Sexta-feira e fim de semana 14, 15 e 16 de fevereiro de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre 19 Política GOVERNO FEDERAL Dilma vai assentar 30 mil famílias este ano A presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu nesta quinta-feira cerca de 30 representantes do Movimento Sem Terra (MST) no Palácio do Planalto. Em uma carta entregue à presidente, os sem-terra reclamaram principalmente do ritmo da reforma agrária no governo Dilma. Na reunião, a presidente foi presenteada com uma cesta com artigos produzidos pelos integrantes do MST. Participaram do encontro com a presidente Dilma Rousseff 30 integrantes do MST, representando todos os estados brasileiros. Também estavam na audiência o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Logo no início do encontro, os sem-terra entregaram à presidente uma cesta, com produtos cultivados e manufaturados em assentamentos. No documento, os sem-terra citam a existência de mais de 100 mil famílias “acampadas debaixo de lonas pretas” em assentamentos. “O governo foi incapaz de resolver esse grave problema social e político”, afirmam. Enquanto o MST pede a alocação de 100 mil pessoas até o final de 2014, o governo federal estima que poderá assentar ape- nas um terço disso, ou seja, aproximadamente os mesmos 30 mil de 2013. O movimento alega também que o governo havia se comprometido em priorizar o assentamento nos projetos de irrigação do Nordeste brasileiro, mas que, apesar de os projetos estarem sendo implantados, há, segundo eles, 80 mil lotes vagos, com água e infraestrutura. Eles cobram “agilidade administrativa” para assentar famílias camponesas nesses lotes. No documento escrito pelos representantes do movimento, há uma crítica também à medida provisória editada pelo governo para tratar da dívida de produtores rurais. Segundo a carta, há um trecho na MP que permite a privatização dos lotes da reforma agrária. “É tudo o que os inimigos da reforma agrária querem para desmoralizá-la, através da compra e venda de lotes dos assentamentos”, diz a carta. Outra crítica diz respeito ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PENAE), tidos pelo governo como o principal avanço da gestão Dilma na reforma agrária. Por meio dos dois programas, o governo compra diretamente a ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC Em carta, representantes do Movimento Sem Terra pediram mais agilidade na execução da reforma agrária Presidente Dilma Rousseff e ministros recebem integrantes do MST no Palácio do Planalto produção de assentados e pequenos produtores. Para o MST, no entanto, a medida é insuficiente, já que alcança apenas 5% das famílias camponesas. Eles pedem o aumento de recursos, desburocratização e a ampliação para o maior número possível de municípios. Os sem-terra chegaram a Brasília no início da semana para participar do VI Congresso Nacional do movimento, no qual comemoram os 30 anos de fundação. Na quarta-feira, eles marcharam pela Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três Poderes, conversaram com Gilberto Carvalho e entregaram uma carta endereçada à Dilma. Durante a manifestação, houve confronto com a polícia, que terminou com 32 feridos, sendo 30 deles policiais. De acordo com o Corpo de Bombeiros, parte dos policiais foi atendida no posto da Câmara dos Deputados e outros foram leva- dos ao Hospital de Base. Segundo a assessoria da PM, os policiais feridos que necessitaram de atendimento médico foram atingidos por pedras e pedaços de pau na cabeça. Eles não correm risco de morte, segundo a corporação. A marcha pela reforma agrária reuniu cerca de 15 mil pessoas, segundo a PM, e interrompeu o trânsito na área central de Brasília. Na Praça dos Três Poderes, houve enfrentamento entre integrantes da passeata e policiais. Mauro Borges é confirmado no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira que o atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges, será o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele substituirá Fernando Pimentel (PT), amigo pessoal da presidente Dilma Rousseff e pré-candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de outubro. A escolha de Borges ocorre após a presidente não ter conseguido convencer um nome forte do empresariado a ocupar a pasta. Foram sondados o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, e o empresário Abílio Diniz. Dilma também havia cogita- do deslocar para a pasta o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, mas o PSD recusou. Ao final, Dilma concordou em aceitar Mauro Borges, indicação do próprio Pimentel. O novo ministro ocupará o cargo interinamente, mas é possível que permaneça no posto até o fim do mandato presidencial. Em nota, o Palácio do Planalto informou que a presidente recebeu o pedido de demissão de Pimentel nesta quinta-feira e, na ocasião, agradeceu a “dedicação, competência e lealdade” do agora ministro ao longo dos últimos três anos. Com mais essa troca no primeiro escalão do governo federal, já são cinco as mudanças nos mi- Pepe Vargas deixará MDA até o fim deste mês O ministro de Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), anunciou, nesta quinta-feira, que deixará a pasta até o final do mês para se dedicar à reeleição na Câmara dos Deputados. Em entrevista coletiva, após encontro com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Pepe disse que já conversou com a presidente Dilma e acertou a sua saída até o próximo dia 28. O ministro, contudo, evitou comentar sobre seu sucessor na pasta. “Sou ministro e agradeço a oportunidade. Mas Dilma que anunciará. Não cabe a mim fazer esse anúncio”, disse. Pepe Vargas disse que a data certa de sua saída deve ser entre os dias 24 e 28 de fevereiro, após a presidente retornar de uma viagem internacional. Segundo ele, na ocasião também deve ser anunciada a saída de outros ministros que disputarão a próxima eleição de outubro. Como informou o blog do Marcelo de Moraes, o petista Miguel Rossetto, que ocupou o ministério no governo Lula, deve assumir a pasta no lugar de Vargas. Rossetto é o atual presidente da Petrobras Biocombustível e tem bom trânsito com o setor do agronegócio e também com os representantes da agricultura familiar. A opção pelo seu nome ajuda também o governo a sinalizar para o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) justamente no momento em que eles fazem manifestações públicas criticando a política de reforma agrária. ROUPA NOVA v e n d a e a l u g u e l p a r a f e s t a s Av. Protásio Alves, 2325 - Petrópolis - POA/RS POA: 51 3333-3395 | 3332-0027 www.roupanovamodas.com.br nistérios: Arthur Chioro assumiu o Ministério da Saúde em substituição a Alexandre Padilha; Gleisi Hoffmann deixou a Casa Civil e foi substituída por Aloizio Mercadante; José Henrique Paim foi empossado ministro da Educação; e Thomas Traumann foi escolhido como novo chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência.