Preposições – sistematização Para esta atividade, inserimos um lembrete, um verbete de dicionário e uma definição com o objetivo de instrumentalização para as questões apresentadas. Lembrete: Preposições são palavras que ligam outras palavras, estabelecendo relação de sentido entre elas: destino, lugar, meio etc. Elas são muito importantes por serem mecanismos de coesão, isto é, “costuram” uma ideia à outra, tornando-as textos, de modo que são indispensáveis à significação da maioria dos enunciados, seja qual for o gênero em que se configure. Alegoria [Do gr. allegoría, pelo lat. allegoria.] Substantivo feminino. 1.Exposição de um pensamento sob forma figurada. 2.Ficção que representa uma coisa para dar ideia de outra. 3.Sequência de metáforas que significam uma coisa nas palavras e outra no sentido. 4.Obra de pintura ou de escultura que representa uma ideia abstrata por meio de formas que a tornam compreensível. 5.Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado. Alegoria da caverna. 1. Filos. V. mito da caverna. Dicionário Aurélio Eletrônico. Acesso em 13/07/2013. Apólogo: gênero em que se apresenta, de forma alegórica, um ensinamento de vida por meio de narrativas estruturadas a partir de situações semelhantes às reais. Seus personagens, na maioria das vezes, são seres inanimados personificados. Atividade 1 1) A) Leia o apólogo a seguir, com atenção às preposições (contratações e combinações) de que se utiliza o autor na tessitura de seu texto. UM APÓLOGO Machado de Assis Era uma vez uma agulha que disse a1 um novelo de2 linha: - Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste3 mundo? - Deixe-me, senhora. - Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na4 cabeça. - Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com5 a sua vida e deixe a dos outros. - Mas você é orgulhosa. - Decerto que sou. - Mas por quê? - É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? - Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? - Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao6 outro, dou feição aos7 babados... - Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por8 você, que vem atrás, obedecendo ao9 que eu faço e mando... - Também os batedores vão adiante do imperador. - Você é imperador? - Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto10, quando a costureira chegou à11 casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em12 casa de uma baronesa, que tinha a modista ao13 pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na14 agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo15 pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de16 Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: - Então, senhora linha, ainda teima no17 que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre18 os dedos dela19, unidinha a20 eles, furando abaixo e acima. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela21 agulha era logo preenchido 22 por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na23 saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da24 agulha no25 pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no26 outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da27 bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: - Ora agora, diga-me quem é que vai ao28 baile, no29 corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da30 costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à31 pobre agulha: - Anda, aprende, tola. Cansas-te em32 abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para33 ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a34 um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! B) PREENCHA o quadro a seguir com as palavras destacadas no texto acima, atendo-se ao valor semântico de cada uma delas, no contexto em que se inserem. Algumas das relações semânticas que podem ser marcadas por preposições Preposições ASSUNTO AUSÊNCIA AUTORIA CAUSA DESTINO CAUSA COMPANHIA CONCESSÃO CONTEÚDO CONFORMIDADE DELIMITAÇÃO DIREÇÃO DISTÂNCIA ESPECIALIDADE ESTADO FINALIDADE INSTRUMENTO LIMITE LUGAR MATÉRIA MEIO MODO OPOSIÇÃO ORIGEM POSSE PREÇO TEMPO Atividade 2 UFMG 2012 – 2ª etapa Leia estes textos: Combinações Contrações Texto 1 Texto 2 A moça do tempo anunciou na emissora de TV: “Ao norte do Brasil, haverá chuva intensa e muito calor no período”. A região norte do Brasil é composta pelos estados de Roraima. Amapá, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Tocantins. Só que, ao apontar a vasta região amazônica, ela se enganou de preposição. Não é “ao norte” e, sim, “no norte” do país que desabaria a procela. São diferentes, não só formalmente. (Portuguesa, ano 5, n. 54, abr 2010) A) Faça a análise morfológica (isto é, apresentar a classe gramatical) de cada uma das palavras do texto 2. Obs: quando tratar-se de pronome ou conjunção, classifique-os de acordo com suas categorias. B) A precisão no uso dos termos é fundamental para definir com clareza o que se quer expressar. Nos textos 1 e 2, o emprego da preposição seguida, ou não, de artigo e o uso de diferentes preposições remetem a sentidos diferentes nos contextos em que ocorrem. Explicite o eleito de sentido resultante do uso de: i) De/Do no Texto 1. ii) No/ao no Texto 2. Atividade 3 http://www.blogdosantinha.com/uma-torcida-comopiniao/tricolor-politicamente-correto/ Acesso em 25/07/2013. http://lindas_stars.zip.net/arch2004-11-28_2004-12-03.html Acesso em 25/07/2013. http://npisenagrama.blogspot.com.br/ Acesso em 25/07/2013. http://poetasdemarte.blogspot.com.br/2013/04/confrontos-econfluencias.html Acesso em 25/07/ 2013. 1) Embora essa seja a forma mais recorrente de solicitação para que se tenha cuidado com os gramados, outras são corretas. INDIQUE-as dentre as apresentadas a seguir e JUSTIFIQUE sua resposta. A) B) C) D) E) F) “Não pise a grama". "Não pise na grama". "Não pise sobre a grama". "Não pise em cima da grama". "Não pise por cima da grama". "Não pise à grama". 2) IDENTIFIQUE as preposições (combinações e contrações) presentes nos versos a seguir e INDIQUE o valor semântico de cada uma delas Não pise na grama Fabio Rocha Placa inútil e amarela: "Não pise na grama." Amarela pela ausência de girassóis. Inútil porque não tenho os pés no chão. http://poetasdemarte.blogspot.com.br/2013/04/confrontos-e-confluencias.html - Acesso em 25/07/2013.