UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SAÚDE DA FAMÍLIA- POLO
JAICE MARIA SAVI SILVEIRA
COBERTURA VACINAL NO MENOR DE UM ANO E OS
PARÂMETROS MÍNIMOS DE COBERTURA PARA O CONTROLE
DAS DOENÇAS NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA-SC,
CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2008
JAICE MARIA SAVI SILVEIRA
COBERTURA VACINAL NO MENOR DE UM ANO E OS
PARÂMETROS MÍNIMOS DE COBERTURA PARA O CONTROLE
DAS DOENÇAS, NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA-SC,
Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense- UNESC, para a obtenção do título
de especialista em Saúde Coletiva-Saúde da
família-Polo
Orientador: Prof.( Especialista): Rosane Maria
dos Santos
CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2008
Dedico
este
trabalho
a
todos
os
profissionais da área da saúde, em especial,
as
equipes
de
empenham
com
promoção
da
enfermagem
que
se
a responsabilidade na
saúde
da
população.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, a Deus, pelo dom da
vida e pela graça de poder realizar este
trabalho; ao meu esposo, filhos, genro,
nora, pelo incentivo e apoio, principalmente
nos momentos de desânimo; a todos que
direta ou indiretamente me auxiliaram na
conclusão deste trabalho, com especial
agradecimento a minha orientadora.
“O saber contra a ignorância, a saúde contra a
a doença, a vida contra a morte... Mil reflexos
da Batalha,
permanente, em que estamos
todos envolvidos...”
Osvaldo Cruz (1872- 1917)
RESUMO
O Programa nacional de Imunização foi criado no Brasil em 1975,
vem
evoluindo ao longo dos anos em cobertura da população infantil e ampliação da
oferta de vacinas (imunobiológicos). Tem como meta operacional de Cobertura,
atualmente, vacinar 100% das crianças. O problema de pesquisa surgiu devido a
inquietação quanto às coberturas para cada vacina específica não corresponderem
ao estabelecido pelo Ministério da Saúde, originando este estudo que tem como
objetivo estudar as coberturas vacinais e os fatores que interferem nas mesmas na
visão dos Enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde. Quanto a metodologia
tratou-se de uma pesquisa quali-quantitativa que em seu aspecto quantitativo
levantou as coberturas vacinais de 2003 a setembro de 2008 no Sistema de
Avaliação do Programa de Imunização municipal, e que em seu aspecto qualitativo
utilizou-se de entrevista semi-estruturada com enfermeiros das unidades.
Palavras-chave: Imunização, Cobertura.
EXTRACT
The National Immunization Program was created in Brazil in 1975, and has
evolved over the years in coverage of children and expanding the supply of vaccine
(immunobiologicals). Its goal of operational coverage, currently, it is 100% of
vaccinated children. The problem arose because concerns about the coverages for
each specific vaccine that do not match the established by the Ministry of Health,
leading to this study, that aims to study the vaccination coverage and factors that
interfere in it, considering the vision of Nurses in the Basic Health Units. As the
methodology it was a qualitative and quantitative research, that in its quantitative
aspect examined the vaccination coverage from 2003 until September 2008 in the
System Assessment Program of Immunization municipal, and that in their qualitative
aspect, used one structured interview with nurses of the units.
Key-words: Immunization, Coverage
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
7.2 População.........................................................................................................................31
9.2.1 Pessoas Capacitadas .................................................................................................37
9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador........................................................38
9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município pelos
Enfermeiros das Unidades, 2008................................................................................39
9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de
Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro...............................................40
9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas ........................................41
9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias ......44
9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação completo
em menores de 1 ano. ..................................................................................................45
9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e
alcançarem as coberturas vacinais.............................................................................46
9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogeneidade entre as vacinas..47
LISTA DE TABELAS
Quadro 1. Estimativa da População por faixa etária, no município de Criciúma,
2007 .................................................................................................................................31
Quadro 2: Número de Serviços de Saúde próprios, no município de Criciúma, 2008
..........................................................................................................................................32
Quadro 3: Demonstrativo das Salas de vacina no Município, até outubro 2008 ........33
Quadro 4: Demonstrativo do número de profissionais capacitados em sala de vacina
pelo setor de imunização, no município ano 2002 a 2007 ...................................35
Quadro 5: Série História de Coberturas Vacinais de dezembro/ 2003 a setembro/
2008, no Município de Criciúma-SC, 2008................................................................35
Quadro 6: Demonstrativo em números e percentual do tempo de serviço por meses
dos enfermeiros nas unidades de saúde, no município de Criciúma. 2008.........37
Quadro 7: Número absoluto de pessoas capacitadas por categoria profissional, nas
Unidade participantes do estudo, no município de Criciúma, 2008 ......................37
Quadro 8: Tempo de Exercício na função de Vacinador, por categoria profissional
no município de Criciúma, 2008................................................................................38
Quadro 9 : Tempo em anos da última capacitação, por categoria profissional, no
município de Criciúma, 2008 .......................................................................................38
Quadro 10: Categorização das Estratégias utilizadas pelas enfermeiras para
atingirem as coberturas vacinais em menores de um ano, nas Unidades do
estudo, Criciúma.2008. .................................................................................................42
Quadro 11: Ocorrência de homogeneidade ou não entre as vacinas nas Unidades
do Estudo de janeiro a setembro/2008 ......................................................................47
Quadro 12: Motivos alegados para não Homogeneidade entre as doses das Vacinas
, nas Unidades do Estudo, Criciúma 2008 ...............................................................48
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PAI - Programa Ampliado de Imunização
OMS- Organização Mundial da Saúde
ONU - Organizaçao das Nações Unidas
PNI - Programa Nacional de Imunização
SUS - Sistema Único de Saúde
PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde
ESF - Programa de Saúde da Família ( PSF)
DTP - Difteria Coqueluche e Tétano
BCG - Bacilo de Calmatte-Guerin
VTV - Vacina Tríplice Viral
VORH- Vacina Rotavírus Humano
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................6
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 PROBLEMA ........................................................................................................................ 14
3 HIPÓTESES...........................................................................................................15
4 OBJETIVOS...........................................................................................................16
4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................16
5 REFERÊNCIAL TEÓRICO.....................................................................................17
5.1 Programa Nacional de Imunizações.................................................................17
5.2 Três Décadas de Imunização...........................................................................17
5.3 Por que o PNI é um Sucesso? .........................................................................18
5.4 As vacinas e suas indicações..........................................................................24
5.4.1 Contra-Indicações de Vacinas......................................................................24
5.5 Arquivo de Sala de Vacinação ........................................................................25
5.6 Arquivo Permanente de Vacinação ..................................................................26
5.7 Busca dos Faltosos ..........................................................................................27
6 METODOLOGIA ....................................................................................................28
6.1.Abordagem metodológica.................................................................................28
6.2.Tipo de pesquisa ..............................................................................................28
6.3. Local de estudo ...............................................................................................28
6.4. População e amostra.......................................................................................28
6.5.Coletas de dados .............................................................................................28
6.6. Analise de dados.............................................................................................29
6.7. Aspectos Éticos...............................................................................................30
7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS......................................................30
7.1 Caracterização Sócio-Demográfica do Município de Criciúma.........................30
7.2 População ........................................................................................................31
7.3 A Assistência de Saúde no Município .............................................................32
7.4 História da implantação dos serviços de imunização no Município de ..........33
8 AVALIANDO A COBERTURA NO MUNICÍPIO ....................................................35
9 AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS ..................................................................36
.1 Tempo de Serviço dos Enfermeiros nas Unidades ............................................37
9.2 Capacitação em Sala de Vacina ....................................................................37
9.2.1 Pessoas Capacitadas..................................................................................37
9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador.............................................38
9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município
pelos Enfermeiros das Unidades.........................................................................39
9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de
Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro ..........................................40
9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas..............................41
9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias44
9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação
completo em menores de 1 ano. .........................................................................45
9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e
alcançarem as coberturas vacinais .....................................................................46
9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogenidade entre as vacinas
............................................................................................................................47
10 CONCLUSÃO ......................................................................................................49
11 REFERÊNCIAS....................................................................................................51
12 APÊNDICE...........................................................................................................53
13 ANEXO.................................................................................................................56
11
1 INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde (2001), a meta operacional básica é
vacinar 100% das crianças menores de um ano com todas as vacinas indicadas
para o primeiro ano da vida das crianças menores de um ano.
Considera-se a meta alcançada quando todas as crianças recebem as
três doses básicas, critério aplicado para todas as vacinas que possuem esquema
básico com mais de uma dose.
Quando as coberturas obtidas nas menores de um ano não são
satisfatórias, as crianças não vacinadas vão se acumulando ao grupo de quatro
anos incompletos.
Avaliar a cobertura vacinal e saber os motivos que impedem as crianças
de completar oportunamente o esquema vacinal no município de Criciúma, foi um
dos fatores que levou-me nos a desenvolver esta pesquisa. Ao longo dos anos em
que atuamos no setor público e como coordenadora do Programa de Imunização,
despertou-me interesse ao analisar as metas de cobertura vacinal no menor de um
ano, pois as mesmas não vinham se mantendo de forma homogênea dentro de
cada unidade geográfica.
Cabe a nós profissionais de saúde, estar atentos a importância das
crianças completarem o esquema vacinal. Para assim então, orientarmos os pais da
responsabilidade destes para com seus filhos, quando falamos em vacinas como
prevenção de algumas doenças que futuramente as crianças possam adquirir.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Programa Ampliado de
Imunização (PAI) em 1974, com o objetivo de até 1990 todas as crianças do mundo
tivessem a disposição todas às vacinas como medida de controle de algumas
doenças transmissíveis (difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, tuberculose e
sarampo).
No Brasil em 1975 o programa foi regulamentado com normas
organizadas e competências definidas.
A partir de 1990, o Brasil foi um dos signatários da Declaração Mundial
12
sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento da Criança proposta pela
Organização das Nações Unidas – ONU (1990), tendo o compromisso de contribuir
para a “erradicação da poliomielite” em todo o mundo até o ano 2000, a eliminação
do tétano neonatal em 90% e redução dos óbitos associados ao sarampo em 90%
até 1995, bem como os altos índices de cobertura vacinal.
Um grande avanço se deu no alcance dessas coberturas no Brasil a
partir de 1990 com a promulgação da Lei número 8080 de 19 de setembro de1990
que regulamentou o Sistema Único de Saúde (SUS)
e
desencadeou
a
descentralização dos serviços de saúde dos municípios. Este fato facilitou a
realização e coordenação das atividades do Programa Nacional de Imunização
(PNI), o impacto se deu na melhora das taxas de coberturas vacinais alcançadas em
anos.
Em 1994 foi implantado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS), estabelecendo vínculo de compromisso e responsabilidade, entre os
profissionais de saúde e a população.
A importância do Programa de
Saúde da Família ( PSF) consiste na
construção de um novo modelo assistencial de saúde em conformidade as diretrizes
do Sistema Único da Saúde.
(Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à
Saúde).
De acordo com o Ministério da Saúde (2001):
“Para conseguir um impacto epidemiológico satisfatório, além de medidas
de controle específica para cada doença, é importante obter coberturas
vacinais adequadas. o percentual de cobertura necessária
para a
interrupção da cadeia de transmissão depende do grau de eficácia da
vacina e das características de cada doença.”
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001) para alcançar os objetivos do
programa de vacinação necessitamos coberturas em níveis mínimos para que
haja quebra da cadeia epidemiológica das doenças imunopreviníveis, que são os
seguintes: para a vacina contra Difteria Coqueluche e Tétano ( DTP), vacina
conta tuberculose ( BCG), vacina Contra Poliomielite (Sabin)
vacinação de
noventa por cento dos suscetíveis; para a Vacina Contra Sarampo, Rubéola e
Caxumba ( Tríplice Viral – VTV)
e
vacina contra hepatite B vacinação de
13
noventa e cinco por cento do suscetíveis; para a vacina contra Difteria e Tétano
para mulheres em idade fértil e vacina contra febre amarela vacinação de cem
por cento dos suscetíveis.
A população-alvo para vacinação é dividida em alguns extratos mais
importantes para estabelecer metas operacionais, que para o grupo etário de
menores de um ano, segundo o Ministério da saúde (2001), é vacinar cem por
cento com todas as vacinas no primeiro ano de vida. Para as vacinas (DTP,
Sabin e contra Hepatite B) a meta é alcançada
quando cem por cento das
crianças recebem as três doses básicas.
Segundo o Ministério da Saúde (2001), entre os fatores para baixas
coberturas de vacinação , encontra-se a perda de oportunidade, como: não avaliar
os cartões de vacinação de crianças que acompanham suas mães, não verificar os
cartões de vacinação de gestantes, filas de espera e as mães voltam sem serem
atendidas, falta de vacina, funcionamento da sala de vacinação em apenas um
período, agendamento de algumas vacinas uma vez por semana, falta de
informação para a população
sobre a importância das vacinas para evitar a
transmissão das doenças, falta informação sobre o calendário da vacinação, não
esclarecimento sobre as contra indicações verdadeiras das vacinas
deixando as
mães receosas levando-as a deixarem de vacinar seus filhos por falsas contra
indicações atrasando o o calendário vacinal; falta de divulgação correta na mídia.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001) para não se perder
oportunidades de vacinar deve-se sensibilizar todos os profissionais para
comprometimento com a vacinação e participarem das atividades de rotina,
bloqueios, campanhas, dentro e fora da unidade; promover revisão sistemática dos
cartões buscando os faltosos; valorizar o uso e guarda do cartão de vacinação;
14
como um documento; identificar a sala de vacina de forma bem visível e chamativa;
contatar com jornalistas e outros profissionais da comunicação para informar a
população sobre a vacinação; ouvir a comunidade para saber o melhor horário para
o funcionamento do serviço; realizar integração com os professores para aprofundar
conhecimento sobre a vacinação
para estudantes e seus familiar; prestar
esclarecimentos a comunidade para que se torne parceira nas atividades de
vacinação; incentivar os agentes de saúde e equipe a acompanharem o calendário
de vacinação esclarecendo as famílias e avisando os faltosos; promover atividades
de acompanhamento e avaliação do estado de vacinação da população da área de
abrangência da unidade e repassando a equipe e á comunidade.
2 PROBLEMA
Cobertura obtida para cada vacina específica não corresponde aos
parâmetros estabelecidos pelo Ministério das Saúde para o controle das doenças.
15
3 HIPÓTESES
•
Alta rotatividade de profissionais capacitados em sala de vacina
•
Falta de esclarecimento quanto ao tipo de vacina aplicada
•
Perda de oportunidade para vacinar a clientela alvo
•
Falta de algumas vacinas ou funcionamento da sala de vacinação em
apenas um período do dia ou até mesmo agendamento
•
Profissionais que realizam o atendimento muitas vezes não se
lembram de perguntar sobre a vacinação
•
Comunidade não é informada sobre a importância do uso das vacinas
para evitar as doenças.
•
Freqüência de abandono do esquema vacinal.
•
Desconhecimento das coberturas vacinais nas áreas de abrangência
16
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Estudar as coberturas vacinais relacionados aos parâmetros estabelecidos
para o controle das doenças, levantando os motivos que impedem as crianças de
completar oportunamente o esquema vacinal nas visão dos enfermeiros no
município de Criciúma
4.2 Objetivos Específicos
•
•
•
•
•
•
•
Levantar dados da cobertura vacinal no período de 2003 á setembro 2008;
Comparar as coberturas vacinais no período de 2003 a setembro de 2008
com os parâmetros do Ministério da Saúde para controle de doenças;
Verificar se os enfermeiros conhecem as coberturas vacinais de sua unidade
de abrangência;
Levantar se os enfermeiros estabelecem ações a nível local para alcançarem
as coberturas vacinais;
Levantar as dificuldades que os enfermeiros encontram para alcançarem as
coberturas vacinais, preconizadas pelo Ministério da Saúde;
Verificar quais são os fatores/motivos que interferem na homogeneidade na
vacinação dos menores de um ano em 2008;
Levantar oportunidades perdidas de vacinação.
17
5 REFERÊNCIAL TEÓRICO
5.1 Programa Nacional de Imunizações
Um século atrás, Osvaldo Cruz empreendeu no Brasil uma obra
saneadora que se converteria num dos episódios mais comoventes da
historia da saúde publica.
O grande sanitarista estabeleceu um modelo de ação e deixou um
exemplo que ainda inspiram o Programa Nacional de Imunização PNI, que
comemora seu 30º aniversário. Num país como o nosso de dimensões
continentais a quase 180 milhões de habitantes erradicar ou manter sob
controle todas as doenças que podem ser erradicadas ou mantidas sob
controle por meio de vacinas e uma missão que significa o PNI e enche de
orgulho todo o cidadão brasileiro. Desde que foi criado, em 18 de setembro
de 1973, o PNI procura não apenas cumprir sua missão.
Nestas três
décadas, tornou-se inclusão social, na medida em que assiste todas as
pessoas, em todos os recantos do país, sem distinção de qualquer
natureza. Seja rico ou pobre, more no litoral ou nos sertões, seja velho ou
jovem, o brasileiro sabe que pode contar com a vacina de boa qualidade em
todos os momentos de sua vida. Não existem excluídos para o PNI. As
vacinas do programa estão a disposição de todos nos postos ou com as
equipes de vacinação cujo empenho permite levar a imunização mesmo a
locais de difícil acesso as matas, aos morros, aos becos das favelas, as
palafitas. Eles vão onde e preciso ir para imunizar a população. Trata-se,
enfim de um programa que honra a memória e respeito as lições de
profissionais de saúde notáveis de ontem e de hoje. Garantir saúde sim,
mas com o comportamento ético e a consciência de que e preciso lutar sem
descanso para reduzir as desigualdades sociais do Brasil. O programa
nacional de imunização tem papel preponderante nessa luta, como está
demonstrado no livro que registra os seus 30 anos de dedicação a brava
gente brasileira. Humberto Costa
5.2 Três Décadas de Imunização
PNI- essas três letras inspiram respeito internacional entre especialistas de
saúde pública,pois sabem que se trata do Programa Nacional de Imunização, do
Brasil, um dos países mais populosos e de território mais extenso no mundo e onde
nos últimos 30 anos foram eliminadas ou são mantidas sob controle, as doenças
preveníveis por meio da vacinação. Na Organização Pan-americana da Saúde
(OPAS) ,o branco da organização Mundial da Saúde (OMS), o PNI brasileiro e citado
com referencia mundial.. Por sua excelência comprovada, o nosso PNI organizou
duas Campanhas de Vacinação no Timor Leste, ajudou nos programas de
18
imunização na Palestina, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Nós, os brasileiro do
PNI, fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de
Angola,para serem capacitados. Estabelecemos cooperação técnica com Estados
Unidos da América, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai,
Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola, Filipinas.
Qual a razão desse destaque internacional? O Programa Nacional de
Imunização chega aos seus 30 anos em condições de mostrar resultados e avanços
notáveis. O que foi alcançado pelo Brasil, em imunização está muito além do que foi
conseguido por qualquer outro país de dimensões continentais e de tão grande
diversidade socioeconômicas no campo das imunizações somos vistos com respeito
e admiração mais propicias para esse trabalho, por terem população menor e ou
disporem de espectro social e econômico diferenciado.
5.3 Por que o PNI é um Sucesso?
Os bons resultados das imunizações no Brasil devem ser atribuídas a
abnegação dos vacinadores
e a sua política de saúde que se sobrepõe as
ideologias dos diferentes governos desde 1973.
“Uma das grandes virtudes do PNI esta em sua efetiva contribuição para
reduzir as desigualdades regionais e sociais. Apesar de a vacinação no Brasil não
ser tarefa das mais fáceis, dado o tamanho do nosso país e da nossa população a
vacinação é um promotor da igualdade” (Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância
em Saúde).
Toda criança brasileira é vacinada: seja rica ou pobre. Todo e qualquer cidadão
brasileiro tem acesso à vacina. O PNI ao longo desses 30 anos deixou de ser um
programa totalmente controlado pelo Ministério da Saúde, tornou-se um projeto
descentralizado. Segundo Jarbas Barbosa, foi fundamental para que se conseguir
uma boa parceria entre os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. A
seu ver, e essencial que o Brasil possa formar novas gerações habilitadas e
continuar tocando projetos complexos com o PNI. Afinal vacinação não e uma ação
simples, principalmente num país como o Brasil. É importante destacar algumas
mudanças do programa ao longo dessa três décadas. Há 30 anos quando surgiu era
um programa centralizado, verticalizado. Essa era a lógica da saúde publica na
época, os municípios não tinham praticamente nenhum papel, tudo era feito pelo
19
Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais. Mas principalmente nos últimos 4
anos, o PNI passou por um processo de descentralização para se adequar a um
novo momento que a nação vive. O grande executor das ações agora e o município.
O estado coordena, assessora tecnicamente, e o Ministério mantém as ações
essenciais, como fornecimento das vacinas. A história do PNI tem de especialmente
interessante, o fato de ter sido criado durante a ditadura que o Brasil viveu entre
1964 e 1985. O Ministério naquela época não tinha a importância política que tem
hoje. Como o Sistema Único de Saúde - SUS ainda não existia, grande parte dos
recursos para a assistência não estava no Ministério. Mas sim no da Previdência,
que era objeto de interesse político. Foi então possível através de bons sanitaristas
brasileiros como Waldir Arcoverde, Paulo de Almeida Machado, José Carlos Seixas,
João Batista Resi, Gonzaga Lima entre outros. Muitos estavam comprometidos com
posições
de
esquerda,
mas
puderam
ajudar
a
montar
o
Ministério.
A
descentralização do PNI se deu em harmonia com essas mudanças. O principal
desafio do programa foi, portanto, adaptar-se a uma nova realidade da saúde e do
Brasil.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Brasil foi implantado em 1973
com o fim de coordenar ações voltadas à imunização, que até o momento se
caracterizavam de forma descontinua, esporádica e de reduzida área de cobertura.
A Lei número 6.259 de 30 de outubro de 1975, regulamentada pelo Decreto
número 78.231 de 12 de junho de 1976 institucionaliza o PNI e define suas
competências:
•
Implantar e implementar as ações do Programa relacionadas com
as vacinações de caráter obrigatório;
•
Estabelecer critérios e prestar apoio técnico e financeiro à
elaboração, implementação e implantação do programa de
vacinação;
•
Estabelecer normas básicas para a execução das vacinações;
•
Supervisionar e avaliar a execução das vacinações no território
nacional;
•
Analisar e divulgar informações referentes ao Programa Nacional
de Imunizações.
O PNI possui como objetivos: contribuir para a manutenção do estado de
20
erradicação da poliomielite; contribuir para o controle ou erradicação do sarampo,
difteria, tétano neonatal e acidental, coqueluche, formas graves de tuberculose,
rubéola, caxumba, hepatite B, febre amarela, raiva e doenças invasivas causadas
por Haemophilus influenza tipo b. E contribuir para o controle de outros agravos
coordenando o suprimento e a administração de imunobiológicos indicados para
situações ou grupos populacionais específicos.
Na instância nacional o PNI é responsabilidade da Fundação Nacional de
Saúde (FUNASA) Ministério da Saúde. Sendo integrante da estrutura do Centro
Nacional de Epidemiologia estruturando-se em três coordenações: CoordenaçãoGeral do Programa de Imunizações, Coordenação de Imunobiológicos e
Coordenação de Normatização do Programa Nacional de Imunizações.
O desenvolvimento do PNI é orientado por normas técnicas estabelecidas
nacionalmente. Essas normas referem-se à conservação, transporte e administração
dos imunobiológicos. Para assegurar a aceitação e uniformidade de uso em todo
território nacional, as normas são estabelecidas com a participação dos estados e
municípios por meio de órgãos responsáveis pela operacionalização do Programa.
O suprimento dos imunobiológicos necessários é responsabilidade da instância
federal que adquire os produtos, coordena a importação e incentiva a produção
nacional. Os produtos nacionais ou importados são adquiridos e distribuídos pelo
gestor
federal
para
as
secretarias
estaduais
de
saúde,
que
possuem
a
responsabilidade de receber, armazenar, acondicionar e distribuir os imunobilógicos.
A capacitação de recursos humanos é uma estratégia fundamental para o
aperfeiçoamento do Programa. Os profissionais de saúde necessitam de capacitação
específica para atuarem na sala de vacina. Mas não basta apenas receber as
orientações, o profissional deve ter consciência da importância de associar a técnica e
o saber. Pois, além da aplicação do imunobiológico, temos as orientações aos pais e
os esclarecimentos, que são fundamentais para um atendimento de qualidade e eficaz.
Os enfermeiros são peças chaves deste processo, pois estes são orientadores das
equipes de saúde. Assim, ao realizarem estas atividades de forma que sensibilizem a
população da importância da vacinação conseguiremos atingir as coberturas vacinais
ideais.
A falta de pessoal compromete a continuidade de qualquer serviço de saúde.
Em cada local de vacinação é importante garantir pessoal capacitado para substituir os
profissionais da sala de vacinação no caso de férias, transferência ou licença, para que
21
as atividades não paralisem. Também é importante a presença de um supervisor
técnico para acompanhar e avaliar o desenvolvimento do trabalho.
Nos municípios onde atuam as equipes dos programas de Saúde da Família e
de Agentes Comunitários de Saúde, torna-se mais fácil trabalhar quando falamos em
vacinação. Pode ser realizado um trabalho articulado para mobilizar a população para
encaminhamento da clientela e para o agendamento e execução da vacinação. A visita
domiciliar é a principal base do Agente Comunitário de Saúde, neste procedimento
permite avaliar a saúde geral e as condições de vida da família.
No que se refere aos recursos específicos ou estratégicos é fundamental
considerar a situação dos recursos humanos, dos sistemas de informação de base de
dados nacional e outros, a aquisição e distribuição de insumos, manutenção e
suprimento de equipamentos e desenvolvimento de tecnologias em saúde.
As ações voltadas às menores de cinco anos são implementadas na rotina, nos
dias regionais e nacionais de multivacinação e por ações específicas de intensificação.
Cobrindo a totalidade dos nascidos em cada ano e completando o esquema daqueles
que, por diferentes motivos, não foram vacinados no primeiro ano de vida.
A oferta de imunobiológicos para menores de cinco anos tem sido ampliada, de
acordo com critérios epidemiológicos, como exemplo das vacinas contra hepatite B e
contra febre amarela introduzidas no calendário básico. Ainda assim, encontramos
crianças que não completam o esquema vacinal. Precisamos conscientizar os pais em
encaminharem-se as unidades de saúde para realizarem os procedimentos
necessários e desmistificar o fato de que “as vacinas do serviço público não resolvem
nada”.
Um fator que devemos ressaltar, é a criação dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIEs) em 1993. Que possui como finalidade de atender
pessoas em situações específicas que não podem receber produtos utilizados na
rotina, em especial os imunodeprimidos. Mais uma vantagem implantada pelo
Ministério da Saúde para atender a população com necessidades especiais.
Para o desenvolvimento de atividades junto à população é necessário analisar
a situação e identificar e analisar as razões para as baixas coberturas. Podemos nos
perguntar?
•
A população está suficientemente esclarecida sobre a existência de doenças
que podem ser evitadas?
22
•
Os responsáveis pelas crianças conhecem os tipos de vacinas e o número de
doses necessárias para a completa imunização?
•
O serviço está divulgando os locais e horários de funcionamento da vacinação
e que as vacinas são gratuitas?
•
Os pais não levam suas crianças para serem vacinadas porque acham que
diarréia, resfriado ou febre impedem a vacinação?
•
Os pais não voltam para as demais doses com receio das reações?
•
As famílias estão encontrando problemas para chegar até o serviço?Quais
são esses problemas?
•
Os horários de vacinação são os mais adequados aos modos de vida e de
produção da maioria dos pais?
•
A comunidade acredita no serviço e em seus profissionais?
A análise das respostas destas questões permitirá orientar as atividades que
poderão ser desenvolvidas para trabalhar com a equipe de saúde e a comunidade.
(Manual de Procedimentos para Vacinação)
Organizar-se para trabalhar a vacinação em parceria com a população ou suas
representações pode ser um primeiro passo para uma ação mais abrangente em
termos de solução dos problemas em saúde.
A vacinação é uma ação preventiva oferecida a população e sua utilização por
essa mesma depende da decisão pessoal em ir se vacinar, ou de decisão dos pais
ou responsáveis em levar suas crianças. O serviço de saúde não pode pretender
sozinho, interferir ou influenciar no poder de decisão, que é pessoal. As equipes de
saúde necessitam contar com o apoio e a participação da população, mas devem
contribuir para que a população se conscientize de que saúde é um direito e este
direito inclui a vacinação. (Manual de Procedimentos para Vacinação)
A articulação com as organizações da comunidade, governamentais ou não
governamentais possui como objetivo a parceria com seus representantes na
prestação de serviços, desde o diagnostico da situação até a execução e avaliação
das ações.
Grande parte dos profissionais de saúde não está preparada ou motivada para
trabalhar em parceria com a população, seja por falha em sua formação básica,
sobrecarga de trabalho, não dispõe das condições operacionais ou por ser este tipo
23
de atuação considerado de pouco significado, de pouca importância.
Este trabalho deve incluir instrumentos para divulgação de informações sobre
as atividades do serviço de saúde, incluindo a vacinação. Com o objetivo:
•
Contribuir para que a população veja o serviço de saúde como um direito de
cidadania;
•
Despertar o interesse da população para o esforço da equipe no sentido de
aumentar e manter coberturas ideais de vacinação;
•
Incentivar a procura do serviço de vacinação e o cumprimento do esquema
básico;
•
Ampliar o grau de conhecimento da população sobre: o direito do cidadão à
saúde, a real situação das doenças evitáveis por vacinas na localidade e as
ações oferecidas pelos serviços para prevenção e controle dessas doenças.
Segundo o Ministério da Saúde ( 2001):
“ Cobertura de vacinação é o percentual da população vacinada em
determinada tempo: mês, trimestre, semestre,ano. A cobertura pode ser
calculada para cada vacina, para o número de doses completadas (no
caso de multidoses), pó grupo de idade e por áreas geográficas”.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001), para o cálculo da cobertura é
necessário dispor-se de população alvo e número dos vacinados nessa população,
e estas informações são obtidas utilizando-se instrumentos para o registro diário e
para a consolidação mensal de doses aplicadas
do Programa Nacional de
Imunização e os dados de população são conseguidos através de várias fontes
como: Sinasc, ( Sistema nacional de Nascidos Vivos), Siab (Sistema de Informação
Ambulatorial), IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística).
Segundo O Ministério da Saúde (2001) todos as faixas etárias merecem
atenção , mas um cuidado especial deve ser dado aos menores de 1 ano, devido a
possibilidade de acumulo de suscetíveis em outros grupos etários se este grupo
não for bem vacinado.
Segundo o Ministério da saúde( 2001), a avaliação de cobertura pelo Método
Adminsitrativo, que será utilizado neste estudo:
“A avaliação de cobertura de vacinação por meio do método
administrativo é feita mediante análise de informações obtidas no sistema
de registro dos serviços de saúde.”
24
De acordo com Minsitério da Saúde (2001) o API (Avaliação do Programa de
Imunização
que integra
o Sistema de Informações do Programa Nacional de
Imunização (SI-API) , fornece informações sobre a cobertura vacinal. A Deste
Sistema serão retirados os dados para análise das coberturas no município de
Criciúma no período de 2003 – 2007.
5.4 As vacinas e suas contra- indicações
5.4.1 Contra-Indicações de Vacinas
A vacinação é um excelente método de proteção contra as doenças, mas
muitas pessoas deixam de ser imunizadas devido ao a consideração inapropriada
de alguns situações como contra indicação de vacinação pelos profissionais.
Segundo a
American Academy of Pediatrics (2002),
não se constituem
contra-indicações de vacinação: doença aguda leve com febre baixa ou doença
diarréica leve, em caso de haver da febre e sinais e sintomas sugestivos de doença
febril moderada ou grave
é motivo de adiamento;
fase convalescente de uma
doença; reações as vacinas Vacina Contra DPaT ( Difteria, pertussis acelular,
tétato)
tipo em dor, eritema, tumefação e febre inferior a 40,1º; prematuridade;
gravidez da mãe e de outro
contato domiciliar; exposição recente a doença
infecciosa, aleitamento materno, história de alergias inespecíficas ou parentes com
alergia; alergia a penicilina ou qualquer outro antibiótico, exceto reações anafiláticas
a neomicina ou estreptomicina; alergia a carne ou penas de pato; história familiar de
convulsões em uma pessoa considerada para imunização contra a coqueluche ou
sarampo; história familiar de síndrome de morte súbita do lactante em crianças
consideradas para imunização com DPaT; história familiar de reação adversa não
relacionada e imunossupressão, após imunização; desnutrição.
Segundo Ministério da Saúde ( 2001b), as contra-indicações
gerais
à
vacinação são: as vacinas de bactérias ou vírus vivos não devem ser administrados,
em pessoas com imunodeficiência
neoplasia
maligna,
imunossupressores,
em
congênita ou adquirida, acometidas por
tratamento
com
corticódies
com
esquemas
terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica,
radioterapia), transfusão de sangue ou plasma, mulheres grávidas.
25
O ministério da saúde( 2001) recomenda, também:
“ Deve ser adiada a aplicação de qualquer vacina em pessoas com
doenças agudas febris graves, sobretudo para que seus sintomas e
sinais, assim como eventuais complicações, não sejam atribuídos á
vacina administrada.”
Quanto a contra-indicações específica o Ministério da Saúde (2001b)
acrescenta: para a vacina BCG crianças infectadas pelo vírus da imunodeficiência
Humana
(VIH) que apresentarem sintomas da doença, adiar a vacinação em
recém nascido com peso inferior a 2000g ou com afecções dermatologias extensas;
para a vacina contra hepatite
B reação anafilática, para vacina DPT e
vacina
tetravalente convulsão nas primeiras 72 horas da aplicação, encefalopatia nos
primeiros sete dias, episódio hipotônico hiporresponsivo ( nas primeiras 48hs),
reação anafilática.
5.5 Arquivo de Sala de Vacinação
O arquivo da sala de vacinação é o local destinado à guarda e à classificação
dos impressos utilizados para o registro das atividades, com objetivo de :
•
centralizar todos os dados registrados;
•
controlar o comparecimento da clientela à vacinação;
•
disponibilizar informações para o monitoramento e avaliação das atividades;
•
identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à vacinação.
São também arquivados na sala de vacina, os formulários utilizados para o
registro das informações sobre os imunobiológicos (vacinas) estocados , recebidos,
distribuídos, remanejados ou devolvidos, o controle diário da temperatura, o registro
de vacinação e o registro mensal.
O arquivamento do cartões de controle é feito em
fichário específico, com
identificação do conteúdo(por exemplo, clientes com agendamento) e indicação
sobre o critério dos cartões (por exemplo, cartões organizados por data de
agendamento da próxima vacina.
26
Os cartões com agendamento são organizados em um arquivo e os outros sem
agendamento por ordem alfabética, servindo, posteriormente, para a organização do
arquivo permanente.
Os cartões dos clientes com agendamento são organizados por segmentos,
como por exemplo:
•
menor de um ano;
•
um a quatro anos;
•
cinco a quatorze anos;
•
quinze anos e mais.
O número de gavetas para cada segmento varia de acordo com as
características do serviços de saúde. Cada gaveta cantem um jogo dos meses do
ano.
No arquivamento por grupos de idade, os cartões são colocados no espaço
correspondente ao grupo etário que a pessoa terá na data agendada, segundo o
mês do retorno, respeitando-se dentro do mês
e data de agendamento, o que
permite a identificação dos faltosos em cada dia. No fundo do arquivo, após o último
mês, deve haver um espaço destinado aos cartões dos faltosos convocados.
5.6 Arquivo Permanente de Vacinação
Os dados do cartão de controle constituem a fonte que alimenta o arquivo
permanente. A organização e a manutenção do arquivo permanente tem os
seguintes objetivos:
•
Proporcionar um registro dos esquemas de vacinação completos;
•
Possibilitar um registro das pessoas que iniciaram o esquema e não
completaram por motivo de mudança para outra localidade,por óbito ou por
ter recebido as demais doses em outro serviços;
•
Facilitar o fornecimento de dados e informações às pessoas que perderam ou
extraviaram o cartão de vacina;
27
•
Fornecer subsídios para estudos , pesquisas, baseados no levantamento de
informações contidas
no arquivo. As fichas do arquivo permanente,
ordenadas de acordo como o ano de nascimento da criança, são arquivadas
em pastas.
5.7 Busca dos Faltosos
A busca de faltosos é uma forma de resgatar aquelas crianças que por
diferentes motivos não compareceram à vacinação na data determinada. Ela é feita
a partir do cartão de controle (ou aprazamento) que fica arquivado na unidade de
saúde pela data do aprazamento e permite a identificação dessas crianças.
O cartão de controle é arquivado pela data de aprazamento ou seja, pela data
da próxima vacinação.
Diariamente, de acordo com a data aprazada , os cartões são retirados do
arquivo. No final do dia de trabalho o responsável pela sala de vacinação verifica os
faltosos daquele dia deixando esses cartões de reserva.
Esses cartões ficam aguardando uma semana à espera dessas crianças.
Caso não compareçam, os cartões são entregues ao responsável pela busca dos
faltosos. Quando essa busca não poder ser
feita
semanalmente, poderá ser
quinzenalmente, de acordo com as possibilidades da equipe de saúde. Para fazer a
busca deve-se adotar, entre outros, os seguintes mecanismos ou estratégias:
•
A busca de faltosos poderá ser feita pelo ACS indo à casa da criança (visita
domiciliar);
•
Pode ser feito chamamento por meio de alto- falante ou fixo (em feiras por
exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas , ou por meio dos
grupos e organizações da comunidade;
•
Colocar listagem de faltosos nas portas de serviços de saúde ou em locais de
maior
saúde.
.
movimento na comunidade e outros meios criados pela equipe de
28
6 METODOLOGIA
6.1.Abordagem metodológica
Para este estudo será utilizado de pesquisa qualitativa.
Segundo MINAYO (1996):
A
pesquisa qualitativa
responde as questões muito
particulares . Ela se preocupa nas ciências sociais com um nível de
realidade que não pode ser quantificado, ou seja ela trabalha com o
universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, op
que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
6.2.Tipo de pesquisa
•
Quantos aos objetivos a pesquisa será descritiva.
6.3. Local de estudo
Será realizado na Vigilância em Saúde, setor este responsável pela analise e
digitação no SI - API e nas trinta e seis unidades de saúde que possuem sala de
vacina do Município de Criciúma.
6.4. População e amostra
O estudo será realizado com os enfermeiros das unidades de saúde que
possuem sala de vacinação, através de
questionário, e através de estudo
documental dos relatório de registro de doses aplicadas de rotina e sistemas de
informações do Programa de Imunização.
6.5.Coletas de dados
Com relação a coleta de dados o estudo será desenvolvido através dos
seguintes momentos:
29
1º momento: levantar dados da cobertura vacinal no período de 2003 á setembro
de 2008
2º momento: levantar os dados de cobertura de 2008 ( este ano parcialmente
cobertura acumulada
até o mês de setembro) verificar homogeneidade de
coberturas entre as vacinas e levantar junto aos enfermeiros das Unidades motivos
das possíveis diferenças através do questionário aplicado no 3º momento.
3º momento: aplicação de um questionário (apêndice) nas 39 unidades de saúde
direcionado aos enfermeiros de unidade de saúde que possuem sala de vacinação
de vacina.
4º momento: após a analise os dados serão digitados e enviados uma copia para
cada unidade de saúde.
6.6. Analise de dados
Análise do conteúdo compreendeu as seguintes etapas: Pré-análise, análise e
interpretação baseando-se na analise de conteúdo proposta por MINAYO (1996, p.
78) que apresenta os seguintes passos:
a) Ordenação dos dados: neste momento, faz-se o mapeamento de todos
os dados obtidos no trabalho de campo. Aqui estão envolvidos, por
exemplo, transcrição das falas, releitura das matérias, organização dos
relatos e dos dados da observação;
b) Classificação dos dados: nesta fase é importante termos em mente
que o dado não existe por si só. Ele é constituído a partir de um
questionamento que fazemos sobre eles, com base numa fundamentação
teórica, através de uma leitura exaustiva e repetida dos textos,
estabelecendo interrogações para identificarmos o que surge de relevante
(“estruturas relevantes dos autores”). Com base nesse processo se
elaboram as categorias específicas. Neste sentido determinamos o
conjunto ou os conjuntos das informações presentes na comunicação;
c) Analise final: neste momento procuramos estabelecer entre os dados e
os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo ás questões da
pesquisa com base em seus objetivos. Assim, promovemos relações entre
o concreto e o abstrato, o geral e o particular, teoria e prática.
30
6.7. Aspectos Éticos
Resolução 196/96 do Conselho de Nacional de Pesquisa, o Projeto será
encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa, CEP da UNESC em dezembro de
2007, sendo que a coleta dos dados entre o inicio somente com a aprovação do
CEP da UNESC e autorização da pesquisa por meio do TCLE- Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Apresentaremos a seguir os resultados, análise dos dados e discussões da
pesquisa qualitativa descritiva, realizada no período de outubro 2007 a outubro de
2008.
7.1 Caracterização Sócio-Demográfica do Município de Criciúma
Criciúma é uma cidade sede da Associação dos Municípios da Região
Carbonífera AMREC e pólo comercial e industrial do sul do Estado sendo também
referência nos serviços de média e alta complexidade em saúde. É composta por 10
municípios: Criciúma, Lauro Muller, Treviso, Urussanga, Sideropólis, Nova Veneza,
Forquilhinha, Içara, Cocal do Sul, Morro da Fumaça e Orleans. O município teve
origem com a colonização italiana, alemã e polonesa.
A Região Carbonífera ocupa 2,23% do total do território do Estado de Santa
Catarina, sendo que o município de Criciúma tem 236,8 km2 situado nas
coordenadas latitude 28º 40’ 3” e longitude 49º 22’ 11”, apresentando clima
temperado com média de 15º a 30º C, com quatro estações bem definidas.
Em relação à escolaridade, 92,6% é alfabetizada, demonstrando um bom
indicador.
Segundo dados do IBGE 2000, em relação ao saneamento básico, 92,6% da
população dispõem de rede geral com abastecimento de água potável e apenas 6%
31
de poços ou nascente (na propriedade) e 1% de outras fontes, índices bem acima
dos indicadores do Estado, onde apenas 73% dispõem de água potável para
consumo.
A coleta de lixo cobre 97% da população, 2,04% enterram ou queimam na
própria propriedade e 0,5% depositam a céu aberto ou dão outro destino ao lixo,
sendo que a media de cobertura do estado apenas 81, 8% da população dispõe de
coleta de lixo. Esta situação não tem sofrido mudanças nos últimos anos.
7.2 População
O município de Criciúma segundo o censo do IBGE 2206 tem uma população
total de 190.923 habitantes sendo menores de um ano 3.166 (1.65%) de 1 a 4 anos
13.210 7% de 5 a 9 anos 17.886(9,9%), 10 a 19 anos 12.609 (6,6%). A proporção
entre os sexos é de 50,73% para o sexo feminino e 49,27% para o sexo masculino.
Temos uma população concentrada na faixa etária entre 20 a 49 anos,
economicamente ativa e produtiva.
Quadro 1. Estimativa da População por faixa etária, no município de Criciúma,
2007
Faixa Etária
Menor 1 ano
1 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 a 69 anos
70 a 79 anos
80 anos e mais
Total
Fonte: IBGE
Masculino
1.670
6.691
9.194
10.124
10.358
15.205
15.156
12.660
6.479
3.536
1.590
413
94.171
Feminino
1.496
6.597
8.692
9.678
9.986
17.679
17.151
13.220
7.252
4.164
2.262
752
96.852
Total
31.66
13.21o
17.886
19.802
20.344
30.884
33.307
25.880
13.727
7.592
3.852
1.165
190.923
32
7.3 A Assistência de Saúde no Município
A assistência de saúde no município está organizada através de uma rede de
complexidade crescente dividida em serviços próprios e conveniados
Quadro 2: Número de Serviços de Saúde próprios, no município de Criciúma,
2008
Serviços de Saúde
Unidade Estratégia da Família
Unidades Básicas de Saúdes
Pronto Atendimento de Saúde 24 horas
Policlínica Rio Maina
Referencia em Saúde da Mulher
Referencia em Saúde da Criança e Gestante
Referencia em DST/AIDS
Vigilância Epidemiológica e Sanitária
Laboratório Municipal
Hospital Infantil
Saúde do Trabalhador (CEREST)
Farmácia Popular
Policlínica Central (PAM)
Rede Feminina de combate ao Câncer
Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu)
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde
7.4
Números
27
14
02
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
História da implantação dos serviços de imunização
no Município de
Criciúma
A imunização no Município de Criciúma esta ligado ao serviço de Vigilância
Epidemiológica parte integrante da Gerência de Vigilância em Saúde.
Até o ano de 1999 o programa de imunização do Município se resumia ao
desenvolvimento
de
atenção
básica,
como
o
recebimento
dos
imunobiológicos(vacinas) através da Regional de Saúde, a sua redistribuição aos
postos de saúde da rede pública e a confecção manuscrita dos dados de vacinas.
No ano de 1993 foi implantado o programa SI-API nas gerencias regionais de
saúde , em 1994 foi consolidado a implantação do programa para o município. Foi
através desse que tivemos os primeiros registros alcançados com as crianças de 0 à
5 anos. A vacinação sistemática de rotina e uma das ações importantes da
33
epidemiologia que tem redesenhado o perfil epidemiológico das doenças previníveis
por vacinas em nosso país nas ultima décadas, demonstrando a drástica redução
dessas doenças. No município de Criciúma, a execução das ações de imunização
esta descentralizada para as 36 salas de vacinas. As coberturas básicas de rotina
são calculadas considerando-se doses aplicadas (terceira dose) e a população da
faixa etária com denominador. Santa Catarina e um dos 15 estados brasileiros que
utiliza os dados populacionais obtido através do Sistema de Informação de Nascidos
vivos SINASC para a população menor de um ano desde o ano de 2003. A
avaliação das coberturas básicas continua sendo a melhor forma de monitorar o
desempenho e credibilidade das ações de imunização. Considerando que os dados
podem ser obtido no próprio Município e por unidade de saúde, através do SI-API,
ferramenta importante para a geração de informação que devem subsidiar o
planejamento e redirecionamento das ações de imunização.
7.5 Situação dos Serviços de Imunização no Município de Criciúma
Quadro 3: Demonstrativo das Salas de vacina no Município, até outubro 2008
PSF
Santa Bárbara
Santa Augusta
Paraíso
Manaus
Cidade Mineira velha
Cidade Mineira nova
Mina união
São Defende
Nova Esperança
Wosocris
Vila Francesa
Metropol
Centro Social Urbano
Brasília
Nossa Senhora Salete
Cristo Redentor
Mina Quatro/Renascer
Primeira linha
São Simão
Vila Zuleima
Unidade Básica de
Saúde
Centro de Saúde
Morro Estevão
Quarta Linha
Sangão
São Roque
Cruz vermelha
Prospera
Rio Maina
Wosocris
São Luis
Mina do mato
Santa Luzia
Hospital Infantil
Clínicas Privadas
Clinica Infantil
Clínica Sesi
34
O Município de Criciúma possui 36 salas de vacina, distribuídas em 13
unidades básicas de saúde 23 com Programa Estratégia Saúde da Família e duas
salas são de clinicas particulares
Um levantamento no ano de 2003 revelou a necessidade de mais
profissionais desenvolvendo atividades em imunização sem capacitação técnica. A
capacitação desses profissionais se da através das capacitações em sala de vacina.
Na, época um dos fatores limitantes para o desenvolvimento dessas capacitações
era a insuficiência de monitores
O estado contava com apenas 8 monitores
qualificados para atender todos os municípios. Definiu-se então como prioridade a
formação de novos monitores. Esse processo se deu no transcorrer de 2003 e 2004.
Atualmente o Estado conta com 20 novos monitores e o Município de Criciúma foi
contemplado com 2 monitores desses novos
que foram capacitados Com a
formação desses novos monitores o Município pode viabilizar a execução de
capacitação em sala de vacina para os profissionais bem como o credenciamento de
ovas salas de vacina Atualmente a demanda se deve principalmente a ampliação
das equipes do Programa de Saúde da Família e a alta rotatividade dos profissionais
de sala de vacina e coordenadores municipais. Em decorrência do investimento
financeiro
que
e feito
nesses
profissionais
torna-se
necessário
implantar
mecanismos que minimizem a rotatividade e pessoal e o conseqüente não
desperdício do recurso público. Outra questão a ser observada e o que se refere às
capacitações na técnica da aplicação da vacina BCG. Atualmente o setor de
imunização de Criciúma conta com 1 monitor para essa capacitação e,considerando
as exigências técnicas desse tipo de capacitação ( que exige a supervisão direta do
monitor nas técnicas do PPD e da BCG e que para cada treinando e exigida a
aplicação de no mínimo 50 testes de PPD e 10 vacinas de BCG) as turmas são
compostas por apenas 5 treinados. Outra dificuldade encontrada para a realização
dessas capacitações e a identificação de voluntários para a aplicação dos testes de
PPD e a necessidade de agendamento da vacina BCG. Em decorrência da falta de
profissionais capacitados, a vacina BCG não e disponibilizada em todas as salas de
vacina do Município. Para amenizar esse problema o Município de Criciúma
implantou no na de 2005 a vacina BCG e hepatite B na Maternidade do Hospital São
José que atende pelo SUS, permitindo assim o acesso fácil a vacinação deixando
disponível a vacina BCG em apenas 5 unidades de saúde como referencia.
35
Quadro 4: Demonstrativo do número de profissionais capacitados em sala de
vacina pelo setor de imunização, no município ano 2002 a 2007
Ano
Enfermeiro
Aux Enf.
Total
2002
20
34
54
2003
02
10
12
2004
14
30
44
2005
-
2006
13
16
29
2007
03
31
34
Fonte: Setor de imunização do Munícipio
8. AVALIANDO A COBERTURA NO MUNICÍPIO
Avaliar a cobertura vacinal é
saber motivos que impedem as
crianças de completarem oportunamente o esquema vacinal.
Atualmente a
cobertura vacinal tem sido calculada como base em dados registrados pelas
Unidades Básicas de Saúde em relação as doses administradas e
populacionais estimados pelo SINASC .A seguir apresentamos série
com base
histórica das
coberturas vacinais do Município.
Quadro 5: Série História de Coberturas Vacinais de
dezembro/ 2003 a
setembro/ 2008, no Município de Criciúma-SC, 2008
Vacinas Ano
BCG
C.Hepatite C.Poliomielite Tetravalente
Rotavírus
B
2003
107,75
97.68
104,29
103.66
-
2004
103,00
87,69
93,47
93,43
-
2005
105,71
93,50
102,47
102,67
-
2006
116,15
88,23
90,99
91.03
51,22
2007
119.98
93.02
100.12
101.52
87,44
2008
122,45
91,91
98,40
95,16
86,06
Fonte: SI-API
Pela série histórica apresentada, sistematicamente,
encontramos falta de
homogeneidade entre as Coberturas Vacinais, principalmente uma diferença muito
acentuada da Vacina Contra Hepatite B e as outras vacinas, o que não deveria
36
ocorrer uma vez que no Calendário de Vacinação (anexo 1)
as vacinas Contra
Poliomielite, Tetravalente em menores de um ano estão recomendadas aos dois ( 1ª
dose) , quatro(2ª dose) e seis meses (3ª dose) veriam ser feitas no mesmo período.
Com relação a comparação das coberturas vacinas no período para as
vacinas com relação aos parâmetros do Ministério da Saúde, nos anos de 2004 não
se atingiu os 95% para as vacinas Contra hepatite, Vacinas Contra Poliomielite e
Tetravalente; no ano 2005 não atingiu-se para a Vacina Contra Hepatite B; no ano
de 2006, não atingido para Vacina Contra Hepatite B, Contra Poliomielite e
Tetravalente ano da introdução da Vacina Contra Rotavírus; em 2007 não atingido
para Vacina Contra Hepatite B e também para a Vacina Contra Rotavírus; em 2008
até setembro
a Vacina Contra Hepatite B e para a Vacina Contra Rotavírus .
O município
tem que responder quanto a estes
parâmetros junto ao
Ministério da Saúde já que na Programação Pactuada Integrada comprometeu-se
em atingi-los o que não ocorreu.
9. AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS
Foram distribuídos 36 questionários às enfermeiras responsáveis pelas
Unidade de Saúde que possuem sala de vacinação, desses retornaram
vinte e
quadro, sendo que dos que não retornaram cinco estavam em tratamento de saúde,
duas estavam de férias, quatro não eram capacitados em sala de vacina e um
não respondeu.
37
9.1 Tempo de Serviço dos Enfermeiros nas Unidades
Quadro 6: Demonstrativo em números e percentual do tempo de serviço por
meses dos enfermeiros nas unidades de saúde, no município de Criciúma.
2008
Tempo (meses)
Numero de Enfermeiros
Percentual (%)
06
11
03
04
24
25,00
45,83
12,50
16,67
100,00
0 à 12
13 à 24
25 à 36
36 ou mais
Total
Fonte: Dados da Pesquisa
Observa-se pelos dados que 70,83% dos Enfermeiros tem menos de dois
anos de serviço na Unidade de Saúde dificultando o conhecimento da comunidade
e o acompanhamento das coberturas vacinal e a formação de vínculo com as
pessoas, no convencimento para a realização de imunizações.
9.2 Capacitação em Sala de Vacina
9.2.1 Pessoas Capacitadas
Quadro 7: Número absoluto de pessoas capacitadas por categoria
profissional, nas Unidade participantes do estudo, no município de Criciúma,
2008
Categoria Profissional
Capacitada
Enfermeiro
Técnico de Enfermagem
Auxiliar de Enfermagem
Total
Fonte: Dados da Pesquisa
Número
Percentual (%)
23
37
19
79
29,11
46,83
24,06
100,00
Um Enfermeiro não realizou capacitação de 40 horas mas tem vários
treinamentos em imunização realizado pelo Município.
38
9.2.2 Tempo de Exercício na Função de Vacinador
Quadro 8: Tempo de Exercício na função de Vacinador, por categoria
profissional no município de Criciúma, 2008.
Categoria
Tempo
Menos de 1 ano
Enfermeiro
0
6
1 a 2 anos
7
3 a 4 anos
4
5 a 6 anos
4
7 e mais
0
Sem informação
2
Sem capacitação
23
Total
Fonte: Dados da Pesquisa.
Tec.
Enfermagem
Auxiliar de
Enfermagem
01
11
02
04
17
02
00
38
00
02
01
01
10
05
00
19
Total
01
19
10
09
31
07
02
80
Uma vacinadora é enfermeira mais quando era técnica de enfermagem, está
incluída no tempo de exercício como técnica de enfermagem. Observa-se que a
maioria dos profissionais estão a mais de 7 anos na função.
Quadro 9 : Tempo em anos da última capacitação, por categoria profissional,
no município de Criciúma, 2008
Categoria Tempo
Enfermeiro
Menos de 1 ano
0
1 a 2 anos
6
3 a 4 anos
7
5 a 7 anos
7
8 anos e mais
2
Não Capacitado
2
Total
24
Fonte: Dados da Pesquisa
Técnico de
enfermagem
Auxiliar de
Enfermagem
Total
2
13
8
6
8
0
37
0
2
2
6
9
0
19
2
21
17
19
19
2
80
Quanto a esta questão encontramos que 26,25% receberam a última capacitação
de atualização de 1 a 2 anos o que é muito bom, pois as pessoas estão preparadas
para o exercício da função com os mais novos no conhecimentos das vacinas,
39
mas também encontramos que 23,75,5% receberam capacitação a mais de 8
anos, sendo que a categoria do Auxiliares de Enfermagem é a que está a mais
tempo sem treinamento.
9.2.3 Conhecimento das Coberturas Vacinal em menor de 1 ano do município
pelos Enfermeiros das Unidades, 2008
Conhecimento das Coberturas
vacinais em menores de um ano do
municipio pelas enfermeiras
SIM
NÃO
Fonte: Dados da Pesquisa
No gráfico 1, dos enfermeiros, quatorze, que
corresponderam a 58,335,
responderam que conhecem as coberturas vacinais do município e informam que
conhecem através de: uma
através da PPI, uma através da apresentação em
educação continuada, oito por relatório das coberturas vacinal apresentadas em
reunião da vigilância epidemiológica, duas durante as campanhas de vacinação,
uma por meio da Internet e vigilância epidemiológica.
Dos enfermeiros, dez que corresponde a 41,66%, que responderam não
conhecer as coberturas vacinal do município
atribuem como
motivos de não
conhecimento: três, informam não recebimento das informações no tempo certo e
fixo; quatro alegam falta de informação para as unidades, uma não sabe dizer.
Quanto ao conhecimento dos enfermeiros em relação as coberturas de vacina
evidencia-se que as informações são esporádicas realizadas em reuniões de
40
campanhas ou rotina da vigilância epidemiológica ou em campanhas, mas que não
tem informação em período fixo.
“Através de reuniões e informações repassadas
pela vigilância epidemiológica”. Enfermeira 19
“Porque nas reuniões a coordenação da vigilância informa”. Enfermeira 3
“Através dos relatórios de coberturas vacinais que não repassados nas
reuniões.”Enfermeira 22
“Não porque não recebemos informações em um período de tempo como
deveria”. Enfermeira 21
“Através dados das campanhas realizadas”. Enfermeira 2
“Do município atualmente não sei, há 8 meses solicitei para um funcionário
da vigilância que tem acesso a essas informações e o mesmo retirou para
mim”. Enfermeira 18
“Não recebemos boletins Informativos.” Enfermeira 17
9.2.4 Conhecimento das Coberturas Vacinais em menor de um ano na Área de
Abrangência da Unidade de Saúde pelo Enfermeiro
Conhecimento das coberturas vacinais em
menor de um ano na área de abrangência na
Unidade de saúde pelas enfermeiras
29%
Sim
Não
71%
Fonte: Dados da Pesquisa
41
No gráfico 2 das enfermeiras
que responderam, dezessete,
conhecer a
cobertura em sua área de abrangência informam que conhecem através de: três,
pela cadernetas de vacinação, uma pelo monitoramento do menor de um ano,
duas por controle das crianças e vacinas que realizam no mês, cinco é pela
segunda via de cartão e conversas com os agentes comunitários de saúde, duas
sabe quantas crianças possuem e quantas são vacinadas, uma diz que não sabe
responder, uma tem conhecimento da população pelo SIAB e levantamento e busca
dos faltosos e cobertura dos agentes comunitários de saúde.
Das enfermeiras, sete, que responderam que não conhecem a cobertura
vacinal alegaram com motivo: duas por falta de conhecimento do número de
crianças de menor de um ano e que tem micro área descoberta, três os dados não
estão atualizados e a área de abrangência não esta definida uma não realiza
calculo, uma implantação recente da unidade de saúde e pouco tempo de
contratação dos agentes comunitários de saúde.
A seguir apresentamos algumas falas:
“ Para se saber cobertura tem que saber o número de crianças menores
de 1 ano exatamente e não possuímos, pois temos duas microáreas
descobertas sendo as mais críticas como Rio Bonito (área invadida)
onde
os
moradores
migraram
diariamente.”
Enfermeira
24
“ ESF foi implantada apenas a dez meses e os agentes de saúde
foram contratados a poucos meses, ainda o quadro não está
completo”. Enfermeira 20
9.2.5 Estratégias utilizadas para alcançarem as Coberturas
Para alcançarem as coberturas vacinais em menores de um ano a maioria
das enfermeiras
responderam
que
utilizam
estratégias específicas conforme
demonstrado no gráfico 3 , mesmo uma que respondeu não, fala em estratégias.
42
Utilização de estratégias para
alcançarem as coberturas vacinais em
menores de um ano pelas enfermeiras,
Criciúma,2008
Sim
Nâo
Através da análise de conteúdo da fala das enfermeiras podemos categorizar
as estratégias utilizadas pelas enfermeiras para atingirem as coberturas vacinais
segundo o quadro a seguir.
Quadro 10: Categorização das Estratégias utilizadas pelas enfermeiras para
atingirem as coberturas vacinais em menores de um ano, nas Unidades do
estudo, Criciúma.2008.
Categorias
Busca de Faltosos
Levantamento dos Atrasados
Divulgação em rádio/igreja e pastoral
Envolvimento do conselho tutelar
Vacinação creche
Orientação prénatal e grupo de gestantes e puérperas
Envio de bilhetes às mães em campanhas
Sensibilização de profissionais envolvidos com crianças
No acompanhamento de crianças
Reuniões com ACS e outros profissionais
mais
capacitados em sala de vacinação
Controle de dados.
Dramatização, contando casos verídicos
Fonte: Dados da Pesquisa.
Número
21
07
01
01
01
02
01
01
01
03
01
01
43
A categoria da Busca ativa de Faltosos foi indicada por vinte e uma vezes,
fazendo algumas referência de que os faltosos são identificados das seguintes
maneiras: levantamento de puérperas
e crianças nascidas,
busca de crianças
faltosas nos cartões de aprazamento, realização de listagem de crianças para saber
as atrasadas. Como forma de realização da busca ativa são utilizadas,
principalmente os agentes comunitários de saúde em visita domiciliar.
A categoria
que as formas
de
levantamento dos atrasados foi citada sete
apresentadas foram:
vezes sendo
colocar a Caderneta de vacinação em dia
em campanhas, Controle de segunda via da caderneta de vacinação/Fichário de
Aprazamento, levantamento das puérperas e das crianças que nasceram
recentemente, listagem com o nome de todas as crianças para saberem quem não
veio vacinar.
A seguir apresentamos as falas das enfermeiras sobre as estratégias
utilizadas.
“ Se houver atraso da vacina é realizado busca ativa destas
crianças pelos Agentes comunitários de saúde, se necessário pela
enfermeira.”
“ Agentes de Saúde., Pastoral de Saúde e igrejas e dramatizo, conto
alguns casos horríveis (verídicos) para algumas pessoas , elas espalham e
as mães vem correndo.” Enfermeira 4
As pessoas que responderam que não utilizam estratégias para alcançarem
as coberturas
vacinais
em menores de um ano alegaram como motivos: não
saberem a cobertura; não sabem a população infantil, portanto não utilizam
estratégias; conseguem as coberturas sem estabelecerem estratégias devido as
mães serem conscientes.
Encontrou-se que muito raramente as Enfermeiras não utilizam a
recomendação
abrangência e
para cálculo de cobertura, utilizando a população da área de
as
doses aplicadas, sendo que para algumas vacinas são as
terceiras doses, conforme recomendação do Ministério da Saúde:
44
“Cobertura de vacinação é o percentual da população vacinada em
determinada tempo: mês, trimestre, semestre,ano. A cobertura pode ser
calculada para cada vacina, para o número de doses completadas (no caso
de multidoses), pó grupo de idade e por áreas geográficas”.
A seguir colocamos as falas das entrevistadas:
“Não temos agentes comunitários a muitos
anos, não conhecemos a população infantil para que possamos avaliar a
cobertura”. Enfermeira 1
9.2.6 Disponibilização de todas as Vacinas do esquema básico todos os dias
Disponibilidade de todas as vacinas
do esquema básico todos os dias nas
Unidades do estudo. Criciúma, 2008
sim
não
No gráfico 4 quando inquiridas
sobre se dispõem de todas as vacinas do
esquema básico todos os dias, 58,33
das enfermeiras
responderam que sim,
mesmo assim alegam que faltam vacinas esporadicamente ou quando falta na
vigilância epidemiológica.
As que responderam não, 37.5% citam que: falta de vacinas BCG (13), febre
amarela(1), falta de
contra hepatite B ( (1);
falta de suprimento
desconsideração para com a solicitação pelo nível local.
pelo estado,
45
A seguir apresentamos algumas falas:
“Eventualmente falta vacinas
porque a regional de saúde demora para mandar as vacinas para a
vigilância” Enfermeira 23
“nem sempre todos os dias , porque várias vezes faltaram algumas
vacinas (Hepatite B, por exemplo)” Enfermeira 1
9.2.7 Existência de situações em que não realizam esquema de vacinação
completo em menores de 1 ano.
Existência de Situações de não
realização de vacinação nas Unidades
do Estudo, Criciúma,2008
sim
não
Sem resposta
Fonte: Dados da Pesquisa
No gráfico 5 das pessoas que responderam que existem situações em que
não realizam o esquema completo
o que apareceu como motivo foi: falta de
vacinas, falta de vacinador, quando
as pessoas mudam-se, crianças de outros
bairros com abraso de vacinação, conforme falas a seguir:
“ Quando falta vacina, fazemos o que tem e solicitamos as mães que voltem
em outro dia para realizar o restante” Enfermeira 5
“Existem mães que, apesar de explicarmos sobre a importância de não
atrasar, não concordam em aplicar duas injetáveis no mesmo dia, algumas
por medo, outras por pena” Enfermeira 4
“Em nossa unidade somente não é realizado se a criança mudou-se e não
foi encontrada”. Enfermeira 7
“Somente quando não há vacinador de BCG por motivo alheiros a vontade
dos mesmos , já que são três vacinadoras.” Enfermeira 10
46
9.2.8 Existência de dificuldades para vacinação dos menores de um ano e
alcançarem as coberturas vacinais
Existência de dificuldade de alcançar
cobertura na aréa de abrangência das
Unidades de estudo, Criciúma, 2008
sim
não
Fonte; Dados da Pesquisa
No gráfico 7 das enfermeiras que responderam que existem dificuldades
citaram as seguintes:
não sabem a população, realizam as vacinas em clínicas
particulares; falta de resposta das mães ao chamamento, grande área de
abrangência, falta de comprometimento ou não controle de alguns ACS.
“Muitas crianças realizam vacinas nas clínicas privadas” Enfermeira 10.
“A unidade é responsável por muitas microáreas e nem todas as Agentes
Comunitárias são comprometidas”. Enfermeiras 23
As pessoas que responderam não terem dificuldades, alegaram ser devido:
ação dos ACS, boa procura das mães, orientação constante as mães, trabalho da
equipe na vacinação, conhecimento das crianças, captação em outras ações como
teste do pézinho e ficha do recém- nascido, ter a cobertura real de todas as ações e
cobertura total de ACS.
“Sabemos quantas crianças tem em cada microárea” Enfermeira 21
“ Quando acontece de ultrapassar a data da vacina o agente comunitário da
área desta criança faz a busca conscientiza a família e logo vão à unidade”.
Enfermeira 16
47
9.2.9 Fatores que levaram a ocorrência de não homogeneidade
entre as
vacinas
As enfermeiras que realizaram a avaliação das doses aplicadas de vacinas
apontaram
as seguintes diferenças
de homogeneidade
entre as doses
que
deveria serem realizadas pelo calendário de vacinação , anexo 1, na mesma faixa
etária. Nesta resposta algumas enfermeiras responderam
por mês e outras
responderam de forma geral no ano. As diferenças as vezes são para mais doses,
outras são para menos doses para cada vacina.
Quadro 11: Ocorrência de homogeneidade ou não entre as vacinas nas
Unidades do Estudo de janeiro a setembro/2008
Ocorrências de diferenças e coincidências
Entre as doses das vacinas
Diferença entre 3ª Doses das Vacinas Contra
Poliomielite, Tetravalente e Contra Hepatite B
Diferença entre a 1ª Dose da Vacina Contra
Hepatite B e a dose da Vacina BCG
Coincidência entre as 3ª doses das
das Vacinas Contra Poliomielite, Tetravalente e
Contra Hepatite B
Houve coincidência entre a dose de BCG e a 1ª
Dose da Vacina contra hepatite
Diferença
entre as 3ª dose
das Vacinas
Tetravalente e Contra Hepatite B
Não respondeu por mês e alegou diferença
entre
as Vacinas Tetravalente, Contra
Poliomielite e Contra Hepatite B
Não respondeu
Falta de dados no mês
Coincidência
entre as Vacinas Contra
Poliomielite e Tetravalente
Diferenças entre as 3ª doses da Vacinas
Contra Poliomielite e Contra Hepatite B
Sem diferenças na Unidade
Não Respondeu
Fonte: Dados da Pesquisa
Número de vezes que
ocorreu por mês
01
05
37
00
14
08
02
01
19
01
04
01
48
Quanto aos motivos alegados para
não homogenidade entre as doses das
vacinas encontramos os dados citados no quadro seguinte:
Quadro 12: Motivos alegados para não Homogeneidade entre as doses das
Vacinas , nas Unidades do Estudo, Criciúma 2008
Motivos alegados
Falta de Vacinas
Não aceitação pela de fazer várias
injeções
Início do esquema com atraso devido a
doença
Crianças moradoras de outras
localidades
Realização de vacinas em outros locais
Realização de Vacinas Especiais
Vacinação em clínicas particulares
Não informou/respondeu
Não ter Vacinador/ não ter treinamento
Erro/falta de Marcação
Fonte: Dados da Pesquisa
Número de vez que foi citado
12
01
01
11
03
02
01
05
04
03
A seguir apresentamos algumas falas relativas as diferenças entre as doses
das vacinas.
Observamos nesta unidade que a 1ª dose da Vacina Contra Hepatite é
realizada no Hospital [...] o restante é homogênea.” Enfermeira 3
“As crianças atendidas nesta unidade de saúde pertencem a outros bairros,
também, o que nos faz perder o controle da cobertura.” Enfermeira 7
“ os meses em que não apresentam homogenidade no esquema vacinal,
referem-se as Salks do presídio e casos especiais”. Enfermeira 11
“Não ocorreu em nossa unidade de saúde”. Enfermeira 14
“Entre os meses de janeiro a setembro somente 4 meses tiveram os
mesmos números, nos restantes, 5 meses teve uma diferença de um ou
dois números, devido a falta de vacina que ocorreu onde temos que atrasar
o esquema, e devido a falta de responsabilidade das mães que acabam
atrasando alguns dias, as vezes.” Enfermeira 15
“[...] analisando as segundas vias de todas as crianças (carteirinhas)
percebeu-se que as doses foram realizadas, tem homogeneidade.
Percebemos que está ocorrendo um erro grave de não colocar no boletim (
falta de atenção dos vacinadores)”. Profissional 18
49
10 CONCLUSÃO
Com este estudo cumpriu-se o objetivo
relacionadas aos parâmetros
estudar as coberturas vacinais
estabelecidos para o controle de doenças,
levantando os motivos que impedem as crianças de completar oportunamente o
esquema vacinal na visão dos enfermeiros do município de Criciúma,
Quanto as objetivos específico consegui-se levantar os dados da cobertura
vacinal no período de 2003 a setembro de 2008, onde encontrou-se diferenças de
homogeneidade entre as doses das vacinas aplicadas que deveriam estar
coincidindo, pois são aplicadas na mesma idade, com relação a comparação das
coberturas vacinas no período para as vacinas com relação aos parâmetros do
Ministério da Saúde, nos anos de 2004 não se atingiu os 95% para as vacinas
Contra hepatite, Vacinas Contra Poliomielite e Tetravalente, no ano 2005 não
atingiu-se para a Vacina Contra Hepatite B , no ano de 2006, não atingido para
Vacina Contra Hepatite B, Contra Poliomielite e Tetravalente, ano da introdução da
Vacina Contra Rotavírus sendo que as coberturas ficaram baixas, em 2007 não
atingido para Vacina Contra Hepatite B e para a Vacina Contra Rotavírus e em
2008 até setembro para a Vacina Contra Hepatite e Contra a Vacina Rotavírus.
Os enfermeiros informaram na sua maioria que estabelecem estratégias para
alcançarem as coberturas vacinais, mas não calculam as coberturas de acordo com
o recomendado utilizando-se a população
da área de abrangência e e dados de
doses aplicadas, pelo Ministério da Saúde, e que é Pactuado
pelo município na
Programação Pactuada Integrada.
Quanto ao conhecimento dos enfermeiros em relação as coberturas de vacina
evidencia-se que as informações são esporádicas realizadas em reuniões de
campanhas ou rotina da vigilância epidemiológica , mas que não tem informação em
período fixo.
Encontrou-se como dificuldade para atingir as coberturas: não saberem a
população, realização as vacinas em clínicas particulares; falta de resposta das
mães ao chamamento, grande área de abrangência, falta de comprometimento
ou
não controle de alguns ACS.
Quanto aos os fatores/motivos que interferem na homogeneidade foram os
seguintes:
falta de vacinas, crianças moradoras de outras localidades, não
50
aceitação das mães de realizarem várias injetáveis no mesmo dia.
Quanto as oportunidade perdidas de vacinação
encontram
responderam que
situações em que não realizam o esquema completo de Vacinação,
principalmente falta de vacinas e vacinador, crianças em atraso de outras
localidades; não fi, e que não há contra indicação de realizar todas as vacinas do
esquema no mesmo dia zeram referências
para oportunidade perdida as falsas
contra indicações nem se referiram as contra indicações verdadeiras à vacinação.
Com relação ao pressupostos estabelecidos para esta pesquisa percebemos
que: confirma-se que existe rotatividade de profissionais capacitados,
existe perda
de oportunidade para vacinar, principalmente devido a falta de vacina e mudanças
das crianças chegando com o esquema em atraso de outras localidades; existe
desconhecimento das coberturas vacinais pelos profissionais da área de
abrangência seja local ou municipal
e que não é citado como
que em todos os
atendimentos pergunta-se sobre as vacinas; não se confirma que a comunidade
não é informada sobre a importância do uso das vacinas para evitar as doenças,
pois os profissionais afirmam que utilizam várias estratégias para
atingir a
população de sua área de abrangência, resta-nos questionar se são eficientes.
Com análise dos dados percebemos a necessidade de algumas intervenções
como: melhorar o suporte de vacinação do nível regional para o município e deste
para o nível local; procurar convencer as mães de que não há contra indicação de
realizar todas as vacinas do esquema no mesmo dia; fazer um controle mensal
rigoroso para estabelecer
os motivos da ocorrência de diferenças
e procurar
resolve-los; fazer utilização mais criteriosa do arquivo rotativo buscando no mesmo
mês as crianças atrasadas;
procurar agendar as terceiras doses das Vacinas
Tetravalente, Contra Poliomielite e Contra Hepatite para o mesmo dia;
elaboração
de um boletim mensal das coberturas vacinais para enviar as unidades de saúde
pela Vigilância Epidemiológica.
Percebemos que para Garantir a vacinação para todas as crianças menores
de um ano é imprescindível: capacitar os profissionais para atuarem em sala de
vacina e para cálculo das coberturas vacinais, mobilizar as equipes de saúde da
Família para fazerem um trabalho com a população no encaminhamento da clientela
para a vacinação; despertar o interesse da população para o esforço da equipe de
saúde no sentido de aumentar e manter coberturas ideais de vacinação, garantido,
assim a saúde das crianças.
51
11 REFERÊNCIAS
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde, MANUAL DE PROCEDIMENTO
PARA VACINAÇÃO. 4º ed. Brasília: Funasa, 2001.
Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência á Saúde. COORDENAÇÃO DE
SAUDE DA COMUNIDADE. SAUDE AS FAMILIA: Uma estratégia para a
reorientação do modelo assistencial. Brasília: MS, 1997.
Ministério da Saúde.Fundação Nacional de saúde, Capacitação de pessoal em
Sala de Vacinação: Manual do Monitor. 2 ed. Brasília, 2001
Ministério da Saúde.Fundação Nacional de saúde, Capacitação de pessoal em
Sala de Vacinação: Manual do Treinando. 2 ed. Brasília, 2001
Organização das Nações Unidas. Declaração mundial sobre a sobrevivência, a
proteção e desenvolvimento da criança e plano a aplicação da mundial sobre a
sobrevivência, a proteção e o desenvolvimento da criança no decênio de 1990:
Cúpula mundial em favor da infância. Nova York: ONU; 30 de setembro de 1990.
Organização Mundial de Saúde. Programa Ampliado de Imunização 7 a 23 de maio
de 1974. Genebra, OMS; 1974.
BRASIL,Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 196/96 de 10 de dezembro de
1996. Dispões sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa
envolvendo seres humanos. Brasília: O Conselho, 1996.
MINAYO, M.C. de S. O desafio do conhecimento – pesquisa qualitativa em saúde.
4ª. Ed. Rio de Janeiro: Hucitec Abrasco, 1996.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org) Pesquisa Social: Teoria, Método e
Criatividade. 6ª ed. Rio de Janeiro: Petrópolis, 1994.
52
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS (org). Red Book 2000: Relatório do
Cômite de Doenças Infeciosas. 25 ed. Rio de janeiro, 2002.
Saúde.gov.br/saúde/vizualizar.textocfm?idtxt+21462. Imunizações. Acessado dia
28/10/2008 as 10:40hs.
Ministério da Saúde, TRÊS DÉCADAS DE IMUNIZAÇÃO. Brasília, 2003
53
12 APÊNDICE
Termo de consentimento Livre Esclarecido e Informado
Universidade do extremo sul catarinense – UNESC
Trabalho de Monografia de Saúde Coletiva e Saúde da Família – POLO
Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Você esta sendo convidada para participar como voluntária em uma pesquisa
através de questionário aplicado aos enfermeiros(as) sobre a cobertura vacinal no
menor de 1 ano nas unidades de saúde que possuem sala de
vacinação no
Município de Criciúma - Santa Catarina. No caso de aceitar fazer a parte do
estudo, assine no final deste documento, e devolva a pesquisadora junto com o
questionário. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma.
Serão garantidos os princípios éticos quanto ao sigilo e anonimato.
Eu, ___________________________, portador do RG ______________
abaixo assinado, concordo em participa como sujeito do presente estudo. que será
Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios
decorrentes da minha participação. Foi me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade ou
interrupção do meu acompanhamento/ assistência/ tratamento.
Criciúma ___/___/___
Nome.......................................................... Assinatura:________________________.
Pesquisador Responsável: Joice Savi Silveira
Telefone para contato: 34458713
Orientador Técnico: Professora: Rosane Maria dos Santos
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
54
Trabalho de Monografia de Saúde Coletiva e Saúde da Família – POLO
Questionário para a(o) Enfermeiro(a) da Unidade de Saúde ( Frente e Verso)
1. A quanto tempo você atua nesta Unidade de Saúde?____________________
2. Quais os funcionários por categoria profissional são capacitadas em sala de
vacina
,
há
quanto
tempo
e
quando
foi
a
última
capacitação?
Categoria Profissional Quanto tempo de Capacitação Ano da Última Capacitação
em Vacinação
em Vacinação
4. Você conhece as coberturas vacinas em menores de 1 ano de seu município?
(
) Sim Como? _________________________________________________
________________________________________________________________
(
) Não Por que? _______________________________________________
________________________________________________________________
5. Você sabe qual a cobertura vacinal no menor de 1 ano em sua área de
abrangência ?
( ) sim Como? __________________________________________________
( ) não Por que ? ________________________________________________
6. Você utiliza alguma estratégia para alcançar as Coberturas vacinais e menores de
um ano?
(
) Sim Quais?_____________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
(
) Não Porque? __________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
55
7. A unidade dispõe de todas as vacinas do esquema básico todos os dias?
( ) sim
( ) não Por que? _________________________________________________
______________________________________________________________
8. Existe situações em qu a Unidade não realiza esquema completo de vacinação
em todos os menores de um ano todos os dias?
( ) sim Em que situações não é realizado e por que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
( ) não
9. Você encontra dificuldades para vacinação dos menores de um ano e
alcançar as coberturas vacinais em sua área de abrangência?
(
) Sim
Quais? _________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
(
) Não
Porque? ________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. Avaliando as doses aplicadas no município
para Vacina tetravalente, vacina
Contra Poliomielite e a Vacina Contra Hepatite B em menores de um ano percebe-se
que
não são as mesmas, contribuindo para coberturas não homogêneas entre
elas,
o que não deveria ocorrer. Verifique se isto ocorre
aplicadas de janeiro a setembro de 2008
por mês
e vacinas
nos boletins de doses
de sua unidade de Saúde e determine
que fatores levaram
a ocorrência desta situação.
________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
56
13 ANEXO
Calendário Básico de Vacinação da Criança
IDADE
Ao nascer
1 mês
2 meses
4 meses
6 meses
VACINAS
BCG - ID
DOSES
dose única
DOENÇAS EVITADAS
Formas graves de tuberculose
Vacina contra hepatite B (1)
1ª dose
Hepatite B
Vacina contra hepatite B
2ª dose
Hepatite B
Vacina tetravalente (DTP +
Hib) (2)
1ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções
causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
VOP (vacina oral contra pólio)
1ª dose
Poliomielite (paralisia infantil)
VORH (Vacina Oral de
Rotavírus Humano) (3)
1ª dose
Diarréia por Rotavírus
Vacina tetravalente (DTP +
Hib)
2ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções
causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
VOP (vacina oral contra pólio)
2ª dose
Poliomielite (paralisia infantil)
VORH (Vacina Oral de
Rotavírus Humano) (4)
2ª dose
Diarréia por Rotavírus
Vacina tetravalente (DTP +
Hib)
3ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções
causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
VOP (vacina oral contra pólio)
3ª dose
Poliomielite (paralisia infantil)
Vacina contra hepatite B
3ª dose
Hepatite B
9 meses
Vacina contra febre amarela
(5)
dose inicial
Febre amarela
12 meses
SRC (tríplice viral)
dose única
Sarampo, rubéola e caxumba
15 meses
VOP (vacina oral contra pólio)
reforço
Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana)
1º reforço
Difteria, tétano e coqueluche
DTP (tríplice bacteriana
2º reforço
Difteria, tétano e coqueluche
SRC (tríplice viral)
reforço
Sarampo, rubéola e caxumba
Vacina contra febre amarela
reforço
Febre amarela
4 - 6 anos
10 anos
(1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recémnascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da
primeira para a terceira dose.
(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice
Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos.
(3) É possível administar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade
(6 a 14 semanas de vida).
(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de
idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de 4 semanas.
(5) A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área
endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA,
MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar
contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.
Calendário de Vacinação do Adolescente
Calendário de Vacinação do Adulto e do Idoso
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