Em 1992, os peritos do Programa de Desenvolvimento da ONU desenharam uma tabela que demonstrava a concentração da riqueza no mundo em 1992. Os peritos repartiram a população mundial em cinco partes e concluíram que 20% das pessoas mais ricas do mundo eram donas de 82,7% de toda a riqueza do planeta enquanto os 20% mais pobres detinham apenas 1,4% do rendimento mundial. É que o famoso gráfico em forma de taça, que entretanto se tornou um clássico da sociologia, foi redesenhado recentemente com base nos dados sobre a distribuição da riqueza de 2006. Concluiu-se que o pelotão dos mais ricos passou a representar 11% da população mundial e a deter 85% da riqueza. E que a faixa dos mais pobres, que já representa 50% dos habitantes do planeta, possui apenas 1% dos rendimentos. Dito por outras palavras, há menos ricos no topo da hierarquia que têm cada vez mais dinheiro. E há mais pobres na base que ganham cada vez menos. Em termos gráficos, a célebre taça da desigualdade ficou mais larga e, sobretudo, mais amarga (ilustra o fenómeno da concentração de muito nas mãos de poucos).