UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CORREÇÃO Curso: PEDAGOGIA NOTA Disciplina: Didática e Metodologia do Ensino Médio: Normal – Educação Profissional Prof. : Luís Henrique Marques Prova: NP2 -A Nome do aluno: TURMA: CAMPUS: Paraíso RA: Data da Prova: VISTA DE PROVA: ....../....../ 2015 Assinatura do aluno: INSTRUÇÕES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Desligue e guarde o celular. A prova é composta por 10 questões objetivas de múltipla escolha, valendo 0,6 cada e por duas questões dissertativas, valendo até 2,0 pontos cada. Valor total da prova: DEZ. Leia as questões com atenção. Apenas uma alternativa é correta em cada questão objetiva. Não é permitido qualquer tipo de consulta, nem o uso de folha de rascunho. As respostas devem ser transcritas com tinta azul ou preta para o gabarito. Rasura ou uso de branquinho no gabarito implicará em anulação da questão. Questões dissertativas: a resposta deve ser dissertativa e deve ter entre 6 e 8 linhas cada. Critérios para correção: pertinência ao tema, coerência, clareza e uso correto da linguagem. Permanência mínima: 30 minutos. Observe o tempo disponível para resolução e boa prova! GABARITO Faça um círculo ao redor da alternativa 1 2 3 4 5 6 7 8 A A A A A A A A B B B B B B B B C C C C C C C C D D D D D D D D E E E E E E E E correta: 9 10 A A B B C C D D E E Questões 1- Em seu artigo intitulado Organização da educação profissional e tecnológica por eixos tecnológicos (revista Linhas Críticas, n. 30, jan./jun.2010), Lucila Regina de Souza Machado afirma que a concepção de eixo tecnológico foi adotada em substituição a perspectiva do eixo profissional ao se criar o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia e o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio, Indique entre as opções abaixo, qual a afirmação corresponde a um dos motivos que, de fato, justifiquem essa mudança: a) Havia a necessidade de aumentar o grau de heterogeneidade dos cursos superiores tecnológicos e técnicos em nível médio. b) Era imprescindível manter a possibilidade de os cursos serem focados ora em produtos, ora em processos, conforme a conveniência da instituição escolar. c) Havia a exigência de que esses cursos permanecessem alocados em mais de uma área profissional. d) Havia a necessidade dos cursos, mesmo sendo da mesma área, manterem uma identidade própria, sem qualquer vínculo um com o outro. e) No trato desses cursos, o próprio Ministério da Educação apresentava dificuldade em exercer sua função reguladora, bem como realizar censos educacionais. 1 As afirmações a, b, c e d estão incorretas, justamente porque elas são a versão contrária a alguns dos motivos elencados pela autora em questão para justificar a mudança do eixo profissional para o tecnológico como fundamento da organização da Educação Profissional e Tecnológica. Nesse sentido, o grau de heterogeneidade dos cursos superiores tecnológicos e técnicos de nível médio (a), o fato de esses cursos serem focados ora em produtos, ora em processos (b), de permanecerem alocados em mais de uma área profissional (c) e de não terem uma identificação comum quando se tratassem de cursos da mesma área (d) foram considerados pelo Ministério da Educação como problemas típicos do antigo eixo profissional. 2- Imagine que você é o responsável por elaborar uma proposta de projeto de um curso técnico de nível médio. Qual dos critérios a seguir você não deve considerar ao elaborar esta proposta, conforme indicações contidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio (CNCT)? a) Deve prever a articulação do curso com o ensino médio de forma integrada, concomitante ou subsequente. b) Deve prever forma e carga horária específica para estágio profissional supervisionado. c) Deve conceber um curso com carga de 600 horas, o que já inclui a carga horária prevista para o estágio profissional supervisionado. d) Deve considerar a nomenclatura e perfil descritivo, entre outras exigências, estabelecidos pelo CNCT. e) Pode prever a possibilidade de oferta de certificado para módulos ou etapas específicos do curso, a serem obtidos ainda antes da sua conclusão. A alternativa C está incorreta, porque a carga horária mínima desses cursos deve ser de 800 horas, sem contar aquela prevista para o estágio profissional supervisionado. 3- Em seu artigo A formação de docentes para a educação profissional e tecnológica (Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 1, n. 1, 2008), Dante Henrique Moura critica o modelo de sociedade neoliberal como um dos responsáveis pelos principais limites impostos à formação de professores da Educação Profissional Técnica. Qual das características abaixo não corresponde a um dos limites impostos à formação de profissionais docentes da Educação Profissional Técnica pelo modelo de sociedade neoliberal? a) Busca desmedida pelo fortalecimento de mercados em detrimento de prioridades sociais. b) A tecnologia subordinada à lógica de mercado. c) Precarização do emprego. d) Busca de uma hegemonia da racionalidade ética sobre a racionalidade técnica. e) A multiculturalidade e a interculturalidade que, se de um lado produz interdependência e integração, do outro, favorece a fragmentação, o antagonismo e a xenofobia. A alternativa D corresponde, na realidade, a uma educação que favoreça o desenvolvimento de um modelo de sociedade contrário ao modelo neoliberal, na medida em que as questões éticas têm primazia sobre a técnica, uma vez que a ética direciona a técnica a valorizar o sujeito cidadão como centro de seu próprio trabalho e não a produção e o lucro, conforme define o neoliberalismo. 4- A autora Lucila Regina de Souza Machado, no artigo Diferenciais inovadores de professores para a educação profissional (Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 1., n. 1, 2008) estabelece o que ela considera um perfil ideal do professor que atua na área da educação profissional e tecnológica. Caso você tivesse que assumir o papel de coordenador pedagógico numa instituição dessa área, qual dos critérios a seguir deve ser considerado imprescindível na avaliação do perfil do professor de educação profissional e tecnológica? a) Deve ter capacidade de priorizar a improvisação. b) Deve promover transposições didáticas de forma contextualizada. c) Deve priorizar a formação específica em detrimento da formação pedagógica. d) Deve alicerçar seu conhecimento tecnológico exclusivamente na própria experiência profissional. e) Deve ser competitivo. Enquanto a afirmação B está correta, as demais estão incorretas, uma vez que: A) a capacidade de improvisação é útil, mas não deve ser uma prioridade e, portanto, não é imprescindível no exercício do magistério em qualquer que seja a modalidade; C) a formação pedagógica é tão importante quanto a específica e, por isso, não pode ser colocada em segundo plano; D) o conhecimento tecnológico que parte da experiência profissional é, sem dúvida, necessário, mas esta não deve ser sua única fonte (cabe aqui considerar o estudo e a pesquisa como outras fontes imprescindíveis); E) ser competitivo, embora atualmente implique certo valor profissional, corre o risco de estimular a primazia das exigências do mercado no exercício da profissão, o que, certamente, não é saudável do ponto de vista pedagógico. 2 5- Segundo Dante Henrique Moura (A formação de docentes para a educação profissional e tecnológica, Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 1, n. 1, 2008), há três situações distintas quanto aos grupos de profissionais aos quais se destinam a formação de Educação Profissional e Tecnológica. A cada um desses grupos, Moura elenca recomendações a respeito da formação adequada para o exercício do magistério nessa área de educação. Assinale a alternativa que apresenta a recomendação mais adequada ao grupo profissional indicado: a) Para profissionais não graduados que já atuam na Educação Profissional e Tecnológica, recomendase a realização de cursos de extensão universitária na área específica de sua atuação, totalizando carga mínima de 150 horas. b) Para profissionais não graduados que já atuam na Educação Profissional e Tecnológica, recomendase a realização de cursos livres e estágio voluntário na área pedagógica, totalizando carga mínima de 100 horas. c) Para profissionais graduados que já atuam como docentes na área e que não possuem uma formação específica na área educacional, recomenda-se cursarem licenciaturas voltadas para a educação profissional ou cursos em nível de pós-graduação lato senso com carga superior a 300 horas e estágio de prática docente ou prática do mundo do trabalho na área profissional em que o docente atuará. d) Para profissionais que ainda começarão a formação superior inicial, recomenda-se realizarem um curso superior tecnológico, com duração mínima de dois anos, na área específica de sua atuação. e) Para profissionais que ainda começarão a formação superior inicial, recomenda-se optar por soluções emergenciais como cursos de extensão universitária. Com exceção da alternativa C, cujo conteúdo corresponde precisamente à recomendação citada pelo autor, as demais alternativas se referem a recomendações improcedentes. De fato, para profissionais não graduados que já atuam na Educação Profissional e Tecnológica (alternativas A e B), a recomendação que as organizações onde estes atuam busquem cooperação com agências formadoras, visando proporcionar formação dos seus quadros. Já para profissionais que ainda começarão a formação superior inicial (alternativas D e E), por princípio, a recomendação ideal é que realizem cursos de licenciatura específica para Educação Profissional e Tecnológica, especialmente adequados para concluintes de cursos técnicos de ensino médio. 6- Os objetivos previstos no Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009, para a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica devem ser cumpridos por meio de a criação de Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente, em regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Este fórum, por sua vez e entre outras atribuições, tem o papel de acompanhar a execução de um plano estratégico de ações, bem como promover sua revisão periódica. A propósito desse plano estratégico, considere as seguintes afirmações: I- Deve se fundamentar em diagnóstico realizado com base nos dados do censo escolar da educação básica. II- Deve contemplar a identificação das necessidades de formação dos profissionais do magistério, conforme foram colhidas no censo escolar da educação básica. III- Deve contemplar a definição de ações a serem desenvolvidas para o atendimento de necessidades de formação inicial e continuada. IV- Deve considerar a capacidade de atendimento de instituições públicas da educação superior envolvidas na formação de professores da educação básica. V- Deve considerar as atribuições e responsabilidades de cada participante no processo de formação do docente para a educação básica, com a especificação de compromissos assumidos, inclusive financeiros. Assinale a alternativa correta: a) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. b) Apenas as alternativas IV e V estão corretas. c) Apenas as alternativas III e IV estão incorretas. d) Todas as alternativas estão incorretas. e) Todas as alternativas estão corretas. De fato, todas as afirmações correspondem, quase que integralmente, ao que consta no texto do Decreto n. 6.755, de 29/1/2009, que institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. 7- “Com base nas orientações econômicas da época, priorizado na indústria, (...) incorporou a concepção de que educação promove o desenvolvimento, haja vista a exigência de um espírito empreendedor, apto para adaptar às mudanças aceleradas. Partindo desta compreensão, os conteúdos foram 3 selecionados, adequando-se ao desenvolvimento psicológico, biológico e social do educando, e aos princípios científicos positivistas. Tais princípios nortearam a definição de um conjunto de normas didático-pedagógicas que inspiraram tanto as escolas de nível elementar quanto a escola normal, responsável pela formação de professores. (GOMIDE, A. G. V, Curso normal: diferentes tendências pedagógicas na formação de professores de ensino médio, EDUCERE, 2008.). A qual tendência pedagógica no que tange à formação do professor em nível médio corresponde a descrição apresentada neste trecho? a) Escola Nova. b) Escola Tecnicista. c) Escola Generalista. d) Escola Integradora. e) Escola Capitalista. A descrição apresentada no enunciado da questão se refere à Escola Nova, tendência pedagógica desenvolvida no Brasil no período histórico compreendido entre 1930 e 1946. 8- A Lei Orgânica do Ensino Normal (Decreto n. 8.530, de 2 de janeiro de 1946) estabelece que há três tipos de estabelecimentos de ensino normal. São eles: a) Normal local, normal regional e normal estadual. b) Normal local, escola normal e escola regional. c) Normal regional, escola normal e instituto de educação. d) Normal regional, escola regional e instituo de educação. e) Normal regional, escola normal e instituto normal. 9- No capítulo 5 da obra Revendo o Ensino de 2º Grau: propondo a formação de professores, os autores Carlos Luiz Gonçalves e Selma Garrido Pimenta afirmam que “a escola normal (...) se amplia gradativamente no século XX, embora ainda esteja longe de atender à demanda”, processo que tem raízes históricas em transformações político-econômicas e sociais do Brasil surgidas desde 1930. Qual das alternativas a seguir pode ser considerada entre as razões históricas para o início desse processo de desenvolvimento da escola normal desde a terceira década do século passado? a) O avanço do capitalismo contribui para a formação de núcleos urbanos os quais, por sua vez, reclamam uma escolaridade mínima da população, quer para que ela esteja em condições de competir no mercado de trabalho, quer para que tenha condições de sobrevivência na própria cidade. b) A instalação do regime militar e sua política de educação tecnicista estimulou o crescimento da escola normal em todo o País. c) O desenvolvimento da escola normal é resultado do sistema neoliberal que favoreceu, por sua vez, a aplicação de um modelo de educação generalista. d) O conflito cultural que surgiu no ambiente da Guerra Fria serviu de justificativa para que o Estado brasileiro (aliado ao bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos) investisse na escola normal como instrumento de conscientização dos seus cidadãos contra o “perigo comunista”. e) O desenvolvimento da escola normal no Brasil corresponde à pressão da sociedade civil em favor das melhorias da educação no país. Com exceção da alternativa A, todas as demais afirmações são anacrônicas, isto é, não correspondem ao início da década de 1930: B) a afirmação se refere ao período militar pós-1964; C) a afirmação se refere ao período atual cujo início corresponde ao princípio da década de 1990; D) a afirmação se refere ao período pós-Segunda Guerra Mundial e E) a afirmação se refere ao período atual. Além disso, não há qualquer indício histórico que atestem as afirmações D e E. 10- Para Gimeno Sacristán, autor citado por Gelta Terezinha Xavier no artigo Práticas de Ensino nas Escolas Normais: quando a experiência de formação de professores confronta costumes e tradições (XVI ENDIPE, 2012), a concepção do currículo das escolas normais deve se orientar por alguns princípios fundamentais. Assinale a alternativa que não corresponde a um desses princípios: a) O currículo da escola normal deve ser construído por meio da interação entre o refletir e o atuar, conforme processo circular de planejamento, ação e avaliação, integrado por uma espiral de pesquisa-ação. b) O currículo da escola normal deve partir de hipóteses sobre o mundo real, separando o processo de realização das condições concretas no qual este se desenvolve . c) O currículo da escola normal opera num mundo de contradições, próprias do mundo social e cultural, o que significa que não pode referir-se apenas a problemas de aprendizagem, mas deve 4 considerar o ambiente da aprendizagem como algo social, bem como as interações ensinoaprendizagem no seio de determinadas condições. d) O currículo da escola normal deve ser concebido num mundo da práxis, isto é, um mundo construído, o que implica que sua concepção segundo a qual os alunos tornam-se ativos participantes de seu próprio saber. e) A práxis – com a qual se constrói o currículo da escola normal – deve ser compreendida como uma construção social, permeada de conflitos, imposições, controles, negociações. Ao contrário do que afirma a alternativa C, o currículo da escola normal, para Gimeno Sacristán, “tem lugar num mundo real e não em outro hipotético”, que “não separa o processo de realização das condições concretas no qual este se desenvolve”. 11- Leia o texto a seguir: “O estágio para o ensino médio técnico, instrumento de introdução do jovem no mercado de trabalho, é pouco usado no país. Hoje, do 1,3 milhão de estudantes matriculados em cursos profissionalizantes, só 42,5 mil jovens estagiam. Mesmo com a expansão dos cursos técnicos – que têm como objetivo garantir emprego rápido – por causa do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), não há grande interesse das empresas e nem dos estudantes em estabelecer o vínculo. O efeito disso é a falta de vagas nas cidades menores e a sobra delas nos grandes centros. No interior do Paraná, que teve o número de cursos técnicos aumentado pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) – há cursos em 13 cidades, além de Curitiba – não há oferta de estágio suficiente por parte das empresas para absorver os estudantes. O pró-reitor de extensão do IFPR, Silvestre Lapiak, explica que nas cidades menores não existe ainda uma cultura do estágio, de investir num estudante sem experiência para contratá-lo no futuro. ‘O ensino técnico foi interiorizado em todo o país, principalmente com a criação dos institutos federais, mas nas cidades menores as empresas são essencialmente de pequeno e médio porte e não estão preparadas para o estágio’, diz Lapiak. Nos grandes centros, como Curitiba, a oferta é bem maior e chega a ser o dobro da soma de cinco cidades do interior. Mesmo assim, a parcela de estudantes que estagia é pequena. No IFPR, apenas 20% dos estudantes estão em alguma empresa. Falta de interesse A baixa ocupação de vagas não está relacionada apenas com pouca oferta, mas com a falta de interesse dos estudantes. Nem todos – exceto pelos que fazem cursos em que o estágio é exigido pelo currículo – querem aplicar os conhecimentos antes de se formar. Muitos deixam para bater na porta das empresas depois de ter o diploma em mãos. No Instituto Euvaldo Lodi (IEL), somente 25% das vagas, em média, são preenchidas. Mesmo para os que desejam um estágio, há outro impedimento: o horário. Segundo o gerente executivo do IEL, Eduardo Vaz da Costa Júnior, muitas vezes ele é incompatível com a grade horária do estudante. ‘Geralmente as empresas querem o estagiário por seis horas, mas muitos cursos oferecem aulas à tarde ou em período integral. A solução seria as empresas tornar o horário mais flexível’. (...)” (SIMAS, Anna. Estágio para ensino técnico é subaproveitado no Brasil. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/estagio-para-ensino-tecnico-e-subaproveitado-no-brasilf0pjmkhlntmmscjb4ffu6bm8e>) Um dos desafios da educação profissional técnica de nível médio é a prática de estágio supervisionado, conforme atesta o trecho da matéria jornalística acima. Pensando nisso, apresente uma proposta de atividade que pudesse ser aplicada no estágio supervisionado de um curso técnico de nível médio como instrumento de ensino-aprendizagem do professor que atua no âmbito dessa modalidade de educação e que buscasse suscitar o interesse do estudante. Sua proposta deve conter: a) Descrição da atividade: Como atividade de observação, o educando poderia realizar um trabalho de pesquisa no ambiente de mercado da área específica do seu curso. Tendo feito um relatório de observação sobre como, por exemplo, lideranças e funcionários de uma empresa atuam no exercício de suas funções, o estagiário deveria elaborar uma série de propostas de atividades que consistiriam em simular situações-problema a serem resolvidas pelos alunos, individualmente ou em equipe. b) Dois objetivos: 1- Possibilitar ao educando atualizar-se sobre a realidade do mercado de trabalho da área específica em que se insere seu curso; 2- Estimular o educando a formular atividades pedagógicas baseadas na resolução de problemas que se aproximam mais efetivamente da realidade de trabalho. 5 c) Forma de avaliação do estagiário: o professor poderia criar uma ficha de avaliação com questões fundamentais a serem aplicadas em processo de entrevista do educando no qual este, fundamentalmente, deveria partilhar experiências vivenciadas no estágio, com ênfase à forma como formula alternativas de soluções às dificuldades encontradas no ambiente de trabalho de sua área específica ao longo desse período de observação. 12- Leia, agora, o trecho desta outra matéria jornalística: “Atualmente, a formação de professores no Brasil é oferecida por diferentes instituições e em diversos formatos. As escolas normais ainda oferecem os cursos de magistério de nível médio. Nas universidades e IES de maneira geral, são oferecidos os cursos de licenciatura e pedagogia. Há, ainda, os Institutos Superiores de Educação (ISEs), criados pela LDB para oferecer, nas IES, a formação na modalidade normal superior e, também, licenciaturas, programas de formação continuada, programas de formação pedagógica para diplomados em nível superior e pós-graduação para atuação na educação básica. Por fim, os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) ou Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets) oferecem licenciaturas em geral e específicas para educação profissional que, segundo o documento-referência da Conae, devem ser incentivadas e ter sua oferta ampliada não apenas nos Centros e Institutos Federais, mas também nas IES. Uma medida que vem sendo discutida pelo governo e trabalhadores da educação é a formulação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, criado a partir da instituição da Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica, em janeiro deste ano. O Plano é destinado aos professores sem formação adequada às exigências da LDB que estejam em exercício nas escolas públicas estaduais e municipais, e oferece vagas presenciais em cursos de licenciatura com duração menor do que os cursos regulares nas instituições públicas de ensino superior e vagas para o ensino à distância através da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Para Heleno Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco, secretário de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e um dos integrantes da Comissão Organizadora Nacional da Conae, a formação inicial dos profissionais de educação no Brasil precisa ser repensada no conjunto. “Nós da CNTE apontamos a necessidade de repensar a formação inicial, especificamente aquilo que as universidades e faculdades colocam como prática na formação dos profissionais de educação. Nos últimos anos, houve um processo de proliferação de universidades privadas sem condições adequadas”, descreve. E avalia: ‘Isso influencia o processo pedagógico, configurando uma formação débil, sem contato com a realidade. Para tentar compensar, as instituições oferecem ênfase em determinadas disciplinas, e os profissionais recebem uma formação voltada para áreas específicas, para preparar alunos para concursos e vestibular. Assim, a escola fica voltada para questões imediatas e perde sua perspectiva de formar cidadãos e cidadãs plenos, que pensem a sociedade’. (...)” (LEAL, Leila. Qualidade da educação depende da formação e valorização de seus profissionais. Disponível em < http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Noticia&Num=463>) Nesse trecho de matéria jornalística, o sindicalista Heleno Araújo afirma que, uma vez que a escola se volta a questões imediatas, perde sua perspectiva de formação para a cidadania e visão crítica da realidade. Apresente duas deficiências que permeiam a atual formação de professores que atuam especificamente na escola normal e/ou no âmbito da educação profissional tecnológica e apontem duas possibilidades de solução para as deficiências apontadas: A pergunta propõe que o aluno se inspire em diferentes temas abordados ao longo da disciplina, uma vez que as críticas à formação dos professores de ensino médio para a escola normal ou para a educação profissional foram constantes, frequentemente presentes nos textos utilizados, bem como foram objeto das diferentes discussões realizadas em sala de aula. Nesse sentido, são exemplos de crítica e propostas de solução às deficiências a que estão sujeitos os educandos formados para o exercício do magistério em nível médio: a) No caso da escola normal, uma deficiência frequente é o pouco estímulo à pesquisa como instrumento de resolução de problemas que o futuro profissional encontraria em sala de aula. Mais que fazer diagnóstico, o aluno precisa experienciar propor e aplicar alternativas concretas de superação de dificuldades impostas pelo cotidiano da sala de aula. Nesse sentido, um primeiro passo poderia ser desenvolver grupos de pesquisa e discussão de problemas – observados, por exemplo, durante as atividades de estágio regular – cujo objetivo seria simular atividades a serem aplicadas em sala de aula. b) No caso da educação profissional tecnológica, uma deficiência frequente é a supervalorização das exigências do mercado e, consequente, falta de estímulo à postura crítica ante o desenvolvimento econômico. Uma solução para essa deficiência seria investir na pesquisa e leitura crítica de informações veiculadas na imprensa a propósito de fatos que se referem ao mercado e, em contraposição, a pesquisa e leitura de notícias em que se evidenciam iniciativas presentes no próprio mercado as quais 6 atestam a possibilidade de desenvolvimento econômico em consonância com a valorização da responsabilidade social de trabalhadores e empresas. 7