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1 JUNHO 2012
Economia
MALO ABRE EM
LUANDA ESTE ANO
E EM BENGUELA
EM 2013
Ricardo David Lopes
Clínica Malo de Luanda abre entre Outubro
e Novembro, mas plano de expansão passa
por Benguela, Huambo e mais províncias.
Unidade de Lisboa atende cinco mil angolanos.
A primeira Malo Clinic de Angola será inaugurada em Luanda
entre Outubro e Novembro, revelou ao SOL o médico detentor da
maior rede internacional de clínicas. Segundo Paulo Malo, numa
primeira fase a unidade terá apenas a valência de medicina dentária, mas em 2013 passará a disponibilizar serviços de cirurgia
estética e, em função da procura,
poderá também oferecer consultas de pediatria e ginecologia.
Nesta altura, explica o médico,
de nacionalidade angolana, está
em curso o projecto de arquitectura da clínica, que ficará num
edifício do centro de Luanda. O
investimento ascende a cerca de
cinco milhões de euros e, segundo Paulo Malo, a clínica deverá
servir não apenas Angola, mas
também outros países da África
Austral, nomeadamente Moçambique e África do Sul.
A clínica de Lisboa, a primeira
do grupo, aberta em 1995, «tem
cerca de cinco mil angolanos
em tratamento», sobretudo nas
valências dentária, check up cardíaco e geral, e cirurgia plástica,
o que «justifica o projecto» que
Malo começou a planear há cerca
de três anos para Angola. Após
Luanda, o empresário prevê inaugurar, a partir do próximo ano,
clínicas em Benguela e no Huambo, e depois nas outras principais
capitais provinciais.
A estrutura de Luanda terá cerca de 15 profissionais, dos quais
cerca de uma dezena serão portugueses, numa primeira fase. O objectivo, diz Malo – que promete
deslocar-se à capital angolana todos os meses – é formar locais, de
modo a reduzir o peso de colaboradores estrangeiros na clínica.
Todos os continentes
Unidade em Luanda
vai ter 10 consultórios de medicina
dentária e pode
oferecer mais
valências clínicas
O Grupo Malo, líder mundial de
implantologia e próteses dentárias fixas, está presente em cerca
de uma dezena de países – incluindo Portugal, Espanha, Itália,
Polónia, Reino Unido, EUA e Japão. O plano de expansão passa
pela abertura, este ano, de uma
Paulo Malo é angolano e viveu no país até 1975
clínica em Xangai e, no próximo,
em cidades como Casablanca, Pequim e Xiuan. Até 2017, as clínicas deverão chegar à Austrália,
Canadá, Singapura, Vietname, Índia, Colômbia, México, Panamá,
Costa Rica, Equador e Peru.
As Malo Clinic começaram por
oferecer serviços de medicina
dentária, mas nos últimos anos a
rede passou a disponibilizar diversas especialidades, a par de
serviços de bem-estar.
O investimento em Angola é feito «com capitais próprios, sem
recurso a dívida», explica Malo,
que tem em Angola um sócio local para a clínica de Luanda.
Vinhos a caminho de Angola
DR
Empresário estima vender cerca de três milhões
de garrafas por ano no
país africano. China
também é um ‘alvo’.
Paulo Malo tem duas quintas na região de Setúbal
A produção de vinho é outro negócio de Paulo Malo, que iniciou este mês a exportação para
Angola, depois de ter começado, no início de 2012, a vender
também para o mercado chinês.
«O primeiro carregamento
de vinho para Angola está
prestes a seguir e temos boas
expectativas em relação a
este mercado, porque as provas correram muito bem», diz
o médico ao SOL.
O empresário espera vender
anualmente cerca de três milhões de garrafas da sua marca
de vinhos – Malo Tojo – no mercado angolano. Os vinhos do empresário são produzidos na Quinta de Catralvos, propriedade de
25 hectares em Azeitão, e no
Monte da Charca, herdade com
55 hectares em Pegões, ambas na
Península de Setúbal.
Os vinhos de Paulo Malo têm
recebido alguns prémios internacionais. Os mais recentes foram atribuídos no Concurso
Mundial de Bruxelas (medalha
de ouro num vinho branco e de
prata num tinto).
As edições especiais de vinhos N.R.P. Sagres e N.T.M
Creoula Tinto, 2010, e N.R.P. Sagres e N.T.M Creoula, Tinto Reserva, 2009, foram escolhidas
como embaixadores no âmbito
da Comemoração dos 75 e 50
anos dos navios-escola Sagres
e Creoula ao serviço da Marinha portuguesa.
DR
[email protected],ao
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WWW.SOL.PT
PPP reveladas em Agosto
Ricardo David Lopes
[email protected]
DR
Documento vai incidir sobre 10 sectores. Saúde pode interessar a portugueses, mas haverá
oportunidades na energia, lixo e transportes
O Governo apresenta em Agosto o
plano estratégico para as parcerias
público-privadas (PPP) de Angola,
revelou o director do Gabinete Técnico de Apoio às PPP do Ministério
da Economia. O plano, baseado no
documento Angola 2025 – apresentado em Fevereiro e que traça as
principais metas para o desenvolvimento do país – incidirá sobre 10
sectores, explicou Mário Rui Pires.
Segundo o responsável, que falava em Lisboa, na semana passada, num seminário sobre PPP em
Angola e Moçambique, os sectores eléctrico, de estradas e pontes,
e de recolha e tratamento de lixo
e resíduos oferecem oportunidades em termos de PPP. Mas também a saúde, o saneamento e os
transportes urbanos de passageiros devem ser contemplados.
Mário Rui Pires sublinhou, no
encontro promovido pelo escritório jurídico Miranda Correia
Amendoeira & Associados, que as
principais áreas onde há espaço
para PPP correspondem às prioridades políticas definidas pelo Executivo, que contemplam investimentos de 41,3 mil milhões de dólares – em curso desde 2003.
«O ciclo que aí vem é, em
muitos casos, para fazer tudo
de novo para uma população
que está a crescer a 3% ao ano»,
disse o responsável, para quem «o
problema de Angola não é não
ter investido, mas pôr os investimentos a render».
Portagens excluídas
No sector de estradas e pontes – o
‘líder’ de investimento público,
com 12,71 mil milhões de dólares
aplicados desde 2003 – o modelo
de PPP pode passar por contratos
de manutenção e operação de cinco a dez anos, incluindo reabilitações. Neste modelo, o pagamento
ao privado depende do desempenho da operação, medido por in-
Mário Rui Pires dirige o Gabinete de PPP angolano
dicadores específicos. A introdução de portagens, garantiu, está
para já excluída, num sector que
deverá receber mais 1,6 mil milhões de dólares de investimento
anual até 2025, com a manutenção
e a reabilitação a merecerem perto de quatro mil milhões.
Na produção de electricidade –
que, como o SOL revelou na semana passada, pode ser o primeiro
sector a ser alvo de PPP em Angola –, Mário Pires vê oportunidades
para este modelo, sobretudo em
barragens de média dimensão (200
a 500 MW). Também na concessão
de manutenção da rede de distribuição, sobretudo nas zonas Centro e Sul, «há espaço» para PPP. O
sector eléctrico, segundo o gestor,
vai receber 10,7 mil milhões de investimento até 2020.
No saneamento, Mário Pires
acredita que possam surgir PPP
em estações de tratamento de
águas e estações de tratamento de
águas residuais. Neste caso, o investimento caberia essencialmente ao Estado, ficando o privado
com a gestão das infra-estruturas
e as melhorias, sendo também remunerado pelo desempenho.
Na saúde, «o Estado está aberto a concessionar infra-estruturas» – através de contratos para
manutenção e operação das unidades, e para serviços de atendimento de complexidade alta/média. «Acreditamos que haverá
dois ou três grupos portugueses interessados», disse.
A recolha e disposição de resíduos sólidos em grandes centros
urbanos, e a operação de corredores exclusivos para autocarros e linhas ferroviárias urbanas e regionais são outras áreas onde pode haver PPP, defendeu. A legislação do
sector está feita, estando para breve a publicação da sua regulamentação, assim como do Fundo de Garantia público que dará «mais
conforto» aos privados.
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