Dobson Ferreira Borges DA PREVISÃO À COMPREENSÃO: A COMPLEXIDADE DE SE ADMINISTRAR HOJE Dobson Ferreira Borges1. “É inútil dizer a um rio para parar de correr; a melhor coisa é aprender a navegar na direção de seu fluxo.” (Anônimo) RESUMO O presente artigo apresenta uma alternativa para visualizar o contexto em que as empresas estão inseridas. O seu objetivo é mostrar a importância da administração através da compreensão do ambiente de uma organização evitando assim a “miopia empresarial”. Para tanto, procura-se discutir aspectos que vão desde o conceito de Administração, envolvendo princípios e teorias, passando pela mudança e fazendo uma analogia dos ambientes externo, competitivo e interno. O artigo relata pontos importantes a serem considerados para a gestão atual. Esse artigo mostra a importância de mudar a maneira de desenvolver estratégias de gestão, confiando menos na capacidade de previsão e mais no poder da evolução. Assim, a vitalidade das organizações cada vez mais depende de harmonizar-se com o ambiente ao invés de tentar prever o que é hoje imprevisível: o ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Mudança; Tendências Ambientais; Ambiente Geral; Ambiente Competitivo; Ambiente Interno. No limiar do século XXI, a única certeza que se tem é que não se tem certeza de mais nada. A Gestão por previsão torna-se um exercício cada vez mais trabalhoso e seus resultados cada vez mais incertos. Nota-se então um esforço para 1 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges se tentar conviver com as incertezas. Decorridas algumas décadas que a Administração (deve-se entender Administração como sendo a ciência e a arte que pode ser constatada por meio da prática na condução de ações para alcançar determinados objetivos) tornou-se uma ciência, nota-se a preocupação e a busca constante e incansável de formas para melhor equacionar as mudanças e assim desvendar formas ou maneiras de se harmonizar com o ambiente. Escreve Koontz e O’Donnell (1973, p.11): “o Administrador que gere sem uma teoria tem que confiar na sorte e na intuição; com uma teoria credenciada ele pisa em terreno mais firme [...]. É necessário um conhecimento perceptivo de técnicas ao usar a teoria científica”. O conceito de teoria, já que a ciência abrange um conjunto das teorias próximas entre si e complementares, é o agrupamento sistemático de princípios inter-relacionados num campo de inquisição e que podem ter impacto sobre a prática, simplificando-a e melhorando-a. Desta forma, a necessidade de um conceito claro de administração e de um arcabouço de princípios relacionados é reconhecida há algum tempo pelos mais importantes estudiosos práticos da administração. Não é difícil notar que o mundo mudou muito ultimamente e está mudando cada vez mais. A mudança tornou-se o mais importante desafio para o homem moderno. O ser humano não tem mais a opção de escolher se deseja mudar ou não. A questão é participar ou ser arrastado pela mudança. A falta de percepção e compreensão dos processos de mudanças que estão ocorrendo em todas as áreas da vida do ser humano pode trazer conseqüências desastrosas. Conscientizar e desenvolver habilidades de adaptação à mudança tornou-se uma condição vital para as organizações. Essa mudança aumenta quantitativamente e qualitativamente a complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas. James C. Collins e Jerry I. Porras (1995), dois professores da Universidade de Stanford, fizeram uma pesquisa em dezoito empresas americanas que se destacaram como sendo modelos de liderança. Eles procuraram analisar características que fizeram com que essas empresas conseguissem ótimos desempenhos durante muito tempo em relação às 1. Administrador, Mestre em Administração, Professor do Centro Universitário de Goiás-Anhangüera. 2 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges que não conseguiram o mesmo sucesso. O estudo mostra que essas empresas começaram procedendo com cautela em seus mercados e mudando sempre os produtos e serviços à medida que percebiam fragilidades em seus negócios e oportunidades no ambiente. Percebe-se então a importância de estar atento às tendências do mercado e o impacto que a mudança acarreta nas organizações. Para tanto, julga-se conveniente investigar algumas características gerais da mudança nas organizações. Sabe-se que a mudança é a passagem de um estado para outro. Mudança representa transformação, perturbação, fratura. É a transformação de uma situação para outra situação diferente. A mudança está em toda a parte; nas organizações, nas cidades, nos hábitos das pessoas, nos produtos e serviços, no tempo e no clima, no dia-a-dia. Nas empresas, as mudanças ocorrem a todo o instante. Do lado de fora, clientes mudam seus hábitos de compra e de preferência; fornecedores mudam características e preços de matérias-primas; prestadores de serviços impõem diferentes condições e esquemas de trabalho; concorrentes mudam suas estratégias; sindicatos iniciam novas reivindicações; o governo impõe alterações nas leis; e isto tudo nunca acaba. Do lado de dentro, os processos de trabalho precisam ser modificados; máquinas e equipamentos são substituídos por novos modelos; as matérias-primas são alteradas; os padrões de qualidade sofrem melhorias; as pessoas precisam aprender novos conhecimentos e habilidades; os produtos e serviços são desenvolvidos e melhorados; as estratégias são aperfeiçoadas; e isto também nunca acaba. A mudança não é nova. Ela existe desde que o mundo existe. É tão velha quanto o universo e vem crescendo lentamente e acelerando a cada variável nova que foi sendo acrescentada à forma de se perceber o mundo. Heráclito, por exemplo, da fase pré-socrática, que viveu cinco séculos antes de Cristo em Atenas, dizia que a única constante do mundo é a mudança. Decorridos mais de 25 séculos de sua afirmação, a mudança se tornou muito mais rápida, mais ampla e complexa, transformando-se assim em um extraordinário campo dinâmico de uma infindável e 3 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges gigantesca cadeia de complexas forças: variáveis físicas, ecológicas, geográficas, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas, políticas, demográficas, produzindo um ambiente inexoravelmente mais complexo de se prever. Desta forma, a pergunta que se pode fazer é quais são as oportunidades para mudar as empresas? Ou será que as empresas precisam esperar uma oportunidade para mudar? Assim, Chiavenato (1998) discorre sobre quatro tipos de mudança que ocorrem dentro das empresas, a saber: a) Mudanças estruturais: que afetam a estrutura organizacional, os órgãos (como divisões, departamentos, entre outros), as redes de informações externas e internas, os níveis hierárquicos. Além disso, as mudanças estruturais também envolvem alterações no esquema de diferenciação versus integração existente. b) Mudanças na tecnologia: que afetam máquinas, equipamentos, instalações, processos empresariais, entre outros. A tecnologia envolve a maneira pela qual a empresa executa suas tarefas e produz seus produtos e serviços. c) Mudanças nos produtos e serviços: que afetam os resultados ou saídas da organização. d) Mudanças culturais: mudanças nas pessoas, em seus comportamentos, atitudes, expectativas, aspirações e necessidades. Essas mudanças não ocorrem isoladamente, e sim, sistematicamente afetando-se e provocando um poderoso efeito multidisciplinador, como mostra a figura 1: Estrutur Tecnologia Produtos/Ser Cultura/ Fonte: Chiavenato (1998, p. 110). Figura 1: Mudanças nas Empresas 4 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges As tendências de mudanças podem ser notadas fazendo uma análise do macroambiente. Segundo Wright, Kroll e Parnel (2000), toda empresa existe dentro de uma complexa rede de forças ambientais. Todas as empresas são afetadas por tendências e sistemas político–legais, econômicos, tecnológicos e sociais. Juntos, esses elementos formam o macroambiente. Como essas forças são muito dinâmicas, suas constantes mudanças criam milhares de oportunidades e ameaças ou restrições para os administradores. Certo e Peter (1993), em seu livro, relatam que para executar uma análise ambiental de forma eficiente e efetiva, um administrador deve entender bem a forma como os ambientes organizacionais estão estruturados. O ambiente de uma organização é geralmente dividido em três níveis distintos: o ambiente geral, o ambiente operacional e o ambiente interno. O ambiente geral é o nível de um ambiente externo à organização, composto de componentes que normalmente têm amplo escopo e pouca aplicação imediata para administrar uma organização. Os componentes seriam o econômico, o social, o político, o legal, e o tecnológico. Para Wright, Kroll e Parnel (2000, p.48-52), as forças político-legais incluem os resultados de eleições, legislações e sentenças judiciais, bem como decisões tomadas por várias comissões e instâncias em cada nível de governo. As forças econômicas exercem também um impacto significativo sobre os negócios. Variáveis como o Produto Interno Bruto (PIB), taxas de juros, taxas de inflação e o valor do dólar provocam mudanças que representam tanto oportunidades quanto ameaças para os administradores. As forças tecnológicas incluem melhorias e inovações científicas que oferecem oportunidades ou ameaças para as empresas. A intensidade de mudança tecnológica varia consideravelmente de um setor para o outro. As mudanças na tecnologia afetam as operações de uma empresa, bem como seus produtos e serviços podem afetar a realização de tarefas tradicionais, podem dizimar empresas existentes e até mesmo setores inteiros, já que a demanda passa de um setor para o outro. Forças ou componentes sociais descrevem características como tradições, 5 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges valores, tendências sociais e expectativas que uma sociedade tem em relação às empresas. Certo e Peter (1993, p.42-44) acrescentam características como níveis educacionais, costumes, crenças, estilo de vida, idade, distribuição geográfica e a mobilidade de uma população. Nota-se que as empresas bem sucedidas possuem uma visão de fora para dentro em seus negócios. Infelizmente, muitas empresas não consideram as mudanças como oportunidades. Ignoram e resistem a elas até que seja tarde demais. Conforme Kotler (1996), as empresas bem sucedidas são aquelas que reconhecem e respondem rentavelmente às necessidades não atendidas do macroambiente. Necessidades não atendidas sempre existem. As oportunidades, segundo ele, são também encontradas pela identificação de tendências. John Naisbitt (apud Kotler, 1996), um futurista, descreve sobre megatendências, que são as “grandes mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas de desenvolvimento lento que, após implantadas, exercem influências durante algum tempo sobre a vida das pessoas”. Assim, as tendências e megatendências merecem uma atenção rigorosa pelas empresas. Todas as organizações são afetadas pelos componentes gerais do macroambiente que foram discutidos. Cada organização também funciona em um ambiente competitivo mais próximo e imediato. O ambiente operacional que, para esse estudo pode também ser considerado ambiente competitivo, é o nível do ambiente externo à organização composto de setores que normalmente têm implicações específicas e relativamente mais imediatas na administração da organização. Wright, Kroll e Parnel (2000, p.59-69) referenciam Porter e expõem o resumo das forças setoriais baseando-se em seu trabalho. Porter argumenta que o potencial de lucro de um setor (o retorno em longo prazo sobre o capital investido) depende de cinco forças competitivas básicas do setor (Figura 2): 1. A ameaça de novos concorrentes que ingressam no setor; 2. A intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes; 3. A ameaça de produtos ou serviços substitutos; 6 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges 4. O poder de barganha dos compradores; 5. O poder de barganha dos fornecedores. F o r n e c e d o r e s Novos concorrentes em potencial Riscos de novos concorrentes Poder de barganha dos fornecedores Concorrentes na indústria Rivalidade entre empresas existentes Riscos de produtos ou serviços substitutos Poder de barganha dos compradores C o m p r a d o r e s Substitutos Fonte: Certo e Peter (1993, p.45). Figura 2: As Forças Competitivas de Porter. Desse modo, a chave da competição eficaz está na empresa em encontrar uma posição no mercado a partir da qual possa influenciar essas cinco forças em seu benefício, ou defender-se contra elas. A análise desses cinco fatores ambientais, concorrentes atuais, ameaça de novos entrantes, ameaças de produtos ou serviços substitutos, poder dos fornecedores e compradores, possibilita a uma empresa a identificação de oportunidades e ameaças no ambiente externo. Dessa forma, após essa análise, pode-se questionar: 7 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges • Quem são os atuais concorrentes? • Existem poucas ou muitas barreiras de entrada no setor de atuação? • Quais os substitutos existentes para o produto ou serviço da empresa? • A empresa é muito dependente de fornecedores poderosos? • A empresa é muito dependente de consumidores poderosos? De acordo com Porter (1999), o vigor coletivo dessas cinco forças acima citadas, determina a habilidade da empresa em obter taxas de retorno superiores ao custo do capital investido, e acrescenta: As cinco forças determinam a rentabilidade da indústria porque influenciam os preços, os custos e o investimento necessário das empresas em uma indústria – os elementos do retorno sobre o investimento. O poder do comprador influencia os preços que as empresas podem cobrar, por exemplo, da mesma forma da ameaça da substituição. O poder dos compradores também pode influenciar o custo e o investimento, porque compradores poderosos exigem serviços dispendiosos. O poder de negociação dos fornecedores determina os custos das matérias-primas e de outros insumos. A intensidade da rivalidade influencia os preços, assim como os custos da concorrência em áreas como fábricas, desenvolvimento de produto, publicidade e força de vendas. A ameaça de entrada coloca um limite nos preços e modula o investimento exigido para deter entrantes. (PORTER, 1999). É importante estar atento a essas forças para facilitar a construção da vantagem competitiva perante os concorrentes e entrantes potenciais. Certo e Peter (1993, p.394), a este respeito, escrevem sobre vantagem diferencial competitiva: A vantagem diferencial competitiva provém de características de um produto que o tornam superior aos concorrentes. Acreditamos que a vantagem diferencial competitiva é a razão mais importante para o sucesso do produto e deve ser considerada sempre que a estratégia de 8 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges produto for analisada. Porter considera que a vantagem competitiva é o centro de qualquer estratégia. A estratégia competitiva envolve as ações proativas ou defensivas, criadas com um propósito de permitir à empresa enfrentar as cinco forças competitivas e, dessa forma, possibilitar um retorno maior sobre o investimento. Não terá muito sucesso elaborar uma estratégia se os gestores não se preocuparem com o processo de aprendizagem da organização, fator este responsável pela renovação da empresa. Vantagem competitiva vem a ser a condição sustentável pela empresa, por meio das alternativas de baixo custo ou de diferenciação que lhe permitam enfrentar as forças da concorrência no seu negócio e superar seus rivais. Segundo Wright, Kroll e Parnel (2000, p.87), a vantagem competitiva refere-se a estratégias valiosas que não podem ser plenamente copiadas pelos concorrentes da empresa, resultando assim em altos retornos financeiros durante um longo período de tempo. Porter identifica três tipos genéricos de estratégia competitiva: 1. Liderança de custos; 2. Diferenciação; 3. Enfoque. A liderança de custos é a estratégia por intermédio da qual a firma tenta competir procurando transformá-la no mais baixo custo em seu ramo de negócio. Nesse caso, as fontes de vantagens de custo são várias: economias de escala, redução de custos, controle de custos, entre outros. Na estratégia de diferenciação, a empresa procura dar ao cliente a impressão de que ela oferece “algo único” ao longo de algumas dimensões valorizadas pelos compradores (desenho, imagem ou outras características do próprio produto: tecnologia de manufatura; assistência técnica; rede de distribuição, entre outras). O enfoque, que é a terceira estratégia, baseia-se na escolha de um ambiente competitivo específico dentro de um ramo atendido pela empresa. Com essa iniciativa, a organização procura suprir as necessidades de grupo de compradores, 9 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges segmentos da linha de produção ou mercado geográfico. Dentro deste ponto de vista, Pinheiro (1996, p.128) comenta sobre a realidade brasileira: No caso brasileiro, há um movimento muito acentuado em busca da produtividade – considera como o fator mais significativo da competitividade em termos empresariais e da economia nacional – dado a sua importância para a empresa como uma unidade econômica, e também para a sociedade como um todo, como a forma ideal de aumentar o padrão de vida da população. Esta tem sido, nos últimos tempos, a tônica das políticas governamentais no campo econômico, infelizmente nem sempre bem sucedidos. O ambiente competitivo é assim formado por uma série de determinantes que influenciam a maneira como uma empresa opera. São inúmeros fatores que influenciam a vida das organizações, a começar pela instabilidade econômica, fator esse que influencia de forma muito presente nas empresas de todo o mundo. A própria intensidade da competição exige da empresa uma forma de atuação para a pronta percepção de problemas nesse terreno e a formulação de soluções mais adequadas possíveis para o enfrentamento dos mesmos. Assim, procura-se meios de perseguir níveis de produtividade que possibilite as empresas situarem-se em posição de destaque diante de seus concorrentes e isto só será obtido por meio de práticas gerenciais efetivas em termos financeiros, de produção, de vendas e de gestão de recursos humanos. Busca-se construir ambientes flexíveis, participativos e inovadores para facilitar a construção do sucesso. Em última análise, resta verificar sobre o ambiente interno da organização. Para Certo e Peter (1993), ambiente interno é o nível de ambiente da organização que está dentro da própria organização e normalmente tem implicação imediata e específica na sua administração. O ambiente interno relaciona-se a diversos fatores que são considerados componentes importantes da organização (quadro1). 10 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges Quadro 1: Diversos aspectos importantes do ambiente interno de uma organização Aspectos organizacionais Aspectos de pessoal Rede de comunicação Relações trabalhistas Estrutura da organização Práticas de recrutamento Registro dos sucessos Programas de treinamento Hierarquia de objetivos Sistema de avaliação de Política, procedimentos e regras desempenho Habilidade da equipe administrativa Sistema de incentivos Rotatividade e absenteísmo Aspectos de marketing Aspectos de produção Segmentação do mercado Layout Estratégia do produto das instalações da fábrica Estratégia de preço Pesquisa e desenvolvimento Estratégia de promoção Uso de tecnologia Estratégia de distribuição Aquisição de matéria-prima Controle de estoques Uso de subcontratação Aspectos financeiros Liquidez Lucratividade Atividades Oportunidades de investimento Fonte: Certo e Peter (1993, p.50). A análise do ambiente interno é o instrumento que proporcionará o conhecimento de habilidades e competências. Será conduzida segundo as exigências de atuação visualizadas no ambiente externo e pelo que se pretende para a organização, por meio de sua visão e missão. 11 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges Pode ser ineficiente tomar decisões dentro das organizações sem poder entender o ambiente geral e competitivo. Mas isto não basta. É preciso compreender também o ambiente interno. Hoje, a inovação demanda novos modelos de gestão que referenciam a mudança do percurso iniciada pelo taylorismo. A construção de sistemas adaptáveis, com a flexibilidade necessária para absorver e compreender as variáveis crescentes deste mundo complexo, ao invés de copiar modelos devidamente protegidos pelo sistema de comando e controle, será a melhor solução. Dessa forma, foi feita uma análise sucinta da ambientação em que as empresas estão submersas. Tal ambientação não deverá ser esquecida ou ignorada na administração de qualquer empresa. Nesse novo contexto, a construção de uma estrutura organizacional cada vez mais flexível e adaptável torna-se tarefa imprescindível. A união da experiência com a intuição e visão, aliados com as teorias da Administração, começa a tomar grandes proporções de importância na atual conjectura mundial. Concomitantemente, o ambiente de negócios do Brasil e do mundo, decorrente da Globalização, está cada vez mais difícil de se prever o que pode ocasionar uma “miopia empresarial”, e tem por conseqüência a grande mortalidade das empresas na qual presenciamos no dia-a-dia. Compreender toda a contextualização ambiental, ao invés de tentar o exercício da previsibilidade, parece ser o melhor instrumento para o administrador nas tomadas de decisões e também para ajudar na sobrevivência e na perpetuação das empresas. Este será o grande trabalho dos administradores. Referências Bibliográficas CERTO, Samuel C. e PETER, J. Paul. Administração Estratégica – planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993. CHIAVENATO, Idalberto. Os Novos Paradigmas. São Paulo: Atlas, 1998. COLLINS, James C. e PORRAS, Jerry. To last: succesfull habits of visionary 12 Ano I - Número 01 - jan/dez/2003 Caderno de Administração Unigoiás-Anhanguera Dobson Ferreira Borges companies. New Work: Harper, 1995. KOONTZ, Harold e O’DONNELL, Cyril. Princípios de Administração. São Paulo: Pioneira, 1973. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996. PINHEIRO, Maurício. Tese apresentada à FEA-USP para obtenção de título de Doutor, São Paulo, 1996. PORTER, Philip. Competição – estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1999. WRIGHT, Peter; KROL, Mark J. e PARNEL, John. Administração Estratégica. 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