UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA SAÚDE DA FAMÍLIA- POLO JAICE MARIA SAVI SILVEIRA COBERTURA VACINAL NO MENOR DE UM ANO E OS PARÂMETROS MÍNIMOS DE COBERTURA PARA O CONTROLE DAS DOENÇAS NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA-SC, CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2008 JAICE MARIA SAVI SILVEIRA COBERTURA VACINAL NO MENOR DE UM ANO E OS PARÂMETROS MÍNIMOS DE COBERTURA PARA O CONTROLE DAS DOENÇAS, NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA-SC, Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC, para a obtenção do título de especialista em Saúde Coletiva-Saúde da família-Polo Orientador: Prof.( Especialista): Rosane Maria dos Santos CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2008 Dedico este trabalho a todos os profissionais da área da saúde, em especial, as equipes de empenham com promoção da enfermagem que se a responsabilidade na saúde da população. AGRADECIMENTOS Inicialmente, a Deus, pelo dom da vida e pela graça de poder realizar este trabalho; ao meu esposo, filhos, genro, nora, pelo incentivo e apoio, principalmente nos momentos de desânimo; a todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na conclusão deste trabalho, com especial agradecimento a minha orientadora. “O saber contra a ignorância, a saúde contra a a doença, a vida contra a morte... Mil reflexos da Batalha, permanente, em que estamos todos envolvidos...” Osvaldo Cruz (1872- 1917) RESUMO O Programa nacional de Imunização foi criado no Brasil em 1975, vem evoluindo ao longo dos anos em cobertura da população infantil e ampliação da oferta de vacinas (imunobiológicos). Tem como meta operacional de Cobertura, atualmente, vacinar 100% das crianças. O problema de pesquisa surgiu devido a inquietação quanto às coberturas para cada vacina específica não corresponderem ao estabelecido pelo Ministério da Saúde, originando este estudo que tem como objetivo estudar as coberturas vacinais e os fatores que interferem nas mesmas na visão dos Enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde. Quanto a metodologia tratou-se de uma pesquisa quali-quantitativa que em seu aspecto quantitativo levantou as coberturas vacinais de 2003 a setembro de 2008 no Sistema de Avaliação do Programa de Imunização municipal, e que em seu aspecto qualitativo utilizou-se de entrevista semi-estruturada com enfermeiros das unidades. Palavras-chave: Imunização, Cobertura. EXTRACT The National Immunization Program was created in Brazil in 1975, and has evolved over the years in coverage of children and expanding the supply of vaccine (immunobiologicals). Its goal of operational coverage, currently, it is 100% of vaccinated children. The problem arose because concerns about the coverages for each specific vaccine that do not match the established by the Ministry of Health, leading to this study, that aims to study the vaccination coverage and factors that interfere in it, considering the vision of Nurses in the Basic Health Units. As the methodology it was a qualitative and quantitative research, that in its quantitative aspect examined the vaccination coverage from 2003 until September 2008 in the System Assessment Program of Immunization municipal, and that in their qualitative aspect, used one structured interview with nurses of the units. Key-words: Immunization, Coverage LISTA DE ILUSTRAÇÕES 7.2 População.........................................................................................................................31 9.2.1 Pessoas Capacitadas .................................................................................................37 9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador........................................................38 9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município pelos Enfermeiros das Unidades, 2008................................................................................39 9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro...............................................40 9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas ........................................41 9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias ......44 9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação completo em menores de 1 ano. ..................................................................................................45 9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e alcançarem as coberturas vacinais.............................................................................46 9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogeneidade entre as vacinas..47 LISTA DE TABELAS Quadro 1. Estimativa da População por faixa etária, no município de Criciúma, 2007 .................................................................................................................................31 Quadro 2: Número de Serviços de Saúde próprios, no município de Criciúma, 2008 ..........................................................................................................................................32 Quadro 3: Demonstrativo das Salas de vacina no Município, até outubro 2008 ........33 Quadro 4: Demonstrativo do número de profissionais capacitados em sala de vacina pelo setor de imunização, no município ano 2002 a 2007 ...................................35 Quadro 5: Série História de Coberturas Vacinais de dezembro/ 2003 a setembro/ 2008, no Município de Criciúma-SC, 2008................................................................35 Quadro 6: Demonstrativo em números e percentual do tempo de serviço por meses dos enfermeiros nas unidades de saúde, no município de Criciúma. 2008.........37 Quadro 7: Número absoluto de pessoas capacitadas por categoria profissional, nas Unidade participantes do estudo, no município de Criciúma, 2008 ......................37 Quadro 8: Tempo de Exercício na função de Vacinador, por categoria profissional no município de Criciúma, 2008................................................................................38 Quadro 9 : Tempo em anos da última capacitação, por categoria profissional, no município de Criciúma, 2008 .......................................................................................38 Quadro 10: Categorização das Estratégias utilizadas pelas enfermeiras para atingirem as coberturas vacinais em menores de um ano, nas Unidades do estudo, Criciúma.2008. .................................................................................................42 Quadro 11: Ocorrência de homogeneidade ou não entre as vacinas nas Unidades do Estudo de janeiro a setembro/2008 ......................................................................47 Quadro 12: Motivos alegados para não Homogeneidade entre as doses das Vacinas , nas Unidades do Estudo, Criciúma 2008 ...............................................................48 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PAI - Programa Ampliado de Imunização OMS- Organização Mundial da Saúde ONU - Organizaçao das Nações Unidas PNI - Programa Nacional de Imunização SUS - Sistema Único de Saúde PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde ESF - Programa de Saúde da Família ( PSF) DTP - Difteria Coqueluche e Tétano BCG - Bacilo de Calmatte-Guerin VTV - Vacina Tríplice Viral VORH- Vacina Rotavírus Humano SUMÁRIO RESUMO.....................................................................................................................6 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 2 PROBLEMA ........................................................................................................................ 14 3 HIPÓTESES...........................................................................................................15 4 OBJETIVOS...........................................................................................................16 4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................16 5 REFERÊNCIAL TEÓRICO.....................................................................................17 5.1 Programa Nacional de Imunizações.................................................................17 5.2 Três Décadas de Imunização...........................................................................17 5.3 Por que o PNI é um Sucesso? .........................................................................18 5.4 As vacinas e suas indicações..........................................................................24 5.4.1 Contra-Indicações de Vacinas......................................................................24 5.5 Arquivo de Sala de Vacinação ........................................................................25 5.6 Arquivo Permanente de Vacinação ..................................................................26 5.7 Busca dos Faltosos ..........................................................................................27 6 METODOLOGIA ....................................................................................................28 6.1.Abordagem metodológica.................................................................................28 6.2.Tipo de pesquisa ..............................................................................................28 6.3. Local de estudo ...............................................................................................28 6.4. População e amostra.......................................................................................28 6.5.Coletas de dados .............................................................................................28 6.6. Analise de dados.............................................................................................29 6.7. Aspectos Éticos...............................................................................................30 7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS......................................................30 7.1 Caracterização Sócio-Demográfica do Município de Criciúma.........................30 7.2 População ........................................................................................................31 7.3 A Assistência de Saúde no Município .............................................................32 7.4 História da implantação dos serviços de imunização no Município de ..........33 8 AVALIANDO A COBERTURA NO MUNICÍPIO ....................................................35 9 AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS ..................................................................36 .1 Tempo de Serviço dos Enfermeiros nas Unidades ............................................37 9.2 Capacitação em Sala de Vacina ....................................................................37 9.2.1 Pessoas Capacitadas..................................................................................37 9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador.............................................38 9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município pelos Enfermeiros das Unidades.........................................................................39 9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro ..........................................40 9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas..............................41 9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias44 9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação completo em menores de 1 ano. .........................................................................45 9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e alcançarem as coberturas vacinais .....................................................................46 9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogenidade entre as vacinas ............................................................................................................................47 10 CONCLUSÃO ......................................................................................................49 11 REFERÊNCIAS....................................................................................................51 12 APÊNDICE...........................................................................................................53 13 ANEXO.................................................................................................................56 11 1 INTRODUÇÃO Segundo o Ministério da Saúde (2001), a meta operacional básica é vacinar 100% das crianças menores de um ano com todas as vacinas indicadas para o primeiro ano da vida das crianças menores de um ano. Considera-se a meta alcançada quando todas as crianças recebem as três doses básicas, critério aplicado para todas as vacinas que possuem esquema básico com mais de uma dose. Quando as coberturas obtidas nas menores de um ano não são satisfatórias, as crianças não vacinadas vão se acumulando ao grupo de quatro anos incompletos. Avaliar a cobertura vacinal e saber os motivos que impedem as crianças de completar oportunamente o esquema vacinal no município de Criciúma, foi um dos fatores que levou-me nos a desenvolver esta pesquisa. Ao longo dos anos em que atuamos no setor público e como coordenadora do Programa de Imunização, despertou-me interesse ao analisar as metas de cobertura vacinal no menor de um ano, pois as mesmas não vinham se mantendo de forma homogênea dentro de cada unidade geográfica. Cabe a nós profissionais de saúde, estar atentos a importância das crianças completarem o esquema vacinal. Para assim então, orientarmos os pais da responsabilidade destes para com seus filhos, quando falamos em vacinas como prevenção de algumas doenças que futuramente as crianças possam adquirir. A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Programa Ampliado de Imunização (PAI) em 1974, com o objetivo de até 1990 todas as crianças do mundo tivessem a disposição todas às vacinas como medida de controle de algumas doenças transmissíveis (difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, tuberculose e sarampo). No Brasil em 1975 o programa foi regulamentado com normas organizadas e competências definidas. A partir de 1990, o Brasil foi um dos signatários da Declaração Mundial 12 sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento da Criança proposta pela Organização das Nações Unidas – ONU (1990), tendo o compromisso de contribuir para a “erradicação da poliomielite” em todo o mundo até o ano 2000, a eliminação do tétano neonatal em 90% e redução dos óbitos associados ao sarampo em 90% até 1995, bem como os altos índices de cobertura vacinal. Um grande avanço se deu no alcance dessas coberturas no Brasil a partir de 1990 com a promulgação da Lei número 8080 de 19 de setembro de1990 que regulamentou o Sistema Único de Saúde (SUS) e desencadeou a descentralização dos serviços de saúde dos municípios. Este fato facilitou a realização e coordenação das atividades do Programa Nacional de Imunização (PNI), o impacto se deu na melhora das taxas de coberturas vacinais alcançadas em anos. Em 1994 foi implantado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), estabelecendo vínculo de compromisso e responsabilidade, entre os profissionais de saúde e a população. A importância do Programa de Saúde da Família ( PSF) consiste na construção de um novo modelo assistencial de saúde em conformidade as diretrizes do Sistema Único da Saúde. (Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde). De acordo com o Ministério da Saúde (2001): “Para conseguir um impacto epidemiológico satisfatório, além de medidas de controle específica para cada doença, é importante obter coberturas vacinais adequadas. o percentual de cobertura necessária para a interrupção da cadeia de transmissão depende do grau de eficácia da vacina e das características de cada doença.” Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001) para alcançar os objetivos do programa de vacinação necessitamos coberturas em níveis mínimos para que haja quebra da cadeia epidemiológica das doenças imunopreviníveis, que são os seguintes: para a vacina contra Difteria Coqueluche e Tétano ( DTP), vacina conta tuberculose ( BCG), vacina Contra Poliomielite (Sabin) vacinação de noventa por cento dos suscetíveis; para a Vacina Contra Sarampo, Rubéola e Caxumba ( Tríplice Viral – VTV) e vacina contra hepatite B vacinação de 13 noventa e cinco por cento do suscetíveis; para a vacina contra Difteria e Tétano para mulheres em idade fértil e vacina contra febre amarela vacinação de cem por cento dos suscetíveis. A população-alvo para vacinação é dividida em alguns extratos mais importantes para estabelecer metas operacionais, que para o grupo etário de menores de um ano, segundo o Ministério da saúde (2001), é vacinar cem por cento com todas as vacinas no primeiro ano de vida. Para as vacinas (DTP, Sabin e contra Hepatite B) a meta é alcançada quando cem por cento das crianças recebem as três doses básicas. Segundo o Ministério da Saúde (2001), entre os fatores para baixas coberturas de vacinação , encontra-se a perda de oportunidade, como: não avaliar os cartões de vacinação de crianças que acompanham suas mães, não verificar os cartões de vacinação de gestantes, filas de espera e as mães voltam sem serem atendidas, falta de vacina, funcionamento da sala de vacinação em apenas um período, agendamento de algumas vacinas uma vez por semana, falta de informação para a população sobre a importância das vacinas para evitar a transmissão das doenças, falta informação sobre o calendário da vacinação, não esclarecimento sobre as contra indicações verdadeiras das vacinas deixando as mães receosas levando-as a deixarem de vacinar seus filhos por falsas contra indicações atrasando o o calendário vacinal; falta de divulgação correta na mídia. Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001) para não se perder oportunidades de vacinar deve-se sensibilizar todos os profissionais para comprometimento com a vacinação e participarem das atividades de rotina, bloqueios, campanhas, dentro e fora da unidade; promover revisão sistemática dos cartões buscando os faltosos; valorizar o uso e guarda do cartão de vacinação; 14 como um documento; identificar a sala de vacina de forma bem visível e chamativa; contatar com jornalistas e outros profissionais da comunicação para informar a população sobre a vacinação; ouvir a comunidade para saber o melhor horário para o funcionamento do serviço; realizar integração com os professores para aprofundar conhecimento sobre a vacinação para estudantes e seus familiar; prestar esclarecimentos a comunidade para que se torne parceira nas atividades de vacinação; incentivar os agentes de saúde e equipe a acompanharem o calendário de vacinação esclarecendo as famílias e avisando os faltosos; promover atividades de acompanhamento e avaliação do estado de vacinação da população da área de abrangência da unidade e repassando a equipe e á comunidade. 2 PROBLEMA Cobertura obtida para cada vacina específica não corresponde aos parâmetros estabelecidos pelo Ministério das Saúde para o controle das doenças. 15 3 HIPÓTESES • Alta rotatividade de profissionais capacitados em sala de vacina • Falta de esclarecimento quanto ao tipo de vacina aplicada • Perda de oportunidade para vacinar a clientela alvo • Falta de algumas vacinas ou funcionamento da sala de vacinação em apenas um período do dia ou até mesmo agendamento • Profissionais que realizam o atendimento muitas vezes não se lembram de perguntar sobre a vacinação • Comunidade não é informada sobre a importância do uso das vacinas para evitar as doenças. • Freqüência de abandono do esquema vacinal. • Desconhecimento das coberturas vacinais nas áreas de abrangência 16 4 OBJETIVOS 4.1 Objetivo Geral Estudar as coberturas vacinais relacionados aos parâmetros estabelecidos para o controle das doenças, levantando os motivos que impedem as crianças de completar oportunamente o esquema vacinal nas visão dos enfermeiros no município de Criciúma 4.2 Objetivos Específicos • • • • • • • Levantar dados da cobertura vacinal no período de 2003 á setembro 2008; Comparar as coberturas vacinais no período de 2003 a setembro de 2008 com os parâmetros do Ministério da Saúde para controle de doenças; Verificar se os enfermeiros conhecem as coberturas vacinais de sua unidade de abrangência; Levantar se os enfermeiros estabelecem ações a nível local para alcançarem as coberturas vacinais; Levantar as dificuldades que os enfermeiros encontram para alcançarem as coberturas vacinais, preconizadas pelo Ministério da Saúde; Verificar quais são os fatores/motivos que interferem na homogeneidade na vacinação dos menores de um ano em 2008; Levantar oportunidades perdidas de vacinação. 17 5 REFERÊNCIAL TEÓRICO 5.1 Programa Nacional de Imunizações Um século atrás, Osvaldo Cruz empreendeu no Brasil uma obra saneadora que se converteria num dos episódios mais comoventes da historia da saúde publica. O grande sanitarista estabeleceu um modelo de ação e deixou um exemplo que ainda inspiram o Programa Nacional de Imunização PNI, que comemora seu 30º aniversário. Num país como o nosso de dimensões continentais a quase 180 milhões de habitantes erradicar ou manter sob controle todas as doenças que podem ser erradicadas ou mantidas sob controle por meio de vacinas e uma missão que significa o PNI e enche de orgulho todo o cidadão brasileiro. Desde que foi criado, em 18 de setembro de 1973, o PNI procura não apenas cumprir sua missão. Nestas três décadas, tornou-se inclusão social, na medida em que assiste todas as pessoas, em todos os recantos do país, sem distinção de qualquer natureza. Seja rico ou pobre, more no litoral ou nos sertões, seja velho ou jovem, o brasileiro sabe que pode contar com a vacina de boa qualidade em todos os momentos de sua vida. Não existem excluídos para o PNI. As vacinas do programa estão a disposição de todos nos postos ou com as equipes de vacinação cujo empenho permite levar a imunização mesmo a locais de difícil acesso as matas, aos morros, aos becos das favelas, as palafitas. Eles vão onde e preciso ir para imunizar a população. Trata-se, enfim de um programa que honra a memória e respeito as lições de profissionais de saúde notáveis de ontem e de hoje. Garantir saúde sim, mas com o comportamento ético e a consciência de que e preciso lutar sem descanso para reduzir as desigualdades sociais do Brasil. O programa nacional de imunização tem papel preponderante nessa luta, como está demonstrado no livro que registra os seus 30 anos de dedicação a brava gente brasileira. Humberto Costa 5.2 Três Décadas de Imunização PNI- essas três letras inspiram respeito internacional entre especialistas de saúde pública,pois sabem que se trata do Programa Nacional de Imunização, do Brasil, um dos países mais populosos e de território mais extenso no mundo e onde nos últimos 30 anos foram eliminadas ou são mantidas sob controle, as doenças preveníveis por meio da vacinação. Na Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) ,o branco da organização Mundial da Saúde (OMS), o PNI brasileiro e citado com referencia mundial.. Por sua excelência comprovada, o nosso PNI organizou duas Campanhas de Vacinação no Timor Leste, ajudou nos programas de 18 imunização na Palestina, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Nós, os brasileiro do PNI, fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de Angola,para serem capacitados. Estabelecemos cooperação técnica com Estados Unidos da América, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola, Filipinas. Qual a razão desse destaque internacional? O Programa Nacional de Imunização chega aos seus 30 anos em condições de mostrar resultados e avanços notáveis. O que foi alcançado pelo Brasil, em imunização está muito além do que foi conseguido por qualquer outro país de dimensões continentais e de tão grande diversidade socioeconômicas no campo das imunizações somos vistos com respeito e admiração mais propicias para esse trabalho, por terem população menor e ou disporem de espectro social e econômico diferenciado. 5.3 Por que o PNI é um Sucesso? Os bons resultados das imunizações no Brasil devem ser atribuídas a abnegação dos vacinadores e a sua política de saúde que se sobrepõe as ideologias dos diferentes governos desde 1973. “Uma das grandes virtudes do PNI esta em sua efetiva contribuição para reduzir as desigualdades regionais e sociais. Apesar de a vacinação no Brasil não ser tarefa das mais fáceis, dado o tamanho do nosso país e da nossa população a vacinação é um promotor da igualdade” (Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde). Toda criança brasileira é vacinada: seja rica ou pobre. Todo e qualquer cidadão brasileiro tem acesso à vacina. O PNI ao longo desses 30 anos deixou de ser um programa totalmente controlado pelo Ministério da Saúde, tornou-se um projeto descentralizado. Segundo Jarbas Barbosa, foi fundamental para que se conseguir uma boa parceria entre os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. A seu ver, e essencial que o Brasil possa formar novas gerações habilitadas e continuar tocando projetos complexos com o PNI. Afinal vacinação não e uma ação simples, principalmente num país como o Brasil. É importante destacar algumas mudanças do programa ao longo dessa três décadas. Há 30 anos quando surgiu era um programa centralizado, verticalizado. Essa era a lógica da saúde publica na época, os municípios não tinham praticamente nenhum papel, tudo era feito pelo 19 Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais. Mas principalmente nos últimos 4 anos, o PNI passou por um processo de descentralização para se adequar a um novo momento que a nação vive. O grande executor das ações agora e o município. O estado coordena, assessora tecnicamente, e o Ministério mantém as ações essenciais, como fornecimento das vacinas. A história do PNI tem de especialmente interessante, o fato de ter sido criado durante a ditadura que o Brasil viveu entre 1964 e 1985. O Ministério naquela época não tinha a importância política que tem hoje. Como o Sistema Único de Saúde - SUS ainda não existia, grande parte dos recursos para a assistência não estava no Ministério. Mas sim no da Previdência, que era objeto de interesse político. Foi então possível através de bons sanitaristas brasileiros como Waldir Arcoverde, Paulo de Almeida Machado, José Carlos Seixas, João Batista Resi, Gonzaga Lima entre outros. Muitos estavam comprometidos com posições de esquerda, mas puderam ajudar a montar o Ministério. A descentralização do PNI se deu em harmonia com essas mudanças. O principal desafio do programa foi, portanto, adaptar-se a uma nova realidade da saúde e do Brasil. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Brasil foi implantado em 1973 com o fim de coordenar ações voltadas à imunização, que até o momento se caracterizavam de forma descontinua, esporádica e de reduzida área de cobertura. A Lei número 6.259 de 30 de outubro de 1975, regulamentada pelo Decreto número 78.231 de 12 de junho de 1976 institucionaliza o PNI e define suas competências: • Implantar e implementar as ações do Programa relacionadas com as vacinações de caráter obrigatório; • Estabelecer critérios e prestar apoio técnico e financeiro à elaboração, implementação e implantação do programa de vacinação; • Estabelecer normas básicas para a execução das vacinações; • Supervisionar e avaliar a execução das vacinações no território nacional; • Analisar e divulgar informações referentes ao Programa Nacional de Imunizações. O PNI possui como objetivos: contribuir para a manutenção do estado de 20 erradicação da poliomielite; contribuir para o controle ou erradicação do sarampo, difteria, tétano neonatal e acidental, coqueluche, formas graves de tuberculose, rubéola, caxumba, hepatite B, febre amarela, raiva e doenças invasivas causadas por Haemophilus influenza tipo b. E contribuir para o controle de outros agravos coordenando o suprimento e a administração de imunobiológicos indicados para situações ou grupos populacionais específicos. Na instância nacional o PNI é responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) Ministério da Saúde. Sendo integrante da estrutura do Centro Nacional de Epidemiologia estruturando-se em três coordenações: CoordenaçãoGeral do Programa de Imunizações, Coordenação de Imunobiológicos e Coordenação de Normatização do Programa Nacional de Imunizações. O desenvolvimento do PNI é orientado por normas técnicas estabelecidas nacionalmente. Essas normas referem-se à conservação, transporte e administração dos imunobiológicos. Para assegurar a aceitação e uniformidade de uso em todo território nacional, as normas são estabelecidas com a participação dos estados e municípios por meio de órgãos responsáveis pela operacionalização do Programa. O suprimento dos imunobiológicos necessários é responsabilidade da instância federal que adquire os produtos, coordena a importação e incentiva a produção nacional. Os produtos nacionais ou importados são adquiridos e distribuídos pelo gestor federal para as secretarias estaduais de saúde, que possuem a responsabilidade de receber, armazenar, acondicionar e distribuir os imunobilógicos. A capacitação de recursos humanos é uma estratégia fundamental para o aperfeiçoamento do Programa. Os profissionais de saúde necessitam de capacitação específica para atuarem na sala de vacina. Mas não basta apenas receber as orientações, o profissional deve ter consciência da importância de associar a técnica e o saber. Pois, além da aplicação do imunobiológico, temos as orientações aos pais e os esclarecimentos, que são fundamentais para um atendimento de qualidade e eficaz. Os enfermeiros são peças chaves deste processo, pois estes são orientadores das equipes de saúde. Assim, ao realizarem estas atividades de forma que sensibilizem a população da importância da vacinação conseguiremos atingir as coberturas vacinais ideais. A falta de pessoal compromete a continuidade de qualquer serviço de saúde. Em cada local de vacinação é importante garantir pessoal capacitado para substituir os profissionais da sala de vacinação no caso de férias, transferência ou licença, para que 21 as atividades não paralisem. Também é importante a presença de um supervisor técnico para acompanhar e avaliar o desenvolvimento do trabalho. Nos municípios onde atuam as equipes dos programas de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde, torna-se mais fácil trabalhar quando falamos em vacinação. Pode ser realizado um trabalho articulado para mobilizar a população para encaminhamento da clientela e para o agendamento e execução da vacinação. A visita domiciliar é a principal base do Agente Comunitário de Saúde, neste procedimento permite avaliar a saúde geral e as condições de vida da família. No que se refere aos recursos específicos ou estratégicos é fundamental considerar a situação dos recursos humanos, dos sistemas de informação de base de dados nacional e outros, a aquisição e distribuição de insumos, manutenção e suprimento de equipamentos e desenvolvimento de tecnologias em saúde. As ações voltadas às menores de cinco anos são implementadas na rotina, nos dias regionais e nacionais de multivacinação e por ações específicas de intensificação. Cobrindo a totalidade dos nascidos em cada ano e completando o esquema daqueles que, por diferentes motivos, não foram vacinados no primeiro ano de vida. A oferta de imunobiológicos para menores de cinco anos tem sido ampliada, de acordo com critérios epidemiológicos, como exemplo das vacinas contra hepatite B e contra febre amarela introduzidas no calendário básico. Ainda assim, encontramos crianças que não completam o esquema vacinal. Precisamos conscientizar os pais em encaminharem-se as unidades de saúde para realizarem os procedimentos necessários e desmistificar o fato de que “as vacinas do serviço público não resolvem nada”. Um fator que devemos ressaltar, é a criação dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) em 1993. Que possui como finalidade de atender pessoas em situações específicas que não podem receber produtos utilizados na rotina, em especial os imunodeprimidos. Mais uma vantagem implantada pelo Ministério da Saúde para atender a população com necessidades especiais. Para o desenvolvimento de atividades junto à população é necessário analisar a situação e identificar e analisar as razões para as baixas coberturas. Podemos nos perguntar? • A população está suficientemente esclarecida sobre a existência de doenças que podem ser evitadas? 22 • Os responsáveis pelas crianças conhecem os tipos de vacinas e o número de doses necessárias para a completa imunização? • O serviço está divulgando os locais e horários de funcionamento da vacinação e que as vacinas são gratuitas? • Os pais não levam suas crianças para serem vacinadas porque acham que diarréia, resfriado ou febre impedem a vacinação? • Os pais não voltam para as demais doses com receio das reações? • As famílias estão encontrando problemas para chegar até o serviço?Quais são esses problemas? • Os horários de vacinação são os mais adequados aos modos de vida e de produção da maioria dos pais? • A comunidade acredita no serviço e em seus profissionais? A análise das respostas destas questões permitirá orientar as atividades que poderão ser desenvolvidas para trabalhar com a equipe de saúde e a comunidade. (Manual de Procedimentos para Vacinação) Organizar-se para trabalhar a vacinação em parceria com a população ou suas representações pode ser um primeiro passo para uma ação mais abrangente em termos de solução dos problemas em saúde. A vacinação é uma ação preventiva oferecida a população e sua utilização por essa mesma depende da decisão pessoal em ir se vacinar, ou de decisão dos pais ou responsáveis em levar suas crianças. O serviço de saúde não pode pretender sozinho, interferir ou influenciar no poder de decisão, que é pessoal. As equipes de saúde necessitam contar com o apoio e a participação da população, mas devem contribuir para que a população se conscientize de que saúde é um direito e este direito inclui a vacinação. (Manual de Procedimentos para Vacinação) A articulação com as organizações da comunidade, governamentais ou não governamentais possui como objetivo a parceria com seus representantes na prestação de serviços, desde o diagnostico da situação até a execução e avaliação das ações. Grande parte dos profissionais de saúde não está preparada ou motivada para trabalhar em parceria com a população, seja por falha em sua formação básica, sobrecarga de trabalho, não dispõe das condições operacionais ou por ser este tipo 23 de atuação considerado de pouco significado, de pouca importância. Este trabalho deve incluir instrumentos para divulgação de informações sobre as atividades do serviço de saúde, incluindo a vacinação. Com o objetivo: • Contribuir para que a população veja o serviço de saúde como um direito de cidadania; • Despertar o interesse da população para o esforço da equipe no sentido de aumentar e manter coberturas ideais de vacinação; • Incentivar a procura do serviço de vacinação e o cumprimento do esquema básico; • Ampliar o grau de conhecimento da população sobre: o direito do cidadão à saúde, a real situação das doenças evitáveis por vacinas na localidade e as ações oferecidas pelos serviços para prevenção e controle dessas doenças. Segundo o Ministério da Saúde ( 2001): “ Cobertura de vacinação é o percentual da população vacinada em determinada tempo: mês, trimestre, semestre,ano. A cobertura pode ser calculada para cada vacina, para o número de doses completadas (no caso de multidoses), pó grupo de idade e por áreas geográficas”. Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001), para o cálculo da cobertura é necessário dispor-se de população alvo e número dos vacinados nessa população, e estas informações são obtidas utilizando-se instrumentos para o registro diário e para a consolidação mensal de doses aplicadas do Programa Nacional de Imunização e os dados de população são conseguidos através de várias fontes como: Sinasc, ( Sistema nacional de Nascidos Vivos), Siab (Sistema de Informação Ambulatorial), IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística). Segundo O Ministério da Saúde (2001) todos as faixas etárias merecem atenção , mas um cuidado especial deve ser dado aos menores de 1 ano, devido a possibilidade de acumulo de suscetíveis em outros grupos etários se este grupo não for bem vacinado. Segundo o Ministério da saúde( 2001), a avaliação de cobertura pelo Método Adminsitrativo, que será utilizado neste estudo: “A avaliação de cobertura de vacinação por meio do método administrativo é feita mediante análise de informações obtidas no sistema de registro dos serviços de saúde.” 24 De acordo com Minsitério da Saúde (2001) o API (Avaliação do Programa de Imunização que integra o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-API) , fornece informações sobre a cobertura vacinal. A Deste Sistema serão retirados os dados para análise das coberturas no município de Criciúma no período de 2003 – 2007. 5.4 As vacinas e suas contra- indicações 5.4.1 Contra-Indicações de Vacinas A vacinação é um excelente método de proteção contra as doenças, mas muitas pessoas deixam de ser imunizadas devido ao a consideração inapropriada de alguns situações como contra indicação de vacinação pelos profissionais. Segundo a American Academy of Pediatrics (2002), não se constituem contra-indicações de vacinação: doença aguda leve com febre baixa ou doença diarréica leve, em caso de haver da febre e sinais e sintomas sugestivos de doença febril moderada ou grave é motivo de adiamento; fase convalescente de uma doença; reações as vacinas Vacina Contra DPaT ( Difteria, pertussis acelular, tétato) tipo em dor, eritema, tumefação e febre inferior a 40,1º; prematuridade; gravidez da mãe e de outro contato domiciliar; exposição recente a doença infecciosa, aleitamento materno, história de alergias inespecíficas ou parentes com alergia; alergia a penicilina ou qualquer outro antibiótico, exceto reações anafiláticas a neomicina ou estreptomicina; alergia a carne ou penas de pato; história familiar de convulsões em uma pessoa considerada para imunização contra a coqueluche ou sarampo; história familiar de síndrome de morte súbita do lactante em crianças consideradas para imunização com DPaT; história familiar de reação adversa não relacionada e imunossupressão, após imunização; desnutrição. Segundo Ministério da Saúde ( 2001b), as contra-indicações gerais à vacinação são: as vacinas de bactérias ou vírus vivos não devem ser administrados, em pessoas com imunodeficiência neoplasia maligna, imunossupressores, em congênita ou adquirida, acometidas por tratamento com corticódies com esquemas terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia), transfusão de sangue ou plasma, mulheres grávidas. 25 O ministério da saúde( 2001) recomenda, também: “ Deve ser adiada a aplicação de qualquer vacina em pessoas com doenças agudas febris graves, sobretudo para que seus sintomas e sinais, assim como eventuais complicações, não sejam atribuídos á vacina administrada.” Quanto a contra-indicações específica o Ministério da Saúde (2001b) acrescenta: para a vacina BCG crianças infectadas pelo vírus da imunodeficiência Humana (VIH) que apresentarem sintomas da doença, adiar a vacinação em recém nascido com peso inferior a 2000g ou com afecções dermatologias extensas; para a vacina contra hepatite B reação anafilática, para vacina DPT e vacina tetravalente convulsão nas primeiras 72 horas da aplicação, encefalopatia nos primeiros sete dias, episódio hipotônico hiporresponsivo ( nas primeiras 48hs), reação anafilática. 5.5 Arquivo de Sala de Vacinação O arquivo da sala de vacinação é o local destinado à guarda e à classificação dos impressos utilizados para o registro das atividades, com objetivo de : • centralizar todos os dados registrados; • controlar o comparecimento da clientela à vacinação; • disponibilizar informações para o monitoramento e avaliação das atividades; • identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à vacinação. São também arquivados na sala de vacina, os formulários utilizados para o registro das informações sobre os imunobiológicos (vacinas) estocados , recebidos, distribuídos, remanejados ou devolvidos, o controle diário da temperatura, o registro de vacinação e o registro mensal. O arquivamento do cartões de controle é feito em fichário específico, com identificação do conteúdo(por exemplo, clientes com agendamento) e indicação sobre o critério dos cartões (por exemplo, cartões organizados por data de agendamento da próxima vacina. 26 Os cartões com agendamento são organizados em um arquivo e os outros sem agendamento por ordem alfabética, servindo, posteriormente, para a organização do arquivo permanente. Os cartões dos clientes com agendamento são organizados por segmentos, como por exemplo: • menor de um ano; • um a quatro anos; • cinco a quatorze anos; • quinze anos e mais. O número de gavetas para cada segmento varia de acordo com as características do serviços de saúde. Cada gaveta cantem um jogo dos meses do ano. No arquivamento por grupos de idade, os cartões são colocados no espaço correspondente ao grupo etário que a pessoa terá na data agendada, segundo o mês do retorno, respeitando-se dentro do mês e data de agendamento, o que permite a identificação dos faltosos em cada dia. No fundo do arquivo, após o último mês, deve haver um espaço destinado aos cartões dos faltosos convocados. 5.6 Arquivo Permanente de Vacinação Os dados do cartão de controle constituem a fonte que alimenta o arquivo permanente. A organização e a manutenção do arquivo permanente tem os seguintes objetivos: • Proporcionar um registro dos esquemas de vacinação completos; • Possibilitar um registro das pessoas que iniciaram o esquema e não completaram por motivo de mudança para outra localidade,por óbito ou por ter recebido as demais doses em outro serviços; • Facilitar o fornecimento de dados e informações às pessoas que perderam ou extraviaram o cartão de vacina; 27 • Fornecer subsídios para estudos , pesquisas, baseados no levantamento de informações contidas no arquivo. As fichas do arquivo permanente, ordenadas de acordo como o ano de nascimento da criança, são arquivadas em pastas. 5.7 Busca dos Faltosos A busca de faltosos é uma forma de resgatar aquelas crianças que por diferentes motivos não compareceram à vacinação na data determinada. Ela é feita a partir do cartão de controle (ou aprazamento) que fica arquivado na unidade de saúde pela data do aprazamento e permite a identificação dessas crianças. O cartão de controle é arquivado pela data de aprazamento ou seja, pela data da próxima vacinação. Diariamente, de acordo com a data aprazada , os cartões são retirados do arquivo. No final do dia de trabalho o responsável pela sala de vacinação verifica os faltosos daquele dia deixando esses cartões de reserva. Esses cartões ficam aguardando uma semana à espera dessas crianças. Caso não compareçam, os cartões são entregues ao responsável pela busca dos faltosos. Quando essa busca não poder ser feita semanalmente, poderá ser quinzenalmente, de acordo com as possibilidades da equipe de saúde. Para fazer a busca deve-se adotar, entre outros, os seguintes mecanismos ou estratégias: • A busca de faltosos poderá ser feita pelo ACS indo à casa da criança (visita domiciliar); • Pode ser feito chamamento por meio de alto- falante ou fixo (em feiras por exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas , ou por meio dos grupos e organizações da comunidade; • Colocar listagem de faltosos nas portas de serviços de saúde ou em locais de maior saúde. . movimento na comunidade e outros meios criados pela equipe de 28 6 METODOLOGIA 6.1.Abordagem metodológica Para este estudo será utilizado de pesquisa qualitativa. Segundo MINAYO (1996): A pesquisa qualitativa responde as questões muito particulares . Ela se preocupa nas ciências sociais com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, op que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. 6.2.Tipo de pesquisa • Quantos aos objetivos a pesquisa será descritiva. 6.3. Local de estudo Será realizado na Vigilância em Saúde, setor este responsável pela analise e digitação no SI - API e nas trinta e seis unidades de saúde que possuem sala de vacina do Município de Criciúma. 6.4. População e amostra O estudo será realizado com os enfermeiros das unidades de saúde que possuem sala de vacinação, através de questionário, e através de estudo documental dos relatório de registro de doses aplicadas de rotina e sistemas de informações do Programa de Imunização. 6.5.Coletas de dados Com relação a coleta de dados o estudo será desenvolvido através dos seguintes momentos: 29 1º momento: levantar dados da cobertura vacinal no período de 2003 á setembro de 2008 2º momento: levantar os dados de cobertura de 2008 ( este ano parcialmente cobertura acumulada até o mês de setembro) verificar homogeneidade de coberturas entre as vacinas e levantar junto aos enfermeiros das Unidades motivos das possíveis diferenças através do questionário aplicado no 3º momento. 3º momento: aplicação de um questionário (apêndice) nas 39 unidades de saúde direcionado aos enfermeiros de unidade de saúde que possuem sala de vacinação de vacina. 4º momento: após a analise os dados serão digitados e enviados uma copia para cada unidade de saúde. 6.6. Analise de dados Análise do conteúdo compreendeu as seguintes etapas: Pré-análise, análise e interpretação baseando-se na analise de conteúdo proposta por MINAYO (1996, p. 78) que apresenta os seguintes passos: a) Ordenação dos dados: neste momento, faz-se o mapeamento de todos os dados obtidos no trabalho de campo. Aqui estão envolvidos, por exemplo, transcrição das falas, releitura das matérias, organização dos relatos e dos dados da observação; b) Classificação dos dados: nesta fase é importante termos em mente que o dado não existe por si só. Ele é constituído a partir de um questionamento que fazemos sobre eles, com base numa fundamentação teórica, através de uma leitura exaustiva e repetida dos textos, estabelecendo interrogações para identificarmos o que surge de relevante (“estruturas relevantes dos autores”). Com base nesse processo se elaboram as categorias específicas. Neste sentido determinamos o conjunto ou os conjuntos das informações presentes na comunicação; c) Analise final: neste momento procuramos estabelecer entre os dados e os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo ás questões da pesquisa com base em seus objetivos. Assim, promovemos relações entre o concreto e o abstrato, o geral e o particular, teoria e prática. 30 6.7. Aspectos Éticos Resolução 196/96 do Conselho de Nacional de Pesquisa, o Projeto será encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa, CEP da UNESC em dezembro de 2007, sendo que a coleta dos dados entre o inicio somente com a aprovação do CEP da UNESC e autorização da pesquisa por meio do TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Apresentaremos a seguir os resultados, análise dos dados e discussões da pesquisa qualitativa descritiva, realizada no período de outubro 2007 a outubro de 2008. 7.1 Caracterização Sócio-Demográfica do Município de Criciúma Criciúma é uma cidade sede da Associação dos Municípios da Região Carbonífera AMREC e pólo comercial e industrial do sul do Estado sendo também referência nos serviços de média e alta complexidade em saúde. É composta por 10 municípios: Criciúma, Lauro Muller, Treviso, Urussanga, Sideropólis, Nova Veneza, Forquilhinha, Içara, Cocal do Sul, Morro da Fumaça e Orleans. O município teve origem com a colonização italiana, alemã e polonesa. A Região Carbonífera ocupa 2,23% do total do território do Estado de Santa Catarina, sendo que o município de Criciúma tem 236,8 km2 situado nas coordenadas latitude 28º 40’ 3” e longitude 49º 22’ 11”, apresentando clima temperado com média de 15º a 30º C, com quatro estações bem definidas. Em relação à escolaridade, 92,6% é alfabetizada, demonstrando um bom indicador. Segundo dados do IBGE 2000, em relação ao saneamento básico, 92,6% da população dispõem de rede geral com abastecimento de água potável e apenas 6% 31 de poços ou nascente (na propriedade) e 1% de outras fontes, índices bem acima dos indicadores do Estado, onde apenas 73% dispõem de água potável para consumo. A coleta de lixo cobre 97% da população, 2,04% enterram ou queimam na própria propriedade e 0,5% depositam a céu aberto ou dão outro destino ao lixo, sendo que a media de cobertura do estado apenas 81, 8% da população dispõe de coleta de lixo. Esta situação não tem sofrido mudanças nos últimos anos. 7.2 População O município de Criciúma segundo o censo do IBGE 2206 tem uma população total de 190.923 habitantes sendo menores de um ano 3.166 (1.65%) de 1 a 4 anos 13.210 7% de 5 a 9 anos 17.886(9,9%), 10 a 19 anos 12.609 (6,6%). A proporção entre os sexos é de 50,73% para o sexo feminino e 49,27% para o sexo masculino. Temos uma população concentrada na faixa etária entre 20 a 49 anos, economicamente ativa e produtiva. Quadro 1. Estimativa da População por faixa etária, no município de Criciúma, 2007 Faixa Etária Menor 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Total Fonte: IBGE Masculino 1.670 6.691 9.194 10.124 10.358 15.205 15.156 12.660 6.479 3.536 1.590 413 94.171 Feminino 1.496 6.597 8.692 9.678 9.986 17.679 17.151 13.220 7.252 4.164 2.262 752 96.852 Total 31.66 13.21o 17.886 19.802 20.344 30.884 33.307 25.880 13.727 7.592 3.852 1.165 190.923 32 7.3 A Assistência de Saúde no Município A assistência de saúde no município está organizada através de uma rede de complexidade crescente dividida em serviços próprios e conveniados Quadro 2: Número de Serviços de Saúde próprios, no município de Criciúma, 2008 Serviços de Saúde Unidade Estratégia da Família Unidades Básicas de Saúdes Pronto Atendimento de Saúde 24 horas Policlínica Rio Maina Referencia em Saúde da Mulher Referencia em Saúde da Criança e Gestante Referencia em DST/AIDS Vigilância Epidemiológica e Sanitária Laboratório Municipal Hospital Infantil Saúde do Trabalhador (CEREST) Farmácia Popular Policlínica Central (PAM) Rede Feminina de combate ao Câncer Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde 7.4 Números 27 14 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 História da implantação dos serviços de imunização no Município de Criciúma A imunização no Município de Criciúma esta ligado ao serviço de Vigilância Epidemiológica parte integrante da Gerência de Vigilância em Saúde. Até o ano de 1999 o programa de imunização do Município se resumia ao desenvolvimento de atenção básica, como o recebimento dos imunobiológicos(vacinas) através da Regional de Saúde, a sua redistribuição aos postos de saúde da rede pública e a confecção manuscrita dos dados de vacinas. No ano de 1993 foi implantado o programa SI-API nas gerencias regionais de saúde , em 1994 foi consolidado a implantação do programa para o município. Foi através desse que tivemos os primeiros registros alcançados com as crianças de 0 à 5 anos. A vacinação sistemática de rotina e uma das ações importantes da 33 epidemiologia que tem redesenhado o perfil epidemiológico das doenças previníveis por vacinas em nosso país nas ultima décadas, demonstrando a drástica redução dessas doenças. No município de Criciúma, a execução das ações de imunização esta descentralizada para as 36 salas de vacinas. As coberturas básicas de rotina são calculadas considerando-se doses aplicadas (terceira dose) e a população da faixa etária com denominador. Santa Catarina e um dos 15 estados brasileiros que utiliza os dados populacionais obtido através do Sistema de Informação de Nascidos vivos SINASC para a população menor de um ano desde o ano de 2003. A avaliação das coberturas básicas continua sendo a melhor forma de monitorar o desempenho e credibilidade das ações de imunização. Considerando que os dados podem ser obtido no próprio Município e por unidade de saúde, através do SI-API, ferramenta importante para a geração de informação que devem subsidiar o planejamento e redirecionamento das ações de imunização. 7.5 Situação dos Serviços de Imunização no Município de Criciúma Quadro 3: Demonstrativo das Salas de vacina no Município, até outubro 2008 PSF Santa Bárbara Santa Augusta Paraíso Manaus Cidade Mineira velha Cidade Mineira nova Mina união São Defende Nova Esperança Wosocris Vila Francesa Metropol Centro Social Urbano Brasília Nossa Senhora Salete Cristo Redentor Mina Quatro/Renascer Primeira linha São Simão Vila Zuleima Unidade Básica de Saúde Centro de Saúde Morro Estevão Quarta Linha Sangão São Roque Cruz vermelha Prospera Rio Maina Wosocris São Luis Mina do mato Santa Luzia Hospital Infantil Clínicas Privadas Clinica Infantil Clínica Sesi 34 O Município de Criciúma possui 36 salas de vacina, distribuídas em 13 unidades básicas de saúde 23 com Programa Estratégia Saúde da Família e duas salas são de clinicas particulares Um levantamento no ano de 2003 revelou a necessidade de mais profissionais desenvolvendo atividades em imunização sem capacitação técnica. A capacitação desses profissionais se da através das capacitações em sala de vacina. Na, época um dos fatores limitantes para o desenvolvimento dessas capacitações era a insuficiência de monitores O estado contava com apenas 8 monitores qualificados para atender todos os municípios. Definiu-se então como prioridade a formação de novos monitores. Esse processo se deu no transcorrer de 2003 e 2004. Atualmente o Estado conta com 20 novos monitores e o Município de Criciúma foi contemplado com 2 monitores desses novos que foram capacitados Com a formação desses novos monitores o Município pode viabilizar a execução de capacitação em sala de vacina para os profissionais bem como o credenciamento de ovas salas de vacina Atualmente a demanda se deve principalmente a ampliação das equipes do Programa de Saúde da Família e a alta rotatividade dos profissionais de sala de vacina e coordenadores municipais. Em decorrência do investimento financeiro que e feito nesses profissionais torna-se necessário implantar mecanismos que minimizem a rotatividade e pessoal e o conseqüente não desperdício do recurso público. Outra questão a ser observada e o que se refere às capacitações na técnica da aplicação da vacina BCG. Atualmente o setor de imunização de Criciúma conta com 1 monitor para essa capacitação e,considerando as exigências técnicas desse tipo de capacitação ( que exige a supervisão direta do monitor nas técnicas do PPD e da BCG e que para cada treinando e exigida a aplicação de no mínimo 50 testes de PPD e 10 vacinas de BCG) as turmas são compostas por apenas 5 treinados. Outra dificuldade encontrada para a realização dessas capacitações e a identificação de voluntários para a aplicação dos testes de PPD e a necessidade de agendamento da vacina BCG. Em decorrência da falta de profissionais capacitados, a vacina BCG não e disponibilizada em todas as salas de vacina do Município. Para amenizar esse problema o Município de Criciúma implantou no na de 2005 a vacina BCG e hepatite B na Maternidade do Hospital São José que atende pelo SUS, permitindo assim o acesso fácil a vacinação deixando disponível a vacina BCG em apenas 5 unidades de saúde como referencia. 35 Quadro 4: Demonstrativo do número de profissionais capacitados em sala de vacina pelo setor de imunização, no município ano 2002 a 2007 Ano Enfermeiro Aux Enf. Total 2002 20 34 54 2003 02 10 12 2004 14 30 44 2005 - 2006 13 16 29 2007 03 31 34 Fonte: Setor de imunização do Munícipio 8. AVALIANDO A COBERTURA NO MUNICÍPIO Avaliar a cobertura vacinal é saber motivos que impedem as crianças de completarem oportunamente o esquema vacinal. Atualmente a cobertura vacinal tem sido calculada como base em dados registrados pelas Unidades Básicas de Saúde em relação as doses administradas e populacionais estimados pelo SINASC .A seguir apresentamos série com base histórica das coberturas vacinais do Município. Quadro 5: Série História de Coberturas Vacinais de dezembro/ 2003 a setembro/ 2008, no Município de Criciúma-SC, 2008 Vacinas Ano BCG C.Hepatite C.Poliomielite Tetravalente Rotavírus B 2003 107,75 97.68 104,29 103.66 - 2004 103,00 87,69 93,47 93,43 - 2005 105,71 93,50 102,47 102,67 - 2006 116,15 88,23 90,99 91.03 51,22 2007 119.98 93.02 100.12 101.52 87,44 2008 122,45 91,91 98,40 95,16 86,06 Fonte: SI-API Pela série histórica apresentada, sistematicamente, encontramos falta de homogeneidade entre as Coberturas Vacinais, principalmente uma diferença muito acentuada da Vacina Contra Hepatite B e as outras vacinas, o que não deveria 36 ocorrer uma vez que no Calendário de Vacinação (anexo 1) as vacinas Contra Poliomielite, Tetravalente em menores de um ano estão recomendadas aos dois ( 1ª dose) , quatro(2ª dose) e seis meses (3ª dose) veriam ser feitas no mesmo período. Com relação a comparação das coberturas vacinas no período para as vacinas com relação aos parâmetros do Ministério da Saúde, nos anos de 2004 não se atingiu os 95% para as vacinas Contra hepatite, Vacinas Contra Poliomielite e Tetravalente; no ano 2005 não atingiu-se para a Vacina Contra Hepatite B; no ano de 2006, não atingido para Vacina Contra Hepatite B, Contra Poliomielite e Tetravalente ano da introdução da Vacina Contra Rotavírus; em 2007 não atingido para Vacina Contra Hepatite B e também para a Vacina Contra Rotavírus; em 2008 até setembro a Vacina Contra Hepatite B e para a Vacina Contra Rotavírus . O município tem que responder quanto a estes parâmetros junto ao Ministério da Saúde já que na Programação Pactuada Integrada comprometeu-se em atingi-los o que não ocorreu. 9. AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS Foram distribuídos 36 questionários às enfermeiras responsáveis pelas Unidade de Saúde que possuem sala de vacinação, desses retornaram vinte e quadro, sendo que dos que não retornaram cinco estavam em tratamento de saúde, duas estavam de férias, quatro não eram capacitados em sala de vacina e um não respondeu. 37 9.1 Tempo de Serviço dos Enfermeiros nas Unidades Quadro 6: Demonstrativo em números e percentual do tempo de serviço por meses dos enfermeiros nas unidades de saúde, no município de Criciúma. 2008 Tempo (meses) Numero de Enfermeiros Percentual (%) 06 11 03 04 24 25,00 45,83 12,50 16,67 100,00 0 à 12 13 à 24 25 à 36 36 ou mais Total Fonte: Dados da Pesquisa Observa-se pelos dados que 70,83% dos Enfermeiros tem menos de dois anos de serviço na Unidade de Saúde dificultando o conhecimento da comunidade e o acompanhamento das coberturas vacinal e a formação de vínculo com as pessoas, no convencimento para a realização de imunizações. 9.2 Capacitação em Sala de Vacina 9.2.1 Pessoas Capacitadas Quadro 7: Número absoluto de pessoas capacitadas por categoria profissional, nas Unidade participantes do estudo, no município de Criciúma, 2008 Categoria Profissional Capacitada Enfermeiro Técnico de Enfermagem Auxiliar de Enfermagem Total Fonte: Dados da Pesquisa Número Percentual (%) 23 37 19 79 29,11 46,83 24,06 100,00 Um Enfermeiro não realizou capacitação de 40 horas mas tem vários treinamentos em imunização realizado pelo Município. 38 9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador Quadro 8: Tempo de Exercício na função de Vacinador, por categoria profissional no município de Criciúma, 2008. Categoria Tempo Menos de 1 ano Enfermeiro 0 6 1 a 2 anos 7 3 a 4 anos 4 5 a 6 anos 4 7 e mais 0 Sem informação 2 Sem capacitação 23 Total Fonte: Dados da Pesquisa. Tec. Enfermagem Auxiliar de Enfermagem 01 11 02 04 17 02 00 38 00 02 01 01 10 05 00 19 Total 01 19 10 09 31 07 02 80 Uma vacinadora é enfermeira mais quando era técnica de enfermagem, está incluída no tempo de exercício como técnica de enfermagem. Observa-se que a maioria dos profissionais estão a mais de 7 anos na função. Quadro 9 : Tempo em anos da última capacitação, por categoria profissional, no município de Criciúma, 2008 Categoria Tempo Enfermeiro Menos de 1 ano 0 1 a 2 anos 6 3 a 4 anos 7 5 a 7 anos 7 8 anos e mais 2 Não Capacitado 2 Total 24 Fonte: Dados da Pesquisa Técnico de enfermagem Auxiliar de Enfermagem Total 2 13 8 6 8 0 37 0 2 2 6 9 0 19 2 21 17 19 19 2 80 Quanto a esta questão encontramos que 26,25% receberam a última capacitação de atualização de 1 a 2 anos o que é muito bom, pois as pessoas estão preparadas para o exercício da função com os mais novos no conhecimentos das vacinas, 39 mas também encontramos que 23,75,5% receberam capacitação a mais de 8 anos, sendo que a categoria do Auxiliares de Enfermagem é a que está a mais tempo sem treinamento. 9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município pelos Enfermeiros das Unidades, 2008 Conhecimento das Coberturas vacinais em menores de um ano do municipio pelas enfermeiras SIM NÃO Fonte: Dados da Pesquisa No gráfico 1, dos enfermeiros, quatorze, que corresponderam a 58,335, responderam que conhecem as coberturas vacinais do município e informam que conhecem através de: uma através da PPI, uma através da apresentação em educação continuada, oito por relatório das coberturas vacinal apresentadas em reunião da vigilância epidemiológica, duas durante as campanhas de vacinação, uma por meio da Internet e vigilância epidemiológica. Dos enfermeiros, dez que corresponde a 41,66%, que responderam não conhecer as coberturas vacinal do município atribuem como motivos de não conhecimento: três, informam não recebimento das informações no tempo certo e fixo; quatro alegam falta de informação para as unidades, uma não sabe dizer. Quanto ao conhecimento dos enfermeiros em relação as coberturas de vacina evidencia-se que as informações são esporádicas realizadas em reuniões de 40 campanhas ou rotina da vigilância epidemiológica ou em campanhas, mas que não tem informação em período fixo. “Através de reuniões e informações repassadas pela vigilância epidemiológica”. Enfermeira 19 “Porque nas reuniões a coordenação da vigilância informa”. Enfermeira 3 “Através dos relatórios de coberturas vacinais que não repassados nas reuniões.”Enfermeira 22 “Não porque não recebemos informações em um período de tempo como deveria”. Enfermeira 21 “Através dados das campanhas realizadas”. Enfermeira 2 “Do município atualmente não sei, há 8 meses solicitei para um funcionário da vigilância que tem acesso a essas informações e o mesmo retirou para mim”. Enfermeira 18 “Não recebemos boletins Informativos.” Enfermeira 17 9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro Conhecimento das coberturas vacinais em menor de um ano na área de abrangência na Unidade de saúde pelas enfermeiras 29% Sim Não 71% Fonte: Dados da Pesquisa 41 No gráfico 2 das enfermeiras que responderam, dezessete, conhecer a cobertura em sua área de abrangência informam que conhecem através de: três, pela cadernetas de vacinação, uma pelo monitoramento do menor de um ano, duas por controle das crianças e vacinas que realizam no mês, cinco é pela segunda via de cartão e conversas com os agentes comunitários de saúde, duas sabe quantas crianças possuem e quantas são vacinadas, uma diz que não sabe responder, uma tem conhecimento da população pelo SIAB e levantamento e busca dos faltosos e cobertura dos agentes comunitários de saúde. Das enfermeiras, sete, que responderam que não conhecem a cobertura vacinal alegaram com motivo: duas por falta de conhecimento do número de crianças de menor de um ano e que tem micro área descoberta, três os dados não estão atualizados e a área de abrangência não esta definida uma não realiza calculo, uma implantação recente da unidade de saúde e pouco tempo de contratação dos agentes comunitários de saúde. A seguir apresentamos algumas falas: “ Para se saber cobertura tem que saber o número de crianças menores de 1 ano exatamente e não possuímos, pois temos duas microáreas descobertas sendo as mais críticas como Rio Bonito (área invadida) onde os moradores migraram diariamente.” Enfermeira 24 “ ESF foi implantada apenas a dez meses e os agentes de saúde foram contratados a poucos meses, ainda o quadro não está completo”. Enfermeira 20 9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas Para alcançarem as coberturas vacinais em menores de um ano a maioria das enfermeiras responderam que utilizam estratégias específicas conforme demonstrado no gráfico 3 , mesmo uma que respondeu não, fala em estratégias. 42 Utilização de estratégias para alcançarem as coberturas vacinais em menores de um ano pelas enfermeiras, Criciúma,2008 Sim Nâo Através da análise de conteúdo da fala das enfermeiras podemos categorizar as estratégias utilizadas pelas enfermeiras para atingirem as coberturas vacinais segundo o quadro a seguir. Quadro 10: Categorização das Estratégias utilizadas pelas enfermeiras para atingirem as coberturas vacinais em menores de um ano, nas Unidades do estudo, Criciúma.2008. Categorias Busca de Faltosos Levantamento dos Atrasados Divulgação em rádio/igreja e pastoral Envolvimento do conselho tutelar Vacinação creche Orientação prénatal e grupo de gestantes e puérperas Envio de bilhetes às mães em campanhas Sensibilização de profissionais envolvidos com crianças No acompanhamento de crianças Reuniões com ACS e outros profissionais mais capacitados em sala de vacinação Controle de dados. Dramatização, contando casos verídicos Fonte: Dados da Pesquisa. Número 21 07 01 01 01 02 01 01 01 03 01 01 43 A categoria da Busca ativa de Faltosos foi indicada por vinte e uma vezes, fazendo algumas referência de que os faltosos são identificados das seguintes maneiras: levantamento de puérperas e crianças nascidas, busca de crianças faltosas nos cartões de aprazamento, realização de listagem de crianças para saber as atrasadas. Como forma de realização da busca ativa são utilizadas, principalmente os agentes comunitários de saúde em visita domiciliar. A categoria que as formas de levantamento dos atrasados foi citada sete apresentadas foram: vezes sendo colocar a Caderneta de vacinação em dia em campanhas, Controle de segunda via da caderneta de vacinação/Fichário de Aprazamento, levantamento das puérperas e das crianças que nasceram recentemente, listagem com o nome de todas as crianças para saberem quem não veio vacinar. A seguir apresentamos as falas das enfermeiras sobre as estratégias utilizadas. “ Se houver atraso da vacina é realizado busca ativa destas crianças pelos Agentes comunitários de saúde, se necessário pela enfermeira.” “ Agentes de Saúde., Pastoral de Saúde e igrejas e dramatizo, conto alguns casos horríveis (verídicos) para algumas pessoas , elas espalham e as mães vem correndo.” Enfermeira 4 As pessoas que responderam que não utilizam estratégias para alcançarem as coberturas vacinais em menores de um ano alegaram como motivos: não saberem a cobertura; não sabem a população infantil, portanto não utilizam estratégias; conseguem as coberturas sem estabelecerem estratégias devido as mães serem conscientes. Encontrou-se que muito raramente as Enfermeiras não utilizam a recomendação abrangência e para cálculo de cobertura, utilizando a população da área de as doses aplicadas, sendo que para algumas vacinas são as terceiras doses, conforme recomendação do Ministério da Saúde: 44 “Cobertura de vacinação é o percentual da população vacinada em determinada tempo: mês, trimestre, semestre,ano. A cobertura pode ser calculada para cada vacina, para o número de doses completadas (no caso de multidoses), pó grupo de idade e por áreas geográficas”. A seguir colocamos as falas das entrevistadas: “Não temos agentes comunitários a muitos anos, não conhecemos a população infantil para que possamos avaliar a cobertura”. Enfermeira 1 9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias Disponibilidade de todas as vacinas do esquema básico todos os dias nas Unidades do estudo. Criciúma, 2008 sim não No gráfico 4 quando inquiridas sobre se dispõem de todas as vacinas do esquema básico todos os dias, 58,33 das enfermeiras responderam que sim, mesmo assim alegam que faltam vacinas esporadicamente ou quando falta na vigilância epidemiológica. As que responderam não, 37.5% citam que: falta de vacinas BCG (13), febre amarela(1), falta de contra hepatite B ( (1); falta de suprimento desconsideração para com a solicitação pelo nível local. pelo estado, 45 A seguir apresentamos algumas falas: “Eventualmente falta vacinas porque a regional de saúde demora para mandar as vacinas para a vigilância” Enfermeira 23 “nem sempre todos os dias , porque várias vezes faltaram algumas vacinas (Hepatite B, por exemplo)” Enfermeira 1 9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação completo em menores de 1 ano. Existência de Situações de não realização de vacinação nas Unidades do Estudo, Criciúma,2008 sim não Sem resposta Fonte: Dados da Pesquisa No gráfico 5 das pessoas que responderam que existem situações em que não realizam o esquema completo o que apareceu como motivo foi: falta de vacinas, falta de vacinador, quando as pessoas mudam-se, crianças de outros bairros com abraso de vacinação, conforme falas a seguir: “ Quando falta vacina, fazemos o que tem e solicitamos as mães que voltem em outro dia para realizar o restante” Enfermeira 5 “Existem mães que, apesar de explicarmos sobre a importância de não atrasar, não concordam em aplicar duas injetáveis no mesmo dia, algumas por medo, outras por pena” Enfermeira 4 “Em nossa unidade somente não é realizado se a criança mudou-se e não foi encontrada”. Enfermeira 7 “Somente quando não há vacinador de BCG por motivo alheiros a vontade dos mesmos , já que são três vacinadoras.” Enfermeira 10 46 9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e alcançarem as coberturas vacinais Existência de dificuldade de alcançar cobertura na aréa de abrangência das Unidades de estudo, Criciúma, 2008 sim não Fonte; Dados da Pesquisa No gráfico 7 das enfermeiras que responderam que existem dificuldades citaram as seguintes: não sabem a população, realizam as vacinas em clínicas particulares; falta de resposta das mães ao chamamento, grande área de abrangência, falta de comprometimento ou não controle de alguns ACS. “Muitas crianças realizam vacinas nas clínicas privadas” Enfermeira 10. “A unidade é responsável por muitas microáreas e nem todas as Agentes Comunitárias são comprometidas”. Enfermeiras 23 As pessoas que responderam não terem dificuldades, alegaram ser devido: ação dos ACS, boa procura das mães, orientação constante as mães, trabalho da equipe na vacinação, conhecimento das crianças, captação em outras ações como teste do pézinho e ficha do recém- nascido, ter a cobertura real de todas as ações e cobertura total de ACS. “Sabemos quantas crianças tem em cada microárea” Enfermeira 21 “ Quando acontece de ultrapassar a data da vacina o agente comunitário da área desta criança faz a busca conscientiza a família e logo vão à unidade”. Enfermeira 16 47 9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogeneidade entre as vacinas As enfermeiras que realizaram a avaliação das doses aplicadas de vacinas apontaram as seguintes diferenças de homogeneidade entre as doses que deveria serem realizadas pelo calendário de vacinação , anexo 1, na mesma faixa etária. Nesta resposta algumas enfermeiras responderam por mês e outras responderam de forma geral no ano. As diferenças as vezes são para mais doses, outras são para menos doses para cada vacina. Quadro 11: Ocorrência de homogeneidade ou não entre as vacinas nas Unidades do Estudo de janeiro a setembro/2008 Ocorrências de diferenças e coincidências Entre as doses das vacinas Diferença entre 3ª Doses das Vacinas Contra Poliomielite, Tetravalente e Contra Hepatite B Diferença entre a 1ª Dose da Vacina Contra Hepatite B e a dose da Vacina BCG Coincidência entre as 3ª doses das das Vacinas Contra Poliomielite, Tetravalente e Contra Hepatite B Houve coincidência entre a dose de BCG e a 1ª Dose da Vacina contra hepatite Diferença entre as 3ª dose das Vacinas Tetravalente e Contra Hepatite B Não respondeu por mês e alegou diferença entre as Vacinas Tetravalente, Contra Poliomielite e Contra Hepatite B Não respondeu Falta de dados no mês Coincidência entre as Vacinas Contra Poliomielite e Tetravalente Diferenças entre as 3ª doses da Vacinas Contra Poliomielite e Contra Hepatite B Sem diferenças na Unidade Não Respondeu Fonte: Dados da Pesquisa Número de vezes que ocorreu por mês 01 05 37 00 14 08 02 01 19 01 04 01 48 Quanto aos motivos alegados para não homogenidade entre as doses das vacinas encontramos os dados citados no quadro seguinte: Quadro 12: Motivos alegados para não Homogeneidade entre as doses das Vacinas , nas Unidades do Estudo, Criciúma 2008 Motivos alegados Falta de Vacinas Não aceitação pela de fazer várias injeções Início do esquema com atraso devido a doença Crianças moradoras de outras localidades Realização de vacinas em outros locais Realização de Vacinas Especiais Vacinação em clínicas particulares Não informou/respondeu Não ter Vacinador/ não ter treinamento Erro/falta de Marcação Fonte: Dados da Pesquisa Número de vez que foi citado 12 01 01 11 03 02 01 05 04 03 A seguir apresentamos algumas falas relativas as diferenças entre as doses das vacinas. Observamos nesta unidade que a 1ª dose da Vacina Contra Hepatite é realizada no Hospital [...] o restante é homogênea.” Enfermeira 3 “As crianças atendidas nesta unidade de saúde pertencem a outros bairros, também, o que nos faz perder o controle da cobertura.” Enfermeira 7 “ os meses em que não apresentam homogenidade no esquema vacinal, referem-se as Salks do presídio e casos especiais”. Enfermeira 11 “Não ocorreu em nossa unidade de saúde”. Enfermeira 14 “Entre os meses de janeiro a setembro somente 4 meses tiveram os mesmos números, nos restantes, 5 meses teve uma diferença de um ou dois números, devido a falta de vacina que ocorreu onde temos que atrasar o esquema, e devido a falta de responsabilidade das mães que acabam atrasando alguns dias, as vezes.” Enfermeira 15 “[...] analisando as segundas vias de todas as crianças (carteirinhas) percebeu-se que as doses foram realizadas, tem homogeneidade. Percebemos que está ocorrendo um erro grave de não colocar no boletim ( falta de atenção dos vacinadores)”. Profissional 18 49 10 CONCLUSÃO Com este estudo cumpriu-se o objetivo relacionadas aos parâmetros estudar as coberturas vacinais estabelecidos para o controle de doenças, levantando os motivos que impedem as crianças de completar oportunamente o esquema vacinal na visão dos enfermeiros do município de Criciúma, Quanto as objetivos específico consegui-se levantar os dados da cobertura vacinal no período de 2003 a setembro de 2008, onde encontrou-se diferenças de homogeneidade entre as doses das vacinas aplicadas que deveriam estar coincidindo, pois são aplicadas na mesma idade, com relação a comparação das coberturas vacinas no período para as vacinas com relação aos parâmetros do Ministério da Saúde, nos anos de 2004 não se atingiu os 95% para as vacinas Contra hepatite, Vacinas Contra Poliomielite e Tetravalente, no ano 2005 não atingiu-se para a Vacina Contra Hepatite B , no ano de 2006, não atingido para Vacina Contra Hepatite B, Contra Poliomielite e Tetravalente, ano da introdução da Vacina Contra Rotavírus sendo que as coberturas ficaram baixas, em 2007 não atingido para Vacina Contra Hepatite B e para a Vacina Contra Rotavírus e em 2008 até setembro para a Vacina Contra Hepatite e Contra a Vacina Rotavírus. Os enfermeiros informaram na sua maioria que estabelecem estratégias para alcançarem as coberturas vacinais, mas não calculam as coberturas de acordo com o recomendado utilizando-se a população da área de abrangência e e dados de doses aplicadas, pelo Ministério da Saúde, e que é Pactuado pelo município na Programação Pactuada Integrada. Quanto ao conhecimento dos enfermeiros em relação as coberturas de vacina evidencia-se que as informações são esporádicas realizadas em reuniões de campanhas ou rotina da vigilância epidemiológica , mas que não tem informação em período fixo. Encontrou-se como dificuldade para atingir as coberturas: não saberem a população, realização as vacinas em clínicas particulares; falta de resposta das mães ao chamamento, grande área de abrangência, falta de comprometimento ou não controle de alguns ACS. Quanto aos os fatores/motivos que interferem na homogeneidade foram os seguintes: falta de vacinas, crianças moradoras de outras localidades, não 50 aceitação das mães de realizarem várias injetáveis no mesmo dia. Quanto as oportunidade perdidas de vacinação encontram responderam que situações em que não realizam o esquema completo de Vacinação, principalmente falta de vacinas e vacinador, crianças em atraso de outras localidades; não fi, e que não há contra indicação de realizar todas as vacinas do esquema no mesmo dia zeram referências para oportunidade perdida as falsas contra indicações nem se referiram as contra indicações verdadeiras à vacinação. Com relação ao pressupostos estabelecidos para esta pesquisa percebemos que: confirma-se que existe rotatividade de profissionais capacitados, existe perda de oportunidade para vacinar, principalmente devido a falta de vacina e mudanças das crianças chegando com o esquema em atraso de outras localidades; existe desconhecimento das coberturas vacinais pelos profissionais da área de abrangência seja local ou municipal e que não é citado como que em todos os atendimentos pergunta-se sobre as vacinas; não se confirma que a comunidade não é informada sobre a importância do uso das vacinas para evitar as doenças, pois os profissionais afirmam que utilizam várias estratégias para atingir a população de sua área de abrangência, resta-nos questionar se são eficientes. Com análise dos dados percebemos a necessidade de algumas intervenções como: melhorar o suporte de vacinação do nível regional para o município e deste para o nível local; procurar convencer as mães de que não há contra indicação de realizar todas as vacinas do esquema no mesmo dia; fazer um controle mensal rigoroso para estabelecer os motivos da ocorrência de diferenças e procurar resolve-los; fazer utilização mais criteriosa do arquivo rotativo buscando no mesmo mês as crianças atrasadas; procurar agendar as terceiras doses das Vacinas Tetravalente, Contra Poliomielite e Contra Hepatite para o mesmo dia; elaboração de um boletim mensal das coberturas vacinais para enviar as unidades de saúde pela Vigilância Epidemiológica. Percebemos que para Garantir a vacinação para todas as crianças menores de um ano é imprescindível: capacitar os profissionais para atuarem em sala de vacina e para cálculo das coberturas vacinais, mobilizar as equipes de saúde da Família para fazerem um trabalho com a população no encaminhamento da clientela para a vacinação; despertar o interesse da população para o esforço da equipe de saúde no sentido de aumentar e manter coberturas ideais de vacinação, garantido, assim a saúde das crianças. 51 11 REFERÊNCIAS Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde, MANUAL DE PROCEDIMENTO PARA VACINAÇÃO. 4º ed. Brasília: Funasa, 2001. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência á Saúde. COORDENAÇÃO DE SAUDE DA COMUNIDADE. SAUDE AS FAMILIA: Uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília: MS, 1997. Ministério da Saúde.Fundação Nacional de saúde, Capacitação de pessoal em Sala de Vacinação: Manual do Monitor. 2 ed. Brasília, 2001 Ministério da Saúde.Fundação Nacional de saúde, Capacitação de pessoal em Sala de Vacinação: Manual do Treinando. 2 ed. Brasília, 2001 Organização das Nações Unidas. Declaração mundial sobre a sobrevivência, a proteção e desenvolvimento da criança e plano a aplicação da mundial sobre a sobrevivência, a proteção e o desenvolvimento da criança no decênio de 1990: Cúpula mundial em favor da infância. Nova York: ONU; 30 de setembro de 1990. Organização Mundial de Saúde. Programa Ampliado de Imunização 7 a 23 de maio de 1974. Genebra, OMS; 1974. BRASIL,Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 196/96 de 10 de dezembro de 1996. Dispões sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: O Conselho, 1996. MINAYO, M.C. de S. O desafio do conhecimento – pesquisa qualitativa em saúde. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Hucitec Abrasco, 1996. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org) Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 6ª ed. Rio de Janeiro: Petrópolis, 1994. 52 AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS (org). Red Book 2000: Relatório do Cômite de Doenças Infeciosas. 25 ed. Rio de janeiro, 2002. Saúde.gov.br/saúde/vizualizar.textocfm?idtxt+21462. Imunizações. Acessado dia 28/10/2008 as 10:40hs. Ministério da Saúde, TRÊS DÉCADAS DE IMUNIZAÇÃO. Brasília, 2003 53 12 APÊNDICE Termo de consentimento Livre Esclarecido e Informado Universidade do extremo sul catarinense – UNESC Trabalho de Monografia de Saúde Coletiva e Saúde da Família – POLO Termo de consentimento Livre e Esclarecido Você esta sendo convidada para participar como voluntária em uma pesquisa através de questionário aplicado aos enfermeiros(as) sobre a cobertura vacinal no menor de 1 ano nas unidades de saúde que possuem sala de vacinação no Município de Criciúma - Santa Catarina. No caso de aceitar fazer a parte do estudo, assine no final deste documento, e devolva a pesquisadora junto com o questionário. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma. Serão garantidos os princípios éticos quanto ao sigilo e anonimato. Eu, ___________________________, portador do RG ______________ abaixo assinado, concordo em participa como sujeito do presente estudo. que será Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes da minha participação. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade ou interrupção do meu acompanhamento/ assistência/ tratamento. Criciúma ___/___/___ Nome.......................................................... Assinatura:________________________. Pesquisador Responsável: Joice Savi Silveira Telefone para contato: 34458713 Orientador Técnico: Professora: Rosane Maria dos Santos UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC 54 Trabalho de Monografia de Saúde Coletiva e Saúde da Família – POLO Questionário para a(o) Enfermeiro(a) da Unidade de Saúde ( Frente e Verso) 1. A quanto tempo você atua nesta Unidade de Saúde?____________________ 2. Quais os funcionários por categoria profissional são capacitadas em sala de vacina , há quanto tempo e quando foi a última capacitação? Categoria Profissional Quanto tempo de Capacitação Ano da Última Capacitação em Vacinação em Vacinação 4. Você conhece as coberturas vacinas em menores de 1 ano de seu município? ( ) Sim Como? _________________________________________________ ________________________________________________________________ ( ) Não Por que? _______________________________________________ ________________________________________________________________ 5. Você sabe qual a cobertura vacinal no menor de 1 ano em sua área de abrangência ? ( ) sim Como? __________________________________________________ ( ) não Por que ? ________________________________________________ 6. Você utiliza alguma estratégia para alcançar as Coberturas vacinais e menores de um ano? ( ) Sim Quais?_____________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ( ) Não Porque? __________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 55 7. A unidade dispõe de todas as vacinas do esquema básico todos os dias? ( ) sim ( ) não Por que? _________________________________________________ ______________________________________________________________ 8. Existe situações em qu a Unidade não realiza esquema completo de vacinação em todos os menores de um ano todos os dias? ( ) sim Em que situações não é realizado e por que? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ( ) não 9. Você encontra dificuldades para vacinação dos menores de um ano e alcançar as coberturas vacinais em sua área de abrangência? ( ) Sim Quais? _________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ( ) Não Porque? ________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Avaliando as doses aplicadas no município para Vacina tetravalente, vacina Contra Poliomielite e a Vacina Contra Hepatite B em menores de um ano percebe-se que não são as mesmas, contribuindo para coberturas não homogêneas entre elas, o que não deveria ocorrer. Verifique se isto ocorre aplicadas de janeiro a setembro de 2008 por mês e vacinas nos boletins de doses de sua unidade de Saúde e determine que fatores levaram a ocorrência desta situação. ________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 56 13 ANEXO Calendário Básico de Vacinação da Criança IDADE Ao nascer 1 mês 2 meses 4 meses 6 meses VACINAS BCG - ID DOSES dose única DOENÇAS EVITADAS Formas graves de tuberculose Vacina contra hepatite B (1) 1ª dose Hepatite B Vacina contra hepatite B 2ª dose Hepatite B Vacina tetravalente (DTP + Hib) (2) 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil) VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (3) 1ª dose Diarréia por Rotavírus Vacina tetravalente (DTP + Hib) 2ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil) VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (4) 2ª dose Diarréia por Rotavírus Vacina tetravalente (DTP + Hib) 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil) Vacina contra hepatite B 3ª dose Hepatite B 9 meses Vacina contra febre amarela (5) dose inicial Febre amarela 12 meses SRC (tríplice viral) dose única Sarampo, rubéola e caxumba 15 meses VOP (vacina oral contra pólio) reforço Poliomielite (paralisia infantil) DTP (tríplice bacteriana) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche DTP (tríplice bacteriana 2º reforço Difteria, tétano e coqueluche SRC (tríplice viral) reforço Sarampo, rubéola e caxumba Vacina contra febre amarela reforço Febre amarela 4 - 6 anos 10 anos (1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recémnascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. (2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos. (3) É possível administar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida). (4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de 4 semanas. (5) A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem. Calendário de Vacinação do Adolescente Calendário de Vacinação do Adulto e do Idoso