos quanto a temperatura
debaixo das penas da codorna, pedir que molhem-na sem passar as mãos em
suas penas e observem o que impede as penas de se molharem.
4- Discussão coletiva
Cada grupo apresentará suas conclusões justificando cada opinião, a
professora deverá conduzir a discussão questionando a organização das
penas, mostrando a presença de um óleo que fica armazenado próximo à
cauda (glândula uropigiana). O professor poderá levar um dorso de galinha,
cortar e mostrar aos alunos.
5- Registro
Fazer pintinhos com massinha de modelar e penas. Em seguida os
alunos irão produzir uma frase para colocar numa faixa como manifestação
contra os dejetos de detergente que são jogados nos rios e tiram essa proteção
das aves aquáticas.
O professor pode pedir que os alunos criem uma poesia coletiva, sobre
as aves, tendo como fundamento o que aprenderam na aula.
Atividade 3: Construindo a casa da Borboleta
1 – Apresentação do problema
A professora leva algumas borboletas e bruxas para a sala de aula e faz
os seguintes questionamentos aos alunos:
Podemos construir uma casa para as borboletas?
Objetivos:
Conhecer o ciclo de vida das borboletas (metamorfose) e sua
importância nos ecossistemas.
Materiais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Caixa de papelão
Filó
Fita crepe
Tesoura
Galho seco
Chumaço de algodão
Tampa de maionese
Lagartas
Folhas da planta onde estava a lagarta
Papel A4
Giz de cera
2 – Levantamento de hipóteses
O professor incentiva a escrita de hipóteses para garantir o sucesso da
experiência.
Cada grupo deverá sugerir o que é preciso para a construção da casa da
borboleta, levando em consideração seu hábitat natural e nicho ecológico.
3 – Experimentação
Esta é a ocasião de trabalhar com as crianças os medos e nojos
desnecessários, de repensar tabus. Se elas não se sentirem seguras para
tocar a borboleta, não as obrigue, mas encoraje-as mostrando a elas como se
faz.
Construir com elas um borboletário e observá-lo durante alguns dias
fazendo anotações sobre o que vêem.
Construindo o borboletário:
- pegue a caixa de sapato de papelão e recorte em um dos lados, fazendo uma
espécie de janela, que servirá para você fazer o manejo do borboletário.
- na tampa da caixa, recorte um pedaço de papelão em forma de um retângulo.
Tampe essa janela que se formou com o filó;
- coloque as folhas que servirão de alimento para as lagartas de acordo com a
espécie.
- com um pequeno pedaço de madeira, pegue a lagarta (cuidado para não
tocá-la para não ter problemas com seu pelos) e coloque-a dentro do
borboletário.
- coloque um chumaço de algodão umedecido sobre o filó para manter o ar
umedecido dentro da caixa.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo sobre o desenvolvimento da
lagarta até a sua metamorfose, onde se transforma em borboleta.
5- Registro ( ler um livrinho com história de uma borboleta e pedir para os
alunos confeccionarem dobradura de borboleta)
Fazer desenhos, colagens, pinturas de borboletas. Criar um personagem
e uma história com uma borboleta.
Acompanhar o desenvolvimento da lagarta completando a seguinte tabela:
Dias
1°
2°
3°
4°
5°
6°
7°
8°
9°
10°
11°
12°
13°
14°
15°
16°
17°
18°
19°
20°
21º
Observações
Fazer um grande desenho de borboleta, onde todos os alunos poderão
fazer colagens, sobre a vida e a transformação destas, podendo colar folhas
secas, fotos de variadas espécies, seus alimentos, etc.
Fazer um texto com desenhos para registrar as atividades realizadas.
Ativvidade 4: Como
C
nasce o pintinnho?
1 – Apresenta
A
ação do prroblema
A profe
essora mostra
m
aoss alunos dois ovo
os e
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gunta:
- Tod
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etivos:
•
•
•
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o ovo.
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a justificar suas idéias;
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•
•
•
•
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2 pratinhos transp
parentes
Cartaz de
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2 – Levantam
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quaiss os ovos que
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ginar pintinho
o. Observar as partes qu
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3 – Experimen
E
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•
•
•
•
•
•
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ente dois ovvos de galinha.
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Quebre o ovo num
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Observe
Observe
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alaza;
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e galinha permite d
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artes funda
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mbém
com
m alguma importânci
i
a.
4 – Discussão Coletiva:
As crianças discutem no interior do grupo sobre a anatomia do ovo de
uma galinha e a função de cada parte.
O professor conduzirá a discussão levando os alunos a concluírem que
a galinha que não cruzou com o galo não bota ovo galado (com embrião).
Somente ovo galado produz o pintinho e que nutrido pela gema, o embrião
(pintinho) se desenvolve, protegido pela casca, trocando ar com o ambiente
através da casca porosa e fina.
5 – Registro:
Cantar a música do Pintinho Amarelinho e pedir que eles desenhem no
espaço ao lado o desenvolvimento do ovo até o pintinho.
O pintinho Amarelinho
Meu pintinho amarelinho
Cabe aqui na minha mão, na minha mão
Quando quer comer bichinhos
Com seu pezinho ele cisca o chão
Ele bate as asas
Ele faz piupiu
E tem muito medo é do gavião
Atividade 5 – Mosquitinho da Dengue
1 – Apresentação do problema
A professora levará para a sala de aula larvas e o mosquito Aedes
aegypti e outros (que poderá conseguir com o setor de Vigilância
Epidemiológica do município) e iniciará uma conversa com os alunos sobre a
epidemia da Dengue que tem feito muitas vitimas em nosso pais. A partir de
então, perguntará aos alunos: Todo mosquito transmite a Dengue?
Objetivos:
Conhecer o ciclo reprodutivo do mosquito e as medidas de
prevenção contra a Dengue.
Materiais:
. Larvas do mosquito e mosquitos
. Cartolina
. Canetinha hidrocor
. Tesoura
. Fita adesiva
. Lupa
. Palito
. Tinta guache preta e branca
. Pincel
. Papel A4
2 – Levantamento de hipóteses
Os alunos irão apresentar o que já sabem sobre o assunto.
3 - Experimentação
Utilizando a lupa, os alunos observarão os mosquitos e descreverão
as diferenças entre eles.
4 - Discussão Coletiva
Após a observação dos mosquitos, cada grupo deverá apresentar
aos outros grupos o que descobriram com a observação.
O professor conduzirá a discussão levando os alunos conhecerem o
mosquito e seu ciclo de vida, ressaltando a importância dos sintomas e formas
de prevenção da doença.
5 – Registro
Confeccionar o modelo de mosquito.
Criação de um cartaz de orientação e prevenção contra a Dengue,
utilizando as informações adquiridas na aula.
O professor pode ainda ensinar músicas sobre a Dengue.
Anexo 01: Texto de apoio ao professor
A Borboleta
A borboleta, invertebrado da classe dos lepidópteros, deve ter surgido a
cerca de 70 milhões de anos atrás. É um bichinho que causa grande fascínio
por sua capacidade de transformação. Depois de se reconhecerem pelas cores
e formatos das asas, machos e fêmeas flertam, cruzam, e a fêmea deposita
seus ovos em uma folha, deixando-os lá e indo borboletear em outros cantos
por aí. Se as condições climáticas estiverem favoráveis, a larva (lagarta) vai
sair do ovo. Senão, ela espera. E espera, espera, espera… Até conseguir
nascer. Isso é uma coisa interessante para se aprender com os embriões de
borboletas - a espera e a sensibilidade às condições do ambiente. Embrião
apressado é lagarta morta.
E quando nasce, a lagarta nasce voraz. Devora a própria casca do ovo,
e é capaz de comer uma planta com o triplo de seu tamanho em poucos
minutos. Talvez porque a lagartinha, em sua sábia programação biológica,
sabe que a maior responsabilidade de ser lagarta é a de extrair do ambiente o
máximo que conseguir guardar em si mesma, para que consiga ficar forte
depois. A vida da lagarta, que pode durar de meses até um ano, é andar por aí
e se alimentar. Como acontece com todos os animais, ela está sujeita ao
ataque de predadores. Por isso, ela guarda em si uma substância ácida e
fedida que pode queimar, desagradar e afugentar os bichos que tentarem
devorá-la. E não hesita em usá-la quando necessário. Espertinha, essa
menina.
Durante essa fase, a lagarta troca de pele várias vezes. Imagina o que
aconteceria se ela resistisse em abandonar a velha pele… Iria explodir
apertada dentro de uma casca que já não lhe serve mais. É que as lagartas,
como agente, crescem muito. E quando a gente cresce, deixa pra trás um
pedaço de si mesma, para poder ganhar novas formas e cumprir o ciclo da
vida. A lagarta, mais uma vez espertinha, não perde tempo quando está de
casca nova. Começa a comer mais e mais, até crescer e ficar enorme, forte,
gordinha e pronta pra virar borboleta.
O fato é que, na hora certa, nem antes nem depois, ela procura um
lugar seguro, muito seguro para iniciar seu processo de reclusão. Nesse
momento, ela perde todas as pernas, e fica incapacitada de andar. Troca de
pele uma última vez, enquanto vai tecendo seus fios. Alguns lepidópteros se
enterram, ou constroem uma espécie de casinha com gravetos e fios. E pronto:
ela se fecha lá dentro, e vira uma pupa (ou crisálida, ou casulo).
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Oficina 2: ANIMAIS - Parque da Ciência