MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PRODUTIVIDADE E CONCENTRAÇÃO DE NITRATO EM CULTIVARES DE ALFACE CONDUZIDAS EM SISTEMA HIDROPÔNICO, NOS MUNICÍPIOS DE ALTAMIRA E BELÉM, NO ESTADO DO PARÁ. SÁVIA POLIANA DA SILVA BELÉM 2009 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PRODUTIVIDADE E CONCENTRAÇÃO DE NITRATO EM CULTIVARES DE ALFACE CONDUZIDAS EM SISTEMA HIDROPÔNICO, NOS MUNICÍPIOS DE ALTAMIRA E BELÉM, NO ESTADO DO PARÁ. SÁVIA POLIANA DA SILVA Dissertação de mestrado apresentada ao colegiado de Agronomia, da Universidade Federal Rural da Amazônia, para a obtenção do Titulo de Mestre em Solos e Nutrição de Plantas. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Antonio Lopes de Gusmão BELÉM 2009 Silva, Sávia Poliana da Produtividade e concentração de nitrato em cultivares de alface conduzidas em sistema hidropônico nos municípios de Altamira e Belém, no Estado do Pará./ Sávia Poliana da Silva.- Belém, 2009. 97 f.:il. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) Universidade Federal Rural da Amazônia, 2009. Lactuca sativa L. 2. Rendimento 3. Cultivo sem solo 4. Nutrição Mineral 5. Solução nutritiva. CDU- 631.585 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PRODUTIVIDADE E CONCENTRAÇÃO DE NITRATO EM CULTIVARES DE ALFACE CONDUZIDAS EM SISTEMA HIDROPÔNICO, NOS MUNICÍPIOS DE ALTAMIRA E BELÉM, NO ESTADO DO PARÁ. SÁVIA POLIANA DA SILVA Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia como parte das exigências do curso de Mestrado em Agronomia, área de concentração Solos e Nutrição de Plantas. Aprovado em 26 de fevereiro de 2009 BANCA EXAMINADORA Engenheiro Agrônomo Professor Dr. Sc. Sérgio Antônio Lopes de Gusmão –Orientador Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Engenheiro Agrônomo Professor Dr. Sc. Mônica Trindade Abreu de Gusmão Universidade Federal Rural da Amazônia Engenheiro Agrônomo Professor Dr. Sc. Paulo Roberto de Andrade Lopes Universidade Federal Rural da Amazônia Engenheiro Agrônomo Prof. Dr. Sc Marcos André Piedade Gama Universidade Federal Rural da Amazônia BELÉM 2009 DEDICATÓRIA À Deus, criador de tudo o que existe, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas; À minha mãe, Maria Regina da Silva, aos meus avós Eládia Pastora da Silva e Henrique Caetano da Silva (In memoriam) pela formação, compreensão, conselhos e exemplos de vida. Ao meu namorado Pedro Vitoriano Júnior, pela força, compreensão e constante inspiração; Aos meus mestres pela indicação do caminho. AGRADECIMENTOS À Deus pela sua infinita misericórdia e amor, por nos dar força e coragem para vencermos todos os obstáculos por mais difíceis que nos pareçam. À minha mãe, avó, e meu namorado, por serem o porto seguro pelo apoio nos momentos mais difíceis dessa caminhada. Ao técnico agrícola e hidroponista Pedro Vitoriano, que me apoiou constantemente, não mediu esforços e me proporcionou os recursos necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio Gusmão pelo apoio, atenção, incentivo e orientação em toda execução do trabalho e a confiança depositada em minha pessoa. À todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, pelo companheirismo e dedicação e aos que contribuíram de forma valiosa para a conclusão desse trabalho. À CAPES pela concessão da bolsa de estudo. A todos os colegas de mestrado, pelos bons momentos que passamos juntos. Às amizades verdadeiras que fiz no transcorrer deste curso. À todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa e para a minha formação profissional, através de elogios e, ou, críticas que serviram de incentivo para superar todos os desafios e obstáculos encontrados. EPÍGRAFE Lutemos por um mundo novo... Um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho que dê futuro à juventude e segurança à velhice. Charles Chaplin RESUMO Produtividade e concentração de nitrato em cultivares de alface, conduzidas em sistema hidropônico nos municípios de Altamira e Belém, no Estado do Pará. O consumo de hortaliças tem aumentado devido à tendência de mudança no hábito alimentar do consumidor. Com isso a exigência também aumenta havendo necessidade em produzir em quantidade e qualidade, bem como manter o fornecimento do produto o ano todo. Devido a essa tendência do mercado hortícola é que o cultivo protegido vem ganhando um grande espaço, assim como os cultivos hidropônicos. Com o objetivo de avaliar o crescimento e a concentração de nitrato em cultivares de alface, produzidas em sistema hidropônico, foram conduzidos dois experimentos, em dois locais distintos (Altamira e Belém), no estado do Pará, no período chuvoso, de janeiro à março de 2008. Em ambos os locais foram utilizados o delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos correspondente à cinco cultivares de alface (Babá – de Verão, Itapuã 401, Amanda, Hansom e Mimosa Roxa), com cinco repetições. O sistema adotado foi o NFT (nutrient film tecnique), sendo a formulação nutritiva utilizada a recomendada por Furlani et al. (1999), à uma concentração de 80%. Foram analisados, aos 55 dias após a semeadura, as variáveis agronômicas massa da matéria fresca (MF), massa da matéria seca (MS), número de folhas por planta (NF), Massa da matéria fresca da raiz (MFR), massa da matéria seca da raiz (MSR), comprimento da raiz (CR), comprimento do caule (CPC), altura da planta (AP), diâmetro do caule (DC), além da concentração de nitrato, sendo que para essa variável qualitativa utilizou-se o esquema fatorial 5x2, pois as plantas foram colhidas em dois horários distintos, às 7:00 e 17:00hs. Os melhores resultados de produção foram observados em Altamira com as cultivares Babá- deVerão e Amanda. Estas também mostraram melhores respostas em Belém. A cultivar Mimosa Roxa apresentou o maior potencial para acumular nitrato em ambos os locais de cultivo. Os teores de nitrato encontrado nas cultivares, em ambos horários de colheita nas condições tropicais, não evidenciam risco para a saúde do consumidor. Palavras-chave: Lactuca sativa L; Rendimento; Cultivo Sem Solo; Nutrição Mineral; Solução Nutritiva. ABSTRACT Yield and concentration of nitrate in lettuce cultivars, carried hydroponic system in Altamira and Belem, in state of Para. The consumption of vegetables has increased due to the trend of change in food habits of consumers. With this requirement also increases with the need to produce in quantity and quality and maintain the supply of product all year round. Due to this market trend is that vegetable cultivation is gaining a large protected area, as well as hydroponic cultivation. With objective of evaluate the growth and concentration of nitrate in lettuce cultivars, in hydroponic system, two experiment was conducted in two locations (Altamira and Belém), the state of Pará, in the rainy season, from January to March 2008. In both locations were used in the randomized block design, with five treatments corresponding to five cultivar of lettuce (Babá – de – Verão, Itapuã 401, Amanda, Hansom and Mimosa Roxa), with five replicates. The system adopted was the NFT (nutrient film Tecnique) being used as a nutrient formulation recommended by Furlani et al. (1999), at a concentration of 80%. Were analyzed, the 55 days after sowing, the variables of agronomic mass fresh matter (MF), mass of dry matter (MD), number of leaves (NL), Mass of fresh matter of the root (FMR), the mass dry of root (MDR), the root length (RL), stem length (SL), plant height (PH), stem diameter, (SD), and the concentration of nitrate, which for this variable was used the factorial 5x2, because the plants were harvested at two different times, at 7:00 and 17:00 hours. The best results of production were observed with cultivars Babá – de Verão and Amanda in Altamira. These also showed better responses in Belém. The Mimosa Roxa cultivar presented with the greatest potential to accumulate nitrate in both local culture. The levels of nitrate found in the cultivars, in both times of harvest in tropical conditions, show no risk to consumer health. Keywords: Lactuca sativa L.; Yield; Soilless Culture; Mineral Nutrition; Nutritive Solution. SUMÁRIO PÁG RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................14 2 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................................17 2.1 HISTÓRICO DA HIDROPONIA NO BRASIL E NO MUNDO.....................................17 2.2 NO ESTADO DO PARÁ..................................................................................................18 2.3 SISTEMAS HIDROPÔNICOS.........................................................................................20 2.3.1 O SISTEMA DFT...........................................................................................................20 2.3.2 O SISTEMA NFT...........................................................................................................21 2.3.3 AEROPONIA................................................................................................................. 22 2.4 FASES DO CULTIVO NO SISTEMA NFT.....................................................................22 2.4.1 MATERNIDADE...........................................................................................................23 2.4.2 BERÇÁRIO OU PRÉ-CRESCIMENTO........................................................................25 2.4.3 CRESCIMENTO FINAL................................................................................................25 2.5 INSTALAÇÕES DE CULTIVO EM SISTEMA NFT......................................................26 2.5.1 CASA DE VEGETAÇÃO..............................................................................................26 2.5.2 BANCADAS...................................................................................................................26 2.5.3 SISTEMAS HIDRÁULICOS.........................................................................................27 2.6 EXIGÊNCIA NUTRICIONAL E SOLUÇÃO NUTRITIVA...........................................28 2.6.1 PREPARO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA.....................................................................35 2.6.2 MANEJO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA.......................................................................35 2.6.3 O pH.................................................................................................................................36 2.6.4 A CONDUTIVIDADE ELÉTRICA...............................................................................36 2.6.5 CUIDADOS COM A SOLUÇÃO NUTRITIVA............................................................37 2.7 A CULTURA DA ALFACE.............................................................................................40 2.7.1 SITUAÇÃO ATUAL DA CULTURA...........................................................................40 2.7.2 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E CULTIVARES...............................................41 2.7.3 COMPORTAMENTO DA CULTURA NA REGIÃO AMAZÔNICA.........................45 2.8 IMPORTÂNCIA E USO DA ALFACE............................................................................46 2.9 NITRATO EM HIDROPONIA.........................................................................................47 2.9.1 LIMITES MÁXIMOS DE NITRATO............................................................................50 2.9.2 FATORES QUE AFETAM O TEOR DE NITRATO....................................................51 2.9.3 PROBLEMAS DECORRENTES DO EXCESSO DE NITRATO.................................53 2.9.4 COMO REDUZIR O ACÚMULO DENITRATO.........................................................54 3.0 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................55 3.1 LOCALIZAÇÃO E DADOS METEOROLÓGICOS.......................................................55 3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE INSTALAÇÕES E CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS....................................................................................................................56 3.3 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E QUALITATIVAS AVALIADAS..............63 3.4 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO, CULTIVARES AVALIADAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA.........................................................................................................................64 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................65 41 ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS..............................................65 4.2 ANÁLISE DO TEOR DE NITRATO NAS FOLHAS......................................................74 5.0 CONCLUSÃO..................................................................................................................82 6.0 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................83 LISTA DE FIGURAS p. Figura 01 Casa de vegetação do tipo capela, com semi – lanternim, com a presença de exaustores ( A) e sombrite ( B).................................................................................................57 Figura 02 Fase do berçário, com cultivares de alface, utilizando perfis pequenos de polipropileno, em Altamira-PA.................................................................................................58 Figura 03 Distribuição das cultivares de alface, nas parcelas em tubos de polipropileno de 5m de comprimento.( A) na fase de crescimento ( B), em Altamira- PA................................58 Figura 04 Reservatório de solução nutritiva, em sistema NFT, com capacidade para 5000 L de água, em Altamira- PA. .......................................................................................................59 Figura 05 Semeadura de cultivares de alface realizada em espuma fenólica, durante a fase da maternidade, em Altamira-PA..............................................................................................59 Figura 06 Casa de vegetação do tipo arco, com semi – lanternim, sem o uso de sombrites e exaustores, em Belém -PA........................................................................................................60 Figura 07 Reservatório de solução nutritiva, em sistema NFT, com capacidade para 1000 L de água, em Belém- PA.............................................................................................................61 Figura 08 Semeadura realizada em substrato à base de caroço de açaí, em sistema subsuperficial, em Belém, PA...................................................................................................61 Figura 09 Distribuição das cultivares de alface nas parcelas em canaletas de PVC, em início do desenvolvimento em Belém- PA.........................................................................................62 Figura 10 Cultivares de alface em fase de desenvolvimento, cultivadas em perfis de PVC, em Belém- PA...........................................................................................................................62 Figura 11 Cultivar Itapuã em comparação à cultivar Amanda ............................................73 Figura 12 Cultivar Itapuã 401 em comparação à cultivar Amanda (A) e Mimosa Roxa (B).............................................................................................................................................74 Figura 13 Exemplos do comportamento de cultivares americanas (cv. Manara (A) e Rafaela (B)) na região, apresentando suas “cabeças” deformadas.........................................................78 Figura 14 Cultivar americana Hansom, sem formação da “cabeça”......................................78 LISTA DE TABELAS p. Tabela 01 Quantidade produzida e valor da produção de alface hidropônica na região Norte, em relação aos demais estados e divisões da federação, no ano de 1996...........................................................................................................................................19 Tabela 02 Elementos químicos necessários às plantas...................................................29 Tabela 03 Composição de alguns adubos empregados em hidroponia (macronutrientes)......32 Tabela 04 Composição de alguns adubos empregados em hidroponia ( micronutrientes).....32 Tabela 05 Sugestões de Soluções Nutritivas para a Alface, para uso dos macronutrientes e micronutrientes..........................................................................................................................34 Tabela 06 Médias Mensais de Temperatura, Umidade Relativa, Insolação, Velocidade do Vento e Precipitação, durante o ciclo do experimento (Janeiro à Março de 2008) em Belém/ PA..............................................................................................................................................56 Tabela 07 Médias Mensais de Temperatura, Umidade Relativa, Insolação, Velocidade do Vento e Precipitação, durante o ciclo do experimento (Janeiro à Março de 2008) em Altamira/ PA..............................................................................................................................................56 Tabela 08 Massa da matéria fresca, massa da matéria seca, massa da matéria fresca da raiz, massa da matéria seca da raiz, comprimento do caule e comprimento da raiz de cultivares de alface produzidas em sistema hidropônico em função do local de cultivo. Belém -PA, UFRA, 2008...........................................................................................................................................66 Tabela 09 Altura da planta (ALP), Número de folhas (NF), diâmetro do caule (DIC) das cultivares de alface produzidas em hidroponia, no sistema NFT, em dois locais de cultivo. Belém- PA, UFRA, 2008..........................................................................................................71 Tabela 10 Valor médio do teor de nitrato da matéria fresca, em cultivares de alface produzidas em hidroponia, em Altamira (A) e Belém (B), colhidas em dois horários distintos.Belém (PA), UFRA, 2008..........................................................................................75 1. INTRODUÇÃO A olericultura brasileira tornou-se um importante “agribusiness” estimado em mais de US$ 4 bilhões no seu valor agregado (COSTA, 2000). O cultivo em sistema hidropônico tem permitido grande aumento da produção de hortaliças e agregação de valor ao produto, por possibilitar a produção em períodos de entressafra e maior número de ciclos durante o cultivo, representando assim um avanço tecnológico à disposição de diversos produtores, podendo ser utilizado nas pequenas propriedades agrícolas, sítios ou chácaras, e em terrenos localizados nos centros urbanos. Os especialistas defendem a hidroponia como técnica que causa menores impactos ambientais, decorrentes de erosão e lixiviação do solo, reduzindo prejuízos causados por assoreamento de córregos, rios, e mananciais. Uma das vantagens apontadas por técnicos, produtores e pesquisadores, comparando-se a hidroponia com o cultivo convencional (no solo) é a ocupação mais racional e equilibrada de meio físico. Na hidroponia não há necessidade de uso de máquinas e implementos agrícolas, o que reduz os custos operacionais de cultivo. É possível, ainda, antecipar a colheita, padronizar o tamanho das plantas e frutos e melhorar a qualidade do produto, com menor uso de agrotóxicos (ALBERONI, 1998), melhor aproveitamento de água e fertilizantes, dispensando a rotação de culturas, além de possibilitar o aproveitamento de áreas inaptas ao cultivo convencional, tais como zonas áridas e solos degradados (TEIXEIRA, 1996). A redução do uso de mão-de-obra nas atividades “braçais” tais como, capina e preparo de solo fazem com que as atividades realizadas na hidroponia passam a ser consideradas mais suaves (CASTELLANE e ARAÚJO, 1994). Por outro lado, esse sistema apresenta desvantagens como: o alto custo de instalação (TEIXEIRA, 1996; FAQUIN et al., 1996); necessita acompanhamento permanente do funcionamento, principalmente do fornecimento de energia elétrica e controle da solução nutritiva (CASTELLANE e ARAÚJO, 1994; FAQUIN, 1996); necessidade de mão-de-obra e assistência técnica especializada (SANCHEZ, 1996; TEIXEIRA, 1996; SANTOS, 1998); e novos produtos e técnicas adequadas no controle de pragas e doenças, pois, os agrotóxicos convencionais podem diminuir a qualidade biológica do produto (TEIXEIRA, 1996). Existem atualmente no Brasil e no mundo informações de pesquisa a respeito do crescimento e acúmulo de nitrato em diferentes cultivares de alface ( Lactuca sativa L.) Entretanto, grande parte das pesquisas foram realizadas em regiões de clima mais ameno (RADIN et al., 2004), ou em condições de cultivo protegido (LOPES et al., 2003; MENEZES JÚNIOR et al., 2004), no entanto sem aplicação prática nas regiões que cultivam alface, em condições de altas temperatura e luminosidade, como é o caso da região Norte. Nestas condições, ocorre redução do ciclo da cultura, comprometendo sua produção, devido à aceleração do metabolismo da planta e, conseqüentemente, a antecipação da fase reprodutiva em detrimento da produtividade e qualidade do produto, o que ocasiona o acúmulo excessivo de látex, tornando as folhas amargas, rígidas e de tamanho e número reduzidos (MAKISHIMA, 1992; SETÚBAL e SILVA, 1992). O melhoramento genético da alface e o cultivo protegido possibilitaram a adaptação da espécie ao clima tropical aumentando a oferta do produto com qualidade de mercado inclusive nos períodos de entressafra. Assim o aumento de consumo da alface no Brasil aliado a estes avanços tecnológicos fez expandir o cultivo a outros grandes centros urbanos do sul e sudeste brasileiros, chegando por consequência às regiões Nordeste (BRANCO, 2001) e Norte do país. No Pará, a produção da alface é baixa quando comparada com outras regiões do país. Dentre os fatores que estão associados a estes baixos rendimentos, destacam-se o reduzido nível de tecnologia, carência de informações técnicas sobre o manejo desta cultura nessas condições e pouca diversidade de cultivares adaptadas às altas temperaturas e luminosidade, tendo em vista que as informações utilizadas, são adaptações do cultivo da alface em outras regiões (BARROS et al., 2001). A alface é a mais popular das hortaliças folhosas, sendo conhecida mundialmente e o seu consumo ocorre principalmente na forma “in natura”. É considerada a hortaliça mais importante na alimentação do brasileiro, o que assegura à cultura expressiva importância econômica. Originária de clima temperado, a sua adaptação, em regiões de temperatura elevada, tem gerado obstáculos ao seu crescimento e desenvolvimento, impedindo que a cultura expresse todo o seu potencial genético. É boa fonte de vitaminas e sais minerais e celulose, apresentando como principal vantagem um baixo valor energético, razão pela qual é freqüentemente indicada na dieta alimentar de convalescentes e idosos, na forma de salada, podendo ser usada também medicinalmente como calmante suave e ótimo remédio contra a insônia, pois apresenta propriedades sedativas que há muito tempo são conhecidas (SGARBIERI, 1997). É uma das hortaliças mais difundidas atualmente, sendo cultivada por todo o país. A sua larga adaptação às diversas condições climáticas, a possibilidade de cultivos sucessivos no mesmo ano, o baixo custo de produção e a comercialização segura, fazem com que a alface seja a hortaliça preferida pelos pequenos produtores, o que lhe confere grande importância econômica e social, sendo significativo fator de agregação do homem no campo (LIMA, 2005). Portanto, a importância da alface é indiscutível na alimentação da população. Assim, o aumento da produção dessa hortaliça se torna necessário devido ao aumento do consumo, função da crescente elevação populacional e da mudança no hábito alimentar, em razão da conscientização sobre a importância nutricional das hortaliças (CORTEZ et al., 2002). Seguindo uma tendência mundial, o consumidor brasileiro tem aumentado a exigência quanto a qualidade das hortaliças, demonstrando preocupação mesmo com atributos de qualidade não sensoriais como é o caso do nitrato (NO3-). Sendo assim ainda surgem muitas dúvidas à respeito do produto hidropônico e que tem sido um dos aspectos relevantes que preocupam os pesquisadores no cultivo nesse sistema, especialmente quando se trabalha com as hortaliças, as quais contribuem com cerca de 70% da ingestão diária de nitrato SOMOGYI (1988), citado por POMERENING et al., (1992), pois neste sistema o nitrogênio é fornecido basicamente na forma de nitrato. REZENDE et al., (2000), observaram que o teor de nitrato em hidroponia foi 1,97 vezes maior do que o teor de plantas cultivadas em solo. Do ponto de vista toxicológico, o nitrato pode tornar-se tóxico ao ser reduzido a nitrito (GRAIFENBERG et al., 1993), que por sua vez, no ambiente ácido do estômago, reage com certas aminas, provenientes de várias fontes incluindo o próprio alimento, ou do cigarro, dando origem a nitrosaminas, os quais são compostos cancerígenos, teratogênicos e mutagênicos (MAYNARD et al., 1976). Altos teores de nitrato são acumulados quando o uso de adubação nitrogenada está em excesso independente da fonte de adubo ser mineral ou orgânica (RICHARDSON e HARDGRAVE, 1992). A capacidade de acúmulo de nitrato pelas plantas é de caráter genético, porém grandemente influenciada por outros fatores, tais como: disponibilidade desse nutriente e do molibdênio, intensidade de radiação luminosa, da temperatura, sistema de cultivo, idade da planta e hora da colheita. (FAQUIN et al., 1994). Diferenças genéticas têm sido encontradas entre espécies, subespécies e cultivares de hortaliças (BONNECARRÈRE et al., 2000). Este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e a concentração de nitrato em cinco cultivares de alface, produzidas em hidroponia, em função do ambiente de cultivo e do horário da colheita. 1 SOMOGYI, .J.C (1988). Belastung der Nahrung durch di uUmwelt Gefahr für die Gesundheit? Einführung in die thematik.Bibliotheca Nutritio et Dieta (Basel) 26-33. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. HISTÓRICO DA HIDROPONIA NO BRASIL E NO MUNDO A hidroponia é um termo derivado de duas palavras de origem grega: hydro – água e ponos – trabalho. A hidroponia pode ser definida como a ciência capaz de desenvolver plantas na ausência do solo ou, simplesmente, cultivo sem solo. Pelo fato do solo não se fazer presente, devemos fornecer os nutrientes às plantas de outra forma. No sistema hidropônico, os nutrientes minerais que alimentam as plantas, são dissolvidos na água formando uma solução a qual passa por tubulações através de um apoio, de modo que as raízes possam efetuar a absorção e possam desenvolver a estrutura vegetal. Ao veículo de transporte desses nutrientes chamamos de solução nutritiva (FURLANI, 1997). A hidroponia teve origem em um experimento que visava determinar os elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas. A literatura mostra relatos de uso de soluções nutritivas para o crescimento das plantas a partir do século XVII. Nos dois séculos seguintes, foi crescente o interesse dos estudiosos da época pela nutrição das plantas e novos relatos foram se sucedendo. A técnica de cultivo em solução nutritiva deu um salto, certamente no século XX, através de estudos de essencialidade dos elementos minerais e da nutrição de plantas. Muitas fórmulas de soluções nutritivas foram propostas e usadas, sendo o interesse basicamente voltado para a pesquisa (SOARES, 2002). Entretanto, a aplicação comercial se deu a partir de 1930, pelo professor Willian F. Geriche da Universidade da Califórnia, conhecido por muitos como o pai da hidroponia, o qual aplicou os conhecimentos da técnica usada em laboratórios, ao cultivo de hortaliças. Posteriormente, com o advento da II Guerra Mundial, foi usada para fins militares (RESH, 1985). Fazendo uma retrospectiva da hidroponia, Resh (1996) cita como exemplos de cultivo de plantas sem solo os jardins suspensos da Babilônia, os jardins flutuantes dos Aztecas e da China, todos datados como anteriores à era cristã. Os experimentos com cultivo hidropônico iniciaram-se na França e Inglaterra durante o século XVII, sendo que os estudos científicos relacionados ao ajuste da solução nutritiva tiveram início na Alemanha, por volta de 1699 (JENSEN, 1997). No século XX muitos pesquisadores dedicaram-se aos estudos de soluções nutritivas através da dissolução de sais em água destilada. Entre eles podemos destacar Hoagland (1920) e Arnon (1950), cujas soluções propostas são utilizadas até os dias de hoje, com pequenas alterações. No entanto, o grande marco no desenvolvimento da hidroponia econômica e comercial foi o conceito de NFT “Nutrient Film Technique”, por Allen Cooper em 1965 (JONES JÚNIOR, 1983; SANTOS, 1998), traduzido tecnicamente para o português como “Técnica do Fluxo Laminar de Nutrientes”. A partir desses resultados, o emprego da hidroponia espalhou-se rapidamente pelos Estados Unidos e Europa. No Brasil essa técnica entrou em expansão no início da década de 90, em São Paulo, tendo como pioneiros Shigueru Ueda e Takanori Sekine que trouxeram a técnica do Japão (RODRIGUES, 2002). Com o pioneirismo do engenheiro Shigueru Ueda, entre 1985 e 1987, quando utilizou a cultura do morango e posteriormente a da alface, em sistema hidropônico-NFT, esta tecnologia de produção ganhou grande destaque e posteriormente outros pesquisadores como Castellane e Araújo (1987), Furlani (1994), Carmello (1994) e Martinez (1995), voltaram suas atenções para a aplicação comercial desta tecnologia. Em 1991, iniciam-se os primeiros cultivos hidropônicos de alface em ambiente protegido na região do cinturão verde, nas proximidades da capital do Estado de São Paulo, sendo os municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Suzano, os maiores produtores desta hortaliça (RODRIGUES, 2002). Além da finalidade comercial, o cultivo hidropônico tem sido utilizado como lazer e também com objetivos terapêuticos por algumas instituições (FURLANI, 1995). O cultivo de alface, tomate, rúcula, pepino, pimentão, berinjela e morango, são as que mais têm sido cultivadas neste sistema, entretanto, o cultivo de plantas ornamentais (flores), medicinais e forrageiras também tem despertado interesse aos hidrocultores (FURLANI et al,1999). No entanto, o cultivo da alface é a mais difundida entre os produtores por se tratar de cultura de fácil manejo e por apresentar ciclo curto, garantindo rápido retorno do capital investido (KOLFENDER, 1996). 2.2. NO ESTADO DO PARÁ A produção comercial em hidroponia no Pará começou em 1994 na colônia de Apeú, município de Castanhal, localizada a 63 km de Belém. A atividade teve início com a produção de alface em bancadas com telhas de amianto recoberta com cascalho. Atualmente a produção de alface está concentrada nos municípios de Ananideua, Benevides, Santa Izabel e Castanhal, onde o sistema utilizado é o NFT (LOPES et al, 2001). No interior do Estado já é possivel, devido a ousadia e coragem de alguns produtores, encontrar hidrocultores bem sucedidos, utilizando cultivares e sistemas hidropônicos com metódos já adaptados para a região como nas cidades de Altamira, Marabá e Santarém, que abastecem os mercados e feiras locais. De forma geral existem limitações para a agricultura na região Amazônica, como as impostas pelo clima (chuvas intensas, temperaturas elevadas, alta umidade, maior fotoperíodo), pragas e doenças de solo, que restringem a produção de determinadas culturas e diminuem qualitativa e quantitativamente a produção de hortaliças (BARROS et al., 2001). No entanto, experiências bem sucedidas no Estado do Pará, em cultivo hidropônico, reforçam a idéia de ser possível suprir a Amazônia de hortaliças com esta forma de cultivo alternativo evitando assim a dependência do abastecimento de outros mercados fornecedores, principalmente de São Paulo (ALFAMA, 2008), pois o mercado de Belém, até meados da década de 90, importava 80% dos alimentos consumidos pela população. Segundo a Globo Rural (2008), dados do CEASA/PA nos finais da mesma década, apontavam a importação de 90,13% de hortaliças de frutos e 65,06% de frutas, sendo que o estado atendia a 89,01% da demanda por alface lisa, mas importava 100% da alface americana, por exemplo. Especialistas na região defendem até então que o maior problema tem sido o clima. De maneira geral, a temperatura e a umidade do ar na Amazônia são altas, a fertilidade dos solos baixa e os insumos (quase todos importados) são caros, tornando-se necessário o uso de variedades cada vez mais adaptadas e resistentes ou tolerantes às condições impostas pela região, uso de tecnologias voltadas a realidade local e, sobretudo incentivos de produção. O Estado do Pará tem se destacado entre os Estados da região Norte/ Amazônia, na produção hidropônica, atingindo os maiores índices de produção de alface (Tabela 01). Embora esses dados sejam referentes ao ano de 1996, essa realidade persiste até os dias atuais. Tabela 01. Quantidade produzida e valor da produção de alface hidropônica na região Norte, em relação aos demais estados e divisões da federação, no ano de 1996. Estados Produção (tonelada) % Valor em R$ % Preço em R$/ tonelada Pará 2.535 0,8 2.772.602,69 0,3 1.094,52 Rondônia 1.629 0,5 1.504.346,50 1 923,48 Amazonas 1.316 0,4 1.607.304,15 1,1 1.221,36 Acre 256 0,1 391.401,20 0,3 1.528,91 Amapá 220 0,1 445.107,50 0,3 2.023,22 Roraima 117 0 268.701,63 0,2 2.296,60 6.344 2 7.303.840,69 4,8 1.151,30 Norte Fonte: IBGE/ 2008- Censo Agropecuário. Na Prática, a hidroponia requer conhecimentos técnicos para lidar com o manejo da cultura, da solução nutritiva e do ambiente protegido. Diante dos vários problemas enfrentados no cultivo hidropônico comercial, muitos trabalhos de pesquisa foram desenvolvidos nos últimos anos, visando aprimorar o uso da técnica, bem como a obtenção de melhores resultados na produção (LOPES, 2003). As maiores dificuldades para o desenvolvimento e maior aceitação desta tecnologia na região tem sido ainda os elevados preços das estruturas que compõem o ambiente de cultivo (componentes hidráulicos, elétricos e relativos à casa de vegetação) e insumos utilizados nas soluções e a necessidade de mão-de-obra especializada, bem como maiores resultados de pesquisas desenvolvidas localmente, que se agravam pelo hábito alimentar da população não muito voltada ao consumo de hortaliças (COSTA, 1996). O mesmo autor cita que hoje existem alguns indicadores que apontam para algumas mudanças neste cenário, mesmo assim devem-se reforçar a continuidade e estímulo a mais programas de reeducação alimentar para que hábitos saudáveis de consumo de saladas venham a se tornar comuns a toda a população em conjunto com políticas agrícolas de incentivo e crédito em agricultura familiar, principalmente para pequenos e médios produtores. 2.3. SISTEMAS HIDROPÔNICOS A maioria das plantas tem o solo como o meio natural para o desenvolvimento do sistema radicular, encontrando nele o seu suporte, fonte de água, ar e minerais necessários para a sua alimentação e crescimento. As técnicas de cultivo sem solo substituem este meio natural por outro substrato, que possa proporcionar à planta aquilo que, de uma forma natural, ela encontra no solo (CANOVAS e MARTINEZ apud CASTELLANE e ARAÚJO, 1995). Segundo Rodrigues (2002), a hidroponia se apresenta hoje como uma técnica alternativa de cultivo de plantas com solução nutritiva, a qual pode ser praticada na ausência ou na presença de substratos naturais ou artificiais. As principais modalidades de sistemas hidropônicos existentes são os cultivos em tanques (Deep Water Culture) ou também chamado de sistema DFT (Deep Film Technique, ou seja, técnica do filme profundo), o cultivo em filme nutritivo (Nutrient Film TechniqueNFT) e ainda a aeroponia. 2.3.1. O SISTEMA DFT O cultivo em tanques caracteriza-se pela flutuação das plantas em uma espessa lâmina de solução nutritiva, por isto este sistema também é chamado de Floating ou piscina. Nesse sistema as raízes das plantas ficam permanentemente mergulhada na solução nutritiva durante o cultivo das plantas (SOARES, 2002) É constituído por extensos reservatórios de solução nutritiva, onde a profundidade dos reservatórios é pequena, geralmente entre 10 e 15 cm. A sustentação das plantas é realizada por meio simples, como uma placa flutuante (poliestireno) colocada na superfície do tanque. Essa técnica é adaptada ao cultivo de espécies folhosas, como a alface. As limitações para o cultivo de espécies de maior porte são óbvias, em função das dificuldades de sustentação das plantas. Uma tubulação perfurada por onde circula ar comprimido passa pelo fundo do tanque, a fim de efetuar a aeração da solução nutritiva. Dispositivos adicionais de aquecimento podem ser necessários durante os períodos frios, a fim de manter a temperatura da solução dentro dos limites adequados. A grande vantagem dessa modalidade de cultivo é sua simplicidade. No caso da alface, uma “lâmina” de plantas pode ser colhida facilmente pela remoção flutuante da placa e imediatamente substituída por outra comportando plantas jovens em início de desenvolvimento. (ANDRIOLO, 1999). 2.3.2. O SISTEMA NFT Este sistema é o mais conhecido atualmente, sendo o principal sistema de cultivo hidropônico, em nível comercial, utilizado para plantas de pequeno e médio porte, como alface e tomateiro. A técnica de cultivo em filme nutritivo (NFT) consiste em cultivar as plantas sobre uma fina lâmina de solução nutritiva circulante, a qual pelas raízes das plantas, com freqüência e turnos programados. Esse sistema é composto de um reservatório de solução nutritiva, de um sistema de bombeamento e de retorno da solução nutritiva ao reservatório e de canais de cultivo. A solução nutritiva é bombeada aos canais de cultivo, que escoa por gravidade formando uma fina lâmina de solução que supre as plantas de água e de nutrientes. Essa modalidade foi aperfeiçoada na Inglaterra, na década de 1970, visando superar algumas limitações do cultivo em tanques, como a sustentação das plantas e a aeração da solução nutritiva (ANDRIOLO, 1999). O pioneiro dessa técnica foi Allen Cooper, no Glasshouse Crop Research Institute, em Littlehampton (Inglaterra), em 1965. O sistema NFT foi utilizado pelo Instituto inglês para determinar que a espessura do fluxo da solução nutritiva que passa através das raízes das plantas deve ser bastante pequeno (laminar), de tal maneira que as raízes não ficassem totalmente submergidas, faltando-lhes o necessário oxigênio (FURLANI et al., 1999). Tradicionalmente, o Brasil vem utilizando para a montagem dos canais telhas de cimento amianto ou tubos de PVC, que são materiais tradicionais na construção civil brasileira, fáceis de serem encontrados e com preços razoáveis (SOARES, 2002). No sistema NFT não há necessidade de se colocar materiais dentro dos canais, como pedras, areia, vermiculita, argila expandida, palha de arroz queimada; dentro dos canais somente raízes e solução nutritiva. O grande problema desse sistema é a falta eventual de energia elétrica e falha nas bombas, o que provoca a interrupção do filme de solução nutritiva, e como conseqüência, rápido ressecamento das raízes, e morte das plantas (CARMELLO et al., 1997). A Alface é a planta mais cultivada neste sistema, mas pode-se encontrar ainda: rúcula, feijão-vagem, repolho, couve, salsa, coentro, melão, agrião, pepino, berinjela, pimentão, tomate, arroz, morango, forrageiras para alimentação animal, mudas de plantas frutíferas e florestais, plantas ornamentais, etc, teoricamente, qualquer planta pode ser cultivada no sistema (SOARES, 2002). 2.3.3. AEROPONIA Caracteriza-se pela pulverização da solução nutritiva diretamente no sistema radicular, através de microaspersores ou nebulizadores, com freqüência e turnos programados (SOARES, 2002). 2.4. FASES DO CULTIVO NO SISTEMA NFT Segundo Resh (1992), o cultivo no sistema NFT é feito geralmente em três fases que vão desde a formação das mudas e etapas de crescimento até a colheita final, as quais denominamos de maternidade, berçário ou pré-crescimento e crescimento final. Esta separação acontece com o intuito de obter a maior eficiência possível no cultivo, trabalhando os espaços, podendo conseguir uma produtividade cerca de 30% maior que o cultivo tradicional no solo. Isto não é difícil de perceber, pois ao se plantar no solo, a muda é colocada no espaçamento que vai necessitar no final do crescimento, sem opção uma vez que plantada no solo não se pode remover, pois afetaria o sistema radicular. No entanto, na hidroponia, trabalha-se melhor os espaços, pois adota-se a fase do pré- crescimento com espaçamento menor e apenas no final do ciclo é que utilizaremos o espaço maior, assim ganha-se no agrupamento por metro quadrado e conseqüentemente na produtividade em relação ao solo ( SGANZERLA, 1995). 2.4.1. MATERNIDADE A fase inicial de formação de mudas, também chamada de maternidade é geralmente feita em local separado e normalmente ocupando pouco espaço. As mudas podem ser formadas em vários substratos como a vermiculita, lã de rocha, fibra de coco, perlita, etc.cada um com suas vantagens e desvantagens, porém atualmente a mais recomendada é a espuma fenólica por ser mais prática e higiênica, além de prover um bom apoio para a muda pequena e sendo altamente higroscópica, o que propicia a manutenção ideal da umidade. A produção de mudas de hortaliças constitui-se na mais importante etapa do sistema produtivo. A obtenção de mudas vigorosas, bem nutridas e sadias proporciona precocidade e alta qualidade (SILVA JÚNIOR et al.,1995), além de maior desempenho após o transplante para o campo (HANH et al., 2000). Segundo Minami (1995), no contexto de produção de mudas o substrato é um dos componentes mais complicados e sensíveis, pois qualquer variação na sua composição pode implicar na nulidade ou irregularidade de germinação, na má formação das plantas e no aparecimento de sintomas de deficiência ou excessos de alguns nutrientes. O crescimento normal e a formação das plantas com qualidade comercial dependem da boa formação das mudas e por isso necessita de um substrato adequado à espécie, uma vez que influencia na fase germinativa e na emergência das plântulas (FACHINELLO et al., 1995). O substrato deve conter características físicas, químicas e biológicas adequadas para tal fase de desenvolvimento das mudas (ANDRIOLO, 2002). De acordo com Makishima et al., (1998), os produtores hidropônicos podem produzir suas próprias mudas ou adquirir as mesmas de viveiros idôneos que produzam mudas sadias e com garantia de qualidade. No caso de se optar por produzir as próprias mudas os produtores devem adquirir sementes de firmas idôneas e escolher as variedades adaptadas à região. Segundo Alberoni (1998), as mudas devem ser produzidas em estufa-maternidade, coberta por filme plástico aditivado anti-UV e antigotejo, fechada lateralmente por tela sombrite 50%, que evita a entrada de 50% de luz e de insetos transmissores de doenças. A estufa-maternidade deve permanecer sempre limpa e bem fechada, evitando-se a entrada de pessoas que possam trazer qualquer tipo de contaminação. O substrato exerce uma influência marcante na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas, afetando profundamente a qualidade das mudas. Substrato é definido, em horticultura, como um meio físico, natural ou sintético, onde se desenvolvem as raízes das plantas que crescem em um recipiente, com volume limitado (MINAMI et al, 2000). Dentre as qualidades que se espera de um substrato, pode-se citar: características físicas constantes; baixa densidade; boa capacidade de retenção de água e aeração; não se alterar quando submetido á esterilização; ser um meio rico em nutrientes com pH próximo à neutralidade; ser livre de pragas, doenças e propágulos de plantas daninhas entre outras. Em geral, o cultivo de hortaliças hidropônicas inicia-se com o semeio em algum substrato inerte. Com uma freqüência crescente, a espuma fenólica tem sido utilizada como substrato devido à facilidade de manejo, baixo custo e às qualidades de retenção de água e maciez para o desenvolvimento radicular (ROCHA et al., 2000), além de ser um substrato altamente higroscópico, inerte, apresentar excelente aeração, baixa possibilidade de desintegração no manuseio prevenindo entupimentos em sistema hidropônico, provocar menos danos nas raízes no momento do transplante e proporcionar a obtenção de mudas de maior uniformidade e ocupar pouco espaço. Segundo Furlani et. al., (1999), a espuma fenólica é um substrato estéril, de fácil manuseio e que oferece ótima sustentação para as plântulas, reduzindo sensivelmente os danos durante a operação de transplantio. Dispensa tanto o uso de bandejas de isopor como a construção do “floating”, pois após a emergência as mudas são transplantadas diretamente para os canais de crescimento, sendo comercializada em placas com 2 cm ou 4 cm de espessura e com células pré-marcadas nas dimensões de 2 cm x 2 cm. Entretanto é recomendado para produção de mudas em placas de espuma fenólica, que esta seja dividida ao meio, sempre bem lavada com água limpa e corrente, para retirar os ácidos remanescentes de sua fabricação, usando suportes com perfurações, para evitar que a placa de espuma se quebre, além de auxiliar a drenagem do excesso de água, pois esta deve ser mantida úmida, porém não encharcada. Caso as células não estejam perfuradas para a semeadura, efetuar as perfurações usando qualquer tipo de marcador com diâmetro máximo de 1,0 cm, cuidando para que os orifícios fiquem com no máximo 1 cm de profundidade. O orifício de forma cônica possibilita melhor acomodamento da semente e evita compactação da base, favorecendo a penetração da raiz na espuma fenólica. Quando se fizer a transferência das mudas para as bancadas, tomar cuidado para que o sistema radicular fique bem acomodado nos canais de crescimento. O cubo de espuma fenólica permanece intacto com a planta até a fase final de colheita (FURLANI et al., 1999). Além de verificar a qualidade fisiológica, sanitária e genética, deve-se adquirir de preferência, sementes peletizadas, que facilitam o trabalho de plantio, pois facilitam a semeadura e dispensam o desbaste. As sementes peletizadas têm alto vigor, poder germinativo superior a 90%, pureza superior a 99% e homogeneidade de germinação. As sementes peletizadas recebem tratamento denominado “priming”, que reduz o problema da maioria dos cultivares como a fotodormência (luz para poder germinar) e a termodormência (não germina em temperaturas acima de 23ºC). Embora esse tratamento seja muito eficiente para acelerar o processo de germinação, reduz a longevidade das sementes. Portanto, após a abertura de uma lata de sementes, mesmo com armazenamento adequado, deve-se consumí-la rapidamente (FURLANI et al, 1999). Silva (2006), trabalhando com sementes nuas e peletizadas de alface em espuma fenólica, constatou maior índice de germinação com as sementes peletizadas nesse substrato, utilizando somente água para lavagem da espuma, fato que pode estar relacionado com a acidez desse substrato, sendo necessário a adoção de pré- tratamentos com soluções químicas que diminuam essa acidez e ainda um maior número de sementes ao se trabalhar com sementes nuas, o que requer de maior disponibilidade de mão- de – obra. Esse acontecimento merece atenção especial, pois o produtor deve fazer uma avaliação sistêmica de todos esses fatores que podem influenciar na produção de mudas, evitando assim prejuízos econômicos. 2.4.2. BERÇÁRIO OU PRÉ-CRESCIMENTO Nesta fase a planta passa a receber a mesma solução nutritiva utilizada na fase de crescimento final. Quando as plantas já não têm mais espaço para crescerem é feito o transplante das mudas dos perfis pequenos para os perfis médios para que completem o seu crescimento, por essa razão é altamente eficiente ter as bancadas de berçário ao lado das bancadas de crescimento final, para agilizar o trabalho e não ter que ficar se desdobrando entre estufas para carregar as plantas. Nesta fase se faz o controle de qualidade, pois para as plantas que não se desenvolvem bem, não vale a pena que continuem o crescimento, sendo necessário, portanto descartá-las (SOARES, 2002). 2.4.3. CRESCIMENTO FINAL Trata-se da última fase, na qual as plantas, após virem do berçário ficarão no perfil médio até atingirem o ponto de colheita, que varia de acordo com o ciclo de cada planta. Desta mesma forma devem-se conhecer as peculiaridades de cada planta no que tange as necessidades nutricionais, insolação, etc., para obter plantas da melhor qualidade possível (SOARES, 2002). 2.5. INSTALAÇÕES PARA HIDROPONIA NO SISTEMA NFT 2.5.1. CASA DE VEGETAÇÃO Segundo Alberoni (1998), vários modelos de estufas são utilizados na produção hidropônica, entre eles: capela e arco, que podem ser conjugados ou não. O modelo mais utilizado é a capela (duas águas),que fornece amplo espaço interno, com bom escoamento da água das chuvas e boa proteção interna. Para a cobertura das estufas recomenda-se a utilização de filme plástico aditivado antiUV e antigotejo, com espessuras de 75 µ, 100 µ ou 150 µ. O filme plástico antigotejo é de extrema importância, pois evita que o acúmulo interno de água caia em forma de gotas sobre as plantas e faz com que a água escorra pelas laterais da estufa. Assim, evitam-se a contaminação e a propagação de diversos patógenos, principalmente os fúngicos. No Brasil, a maioria das estufas hidropônicas não é climatizada (ALBERONI, 1998). Dentre os fatores ambientais que podem afetar o cultivo hidropônico, destaca-se a temperatura. Segundo Bernardes (1997), nas regiões mais quentes a utilização de estufas com pé-direito acima de 2,5 metros é recomendável, para proporcionar uma maior ventilação natural interna e para diminuir a temperatura do interior da estufa. Telas de sombreamento também são utilizadas, no alto das casas de vegetação, na tentativa de diminuir a insolação direta e amenizar a temperatura interna. 2.5.2. BANCADAS As bancadas ou mesas de cultivo é o local onde são colocadas as mudas, ou seja, onde vai ocorrer o plantio propriamente dito. As plantas permanecem nas bancadas até a sua colheita, passando pelas fases do berçário e de crescimento final. Segundo Furlani et al., (1999), as bancadas para a técnica hidropônica são compostas de suportes de madeira ou outro material, os quais formam uma base de sustentação para os canais de cultivo, que podem ser de diversos tipos. O material utilizado na confecção dos canais deve ser impermeável ou impermeabilizado para não reagir com a solução nutritiva. No Brasil, vêm-se utilizando para a montagem dos canais telhas de cimento amianto ou tubos de PVC, que são materiais muito usados na construção civil, fáceis de encontrar e com preços razoáveis. Também, mais recentemente, têm sido usados tubos de polipropileno de formato semicircular e são comercializados nos tamanhos definidos pelo diâmetro em: pequeno (50 mm), médio (100 mm) e grande (150 mm), já contendo furos para a colocação das mudas no espaçamento escolhido tendo apresentado bons resultados práticos tanto para mudas, como para plantas maiores ou mesmo para culturas de maior porte, tendo comportamento semelhante ao obtido com tubos de PVC, com exceção da limpeza que é mais difícil. Por serem de polipropileno, dispensam revestimento interno, são mais fáceis de emendar, pois já vêm com os encaixes e apresentam todas as vantagens dos tubos de PVC. As dimensões das bancadas normalmente obedecem a certos padrões, que podem variar de acordo com a espécie vegetal e com o tipo de canal utilizado. No que se refere à largura, a bancada deve ter até 1,0 m de altura e 2,0 m de largura para mudas e plantas de ciclo curto (hortaliças de folhas) e até 0,2 m de altura e 1,0 m de largura para plantas de ciclo longo (hortaliças de frutos). Essas dimensões são suficientes para uma pessoa trabalhar de maneira confortável nos dois lados da mesa, facilitando-lhe as operações de transplante, os tratamentos fitossanitários, quando necessários, os tratos culturais, a colheita e a limpeza da mesa (Furlani et al., 1999). É necessária uma declividade de 2 a 4% no comprimento dos canais que conduzem a solução nutritiva. Além disso, é recomendável que o comprimento da bancada não ultrapasse 15 metros, quando se utilizar 1,0 litro/minuto de solução nutritiva por canal, devido, principalmente, à possibilidade de escassez de oxigênio dissolvido na solução no final da bancada. Quando a solução nutritiva apresenta baixos níveis de O2, pode ocorrer a morte dos meristemas radiculares, pequenas ramificação das raízes e baixa absorção dos nutrientes, ocasionando um crescimento mais lento com redução de produção ao longo do tempo (BERNARDES, 1997). À medida que a solução circula, o teor em oxigênio diminui, devido ao consumo das plantas. Devido à isto, nas horas mais quentes do dia, as plantas situadas nas extremidades das fileiras, correm o risco de sofrer uma asfixia radicular, sendo assim uma das alternativas para minimizar esse problema consiste em aumentar a velocidade de circulação das soluções nas canalizações ( ANDRIOLO, 1999). 2.5.3. SISTEMA HIDRÁULICO O sistema hidráulico é responsável pelo armazenamento, recalque e drenagem da solução nutritiva, sendo composto do reservatório da solução, das tubulações, conexões e registros, além do conjunto moto bomba que tem a função de levar a solução nutritiva até as bancadas de produção, sendo utilizado para isso o temporizador mecânico ou digital para acionar automaticamente o conjunto moto bomba para estabelecer a freqüência da circulação da solução nutritiva. A circulação da solução nutritiva não é contínua e sim intermitente. A freqüência de irrigação da solução durante o dia depende da espécie vegetal, do sistema hidropônico utilizado, fase de desenvolvimento da planta, época do ano, e das condições ambientais (temperatura e umidade relativa). Durante o período noturno, o sistema pode permanecer desligado ou com duas a três irrigações de dez a quinze minutos espaçadas de quatro a cinco horas (FURLANI et al., 1999). Os reservatórios ou tanques de solução podem ser construídos de material diverso, como plástico PVC, fibra de vidro ou de acrílico, fibrocimento e alvenaria. Os tanques de plástico PVC e de fibra têm sido os preferidos em virtude do menor custo, facilidade de manuseio e, por serem inertes, não necessitarem de nenhum tratamento de revestimento interno. Já os tanques construídos em alvenaria bem como as caixas de fibrocimento exigem revestimento interno com impermeabilizantes destinados a esse fim. O mais comumente utilizado e com bons resultados é a tinta betuminosa (Neutrol), mas pode-se optar pela impermeabilização com lençol plástico preto. Sem esses cuidados, a solução nutritiva, por ser corrosiva, poderá ser contaminada por componentes químicos presentes na constituição desses materiais (FURLANI et al, 1999). O depósito deve, de preferência, ser enterrado em local sombreado para impedir a ação dos raios solares, além de ser vedado para evitar a formação de algas e a entrada de animais de pequeno porte. Sua instalação deve ser preferencialmente abaixo do nível da tubulação de drenagem, facilitando o retorno da solução por gravidade. O tamanho do reservatório dependerá do número de plantas e das espécies que serão cultivadas. Deve-se obedecer ao limite mínimo de 0,1-0,25 L/planta para mudas, de 0,25-0,5 L/planta para plantas de pequeno porte (rúcula, almeirão), de 0,5-1,0 L/planta para plantas de porte médio (alface, salsa, cebolinha, agrião, manjericão, morango, cravo, crisântemo), de 1,0-5,0 L/planta para plantas de maior porte (tomate, pepino, melão, pimentão, berinjela, couve, salsão, etc.). Quanto maior a relação entre o volume do tanque e o número de plantas nas bancadas, menores serão as variações na concentração e temperatura da solução nutritiva. Entretanto, não se recomenda a instalação de depósitos com capacidade maior que 5.000 L, em vista da maior dificuldade para o manejo químico (correção do pH e da condutividade elétrica – CE) e oxigenação da solução nutritiva ( FURLANI et al., 1999). 2.6. EXIGÊNCIA NUTRICIONAL E SOLUÇÃO NUTRITIVA Segundo Resh (1992), um dos princípios básicos para produção vegetal, tanto no solo como sobre sistemas de cultivo sem solo (hidroponia) é o fornecimento de todos os nutrientes de que a planta necessita. O solo que sustenta as raízes das plantas também é importante para fornecer oxigênio, água e minerais. Ele é formado por partículas de minerais e material orgânico, e apresenta poros e microporos que ficam cheios de água e ar. Nesta água estão dissolvidos sais formando a solução do solo, que leva os nutrientes para as plantas. Em um meio sem solo, as plantas também deverão suprir as mesmas necessidades. Assim, para entender as relações das plantas em um sistema hidropônico deve-se ter em conta as relações que existem entre seu crescimento e o solo. Se no meio em que a planta crescer houver um desequilíbrio de nutrientes, sua produção será limitada (CASTELLANI et al, 1995). Os nutrientes em hidroponia são fornecidos de forma balanceada, conforme o ciclo de desenvolvimento das culturas, evitando perdas, deficiências e excessos, portanto as plantas hidropônicas não são desequilibradas. Caso venha ocorrer desbalanço da solução nutritiva, a correção é muito mais fácil e rápida que via solo, isso porque os nutrientes são previamente dissolvidos, já no solo o processo é mais demorado quando do uso de produtos minerais ou orgânicos (OHSE, 2000). O nitrogênio e o potássio são os nutrientes mais exigidos pelas culturas, exigindo aplicações de doses elevadas nas adubações. E isso, particularmente com o N, tem trazido preocupações sob dois aspectos: primeiro pela contaminação de águas e dos mananciais e segundo, pela elevação dos teores de nitrato (NO3-) nos alimentos, principalmente naqueles de consumo in natura como as hortaliças e frutas (FAQUIN e ANDRADE, 2004). De acordo com Malavolta (2006), diversos elementos químicos são indispensáveis para o crescimento e produção das plantas, num total de dezenove elementos. Considerandose apenas as plantas superiores a lista dos elementos essenciais, que satisfazem o critério direto e o indireto ou somente o segundo, é a seguinte: Tabela 02: Elementos químicos necessários às plantas. Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Fósforo Potássio Enxofre Cálcio Boro C H O N P K S Ca B Sua origem: 1 Orgânicos: C, H, O Cobalto Manganês Ferro Zinco Selênio Cobre Molibdênio Níquel Co Mn Fé Zn Se Cu Mo Ni 2 Minerais: - macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg, S; - micronutrientes: Mn, Fe, B, Zn, Cu, Mo, Cl, Ni, Se, Co; Essa divisão, entre macro e micro, leva em consideração a quantidade que a planta exige de cada nutriente para o seu ciclo. As plantas têm, em sua constituição, em torno de 90 a 95% do seu peso em C, H, O. Mas esses elementos orgânicos, não constituem problemas, pois provêem do ar e da água, abundantes em nosso sistema. Diante disso, deve-se dar grande ênfase para os elementos minerais, que são os que irão compor a solução nutritiva. Segundo Furlani et al. (1999), recentemente, o níquel (Ni) entrou para o rol dos elementos essenciais por fazer parte da estrutura molecular da enzima urease, necessária para a transformação de nitrogênio amídico em mineral, o mesmo acontecendo com o selênio (Se), a essencialidade do Si ainda não foi demonstrada nem direta nem indiretamente (MALAVOLTA, 2006). Todavia, a quantidade exigida pelas plantas deve ser inferior à de molibdênio. Além desses nutrientes, outros elementos químicos têm sido esporadicamente considerados benéficos ao crescimento de plantas, sem, contudo atender aos critérios de essencialidade. Como exemplo, pode-se citar o sódio (Na) para plantas halófitas, o silício (Si) para algumas gramíneas e o cobalto (Co) para plantas leguminosas fixadoras de nitrogênio atmosférico. De acordo com a redistribuição no interior das plantas, os nutrientes podem ser classificados em três grupos: móveis (NO-3, NH4+, P, K e Mg) intermediários (S, Mn, Fe, Zn, Cu e Mo) e pouco móveis (Ca e B). Essa classificação é muito útil na identificação de sintomas de deficiência de um determinado nutrientes Em cultivos hidropônicos a absorção é geralmente proporcional à concentração de nutrientes na solução próxima às raízes, sendo muito influenciada pelos fatores ambientes, tais como: salinidade, oxigenação, temperatura, pH da solução nutritiva, intensidade de luz, fotoperíodo, temperatura e umidade do ar (ADAMS, 1992; 1994 apud FURLANI et al., 1999). Cada um dos macronutrientes e dos micronutrientes exerce pelo menos uma função dentro do ser vegetal e a sua deficiência ou excesso provoca sintomas de carência, ou de toxidez, característicos. Em hidroponia, os nutrientes minerais essenciais ao desenvolvimento e produção das plantas, são fornecidos às mesmas, exclusivamente pela solução nutritiva, através dos sais fertilizantes que são dissolvidos na água, contida no reservatório. Por essa razão, a solução nutritiva é talvez a parte mais crítica de toda a instalação de um sistema hidropônico. Pode-se utilizar kits prontos ou fazer a própria dosagem (FURLANI et al., 1999). Muitas fórmulas de soluções nutritivas têm sido usadas e avaliadas quanto á produtividade. Em geral, as soluções nutritivas utilizadas têm como base a solução proposta por Hoagland e Arnon em 1938, cujo macro e micronutrientes muito se assemelham aos atualmente preconizados. A elevada concentração de sais observada na solução de hoagland e Arnon (1950) se perpetuou e pode ser observada na maioria das soluções em uso atualmente, alcançando níveis de condutividade elétricas (CE) maiores que 2,0 mS/cm. Entretanto o uso de concentrações salinas elevadas nas soluções nutritivas, sob condições ambientais de alta temperatura, alta umidade e elevada luminosidade, como as que ocorrem em nossa região, têm provocado situações inusitadas que não ocorrem normalmente em clima temperado. Dentre elas, distúrbios fisiológicos das plantas podem ser considerados como os mais preocupantes, expressando-se na forma de murcha excessiva nas horas mais quentes do dia, queima das bordas das folhas “tip burn” e perda na produtividade (HUETT, 1994). Têm surgido propostas de baixar a concentração das soluções através do abaixamento da CE para a faixa de 1,0 à 1,5 mS/ cm, para as regiões mais quentes como o Norte e Nordeste ( FURLANI et al., 1999), porém sem dados consistentes para essas regiões. No entanto, alguns trabalhos já realizados nesse sentido como o de Cometti et al. (2008), vêm demonstrar que a redução da concentração da solução nutritiva, permitiu uma economia de pelo menos 50% no custo da solução nutritiva básica, sem comprometer a produtividade. Do mesmo modo Genúncio et al. (2006), observaram que diluições da solução de Hoagland e Arnon à 50% baixando de 2,88 mS/ cm para 1,44 mS/ cm não influenciaram a produtividade e o acúmulo de massa de tomateiros. As tabelas 03 e 04 apresentam alguns dos sais mais usados em hidroponia, sob a forma de macro e micronutrientes. Tabela 03- Composição de alguns adubos empregados em hidroponia (Macronutrientes). Adubos %N %P %K %Ca %M g %S Nitrato de Potássio Nitrato de Sódio e Potássio (Salitre do Chile Potássio) Nitrato de Amônio Nitrato de Cálcio Nitrocálcio Fosfato Monoamônio (MAP) Fosfato Diamônio (DAP) Uréia Sulfato de Amônio Superfosfato Simples Superfosfato Triplo Fosfato de Potássio Cloreto de Potássio Sulfato de Potássio Sulfato de Potássio e Magnésio Sulfato de Magnésio Fonte: Teixeira (1996). 14 13 34 15 22 10 18 45 20 - 21,1 20,2 8,8 19,8 24 - 36,5 11,6 31 49,8 41,5 16,6 - 20 7 20,2 13,0 - 11 9,5 24 12 17 22 13 Tabela 04 -Composição de alguns adubos empregados em hidroponia (Micronutrientes) Adubos Composição Bórax Ácido Bórico Sulfato Cúprico Pentaidratado Sulfato Cúprico Monoidratado Quelados de Cobre Sulfato Ferroso Quelados de Ferro Sulfato Manganoso Quelado de Manganês Molibdato de Sódio Molibdato de Amônio Sulfato de Zinco Quelado de Zinco Fonte: Teixeira (1996). 11% de Boro 17% de Boro 25% de Cobre 35% de Cobre 9 – 13% de Cobre 19% de Ferro 5 – 14% de Ferro 26 – 8% de Manganês 12% de Manganês 39% de Molibdênio 54% de Molibdênio 20% de Zinco 14 – 19% de Zinco Não existe uma solução nutritiva ideal para todas as espécies vegetais e condições de cultivo. Cada espécie vegetal tem um potencial de exigência nutricional. Tal fato deve ser levado em conta quando se utiliza uma única composição de solução nutritiva para o crescimento de variadas espécies vegetais (TEIXEIRA, 1996). Segundo Furlani et al. (1999), os produtores desejam freqüentemente obter uma fórmula ótima, que sirva para todas as culturas, mas isto não é possível. Existem muitas variáveis a considerar na nutrição de plantas, como a composição da solução que varia com uma série de fatores: a espécie da planta a ser cultivada (as exigências nutricionais são diferentes), idade da planta, época do ano (duração do período de luz), fatores ambientais (temperatura, luminosidade, umidade), parte colhida, etc (BLISKA JÚNIOR et al., 2003). Para que as plantas tenham um bom desenvolvimento é necessário que haja um constante equilíbrio de nutrientes na água que banha as raízes das plantas, ou seja, ao longo do tempo e da formação das plantas os elementos essenciais (nutrientes) devem estar sempre à disposição, dentro de faixas limitadas, sem escassez nem excesso. Na literatura encontra-se uma série de sugestões de solução nutritiva para o cultivo da alface. No Pará, assim como em várias outras regiões do Brasil, os fertilizantes comerciais que tem sido mais vendidos são aqueles que melhor se enquadram na formulação proposta por Furlani et al. (1999). Na tabela 05, estão apresentadas as três propostas mais conhecidas e usadas a nível comercial no Brasil, demonstrando as diferenças em termos de quantidades e preferências de sais solúveis para cada nutriente, comparativamente à solução de Furlani. A escolha é decisão e conveniência do próprio interessado. No entanto é necessário observar a relação custo/ benefício e solubilidade na escolha dos fertilizantes. O uso de sais com o N na forma amoniacal (N-Nh4+), como regra geral não deve ultrapassar a 15% da quantidade total do Nitrogênio na solução. O NH4+ em concentrações elevadas é tóxico às plantas, reduzindo a produção e a qualidade visual da alface, como mostrado por Faquin et al. (1994). Tabela 05 - Sugestões de Soluções Nutritivas para a Alface, para uso dos macronutrientes e micronutrientes. ______________________________________ Fontes de Macronutrientes (g/1.000L) Autores (1) B A Nitrato de Cálcio Hydro C 950 750 1.200 Nitrato de Potássio 900 500 260 Fosfato de Potássio 272 --- ---- Sulfato de Magnésio 246 400 500 Monoamônio Fosfato Purificado (MAP) --- 150 150 Cloreto de Potássio (Branco) --- 150 250 (1) (A). CASTELLANE E ARAÚJO (1994); (B). FURLANI (1999); (C). BASSO E BERNARDES (1993). ______________________________________ Fontes de micronutrientes* (gramas/ litro) Sulfato de Manganês (MnSO4.H2O) A 1,70 B 1,15 C 1,66 -- 1,17 -- 2,85 -- -- Ácido Bórico (H3BO3) --- 1,50 2,86 Sulfato de Zinco (ZnSO4.7H2O) 1,15 0,50 0,22 Sulfato de Cobre (CuSO4.5H2O) 0,19 0,15 0,08 Molibdato de Sódio (Na2MoO4.2H2O) 0,12 Cloreto de Manganês (MnCl2.4H2O) Bórax (Na2B4O7.10H2O) Fe-EDTA a 6% (Ferrilene) Fontes para Fe-EDTA* -Quantidade 0,15 30 0,025 -- Procedimentos NaOH (Hidróxido de Sódio) 230 g dissolver em 5.750 ml de água EDTA dissódico 522 g misturar à solução, agitando bem FeSO4.7H2O (Sulfato Ferroso) 498 g misturar à solução, agitando bem ___________________________________________________________________________ _* Usar 1,0 litro da mistura/1.000 L de solução de cultivo. FONTE: BASSO E BERNARDES (1993), citado por FAQUIN, (1996). 2.6.1. PREPARO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA Segundo Furlani et al. (1999), no preparo da solução nutritiva existe uma seqüência correta de adição de sais. Os compostos devem ser pesados individualmente, identificados e ordenados próximo ao reservatório onde será preparada a solução nutritiva. Esta operação deve ser cuidadosa, pois qualquer engano nesta etapa poderá comprometer todo o sistema. Nos sacos estão as misturas de macronutrientes, mas sem a fonte de cálcio. Segundo Steijn (1997), este elemento não deve entrar junto com os demais nutrientes, pois forma compostos insolúveis com fosfatos e sulfatos. A mistura é dissolvida em um recipiente com água e depois jogada no reservatório. Ao colocar a mistura no reservatório ele já deverá estar cheio pela metade. O sal de cálcio deve ser dissolvido separadamente e adicionado em seguida, depois vem a mistura de micronutrientes que poderá ser preparado em maior quantidade e armazenada. As misturas de micronutrientes não contêm o ferro, basta medir a quantidade certa e jogar no tanque. Após acrescentar os micronutrientes completa-se o nível da solução no reservatório e mistura-se bem. A seguir deve se fazer a medição do pH, ele deverá ficar na faixa de 5,5 a 6,5. Se estiver mais alto que isto adiciona-se ácido sulfúrico ou ácido clorídrico, ou até mesmo o vinagre (ac. Acético). O ácido deve ser misturado com um pouco de água e depois ser colocado aos poucos no reservatório. Mistura-se bem e mede-se de novo o pH, fazendo isto até chegar ao valor certo. Se o pH estiver abaixo de 5,5 faz-se a correção com hidróxido de potássio, hidróxido de sódio ou cal virgem. No final acrescenta-se o ferro, pois ele é pouco solúvel e deve ser colocado na forma complexada com EDTA para ficar dissolvido e disponível para as plantas. Quando é colocado puro ele precipita e as plantas não conseguem absorvê-lo (SOARES, 2002). 2.6.2. MANEJO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA O Volume da solução nutritiva no tanque, para o cultivo da alface no sistema NFT, não deve ser inferior a 1 litro por planta. Quanto maior o volume, menor será as alterações na concentração dos nutrientes na solução. O volume de água evapotranspirada deve ser reposto diariamente, bem como efetuado também o monitoramento do pH e da condutividade eléctrica (FAQUIN et. al., 1996) Segundo Alberoni, (1998), após o preparo da solução, existem alguns fatores que devem ser controlados para o completo e perfeito desenvolvimento da planta, aproveitando ao máximo a solução nutritiva: 2.6.3. O PH O Índice de pH mede a atividade dos íons hidrogênio (H+) na solução. Durante o processo de absorção de nutrientes as raízes das plantas vão alterando o pH da solução nutritiva o qual é medido com um auxílio de um aparelho denominado peagâmetro. Em valores de pH baixo (ácido), além dos efeitos do H+ sobre as células radiculares, ocorre a competição entre o H+ e os nutrientes catiônicos (NH4+, K+, Ca++, Mg++, Cu++, Mn++, Zn++) e em pH elevado (alcalino) além da diminuição da absorção dos nutrientes aniônicos da solução (NO3-, H2PO4-, SO4-, Cl-, MoO4- -), ocorre também a precipitação do Fe ++ , Mn++ e Zn ++ (FAQUIN et al., 1996). As plantas têm o seu desenvolvimento máximo entre pH 5,5 a 6,5 e à medida que elas crescem, o pH da solução nutritiva é alterado. Por essa razão diariamente após completar o volume da solução com água o pH da solução deve ser medido, e se estiver fora desta faixa de 5,5 à 6,5 ele deverá ser ajustado. Quando o valor estiver abaixo de 5,5, deve-se adicionar bases para elevá-lo, tais como o hidróxido de sódio (NaOH a 1N) e, quando acima de 6,5, adicionar ácidos para abaixá-lo, como o ácido nítrico (HNO3 a 1N), ácido clorídrico (HCl a 1N) ou ácido sulfúrico (H2SO4 a 1N), isto é importante para que a planta tenha condições de absorver todos os nutrientes na quantidade que ela necessitar para o seu crescimento ( ALBERONI, 1998). É importante ressaltar que tratam-se de bases e ácidos fortes e devem ser utilizados bem diluídos e com bastante cuidado no manuseio (FAQUIN et. al., 1996). O contato direto com a pele e com os olhos pode causar sérias queimaduras. Furlani et al., (1999), adverte que a medida do pH é feita diretamente no tanque com o uso de um peagâmetro portátil, assim como deve-se lembrar, que o peagâmetro exige uma calibração periódica. O uso do equipamento descalibrado leva a erros que poderão prejudicar as plantas. 2.6.4. A CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (CE) A água contendo íons (nutrientes), apresenta a característica de conduzir a eletricidade, e esta propriedade é denominada de “condutividade elétrica”. Quanto maior a quantidade de íons (nutrientes) na solução nutritiva, maior será sua condutividade elétrica e vice-versa. O seu controle é de grande importância, pois determina quanto adubo há na solução.Há um aparelho que mede a condutividade: o condutivímetro e sua calibração periódica se faz necessária. Na utilização desse aparelho, as medidas ideais da solução ficam na faixa de 1,5 à 3,5 miliSiemens/cm, que corresponde a 1.000 à 1.500 ppm de concentração total de íons na solução. Valores acima dessa faixa são prejudiciais à planta, chegando a sua total destruição. Valores inferiores indicam a deficiência de algum elemento, embora não se saiba qual e em que quantidade. A resposta só pode ser obtida com a análise química laboratorial da solução nutritiva (ALBERONI, 1998). Assim, a medida da condutividade elétrica, fornece informações sobre a concentração de sais na solução, e é uma maneira prática e barata de avaliar a necessidade ou não de se adicionar mais sais (nutrientes) à solução (FAQUIN et al., 1996). Mas, a condutividade elétrica é uma característica semi-quantitativa, uma vez que avalia apenas a quantidade de sais presentes na solução. Segundo Faquin et al., (1996) a equação seguinte, permite calcular a concentração total da solução em ppm: ppm de sais= 640 x L, onde: L= condutividade elétrica em mS/cm Portanto, a condutividade elétrica apresenta a grande limitação de não fornecer a concentração individual de cada nutriente, ou seja, quais estão em falta ou em excesso. A maneira mais correta de se avaliar a necessidade de reposição de nutrientes, seria análise química periódica da solução nutritiva, mas apresenta o inconveniente da demora na obtenção dos resultados e do custo dessas análises (BLISKA JÚNIOR. et al., 2003). Na prática, para a alface, a condutividade elétrica recomendada está entre 2,0 e 2,5 mS/cm. Quando o valor medido está abaixo desta faixa, deve-se adicionar mais sais e quando acima, diluir através da adição de água (FURLANI et al., 1999). Em regiões muito quentes, a planta absorve mais água do que nutrientes e conseqüentemente deve-se trabalhar com soluções mais diluídas (ALBERONI 1998). A renovação completa da solução tem sido recomendada entre 30 e 60 dias. Isto faz-se necessário, principalmente, pelo desbalanceamento dos nutrientes e pelo desenvolvimento de algas na solução (FAQUIN et. al., 1996). 2.6.5. CUIDADOS COM A SOLUÇÃO NUTRITIVA O nível de oxigênio (O2) na solução nutritiva é de fundamental importância para o sucesso do cultivo de alface ou de outras espécies em hidroponia. É preciso utilizar água de boa qualidade e potável, sendo importante fazer uma análise da água para ter certeza que não apresenta mineral em excesso. A oxigenação da solução deve ser constante para obter um bom nível de absorção dos nutrientes. A absorção dos nutrientes pelas raízes das plantas é um processo que depende de energia metabólica (ATP), que é originada na respiração das raízes. Quando a solução apresenta baixos níveis de O2, ocorre a morte dos meristemas radiculares, pequena ramificação das raízes e baixa absorção dos nutrientes; em consequência, a planta cresce lentamente, ocorre o alongamento do seu ciclo e redução da produção. Segundo Bliska Júnior et al., (2002), a alface responde bem acima de 7,8 x 10 -5 moles de O2/ litro de solução. A oxigenação pode ser feita durante a circulação da solução no retorno ao reservatório ou com a aplicação de ar comprimido ou oxigênio. À medida que a solução nutritiva circula, o teor de oxigênio diminui devido o consumo das plantas. A respiração aumenta com a temperatura e, por isso existe uma relação inversa entre a temperatura da solução da solução nutritiva e a disponibilidade em oxigênio (ANDRIOLO, 1999). Nas horas mais quentes do dia, as plantas situadas nas extremidades das fileiras correm o risco de sofrer uma asfixia radicular (considerando – se como igual a 3 ppm o limite abaixo do qual a oxigenação é insuficiente ( FAO, 1990).Uma das alternativas para minimizar esse problema consiste em aumentar a velocidade de circulação da solução nas canalizações. Uma declividade superior a 1% seria então necessária. Outra possibilidade é a redução do comprimento da canalização para, no máximo, 20m, ajustando, ao mesmo tempo, uma velocidade de fluxo adequada (ANDRIOLO, 1999). No sistema NFT, onde a circulação da solução é periódica, a sua aeração é feita naturalmente. Para isto, é importante que a solução nutritiva, no seu retorno da circulação pelas plantas, seja despejada no tanque com uma certa turbulência, possibilitando a sua melhor oxigenação. Em alguns casos onde o número de plantas é elevado e o volume do tanque é pequeno, torna-se necessária uma aeração artificial ou adaptação de um sistema venturi para oxigenação (FURLANI et al., 1999). O reservatório onde está contida a solução nutritiva deve ficar protegido da radiação solar para evitar o aquecimento da solução e evitar o desenvolvimento de algas, que competem com as plantas por nutrientes e oxigênio e produzem toxinas prejudiciais aos vegetais, além de ser mantido fechado para evitar a entrada de poeira, pequenos animais e insetos, os quais podem contaminar a solução. Sobre os canais, tem sido utilizado lâminas de isopor, brita e outros materiais, que além de fixar a planta, protegem a solução dos raios solares. Nas extremidades dos canais, tanto na entrada quanto na saída da solução, o bloqueio da luz tem sido feito com o uso de lona plástica preta (FAQUIN et al., 1996). A temperatura da solução não deve ultrapassar os 30 0C, com o risco de causar injúrias à planta. A solução aquecida, tende a perder a capacidade de reter o oxigênio nela dissolvido (FURLANI, 1999). Durante épocas frias, recomenda-se que a temperatura esteja próxima de 16ºC de dia e 10ºC à noite e nas épocas quentes, 24ºC de dia e 15ºC à noite, variando esses valores com a espécie (FAQUIN et al., 1996). Para a alface a temperatura da água não deve ultrapassar a 22 0C (BERNARDES, 1996). A localização do tanque aterrado no solo e o aterro das tubulações por onde circula a solução nutritiva, é uma técnica recomendada para a manutenção de baixa temperatura na solução. No sistema NFT, a circulação da solução nutritiva nos canais de cultivo não é contínua e sim intermitente. Têm sido usados períodos de 15 minutos de circulação e de 15 minutos de descanso, desde o raiar do sol até o anoitecer. À noite, a circulação por 15 minutos tem sido usada em intervalos de 3 à 4 horas. Todo esse processo é automatizado com o uso de um temporizador (timer) (BLISKA JÚNIOR. et al., 2003). A solução é consumida pela planta e diariamente observa-se uma redução do seu volume no tanque de solução. Esse volume deverá ser reposto todos os dias não com solução nutritiva e sim com água pura. Pois as plantas absorvem muito mais água do que nutrientes e como a solução nutritiva é uma solução salina a reposição diária com solução leva a uma salinização deste meio, chegando a um ponto que a quantidade de sais dissolvida é maior do que as raízes podem suportar. Se isto ocorrer, as plantas cessam seu crescimento, devido não a falta de nutrientes, mas a um potencial osmótico muito elevado no sistema radicular (ALBERONI,1998). Sugere-se, também uma desinfecção preventiva e periódica do sistema, o que é feito com hipoclorito de sódio (3,37 g/L) ou água sanitária comercial (10%). As bancadas de cultivo, após cada colheita, devem receber a lavagem com os produtos indicados e serem bem enxaguadas com água corrente. Todo o sistema NFT pode receber o tratamento com circulação do produto por cerca de 30 minutos e depois com água pura (FURLANI, 1999). Devem-se usar produtos de melhor qualidade e alto grau de pureza para preservar a qualidade da produção (ALBERONI, 1998). A renovação da solução nutritiva, não deve ultrapassar 2 ou 3 meses. 2.7 A CULTURA DA ALFACE 2.7.1. SITUAÇÃO ATUAL DA CULTURA A alface, segundo Ryder e Witaker (1976) tem como provável centro de origem o sul da Europa e o oeste da Ásia. Depois de ser difundida por toda Europa, foi introduzida nas Américas, sendo então trazida ao Brasil, no ano de 1647, com a vinda dos portugueses. Nos Estados Unidos a alface é considerada o vegetal mais importante para ser consumida em forma de salada, tendo uma demanda per capita de 11,3 kg.ano-1. Atualmente, mais de 95% da produção de alface nos Estados Unidos estão concentrados nos Estados da Califórnia e Arizona, que participam com 70,67% e 28,51%, respectivamente, das receitas com alface produzida nos E.U.A. Nestes Estados são cultivados aproximadamente 80 mil ha, produzindo cerca de 3.480.000 toneladas.ano-1, com produtividade média de 43,5 t.ha-1 e movimentando uma receita de mais de 1,18 bilhões de dólares (RHODES, 2008; USDA, 2008). No Brasil, no ano de 2000, os municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Suzano localizados na região do cinturão verde, nas proximidades da capital do Estado de São Paulo, foram os maiores produtores de alface do país, apresentaram uma produção diária de 1,5 milhões de pés, 141.000 t.ano-1 e uma produtividade média de 30 t.ha-1 em uma área de 4.700 ha. No ano de 2005 estas áreas totalizaram 3.400,6 ha cultivados, revelando uma redução de 27,65 % na área plantada (CARDOSO, 2000; IEA/CATI, 2008). Os municípios de Piedade, Ibiúna e São Miguel Arcanjo formam outra região de destaque na produção de alface, onde são cultivados aproximadamente 4.000 ha (BRANCO, 2001). O volume comercializado para o ano de 2004 foi de 26.407 toneladas, sendo que a alface-crespa foi responsável pela produção de 12.364 toneladas, correspondendo a 46,82% do volume comercializado no Estado (AGRIANUAL, 2006). No entanto, neste valor não é contabilizado o volume comercializado diretamente entre produtor e varejo, que é uma rota de comercialização de alface que tem tido um ganho significativo nos últimos anos (BRANCO, 2001). Até o início da década de 80, o cultivo de alface no Brasil era restrito às regiões de clima ameno, próximas aos grandes centros urbanos, as quais possibilitavam o cultivo durante todo o ano ( BRANCO, 2001). Todavia, o cultivo protegido e o melhoramneto genético dessa cultura, o qual possibilitou a adaptação da espécie ao clima tropical, com plantas mais resistentes à temperaturas elevadas, sem acarretar prejuízos ao crescimento e ao sabor (NAGAI,1980), proporcionaram o aumento da produção dessa folhosa e a sua expanção de cultivo à outros grandes centros urbanos do sul e sudeste brasileiros, chegando por consequência às regiões nordeste (BRANCO, 2001) e Norte do país. No Brasil, a cultura da alface tem uma área plantada de aproximadamente 35mil ha, sendo que o grupo que predomina é do tipo crespa, liderando com 70% do mercado. O tipo americana detém 15%, a lisa 10%, enquanto outras (vermelha, mimosa, etc) correspondem a 5% do mercado (SALA e COSTA, 2005). No Estado do Pará, com a introdução do cultivo da alface hidropônica, o comportamento da oferta da alface regional (cultivo convencional), no período de 1995 a 1999, apresentou uma queda de 20,33%, passando de 376.588 maços para o mercado em 1995, para os 300.112 maços em 1999. Esta queda estaria atrelada a diversos fatores como: baixa fertilidade do solo, aparecimento de pragas e doenças, adversidades climáticas e rotação de cultura. Por outro lado ocorreu um aumento da produção da alface hidropônica na ordem de 1025% passando de uma produção de 72.000 maços em 1994 para uma produção de 810.000 maços em 1999. Esta firme tendência de crescimento da alface hidropônica no Estado está fortemente ligada ao crescimento da população de produtores hidropônicos e a conquista de mercado que este produto vinha adquirindo ao longo dos anos (BARROS et al., 2001). As limitações ao cultivo de verão são as altas temperaturas, que podem estar associadas ou não à pluviosidade intensa, o que promove o aparecimento e grande disseminação de pragas e doenças, induzindo a produtos de baixa qualidade que elevam o preço nesse período (DELISTOIANOV, 1997). A vantagem de se plantar alface em cultivo protegido, em especial em HidroponiaNFT, está na redução de mão de obra, precocidade de produção, custo de produção e na qualidade do produto final, com uma padronização adequada, limpeza, gerando uma maior agregação de valor (RODRIGUES, 2002). 2.7.2 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E CULTIVARES Pertencente ao Reino Plantae, Classe Magnoliopsida, Ordem Asterals, Família Asteraceae, Gênero Lactuca e Espécie Lactuca sativa, a alface é uma planta hortense utilizada na alimentação humana desde cerca de 500 a.C. Originária do Leste do Mediterrâneo, é mundialmente cultivada para o consumo em saladas, com inúmeras variedades de folhas, cores, formas, tamanhos e texturas (GOTO et al, 1998). Sua introdução no país foi feita pelos portugueses. É uma planta herbácea delicada com pequeno caule, não ramificado, no qual as folhas crescem em forma de roseta, podendo ser lisas ou crespas formando ou não cabeça com coloração em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar. Apresenta ciclo curto, grande área foliar e sistema radicular pouco profundo, exigindo solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica e com boa quantidade de nutrientes prontamente disponíveis a planta (VIDIGAL et al., 1995; FILGUEIRA, 2003), sendo bastante exigentes em potássio, nitrogênio e ao cálcio, quando comparados com outras culturas. (FAQUIN et al., 1996). As raízes são do tipo pivotantes, podendo atingir até 60 cm de profundidade, apresentando, porém ramificações delicadas finas e curtas. Cerca de 80% do seu sistema radicular explora apenas os primeiros 20 cm de solo sendo, na prática, considerada uma planta de raízes densas e superficiais. Possui ciclo curto que variam de acordo com cada cultivar. A fase vegetativa encerra-se quando atinge o maior desenvolvimento de suas folhas e que deve ser consumida, para evitar folhas tenras e amargas. A fase reprodutiva inicia-se com um rápido crescimento do caule, com emissão da haste floral, terminando por uma inflorescência ramificada, com numerosas flores hermafroditas. Normalmente é autofecundada, sendo os cruzamentos naturais é pouco freqüente. Esta fase interessa apenas aos produtores de sementes. A alface é uma planta muito sensível às condições climáticas. Fatores como fotoperíodo, intensidade de luz, concentração de dióxido de carbono (CO2), e, particularmente, a temperatura influenciam acentuadamente no crescimento e no desenvolvimento da planta de alface (PANDURO, 1986; MULLER, 1991). Para um bom desenvolvimento vegetativo, o ideal é que ocorram temperaturas amenas. Temperaturas acima de 25º C aceleram a fase vegetativa, resultando em plantas menores Dias longos associados às temperaturas elevadas, aceleram o processo, (FILGUEIRA, 2003), o qual é também dependente da cultivar (NAGAI, 1980; RYDER, 1986; CERMEÑO, 1996). A planta nestas condições emitirá o pendão floral precocemente, tornando-se imprópria para comercialização e consumo. A origem mediterrânea da alface explica este comportamento, já que nesta região as temperaturas médias são mais amenas que nos países tropicais. Com base nos resultados de Lenano (1973), Brunini et al., (1976) e Cásseres (1980), verifica-se que a alface se desenvolve bem em temperaturas entre 15 e 20ºC. Waycott (1995), trabalhando com diferentes genótipos de alface, condições fotoperiódicas e temperaturas verificou que a temperatura isoladamente não é suficiente para induzir o pendoamento, ao contrário do fotoperíodo. Concluiu também que existe uma série de respostas genéticas para vários comprimentos de dia entre genótipos de alface. Melém et al., (1999), obtiveram baixa produção de massa fresca da parte aérea para a cultivar “Grandes Lagos” devido às altas temperaturas da região Macapá (AP), no período da condução do experimento. Segundo Conti (1994), o comprimento do dia não é um problema para o cultivo da alface no verão brasileiro, pois as cultivares européias importadas, já estão adaptadas a dias mais longos do que ocorrem no país de origem. Todavia, a altitude do local é um fator que deve ser levado em consideração para o cultivo da alface, pois influencia diretamente na temperatura. Portanto regiões de menores altitudes não são adequadas ao plantio de verão devido o excesso de calor (FILGUEIRA, 2003). Porém, por meio do melhoramento genético desenvolveram-se cultivares mais tolerantes às altas temperaturas e ao fotoperíodo longo, ou seja, adaptados às condições tropicais e sub-tropicais sem estimular o pendoamento e o sabor amargo das folhas. Lédo et al., (2000), à semelhança de vários outros autores, realçam que a alface por ser uma planta mais adaptada a temperaturas amenas, quando em condições de temperaturas elevadas, como é o caso da região Norte, demonstra um ciclo vegetativo acelerado, que antecipa a fase reprodutiva da planta em detrimento da produtividade e qualidade do produto, o que ocasiona o acúmulo excessivo de látex, tornando as folhas amargas, rígidas e de tamanho e número reduzidos. Portanto, quando se decidir cultivar alface em ambiente protegido, tanto em solo como em hidroponia, deve-se lembrar da escolha de cultivares adaptados a essas condições (SOARES 2002). No mercado estão disponíveis muitas cultivares de alface, mas pouco se sabe à respeito de suas adaptações à hidroponia, não havendo recomendações de cultivares para esse sistema de cultivo ( GUALBERTO et al., 1999). A existência de inúmeras cultivares de alface no mercado de sementes no Brasil, o freqüente lançamento e a introdução de novas cultivares, com comportamento desconhecidos, torna necessária a avaliação desses materiais em diversos locais e ambiente de cultivo. Os ensaios de competição de cultivares efetuados sob as mais diversas situações, têm demonstrado uma considerável diversidade de comportamento. Segundo Filgueira (2003), as cultivares existentes no mercado podem ser agrupados em seis grupos, considerando-se o aspecto das folhas e a formação ou não da “cabeça”. 1.Tipo Repolhuda- Manteiga- As folhas são bem lisas, muito delicadas, de coloração verdeamareladas e aspecto amanteigado, formando uma típica cabeça compacta. A cultivar típica é a norte- americana White Bosto, que já foi considerada padrão de excelência em alface, porém ocorreu diversificação nos hábitos de consumo. Atualmente, ela vem sendo substituída por outras cultivares como a Brasil 303 e Carolina. 2.Tipo Repolhuda- Crespa ou Americana- As folhas são caracteristicamente crespas, bem consistentes, com nervuras destacadas formando uma cabeça compacta. È uma alface altamente resistente ao transporte e adequada para integrar sanduíches, resistindo melhor ao contato com o ovo estrelado ou bife quente. A cultivar típica é a norte- americana Great Lakes, da qual há várias seleções.Outras cultivares têm sido desenvolvidas, ou introduzidas, como: Tainá, Madona e Lucy Brown. 3.Tipo Solta- Lisa- As folhas são macias, lisas e soltas, não havendo formação da cabeça. A cultivar típica é a Babá- de- Verão. Atualmente, há diversas cultivares, como Monalisa, Luisa e algumas seleções diferenciadas da cultivar Regina. 4.Tipo Solta – Crespa- As folhas são bem consistentes, crespas e soltas, não formando cabeça. A cultivar típica é a norte- americana Grand Rapids, tradicional. Há novas cultivares, como: Marianne, Verônica, Vanessa e Marisa. 5.Tipo Mimosa- Este é um tipo que recentemente vem adquirindo certa relevância. As folhas são delicadas e com aspecto “arrepiado”. Bons exemplos são as cultivares Salad Bowl e Greenbowl. 6.Tipo Romana- Este grupo de alfaces é de reduzida importância econômica, sendo de aceitação restrita pelos consumidores brasileiros. As folhas são alongadas e consistentes, com nervuras bem protuberantes, formando cabeças fofas. Bons exemplos são as tradicionais cultivares Romana Branca de Paris e Romana Balão. Sabe-se que os valores críticos, para temperatura e fotoperíodo, variam amplamente, entre as diferentes cultivares. Filgueira (2003) comenta que numerosas cultivares plantadas pelos olericultores do centro-sul originaram-se de trabalhos de melhoramento genético conduzidos no Brasil e no exterior Sabe-se hoje que para as cultivares de alface em geral, conduzidas em estufas e túneis, o período decorrente entre o transplante e colheita é de aproximadamente 30 dias, podendo ser um pouco maior no período de inverno (50 dias) e mais curto nos meses de temperatura amena (45 dias). No sistema a céu aberto, o período de desenvolvimento pode chegar até a 80 dias (SGANZERLA, 1997; FILGUEIRA, 2003). Alfaces tipo lisas e crespas têm o seu ciclo mais curto, entre sete e dez dias, aproximadamente. Quando cultivadas em ambiente protegido, alfaces do tipo americana possuem ciclo mais longo, necessitando entre sete e 14 dias a mais para serem colhidas (GOTO, 1998). Filgueira (2000), cita que as cultivares mais plantadas e consumidas na região sul do país, são as cultivares do tipo Solta-Crespa, com destaque para a cultivar Verônica, que se adapta bem tanto no cultivo em campo aberto como em ambiente protegido (solo e hidroponia). 2.7.3. COMPORTAMENTO DA CULTURA NA REGIÃO AMAZÔNICA A técnica do cultivo protegido, aliado ao melhoramento genético que permitiu o surgimento de cultivares adaptadas ás condições tropicais, proporcionou o aumento da produção dessa folhosa, possibilitando a oferta do produto nos períodos de entressafra. Devido a essas duas grandes evoluções técnicas que ocorreram na cultura da alface, aliadas ao aumento de consumo no país, seu cultivo se expandiu para todo o território nacional, principalmente, próximo aos grandes centros urbanos como Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, capitais do Nordeste e grandes cidades do interior de São Paulo, que no passado dependiam da produção do cinturão verde da capital do Estado (BRANCO, 2001). Dessa forma, a expansão da tecnologia se tornou nacional, chegando também à Amazônia e à região Norte do Brasil ( ALFAMA, 2008). Na região amazônica, até finais da década de 80, trabalhos com alface eram raros (OLIVEIRA e BRAID, 1985; FREITAS LUZ, 1990; CARDOSO e LOURENÇO, 1990) sendo a maioria realizados em condições de campo. A partir de finais da década de 90 e com maior preponderância a partir do ano 2000, ocorreu um incremento no número de publicações versando o comportamento de cultivares de alface em diferentes sistemas de cultivo, com ênfase para a hidroponia. No entanto, a região apresenta fatores que acabam limitando o cultivo desta hortaliças, como altas temperatura e umidade, fotoperíodos longos. Devido a isto, tem se verificado problemas freqüentes de adaptação de cultivares à região, problemas fitossanitários e de manejo na irrigação. Experimentos realizados na região revelam resultados de produção desta hortaliça ora satisfatórios ora com valores baixos de produção. Lédo et al.,(2000) e Silva (2006) citam que a cultivar Simpson (crespa) tradicionalmente usada pelos produtores na região Norte, bem como outras cultivares não melhoradas para as características de regiões com clima tipicamente tropical, pendoam precocemente quando submetidas a altas temperaturas, fotoperíodo e umidade relativa, obrigando o produtor a colher a planta excessivamente pendoada para obter maior peso, o que prejudica ainda mais a sua qualidade para a oferta ao mercado. Trabalhos de Lédo et al. (2003) revelaram as cultivares Lucy Brown (crespa americana), Verônica e Marisa (crespas), Regina (lisa) e Carolina (repolhuda lisa) como cultivares que traduzem um bom comportamento agronômico na região Norte, podendo ser cultivados tanto em condições de solo como em condições de cultivo protegido, por serem precoces e com resistência ao pendoamento. Tais cultivares em experimento a nível de solo e a céu aberto, apresentaram em Rio Branco (Acre) médias de ganho de peso variando de 295 g para cv. Carolina a 362 g para a cv. Lucy Brown no período seco. No período chuvoso as médias variaram de 139 g para cv. Carolina, a 198 g para cv. Marisa. Segundo os mesmo autores, as médias poderiam ser melhores, principalmente no período chuvoso, se fossem adotadas o sistema de cultivo em ambiente protegido, ou em hidroponia NFT. Gusmão et al., (2004), testaram em diferentes ensaios realizados em Belém (Pará), as cultivares Babá, Grande Lagos, Regina, Mônica, Hansom, Verônica e Tainá, sendo que o peso das plantas variou entre os experimentos, predominando cultivares lisas e crespas como as mais produtivas. Os resultados segundo os mesmos autores, mostraram que várias cultivares podem ser indicadas para cultivo na região, em hidroponia. Silva (2006) recomenda para o cultivo hidropônico nas condições do município de Altamira-PA, cultivares de todos os grupos, sendo a Marianne (Grupo crespa), Babá- de – Verão (grupo lisa) e Kaiser (gupo crespa repolhuda). Entretanto o mesmo autor ressalta que as cultivares americanas (Manara e Rafaela), e a Simpsom não obtém sucesso na região e enfatiza ainda que a cultivar Verônica apesar de obter uma boa resposta na produção, deve se ter o cuidado de colhê-la mais cedo, aproximadamente aos 45 dias, instante em que a planta acumula o ácido lacturônico, substância que confere um sabor amargo às plantas (GUSMÃO et al., 2004) depreciando a qualidade do produto a ser ofertado ao mercado. A cultivar Regina segundo o autor, pode ser também é uma boa opção. 2.8. IMPORTÂNCIA E USO DA ALFACE A alface normalmente é produzida em cinturões verdes próximos aos grandes centros consumidores, dada a alta perecibilidade do produto no período de pós-colheita, oriunda de seu alto teor de água e grande área foliar (VIDIGAL et al., 1995; SANTOS et al., 2001). Nos locais de produção é exigida além da qualidade, quantidade e principalmente regularidade de oferta do produto para atender o mercado consumidor durante o ano todo (BEZERRA NETO et al., 2005). A alface tem grande importância na alimentação e saúde humana destacando-se, principalmente, como fonte de vitaminas e sais minerais, constituindo-se na mais popular hortaliça, tanto pelo sabor e qualidade nutritiva e principalmente pela facilidade de aquisição e produção durante o ano todo e do seu baixo custo (OLIVEIRA et al., 2004; COMETTI et al., 2004), sendo, ainda, considerada como uma planta que apresenta propriedades tranqüilizantes (VIGGIANO, 1990). Por ser um produto perecível, a alface é consumida in natura onde seu maior consumo é na forma de saladas cruas e sanduíches, sendo as regiões Sul e Sudeste as maiores consumidoras (LOPES et al., 2005). É uma das hortaliças folhosas mais presente na dieta da população brasileira, ocupando importante parcela do mercado nacional, dessa forma a alface vem adquirindo uma importância econômica crescente no país (RESENDE et al., 2005; BEZERRA NETO et al., 2005; LOPES et al., 2005). Em condições de campo apresenta a seguinte composição média, por 100 g comestíveis: água: 94 %; valor calórico: 18 Kcal; proteína: 1,3 g; gordura: 0,3 g; carboidratos totais: 3,5 g; fibra: 0,7 g; cálcio: 68 mg; fósforo: 27 mg; ferro: 1,4 mg; potássio: 264 mg; vitamina A: 1900 UI; tiamina: 0,05 mg; riboflavina: 0,08 mg; niacina: 0,4 mg; vitamina C: 18,0 mg (SGARBIERI, 1987). Segundo Goto (1998), é uma hortaliça que tem quantidades razoáveis de vitaminas A, Niacina e C, além dos minerais, cálcio, fósforo e ferro. De acordo com Biazzi (1995), a vitamina A é um elemento para um bom funcionamento dos órgãos da visão, conserva a saúde da pele e das mucosas; a vitamina Niacina evita problemas de pele, do aparelho digestivo e do sistema nervoso e a vitamina C proporciona resistência aos vasos sanguíneos, evita a fragilidade dos ossos e a má formação dos dentes, agem contra infecções e ajuda a cicatrizar os ferimentos. O cálcio e o fósforo participam da formação dos ossos e dentes, ajudam na coagulação do sangue e na construção molecular, e o ferro contribui para a formação do sangue. A alface é utilizada também em casos de inchaços e inflamações, através de aplicação tópicas de cataplasma quentes de alface. Verifica-se dessa forma a importância da alface na complementação alimentar, sendo que sua qualidade nutricional ou sanitária deve ser mantida em todos os segmentos envolvidos desde a produção até a comercialização, onde o produto deve chegar à mesa do consumidor apresentando excelentes características organolépticas, de tal forma a obter uma boa aceitação. 2.9. NITRATO EM HIDROPONIA A produção de hortaliças folhosas em hidroponia exige alguns cuidados com nutrição, podendo ocorrer maior acúmulo de NO3- nas plantas do que no processo convencional de cultivo (BENINI et al., 2002). As hortaliças têm diferentes capacidades para acumular nitrato, sendo espinafre, alface, rúcula, almeirão, nabo, rabanete e beterraba, as que têm maior possibilidade de apresentarem teores elevados em algumas condições de cultivo; folhas e pecíolos têm maior capacidade de acumular nitrato do que inflorescências e frutos (LORENZ, 1978). Seguindo uma tendência mundial, o consumidor brasileiro tem aumentado a exigência quanto à qualidade das hortaliças, demonstrando preocupação mesmo com atributos de qualidade não sensoriais como é o caso do nitrato. (REZENDE, et al, 2000). O nitrato é a principal forma de nitrogênio inorgânico disponível para as plantas, e a redutase do nitrato é a primeira enzima da rota de assimilação do N-inorgânico, assumindo, portanto, papel de extrema importância no metabolismo vegetal (MARSCHNER, 1995; DELÚ-FILHO et al., 1997; FAQUIN, 2001). As plantas podem acumular altos níveis de nitrato ou podem translocá-lo através dos tecidos sem efeitos prejudiciais (TAIZ e ZEIGER, 2004). As hortaliças folhosas tendem a acumular altos níveis de NO3 - nos seus tecidos, sendo o acúmulo de nitrato pela alface, além do caráter genético, bastante influenciado pelos sistemas de cultivo e pela prática da adubação (FAQUIN e ANDRADE, 2004). Segundo Marschner (1995), o acúmulo de nitrato ocorre quando há excesso da absorção de nitrogênio em relação à capacidade de assimilação deste nutriente pelas plantas, ou seja, incorporação do nitrogênio em moléculas orgânicas, uma vez que havendo N disponível para a absorção a planta tende à absorvê – lo além de sua demanda e estocá-lo nos vacúolos na forma de nitrato. Em hidroponia, as soluções nutritivas usadas são ricas em nitrato, na forma prontamente disponível e em condições favoráveis à absorção pelas raízes. Assim os teores de nitrato nos produtos hidropônicos tendem a ser superiores aos observados nas plantas cultivadas em outros sistemas, embora Mondin (1996) tenha observado o contrário trabalhando com diversas culturas de alface. São encontrados na literatura muitos trabalhos comparando sistemas de produção de alface (convencional, orgânico e hidropônico) no acúmulo de nitrato na cultura. Miyazawa et al. (2001), fizeram um levantamento dos teores de nitrato em folhas de alface produzidas nos três sistemas de produção citados cujas amostras foram coletadas de produtores da região de Londrina-PR. Os resultados publicados demonstraram que mais de 70% das amostras da alface hidropônica apresentaram teores de nitrato entre 6.000 à 12.000 mg/ kg de matéria seca (MS) de folhas e apenas 3% tinham teores inferiores à 3000 mg kg de MS. No sistema orgânico, apenas 25% das amostras apresentam teores superiores a 3.000 mg/kg de MS, o sistema convencional apresentou resultados intermediários, com 42% das amostras entre 3000 à 6000 mg/ kg de MS. Com base nesses resultados, muitas notas alarmantes foram publicadas, enaltecendo o risco de se consumir produtos hidropônicos. No entanto, a interpretação dos resultados foi um equívoco, visto que a unidade de concentração de nitrato nas folhas de alface foi expressa na base seca e não na matéria fresca (MF) das folhas, como estabelecido nos padrões internacionais, como citado para a União Européia. Assim, considerando que as folhas de alface apresentam 4% de matéria seca (FURLANI et al., 1978; FERNANDES et al., 2002), os reais teores de nitrato na matéria fresca do trabalho de Miyazawa foram multiplicados por 25 vezes quando foram expressos em matéria seca. E esse fato não foi observado e nem citado em nenhuma das notas alarmantes. Dessa maneira, os valores máximos de 12.000 mg/kg de nitrato na matéria seca da alface hidropônica, citados no trabalho de Miyazawa, na realidade, correspondem à 480 mg/ kg de nitrato na matéria fresca, muito abaixo dos limites de 3.500 à 4.500 mg/ kg de matéria fresca estabelecidos pela União Européia. Nesse caso, para se atingir o índice de máxima ingestão diária admissível, o consumidor de 70 kg deve comer mais de três cabeças de alface por dia e não apenas de 4 à 9 folhas, como erradamente citado nas referidas notas. Comprovação desse equívoco encontra-se no trabalho de Benini et al. (2002), que compararam os teores de nitrato em alface cultivada em sistema hidropônico e convencional, cujas amostras também foram obtidas em Londrina-PR. Observa-se que os resultados foram adequadamente expressos com base na matéria fresca de folhas e que os teores de nitrato em ambos os sistemas foram bem abaixo do padrão estabelecido pala legislação européia. Vários trabalhos recentes realizados no Brasil confirmam esses resultados, citando-se os de Mondin (1996) e Fernandes et al. (2002). Uma forma para se tentar reduzir a absorção e o acúmulo de nitrato pela alface hidropônica seria a sua substituição pela forma amoniacal (NH4+). Entretanto o amônio em concentração acima de 15% do N total da solução reduz a produção e a qualidade visual da alface, como mostrado por Faquin et al. (1994). O uso racional da adubação nitrogenada pela cultura da alface é de grande relevância, devido à possibilidade de acúmulo de NO-3, pois, quando a absorção excede as suas necessidades metabólicas, ocorre um acúmulo nos diversos órgãos da planta (MAYNARD et al., 1976; TAIZ e ZEIGER, 2004). Este fato pode ser comprovado no trabalho desenvolvido por Mantovani et al., (2005), onde em estudo avaliando o efeito da adubação nitrogenada no acúmulo de nitrato em diferentes cultivares de alface (Lucy Brown, Tainá, Vera, Verônica e Elisa), produzidas em ambiente protegido, os referidos autores verificaram que o acúmulo de nitrato apresentou uma resposta linear, em todas as cultivares avaliadas, em função da elevação das doses de N aplicadas (0 a 240 kg ha), sendo verificados acúmulos máximos da ordem de 1600, 1910, 1370, 1540 e1290 mg/ kg na massa fresca (MF), para as cultivares Lucy Brown, Tainá, Vera, Verônica e Elisa, respectivamente. Embora os referidos autores evidenciem que produzida em ambiente protegido (3500 mg/kg de MF), fica o risco da possível contaminação devido o emprego incorreto da adubação nitrogenada em doses excessivas, além das necessidades da cultura. Nesse contexto, trabalhos recentes têm apontado que o cultivo orgânico da alface tem apresentado resultados relevantes no que diz respeito a minimizar o acúmulo de nitrato. MIYAZAWA et al., (2001), avaliando o efeito dos sistemas de cultivo orgânico (uso de compostos orgânicos e estercos de bovino, como fonte de N), convencional (uso de uréia) e hidropônico (uso de soluções nutritivas ricas em NO3-e NH4+), verificaram que as folhas de alface com menor concentração de nitrato foram àquelas cultivadas em sistema de produção orgânico. Fato similar também foi observado por Cometti et al. (2004), em trabalho avaliando o efeito dos referidos sistemas de cultivo sobre o acúmulo de nitrato em plantas de alface, no qual verificaram que, em todos os compartimentos das plantas, o cultivo orgânico apresentou os menores acúmulos de nitrato em relação aos sistemas convencional e hidropônico. Além dos fatores mencionados acima, diversos fatores ambientais também podem influenciar o acúmulo de nitrato pelos vegetais, tais como: o horário de coleta, intensidade luminosa, temperatura, entre outros (MAYNARD et al.,1976; MARSCHNER, 1995; FAQUIN et al., 1996; OHSE, 2000; MENGEL E KIRKBY, 2001; KROHN et al., 2003). 2.9.1. LIMITES MÁXIMOS DE NITRATO As hortaliças em sua grande maioria, juntamente com a água potável, representam as principais fontes alimentares fornecedoras de nitrato para o organismo, principalmente nos países do norte da Europa, onde as condições climáticas e ambientais favorecem o acúmulo nas espécies oleráceas (alface, espinafre, rúcula etc.) em produções de outono e inverno em estufas ou em campo aberto. Em virtude deste possível acúmulo elevado de nitrato em hortaliças folhosas e suas conseqüências negativas a saúde humana, principalmente em sistema hidropônico, onde o N é fornecido para as plantas basicamente na forma de nitrato (OHSE, 2000), alguns países da Europa vêm obrigando os produtores a manterem suas hortaliças com teor de nitrato abaixo do limite permitido através de rígidos contratos comerciais. Os limites máximos permitidos não estão bem definidos e são divergentes e diversos entre autores e países, mas a organização Mundial para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceram como admissível a dose diária de 363mg do íon nitrato e 0,133mg do íon nitrito por kg de peso vivo. O limite aceitável de ingestão diária segundo Corre e Breimer (1979) e Van Der Boon (1990) é 220mg. Estimativas de Maynard e Barker (1972) mostraram que a dose tóxica deve ser de aproximadamente 0,7 a 1,0g de N- Nitrato para um adulto de 70kg de peso e para crianças, menos de 10% deste valor. Croll e Hayes (1988), também recomendam que o teores de nitrato na água de consumo seja inferior à 50mg/L. A comunidade européia estabeleceu como limite máximo permitido para alface produzida em estufa, teores de nitrato na massa fresca de 3500mg/kg, para o período de verão, 4500mg/kg para o período de inverno e 2500mg/kg o limite máximo permitido para alface produzida a céu aberto (MCCALL e WILLUMSEN, 1998). Na Alemanha o limite é de 2000 mg/kg de MF. Na Áustria é de 1500 mg/kg e Suíça é 875 mg/kg, de MF. Já Grainfenberg et al., (1993), na Itália consideram genótipos de alface com alto teor de nitrato (NO3-) quando esse valor chega à 1000 mg/kg de MF. As variações encontradas, não só devem aos efeitos dos diversos fatores que regulam o acúmulo de nitrato nas plantas, mas também à variação dos métodos utilizados para a análise de nitrato. Considerando-se que o limite aceitável para ingestão diária de NO-3 pelo homem é de 3,6 mg kg de peso vivo (ESCOÍN-PEÑA et al., 1998) e partindo dos teores máximos de nitrato as folhas de forma a desprezar a contribuição de outras fontes de nitrato, como a água e as carnes (OSHE, 2000), verifica-se que uma pessoa com 70 kg poderia consumir diariamente até 2,094 kg de alface cultivada com a adubação nitrogenada e 3,379 kg de alface cultivada com adubação orgânica. Assumindo que um ser humano de 70 kg em geral não consome mais do que 50 g de massa fresca da alface por dia (COMETTI et al., 2004). 2.9.2. FATORES QUE AFETAM O ACÚMULO DE NITRATO A alface, por ser uma hortaliça consumida preferencialmente crua, deve ser foco de grande atenção por parte dos pesquisadores, nutricionistas, médicos, órgãos responsáveis pela saúde pública e consumidores em geral, tendo em vista que pode conter resíduo de produtos químicos, principalmente aqueles de caráter acumulativo no organismo, além do nitrato, do qual é considerada eficiente acumuladora (OHSE, 2000). A capacidade de acúmulo de nitrato pelas plantas é de caráter genético, porém grandemente influenciado por outros fatores, tais como: disponibilidade desse nutriente para as raízes e do molibdênio, intensidade de radiação luminosa, da atividade da enzima redutase do nitrato, temperatura, sistema de cultivo, idade da planta e hora de colheita (FAQUIN e ANDRADE, 2004). A intensidade luminosa parece ser, dentre os fatores ambientais, o de influência marcante no acúmulo de nitrato em plantas. O acúmulo de nitrato que ocorre quando as plantas são submetidas á baixas intensidade luminosa é bem documentado (WRIGHT e DAVISON, 1964). A explicação para o acúmulo, que ocorre na ausência de luz ou baixa intensidade luminosa, é que nessas condições, haveria nos cloroplastos, um fluxo de elétrons, via ferredoxina, suficiente para a redutase do nitrito reduzir o NO2- a NH4+, com conseqüente acúmulo de NO2-. Este acúmulo de NO2- (em baixas concentrações, pois é fitotóxico), promoveria uma inibição na atividade da redutase do nitrato no citoplasma, acumulando assim, o NO3- absorvido (FAQUIN e ANDRADE, 2004). Quando a disponibilidade de NO3 - no nível das raízes é muito elevado, o nitrogênio é absorvido em excesso, caracterizando um consumo de luxo. Períodos de baixa radiação solar diminuem a fotossíntese, reduzindo, por sua vez a assimilação do NO3-, aumentando sua acumulação nos vacúolos. A atividade da enzima redutase do nitrato depende do molibdênio, devendo se evitar que sua disponibilidade fique muito baixa, pois com isso a velocidade de assimilação do nitrato diminui, induzindo também a acumulação, pois nos sistemas biológicos além do molibdênio ser constituinte de pelo menos três enzimas catalisadoras de reações, e três destas enzimas (redutase do nitrato, nitrogenase e oxidase do sulfato) são encontradas em plantas (GUPTA; LIPSETT, 1981). A função mais importante do molibdênio nas plantas está relacionada com o metabolismo do nitrogênio. A redutase do nitrato ou nitratoredutase é uma flavopro’1teína que possui Mo como grupo prostético e cuja síntese é induzida pela presença de Mo e NO3- no meio (MALAVOLTA, 1980) . Esta enzima catalisa a redução biológica no NO3- a NO2-, que é o primeiro passo para a incorporação do nitrogênio, como NH2, em proteínas (DECHEN et al., 1991). Para controlar o teor de nitrato nas hortaliças é necessário levar em consideração esses três fatores como principais, uma vez que a dose exigida desse nutriente para a produção de alface com bom aspecto é alta. No caso da hidroponia, as plantas são capazes de sobreviver numa gama variada de soluções nutritivas, no entanto, a formulação de uma solução que garanta desenvolvimento máximo sem excedentes nem falta é muito difícil, porque as exigências nutricionais variam com as espécies, cultivares, estádio de desenvolvimento (idade da planta), fotoperíodo, intensidade de luz, temperatura, entre outros. Mondin (1996) constatou que o teor de nitrato decresceu com a idade da planta em todos os cultivares (Lucy Brow; Tainá, Elisa, Verônica e Mariza) nos sistemas de cultivos testados (cultivo hidropônica, cultivo com adubação organo– mineral e orgânica). Concluiu também que o aumento da atividade da redutase do nitrato não diminuiu o teor do mesmo nas plantas e que os maiores teores de nitrato induziram a produção de massa fresca, mas o mesmo não se verificou em relação à massa seca. Em hidroponia com circulação constante (dia e noite), ocorre um acúmulo de nitrato durante á noite e redução do seu nível durante o dia. Foi o que demonstraram Fanquin et al., (1994), em alface cultivar Elisa, cultivada em vasos com solução de Hoagland e Arnon (1950) diluída à 3/5. Nesse trabalho, onde o nitrogênio da solução foi fornecido na forma de nitrato, o seu teor na massa seca das folhas das plantas colhidas às 16:00 horas foi menor em relação aquelas colhidas às 6:00 hs, o que indica que a colheita realizada no final da tarde reduz os teores de nitrato na alface. Já nos sistemas hidropônicos de cultivos comerciais de alface (NFT), a circulação da solução nutritiva pelos canais de cultivo é intermitente, mantendo-se a circulação por 15 minutos com intervalos de 15 minutos (6:00 às !6:00). A noite, a circulação por 15 minutos em usada com intervalos de 3 à 4 horas. Assim, a quantidade de nitrato absorvida durante à noite muito pequena, não se esperando, neste caso, um acúmulo significativo de nitrato nas plantas colhidas pela manhã em relação àquelas colhidas à tarde. 2.9.3. PROBLEMAS DECORRENTES DO EXCESSO DE NITRATO O verdadeiro problema do nitrato à saúde humana reside na sua capacidade de reduzir, antes ou após a ingestão dos alimentos, e principalmente aos compostos que por sua vez podem originar no organismo. O nitrogênio é o nutriente que promove maior aumento no rendimento da cultura da alface bem como no peso médio da cabeça, sendo por esse razão utilizado em grandes quantidades. A sua deficiência retarda o crescimento e causa má formação da cabeça, as folhas mais verdes amarelecem e caem com facilidade. No sistema hidropônico o nitrogênio é fornecido basicamente sob forma de nitrato, uma vez que, o amônio acima de 15% do N total da solução é fitotóxico, diminuindo o rendimento e a qualidade da cultura da alface, segundo Faquin et al. (1994). As hortaliças e frutas, dentre elas a alface, espinafre, repolho, tendem a acumular o nitrato nos seus tecidos. A toxidez do nitrato em humanos, por si só é baixa, mais de 5 à 10% do nitrato ingerido na alimentação é convertido a nitrito na saliva bucal ou por redução gastrintestinal (BOINK e SPEIJERS, 2001). O nitrito, entrando na corrente sanguínea oxida o ferro Fe 2+ - Fé 3+ da hemoglobina produzindo a metahemoglobina. Esta forma de hemoglobina é inativa e incapaz de transportar o O2 para a respiração normal das células dos tecidos causando a chamada metahemoglobinemia (WRIGHT e DAVISON, 1964).O nitrito pode também combinar com aminas formando nitrosaminas, as quais são mutagênicas e cancerígenas (MAYNARD et al., 1978). De acordo com Leifert et al. (1999), em sua recente revisão sobre o efeito do nitrato sobre a saúde humana, é pouco evidente a formação de altos níveis de nitrosaminas a partir de nitrito e aminas no sistema gastrintestinal de humanos. Mengel e Kirkby (2001) comentam que se há síntese de nitrosaminas a partir do nitrito no trato digestivo de humanos, a quantidade produzida é extremamente baixa, na ordem de 1:20000. Leifert et al, (1999), citam que os resultados de estudos epidemiológicos para estabelecer a relação entre a ingestão de nitrato e câncer são conflitantes e contraditórios. Alguns trabalhos sugerem essa hipótese outros relatam que não há nenhum risco e outros afirmam que o consumo de vegetais com alto teor de nitrato reduzem a possibilidade de ocorrência de câncer gástrico. Um outro efeito do nitrito na saúde humana é a diminuição da pressão sanguínea (BOINK e SPEIJERS, 2001). Para ser metabolizado pela planta, ou seja, incorporado a compostos orgânicos formando aminoácidos, proteínas e outros compostos nitrogenados, o nitrato absorvido pelas raízes deve ser necessariamente reduzido para amônio. Essa redução, na maioria das plantas ocorre nas folhas e em duas etapas: a primeira no citoplasma, onde o NO3- passa para NO2-, e é medida pela enzima redutase do nitrato (RNO3); e a segunda nos cloroplastos, onde o NO2passa para NH4+,mediada pela redutase do nitrito (RNO2). No primeiro estágio, o agente redutor é o NADH, originado na respiração, e no segundo estágio, nos cloroplastos, o agente redutor é a ferredoxina, cujos elétrons são originados no fotossistema da fase clara da fotossíntese. Assim, o NO3- absorvido pelas raízes, reduzido a NH4+, é incorporado a compostos orgânicos, formando os diversos compostos nitrogenados da planta. Diversos são os fatores que afetam a redução e o conseqüente acúmulo de nitrato nas plantas, citando-se os genéticos e ambientais. Dentro dos ambientais, o suprimento de NO3- às plantas e a intensidade luminosa são os mais importantes ( FAQUIN e ANDRADE, 2004). 2.9.4. COMO REDUZIR O ACÚMULO DE NITRATO Tem-se buscado reduzir o acúmulo de nitrato em alface através da diluição da solução nutritiva quando próxima à colheita, sem que isso prejudique o crescimento da cultura. A alternativa capaz de minimizar a acumulação de nitrato consiste em manter elevada intensidade de radiação luminosa durante o ciclo da cultura, no entanto, essa prática é onerosa e de difícil aplicação comercial (OHSE, 2000). Também um eficiente suprimento de molibdênio às plantas é outra maneira de manter a assimilação normal do nitrato. Além dessas, pode-se lançar mão da substituição de parte do nitrogênio fornecido na forma de nitrato pela amoniacal, como alternativa para se reduzir a acumulação do nitrato nos vacúolos, porém concentrações de amônio acima de 15% de nitrogênio total têm causado reduções de produção, devido a menor absorção de P, Ca, Mg (FAQUIN et al., 1994). Já Furlani (1998) cita como regra geral de segurança que a concentração de N NH4+ não deve ultrapassar 20% da quantidade total de nitrogênio. Enquanto o nitrato pode ser acumulado no vacúolo sem causar toxidez para as plantas, o amônio, mesmo em baixa concentração, pode causar. A utilização do amônio para a síntese de aminoácidos, amidas e compostos relacionados é o principal mecanismo de desintoxicação pelas plantas, tanto em decorrência da absorção de amônio como da redução do nitrato. Em hidroponia as soluções nutritivas usadas para alface são ricas em NO3-, o que pode ser confirmado pelos adubos recomendados nas suas composições (nitrato de potássio, de magnésio de sódio, e de amônio). 3.0 MATERIAL E MÉTODOS 3.1. LOCALIZAÇÃO E DADOS METEOROLÓGICOS A pesquisa foi desenvolvida em sistema hidropônico, nas cidades de Altamira e Belém, no Estado do Pará, no período de janeiro à março de 2008. Em Altamira, o trabalho foi realizado em uma propriedade particular, pertencente à um hidrocultor da região. O município está localizado geograficamente à 030 13’ 00’’ latitude Sul e 520 13’ 00’’ longitude Oeste, com uma altitude média de 74,04 metros. O clima do município, o qual está situado à aproximadamente 800 km de Belém, na região da Amazônia Oriental, é do tipo equatorial Am e Av, segundo a classificação de KÖPPEN, apresentando temperatura média anual em torno de 27°C e precipitação média de 1700 mm/ano, e umidade relativa do ar acima de 80%. Em Belém o experimento foi instalado no Setor de Olericultura, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), localizado geograficamente à 01026’ 00’’ latitude Sul e 480 26’ 00’’ longitude Oeste, com uma altitude média de 10 metros. O clima da localidade segundo a classificação climática internacional de KOOPEN, é do tipo Af2, própria de regiões equatoriais chuvosas, quentes e úmidas, sendo a precipitação média anual variável entre 2.500mm e 3.000mm, praticamente com ausência de períodos secos ou com no máximo um a dois meses “secos” (precipitação acumulada acima de 50 mm). A temperatura média anual varia entre 27 0C e 30 0C, com pequenas oscilações de 1 0C a 3 0C ao longo do ano. Foram considerados os dados climáticos levantados pelo INMET/ PA (Instituto Nacional de Meteorologia/ 20 Distrito Regional do Pará) (Tabelas 06 e 07). Tabela 06. Médias Mensais de Temperatura, Umidade Relativa, Insolação, Velocidade do Vento e Precipitação, durante o ciclo do experimento (Janeiro à Março de 2008) em Belém/ PA. MESES Temp. (0C) Umid. Rel. Insol. Vel. Vento Precipit. (%) (hs) (mps) (mm) 92 108,9 1,1 532,2 JAN. 25,5 FEV. 25, 7 90 120,7 1,0 450,8 MAR. 25,9 89 111,9 1,0 457,4 FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA/ 20 DISTRITO/ PA (INMET/ PA, 2008). Tabela 07. Médias Mensais de Temperatura, Umidade Relativa, Insolação, Velocidade do Vento e Precipitação, durante o ciclo do experimento (Janeiro à Março de 2008) em Altamira/ PA. MESES Temp. Max. (0C) Umid. Rel. (%) Insol. (hs) Vel. Vento Precipit. (mps) (mm) JAN. 26,1 84 108,7 1,0 218,7 FEV. 26,3 82 136,8 1,1 333,2 MAR. 25,9 85 110,5 1,0 528,9 FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA/ 20 DISTRITO/ PA (INMET/ PA, 2008). 3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE INSTALAÇÃO DOS EXPERIMENTOS E CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS. Ambos os experimentos foram instalados e conduzidos em casas de cultivo protegido com semi-lanternim, confeccionadas em madeira. O modelo da casa de vegetação adotado em Altamira foi a capela ou duas águas, com semi – lanternim e laterais abertas, com pé direito de 3,0 m e cobertura feita com plástico- filme de 150µ e sombrite com a presença de exaustores no seu interior ( Figura 01) e utilização de perfis de polipropileno pequenos, para a fase do berçário ( Figura 02) e médios ( Figura 03) para a fase de crescimento, próprios para o cultivo, provenientes da Hidrogood, colocados em bancadas de 15 m de comprimento e com declividade em torno de 4% para retorno da solução ao reservatório, este com capacidade para 5000L de água ( Figura 04). A semeadura foi realizada em espuma fenólica 2x2x2 (Figura 05) previamente deixadas ao sol e lavadas com água corrente, conforme a recomendação do fabricante, colocando-se três sementes por célula à profundidade de 0,5 cm As placas de espuma fenólica foram mantidas em casa de vegetação- maternidade, onde foram irrigadas duas vezes ao dia, mantendo-as sempre úmidas. Após a emergência foi realizado o desbaste, deixando - se uma planta por célula, a mais vigorosa e centralizada. As mudas foram transplantadas aos 12 dias após a semeadura, para os canais hidropônicos em espaçamento 5x5 cm (berçário). Aos 25 dias após a semeadura, quando as plantas estavam com aproximadamente 3 à 5 cm de altura e 4 à 5 folhas definitivas, as mudas foram transplantadas para os canais de crescimento (fase final), com espaçamento de 25x25cm entre plantas, utilizando 15 plantas de alface por parcela, onde permaneceram até a colheita. A B Figura 01: Casa de vegetação do tipo capela, com semi – lanternim, com a presença de exaustores (A) e sombrite ( B). Figura 02: Fase do berçário, com cultivares de alface, utilizando perfis pequenos de polipropileno, em AltamiraPA. A B Figura 03: Distribuição das cultivares de alface, nas parcelas em tubos de polipropileno de 5m de comprimento.( A) na fase de crescimento ( B), em Altamira- PA. Figura 04: Reservatório de solução nutritiva, em sistema NFT, com capacidade para 5000 L de água, em Altamira- PA. Figura 05: Semeadura de cultivares de alface realizada em espuma fenólica, durante a fase da maternidade, em Altamira-PA. Em Belém o modelo da casa de vegetação foi em arco, com semi- lanternim e laterais abertas, com pé direito de 3 m e cobertura feita com filme plásticos de 100µm e sem o uso de sombrite e de exaustores ( Figura 06). Nos canais foram transplantadas 10 plantas de alface por parcela, dispostas em bancadas de 10m de comprimento, com aproximadamente 3 % de declividade para o retorno da solução ao reservatório, com capacidade para 1000L de água ( figura 07). Para a produção de mudas foi utilizado como substrato o caroço de açaí decomposto colocados em bandejas de poliestireno de 128 células ( Figura 08) ficando em sistema de irrigação sub-superficial, irrigadas com solução nutritiva à 50% da concentração recomenda por Furlani et al. (1999), até as mudas terem atingido altura suficiente para serem transplantadas diretamente para os perfis médios os quais foram adaptados com canos de PVC (Figura 09 e 10) com espaçamento entre plantas de 20 x 25 cm se tornando, neste caso, ausente a fase do berçário. A semeadura seguiu o mesmo critério realizado em Altamira. As colheitas em ambos os locais, foram realizadas aos 55 dias após o plantio, quando as plantas atingiram o ponto para a comercialização. Figura 06: Casa de vegetação do tipo arco, com semi – lanternim, sem o uso de sombrites e exaustores,em Belém – PA. Figura 07: Reservatório de solução nutritiva, em sistema NFT, com capacidade para 1000 L de água, em BelémPA. Figura 08: Semeadura realizada em substrato à base de caroço de açaí, em sistema subsuperficial, em Belém, PA. Figura 09: Distribuição das cultivares de alface nas parcelas em canaletas de PVC, em início do desenvolvimento em Belém- PA. Figura 10: Cultivares de alface em fase de desenvolvimento, cultivadas em perfis de PVC, em Belém- PA. A formulação nutritiva adotada em ambos os locais foi a recomendada por Furlani et al. (1999), à uma concentração de 80% da fórmula original. A solução nutritiva circulou de 15 em 15 min durante o dia, e com intervalos de 3 à 4 horas durante à noite. O sistema adotado foi o NFT (nutrient film tecnique), onde foi dado preferência ao uso de produtos orgânicos, à base de Trichoderma spp, para controle efetivo de Phytium sp. A condutividade elétrica foi mantida na faixa de 1,2 à 1,4 ms/cm3, mediante a adição de solução estoque de nutrientes. O pH das soluções nutritivas foi mantido entre 5,5 e 6,6, mediante a adição de NaOH à 1N, devido o caráter ácido da água utilizada em ambos os locais, com pH em torno de 4,6. O comportamento das cinco cultivares em ambos os locais foi avaliado no período mais chuvoso na região, conhecido como inverno, que acontece entre os meses de dezembro à abril. 3.3. CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E QUALITATIVAS AVALIADAS As plantas foram colhidas aos 30 dias após o transplante para os canais de crescimento, onde foram avaliadas as seguintes características descritas abaixo: Para a determinação da massa da matéria fresca das plantas (MF)- Foi realizada a colheita entre 7 e 8 horas de três plantas por repetição. Procedeu-se, imediatamente a pesagem em balança digital, da planta inteira, incluindo folhas, caules e raízes. A massa da matéria seca (MS) foi determinado após as plantas terem sido secadas em estufa de circulação forçada de ar à uma temperatura de 65º C até atingirem peso constante, utilizando para isso uma balança digital de alta precisão. O número de folhas por planta (NF) foi obtido através da contagem de todas as folhas presentes na planta. A determinação da massa da matéria fresca da raiz (MFR) foi realizada pela pesagem das raízes destacadas da parte aérea da planta utilizando balança digital. A determinação da massa da matéria seca da raiz (MSR) foi realizada pela pesagem das raízes destacadas para em seguida serem em estufa de circulação forçada de ar à uma temperatura de 65º até adquirir peso constante, utilizando balança digital de alta precisão. O comprimento da raiz (CR) foi medido com o auxílio de uma régua, do início do sistema radicular até a sua extremidade. O comprimento do caule (CPC) foi mensurado com o auxílio de uma régua, medido à partir do início do colo até o final do caule. A altura da planta (AP) foi medida com uma régua, medindo à partir do colo até o ápice das folhas. Diâmetro do caule (DC)- Foi determinado com o auxílio de um paquímetro colocado logo abaixo das folhas mais velhas. A concentração de nitrato nas folhas foi realizada aos 55 dias, através de análise laboratorial, utilizando a metodologia descrita por Cataldo (1975), a qual foi realizada no laboratório de Fisiologia Vegetal da UFRA. Para essa determinação, foram coletadas três plantas de cada repetição, colhidas às 17:00 e 7:00 do dia seguinte.As amostras foram secadas em estufa de circulação forçada de ar à uma temperatura de 65º C até atingirem peso constante. Em seguida esse material foi moído em moinho do tipo Willey. Amostras de 50mg de folhas previamente liofilizadas, foram adicionadas em tubo de ensaio contendo 5,0 ml de água destilada e estes incubados em banho- maria por 30 minutos à 100º C. Em seguida foi feita uma filtragem para a obtenção do extrato. A reação foi preparada em tubo de ensaio contendo 100 µL do extrato + 200 µL de solução de ácido salicílico 5%, em ácido sulfúrico concentrado. Após vigorosa agitação em agitador do tipo vortex, e foram adicionados lentamente aos tubos 4700 µL de NaOH 2N. Em seguida os tubos foram deixados em repouso até atingirem a temperatura ambiente por cerca de 20 minutos. Após foram feitas leituras em espectrofotômetro na absorvância de 410nm. Os resultados foram em mmol de NO3-/kg de Matéria seca de tecido, dado pela fórmula 600 x L x 62, onde L é o valor da leitura. Logo após os resultados foram transformados para matéria fresca em mg/ kg, a partir do conhecimento prévio da quantidade de água nas plantas que ficou em torno de 93% para as cultivares em estudo. 3.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL, CULTIVARES AVALIADAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA Os experimentos foram conduzidos em delineamento do tipo blocos ao acaso, com cinco tratamentos e cinco repetições para a determinação das características agronômicas. Os tratamentos consistiram de cinco cultivares de alface sendo elas: Babá de Verão (grupo lisa), Amanda e Itapuã 401 (grupo crespa), Hansom (grupo crespa repolhuda ou americana) e Mimosa Roxa. Para a avaliação do nitrato foi seguido o esquema fatorial 5x2 ( Cultivares x horário de colheita). Os experimentos foram avaliados separadamente, sendo que os dados obtidos foram submetidos à análise da variância, através do Software SAEG e a comparação entre as médias das características avaliadas foi feita pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA PLANTA No período de realização dos experimentos, as condições climáticas davam origem à dias de menor insolação, devido ao céu encoberto por nuvens em alguns horários e dias com alta insolação e temperatura ultrapassando os 35º C no interior da casa de vegetação, nas horas mais quentes do dia. Nesse momento as plantas entravam em ponto de murcha. Quanto aos aspectos fitossanitários foi observado em Belém ataque do cromista Phytium, antes pertencente ao reino Fungi, nas primeiras semanas do experimento, sendo controlado através da aplicação na solução nutritiva de produto produtos orgânico à base de Trichoderma spp, na quantidade de 250g/ 1000 L de água. Os resultados evidenciaram efeitos significativos para as cultivares em ambos os locais de cultivo para todas as características avaliadas. Foi verificado superioridade da produtividade das cultivares em Altamira em relação à Belém para a maioria das características avaliadas, com exceção para a característica comprimento da raiz (Tabela 08) sendo as cultivares Babá- de- Verão e Amanda, as que se mostraram mais promissoras nas condições tropicais da região. De forma geral a produtividade em Altamira foi maior 30,35%, 48,27%,42,41%, 50,03% e 47,50% para as cultivares Mimosa Roxa, Itapuã 401, Babá- deVerão, Hansom e Amanda respectivamente. O maior índice de massa da matéria fresca suportada pela cv. Babá – de- Verão deve-se à própria característica botânica e hábitos de crescimento de cultivares lisas (FILGUEIRA, 2003), que normalmente produzem também maiores número de folhas (ALFAMA, 2008), embora nem sempre o maior número de folhas represente maior rendimento, haja visto que esse acontecimento dependerá das cultivares que estão sendo estudadas e comparadas e também das condiçõese de manejo e ambientais, conforme foi constatado por Silva et al .(2008 a); Silva et al. (2008 b). Tabela 08- Massa da matéria fresca da planta, massa da matéria seca da planta, massa da matéria fresca da raiz, massa da matéria seca da raiz, comprimento do caule e comprimento da raiz de cultivares de alface produzidas em sistema hidropônico em dois locais de cultivo. Belém-PA, UFRA, 2008. Massa da matéria fresca (g) LOCAL M. Roxa Itapuã401 Babá Ver. Hansom Amanda CV% Altamira 133,34 C 236,48 B 267,36A 220,16 B 265,30 A 7,28 Belém 92,88 E 122,32 C 153,98A 110,10 D 139,26 B 7,23 Massa da matéria seca (g) LOCAL M. Roxa Itapuã 401 Babá Ver. Altamira 9,19 C 14,59 B 18,59A Belém 6,36 C 7,87 B 10,09 A Hansom Amanda CV% 14,42 B 18,15 A 8,27 7,73 B 9,40 A 10,66 Amanda CV% Massa da matéria fresca da raiz (g) LOCAL M. Roxa Altamira 11,8 C Belém 8,21B Itapuã 401 Babá Ver. Hansom 15,55 B 18,81A 14,80 B 17,59 A 7,38 9,02 B 12,22 A 8,96 B 11,60 A 12,01 Massa da matéria seca da raiz (g) LOCAL M. Roxa Itapuã 401 Babá Ver. Hansom Amanda CV% Altamira 0,97 C 1,26 B 1,49 A 1,33 B 1,43 A 5,95 Belém 0,65 C 0,74 B 0,97 A 0,74 B 0,94 A 6,80 Amanda CV% Comprimento da raiz (cm) LOCAL M. Roxa Itapuã 401 Babá Ver. Hansom Altamira 14,67 C 18,00 A 17,08 AB 18,27 A 15,66 B 9,36 Belém 17,82 BC 21,72 A 15,56 C 18,24 B 16,08 BC 10,28 Comprimento do caule (cm) LOCAL M. Roxa Itapuã 401 Babá. Ver. Hansom Amanda CV% Altamira 5,14 D 24,58 A 16,68 B 6,56 D 13,94 C 10,88 Belém 5,68 D 21,96 A 13,24 B 5,96 D 10,22 C 18,79 *Médias seguidas por letras maiúsculas iguais nas linhas para cada característica não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Duncan. Acredita-se que a melhor performance do cultivo observada em Altamira pode ser explicada por se ter um ambiente de cultivo mais controlado no que diz respeito à manipulação da temperatura e da oxigenação tanto da casa de vegetação, bem como da solução nutritiva, pois a adoção de exaustores e sombrite, melhora as condições de temperatura dentro da mesma, uma vez que a alface requer para um bom desenvolvimento uma temperatura ótima em faixas inferiores às que normalmente ocorrem nas condições Amazônicas, conforme relata Sanders (1999), além de responder bem a temperaturas noturnas mais baixas. A adaptação de métodos para diminuir a temperatura da solução, como a cobertura do reservatório com palha e o uso de ventures para uma melhor oxigenação da solução e o aterro dos canos, possivelmente contribuíram para melhorar as condições do meio e proporcionar uma maior produtividade das plantas, no cultivo conduzido em Altamira. No entanto, as cultivares Babá- de – verão e Amanda, também foram superiores nas condições de Belém, obtendo ótima produção dentro dos padrões comerciais para o mercado local. Isso demonstra que mesmo entre cultivares adaptadas para cultivo em temperaturas mais altas, os efeitos do ambiente interferem significativamente na manifestação do genótipo. Todavia a diferença significativa do fator cultivar é esperada, pois o comportamento de uma cultivar é função do seu genótipo e da interação genótipo x ambiente (QUEIROGA et al., 2001). Portanto, a interação genótipo x ambiente deve ser considerada no momento da escolha da cultivar ideal para utilização em um determinado local. O menor desempenho para quase todas as características das plantas em Belém (Tabela 08) provavelmente deve-se à diferença das condições de cultivo, e das instalações, tendo favorecido a um maior estresse das plantas, nos períodos mais quentes do dia, o que pode determinar respostas diferenciadas e redução no desenvolvimento e na produção. O menor volume da solução nutritiva no tanque, com capacidade para apenas 1000L de água pode ter interferido nesse resultado, uma vez que quanto maior o volume do reservatório, menor serão as alterações na concentração dos nutrientes na solução e na temperatura (FAQUIN et. al., 1996), já que em Altamira o tanque tem capacidade para 5000L de água. A forma de produção das mudas também pode ter interferido, uma vez que, com o uso da espuma fenólica as raízes são mais preservadas de danos no momento do transplantio, havendo por isso uma adaptação mais rápida. Com isso cabe sugerir que a utilização da espuma fenólica em Altamira e do substrato orgânico à base de caroço de açaí decomposto em Belém, influenciaram nesse resultado, pois a espuma fenólica pode proporcionar um maior sustento para as plântulas dentro dos perfis, melhorando o desenvolvimento do sistema radicular, tornando- o mais viçoso. Por outro lado, o efeito do uso do substrato à base de caroço de açaí fez com que as mudas no momento do transplante tivessem suas raízes lavadas e danificadas no ato desse processo e logo após fossem levadas aos perfis com raízes nuas, para evitar entupimentos no sistema devido á presença de resíduos, fato que pode levar á plântula ao stress, pois a mesma fica desprotegida no interior dos perfis, comprometendo o seu desenvolvimento e qualidade das plantas, ficando as raízes propícias ao ataque de patógenos ((Pythium), logo percebe-se que na fase de produção de mudas, a facilidade que o substrato proporciona no momento da retirada da muda do recipiente é uma propriedade importante a ser observada ao escolher um substrato. Com isso cabe ressaltar que o manejo correto e o tipo de substrato agrícola exercem influência significativa na formação do sistema radicular e consequentemente, podem interferir no estado nutricional das plantas (SPURR e BARNES, 1973) e na produtividade. Notou-se uma queda de produção de até aproximadamente 50% do rendimento com a cultivar Hansom, em Belém quando comparado com Altamira. Esse fato demonstra a maior sensibilidade da cultivar às altas temperaturas e à disponibilidade de oxigênio diluído na solução. De acordo com Yuri (2005) as cultivares americanas têm elevada produção de massa fresca, o que também é relatado por Bernardi e Igue (1973), e autores como Alvarenga (1999) que trabalhando com cultivares americanas, obtiveram massa fresca total de até 1011g por planta de peso fresco, devendo-se considerar que, a obtenção desse nível de produção está altamente dependente da condição climática em que o cultivo ocorre e do ciclo da planta, que pode ultrapassar 80 dias, diferentemente das condições de temperatura mais elevadas, em que o ciclo vegetativo tem seu ótimo cerca de 45 dias após a semeadura. Jackson et al., (1999), relatam que a alface americana requer como temperatura ideal para o desenvolvimento, 23ºC durante o dia e 7ºC à noite, pois temperaturas muito elevadas podem provocar queima das bordas das folhas externas, formar cabeças pouco compactas e também contribuir para a ocorrência de deficiência de cálcio conhecida como “tip- burn”. Essas exigências são amenizadas quando se trabalha com cultivares mais adaptadas às condições de clima quente. Em ambos os locais de cultivo ficaram evidenciados que as cultivares que mais se destacaram para as características Massa da matéria fresca e seca da raiz também foram as cultivares Babá- de – verão e Amanda, (Tabela 08) as quais diferiram significativamente das demais cultivares, fato que demonstra uma relação direta entre produção de massa fresca e seca da planta com o crescimento das raízes, ou seja, o maior desenvolvimento das raízes propicia um melhor rendimento das plantas, no entanto essa afirmação não é verdadeira para a característica comprimento da raiz. Foi percebido que em Altamira, algumas cultivares obtiveram um menor comprimento da raiz, ao contrário de Belém, onde houve uma maior variação do comprimento. Várias hipóteses podem ser levantadas para explicar esse fenômeno: o uso de substratos diferentes para a produção de mudas, a adaptação dos perfis com canos de PVC, indícios de ataque de Phytium no início do desenvolvimento das plantas, os diferentes tamanho de reservatório utilizados nos experimentos, fatores que contribuíram para provocar estresse nas plantas e conseqüentemente deixando um ambiente desfavorável ao sistema radicular em Belém, sugerindo que o ambiente radicular desfavorável estimula o crescimento radicular em comprimento, fazendo com que essa expansão, não seja acompanhada pelas características massa fresca e seca de raízes, como podemos verificar nas cultivares estudadas, onde as raízes mais compridas foram obtidas com as cultivares crespa Itapuã 401 e Hansom, em ambos os locais, porém esse fato não significou o maior volume de raiz, definido pela massa fresca e seca e a melhor produção destas cultivares, sendo um indicativo de que as raízes das plantas se alongam mais em condições menos favoráveis, seja pela diminuição da oxigenação da solução nutritiva ou pelo aumento da temperatura ambiental, situações freqüentes nas condições tropicais, fato que compromete a nutrição mineral e a disponibilidade de nutrientes. Segundo Andriolo (1999), Um sistema radicular abundante e de coloração clara é um indicador visual de um teor adequado de oxigênio. Manejar adequadamente a nutrição mineral das culturas protegidas consiste em manter uma concentração de nutrientes em torno das raízes o mais próximo possível daquela considerada ideal no decorrer de cada um dos estádios de desenvolvimento. Esse objetivo é atingido respeitando-se uma proporção entre os diferentes nutrientes, uma dosagem e uma época de aplicação. Colocam-se, dessa forma, os nutrientes à disposição das raízes. Com isso sugere-se que ocorrerá ramificação maior e mais concentrada, evitando que as raízes tenham a necessidade de expandir. A possível explicação para um menor volume das raízes em Belém, notado através das características massa da matéria fresca e seca das raízes, pode estar relacionada a ausência do substrato para as plantas, após o transplante. A presença do substrato e suas propriedades físicas são de fundamental importância, pois condicionam o crescimento das raízes. Para possibilitar o crescimento e a atividade do sistema radicular de plantas, entre outras propriedades físicas e químicas, um substrato agrícola deve reter água sem diminuir a disponibilidade de oxigênio para as raízes. O oxigênio é indispensável para a respiração das raízes a fim de suprir a energia necessária à absorção dos nutrientes (SALSAC et al., 1987). As características físicas principalmente entre volume de água e ar presentes no substrato, influem na morfologia das raízes adventícias formadas e suas ramificações (BELLÉ, 1990). Sendo assim a espuma fenólica apresenta ótimas características e a sua ausência em Belém, fez com que as raízes das plantas ficassem desprotegidas e no momento em que a circulação da solução nutritiva em sistema NFT, fosse suspensa, as raízes se expandissem, já que não tinha quem retivessem por um período maior de tempo a água e os nutrientes, fato que pode refletir no desenvolvimento da planta, após o transplante. Deve- se levar em consideração também que o uso de canos de PVC adaptados como perfis em Belém apresentam uma maior altura em relação aos próprios para o sistema, o que acarreta um movimento maior da plântula com raiz nua, em virtude da velocidade do vento, prejudicando-a, além de necessitar de um aumento de dias para a realização do transplante para a bancada definitiva ou de crescimento, pois as mudas têm que adquirir um maior tamanho para a execução dessa atividade. Ficou evidenciado que a cultivar Babá- de – Verão proporcionou um maior número de folhas e diâmetro do caule, em ambos os locais, diferindo estatisticamente das demais (Tabela 09). Estes resultados são concordantes em parte com os encontrados por Brito (2000), que observou que a cultivar Babá- de –Verão, produziu maior número de folhas por planta, em relação às demais cultivares avaliadas. O número de folhas por planta (NF) da alface é uma característica bastante interessante, já que aquisição do produto pelo consumidor é feita por unidade e não por peso (MOTA et al., 2001). Esse fato é importante no panorama atual de comércio de alface hidropônica, visto que muitos produtores vêm oferecendo o produto semiprocessado, na forma de folhas destacadas, lavadas e embaladas em bandejas. Com isso, o que importa não é mais a produção da “cabeça” de alface, mas de número e volume de folhas, pois as embalagens são padronizadas por peso. Em contrapartida, deve-se atentar após os 35 DAT, ao risco de pendoamento da planta, depreciando o produto para a venda in natura ( ALFAMA, 2008). Foi verificado relação proporcional entre massa da matéria fresca e o número de folhas para a maioria das cultivares. As cultivares que produziram a maior massa da matéria fresca obtiveram o maior número de folhas em ambos os locais, no entanto a cultivar Mimosa Roxa, apesar de ter apresentado a menor massa fresca, não diferiu estatisticamente das demais em Altamira, para a característica número de folhas, com exceção para a cultivar Babá – de -Verão, fato que pode estar diretamente relacionado ao tamanho das folhas e ao seu formato. Esse resultado é um indicativo de que o fator genético pode interferir nesta relação. Tabela 09- Altura da planta (ALP), Número de folhas (NF), Diâmetro do caule (DIC) das cultivares de alface produzidas em hidroponia, no sistema NFT, em dois locais de cultivo. Belém- PA, UFRA, 2008. Caract. Agronômicas ALP (cm) NF DIC(cm) TRAT ( Altamira) Itapuã 401 40,16 A 18,40 B 1,21 B Babá. Ver. 32, 96 B 34,40A 1,68 A Mimosa Roxa 29,80 C 18,00 B 0,98 C Hansom 29,32 C 17,20 B 1,28 B Amanda 28,72 C 19,20 B 1,28 B CV% 4,51 12,39 9,04 TRAT (Belém) Itapuã 401 43,08 A 13,00 C 0,96 C Babá. Ver. 32,08 B 27,90 A 1,66 A Mimosa Roxa 31,08 B 17,00 B 0,78 D Hansom 30,74 B 13,00 C 1,20 B Amanda 28,00 B 14,80 B 1,06 C CV% 10,26 8,17 8,80 *Médias seguidas por letras maiúsculas iguais na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Duncan. Em relação a característica diâmetro do caule foi verificado que as cultivares Babá- de –Verão e Mimosa Roxa foram as que obtiveram o melhor e pior resultado respectivamente ( Tabela 09), o mesmo aconteceu para a característica massa da matéria fresca, sugerindo com isso alguma relação entre essas duas características, ficando as demais cultivares com resultados intermediários. Todavia não foi verificado relação alguma entre as características diâmetro e comprimento do caule. A característica comprimento do caule (CPC) é uma variável importante para a cultura da alface, pois está diretamente relacionado ao rendimento da matéria prima (YURI et al., 2004). A cultivar crespa Itapuã 401 (Figura 11) obteve o maior comprimento do caule em relação as demais cultivares em ambos os locais de estudos (tabela 08) o que fica evidenciado uma tendência ao estiolamento, sugerindo ainda que esta cultivar tenha uma maior susceptibilidade ao pendoamento precoce ou até mesmo uma maior exigência por luz em relação as demais cultivares. Essa característica não foi acompanhada pelo maior rendimento na produção de folhas, comprovando que houve um maior estiolamento da cultivar em relação às demais. Foi verificado que em Altamira as cultivares tiveram tendência à ter uma maior altura do caule, principalmente as cultivares Itapuã 401, Babá –de –Verão e Amanda. Esse acontecimento pode estar relacionado com o uso do sombrite e do maior desenvolvimento das plantas, partindo do pressuposto de que foi gerada uma competição por luz entre as plantas, em virtude do maior crescimento, já que o espaçamento neste caso era superior ao utilizado em Belém. No entanto a posição da estufa também deve ser levada em consideração, uma vez que pode interferir na entrada de luz no interior da casa de vegetação refletindo no maior comprimento do caule, provocando um estiolamento nas plantas. Resende (2004) relata que caules até 6,0 cm são os mais adequados, sendo aceitáveis até o patamar de 9,0 cm e inaceitáveis ou menos recomendados para comercialização aqueles acima desse valor. Sendo assim as únicas cultivares que estão dentro desse parâmetro são as cultivares Mimosa Roxa e a Hansom. Entretanto, essa afirmativa deve ser vista com reserva uma vez que as cultivares apresentam características de crescimento diferenciadas, sendo para várias delas o caule bem maior do que o indicado pelo autor. Segundo Pôrto (2006), nas cultivares crespas soltas, o tamanho maior do caule poderá favorecer a uma maior produção de folhas, levando-se em consideração que, quanto maior o comprimento, maior será a quantidade de folhas inseridas. Seguindo esse raciocínio, pode–se inferir que essa afirmação pode não ser verdadeira, pois o número de folhas inseridas nas plantas não é totalmente dependente do tamanho da altura do caule, já que muitas vezes se tem um caule comprido, internós longos com números de folhas reduzidos, como exemplo temos a cultivar Itapuã 401, a qual apesar de ter apresentado o maior comprimento do caule, não teve o maior número de folha. A cultivar Mimosa Roxa é naturalmente de constituição menor, devido a sua genética. No entanto apresentou o menor tamanho do caule, inferindo que, locais onde o calor é excessivo, uma característica importante é a resistência ao pendoamento. Neste aspecto, no ato da colheita observou-se que esta cultivar, juntamente com a Hansom destacaram-se para esta característica. Os resultados também mostraram que o ambiente de desenvolvimento das plantas também interfere no crescimento do caule, contribuindo para tal a redução da radiação disponível, seja por competição entre plantas ou por uso de mecanismos de sombreamento. Figura 11: Cultivar Itapuã em comparação à cultivar Amanda . A cultivar crespa Itapuã 401, apresentou a maior altura da planta (Figura 12), diferindo significativamente das demais cultivares (Tabela 09), o que está de acordo com a característica comprimento do caule. A cultivar Amanda obteve a menor altura, no entanto apresentou o melhor rendimento ao lado da cultivar Babá- de- Verão. Através desses resultados pode-se sugerir que a altura não é uma variável de confiança para retratar a produção, pois podem ocorrer plantas altas, devido ao estiolamento em função da maior exigência por luz pela cultivar ou pelo próprio pendoamento precoce, apresentando uma produtividade reduzida, também o tamanho das folhas irá influenciar nessa característica uma vez que tal característica foi obtida considerando a altura alcançada pelas folhas. Portanto a arquitetura da planta interferiu nessa característica. A B Figura 12: Cultivar Itapuã 401 em comparação à cultivar Amanda ( A) e Mimosa Roxa ( B). 4.2. ANÁLISE DO TEOR DE NITRATO NAS FOLHAS Ficou evidenciado diferença significativa e independente entre os fatores cultivares e horário de colheita, não havendo interação em ambos os locais de estudo Verifica-se que os teores de nitrato observados nas folhas das cultivares de alface no presente trabalho (Tabela 10 e 11)) são inferiores aos observados por diversos autores para alface produzida com adubação mineral e orgânica (PEREIRA et al., 1989; CASTRO e FERRAZ JÚNIOR, 1998; BENINNI et al., 2002; KROHN et al., 2003; COMETTI et al., 2004; MANTOVANI et al., 2005), o que pode ser atribuído às condições em que a pesquisa foi conduzida, como elevada intensidade luminosa, temperatura e horário de coleta, além do tempo de circulação da solução nutritiva no período noturno, sistema de cultivo, fatores que contribuem para reduzir o acúmulo de nitrato pelas plantas (MARSCHNER, 1995; FAQUIN et al., 1996; MENGEL E KIRKBY, 2001; KROHN et al., 2003; FAQUIN e ANDRADE, 2004; TAIZ e ZEIGER, 2004). As concentrações de NO-3 observadas para as cinco cultivares atingiram o valor máximo de 363,66 mg/kg de matéria fresca. Esse valor foi obtido pela cultivar Mimosa Roxa em Altamira (Tabela 10), valores que estão muito abaixo dos obtidos por Delistoianov (1997), e correspondente á aproximadamente apenas 10% dos limites máximos de 3.000 à 4.000 mg/kg tolerados na Europa (BENOIT e CEUSTERMANS, 1989). Tal cultivar acumulou 5,05%, 5,74%, 27,65%, 40,44% a mais de nitrato em relação às cultivares Babá- de- Verão, Hansom, Itapuã 401, Amanda respectivamente, valores que podem vir a ser bastante significativos e expressivos se estas cultivares forem produzidas em condições mais propícias ao acúmulo de nitrato. Não foi observada relação direta entre os teores de nitrato com as características agronômicas avaliadas, uma vez que a cultivar mais potencialmente acumuladora de nitrato, cv. Mimosa Roxa, não obteve a maior produtividade. O mesmo acontece com a cultivar Amanda a qual obteve um dos maiores rendimentos, perdendo apenas para a cv. Babá- de –Verão, no entanto foi a cultivar com menor potencial para acumular o nitrato ao lado da cultivar Itapuã.. Tabela 10- Valor médio do teor de nitrato da matéria fresca, em cultivares de alface produzidas em hidroponia, em Altamira (A) e Belém (B), colhidas em dois horários distintos. Belém (PA), UFRA, 2008. NO3-.mg/kg Mat fresca CULTIVARES Altamira Belém Mimosa Roxa 344,06 A 336,69 A Babá Ver. 332,78 A 313,51 A Hansom 321,32 A 320,28 A Amanda 252,68 B 200,50 C Itapuã 204,93 C 239,82 B HORÁRIO DE COLHEITA 7:00 275,70 B 279,66 A 17:00 306,61 A 284,66 A CV% 7,87 6,61 *Médias seguidas por letras maiúsculas iguais na coluna, não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.. Assim pode-se inferir que os maiores teores de nitrato não induziram a uma maior produção. Sabendo que o teor de nitrato diminui com a idade da planta (FAQUIN, 1994) e que as cultivares foram analisadas aos 55 dias após a semeadura, sugere-se que as cultivares que apresentam ciclo mais longo (americana e lisa) tendem a apresentar um maior teor de nitrato se colhidas na mesma época daquelas com ciclo mais curto, conforme o ocorrido no presente trabalho, onde a cultivar lisa ( Babá- de – Verão) e crespa repolhuda ( Hansom), obtiveram teor de nitrato mais elevados, ficando abaixo somente da cultivar Mimosa Roxa. Alfama (2008), analisando três cultivares de alface, pertencentes a grupos distintos, constatou que a marcha de absorção de N nas cultivares, em geral, demonstrou que a demanda por este nutriente normalmente é feita em doses elevadas, em média com valores acima dos 43 g/kg de planta, sendo que geralmente aos 14 DAT e 21 DAT as cultivares em geral extraem maiores teores deste elemento das soluções nutritivas, mantendo um decréscimo na absorção a partir dos 28 DAT, prolongados até ao final do ciclo e que as cultivres lisa (Regina) e crespa repolhuda (Kaiser), demonstraram ter em cada período da análise, absorvido em média igual teor de N, superando em 11,91% a média encontrada para a cv. Crespa Verónica. O referido autor justifica o ocorrido devido ao ciclo mais longo destas cultivares, ressaltando que as maiores necessidades deste elemento pelas plantas, ocorre nos períodos de estabelecimento de crescimento (7, 14 e 21 DAT). À partir dos 28 DAT, a tendência da planta é acumular o nitrogênio, o que pode refletir conseqüentemente no acúmulo de nitrato. Foi observado que em Altamira quando se realizou a colheita pela tarde houve um acréscimo de 10,10 % no teor de nitrato, já em Belém esse valor teve um incremento de apenas 1,75% para o mesmo horário de colheita, em relação à colheita realizada pela manhã (Tabela 10). Por outro lado foi percebido que em Altamira, o teor de nitrato foi 7,15% maior pela tarde em ralação à Belém, entretanto a colheita realizada pela manhã fez decrescer esse valor para apenas 1,41% (Tabela 10). Esse resultado se deve possivelmente, pela presença de sombrite em Altamira e sua ausência em Belém, além da posição da casa de vegetação que pode ou não ter influenciado na entrada de luz, não se esquecendo da maior competição por luz pelas plantas, em virtude do maior crescimento das mesmas, em Altamira, já que a quantidade de adubo e as fontes nitrogenadas em ambos os locais foram idênticos. Cabe ressaltar que não obstante a importância do fator genético, a disponibilidade de N no meio de cultivo (COELHO, 2002) e a radiação solar (GRAZIA et al., 2001), têm sido os dois dos principais componentes ambientais com maior interferência sobre o acúmulo de nitrato Sady et al., (1995) e Abd-Elmoniem et al., (1996) relataram que folhas de alface apresentam menor acúmulo de nitrato com o fornecimento de N na forma de NH4+ e NO3- , quando comparadas àquelas de nutrição exclusiva com N- NO3-, pois com o aumento do fornecimento de N na forma de NO3-, a capacidade de redução do nitrato nas raízes torna-se um fator limitante e há uma aumento da proporção de N-total translocado para a parte aérea na forma de NO3(MARSCHNER, 1995). Verifica-se ainda, que mesmo os mais elevados teores de NO-3 obtidos para as cultivares Mimosa Roxa e a americana Hansom nas folhas, estão aquém dos níveis permitidos pela União Européia para alface, onde o limite máximo estabelecido é de 3500 à 4500 mg/ kg na massa fresca (VAN DER BOON et al., 1990). Verifica-se que os valores obtidos para o acúmulo de nitrato não fornecem, para ambos os locais estudados, nenhum risco a saúde humana. Cavarianni et al., (2000) também avaliando cultivares de alface, encontraram valores (mg/kg de N-NO3- de massa seca) de 1545 à 1963 para à alface lisa, de 1242 à 1536 para as crespas e de 1030 à 1965 para a do tipo americana.Percebe-se dessa forma que as alfaces do grupo lisa e crespa repolhuda tem uma tendência à acumular maiores teores de nitrato em relação às crespas, como também ficou evidenciado nesse trabalho, com exceção da cultivar Mimosa Roxa, sendo as cultivares Babá- de- Verão e Hansom as que obtiveram os mais altos valores. Trabalhos realizados por Montavani et al., (2002), avaliando cinco cultivares de alface (grupo americana, crespa e lisa) e diferentes doses de nitrogênio em vaso, observaram maior acúmulo de nitrato em alfaces do grupo americana. Behs e Wiebe (1992) e Blom- Zandstra (1985) afirmam que com a maior incidência de radiação solar ocorre menor acúmulo de nitrato nas folhas. Desta forma quando se trata de alface tipo americana (caso da Hansom) devido a sua morfologia, as folhas recebem diferentes quantidades de radiação, ou seja, as folhas mais jovens se encontram totalmente envolvidas pelas folhas maturas e recém- maturas, o que impedem que as mesmas recebam insolação direta (KROHN et al., 2003) .No entanto nas nossas condições esse pode ser um fator de pouca preocupação quando se trabalha com alface tipo americana, já que as altas temperaturas impedem a “formação da cabeça “ de tais cultivares. Silva (2006) trabalhando com diferentes grupos de cultivares em hidroponia, constatou que cultivares americanas como a kaiser não formam cabeça nas condições de Altamira- PA, apresentando folhas abertas e vistosas já as cultivares Manara e Rafaela ( Figura 13) menos adaptadas às condições, têm suas cabeças deformadas em tais condições, comprometendo ou impedindo a sua comercialização. Fato semelhante aconteceu com a cultivar Hansom nesse trabalho (Figura 14), já que a mesma também não formou cabeça bem definida, o que não compromete o maior acúmulo de nitrato para tal cultivar ou grupo, já que as folhas costumam ficar expostas à radiação solar ou simplesmente ficar inválida para o consumo. A B Figura 13. Exemplos do comportamento de cultivares americanas (cv. Manara (A) e Rafaela (B)) na região, apresentando suas “cabeças” deformadas. Figura 14- Cultivar americana Hansom, sem formação da “cabeça”. A cultivar Babá de Verão foi a segunda a acumular o maior teor de nitrato, ficando abaixo somente da Mimosa Roxa. Esse fato pode estar relacionado ao maior número de folhas obtidos pela cultivar, pois de acordo com Cavarianni et al., (2008), a maior participação da massa de nervuras e pecíolos na massa fresca da parte aérea podem influenciar no acúmulo de nitrato, uma vez que segundo Maynard et al., (1976) tecidos como pecíolos apresentam maior capacidade de acumular nitrato do que o limbo foliar.Cultivares que apresentam nervuras mais destacadas, segundo Wright e Davison (1964), possuem um maior acúmulo de nitrato, pois as nervuras possuem mais nitrato que o limbo foliar. Ramos (2003), avaliando o comportamento de cultivares de alface em vários sistemas de cultivo, encontrou maior concentração de nitrato com a cultivar Mimosa (720,10 mg/kg) quando produzida em sistema hidropônico, resultados semelhantes aos obtidos nesse trabalho. Segundo Delistoainov (1997), uma das alternativas para se reduzir o teor de nitrato na alimentação, seria o uso de cultivares que apresentem o menor potencial genético para o acúmulo. Cometti et al., (2004) encontraram maiores teores de nitrato no caule quando avaliaram diferentes sistemas de cultivos (orgânico, convencional e hidropônico), observação importante, já que as folhas são o compartimento de maior importância, pois é a parte que vai ser consumida. A diferença de resposta das cultivares aos tratamentos a que foram submetidas em ambos os locais de cultivo, evidencia a influência do fator genético sobre o acúmulo de nitrato, como também observado por Reinink e Groenwold (1987), testando 156 genótipos de alface obtiveram uma amplitude de 1,3 à 4,1 g /kg de nitrato na massa fresca. O fator ambiental, tipo de cultura, forma de manejo e de instalação da cultura também devem ser levados em consideração no que diz respeito ao acúmulo de nitrato. Cavarianni et al.(2006), trabalhando com espaçamentos diferentes e efeitos da adubação nitrogenada na cultura do repolho, encontraram uma média geral de 124,74mg/kg de nitrato na matéria fresca, concluindo que os fatores não influenciaram no acúmulo de nitrato. No entanto Corrati et al. (2006), trabalhando com Almeirão observaram o teor de nitrato aumenta em sistema hidropônico, diminuindo com o aumento do espaçamento, e que a cultivar Catanhola apresentou o maior acúmulo de nitrato (3212,10mg/kg) diferindo significativamente da cultivar Pão de Açúcar (2765,50mg/kg), sendo estatisticamente igual á cultivar Folha Larga (3180,30 mg/kg) em sistema hidropônico, o que demonstra mais uma vez a importância do fator genético e do efeito de espaçamento entre as plantas, pois com o aumento do mesmo faz com que as folhas recebam maior luminosidade, não sofrendo efeitos de alto sombreamento. Modin (1996) e Sousa Júnior (1997) afirmam que a intensidade luminosa está entre os fatores de maior importância no que se refere ao acúmulo de nitrato. Quanto aos horários de colheita às 7;00 da manhã verificou-se menor teor de nitrato em relação as colheitas realizadas ás 17:00 em ambos os locais de cultivo. Sugere-se que os maiores teores de nitrato apresentado nas colheitas da tarde podem estar relacionadas às condições climáticas apresentadas no dia da colheita. O dia nublado proporcionou nebulosidade, que segundo Graifenberg et al. (1990) e Costa et al. (2001) é um dos principais fatores que atuam para elevar o teor de nitrato. Períodos com alta luminosidade fazem com que a planta apresente maior atividade fotossintética, o que eleva a produção de NADH (cofator da redutase do nitrato) e maior quantidade de nitrato é reduzida à amônio (FERRI, 1985). No inverno, se houver alta disponibilidade de N associada à alta nebulosidade com baixa fotossíntese, o nitrato se acumula no vacúolo da célula e pode atingir níveis elevados (BLOM- ZANDSTRA e LAMPE, 1985). Sugere-se que as altas temperaturas do ar no dia da colheita também pode ter influenciado esse resultado, uma vez que é comum na região, no período chuvoso dias quentes, com intervalos de chuvas que acabam reduzindo a radiação solar, necessitando portando de um equilíbrio entre temperatura e luminosidade, no ambiente, pois segundo Crocomo (1979), temperaturas de 25 à 35 ºC provocam diminuição da atividade da enzima redutase do nitrato, sendo que a intensidade de sua inibição aumenta com o aumento da temperatura de 35ºC para 45ºC. Maynard et al., (1976), em sua ampla revisão sobre acúmulo de nitrato, citam relatos de outros pesquisadores que observaram redução da atividade da redutase do nitrato em temperaturas acima de 30ºC, entretanto segundo Pereira Neto (1992), a temperatura que propicia máxima atividade da enzima redutase do nitrato é variável segundo a espécie sendo encontrados na literatura valores que variam de 32 ºC para sorgo e até 40ºC para abacaxizeiro (NIEVOLA E MACIER, 2001). No entanto todos os autores relatam queda brusca na atividade da enzima após estes picos. Resultados semelhantes foram encontrados por Cavarianni et al. (2008), trabalhando com cultivares de rúcula os quais concluíram que a cultivar Selvática mostrou-se potencialmente maior acumuladora de nitrato do que a folha Larga e a Cultivada e que na colheita realizada às 7:00 os teores de nitrato foram inferiores aos observados em colheitas realizadas às 12 e 17h. Santamaria et al.(2001), baseados nos resultados de Ventrella et al. (2003), citam que existe uma interessante interação entre temperatura e luminosidade em rúcula, pois quando submetidas a um aumento de temperatura, houve um aumento no acúmulo de nitrato. No entanto, esse efeito é mais expressivo sob menor intensidade luminosa. Salienta-se que um outro fator que pode ter contribuído para que o teor de nitrato fosse maior na colheita realizada pela tarde foi o maior número de circulação da solução nutritiva no período diurno o que promoveu um incremento na absorção do nitrogênio em relação ao período noturno entre 19:00 e 7:00, em que a solução foi circulada de forma intermitente, 2 à 3 vezes, por 15 minutos, conforme relatado por Ohse (2004), comparando sistemas hidropônicos com fornecimento constante de solução nutritiva e sistemas intermitentes onde se realiza circulações de 4 em 4 horas no período noturno, o qual afirma que esta diferença na disponibilidade de nutrientes, no período diurno, em função do manejo dado à hidroponia, é a responsável pela menor absorção de nitrato em hortaliças folhosas, não se esperando dessa forma acúmulo significativo. Cavarianni et al., (2005), trabalhando com cultivares de rúcula, encontrou resultados inferiores de nitrato na colheita realizada às 8:00 (2868,99 mg/kg) em relação as colheitas realizadas às 12:00 (3490,90 mg/kg) e 17:00 (3318,62 mg/kg NO3 na matéria fresca, corroborando com os resultados encontrados nessa pesquisa. No entanto Kroen et al, (2003), realizando coleta de alface americana (cv.Lucy Brown) em sistema convencional em quatro horários (0, 6, 12 e 18 horas), observam-se médias menores às 12 e 18 horas e maiores às 6 horas e 0 hora ( 1733, 1875, 2496, 2374 mg/kg de massa seca) respectivamente, fato semelhante foi observado por Cardenás – Navarro et al., (1999) e Carrasco e Burrage (1992). Por outro lado Cavarianni et al., (2005), coletando quatro cultivares de Almeirão às 5 e 17 horas encontraram maior teor de nitrato às 17 horas. A diferença encontrada entre as pesquisas vem reforçar a importância do estudo do nitrato sob diferentes condições de cultivo e a forte interação que existe entre genótipo e ambiente. 5.0 CONCLUSÃO • As condições de cultivo e o manejo utilizado interferem no comportamento e na produtividade das cultivares de alface na região. • As cultivares Amanda e Babá- de – verão apresentaram-se mais adaptadas as condições da região em ambos os locais de estudo. • As variáveis agronômicas altura da planta e comprimento da raiz não são variáveis de confiança, para determinar o melhor rendimento. • A cultivar Mimosa Roxa apresentou o maior acúmulo de nitrato em ambos os locais de cultivo e horário de colheita. • O horário de colheita dependendo do ambiente de cultivo, pode influenciar o teor de nitrato. • No período noturno não houve acúmulo de nitrato na alface hidropônica, mas sim uma diminuição no seu teor, em ambos os locais. • As condições de cultivo, horário de colheita, o fator genético, bem como o manejo adotado, influenciam no acúmulo de nitrato em alface hidropônica, nas condições da região. • A colheita da alface hidropônica em ambos os locais pode ser feita a qualquer hora do dia, não comprometendo, portanto, sua qualidade. 6.0. BIBLIOGRAFIA ALFAMA, P.J.B.C. da. Avaliação de cultivares de alface hidropônica, em duas concentrações de soluções nutritivas, no trópico úmido, com ênfase na extração de nutrientes. Dissertação de mestrado. Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA, Belém. 2008. 117p. AGRIANUAL 2006: Anuário estatístico da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2006. ALBERONI, R. B. Hidroponia. Como instalar e manejar o plantio de hortaliças dispensando o uso do solo – Alface, Rabanete, Rúcula, Almeirão, Chicória, Agrião. São Paulo: Nobel, 1998. 102p. ALVARENGA, M.A.R. Crescimento, teor e acúmulo de nutrientes em alface americana (Lactuca sativa L.) sob doses de nitrogênio aplicadas no solo e níveis de cálcio aplicados via foliar. Tese (doutorado em fitotecnia)- Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1999.117p. ANDRIOLO, J.L. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria: UFSM, 1999. 142p. ANDRIOLO, J. L. Olericultura geral. Santa Maria: UFSM, 2002. 158 p. BARROS, A. P.; ALVES, J. E.; SILVA, J. N. P.; Situação e perspectiva da cadeia produtiva da alface hidropónica (Lactuca sativa) no Estado do Pará. Monografia. (Especialização em Agricultura Integrada na Amazônia) FCAP. 2001.27p. BELLÉ, S.1990. Uso da Turfa “Lagoa dos patos (Viamão/RS) como substrato hortícola. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)- Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.143p. BERNARDES, L. J. L. Hidroponia. Alface Uma História de Sucesso. Charqueada: Estação Experimental de Hidroponia “Alface e Cia”, 1997. 120p. BERNARDES, L.J.L. A produção de vegetais no sistema de cultivo sem solo. Piracicaba, Hidropomanias & Cia., Número 2, 1996. BERNARDI, J.B.; IGUE, T. Comportamento de cultivares de alface na região de campinas. VI. Cultura de setembro à novembro de 1972. Revista de Olericultura: Campinas, v,13,p.2931,1973. BENINNI, E.R.Y.; TAKAHASHI, H.W.; NEVES,C.S.V.J.; FONSECA,I.C.B. Teor de nitrato em alface cultivada em sistemas hidropônico e convencional. Horticultura Brasileira, Brasília ,v.20, n.2, 2002. p. 183-186.. BEZERRA NETO, F.; ROCHA, R.H.C.; ROCHA, R.C.C.; NEGREIROS, M.Z.; LEITÃO, M.M .V.B.R.; NUNES.G.H.S.; ESPÍNOLA SOBRINHO, J.; QUEIROGA, R .C.L.F. Sombreamento para a produção de mudas de alface em alta temperatura e ampla luminosidade. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.1, 2005. p. 133-137. BIAZZI, E. S. Saúde pelas plantas, 6 ed. Editora CASA, 1995. Tatuí-SP BLISKA JUNIOR., A.; HONÓRIO, S.L. Hidroponia. Campinas, UNICAMP, (Cartilha Tecnológica). 2002.51p. BLISKA JUNIOR., A.; HONÓRIO, S.L. Hidroponia. Campinas, UNICAMP, (Cartilha Tecnológica). 4 ed. Dez. 2003.31p. BLOM- ZANDSTRAG; LAMPE JEM. The Role of nitrate im the osmoegulation of lettuce. (Lactuca sativa. L ) growm at different light intensities. Journal of Experimental Botany 36:1043-1052.1985. BLOM- ZANDSTRA, M.1989. Nitrate accumulation in vegetable its relationship to quality. Annals of Applied Biology 115: 553-561.1989. BOINK, A.; SPEIJER S. A. G. Health effect of nitrates and nitrites, a review. Acta horticulturae. 2001.563p BONNECARRÈRE, R.A.G.; SCHIMIDT, D.; MANFRON, P.A. ; SANTOS, O.S. Teores de nitrato em plantas hidropônicas de alface em função de cultivares e soluções nutritivas. In: CONGRESSO BRESILEIRO DE OLERICULTURA, 40, 2000, São Pedro, Anais..., Associação Brasileira de Horticultura, v.18,p.286-287.2000. BRANCO, R.B.F. Avaliação de cultivares e épocas de cultivo de alface nas condições de solo e hidroponia, em ambiente protegido. Dissertação (mestrado)-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2001.80p. BRITO, JR.2000. Avaliação de cultivares de alface em Mossoró- RN. Mossoró: ESAM, (Monografia graduação). 2000.23p BRUNINI, O.; LISBÃO, R.S.; BERNARDINI, J.B.; FORNASIER, J.B.; PEDRO JÚNIOR, M.J.; Temperaturas básicas para alface, cultivar White Boston, em sistemas de unidades térmicas. Bragantina: Campinas, v.19, n.35,p,213-219,1976. CARDOSO, F. Alface atinge limite de excelência. Frutas e Legumes, São Paulo, v.1, n.6, p.7-11, 2000. CARDOSO, M.O.; LOURENÇO, J.N.P. 1990. Produtividade de alface (Lactuca sativa) sob cobertura plástica e a céu aberto, no período chuvoso de Manaus. Embrapa/Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Ocidental, Manaus. (Pesquisa em Andamento, 4). CARDENÀS-NAVARRO, R.; ADAMOWICZ,S.; ROBIN,P. Nitrate accumulation in plants: a role for water. Journal of ExperimentalmBotani, v.50,n.334,p.613-624.1999. CARMELLO, Q.A. C. Cultivo hidropônico de plantas. Piracicaba: ESALQ, 1997.27p CARRASCO, G.A. BURRAGE, S.W. Diurnal fluctuations in nitrate accumulation and reductase activity in lettuce ( lactuca sativa L.) growm using Nitrient Film Technique. Acta Horticulturae, Wageningen, v.323, p.51-59.1992. CASTELLANE, P.D.; ARAÚJO, J.A.C. Cultivo sem solo: hidroponia. Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 1994. 43p. CASTRO, S.R.P.; FERRAZ JUNIOR, A.S.L. Teores de nitrato nas folhas e produção de alface cultivada com diferentes fontes de nitrogênio. Horticultura Brasileira, Brasília, v.16, n.1, p. 65-8. 1998. CÁSSERES, E. Producción de hortalizas. São José: Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, 1980. 387p. CASTELLANE, P. D.; ARAUJO, J. A. C. Cultivo sem solo – hidroponia. 2ª ed. Jaboticabal: Funep, 1995. 43p. CAVARIANNI, R.L.; CECÍLIO FILHO, A.B; COELHO, R.L.; CAZETA, J.O. Teor de nitrato em cultivares de almeirão, cultivados em hidroponia, em função do horário de colheita. Científica, Jaboticabal, v.33, p.50-56, 2005. CAVARIANNI, R.L.; CAZETTA, J.O.; MAY, A.; BARBOSA, J.C.; CECÍLIO FILHO, A.B. Acúmulo de nitrato em cultivares de alface, cultivadas no inverno, em função do ambiente de cultivo. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18. Suplemento, p. 322-3. 2000 a. CAVARIANNI, R.L.; CAZETTA, J.O.; MAY, A.; BARBOSA, J.C.; CECÍLIO FILHO, A.B. Acúmulo de nitrato em cultivares de alface, cultivadas na primavera, em função do ambiente de cultivo. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18. Suplemento, p. 324-5. 2000 b. CAVARIANNI, R.L.; CAZETTA, J.O.; MAY, A.; BARBOSA, J.C.; CECÍLIO FILHO, A.B. Corradi, M.M. Concentrações de nitrogênio na solução nutritiva e horário de colheita no teor de nitrato em rúcula. Revista Caatinga, v.21, n.5,p.44-49.2008. CAVARIANNI, R.L.; CECÍLIO FILHO, A.B.; CORRADI, M.M.; CAZETTA, J.O. Teor de nitrato em repolho, em função do espaçamento e adubação nitrogenada. Anais, In: 46º Congresso Brasileiro de Olericultura. 2006. CERMEÑO, Z. S. Veinte cultivos de hortalizas en invernadero. Sevilla: 1996. 639p. COELHO, R.L. Acúmulo de nitrato e produtividade de cultivares de almeirão em cultivo hidropônico- NFT. Dissertação (Mestrado em produção Vegetal)- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002.67p. COMETTI, N.N. Nutrição Mineral da Alface (Lactuca sativa L.) em Cultura Hidropônica - Sistema NFT. Tese (Ph.D. em Nutrição de Plantas) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica.2003. COMETTI, N.N.; MATIAS, G.C.S. ; ZONTA, E.; MARY, W.; FERNANDES, M.S. Compostos nitrogenados e açúcares solúveis em tecido de alface orgânica, hidropônica e convencional. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n. 4, p.748- 753, 2004. COMETTI N.N.; CONTI, J.H. Caracterização de cultivares de alface (Lactuca sativa L) adaptadas aos cultivos de inverno e verão. (tese mestrado)- ESALQ, Piracicaba. 1994.117p. COMETTI N.N.; MATIAS, G.C.S.; ZONTA,E..; MARY, W.; FERNANDES, M.S.;.Efeito da concentração da solução nutritiva no crescimento da alface em cultivo hidropônicosistema NFT. Horticultura Brasileira, Brasília, v.26, p. 262-267, 2008. CONTI, J.H. Caracterização de cultivares de alface (Lactuca sativa L.) adaptadas aos cultivos de inverno e verão. 1994. 103 f. Dissertação (mestrado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1994. CORRADI, M.M.; CECÍLIO FILHO, A.B.; CAVARIANNI, R.L.; CAZETA, J.O.; PIMENTA, V.M. Teor de nitrato em almeirão, em função da cultivar e densidade de plantio, em cultivo no solo e em hidroponia. Anais, CBO, 2006. CORTEZ, G.E.P. Cultivo de alface em hidroponia associado à criação de peixes. Tese (doutorado) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1999.75p. CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; MORETI, C.L. 2002. Resfriamento de frutas e hortaliça.s Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, p. 17-35.2002. COSTA, C.P.; SALA, F.C. A evolução da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.1, 2005 (Artigo de capa). COSTA, J. R. DA; A Hidroponia e sua implantação no Trópico Úmido. Belém: Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, 1996. 47p. Monografia (Especialização em Horticultura) FCAP, 1996.47p. COSTA, C.P. Olericultura brasileira: Passado, presente e futuro. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, suplemento, p.7-14, 2000. CROCOMO, O.J. 1979. Assimilação do nitrogênio pela planta. In : Ferri, M.G. Fisiologia Vegetal, São Paulo: E.P.U, v.1, p.181-209.1979. DELÚ- FILHO, N.; OLIVEIRA, L.E.M.; ALVES.J.D. Atividade da redutase do nitrato em plantas jovens de seringueira (Hevea brasiliensis Muell .Arg): Otimização das condições de ensaio e ritmo circadiano. Revista árvore, Viçosa, v.2,. n.3, p. 329-336, 1997. DECHEN, A. R.; HAAG, H. P.; CARMELLO, Q. A. C. Funções dos micronutrientes nas plantas. In: FERREIRA, M. E.; CRUZ, M. C. P. (Ed.). Micronutrientes na agricultura. Piracicaba: Potafos-CNPq. cap. 3, p.65-78.1991. DELISTOIANOV, F. Produção, teores de nitrato e capacidade de rebrota de cultivares de alface, sob estufa, em hidroponia e solo, no verão e outono. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1997.76p. ESCOÍN- PENA, M.C.; IBANEZ, M.A.C.; SANTAMARTA.A.A.; LAZARO, R.C.; Contenido de nitrato en lechugas y espinacas frescas. Alimentaria, Madrid, n.298, p. 37-41, 1998. FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A. NACHTGAL, J.C. Propagacão de plantas frutíferas de clima temperado. Pelotas, UFPEL.179p. FAQUIN, V.; ANDRADE, A.T.; Nutrição mineral e diagnose do estado nutricional de hortaliças. Lavras: UFLA/ FAEPE, 2004. 88p. FAQUIN, V. Nutrição Mineral de Plantas. Lavras, UFLA/FAEPE, 1994.227 p. FAQUIN, V.; FURTINI NETO, A.E.; VILELA, L.A.A. Produção de alface em hidroponia. Lavras: UFLA, 1996. 50p. FAQUIN, V.; MARQUES, E.S.; SANTOS, H.S.; DUBOC, E. Crescimento e concentração de nitrato em alface sob influência da relação NO3-:NH4+ e cloro na solução nutritiva e do horário de colheita. In: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 21, Petrolina. Anais. Petrolina, SBCS, p. 152-153.1994. FAQUIN, V.; FURLANI, P.R. Cultivo de hortaliças de folhas em hidroponia em ambiente protegido. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.20, n.200/201, p.99-104, 1999. FEIJIN, A.; PRESSMAN, E.; IMAS, P.; MILTAU, O. Combined effects of KNO3 and salinity on yield and chemical composition of lettuce and chinese cabbage. Irrigation Science, Berlim, v. 12, p. 223-230, 1991. FERNANDES, A.A.; MARTINEZ,H.E.P.; PEREIRA,P.R.G.; FONSECA, M.C.M. Produtividade acúmulo de nitrato e estado nutricional de cultivares de alface em hidroponia, em função de fontes de nutrientes. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20,n.2,p.195-200, 2002. FERRI, M.G.; Fisiologia Vegetal. São Paulo: EPV. p.181-209.1985 FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: editora Ceres. 2003. 412p. FREITAS LUZ, F.J. Avaliação de cultivares de alface de folhas crespas e alternativas de adubação para o cerrado de Roraima. Embrapa/UEPAE, Boa Vista. (Comunicado Técnico, 1).1990. FURLANI, A.C.M.; FURLANI, P, R.; BATAGLIA, O.C.; HIROCE, R.; GALLO, J.R. Composição mineral de diversas hortaliças. Bragantia, Campinas.v.37 n.5 p 33-44, 1978. FURLANI, P.R. Cultivo de alface pela técnica de hidroponia NFT. Campinas Instituto Agronômico, 1995.18p. (Documentos IAC, 55). FURLANI, P. R., SILVEIRA, L. C. P.; BOLONHEZI, D.; FAQUIM, V. Cultivo hidropônico de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. 52p. FURLANI, P. R. Instrução para o cultivo de hortaliças folhosas pela técnica de hidroponia. Campinas:IAC/NFT, 1997.30p. GENÚNCIO G.C; MAJEROWICZ.; ZONTA E.; SANTOS A.M.; GRACIA D.; AHMED C.R.M.; SILVA M.G. 2006. Crescimento e produtividade do tomateiro em cultivo hidropônico NFT em função da concentração iônica da solução nutritiva. Horticultura brasileira, v. 24, p.175-179. 2006. GLOBO RURAL “digital”, “Plasticultura um desafio amazónico”. Disponível em <http://www.globoruralon.com.br>. Acesso em Jun. 2008. GOTO, R. A cultura de alface. In: Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: editora Unesp, v.1, p.137- 159.1998. GRAIFENBERG, A.; TEMPERINI, O.; RUFINI.; PAPALINI, P.; GIUSTINIANI,L.; DIPAOLA, M.L. L’ Accumulo dei nitrati nella lattuga. L’informatore Agrário. Roma, v.3, p.43-46, 1990. GRAIFENBERG, A.; BORSANTI,L.; TEMPERINI, O. La problematica dei nitrati. L’ Informatore Agrario, Roma, v.6, p.43-8, 1993. GRAZIA, J.; TITTONELL, P.A.; CHIESA, A. Acumulacion de nitratos em lechugas de hojas sueltas cultivadas bajo diferentes condiciones ambientales. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 41, Brasília, Anais…, Associação Brasileira de Olericultura, v.21, n.2,CD ROOM..2001. GUALBERTO, R.; OLIVEIRA, P.S.R.; GUIMARÃES, A.M. Adaptabilidade e estabilidade fenotípica de diversas cultivares de alface do grupo crespa, em cultivo hidropônico. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, julho, 2002. Suplemento 2. GUALBERTO, R.; RESENDE, F.V.; BRAZ, L.T. Competição de cultivares de alface sob cultivo hidropônico ‘NFT’ em três diferentes espaçamentos. Horticultura Brasileira, Brasília, v.17, n.2, p. 155-158, 1999. GUALBERTO, V.N. Crescimento e absorção de nutrientes pela alface cultivada em fluxo laminar de solução. Piracicaba: ESALQ, 1996.85p. (Dissertação de mestrado). GUSMÃO, S.A.L.; GUSMÃO, M.T.A.; SILVESTRE, W.V.D.; LOPES, P.R.A.; NUNES, K.N.M.; MAIA, P.R.; FONSECA, E.M.S. dos. Cultivo de alface hidropônica em condições do trópico úmido, em Belém-PA. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.2, julho, 2004. Suplemento CD-ROM. GUPTA, U.C.; LIPSETT, J. Molybdenum in soils, plants, and animals. Advances in Agronomy, v.34, p.73-115, 1981. HAHN, E.J. Blue and red light emitting diodes with or without sucrose and ventilation affect in vitro growth of Rehmannia glutinosa plantlets. Journal of Plant Biology, New York, v.43, p.247-250.2000. HOAGLAND, D.R.; ARNON, D.I. The water culture method of growing plants without soil. Berkeley, California. Agricultural Experiment Station, 1950. 31 p. (circular, 347). HUETT, D.O. Growth, nutrient uptake and tipburn severity of hydroponic lettuce in response to electrical conductivity and K:Ca ratio in solution. Aust. J. Agric. Res., Melbourne, v. 45, p. 251-267, 1994. IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. IBGE, 1996. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/>. Acesso em: JUN. 2008. IEA-CATI. Levantamento de safra. 2001-2005. Cultura de alface. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/mapa.php>. Acesso em: Jun. 2008. JENSEN, M.H. Hydroponics. Hortscience, Tucson, v.32, n.6, p. 1018-1021, 1997. JENSEN, M.H.; COLLINS, W.L. Hydroponic vegetable production. Horticultural Reviews, v.7, p.484-555, 1985. JONES, J.B. A guide for the hidroponic & soilless culture grower. Portland: Timber Press, 1983. 124p. KOEFENDER, R. B. Hidroponia- Como instalar e manejar o plantio de hortaliças dispensando o uso do solo. São Paulo: Nobel, 1998. 102p. KROHN, N.G.; MISSIO R.F.; ORTOLAN M.L.; BURIN, A.; STEINMACHER, D.A.; LEIFERT, C.; HIE ,A.; LI,H.; GOLDEN,M.; MOWET,A.; FRAZER,A. Human health effects of nitrate. in: IFA Agricutural Conference on managing Plant Nutrition, 1999. Barcelona proceeding Barcelona IFA 1999. 9p. LENANO, F. Como se cultivam las hortalizas do hojas. Barcelona: Editorial Vecchi, 1973. 228p. LÉDO, F.J.S.; SOUZA, J.A.; SILVA, M.R. Desempenho de cultivares de alface no Estado do Acre. Horticultura Brasileira, Brasília, v.18, n.3, p.225-228, 2000. LIMA BAB. Avaliação de mudas de alface submetidas à adubação foliar com biofertilizantes cultivadas em diferentes substratos. Mossoró: ESAM. (monografia graduação). 2005.27p. LOPES, M.C. Teores de nitrato em folhas de alface em função do horário de coleta e do tipo de folha amostrada. Horticultura Brasileira, Brasília, v.21, n.2,p.216-219, 2003. LOPES, C. A. Manejo integrado de doenças em cultivos hidropônicos. In: Fitopatologia Brasileira, v 28(Suplemento), p.195-197, 2003. LOPES MC; FREIER M; MATTE JD; GÄRTNER M; FRANZENER G; CASIMIRO ELN; SEVIGNANI A. 2003. Acúmulo de nutrientes de alface em cultivo hidropônico no inverno. Horticultura Brasileira, v. 2, p. 211-215. LOPES, P. R. A.; SANTANA, A.C.; RODRIGUES, R. C. Situação e perspectivada cadeia produtiva de alface hidropônica na região metropolitana de Belém. Horticultura Brasileira, Brasília, V. 19, Suplemento, CD-ROM, julho, 2001. LORENZ, O. Potential nitrate levels in edible plants. In: D. Neilson & J. Mac Donald, eds. Nitrogen in the Enviroment, Soil- Plant. Nitrogen relationship. New York: Academic Press.p. 201-209,1978. LORENZO, P.M. El sombreado móvil exterior : effecto sobre el clima del invernadero , la producción y la eficiencia en el uso del agua y la radiacón. In: MILAGROS, F.F.; PILAR, L.M.; CUADRADO GÓMEZ, I. (Eds.) Mejora de la eficiencia en el uso del agua en cultivos protegidos. Almeria: F.I.A.P.A. p. 207-230. 2003. MANTOVANI, J.R. ; FERREIRA, M.E.; CRUZ, M.C.P. Produção de alface e acúmulo de nitrato em função da adubação nitrogenada. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.3, p. 758-762, 2005. MATIAS, G.C.S.; ZONTA, E..; MARY, W.; FERNANDES, M.S. Efeito da concentração da solução nutritiva no crescimento da alface em cultivo hidropônico- sistema NFT. Horticultura Brasileira, v.26, p.262-267, 2008. MAKISHIMA N. 1992. Cultivo de hortaliças. Brasília: CNPH. 26p.1992. MALAVOLTA, E. Manual de Nutrição Mineral de Plantas. São Paulo: Editora Agrônomica Ceres, 2006. 638 p. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba: POTAFÓS, 1997. 319p. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. 2ed. New York: Acad. Press, 1995. 889 p. MARTINEZ, H.E.P., SILVA FILHO, J.B. Introdução ao cultivo hidropônico de plantas. Viçosa: UFV, 1997. 52p. MAYNARD, D.N.; BARKER, A.V.; MINOTTI, P.L.; PECK, N.H. Nitrate accumulation in vegetables. Advances in Agronomy. New York, v. 28, p. 71-118, 1976. McCALL,D.; WILLUMSEN, J. Effects of nitrate, ammonium and chloride application on the yield and nitrate content of soil- growm lettuce. Journal of Horticulturae Science & Biotechnology, v.37, n.5,p. 698-703.1998. MELÉM JR., N.J.; ALVES, R.M.M. ; GOES, A..C.P. Produção de alface em função da época de cultivo em Macapá/ AP. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 39, Resumos...Tubarão: SOB, 1999. MELLO, J. C.; DIETRICH, R.; MEINERT, E. M.; TEIXEIRA, E.; AMANTE, E. R. Efeito do cultivo orgânico e convencional sobre a vida-de-prateleira de alface americana (Lactuca sativa L.) minimamente processada. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v. 23, n.3, p. 418426, 2003. MELO, D. M.; GUSMÃO, S. A. L.; LIMA, R. T.; TORRES, G. I. O. P. S. Concentração da solução nutritiva na produtividade de cultivares de alface hidropônica. V seminário de Iniciação científica da UFRA e XI seminário da iniciação cientifica da Embrapa Amazônia Oriental, 2007. MENEZES JÚNIOR, F.O.G.; MARTINS, S.R.; FERNANDES, H.S. Crescimento e avaliação nutricional da alface cultivada em “NFT” com soluções nutritivas de origem química e orgânica. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.3, julho, 2004. MENGEL.K.; KIRKBY, E.A. Principles of plant nutrition. 5. ed. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers 2001. 849p. MINAMI, K. 1995. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. 1. Ed. São Paulo: T.A. Queiroz. 135pp. MINAMI, K.; PUCHALA, B. 2000. Produção de mudas de hortaliças de alta qualidade. Horticultura Brasileira, 18:162-163. Suplemento. MIYAZAWA, M.; KHATOUNIAM, C.A.; ODENATH-PENHA,L.A.; CARBALHAL,R.F.; POSSARI.R. Teor de nitrato nas folhas de alface produzida em três diferentes métodos de cultivo. In: FERTIBIO2000, Santa Maria. Anais... Santa Maria: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. CD-Rom. MONDIN, M. Efeito de sistemas de cultivo na produtividade e acúmulo de nitrato em cultivares de alface. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1996.88p. MONTEZANO, E.M.; PEIL, R.M.; FERREIRA, A.A.F.; FERNANDES, H.S. Concentração salina da solução nutritiva para a cultura da alface em hidroponia NFT. Parte I : consumo hídrico e eficiência no uso da água. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, supl. 2, 2002. MORGAN, LYNETTE, Practical Hydroponics & Grennhouses, Number 38, Austrália. 2005. MOTA, J.H. ; SOUSA, R,J. ; SILVA,E.C.; CARVALHO,J .G .; YURI, J.E. Efeito do cloreto de potássio via fertiirrigação na produção de alface americana em cultivo protegido. Ciência e agrotecnologia, Lavras, v.25, n.3, p. 542- 549, 2001. MULLER, A.G. Comportamento térmico do solo e do ar em alface em diferentes tipos de cobertura do solo. Dissertação (mestrado) -Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1991.77p. NAGAI, H. Obtenção de novos cultivares de alface (Lactuca sativa L.) resistentes ao mosaico e ao calor. II – Brasil 303 e 311. Revista de Olericultura, São Paulo, v.18, p.14-21, 1980. NAGAI, H.; LISBÃO, R.S. Observação sobre resistência ao calor em alface (Lactuca sativa L.), Revista de Olericultura, Campinas, v. 18, p. 7-13, 1980. NIEVOLA,C.C.; MERCIER, H. Variações diurnas da atividade in vitro da redutase do nitrato em abacaxizeiro( Ananas comosus L. Merr- Bromeliaceae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.24, n.3,p.295-301, 2001. OLIVEIRA, A.C.B.; SEDIYAMA, M.A.N.; PEDROSA, M.W.; GARCIA, N.C.; GARCIA, S.L.R. 2004. Divergência genética e descarte de variáveis em alface cultivada sob sistema hidropônico. Acta Scientiarum Agronomy.v. 26,p. 211-217.2004 OLIVEIRA, J.M.F.; BRAID, A.R.A. 1985. Introdução e avaliação de cultivares de alface em Roraima. Embrapa/UEPAE, Boa Vista. (Pesquisa em andamento, 5). OHSE, S. Artigo sobre nitrato: com a palavra Silvana Ohse ( da equipe hidroponiaLabihidro). Disponível em : < htpp://www.labhidro.cca.ufsc.br/ nitrato_ labhidro.htm>. Acasso em: 19 set. 2007. PANDURO, A.M.R. Análise do comportamento da alface, Lactuca sativa L., sob diferentes condições de iluminamento. Dissertação (mestrado)-Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1986.129p. PEREIRA, N.N.C.; FERNANDES, M.S.; ALMEIDA, D. L. de. Adubação nitrogenada na cultura da alface: fontes de N e inibidos da nitrificação. Pesq. agropec. bras., v. 24, n. 6, p.647-654, 1989. PERES, L. E. P. & KERBAUY, G. B. Controle hormonal do desenvolvimento das raízes. Universal, v.8, p.181-195, 2000. PEREIRA- NETTO, A.B.; MAGALHÃES,A.C.M.; PINTO, H.S. Atividade da redutase de nitrato em Kudzu Tropical (Pueraria Phaseoloides) : padronização das construções de ensaio. Rev. Bras. Fisiologia Vegetal, v.1, n.2, p.133-137,1989. PEREIRA, N.N.C.; FERNANDES, M. S.; ALMEIDA, D.L. Adubação nitrogenada na cultura da alface: Fontes de N e inibidos da nitrificação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.24, n.6, p. 647-654, 1989. PILAU, F.G.; SCHIMIDT, D.; NOGUEIRA, H.; SANTOS, O. Desempenho de cultivares de alface em hidroponia, na primavera. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40, 2000, São Pedro. Resumos...São Pedro: SOB, 2000, p. 284-286. POMMERENING, B.; MASTROVITO, D.; PALAZZO.D.;VANADIA,S.; MARTELLI,S. Indagine sul contributo di nitrati megli ortaggi dell’ área metapontina. L’ Informatore Agrário, Roma, v.13, p.97-100, 1992. PÔRTO, M.L. 2006. Produção, estado nutricional e acúmulo de nitrato em plantas de alface submetidas à adubação nitrogenada e orgânica. Areia: UFPB-CCA (Tese mestrado). 2006. 66p. QUEIROGA, R.C.F.; BEZERRA NETO, N.F.; NEGREIROS, M.Z.; OLIVEIRA, A.P.; AZEVEDO, L.M.S.B. Produção de alface em função de cultivares e tipos de telas de sombreamento nas condições de Mossoró. Horticultura Brasileira, v.19, p. 324-328. 2001. RADIN B; REISSER JÚNIOR C; MATZENAUER R; BERGAMASCHI H. Crescimento de cultivares de alface conduzidas em estufa e a campo. Horticultura Brasileira, v. 22p. 178181.2004. RAMOS, P.A.S.; CARVALHO.F.M.; VIANA. A.E.S.; MATSUMOTO,S.N.; MOREIRA, M.A.; NETO.H.B.; FERRAZ, R.C. Comportamento de cultivares de alface tipo crespa cultivadas em solo e em hidroponia. Anais, In: 43º Congresso Brasileiro de Olericultura. 2003. REININK.K.; GROENWOLD,R. The inheritance of nitrate content in lettuce ( Lactuca Sativa L.) Euphytica, Dordrecht, v.36, p.733-44, 1987. RESH, H..M.Cultivos hidropônicos: Nuevas tecnicas de producion.. 3. ed. Madrid:Ediciones Mundi- prensa, 1992,369p. RESH, H.M. Hydroponic food production. Woodbridge: Press Publishing Company, 1985. RESH, H. M.. Hydroponic food production. 5 ed, Santa Barbara, California EUA: wood bridges Press, 1996, 527 p. RESENDE, G.M.; ALVARENGA, M.A.R.; YURI, J.H.;SOUZA, R.J.; RODRIGUES JÚNIOR, J.C. Produtividade e qualidade pós- colheita da alface americana em função de doses de nitrogênio e molibdênio. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.976-981. 2005. RESENDE, G.M. Características produtivas, qualidade pós- colheita e teor de nutrientes em alface americana ( Lactuca sativa L. ), sob doses de nitrogênio e molibdênio, em cultivo de verão e de inverno. (tese doutorado)- UFLA, Lavras.2004. 139p REZENDE, A.J.; JUNQUEIRA, A. M.R.; BORGO, L.A.; QUADROS, M.; OLIVEIRA, S.A. Teor de nitrato em alface produzida em quatro diferentes soluções nutritivas em Brasília-DF. Horticultura Brasileira, Brasília. v. 20,n.2,2002. Suplemento 2. CD- Rom. REZENDE, A.J.; JUNQUEIRA, A.M.R;XIMENES, M.I.N.; BORGO,L.A. Teor de nitrato em alface produzida em sistema hidropônico e sistema convencional em Brasília – DF. Horticultura Brasileira , Brasília,v.18, suplemento, p. 533-4,2000. RHODES, D.U.S. Head lettuce production statistic. Disponível em: <http://www.newcrop.hort.produce.edu/rodocv/hort 410/ lettuce/ htm>. Acesso em: JUN. 2008. RICHARDISON, S. J.; HARDGRAVE, M. Effect of temperature, carbon dioxide enrichm nitrogen form and rate of nitrogen fertilizer on the yield and nitrate content of two varietie grasshouse lettuce. Journal of Sience Food and Agriculture, v.59, p. 345-349, 1992. ROCHA, J. DAS D. DE S.;COMETTI, N.N.; MARY, W.; MATIAS, G.C.S.; ZONTA, E. Avaliação de pré -tratamentos em espuma fenólica para produção de mudas de alface. In: FERTBIO, Santa Maria. Anais. Santa Maria, SBCS, 2000. CD-Rom. RODRIGUES, L. R. F.; Técnicas de cultivo hidroponico e de controle ambiental no manejo de pragas, doenças e nutrição vegetal em ambiente protegido. Jaboticabal: Funep, 2002. 762p RYDER, E.J. Lettuce breeding. Breeding vegetables crops, Westport, v.6, p.433- 474, 1986. SALSAC, L.; CHAILLOU, S.; MOROT- GAUDRY, J.; LESAINT, C.; JOLIVET, E.1997. Nitrate and ammonium nutricion in plants. Plant physiologi and biochemistry.v. 25, p. 805812. SANDERS,D.C. Lettuce production: disponível <htpp//www.ces.ncsu.edu/depts/hort/hil/hil-11>. Acesso em 11 out.1999. em : SGARBIERI, V. C. ALIMENTACÃO E NUTRICÀO: fator de saúde e desenvolvimento. Anais..;P Alegre/RS. Resumo 37, p.93. 1987. SANCHEZ. S.V. Produção de hortaliças pelo método Hidropônico: balcão de tecnologias alternativas para as propriedades rurais. Campinas: SEBRAE-CATI, 1996. 13p. SANCHES, L.M.; LAURA, V.A.; FAVERO,S.; MATIAS, R. Épocas de troca da solução nutritiva em alface cultivada sob hidroponia e sua influencia no teor de nitrato. Horticultura Brasileira, v.19, julho, 2001. Suplemento CD ROM. SANTAMARIA, P.; GONNELA, M.; ELIA, A.; PARENTE, A.; SERIO, F. Ways of reducing rocket salad nitrate content. Acta Horticulturae, Wageningen v.548,p.529-536, 2001. SANTOS, H.S. Comportamento fisiológico de hortaliças em ambiente protegido. In: Encontro de hortaliças, 9; Encontro de plasticultura da região sul, 6. 1994: Maringá. Anais…UEM, 1994. p. 22-24. SANTOS, O.S. dos. Conceito e histórico. In: SANTOS, S. dos S. (Ed). Hidroponia da alface. Santa Maria: UFSM, p.1-3. 1998. SANTOS, O.; MANFRON, P.; MENEZES, N.; OHSE, S.; SCHMIDT, D.; MARODIN, V.; NOGUEIRA, H.; VIZZOTO, M. Cultivo hidropônico da alface. I. Teste preliminar de soluções nutritivas. Santa Maria: UFSM, 1998. 7 p. (Informativo Técnico, 02/98). SCHNEIDER, F. M., Modificação na temperature do solo causada por estufas de polietileno transparente de baixa densidade em Santa Maria, RS. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 37-42, 1993. SCHIPPERS, P.A. Pratical aspects to fertilization and irrigation systems. ANNUAL CONFERENCE ON HYDROPONICS, St. Charles. Proceedings…, St. Charles, Illinois: Hydroponic Society of America, p. 14-24.1991. SCHIMIDT, D.; SANTOS, O.S.; FAGAN, E. B.; LONDERO, F.A.A. Eficiência de soluções hidropônicas em cultivo de alface. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40. São Pedro. Resumos..., p.269-271.2000. SETÚBAL JW; SILVA AMR. Avaliação do comportamento de alface de verão em condições de calor no município de Teresina-PI. Horticultura Brasileira, v. 10, p. 69,1992. SEDIYAMA, M.A.N.; PEDROSA, M.W.; GARCIA, N.C.P.; GARCIA, S.R.L. Seleção de cultivares de alface para cultivo hidropônico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40, 2000, São Pedro. Resumos... p. 244-245. SGANZERLA, E. Nova agricultura; a fascinante arte de cultivar com os plásticos. 2a ed. Porto Alegre: Petroquímico Triunfo, 1997. 303p. SGANZERLA, E. Nova agricultura. Guaíba: Editora Agropecuária, 1995. 344p. SOARES, I. Alface: Cultivo hidropônico. Fortaleza: Editora UFC, 2002. 50p SILVA S. P. da. Avaliação de oito cultivares de alface, no período de maior e menor precipitação, no município de Altamira-PA. Monografia de graduação. Universidade Federal do Pará, Altamira - UFPA. 2006. 57p. SIlVA, S.P da ; MELO, D.M.; LIMA, R.T.; TORRES, G.I.O.P.S.; GUSMÃO, S.A.L .2008. Efeito da adubação foliar com Ca e B na produtividade, em cultivares de alface, produzidas em sistema hidropônico. In: 48º Congresso Brasileiro de Olericultura. Anais. 2008.(a) SIlVA, S.P da ; MELO, D.M.; LIMA, R.T.; TORRES, G.I.O.P.S.; GUSMÃO, S.A.L . Produção e aparência de cultivares de alface, cultivadas em sistema hidropônico, no município de Altamira-PA .Congresso Brasileiro de Olericultura, Anais. 2008. (b) SILVA JR A. A.; VISCONTI A.1991. Recipiente e substrato para a produção de mudas de tomate. Agropecuária Catarinense, v. 4, p.20-23.1991. SPURR SH; BARNER B V. Forest ecology. New York: The Ronald Press, 1973. 571p. TEIXEIRA, N.T. Hidroponia: uma alternativa para pequenas áreas. Guaíba: Agropecuária, 1996. 86p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3.ed. Porto Alegre. Artmed, 2004.719p. USDA: Economic Research Service. Estatísticas da Commodity-alface. Disponível em: <www.loc.gov/rr/news/stategov/ca-gov.html>. Acesso em: JUN. 2008. VAN DER BOON, J.; STEENHUIZEN, J.W.; STEINGROVER, E.G. Growth and nitrate concentration of lettuce as affected by nitrogen and chloride concentration, NH4+/NO3- ratio and temperature of the recirculating nutrient solution. Journal of Horticultural Science, Alexandria, v.65, n .3, p. 309-321, 1990. VIGGIANO, J. Produção de sementes de alface. In: CASTELLANE, P.D.; NICOLOSI, W.M.; HASEGAWA,M. (Coord). Produção de sementes de hortaliças. Jaboticabal: FCAV, 1990.p.1-13. WHITAKER, T.W.; RYDER, J.E. Lettuce production in the United States. Washington: USDA, 1974. 43p. ( USDA. Washington Agriculture Handbook, 221). WRIGHT,M.J.; DAVISON,K.L Nitrate accumulation in crops and nitrate poisoning in animals. Advance in Agronomy, New York, v. 16, p.197-274.1964. WRIGHT, M.J.; DAVISON, K.L. Nitrate accumulation in crops and nitrate poisoning in animals. Advances in Agrnomy, New York, 16:197-274, 1964. YURI, J.E. Avaliação de cultivares de alface americana em duas Épocas de cultivo em dois locais do Sul de Minas Gerais. Dissertação (mestrado em fitotecnia)- Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.51p. YURI, J.E.; MOTA, J.H.; RESENDE, G.M.; SOUZA, R.J.; RODRIGUES JUNIOR, J.C. Desempenho de cultivares de alface tipo americana em cultivo de outono no sul de Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.28, n.2,p.284-288, 2004. YURY, J. E.; SOUZA, R.J.; RESENDE, G.M.; MOTA, J.H. 2205. Comportamento de cultivares de alface americana em Santo Antônio do Amparo. Horticultura Brasileira, v. 23,n.4, p.870-874. 2005.