Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação VOLUME 1 / 2 Escola Federal de Engenharia de Itajubá CERNE - Centro de Estudos em Recursos Naturais e Energia Novembro 2000 ÍNDICE VOLUME 1 / 2 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................4 ESTUDOS DE VIDA ÚTIL ECONÔMICA ..................................................................................................6 Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Líquido ou Gasoso....................................... 6 Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Nuclear ....................................................... 23 Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Sólido.......................................................... 29 Armazenagem, Manipulação, Transporte de Resíduo.......................................................................... 36 Armazenagem, Manipulação, Transporte de Resíduo Nuclear.............................................................. 54 Balança para Veículos de Carga ........................................................................................................ 60 Banco de Capacitores (Sistemas de Distribuição)................................................................................ 68 Banco de Capacitores (Sistemas de Transmissão) .............................................................................. 77 Barragem e Adutora .......................................................................................................................... 86 Barramento....................................................................................................................................... 92 Caldeira............................................................................................................................................ 98 Câmara e Galeria .............................................................................................................................. 103 Canal de Descarga ............................................................................................................................ 107 Chaminé ........................................................................................................................................... 113 Chave (Sistema de Distribuição)......................................................................................................... 119 Chave (Sistema de Transmissão) ....................................................................................................... 124 Compensador de Reativos ................................................................................................................. 129 Comporta.......................................................................................................................................... 136 Computador e Periféricos................................................................................................................... 153 Condensador de Vapor ...................................................................................................................... 160 Conduto e Canaleta........................................................................................................................... 163 Conduto Forçado............................................................................................................................... 168 Condutor (Sistema de Distribuição) .................................................................................................... 177 Condutor (Sistema de Transmissão) ................................................................................................... 182 Controlador Programável ................................................................................................................... 187 Conversor de Corrente ...................................................................................................................... 193 Conversor de Freqüência................................................................................................................... 200 Disjuntor ........................................................................................................................................... 205 Edificação – Casa de Força – Produção Hidráulica.............................................................................. 213 Edificação – Outras ........................................................................................................................... 217 Elevador e Teleférico......................................................................................................................... 221 Equipamento Geral............................................................................................................................ 226 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 1 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Equipamentos da Tomada D’água...................................................................................................... 230 Equipamentos do Ciclo Térmico......................................................................................................... 246 Estradas de Acesso .......................................................................................................................... 254 Estrutura (Poste, Torre) (Sistema de Distribuição)............................................................................... 257 Estrutura (Poste, Torre) (Sistema de Transmissão) ............................................................................. 262 Estrutura da Tomada D’água ............................................................................................................. 269 Estrutura Suporte de Equipamento e de Barramento ........................................................................... 273 Fibra Ótica........................................................................................................................................ 279 Gerador............................................................................................................................................ 286 Gerador de Vapor ............................................................................................................................. 293 Instalações de Recreação e Lazer...................................................................................................... 299 Luminária ......................................................................................................................................... 304 Medidor ............................................................................................................................................ 309 Motor de Combustão Interna.............................................................................................................. 316 Painel, Mesa de Comando e Cubículo................................................................................................ 321 Pára-Raios ....................................................................................................................................... 326 Ponte Rolante, Guindaste ou Pórtico.................................................................................................. 331 Precipitador de Resíduos ................................................................................................................... 342 Protetor de Rede............................................................................................................................... 348 Reator (ou Resistor) .......................................................................................................................... 356 VOLUME 2 / 2 Reator Nuclear.................................................................................................................................. 361 Rede Local de Computadores ............................................................................................................ 368 Regulador de Tensão (Sistema de Distribuição) .................................................................................. 376 Regulador de Tensão (Sistema de Transmissão) ................................................................................ 383 Religador .......................................................................................................................................... 390 Reservatório ..................................................................................................................................... 395 Seccionalizador................................................................................................................................. 401 Sistema Anti-Ruído ........................................................................................................................... 407 Sistema Auxiliar de Corrente Contínua ............................................................................................... 412 Sistema de Água de Circulação ......................................................................................................... 421 Sistema de Alimentação de Energia ................................................................................................... 426 Sistema de Amostragem Primário ...................................................................................................... 431 Sistema de Ar Comprimido ................................................................................................................ 435 Sistema de Ar e Gases de Combustão ............................................................................................... 441 Sistema de Aterramento .................................................................................................................... 448 Sistema de Comunicação e Proteção Carrier...................................................................................... 453 Sistema de Comunicação Local ......................................................................................................... 462 Sistema de Controle Químico e Volumétrico ....................................................................................... 467 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 2 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Sistema de Dados Meteorológicos e Hidrológicos................................................................................ 474 Sistema de Exaustão, Ventilação e Ar Condicionado ........................................................................... 482 Sistema de Lubrificação, de Óleo de Regulação e Óleo Isolante .......................................................... 489 Sistema de Proteção Contra Incêndio................................................................................................. 495 Sistema de Pulverização do Envoltório de Contenção.......................................................................... 500 Sistema de Radiocomunicação .......................................................................................................... 504 Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo do Reator ............................................................. 509 Sistema de Refrigeração do Reator .................................................................................................... 515 Sistema de Refrigeração e Purificação do Poço de Combustível Usado................................................ 523 Sistema de Resfriamento de Equipamentos ........................................................................................ 528 Sistema de Serviços .......................................................................................................................... 537 Sistema para Gaseificação de Carvão ................................................................................................ 541 Subestação SF6 ................................................................................................................................ 546 Subestação Unitária .......................................................................................................................... 553 Suprimento e Tratamento D’água ....................................................................................................... 561 Transformador de Aterramento........................................................................................................... 567 Transformador de Distribuição............................................................................................................ 571 Transformador de Força .................................................................................................................... 579 Transformador de Medida .................................................................................................................. 586 Transformador de Potencial Capacitivo ou Indutivo ............................................................................. 592 Transformador de Serviços Auxiliares ................................................................................................. 597 Turbina a Gás ................................................................................................................................... 602 Turbina Hidráulica ............................................................................................................................. 607 Turbogerador .................................................................................................................................... 613 Urbanização e Benfeitorias ................................................................................................................ 618 Veículos ............................................................................................................................................ 622 TABELA COMPARATIVA...........................................................................................................................631 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 3 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação INTRODUÇÃO O artigo 138, § 2º, da Lei nº 6.404/76, estabelece ou de outra entidade oficial de pesquisa científica que: “A diminuição de valor dos elementos do ou tecnológica (art. 253, § 2º, do RIR/94). ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: • A base de cálculo da depreciação será: Depreciação, quando corresponder • à perda do valor dos direitos que têm por bem no balanço anterior ou no início do objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou período; • perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; • • Custo histórico, assim entendido o valor do Amortização, quando Valor de reavaliação decorrente de novas avaliações no ativo imobilizado. corresponder à perda do valor do capital aplicado na A técnica contábil estipula que o valor residual do aquisição na aquisição de direitos de bem deve ser computado como dedução do seu propriedade industrial ou comercial e valor total para determinar o valor-base de cálculo quaisquer da outros com existência ou depreciação. Todavia, na prática, esse exercício de duração limitada, ou cujo procedimento não tem sido muito adotado, pois é objeto sejam bens de utilização por prazo bastante difícil estimar o valor residual, numa legal ou contratualmente limitado; economia instável como a nossa. Exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua explosão, de Uma direitos depreciação é a determinação do período de vida cujo objeto sejam recursos dificuldade associada ao cálculo da útil econômica do ativo imobilizado. minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.” Além das causas fiscais decorrentes do desgastes Entretanto, a tendência de um número significativo natural pelo uso e pela ação de elementos da de empresas é simplesmente adotar as taxas natureza, a vida útil é afetada por fatores admitidas pela legislação fiscal. Os critérios funcionais, básicos de depreciação, de acordo com a obsoletismo, legislação substitutos mais aperfeiçoados. fiscal, estão consolidados no tais como resultantes a inadequação do surgimento e o de Regulamento do Imposto de Renda através de Este trabalho visa o estudo dos diversos sistemas, seus arts. 248 a 256. equipamentos e componentes do sistema elétrico, O fisco admite ainda que a empresa adote taxas quando ao problema de estimar uma vida útil diferentes de depreciação, quando suportadas por econômica, e por conseguinte uma taxa de laudo pericial do Instituto Nacional de Tecnologia, depreciação para os mesmos. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 4 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Existem diversos fatores que influenciam na vida em útil econômica de um equipamento, por exemplo: funcionamento, • condições e satisfatórias de prevenir de contra Características de operação: princípio de possíveis ocorrências que acarretam sua funcionamento, condições de operação, indisponibilidade; condições do ambiente onde • este Manutenção Corretiva: Manutenção que se equipamento está instalado, entre outras; realiza • Tipos e freqüência de falhas; instalações, com a finalidade de corrigir as • Obsolescência tecnológica, advinda do causas e efeitos motivados por ocorrências desenvolvimento de novos materiais e constatadas, e que acarretam ou podem novas tecnologias; acarretar Tipo e freqüência de manutenção. condições • em equipamentos, sua programadas. obras indisponibilidade, quase Esta sempre se divide ou em não em: A manutenção é toda atividade que se realiza Manutenção Corretiva de Emergência, através de processos diretos ou indiretos nos quando se necessita proceder de imediato equipamentos, obras ou instalações, com a o restabelecimento das condições normais finalidade de lhes assegurar condições de cumprir de utilização dos equipamentos, obras ou com segurança e eficiência as funções para as instalações; e Manutenção Corretiva de quais foram fabricados ou construídos, levando-se Urgência, quando se necessita proceder o em consideração as condições de operação e mais breve possível o restabelecimento econômicas. das condições normais de utilização dos equipamentos, obras instalações; Esta desenvolve especial papel na determinação Manutenção da vida útil econômica, uma vez que ela pode quando se necessita proceder, a qualquer determinar mais tempo, o restabelecimento das condições no normais de utilização dos equipamentos, quando economicamente não viável dar será manutenção Programada, obras ou instalações. equipamento. É dividida da seguinte forma: • Corretiva ou Manutenção Preditiva: Manutenção que se realiza através características de operativas análises e/ou das física- químicas dos equipamentos, obras ou instalações, com a finalidade de detectar possíveis falhas; • Manutenção Preventiva: Manutenção que se realiza mediante um serviço programado de controle, conservação e reparação de equipamentos, obras ou instalações, com a finalidade de mantê-los ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 5 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Líquido e Gasoso RESUMO sistemas de A matriz de processamento dos com bustíveis gasosos são líquidos e gasosos abrange uma complexa cadeia denominados de e armazenamento ou de acumulação, sob pressão. indiretamente no processo. Os combustíveis Os vasos de pressões, com raras exceções, têm o líquidos e gasosos aplicados na produção de casco na forma cilíndrica, cônica ou esférica e/ou potência por meio de turbinas a vapor ou motores combinações dessas três formas. A vida útil de combustão interna, são na sua grande maioria proposta econômica proposta para esse trabalho derivados de petróleo. O suprimento de insumos é de 35 anos. equipamentos energéticos, envolvidos abrange uma direta logística aquecimento. Os armazenados “vasos de combustíveis em tanques pressão” de de transmissão e distribuição e armazenamento, I. INTRODUÇÃO garantidas por um sistema viário que envolve Os processos de armazenamento, manipulação e modalidades de transporte como dutos, ferrovias, transporte de combustíveis líquidos e gasosos são hidrovias analisados e rodovias, interligando unidades considerando suas propriedades produtoras às bases primárias, próximas às físicas e composição química, inerentes a cada refinarias, secundárias, tipo de combustível, além das especificações normalmente mais distantes. Os processos de técnicas relacionadas com a manutenção da transmissão e distribuição de petróleo e seus qualidade desejada e os custos envolvidos em derivados cada etapa do processo, até a sua efetiva e são estas às feitos bases preferencialmente por bombeamento através de dutos, em função dessa utilização. modalidade apresentar capacidade de transporte em grandes volumes, facilidade no controle do O suprimento de insumos energéticos líquidos ou fluxo, alta confiabilidade no suprimento e os gasosos aplicados à geração térmica a vapor ou a custos serem combustão interna abrange, uma logística de relativamente menores quando comparados a transmissão e distribuição e armazenamento dos outros modos. O processo de armazenagem combustíveis em geral, garantidas por um sistema funciona como um dispositivo regular entre a viário que envolve modalidades de transporte taxas flutuantes de produção e as variações dos como dutos, ferrovias, hidrovias e rodovias, índices interligando envolvidos de no demanda. processo No processo de unidades produtoras às bases armazenamento dos combustíveis líquidos, são primárias, próximas às refinarias, e estas às bases utilizados em geral tanques de aços de grandes secundárias, normalmente mais distantes. dimensões em formato cilíndrico ou cônico, e/ou Os combustíveis líquidos compreendem variadas combinações dessas duas formas, equipadas com combinações no referido estado, ricas em hidrocarbonetos, com as mais diversas propriedades motoras, químicas e físicas, e de Os combustíveis gasosos são freqüentemente diversos meios de obtenção, produzidos hoje armazenados em tanques denominados “vasos de quase exclusivamente à base do petróleo. pressão” de armazenamento ou de acumulação, em forma liquefeita, sob pressão, para que se Os combustíveis gasosos compreendem os gases possa acondicionar uma grande massa em um permanentes (gás de rua, gás de coque, gás de volume relativamente pequeno. alto forno, metano, gás natural), que a temperatura ambiente, não se liquefazem mesmo Os vasos de pressão (com raras exceções) têm o a altas pressões, e gases liquefeitos (misturas de casco na forma cilíndrica, cônica ou esférica e/ou propano, propileno, butano e butileno) que à combinações dessas três formas. A forma esférica temperatura ambiente, e altas pressões se utilizada no armazenamento de grandes massas liquefazem. de combustível, em função dessa geometria permitir uma distribuição uniforme das tensões no A seguir serão abordados equipamentos utilizados material devido à pressão, com a qual se chega à no processo de armazenamento, manipulação e menor espessura de parede e ao menor peso transporte de combustíveis líquidos e gasosos, relativo, em igualdade de pressão e de massa aplicados contida, quando comparada a outros formatos. a geração térmica a vapor ou combustão interna. Em 1944 no Brasil, já havia uma estrutura de I.1. ARMAZENAMENTO abastecimento O processo de armazenagem funciona como um armazenamento composta para de instalações combustíveis de somando 3 dispositivo regular entre a taxas flutuantes de aproximadamente 815.000 m e mais cerca de produção e as variações dos índices de demanda. 100.000 m3 para fins militares, construídas pelas forças armadas americanas. Estas tancagens No processo de armazenamento dos insumos estavam espalhadas (combustíveis) líquidos para fins de geração de Maranhão, Ceará Rio Grande do Norte, Bahia, energia, são utilizados em geral tanques de aços Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, de grandes dimensões em formato cilíndrico ou Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. pelos estados do Pará, cônico, e/ou combinações dessas duas formas, equipadas com sistemas de aquecimento Uma das características desses equipamentos é o controlados termostaticamente e, com indicador fato de não serem produtos de linhas de de temperatura próximo a linha de saída do fabricação. São projetados e construídos por combustível. Estes procedimentos permitem a encomenda, segundo o tipo, dimensões e formato operação dos mesmos a níveis de temperatura adequados às necessidades e as condições de constante e, conseqüentemente, na faixa ideal de desempenho em cada caso. Há no mercado, viscosidade do combustível para seu manuseio. inúmeras empresas que atuam no seguimento de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 7 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação projeto e fabricação de reservatórios de combustíveis líquidos e gasosos, interligando combustíveis, sendo os principais fabricantes regiões produtoras, plataformas, refinarias, nacionais são as empresas CONFAB, Pierre terminais marítimos, parques de estocagem e os Saby, ALUFER, SADE, FEM, Mecânica Pesada, centros consumidores. Quase a totalidade dos BARDELLA entre outros. dutos é constituída por tubos metálicos. Podem ser instalados no mar ou em terra, e operam dia e I.2. TRANSPORTE noite para garantir o abastecimento das refinarias A estrutura de abastecimento de combustíveis e suprir as necessidades de consumo dos centros interliga, através de vários modos de transporte, consumidores. três pontos distintos: • Fontes de produção; As bombas centrífugas para combustíveis líquidos • Refinarias; e compressores a pistão para gasosos, com • Centros consumidores. várias etapas de impulsão, instaladas em série ou em paralelo, segundo os fluxos, as pressões e as Com base nos três pontos acima pode-se necessidades de se contar com reservas. classificar as etapas do transporte distintamente Para conseguir a pressão mínima necessária na em: • Transmissão: caracteriza-se pela etapa do aspiração destas bombas, se recorrem a outras transporte da matéria prima das fontes de pequenas produção as refinarias, e dos derivados bombas de reforço ou booster. bombas auxiliares denominadas aos centros de distribuição; • Distribuição: compreende a etapa do Os motores que movem as bombas podem ser transporte dos centros de distribuição dos elétricos, de explosão, cujo caso se alojam em derivados aos centros consumidores. recinto distinto das bombas, ou turbinas a gás. A matriz de transporte para combustíveis líquidos No parque de válvulas ocorre regulação das e gasosos envolve as seguintes modalidades pressões e fluxos do fluido. Chega-se a uma total características: automação nestas estações. • Rodoviário: através de caminhões tanques; • Ferroviário: por vagões tanques; • Hidroviário • e marítimo: Em casos onde os centros de geração não são através atendidos pela malha dutoviaria, por questões de de embarcações e navios tanques; falta de investimentos ou demandas insuficientes Por meio de dutos. que justifiquem economicamente a implantação de troncos para distribuição, o processo de O sistema de transmissão e distribuição modal por abastecimento é intermodal, combinando as bombeamento através de dutos é o meio mais outras modalidades de transporte em função da seguro e econômico de se transportar ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 8 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação capacidade, mobilidade dos respectivos modos e Unidade de Fracionamento em Mataripe. A fim de vias de acesso. alimentar e escoar a produção da PGN foi I.3. HISTÓRICO DO OLEODUTO NO BRASIL construído mais de 150 km de gasodutos e dutos A primeira linha de 10” de diâmetro entre Santos e para gasolina natural e GLP. São Paulo foi inaugurada em 20/10/1951. O traçado desse oleoduto representou um grande A década de 80 caracterizou-se pela construção desafio, pois além do trecho pantanoso entre de um grande número de gasodutos, ampliando o Santos e Cubatão, enfrentou-se pela primeira vez aproveitamento do gás natural produzido no a subida da Serra do Mar – um desnível de 750m Espírito Santo e principalmente na Bacia de em apenas 1,5km. Esta obra tem sido usada Campos, no litoral do Rio de Janeiro. como referencia até os dias de hoje. O primeiro gasoduto interestadual entrou em Em 1966 começou a funcionar o primeiro duto de operação em 1974 ligando os estados de Sergipe grande extensão no Brasil, o Oleoduto Rio/Belo e Bahia. o GASEB, como foi denominado. Ele tem Horizonte produtos seu ponto inicial na Estação de Compressores de refinados provenientes da Refinaria Duque de Atalaia Velha, em Sergipe, e seu ponto final no Caxias (REDUC) para Belo Horizonte, com Campo de Catu, conectando-se ao sistema de diâmetro de 18" e 365 km de extensão. Com a gasodutos do Recôncavo Baiano. A sua extensão entrada em operação da Refinaria Gabriel Passos, é de 235 km, o diâmetro de 14" e capacidade em 1968, o oleoduto passou a desempenhar a inicial de transferência de 1.500.000 m 3/dia. (ORBEL), transferindo função para a qual foi construído, ou seja, atender o abastecimento daquela Refinaria com petróleo I.5. MANIPULAÇÃO recebido através do Terminal da Guanabara Os (TORGUÁ). algumas processos de manipulação particularidades em apresentam relação aos combustíveis líquidos e gasosos utilizados nos A primeira grande obra da década de 70, na área pátios de geração. de transporte, foi a entrada em operação, em 1971, da ampliação do TEBAR, permitindo a Os equipamentos utilizados na manipulação dos atracação de navios de até 300.000 tpb e o combustíveis líquidos em pátios de geração oleoduto São Sebastião/Paulínia com diâmetro de térmica a vapor ou motor de combustão interna 24" e 226 km de extensão. compreendem: • Conjunto moto-bomba propulsor para I.4. HISTÓRICO DO GASODUTO NO BRASIL elevar a pressão no fluxo de injeção do Na década de 60, no Recôncavo Baiano também óleo foram concluídas algumas obras importantes adequados a nebulização (atomização); como a primeira Planta de Gasolina Natural (PGN) • do Brasil com a Unidade de Absorção em Catu e a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica aos queimadores, a patamares Tanques de armazenagem principal para reserva estratégica e de serviço, caso este 9 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • último também exista, equipados com Os motores de combustão interna que operam em sistemas ciclo diesel têm como vantagens produzir pouco de aquecimento, controlado termostaticamente com indicadores de ruído, temperatura. utilizar combustíveis de baixa volatilidade (óleo Tubulações isoladas termicamente com cru, óleo de alcatrão e óleo diesel), menores sistemas de aquecimento do trecho entre o exigências tanque principal e/ou de serviço ao(s) funcionamento e menos trabalho de manutenção, queimador (es), possibilitando manter os devido níveis e, tubulações bombas, etc. São utilizados em usinas conseqüentemente, manter a faixa ideal de termoelétricas de grande potência e na propulsão viscosidade do combustível para que de navios de grande tonelagem. de temperatura constante grande ao durabilidade, de possibilidade fiscalização número durante reduzido de de o válvulas, ofereça baixa resistência ao fluxo. Para geração térmica por meio de motores de Nos geradores de vapor, a partir do tanque, combustão interna utilizando óleo diesel os enchido através da estação de recepção, o tanques de armazenamento e as tubulações não combustível é bombeado para tanques de serviço possuem sistema de aquecimento, uma vez que a por meio de bombas específicas ou pela inversão viscosidade do óleo diesel a temperatura e das bombas de admissão. A dimensão dos pressão ambiente são satisfatórias para imediata tanques de serviço é suficiente para uma carga utilização. total de 6 a 8 horas. Os parques equipados com de motores de O combustível dos tanques de serviço flui através combustão interna estacionários a gás e/ou dos filtros duplos de aspiração para as bombas alimentação de caldeiras para geração térmica a axiais dos queimadores, que comprimem o vapor para geração de grandes potências, devem combustível estar através de pré-aquecedores circunscritos às regiões onde haja tubulares, aquecidos a vapor, e eventualmente disponibilidade de combustíveis gasosos (gás de através de filtros duplos de pressão, com pressão coqueria, gás de alto forno, metano, gás natural, e viscosidade necessárias a atomização do fluido etc), que à temperatura ambiente, não se nos queimadores. liquefazem, mesmo a altas pressões. Os equipamentos utilizados na manipulação são: • Quando opera com gás natural, utiliza-se o ciclo Sistemas de regulagem da pressão e OTTO; com óleo pesado, o ciclo DIESEL. Existe medição (vasos de pressão, válvulas e ainda medidores) uma terceira versão bi-combustível operando em ciclo DIESEL, que pode queimar gás para redes de alimentação de alta e média pressão; • tanto gás natural como óleo pesado. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica do 10 Pressurizadores ou moto-compressor; Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Vasos de pressão para armazenamento de de trabalho. O aumento na quantidade de carbono gases liquefeitos (misturas e propano, no aço produz basicamente um aumento nos propileno, butano, butileno); limites de resistência e de elasticidade e na Instrumentos de controles de válvulas, que dureza atuam sobre válvulas moduladoras compensação, para Tubulações sem temperabilidade esse do aumento aço; prejudica em a ductilidade e a soldabilidade do material. regular a pressão do gás. • e sistemas de O aço-carbono é um material de baixa resistência aquecimento. a corrosão, sendo necessário o acréscimo de sobre-espessura no casco, para prevenir a II. CARACTERÍSTICAS corrosão em todas as partes em contato com os II.1. TANQUES E VASOS DE PRESSÃO PARA fluidos de processo ou com a atmosfera, ou ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEIS LIQUIDOS aplicação de uma pintura ou outro revestimento E GASOSOS protetor adequado. Os tanques e os vasos de pressão e seus componentes, para fins de armazenamento, Os podem possuem em sua composição uma quantidade de ser materiais, confeccionados sendo as com seguintes diversos classes as • (alloy-steel) são aços que outros elementos (molibdênio, cromo, níquel, principais: • “aços-ligas” fósforo e cobre) além da composição básica dos Materiais metálicos: Metais ferrosos - aços carbonos. Estes elementos acrescidos há Aços-carbono, aços-liga, aços inoxidáveis; estrutura cristalina dos aços, conferem altas Metais não-ferrosos - Alumínio e ligas, resistências à corrosão (cromo, fósforo, cobre), níquel e ligas, titânio e ligas. fluência (molibdênio) e fratura devido as baixas Materiais não-ferrosos: Materiais plásticos temperaturas (níquel). reforçados (termoestáveis) e cerâmicas. Os aços -liga são mais caros que os aços-carbono, O aço-carbono é o material mais empregado na em função da maior quantidade de elementos de construção de tanques e vasos de pressão para liga em sua composição, além dos processos de armazenamento de combustíveis fabricação (usinagem, montagem e soldagem) gasosos, ser um por material líquidos de e eles são mais difíceis e custoso. boa conformabilidade, boa soldabilidade, de fácil obtenção e encontrado sob todas as formas de Devido a alta resistência aos agentes oxidantes, apresentação, e o material de menor preço em tanques e vasos confeccionados em aços -liga relação a sua resistência mecânica. apresentam uma vida útil sensivelmente maior em relação aos aços-carbonos. As propriedades do aço carbono são influenciadas por sua composição química e pela temperatura ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 11 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação O código ASME seção VIII, divisões 1 e 2 uma melhora significativa na resistência (American Society of Mechanical Engineers) são corrosão, prorrogando sensivelmente a vida utíl. a as normas de referencia (materiais, projetos e processos de fabricação) para tanques e vasos de As normas técnicas pertinentes a especificação de pressão. tubos para condução, são: • Tubos de aço-carbono: ASTM A106 graus II.2. ÓLEODUTOS E GASODUTOS A, B e C; ASTM A53 graus A e B; ASTM Os dutos para transporte de combustíveis líquidos A120; ASTM A333 grau 6; API 5L; API 5LX e gasosos são confeccionados na sua grande grau 42, 46, 52,60,65, 70; ASTM A134; maioria, com tubos de seção circular de aços - ASTM A135 grau A e B; ASTM A671; carbono e, eventualmente para necessidades ASTM A672; ASTM A211. • especiais empregam-se outros materiais como aços-liga, fundidos e plásticos entre os principais. Tubos de Aços-liga e aços inoxidáveis: ASTM A335 graus P1,P5, P11, P22, 3 e 7; ASTM A691; ASTM A333; AISI 304, 304 Entre os dutos de aços-carbono se empregam três L, 316, 316L, 321, 347 e 405. tipos fundamentais: • • • Tubos sem costura ou estirados obtidos II.3. BOMBAS por punção e laminação de troncos Bombas são máquinas operatrizes hidraulicas, (procedimento Mannesman); que recebem energia de uma fonte motora e Tubos soldados longitudinalmente obtidos conferindo-a ao fluido no estado liquido, com a por calandreamento e soldagem das finalidade de transportá-lo de um ponto para outro, chapas por arco submerso; obedecendo às condições do processo. Tubos helicoidais obtidos por enrolamento e soldagem em arco submerso de chapas O modo pelo qual é feita a transmissão da procedente de bobinas. potência mecânica ao fluido, aumentando sua pressão e/ou velocidade. Classificam as bombas em: Com o objetivo de proteger os dutos contra • corrosão, se recorre freqüentemente a proteção catódica em geral por corrente impressa e Bombas de deslocamento positivo ou volumógenas; • ocasionalmente com anodos de sacrifício. Utiliza- Turbobombas ou rotodinâmicas. se de potenciais de proteção da ordem de 1,5 volts em relação ao solo. As A utilização dos revestimentos termoplásticos, caracterizam -se pela movimentação do órgão pinturas a base de resinas epóxi, poliéster e ligas propulsor da bomba, que obriga o fluido a mais de executar o mesmo movimento do qual está hidrocarbonetos, também têm contribuído para animado. Esta categoria de bombas podem ser adequadas a manipulação bombas de deslocamento positivo divididas em dois tipos: alternativas e rotativas. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 12 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação axial ou propulsoras, bombas de fluxo misto ou Nas bombas alternativas, o líquido recebe a ação diagonal. das forças diretamente de um pistão ou êmbolo (pistão alongado) ou de membrana. Classificam - A bomba centrífuga propriamente dita, tem um se em: rotor cuja forma obriga o fluido a deslocar-se • • Pistão ou êmbolo (duplo efeito e simples “radialmente”. Em outro extremo figuraria as efeito, acionadas pela ação do vapor bombas cujo rotor desloca o fluido “axialmente”, (steam pumps), motores de combustão denominada de bomba de fluxo axial. Entre interna ou eletricos (power pumps); ambos os tipos de rotores, há o que desloca o Diafragma (operação por fluido fluido com componentes axiais e radiais de ou velocidade chamada de fluxo misto ou diagonais. mecanicamente. Nas bombas rotativas, o líquido recebe ação de As bombas centrífugas ou radiais são dotadas de forças de um ou mais propulsores dotados do um rotor cuja forma obriga o fluido a deslocar-se movimento de rotação. Pode-se classifica-las em: paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pás • • (deslizantes, para a periferia, segundo trajetórias contidas em oscilantes e flexíveis), pistão rotativo, planos normais ao eixo do rotor. Em outro extremo elemento flexível e parafuso simples); figuraria as bombas de fluxo axial, cujo rotor em Rotores múltiplos (engrenagens (exteriores forma de hélice transmite a energia cinética à e interiores), rotores lobulares, pistões massa líquida por forças puramente de arrasto, oscilatórios caracterizando-se pela direção do fluxo na saída Rotor único e (palhetas parafusos (duplos e ser paralela ao eixo de rotação. múltiplos). As turbobombas ou rotodinâmicas são máquinas As bombas centrífugas de fluxo misto fornecem nas quais a movimentação do líquido é produzida energia ao fluido pelo efeito combinado das por forças que se desenvolvem na massa líquida, componentes das forças centrifugas e de arrasto, em conseqüência da rotação de um rotor produzindo no rotor um fluxo inclinado em relação (impelidor) com um certo número de pás ao seu eixo. especiais. Quanto A distinção entre os tipos de ao número de estágios, pode-se classifica-las em: bombas • rotodinâmicas é feita fundamentalmente em Simples estágio: o fornecimento da energia função da forma como o impelidor cede energia ao líquido é feito em um único estágio ao fluido bem como a orientação do fluxo ao sair (constituído por um rotor e um difusor); do impelidor. Classificam -se em: • bombas Múltiplos estágios: a transferência de energia ao líquido é feita por dois ou mais centrífugas puras ou radiais, bombas de fluxo rotores ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 13 fixados no mesmo eixo. A Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação passagem do liquido em cada rotor e difusor configura um estágio na operação Relaciona-se abaixo os serviços próprios da de bombeamento. indústria de petróleo e nas centrais de geração Dimensões excessivas, correspondente custo térmica a vapor e os tipos de bombas comumente elevado e baixo rendimento fazem com que empregados para cada caso. fabricantes não utilizem bombas de um estágio para alturas de elevação grandes. Esse limite Transporte e manipulação de petróleo crú: • pode variar de 50 a 100 metros, conforme a bomba, mas a fabricantes que constroem bombas Condução: centrífuga horizontal de múltiplos estágios e alternativas; • com um só estágio, para alturas bem maiores, Carga: cntrífuga de um e múltiplos usando rotores especiais de elevada rotação, estágios e de turbina (tipo Francis) e como é o caso das bombas Sundayne com rotativas. • rotações que vão de 3600 a 24700 rpm, usando engrenagens para conseguir elevadas rotações. (tipo Francis); • Há também outra categoria de Linhas de Impulsão: de turbina vertical bombas Lançamento: combinações de bombas de hélice de um estágio e de turbinas de rotodinâmicas centrífugas que usa um rotor com múltiplos estágios; palhetas tipo Francis. A características desse rotor • Injeção: alternativas. é que suas palhetas possuem curvaturas em dois planos. Essa particularidade aproxima o Refinarias: desempenho dessa bomba ao de uma bomba de • Bombas para refinarias: vários tipos de fluxo misto, para aplicadas nas linhas de impulsão centrífugas, no processo de transporte de combustíveis com rotativas e alternativas; viscosidade elevadas. • de turbina, submergíveis, Bombas de processo: centrífugas e de turbina (tipo Francis); A seleção do tipo de bomba mais adequado para • a manipulação de combustíveis líquidos a base de Bombas químicas: centrífugas de vários tipos; petróleo é função das seguintes características: • Bombas dosadoras: dosadoras e • A viscosidade do fluido (combustível); • Capacidade necessária (fluxo); • Pressão e altura manométrica necessários. Transporte de produtos refinados são utilizadas Este fator pode determinar o ponto de bombas centrifugas, rotativas e alternativas. funcionamento Os • em caso de contadoras. bombas fatores básicos que influenciam na centrífugas; durabilidade das bombas são as condições de Natureza do combustível. A presença de operação (pressões, temperaturas, velocidades e elementos potencialmente corrosivos no viscosidade do fluido manipulado) compatíveis fluido. com as características de projeto da bomba, as ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 14 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação manutenções e principalmente os materiais dos dificuldades em manter ajustes e folgas corretas quais elas são confeccionadas. e, pela sensível perda de resistência a tração. Os materiais são selecionados em função das Entre outros materiais metálicos de construção condições empregados na fabricação de bombas para fluência, de resistência fadiga, mecânica desgaste por (tração, atrito, etc), manipulação de combustíveis líquidos, tem-se: • composição química (corrosão), facilidade de fabricação e custos envolvidos. Ligas não-ferrosas: série de ligas para serviços duros baseados em níquel, cromo e molibdênio com menos de 20% de ferro A seleção dos materiais metálicos para confecção e das bombas é feita em função do pH do fluido a manganês, silício e tungstênio; • manipular. São basicamente: • pequenas quantidades de cobre, Ferro com alto conteúdo em silício: com (pH de 0 – 4) Aços inoxidáveis, aços de uma porcentagem mínima de 14,25% de alta liga, ligas intermediarias e baixa liga; silício; • (pH de 4 – 6) Totalmente de Bronze; • (pH de 6 – 9) Ferro fundido ou aço- mínimo de 22% de níquel, cobre e cromo carbono moldado (normais ou com peças no total; • • de bronze); • Fundição de ferro austenítico: comum Monel, Titânio entre outros. (pH de 9 – 14) Totalmente de ferro. Os materiais não metálicos oferecem vantagens Devido a patamares de escoamento mais no custo inicial, pois evita os gastos em ligas elevados, os aços moldados são aplicados para especialmente resistentes a corrosão e na bombas de alta pressão e, nas de maior tamanho, manutenção ao longo da vida útil. Os materiais as carcaças podem ser de aço forjado ou soldado, cerâmicos tais como a porcelana, arenito e vidro ou inclusive de aços inoxidáveis. são, em geral, de excelente resistência química (corrosão), porem difíceis de fabricar e carecem Para bombas submetidas a baixas e médias de resistência mecânica baixa a solicitações não pressões, estáticas. as carcaças e rotores são confeccionados em ferro fundindo, os eixos em aços de alta resistência à tração e, aço ou bronze A mesma fragilidade é inerente nos materiais para peças de reposição submetidas ao desgaste. polimerizados rígidos, mas os mesmos podem ser reforçados mecanicamente como poliester e as O bronze e os aços inoxidáveis não são muito resinas epóxi reforçadas com fibra de vidro e adequados outras resinas termoestáveis. para trabalhar a temperaturas elevadas. Em função do elevado coeficiente de dilatação desses materiais, causa grandes A aplicação dos materiais termoplásticos na confecção de bombas torna-se conveniente por ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 15 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação sua capacidade de melhorar as propriedades 743 grau CF8M; ASTM B 584, UNS-C tanto mecânicas como químicas e, podendo ser 87200. • facilmente moldado em qualquer formato. Alguns deles são considerados como material de Forjados: ASTM A105 ou A576; ASTM A182 grau F5; ASTM A182 grau F6; ASTM engenharia por direito próprio, sobre tudo o nylon, A182; ASTM A182 grau F316. • poliester, o policarbonato e o polipropileno. Barras: ASTM A576 grau 1015; ASTM A322 grau 4140; ASTM A276 tipo 410 ou A conveniência de aplicar um material à base de 416; ASTM A276; ASTM A276 tipo 316; polímeros na fabricação de bombas, depende de ASTM B139. • suas propriedades físicas, do custo inicial, e da Parafusos e estojos: ASTM A193 grau B7; redução dos custos de manutenção que se pode ASTM A193 grau B6; ASTM A193; ASTM conseguir em função de uma maior “durabilidade” A193 grau B8M; ASTM B124 liga 655. dos componentes além dos custos de substituição do equipamento. A menor resistência física destes II.4. COMPRESSORES materiais, de Compressores são utilizados para proporcionar a elasticidade impõem limitações no tamanho dos elevação da pressão de um gás ou escoamento componentes totalmente plásticos. gasoso. assim como seus módulos Nos processos de manipulação e transporte de combustíveis gasosos, elevação de A tecnologia dos materiais cerâmicos e polímeros pressão em relação a atmosfera, pode variar vem evoluindo de maneira rápida e consistente. desde um centésimo de bar até centenas de Com os incrementos tecnológicos, em médio bares. prazo, aprimorando suas propriedades físicas (dureza, ductilidade, etc) e mecânicas (fluência, A classificação dos compressores é basicamente tração, etc), esses materiais deixaram de ser idêntica as bombas. aplicados em casos isolados, para utilização em grande escala na fabricação de bombas, De acordo com a natureza do movimento principal contribuindo para um sensível aumento na vida apresentado por esse tipo de máquina, os útil do equipamento. compressores podem ser classificados de uma maneira geral, em alternativos e rotativos. A especificação ASTM (American Society for Testing and Materials) de materiais para peças de Os compressores alternativos podem ser tanto de bombas de acordo com o Hidraulic Institute, para êmbolo (pistão) como de membrana. Quando de manipulação e transporte de derivados de membrana, esta pode ser movimentada direta ou petróleo: indiretamente por meio de óleo, que é comprimido • por um pistão secundário. Fundidos: ASTM A48; ASTM A216 grau WCA ou WCB; ASTM A217 grau C5; ASTM 743 grau CA15 ou CA6NM; ASTM ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 16 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação O acionamento desse tipo de compressor tipo de compressor é rotativo, mas eventualmente, em Os compressores centrífugos são utilizados no pequenas o processo em menor escala. Podem ser acionados (motores por motores de combustão, motores elétricos ou unidades, acionamento é adotado alternativo direto também eletromagnéticos). turbinas a gás. Atuam com elevadas vazões mas com menor relação de compressão. Os compressores rotativos, por sua vez, podem ser: • A durabilidade dos compressores está relacionada De engrenagens de fluxo com as condições de operação (pressões, tangencial (Roots); temperaturas) compatíveis com as especificações De engrenagens helicoidais ou de fluxo de projeto do equipamento; seleção dos materiais axial; empregados • De palhetas; solicitações mecânicas (tração, fluência, fadiga, • De pêndulo; atrito, etc.), químicas (corrosão) bem como o • De anel líquido; cumprimento de bons programas de manutenção. • De pistão rotativo; • Centrífugos ou radiais; • Axiais. • na fabricação adequada às O ferro cinzento é o material adotado para cilindros que irão operar com pressões moderadas (= 70000kPa), de boa resistência a corrosão e excelente usinabilidade. Para a faixa acima dessa Os processos de transporte de combustíveis no pressão (= 10000kPa) vem sendo muito utilizado estado gasoso via dutos, demanda altas vazões e o ferro fundido nodular, mais resistente e mais elevados níveis de pressão e consequentemente dúctil o efeito indesejado da elevação da temperatura que o cinzento, porém de difícil usinabilidade. Para altas pressões, os cilindros devido ao processo de compressão. são fundidos em aços-liga (=17000kPa) ou Em função dessas características forjados no mesmo material. os compressores alternativos à pistão, alimentados As carcaças e rotores são confeccionados em por motores de combustão são amplamente ferro fundindo ou aços-liga fundido ou forjado. Os empregados nas estações de compressão. Eles eixos e rotores ou palhetas, em aços de média e operam em baixas velocidades e produzem alta liga Cr-Mo, devido a elevada resistência a elevadas pressões. Suas desvantagens são: • fluência apresentada por essas ligas. Requerem grande espaço devido a sua robustez; • II.5. VÁLVULAS Contém inúmeras válvulas e outras partes internas móveis que As requerem são dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo em manutenção periódica, o que acarreta um uma tubulações. Elas representam em torno de elevado custo operacional. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica válvulas 17 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • 8% do custo total de uma instalação de processamento. São classificadas em: Motorizada (pneumática, hidráulica e elétrica); • Automática (por diferença de pressões Válvulas de Bloqueio (destinam-se a estabelecer geradas pelo escoamento ou por meio de ou interromper o fluxo): molas ou contrapesos). • Válvulas de gaveta (gate valves); • Válvulas de macho (plug, cock valves); A seleção dos materiais para fabricação de • Válvulas de esfera (ball valves); válvulas depende da temperatura e da presença • Válvulas de comporta (slide, blast valves). de impurezas do fluido, principalmente de produtos sulfurosos e clorados. Válvulas de Regulagem (throttling valves) – Para temperaturas até 280oC, a carcaça em aço Destinadas especificamente ao controle do fluxo: • Válvula de globo (globe valves); carbono, mecanismo interno de aço inoxidável tipo • Válvulas de agulha (needle valves); 410. • Válvulas de controle (control valves); • Válvulas de borboleta (butterfly valves); Para temperatura até 350oC, a carcaça de aço liga • Válvulas de diafragma (diaphragm valves). 5 Cr - ½Mo, mecanismo interno de aço inoxidável tipo 410; para alto teor de enxofre o mecanismo interno deve ser de aço inoxidável tipos 430 ou Válvulas que permitem o fluxo em um só sentido: 304. • Válvulas de retenção (check valves); • Válvulas de retenção e fechamento (stopOs hidrocarbonetos com presença de cloretos, em check valves); • temperaturas abaixo do ponto de orvalho, são Válvulas de pé (foot valves). altamente corrosivos devido à possibilidade de formação de HCl (acido clorídrico) diluído. Válvulas que controlam a pressão de montante: • Recomenda-se nestes casos que seja adotado Válvulas de segurança e de alívio (relief para o aço carbono maior sobre-espessura para valves); • corrosão (3 a 4mm). As válvulas devem ter o Válvulas de contrapressão (back-pressure mecanismo interno de metal Monel. valves). As principais normas brasileiras e americanas Válvulas que controlam a pressão de jusante: • Válvulas redutoras e reguladoras sobre válvulas industriais são: de pressão. Os sistemas usados para operação das válvulas Manual (por meio de volante, alavanca, • ANSI.B.16.10 / 16.5 / 16.11 / 2.1 classes Normas API (American Petroleum Institute) engrenagens, parafusos sem-fim, etc.); ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica EB-141 ABNT classes 150# a 1500#; 150# a 2500#. são os seguintes: • • 18 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • API-6D / API-526 classes 150# a 2500# / # # Verificação de vazamentos nas Estações API-594 classes 150 a 2500 / API-598 / Redutoras API-599 classes 150# a 2500# / API-600 Estações Redutoras de Pressão e Medição # # classes 150 a 2500 / API-602 / API-604 # # de Pressão (ERPs) e (ERPMs) e nas válvulas de bloqueio; # classes 150 e 300 / API-609 classes 125 # e 150 . • Verificação do estado dos filtros; • Verificação do funcionamento dos reguladores de pressão; • ISA-RP 4.1 (Instrument Society of America) – Padroniza dimensões de válvulas de controle. Inspeção e verificação do estado geral de conservação das ERPs e ERPMs; • III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Verificação da pintura e da conservação das válvulas reguladoras de bloqueio automático e de alívio; III.1. TANQUES DE ARMAZENAMENTO E VASOS DE • PRESSÃO do sistema; As manutenções preventivas aplicadas neste item • são respectivamente: • Limpeza dos internos • • a cada 3 anos; • (pinturas, isolamentos térmicos, etc) em • do casco num ciclo de 10 a 15 anos; • de conservação das válvulas e purgadores anos. Lubrificação Patrulhamento da rede de distribuição de gás natural. dos mecanismos móveis anualmente; • Verificação de vazamentos no sistema de odorização; Inspeção da pintura externa e do estado 3 Verificação do funcionamento do sistema de odorização; um intervalo médio de 5 anos. Repintura cada Verificação do estado de conservação da sinalização do gasoduto; Verificação dos revestimentos externos a Acompanhamento do sistema de proteção catódica; borrachas, ebonite, grafite, cerâmicas, etc.) • Passagem periódica de pigs espuma para limpeza das tubulações; revestimentos anticorrosivos não metálicos (plásticos, • Verificação da pintura e conservação geral No aspecto de manutenção preditiva, os rápidos Limpeza das serpentinas ou resistências avanços da informática deram um grande impulso elétricas do sistema de aquecimento dos nos sistemas de controle e de aquisição de dados tanques a cada 3 anos. nos oleodutos e gasodutos construídos mais (Supervisory III.2. ÓLEODUTOS E GASODUTOS and Data Aquisition), permitindo um acompanhamento e supervisão das As manutenções usuais em redes de distribuição operações em tempo real. Nos projetos dos dutos são preventiva e a corretiva. Da manutenção mais modernos foram utilizados, ainda com o uso preventiva constam as seguintes atividades: da informática, outros equipamentos e sistemas avançados, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica Control 19 permitindo levantamentos e Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA mapeamentos com a ajuda de satélites, como o GPS (Global Positioning System) e o GIS (Geographic Information System). IV.1. TANQUES E VASOS DE PRESSÃO Os processos de fabricação dos tanques e vasos III.3. BOMBAS E COMPRESSORES são em via de regra, extremamente rigorosos Para bombas/compressores de uma maneira sendo que as manutenções corretivas estão mais geral, aplicam-se os seguintes procedimentos: associadas aos acessórios do equipamento em si. Inspeções diárias: Com relação à essas manutenções pode-se • Pressões de sucção e descarga; destacar o descolamento dos revestimentos • Indicadores de vazão; internos anticorrosivos, externos (anticorrosivos e • Vazamento de caixa de gaxetas; isolamentos térmicos), válvulas controladoras de • Temperatura dos mancais; pressão, purgadores, fratura/fissura ou corrosão • Sistemas de selagem. na serpentina do sistema de aquecimento, pequenas fissuras nas soldas do costado e corrosão interna avançada em áreas localizadas Inspeções mensais: • Níveis de vibração, do costado devido a fissuras no revestimento alinhamento, interno. As ações corretivas são respectivamente: temperaturas dos mancais, sistemas de • refrigeração e lubrificação. Remoção e aplicação de novo revestimento na área danificada, externa ou internamente; Inspeções semi-anuais: • • Funcionamento da caixa de selagem e da substituição da válvula; sobreposta; • • Manter o nivel de óleo nos mancais dos Esgotamento e troca da seguimento tubular danificado; rolamentos. • Troca das juntas e/ou anéis de vedação ou • Limpeza das válvulas, filtros e purgadores. Esgotamento, tratamento da(s) fissura(s) e posterior soldagem; • Inspeção anual: • Esgotamento, remoção e substituição da Revisão completa da bomba / compressor, chapa do costado comprometida (reforma acionador, parcial). sistemas auxiliares, acoplamento e instrumentos indicadores. IV.2. ÓLEODUTOS E GASODUTOS No caso de manutenção preditiva, estão sendo As falhas mais aplicados sistemas informatizados de controle e equipamentos são os vazamentos devido ao aquisição de dados nas principais variáveis; desgaste vibração, temperatura, pressão. vedação na junções tubulação/válvula, corrosão químico comuns (corrosão) ocorridas dos nestes anéis de interna e externa das paredes em trechos da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 20 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação tubulação, juntas de vedação das válvulas e perda parcial ou total da função devido a fadiga fissuras nas soldas dos tubos. Os procedimentos dos retentores, anéis de vedação e/ou ação de para este tipo de manutenção nesses casos são agentes químicos corrosivos. As manutenções respectivamente: corretivas aplicáveis são respectivamente: • Trocas dos anéis de vedação; • Substituição do trecho • da vedação; tubulação • danificado pela corrosão; • Trocas das juntas de vedação Tratamento da fissura e Substituição parcial ou total dos componentes mecânicos do comando, em ou casos extremos a troca do equipamento. substituição da válvula danificada; • Reposição dos retentores e anéis de posterior V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA soldagem. A vida útil econômica referente aos equipamentos IV.3. BOMBAS supracitados, em função da literatura e dos dados Os tipos de falhas mais comuns neste tipo de coletados frente aos fabricantes e empresas equipamento são vazamentos nas juntas e usuárias, relacionando os fatores durabilidade e retentores; erosão nos rotores devido à cavitação obsolescência dos equipamentos, suger-se: e/ou agentes químicos (corrosão); vibrações provocadas por deformações longitudinais no eixo Vida Útil (flechas) devido à componentes radiais; falência (anos) dos rolamentos dos mancais devido à componentes axiais; lubrificação deficiente dos Dutos 40 componentes. Tanques e Vasos de Pressão 40 Bombas 20 Compressores 20 Válvulas 20 As ações corretivas são respectivamente: • Troca das juntas de vedação, dos retentores da gaxeta; • Reforma ou troca dos rotores; • Balanceamento do eixo por processo REFERÊNCIAS térmico a [1] Karassik, I.; Krutzswch, W. C.; Fraser, W. H.; substituição. Recomenda-se nestes casos Messina, J. P. Pump Handbook. McGraw-Hill a troca dos retentores da gaxeta e os Book Company, second edition year 1986. ou em casos extremos rolamentos dos mancais; • Substituição dos rolamentos dos mancais; [2] Berger, B. D.; Anderson, K. E. Petróleo • Troca da bomba de óleo. Moderno. PennWell Publishing Company, tercera edición, ano 1992. IV.4. VÁLVULAS As válvulas estão sujeitas a vazamentos e deterioração dos componentes mecânicos, com ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 21 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação [3] Gibbs, Charles W., Compressed Air and Gas Data. Ingersoll-Rand Company, second edition year 1969. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 22 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Nuclear RESUMO detalhados e executados por pessoas qualificadas Os Elementos Combustíveis são formados pela para manuseio de combustível. O armazenamento combinação de 236 varetas de combustíveis e 20 dos Elementos Combustíveis queimados é feito tubos guias para as varetas das barras de dentro de uma piscina com água borada. Esta controle, dispostos todos em uma matriz 16x16. piscina está dentro do edifício de classe de Cada Elemento Combustível pode conter um segurança nuclear, com todos os sistemas conjunto de controle, um conjunto absorvedor, necessários para mantê-los em condição segura, uma fonte de nêutrons ou um restritor de fluxo, de blindados e refrigerados. Em termos de vida útil, acordo com sua posição no núcleo. A estrutura do os Sistemas de Manuseio de Combustível Nuclear Elemento Combustível (esqueleto), além de diferem dos Sistemas de Armazenamento. Os manter as varetas de combustível em suas Sistemas de Manuseio têm vida útil 20 anos, respectivas correto enquanto que os Sistemas de Armazenamento alinhamento das Barras de Controle, possibilita apresentam vida útil 30 anos. Desta forma, um manejo seguro do Elemento Combustível considerar-se-á para dentro e fora da usina. A vareta de combustível Manipulação Transporte consiste de um tubo de zircaloy, no qual são Nuclear a vida útil de 20 anos. posições e garantir o e o Armazenamento, de Combustível Elementos combustíveis introduzidas pastilhas sinterizadas de UO 2. A coluna de pastilhas de combustível é prensada I. FUNÇÕES DO SISTEMA por mola, que permite movimentos em função do Por aquecimento e evita dano às pastilhas durante o entende-se a transferência destes desde o porto transporte do Elemento Combustível. Todo o de chegada no Brasil ou da Fábrica até a entrada conjunto é de aço inoxidável, sendo que as da Usina. transporte de varetas de combustível são de uma liga especial, zircaloy. O Elemento Combustível é transportado As funções do Sistema de Armazenagem de dentro de contêiners especiais. Um planejamento Elementos Combustíveis Novos são: detalhado é feito para o transporte destes • Garantir que os Elementos Combustíveis elementos desde a fabrica, ou da retirada dos sejam armazenados com segurança, e em aviões quando importados, até a entrega na porta condições que mantenham sua estrutura da usina. Sua armazenagem enquanto novo é íntegra e permitam ser inspecionados; feito em piscinas secas com toda a segurança, em edifícios com classe de segurança nuclear. Uma vez dentro da usina, todo manuseio de Elementos Combustíveis é feito seguindo procedimentos • Garantir a remoção do calor residual dos Elementos Combustíveis Usados; • Garantir a remoção do calor residual dos Usado Elementos Combustíveis Usados a longo Combustíveis Usados; • termo, mesmo após um evento externo; • para os Contêiners de Outros manuseios para inspeções, trocas Garantir que os Elementos Combustíveis de Barras de Controle, Plugs, Veneno sejam armazenados de uma maneira Queimável, Testes no Sipping Can, etc. segura e mantenham sua estrutura íntegra; • II. DESCRIÇÃO DO SISTEMA Garantir blindagem para os Elementos Combustíveis Usados. II.1. SISTEMA DE TRANSPORTE DE ELEMENTOS Manuseio de Elementos Combustíveis é toda COMBUSTÍVEIS operação que é feita com os mesmos dentro da O transporte dos Elementos Combustíveis Novos planta. é feito através de contêiners especiais, secos, podendo ser através de avião, navio ou caminhão São vários os Sistemas de Manuseio convencional. de Elementos Combustíveis, os quais tem como função principal garantir a transferência dos Os contêiners são equipamentos especiais que mesmos dentro da planta de uma maneira segura. podem transportar dois ou quatro Elementos Combustíveis. São providos com sistemas de As principais Elementos operações Combustíveis de estão manuseio amortecimento através de molas e dispositivos de de proteção e medição de choques. relacionadas abaixo: • • • • Recebimento dos Elementos Combustíveis O transporte de Elementos Combustíveis Usados - Retirada dos caminhões, inspeção e é feito através de contêiners especiais com posterior armazenagem em piscina seca; sistemas de blindagem e de resfriamento. Da Transferência mesma maneira, o transporte pode ser através de dos Elementos Combustíveis da Piscina da Piscina de avião, Combustível Novo para a Piscina de Normalmente estes contêiners transportam dois Combustível usado; Elementos Combustíveis. A finalidade deste ou caminhão convencional. Elementos transporte é transferir os Elementos Combustíveis Combustíveis da Piscina de Combustível Usados para locais definitivos de armazenamento Usado para o Núcleo do Reator; ou para fábricas de reprocessamento. Como no Transferência Transferência dos dos Brasil ainda não foram definidos e construídos Elementos estes depósitos definitivos, estes Elementos Combustíveis do Núcleo do Reator para a Combustíveis Usados estão sendo armazenados Piscina de Combustível Usado; • navio Transferência dos dentro das próprias usinas. Elementos Combustíveis da Piscina de Combustível ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 24 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.2. SISTEMA DE ARM AZENAMENTO DE Envoltório de contenção. Desta maneira, há um ELEMENTOS COMBUSTÍVEIS NOVOS sistema especial para transferir os Elementos O Sistema de Armazenagem de Combustíveis Combustíveis para o Vaso do Reator que fica novos é composto de um conjunto de racks que dentro do Envoltório de Contenção. Toda a podem ser abertos ou fechados lateralmente, operação é feita debaixo d’água. O projeto para onde os Elementos ficam armazenados na Angra 2 prevê armazenagem de um núcleo inteiro posição vertical, tendo como apoio o bocal inferior. e mais 9 recargas de 1/3 e a piscina fica As condições de armazenamento tem que ser localizada ótimas, para evitar qualquer tipo de empeno nos Contenção do lado da Cavidade do Reator o que Elementos torna as manobras mais rápidas. Combustíveis. O armazenamento dentro do próprio Envoltório de poderá ser numa piscina ou outro compartimento, seco, local onde o acesso dos técnicos é Estas piscinas são todas revestidas com aço fundamental para a realização de inspeções. O inoxidável e seu projeto é feito de maneira a evitar nível de radiação num Elemento Combustível uma drenagem, mesmo que seja acidental. novo é praticamente desprezível. Desta maneira, é permitido que os técnicos façam inspeções Ambas visuais, esfregaços etc. resfriamento com bombas e válvulas alimentadas as piscinas possuem sistemas de pelos sistemas de segurança da planta. As fontes Na Usina Nuclear de Angra 1, a piscina para frias dos trocadores de calor, da mesma maneira, armazenamento dos Elementos Combustíveis são Novos fica no Edifício de combustível, logo ao resfriamento a longo termo. Na eventualidade de lado da piscina de Combustíveis Usados. Na um Usina Nuclear de Angra 2, a armazenagem dos sequenciadores Elementos Combustíveis Novos é feita dentro do automaticamente estas cargas. sistemas acidente de segurança externo com de carga garantindo o blackout, irão os partir Envoltório de Contenção num compartimento especial para esta finalidade. Os sistemas de refrigeração são redundantes, com 100% de capacidade cada um. Ambas as II.3. SISTEMA DE ARM AZENAM ENTO DE piscinas são equipadas com sistemas de limpeza ELEMENTOS COMBUSTÍVEIS USADOS e purificação que garante a visibilidade da água Cada fabricante tem um projeto diferente para os sistemas de Combustíveis armazenagem Usados. de para Elementos Descrever-se-á permitir manobras e trabalhos com ferramentas. os sistemas existentes em Angra 1 e Angra 2. II.4. SISTEMAS DE MANUSEIO DE COMBUSTÍVEL São vários os sistemas de manuseio de Combustíveis. A seguir são A Piscina de Combustíveis Usados para Angra 1 Elementos armazena um núcleo inteiro mais 25 recargas de apresentados estes sistemas. 1/3 de núcleo. Ela fica num edifício específico de nome Edifício do Combustível externo ao ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 25 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Ponte Manipuladora de Elementos Combustíveis (Manipulator Craning) – No caso específico da Usina Nuclear de Angra 1 é utilizada para III.1. SISTEMA DE ARMAZENAMENTO transferir os Elementos Combustíveis do Núcleo As piscinas de armazenamento dos Elementos do Reator para o Dispositivo de Transferência Combustíveis Usados bem como toda a cavidade para a Piscina de Combustível Usado e para o do Reator e canais de transferência são todos Dispositivo de Troca de Barras de Controle que revestidos com uma camada de aço inoxidável. fica dentro do Edifício de Contenção. Sistemas de detecção de vazamentos através destas camadas de aço são providos. Para a Usina Nuclear de Angra 2, a Ponte Manipuladora Combustíveis Todas as estruturas dos racks tanto da Piscina de transfere diretamente os Elementos Combustíveis Combustível Usado como para os Elementos do Combustíveis novos são em aço inoxidável. Núcleo de do Elementos Reator para a Piscina de Combustível Usado, da mesma maneira que ela é utilizada para qualquer manobra que é feita sobre III.2. SISTEMA DE MANUSEIO DE ELEMENTOS a Piscina de Combustível Usado. COMBUSTÍVEIS As pontes manipuladoras de Elementos de Combustíveis sobre o Núcleo do Reator são Transferência de Elementos Combustíveis onde pontes rolantes especiais, com um sistema de um trole transporta os elementos do Envoltório de identificação que permite localizar com precisão Contenção para o Edifício de Combustível. No os Elementos Combustíveis dentro do Núcleo do Edifício de Combustível sobre a Piscina de Reator quanto nas Piscinas de Combustível Combustível Usados. Em Angra específica 1 há Usado para ainda há o Dispositivo uma manuseio ponte com rolante Elementos Combustíveis. Ela é usada para transferir os Estas pontes possuem um completo sistema de Elementos controle e intertravamentos que garantem uma Combustíveis do Dispositivo de operação segura. Transferência para a Piscina de Combustível Usado, para o contêiner de combustível usado ou para o Sipping Can. Em Angra 1, manobras de No próprio mastro da ponte manipuladora, onde o recebimento e armazenamento de Elementos Elemento Combustíveis Novos é feita com a ponte rolante transportado já existe um sistema de inspeção de do Edifício de Combustível. Elementos Combustíveis falhados, Sipping Can. Em Angra 2, manobras de recebimento de Especificamente para a Usina de Angra 1, há um Elementos Combustíveis novos é feito utilizando a sistema que faz a transferência dos Elementos ponte rolante polar do Edifício da Contenção e Combustíveis do Edifício de Combustível para o pontes auxiliares. Edifício do Reator. Este sistema recebe o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 26 Combustível é inserido para ser Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Elemento Combustível na vertical dentro do nas operações utilizando Edifício de Combustível, leva-o para a posição Elementos Combustíveis. “mockup’s” de horizontal e o transporta através de um tubo que faz a ligação para o Envoltório de Contenção, Por tratar-se de uma operação infreqüente, um dentro da Cavidade de Recarga, onde o elemento módulo específico de treinamento é realizado é novamente colocado na vertical para que a envolvendo todos os técnicos da planta que ponte manipuladora possa apanhá-lo e transferir estarão para dentro do Núcleo do Reator. Elementos Combustíveis. Físicos e operadores envolvidos com o manuseio dos licenciados coordenam todas as atividades. III.3. FERRAMENTAS ESPECIAIS Há uma grande quantidade de ferramentas As Especificações Técnicas da Usina têm um especiais com capítulo especial para Recargas. Onde estão Elementos Combustíveis tais como: ferramenta definidos todos os testes que devem ser para realizados antes de iniciar as atividades de utilizadas transferência ferramenta para ferramentas para para de manuseio Barras de transferência manuseio com Controle, de plugs, recarga. Elementos Combustíveis Novos, etc. VI. MANUTENÇÃO PREDITIVA Procedimentos específicos definem todos os IV. INSTRUMENTAÇÃO testes que são realizados nos equipamentos e As piscinas são equipadas com medições de nível ferramentas e temperatura. A maior instrumentação está nos combustível. utilizadas para manuseio de sistemas de manuseio, principalmente nas pontes manipuladoras de Elementos Combustíveis, onde Antes do início da operação de cada recarga há uma grande instrumentação relacionadas com estes testes são realizados após o qual um os sistemas de medidas, sipping can, peso, freios, treinamento torques etc. e os intertravamentos relacionados operações é realizado. completo envolvendo todas as com os diversos modos de operação. Programas de análises químicas garantem a V. OPERAÇÃO qualidade da água que ficam armazenadas nas Todos estes sistemas são normalmente usados piscinas de Elementos Combustíveis Usados, durante as paradas para recarga de Elementos diminuindo os riscos de corrosão. Combustíveis na planta. VII. MANUTENÇÃO CORRETIVA Seguindo os procedimentos da usina, antes de Em cada Elementos utilizados no manuseio de combustíveis serem Combustíveis, todo o sistema e ferramentas usados somente durante as recargas, períodos especiais são testados e os operadores treinados maiores do que um ano, e por trabalharem operação de recarga dos ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 27 função da maioria dos equipamentos Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação debaixo d’água problemas. é Por muito serem comum REFERÊNCIAS encontrar equipamentos que [1] CFOL - Curso de Formação de Operador trabalham dentro d’água normalmente utilizam Licenciado da Central Nuclear de Angra dos Reis muito mais de recursos mecânicos, como, – Eletronuclear SA engrenagens, correntes, cabos de aço, alavancas e outros, que fazem com que a taxa de manutenções corretivas seja maior do que nos equipamentos elétrico/eletrônicos. As manutenções corretivas mais comuns são: trocas de cabos de aço, engrenagens, chaves limites, alavancas, engrenagens etc. Estas manutenções são delicadas principalmente se a cavidade de recarga já estiver cheia com água e segundo pelo nível de dose que envolve o trabalho o que requer planejamentos muito bem feitos. VIII. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A vida útil dos Sistemas de Manuseio de Combustível Nuclear é de 20 anos, considerando o nível de manutenções e a experiência nuclear. Quanto aos sistemas de armazenamento a vida útil é de 30 anos para os sistemas de resfriamento e limpeza das piscinas e vida permanente para as piscinas por tratarem de equipamentos estáticos, com espessa base de concreto com revestimentos de aço inoxidável. Desta forma, considerar-se-á para o Armazenamento, Manipulação e Transporte de Combustível Nuclear a vida útil de 20 anos. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 28 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Armazenagem, Manipulação, Transporte de Combustível Sólido RESUMO carregadores A matriz de processamento dos combustíveis contínuos de inúmeros tipos. A vida útil econômica sólidos proposta para esse trabalho é de 25 anos. abrange uma complexa cadeia de mecânicos, transportadores equipamentos envolvidos direta e indiretamente no processo. Os combustíveis sólidos, aplicados I. INTRODUÇÃO na produção de potência por meio de turbinas a Os processos de armazenamento, manipulação e vapor, são, na sua grande maioria, de origem transporte de combustíveis sólidos são analisados fóssil considerando (carvões, xisto betuminoso, calcário suas propriedades físicas e betuminoso, antracito, turfa), e, em menor escala, composição química, além das especificações combustíveis naturais renováveis (lenha, carvão técnicas relacionadas à manutenção da qualidade vegetal, bagaço de cana, resíduos vegetais, desejada e os custos envolvidos em cada etapa serragem, palhas e outros). O suprimento de do processo. insumos energéticos abrange uma logística de transporte e armazenamento, garantida por um Os combustíveis sólidos compreendem os sistema viário que envolve modalidades de combustíveis naturais fósseis: hulha, linhite, xisto transporte ferroviário, hidroviário e rodoviário, betuminoso, calcário betuminoso, antracito, turfa; interligando unidades produtoras às centrais de combustíveis naturais renováveis ou biomassa: geração termelétricas a vapor. O processo de madeira, bagaço de cana, resíduos vegetais como armazenamento funciona como um dispositivo serragem, restos de casca, cascas de sementes, regular entre a taxas flutuantes de produção e as caroços de frutas, entre outros. variações dos índices de demanda. No processo de armazenamento dos combustíveis sólidos para O processo de armazenagem funciona como um fins de geração de energia devido à grande dispositivo regular entre a taxas flutuantes de quantidade, é feito a céu aberto em áreas produção e as variações dos índices de demanda. denominadas pátio de estocagem ou parque de intempéries. Sob certas condições, a flexibilidade O processo de estocagem dos combustíveis de uma sólidos para fins de geração de energia, em porcentagem estocada de carvão moído em particular dos carvões (turfa, lignito, betuminosos função da demanda. Utilizam-se silos para a e antracito), devido à grande quantidade, é feito a estocagem equipamentos céu aberto em áreas denominadas pátio de combustíveis estocagem ou parque de intempéries, segundo os uma utilizados central do na térmica material. manipulação depende Os dos de sólidos em centrais de geração térmica a vapor compreendem tratores, caminhões, moinhos, seguintes procedimentos: • • O pátio de estocagem deverá ser seco e A estrutura de abastecimento de combustíveis com boa drenagem natural; sólidos das centrais termelétricas é suprida pelas Não deve haver drenagem artificial, com seguintes modalidades de transporte: cinzas, vegetação ou resíduos que podem • Rodoviário; facilitar a formação de correntes de ar. A • Ferroviário; melhor solução é um piso de cimento ou • Hidroviário e marítimo. argiloso; • • Deve haver espaço suficiente para Os equipamentos utilizados na manipulação dos movimentação do carvão no caso de combustíveis sólidos em centrais de geração aquecimento; térmica a vapor compreendem: Não deverá ser estocado próximo a fontes • Tratores, caminhões; de calor (tubulações de vapor, caldeiras, • Moinhos; paredes quentes ou chaminés) devido à • Carregadores mecânicos; possibilidade de ignição pelo aumento da • Transportadores contínuos. temperatura. As principais normas técnicas brasileiras adotadas As pilhas deverão ser compostas de forma a permitir uma boa conseqüentemente, circulação a do eliminação do ar (ABNT) são: • e, anidro ABNT / NBR 8011 / 8205 / 10392 / 7265 / 8163 / 6171 / 6110 / 6678 / 6172 / 10084: carbônico. Deve-se monitorar a temperatura das Referente aos transportadores contínuos; o • pilhas, não podendo ultrapassar os 65 C. ABNT / NBR 11376: Referente aos moinhos; A maior parte das instalações existentes operam • conforme o princípio denominado queima direta, ABNT / NBR 11297 / 8800: Referente a estruturas metálicas. em que o carvão pulverizado alimenta diretamente • o queimador. ABNT / NBR 7191 / 11162: Referente a concreto armado. • Sob certas condições, a flexibilidade de uma ABNT / NBR 9734 / 9734: Referente ao transporte de cargas perigosas. central térmica depende de uma porcentagem estocada de carvão moído em função da II. CARACTERÍSTICAS demanda. Deve-se estocar o material em silos. II.1. MOINHOS A estocagem da biomassa é feita em pátio de São equipamentos que reduzem os combustíveis intempéries sem maiores cuidados, em função do sólidos (carvão e biomassa) à condição de pó, elevado ponto de chama. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica mediante três sistemas: 30 • Impacto; • Atrito; Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • dois cilindros cônicos. Estes estão apoiados em Trituração. eixos inclinados fixados nos pêndulos de No sistema de impacto, elementos apropriados moagem. Estes podem girar ao redor de pontos quebram o combustível em pequenas peças; no de rotação inferiores e retesados pelas molas, de de atrito, as peças de carvão atritam umas contra maneira que os cilindros são comprimidos contra as outras ou contra peças de metal até o percurso de moagem e protegidos contra desintegrar; na trituração, o fragmento é colhido contatos durante a marcha em vazio pelo bloqueio entre superfícies de rolamento e levado à que é ajustável. São projetados para moer condição de pó. produtos betuminosos com 25% de umidade e lignitos até com 50% de umidade com a mesma eficiência. Esses equipamentos são extremamente robustos. No geral, a estrutura desses equipamentos é composta por um invólucro em chapa de aço e No Brasil, os principais fabricantes de moinhos elementos mecânicos (eixo, discos, cilindros, são: engrenagens, mancais e rolamentos) variados de • CBC Industrias Pesadas S.A.; acordo com o tipo de moinho. • ELECTRO AÇO ALTONA S.A. Os moinhos mais usados são os de esferas e II.2. CARREGADORES MECÂNICOS calhas com reservatórios. São equipamentos destinados ao carregamento da fornalha. O equipamento consta de uma Nos primeiros dois tipos mencionados, pesadas correia sem fim assentada sobre dois conjuntos esferas de aço são colocadas junto com carvão de rodas dentadas de transmissão. O movimento em um tambor rotativo horizontal, moendo o efetua-se mediante o acionamento de um motor combustível até reduzí-lo a pó. O carvão cru, elétrico e caixa redutora. procedente do alimentador localizado na parte superior do equipamento, penetra no tambor Os carregadores através das extremidades dos eixos. O ar quente classificados em: mecânicos podem ser entra por cada extremidade do tambor através de um conduto axial, retirando o carvão pulverizado II.2.1. Carregadores Móveis de Cadeia Sem Fim por uma passagem anular também axial. Na Horizontal maioria dos modelos, a mistura ar-carvão flui As grelhas são construídas em ferro fundido e através de dispositivos de classificação que conectadas através de barras ou pinos formando rejeitam as peças fora das dimensões padrão, uma corrente sem fim, sendo sua superfície tão reconduzindo-as novamente para o tambor. larga quanto o necessário. Os moinhos de rolos pressurizados têm apenas Quando as grelhas passam pelas rodas dentadas, um disco de moagem plano, sobre o qual rolam há uma ação de cissão entre elas, o que ajuda o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 31 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação desprendimento das escórias que, eventualmente, inclinadas a 15° para os lados do forno e poderiam ficar aderidas. separadas no centro para a passagem do carvão que o parafuso sem fim projeta para a parte II.2.2. Carregador por Projeção Estes carregadores superior, sendo, posteriormente, distribuído para usam o princípio de os lados. As cinzas caem para o cinzeiro. carregamento por cima das grelhas, sendo bastante empregados em sistemas de grelhas Carregador fixas e tiragem forçada. É formando por um funil grelhas: de carga, situado acima do aparelho alimentador São empregados em instalações de grande porte de carvão, constituído por uma caixa, cuja parede até 100 t/h, porque, a partir desse valor, é mais dianteira pode-se rebater, sendo mantida em conveniente o emprego de carvão pulverizado. mecânico múltiplo por baixo das posição através de uma mola cujo objetivo é maior São de grelhas escalonadas por secções e de granulometria que lança a roda do alimentador. calhas múltiplas, independentes, dispostas umas Na parte inferior desta caixa, encontra-se o ao lado das outras, de forma que o sistema de projetor ou distribuidor com uma roda com lâminas grelhas possa adotar qualquer largura. separar os pedaços de carvão de ou espátulas, com velocidade de rotação entre 300 rpm e 450 rpm, acionada por um motor Apresentam as vantagens comuns a todos os externo. sistemas de grelhas mecânicas, sendo superiores aos de corrente sem fim por não necessitar de O carvão é projetado sobre o sistema de grelhas abóbada de ignição de material refratário, além de através de uma abertura, possuindo, às vezes, permitirem uma correta regulagem da espessura e alguns projetos que incorporam equipamentos de combustão do carvão por setores. trituração para reduzí-los a pequenos fragmentos. A alimentação do carvão efetua-se mediante um II.2.3. Carregadores Mecânico de Carga Simples por mecanismo constituído por cilindros horizontais, Baixo das Grelhas em correspondência com a calha, cujos êmbolos Esse tipo de carregador é usado em geradores são deslocados por um conjunto biela-manivela, flamotubulares. O carvão introduzido no funil de conectados sobre o mesmo eixo motriz, situados carga é conduzido por baixo das grelhas mediante transversalmente um parafuso transportador, tipo cônico, sem fim, acionados por um motor elétrico ou a vapor. na frente do gerador e de grande passo, que gira lentamente acionado por um motor de velocidade variável. II.3. TRANSPORTADORES CONTINÜOS São equipamentos empregados no transporte do As grelhas são de forma angular, com sua combustível sólido do ponto de estocagem até os superfície superior com furos que permitem a moinhos. passagem do ar proveniente do cinzeiro. As grelhas são colocadas em duas secções ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 32 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Esse sistema proporciona um transporte vem. A produção do movimento da calha cadenciado de grandes quantidades por um vibratória é imposta através de motores a êmbolo percurso (horizontal, inclinado, vertical em trechos de ar comprimido ou por meio de motor elétrico retos, angulares ou curvos) fixo. Os principais através de um mecanismo de manivela com biela tipos de transportadores utilizados na centrais de curta. geração térmica a vapor são: II.3.3. Transportador helicoidal II.3.1. Transportadores de Correia O elemento transportador consiste em uma Consiste de um rolete (conjunto de rolos) disposto superfície helicoidal (parafuso transportador tipo em série e seus respectivos suportes. Os rolos cônico de rosca sem fim) em chapa ou fita de aço, são capazes de efetuar livre rotação em torno do que gira a redor de seu eixo tubular, empurrando seu eixo e são usados para suportar e/ou guiar a para frente o material. A utilização de mancais de corrente transportadora. A correia pode ser de rolamentos ou deslizamento está sujeita a um tecido, aramada, fita de aço, borracha ou empuxo axial, que atua no sentido contrário ao combinação desses materiais. transporte, podendo provocar o desgaste prematuro nos mancais e rolamentos. A eficiência de qualquer equipamento industrial projetado racionalmente é em função de sua vida II.4 SILOS útil, da mão-de-obra e custo de sua manutenção. Os silos são estruturas auto-portantes, geralmente Em transportadores de correia, os roletes são o com paredes no formato cilíndrico e base fator principal, pois são eles que ditam a vida do troncônica, utilizados nos centros de geração equipamento. Os roletes são projetados para uma térmica para o armazenamento de combustíveis longa vida útil, requerendo um mínimo de sólidos moídos. manutenção. Eles são construídos em concreto armado ou em Os rolamentos de melhor qualidade têm proteção aço. Em conseqüência da abrasão produzida pelo contra pó, partículas abrasivas e infiltração de material durante seu esvaziamento, torna-se água, graças a labirintos de aço e/ou de material necessária a aplicação de revestimento. Nos de sintético de montagem profunda. Estes têm uma concreto armado, o recobrimento costuma ser de pequena folga entre si, completamente preenchida material vitrificado de grande dureza e, nos com graxa e, pela sua geometria, dificultam a metálicos, se empregam chapas de aço ao penetração de impurezas no alojamento do manganês (antiabrasivo) ou placas de goma rolamento. especial. II.3.2. Transportadores de Calhas Vibratórias Silos Consiste de uma calha horizontal ou levemente construídos em conformidade com a NBR, de concreto armado, projetados e inclinada, submetida a um movimento de vai e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 33 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação conservados adequadamente, • proporcionam elevada vida útil. Regular o esticador periodicamente, evitando o desgaste prematuro dos componentes mecânicos; • III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Verificar as correias e o respectivo sistema de limpeza; • III.1. MOINHOS As manutenções preventivas aplicadas a este tipo Efetuar o alinhamento dos roletes trimestralmente. de equipamento são: • • • Lubrificação das engrenagens, mancais e III.4. SILOS rolamentos semestralmente; O processo de manutenção dos silos é de simples Limpeza das encrustações nos discos e execução e baixa freqüência de realização. As rolos de moagem anualmente; manutenções preventivas aplicadas neste item Inspeção geral do são: sistema • trimestralmente. Revisão e limpeza dos revestimentos internos a cada 2 anos; • III.2. CARREGADORES Remoção de resíduos e conservação da Esses equipamentos estão sujeitos à fadiga dos pintura componentes (concreto ou aço) anualmente; repetitivo. mecânicos As devido manutenções ao esforço aplicadas • ao equipamento são: • da face externa da parede Para silos em aço com trincas nas soldas do costado, deve-se tratar a fissura, Inspeção periódica nos sistemas (níveis de efetuar a soldagem e recompor a pintura vibração, alinhamento, temperaturas dos na área afetada. mancais, sistemas e lubrificação); • Limpeza geral do sistema mensalmente; • Regular o esticador periodicamente, evitando o desgaste prematuro • IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA dos IV.1. MOINHOS componentes mecânicos; Os tipos de falhas mais comuns neste tipo de Troca de óleo do sistema, lubrificação dos equipamento são erosão nos discos e rolos e/ou rolamentos, ataque de agentes de compostos químicos mancais e engrenagens (corrosão) ou desgaste natural, vibrações e, trimestralmente. portanto, falência dos rolamentos dos mancais III.3. TRANSPORTADORES CONTÍNUOS devido Os itens principais de manutenções praticados lubrificação nos transportadores contínuos são: componentes mecânicos. As ações corretivas são • Verificação da estanqueidade do sistema componentes deficiente axiais e/ou e radiais, insuficiente dos respectivamente: • para evitar que a umidade e o pó penetrem nos rolamentos e reduzam sua vida útil; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica a Substituição dos discos e/ou rolos comprometidos; 34 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Eliminar ou amenizar as vibrações e Vida Útil substituição dos rolamentos, buchas e (anos) engrenagens comprometidas; • IV.2. Revisar o sistema de lubrificação. CARREGADOES E TRANSPORTADORES CONTÍNUOS Silos 30 Transportadores 25 Carregadores 20 Moinhos 20 As falhas ocorridas nesses equipamentos está relacionada às condições de operação e desgaste REFERÊNCIAS natural [1] dos componentes em função das Arriola, L.T. et. al., Transporte y solicitações mecânicas (tração, fluência, fadiga, Almacenamiento de materias primas en la atrito e outros), bem como cumprimento de bons industria básica. Editorial Blume, tomo I y II año programas de manutenção. As manutenções 1970. corretivas aplicadas a esses itens em caso de queda de rendimento ou falhas propriamente ditas [2] Lenz, W. et. al., Dubbel – Manual da são: Construção de Máquinas. Hemus Editora Ltda, • Desgaste da correia: troca do componente; • Vibrações: efetuar o alinhamento dos vol. I e II, 13o edição alemã ano 1974. roletes e o correto tensionsamento da correia; • Desgaste excessivo do revestimento da correia na parte em contato com o material: efetuar a limpeza dos roletes, lavar a correia e realinhar os roletes de retorno; • Perda de função dos roletes devido ao desgaste natural ou falta de manutenção: substituição do rolete comprometido. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A vida útil econômica referente aos equipamentos supracitados, em função da literatura e dos dados coletados frente aos fabricantes e empresas usuárias, relacionando os fatores durabilidade e obsolescência dos equipamentos, sugerimos: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 35 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Armazenagem, Manipulação, Transporte de Resíduo RESUMO e as diversas formas de transporte desses Resíduos sólidos são os materiais resultantes de resíduos. É feito um breve resumo dos diversos atividades de comunidade de origem: industrial, equipamentos doméstica, hospitalar, comercial, de serviços, de manuseio varrição e agrícola e todos os lodos provenientes transportadores e manipuladores, com atenção de sistemas de tratamento de água e outros, especial aos transportadores contínuos, os mais gerados em equipamentos e instalações de comuns nas indústrias. A vida útil desses controle de poluição, bem como determinados equipamentos varia muito de acordo com a classe líquidos cuja particularidade tornem inviável seu de utilização, a carga a ser transportada, a lançamento na rede pública de esgotos ou corpos qualidade do projeto, a operação bem realizada e d’água ou exigem, para isso, soluções técnicas e principalmente a manutenção adequada. Em econômicas termos de valores médios, pode-se considerar a inviáveis em face da melhor dos resíduos, tais transporte de resíduo como sendo 15 anos. diretamente e como: dos estão armazenagem, transporte vida que da para tecnologia disponível. O controle dos resíduos e equipamentos, útil utilizados manipulação e envolvidos com seu tratamento, transporte e deposição, é um fato relevante, que tem trazido I. INTRODUÇÃO inúmeras preocupações aos envolvidos com esse A classificação dos resíduos sólidos é efetuada setor. Tal preocupação deve-se às grandes com um conjunto de normas técnicas brasileiras: quantidades geradas, elevado custo de manuseio e transporte e carência de áreas adequadas para Norma sua disposição final, bem como o elevado Resíduos sólidos – classificação 10.004 potencial poluidor intrínseco dos resíduos. Dessa Teste de lixiviação de resíduos 10.005 forma, Teste de Solubilização de resíduo 10.006 é de conhecimento importância das suas fundamental características, o N° (NBR) um cadastramento da geração e destinação, bem Esta classificação abrange testes laboratoriais e como uma abordagem quanto aos equipamentos caracterizações conforme normas adotadas pelos utilizados para o seu manuseio e transporte. O órgãos competentes, em que, em função das presente trabalho objetiva tratar particularmente propriedades dos aspectos de manutenção e da estimativa de contagiosas e de contaminantes presentes na sua vida massa, definem a classe a qual o resíduo útil desses equipamentos. Apresenta, primeiramente, uma classificação quanto ao físicas, químicas, infecto- pertence. potencial poluidor (inerte, não inerte ou perigoso), ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 36 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II. CARACTERÍSTICAS II.1. De acordo com as normas brasileiras, os resíduos CONTÍNUOS podem ser agrupados em três classes: Podem estar ou não sobre trilhos, serem manuais • humana. inflamabilidade, corrosividade, reatividade, apresentar riscos provocando ou à podem saúde II.1.1. Veículos de Comando Manual pública, contribuindo para São utilizados para cobrir pequenas distâncias e o pequenas capacidades, podem ser puxados ou aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou adversos ao manuseados apresentarem Meio ou Ambiente dispostos de empurrados efeitos mãos, são normalizados forma Os tipos mais comuns são: Resíduo Classe II – Não inerte: são os resíduos ou mistura de resíduos que não • Carrinhos de mão; • Carros, cuja carga é distribuída em três ou quatro rodas; se enquadram nas classes I e III. • pelas segundo a norma DIN 4902 e 4903. quando inadequada. • NÃO e hidráulica, tração animal ou de tração comum em função de suas características de patogênicidade, TRANSPORTE alternativos (diesel principalmente) ou pneumática sólido ou mistura de resíduos sólidos que, ou PARA ou automáticos de tração elétrica, motores Resíduo Classe I – Perigoso: são resíduo toxidade VEÍCULOS • Resíduos Classe III – Inerte: são aqueles Zorras – São carros de três ou quatro rodas de diâmetro pequeno, estão ligadas que, submetidos ao teste de solubilidade, por chassi triangular ou retangular. não tiveram nenhum dos seus constituintes químicos dissolvidos em concentrações II.1.2. Veículos Motorizados para o Transporte superiores aos padrões definidos conforme São veículos normalizados conforme norma DIN ABNT. 15140 – as abreviaturas se compõem de três letras, a primeira indica o acionamento; a Para cada tipo e características específicas dos resíduos sólidos que devemos Segunda, a direção e a terceira, o tipo de sua manipular, construção. armazenar e transportar, são escolhidos os equipamentos e os métodos adequados. Nessa Ex: Acionamento: (B) gasolina – (D) diesel – (E) seção, apresentam-se alguns dos tipos mais elétrico – (L) linha aérea, (N) rede. comuns de equipamentos para transporte desses resíduos. Direção: (F) motorista sentado - (H) direção manual - (G) guia com servente em movimento. Os meios de transporte e manipulação dos materiais de forma geral e resíduos sólidos de Construção: de aros, aros com borracha maciça - forma especial podem ser dos tipos classificados sem ou com trilhos. abaixo: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 37 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Pode-se exemplificar alguns tipos mais processo cadenciado. conhecidos que podem transportar não só resíduos, mas quase todo tipo de carga. Dependendo do tipo de transportador e características da carga de resíduo, podem ser: Os materiais podem ser transportados livres, a por transporte horizontal, inclinado, vertical em bordo dos transportadores ou acondicionados, por trechos retos, angulares ou curvos. exemplo, em container. Classificação dos transportadores contínuos Dentre eles, podemos citar: os Carros e tratores (segundo a DIN 15201: designações, símbolos) elétricos em transportadores para mercadoria a granel e - as chamadas empilhadeiras de forquilha, os guindastes de trilhos e rodas em volumes e apenas mercadoria em volumes. motrizes, as gruas, talhas, pórticos e pontes rolantes de elevação e transporte, guindastes e A corrente de mercadoria transportada caracteriza demais equipamentos projetados especialmente a sua capacidade de produção e é calculado para transporte de resíduos perigosos e/ou com segundo a carga horária que transporta. Quanto à características especiais. Outros transportadores montagem, suas implicações na funcionalidade e a serem citados são os vagões e vagonetas, construção, podem ser: barcos, barcaças e navios de diversos tipos e a) Correias Transportadoras modelos. Uma correia sem fim que, de um lado, passa por Os meios para se apanhar as cargas são cima de um tambor de acionamento e, do outro elementos de lado, por cima de um tambor de inversão e, entre transportadores. São de diversos tipos e formas: os tambores, está sustentada por roldanas, pode-se citar os mais comuns deles: os ganchos transporta a mercadoria do ponto de carga até o de suspensão - tenazes e grampos, as colheres de descarga. importantes nesses tipos recolhedora de carga a granel - as garras hidráulicas diversas e os eletroímãs. São conjuntos constituintes de correias transportadoras: uma guia e apoio da correia, no II.1.3. Os Transportadores Contínuos de Carga São os transportadores geralmente compartimento superior plana ou côncava, no mais compartimento inferior plana ou ligeiramente adequados para os tipos mais comuns de côncava. Para a transmissão da força perimetral, resíduos. necessita-se de um tambor de acionammento para a correia, que tem de estar com uma tensão O sistema de trabalho contínuo proporciona a prévia para evitar o deslizamento e permitir o atrito possibilidade de despachar grandes quantidades necessário para que o motor toque a correia, além num tempo reduzido por um percurso fixo de de todos os outros componentes, tais como transporte. Empregado na produção contínua, em frenadores, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 38 travas ante retorno e demais Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação assessórios de segurança e automatismo da comuns, tais como turbinas, motores correia. alternativos, acionadores hidráulicos e pneumáticos com redutores ou caixas Ela podem ser dos seguintes tipos: • • Correias em borracha redutoras, com utilizados para baixar a velocidade a ser transmitida ao rolo motor camada intermediária em tecido; ou tracionador da correia e permitir o Correias de borracha com intercalação de funcionamento lento e compatível com o cordas de aço. material a ser transportado, nível de poluição e outros. São constituídas de: • • • Roldanas de suporte em geral com Para os transportadores móveis e portáteis e mancais de rolamento, com eixo fixo ou também articulados; utilizados dispositivos tensores de eixo e os Armações de apoio para fixação dos tensores apoiados em molas para limitação da assentos de suporte e dos retentores para tensão prévia da correia. Nas instalações maiores, as roldanas de suporte do corpo inferior os tensores são montados em carros tensores nas instalações fixas com longarinas deslizantes em trilhos. O carregamento do longitudinais e apoios geralmente em material deve ser feito, se possível, no sentido do perfilado normal em U. percurso e evitando-se quedas de grandes Rigidez transversal feita em cantoneiras de alturas. perfilados em U, colocadas em forma de alimentação. para São correias utilizados menores funis e fixas, calhas são de teto ou por meio de suportes para jogos • • • feitos com tubos. Outros tipos muito utilizados são as correias de Transversas diagonais embutidas evitam tecido e correias de arame e fita de aço, deslocamentos longitudinais. normalmente para funções especiais: • Chapas de cobertura evitam o depósito de sujeiras na correia inferior; os processos material elástico): fios de cânhamo, de para se algodão, de crina animal e de fibras fundamentam no efeito direcional de uma químicas. Estas são indicadas para locais roldana de suporte situada em posição fechados com temperatura estável e obliqua solicitação o comando em relação da ao correia sentido de reduzida de superfície; transporte; resistente a óleos e graxas; as correias de Tambores de acionamento, de inversão e algodão também resistentes a lixívias; a de correia de lã de carneiro resistente a desvio em aço, construção ácidos e poeiras. normalmente soldada; • Correias de tecido (sem revestimento de • Para acionamentos, são utilizados motores metal: são em malhas de arame, trança de elétricos ou outros acionadores menos ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica Correias de arame e de aço ou de outro 39 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação arame, ilhós de arame para transporte de o enchimento automático ou através de funis de materiais pesados; correias de varetas ou alimentação. Tem a velocidade variando dos mais arames tecidos para materiais muito finos. rápidos com velocidade da cinta de 2,5 m/seg ou Empregadas também para material a os mais lentos de 0,3 a 1,2 m/seg. granel • e em volumes quentes ou incandescentes e também como correias Os baldes estão montados a distâncias maiores para desidratação e secagem. ou menores. O acionamento e inversão (tensão) A fita de aço carbono laminado a frio e são por meio de tambores, roldanas ou rodas de temperado, com espessura de 0,4 a 1,6 corrente. Podem ser abertos e móveis (carregador mm, é especialmente apropriada para o de transportador de baldes) ou dentro de uma transporte de minérios duros e materiais carcaça fechada onde o corpo cheio é sempre sinterizados, assim como materiais úmidos dirigido, enquanto o segmento vazio pode chegar e pegajosos. a formar flecha. As fitas de aço nua e também a com revestimento O material a granel é levado através de uma de borracha requerem uma adaptação das calha, sendo alimentado pelas costas dos baldes. roldanas de suporte ou das superfícies de Os transportadores mais lentos requerem um deslizamento, dos tambores de acionamento e de desvio do segmento vazio no interior ou, então, inversão e dos dispositivos tensores. descarregam, entre os ramais da corrente, descarga central. Nos transportadores de cinta b) Transportadores Articulados com baldes, estes são montados na cinta de lona, São transportadores em que o material é de borracha ou arame, com parafusos de disco ou transportado através de placas, gamelas, caixas, discos cupulares: DIN 15236 e DIN 15237, caçambas, articuladas, quando se trata de cintas de borracha com raspadores. Estes estão montados em um camadas intercaladas de corda de aço para mecanismo de tração sem fim (corrente de aço transportadores redondo, corrente de Gall, corrente especial, montagem em tiras perfiladas de borracha coladas correia, cabo de arame) a distâncias regulares. na cinta. barras de ligação de elevado rendimento, Estas são calculadas segundo a norma DIN Os baldes são fixados em correntes de cavilhas 22200. de aço, corrente em aço redondo ou correntes c) Transportadores de Baldes ou Canecas. com cobrejuntas por meio de parafusos, segundo DIN 15236, ou arcos de corrente, segundo DIN Transportadores de canecas verticais ou oblíquos 745. As formas dos baldes (0,1 até 140 lit) são (elevadores) padronizadas em função do material a ser - com baldes servindo como transportado. elemento de transporte e montado no elemento de tração (cinta, corrente de um ou dois ramais), com ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 40 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Acionamento e inversão. O eixo de acionamento fendas situadas a distâncias que correspondem à na cabeça do transportador de baldes tem tambor distância entre baldes). Descarga através do de basculamento do recipiente (inclinação de mais ou acionamento ou, então, roldanas de menos 90°). acionamento, rodas de corrente de acionamento ou tambor de draga (estrelas quadradas, DIN 22214, estrelas sextavadas, DIN 22215). A As paredes frontais dos baldes são equipadas velocidade desigual da corrente que provoca com rolos ou ressaltos que esbarram em guias forças de inércia adicionais no mecanismo de curvas tração pode ser tolerada. basculamento, reguláveis por meio de uma alavanca Entretanto, existe a possibilidade de equiparar a reguláveis manual. do dispositivo Direção do fixo ramal de dos recipientes: horizontal, vertical e oblíqua. velocidade. A inversão no pé do transportador de baldes é armada através de uma árvore roscada O mecanismo de tração, na maioria dos casos, é (com ou sem mola) ou de uma alavanca com uma corrente articulada (por exemplo, como na pesos. DIN 8165, com rolos de DIN 8166). Cada ramal de correntes consiste de cobrejuntas duplas de Utilização em transportadores verticais e tração com elos internos e externos com conexão inclinados - a partir de mais ou menos 500 m, até fixa com o eixo através do suporte do mesmo. alturas de aproximadamente 30 m (altura máxima 80 m), fluxo de material até 400 t/h. A roldana se encontra entre as cobrejuntas Transportadores de baldes para cereais e outras internas; seu furo tem uma bucha intercambiável, mercadorias leves a granel. Elevadores de baldes temperada e afiada. Lubrificação com graxa para instalações de separação de pedregulho, comprimida sob alta pressão através do eixo. Este carvão-hulha e minérios, na indústria de pedras e mecanismo de tração é empregado também para terras; componente de caçambas de dragas. cintas articuladas pesadas. II.1.4. Transportadores Oscilantes de Baldes Os baldes são suspensos nos eixos das correntes Os baldes fundidos ou, na maioria dos casos, de por meio de suportes de flange. O ramal dos chapa soldada (28 até 500 lit) ficam suspensos a recipientes nos trechos horizontais ou inclinados distâncias regulares, oscilando sobre eixos entre roda sobre trilhos de atrito e é guiado nos trechos dois ramais de correntes de cobrejuntas sem fim, verticais por meio de trilhos de aço em ângulo. equipados de roldanas (cf DIN 15256), velocidade da corrente 0,25 até 0,5 m/seg. Para acionamento, são utilizadas rodas de manivela ou de discos dentadas que fazem o Carregamento através de um dispositivo de engrenamento nas roldanas com a exigência de alimentação acionado pelo próprio ramal de trava de marcha à ré ou freio de sapatas para não baldes (por exemplo, tambor de alimentação com permitir que ocorra o retorno da corrente. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 41 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Utilizados sobretudo para o armazenamento de raspadores carvão em paióis e o transporte de cinzas em acompanhamento; retorno do corpo ou troço vazio usinas termelétricas e de gás, também para outros por cima ou embaixo da gamela de transporte. materiais quando o percurso de Para se conseguir uma construção pouco elevada transporte do sentido horizontal deve passar em desmontes a céu aberto, usa-se suporte obrigatoriamente para o vertical com variação do deslizante de correntes e peças de união. a granel têm o suporte de polias de ponto de descarga. Apesar da simplicidade da construção, o sistema II.1.5. Transportadores Circulares é pouco usado a céu aberto por causa da elevada Nesse tipo de transportador, as articulações de potência necessária (por exemplo, no caso de sustentação são ajustadas à carga, suspensas materiais corrosivos a granel). Entretanto, trata-se, basculando de pares de roldanas (um ou dois) em sua execução para trabalho subterrâneo, do que são guiadas por uma pista elevada, aberta ou mecanismo de transporte de pontaletes na fechada: plataformas de um ou mais andares, mineração do carvão-hulha. armações, forquetas, estribos, ganchos, gamelas, recipientes. Exemplo: Um transportador raspador para mineração composto de segmentos de calha de Estão ligados por uma corrente sem fim, acionada 1,5 m, cuja união proporciona um pequeno através de uma roda de corrente (várias vezes deslocamento em sentido horizontal e vertical. quando o percurso é mais comprido, também por Mecanismo de tração: correntes de aço redondo correntes de arrasto); desvio e inversão por meio de elevada resistência, DIN 22252. Acionamento de rodas de corrente, discos ou grupos de de motor elétrico (com embreagem de arranque roldanas; há necessidade de um dispositivo mecânica ou hidráulica) ou motor hidráulico (que tensor. pode também ser apenas auxiliar para o arranque) ou motor de ar comprimido através de Qualquer direção dos trechos com corrente que engrenagem desmultiplicadora para rodas de pode se movimentar no espaço. Utilizados como corrente. Velocidade de transporte 0,6 até 0,9 meio de alimentação de volumes em locais de m/seg. trabalho em oficinas e linhas de montagem, por exemplo. O fluxo de carvão, dependendo do tamanho do transportador, é de 80 até 100 t/h. Comprimento II.1.6. Transportadores Raspadores do transporte até 200 m (com acionamento nas São constituídos de Chapas ou ripas raspadoras, duas extremidades). A construção de calhas fixadas em correntes de um ou dois ramais, proporciona a possibilidade de transportar e dirigir empurram para frente pequenos montes de a máquina para a mineração (cortadeira, plaina material em calas fixas de madeira ou de chapa para carvão). de aço, horizontais ou levemente inclinadas. Os ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 42 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Corrente de raspadeira simples e dupla para inversão através de dispositivos tensores de eixo suporte deslizante DIN 8177 (corrente articulada com ou sem molas. em aço com garras de arrasto). Potência II.1.7. Transportador de Corrente de Tigelas Contrariamente ao que acontece requerida no eixo motor, aproximadamente (segundo a DIN 22200). com o transportador raspador, aqui uma corrente de um São utilizados para transporte de farinhas, açúcar, ou dois ramais com dispositivos de arrasto muito cimento, aproximados entre si é movimentada para frente oleosas, cereais, produtos químicos. Não operam numa tigela fechada a uma baixa velocidade de bem com materiais pegajosos, aglutinantes ou 0,3 m/seg. que carvão possam para produzir briquetes, muito sementes atrito; são transportadores para cobertura de curtas e médias No topo de descarga, o material transportado de distâncias. Têm uma vantagem importante de não granulação fina ou de granulação grossa em produzir poeiras, porém seu desgaste é muito mistura com o material fino cai sobre o ramal de acentuado. corrente de transporte e, em primeiro lugar, sendo levado através de uniões transversais e depois II.1.8. Hélices Transportadoras por camadas do próprio material em movimento. Nesse caso, o elemento transportador é uma O é superfície helicoidal em chapa ou fita de aço transmitido para as camadas superiores de (raramente metal fundido) que gira ao redor de maneira que todo o material vai caminhando. O seu eixo, empurrando para frente o material que transporte é horizontal e levemente inclinado, em se encontra numa tigela ou num tubo. movimento das camadas inferiores caso de curvas verticais e transportes verticais, a) Transportador helicoidal com eixo giratório são usadas conformações especiais de correntes e tigelas. É possível carregamento e descarga em vários locais. Parafuso sem fim - pedaços de chapa em forma circular, furadas e com o raio cortado são Formas para a corrente e suas dimensões são prensadas com um passo de rosca helicoidal e dadas ou normalizadas pela DIN 15263 depois soldadas entre si e com um eixo tubular (mais raramente, eixo maciço). No chamado Acionamento e inversão através de rodas de parafuso sem fim normal, a superfície helicoidal corrente ou estrelas de corrente. As correntes pode ser também laminada. padronizadas correspondem a execuções de estrelas segundo DIN 15266/69. Carcaça do No parafuso sem fim achatado (para material em acionamento e eixo, DIN 15264. Conexão com pedaços), uma espiral em aço chato com braços tigelas DIN 15265. Tensão das correntes na se apóia num eixo de parafuso sem fim. Efeitos especiais para misturar e movimentar através de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 43 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação palhetas reguláveis montadas no eixo, sendo que granel do material y kp/m3 ou, então, densidade a cada uma forma parte de um parafuso sem fim granel: q t/m3 e grau de enchimento ϕ (de 0,15 normal e de um parafuso achatado: parafuso sem com material pesado e de muito atrito até 0,45 fim misturador. Pinos de acionamento e de mancal com material fluido, leve e sem atrito), o fluxo do extremo material são rebitados no eixo tubular; comprimentos acima de 2,5 até 3,5 m exigem transportado por correspondentes flanges. Os suspensos transportador de parafuso sem fim horizontal normal vm = D2 π s ϕ 60 n m 3/h pinos de suporte intermediários ou segmentos de acoplamento no suportes na tigela São empregados para o caso de materiais em proporcionam uma interrupção da superfície do forma de pó, de granulação fina até materiais em parafuso. pedaços, para distâncias relativamente curtas (dificilmente acima de 40 m), freqüentemente Tigela e suporte - a tigela em chapa de aço deve como aderir com sua curvatura à superfície do parafuso intermediário, em sentido horizontal ou levemente (em caso contrário, há forte atrito e desgaste) e, inclinado. Combinação do processo de transporte em geral, tem paredes laterais retas que e mistura. Transportes íngremes e verticais são sustentam a tampa da tigela com os rebordos ou o possíveis com construções especiais (tigela ângulo do remate. tubular, elevado número de rotações) Utilização de mancais como transportador Transportador tubular de rosca sem fim - no tubo deslizamento, sendo que um mancal deverá rotativo e apoiado em roldanas, está soldado também absorver o empuxo axial que atua em internamente um passo de rosca em aço chato. A sentido Pela altura do passo a é pequena em relação ao disposição, o eixo do parafuso sem fim está diâmetro do tubo D (S/D 0,5), como também o submetido à solicitação tratora. Guarnição do eixo numero de revoluções para evitar que o material no suporte terminal antes da parede frontal da revolva com o tubo. Também o grau de tigela por meio de gaxetas, enquanto o suporte do enchimento diminui com respeito ao transportador acionamento em geral tem a forma de flange. de rosca sem fim para mais ou menos a metade. ao do rolamento ou ou contrário de alimentador transporte. Entretanto, o efeito de mistura é satisfatório e Acionamento pela transmissão intermediária do ainda existe a facilidade de aquecimento ou motor elétrico, atualmente se utilizam muito os refrigeração do material durante o processo de motores com caixa de engrenagens. transporte. Dados de construção e de cálculo. Com o II.1.9. Transportadores Oscilantes diâmetro do parafuso sem fim D m, altura do Uma calha (ou tubo) horizontal ou levemente passo rpm inclinada tem um movimento de vaivém. No (dimensões: DIN 15261 e tabela 31), peso a movimento de ida, são transmitidas para o s m, número de rotações n ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 44 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação material a ser transportado as forças inerciais que ligada (mais raro, com mecanismo de biela- o transportarão mais adiante durante o movimento manivela curva ou came de disco ovalado). de retomo da calha. Execução do movimento com número baixo de a) Calhas Vibratórias cursos (n = 50 até 100 cursos duplos/min), mas Princípio do transporte - O material a ser cursos relativamente grandes (300 até 120 mm). transportado, que se encontra na calha envolvida num movimento irregular de vaivém, é acelerado A forma depende muito da utilização: as calhas constantemente no movimento de ida e carregado vibratórias para a mineração se compõem de até ser imobilizado pelo atrito estático (coeficiente segmentos individuais de calha com 3 m de de atrito µ r). comprimento (perfis de planos inclinados: DIN 20900; parafusos para planos inclinados: DIN A partir deste ponto e durante o movimento de 20903) para comprimentos de ramais até 200 m. retomo, o material impulsionado pela sua própria Cada seção tem um eixo de roda motriz ou está energia cinética desliza até que esta fique apoiada num assento esférico (eixos de roda consumida pelo atrito de deslizamento (coeficiente motriz, de atrito µ gl). acionamento no ponto de descarga atua por largura de bitolas: DIN 20909). O choque sobre o eixo da calha ou de forma bilateral Processo de aceleração. A força de apoio (acionamento geminado); motores a ar constante que o material exerce sobre a calha comprimido para calhas: DIN 20905. Fluxo de proporcional durante a ida a aceleração a1 ≤ g µ material transportado até 200 t/h; vantajoso r, (g aceleração de gravidade); a força de apoio quando horizontal ou inclinado (0o variável, através do levantamento da calha na ida inclinação). até 25o de e a descida da calha na volta, proporcional a uma maior aceleração na ida a1’ = gµ r/(1-.µ r tan β). O Calhas vibratórias curtas como alimentadores de processo de aceleração com os dois tipos de empuxo no esvaziamento de depósitos: calha apoio pode ser executado também com uma larga levemente inclinada no sentido do transporte posição inclinada da calha. (-5 até -l5o), apoiada em polias de suporte, suspensa e oscilante. A Produção do movimento da calha vibratória é feita através de motores a êmbolo de ar Atuação do acionamento, na maioria dos casos comprimido ou por meio de acionamento de motor central, na extremidade de descarga da calha. elétrico com a transformação de um movimento rotativo uniforme no movimento irregular de Apropriada, em geral, para material a transportar vaivém requerido através do mecanismo de em pedaços, de pequenos a grandes, mas manivela com biela curta (λ= r/l = 0,45 até 0,2) ou também para material que provoca muito atrito. de um par de rodas dentadas elípticas com biela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 45 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação b) Calhas Oscilantes de oscilação de duas massas que pode ser Princípio do transporte. A calha, em forma de acionado próximo da ressonância. Através da tigela ou tubo, é movimentada com oscilações regulagem de deslizamento dos motores por meio rápidas e de pequena amplitude para frente e para de transformadores de regulação trifásicos ou o alto e para trás e para baixo. A ida e a volta do tiristores, pode-se conseguir uma regulagem movimento de oscilação oblíquo e, no caso ideal, simples da amplitude e, portanto, do fluxo de sinusoidal, têm a mesma duração. O material a material transportado durante o funcionamento. granel que se encontra no interior da calha recebe portanto um movimento fluente. Acionamento através de vibrador eletromagnético. Nesse caso, o rotor de um eletroímã tem união Tipos de acionamento – Acionamento forçado fixa com a calha, enquanto o corpo da bobina que através de eixo de manivela com relação de biela tem uma massa livre é acoplado através de molas pequena (λ= r/ l ) = 0,1 até 0,01), amplitudes de de compressão protendidas com a massa útil 15 até 3 mm, e freqüências f de 5 até 25 Hz. (rotor, calha, material a granel). Como a força Elementos ou eletromagnética é proporcional ao quadrado da borracha) para que a freqüência própria do corrente, uma tensão alternada de 50 Hz produz sistema se mantenha próxima à freqüência de uma freqüência da calha de 100 Hz, que serve regime, para que a energia para a manutenção da para acionar calhas menores. elásticos suplementares (aço oscilação continue reduzida (freqüência de regime 10% menor que freqüência de ressonância). Pode Os modelos maiores são acoplados através de um ser alcançada uma velocidade de transporte de retificador de uma altemância, de forma que a 0,4 m/seg. calha oscila com 50 Hz. Amplitudes de 0,05 até 1 mm. Variação simples da amplitude e, portanto, Acionamento por energia cinética, através de da velocidade de transporte também durante o massas centrífugas da mesma grandeza e funcionamento por meio de reguladores de tensão sentidos opostos, deslocados entre si de l80~. intercalados. Velocidade de transporte até 0,12 Assento da calha em molas laminares ou m/seg. helicoidais, também assento em molas de borracha ou suspensão com molejo; amplitudes 5 O apoio das molas de guia não influencia a até 0,5 mm; freqüência 15 até 30Hz (modelos freqüência da calha; entretanto estabelece a menores até 50 Hz). Velocidade de transporte até trajetória do movimento. A calha também pode 0,25 m/seg. ficar suspensa ou apoiada por meio de amortecedores de borracha ou molas helicoidais. Quando os motores centrífugos não estão bem unidos à calha, mas apenas ligados a estas São empregados no transporte de materiais a através de molas com curvas características granel em pedaços ou com granulação de fina a fortemente progressiva, produzir-se-á um sistema grossa, mesmo quando se trata de matérias ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 46 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação minérios 45o , sais 50o, materiais em pó 60o. mecânicas ou quimicamente corrosivas (calha ou seu revestimento em aço inoxidável, borracha, material plástico), para distâncias curtas até 30 m Formas de calhas fixas para a mineração: DIN com uma unidade; distâncias maiores: várias 20902. calhas individuais enfileiradas; sentido horizontal, levemente inclinado. Fluxo de material Nos planos inclinados curvos ou helicoidais, transportado até 1000 t/h; como calhas para prevê-se uma linha helicoidal para a trajetória do esvaziamento de depósitos, calhas de descarga e centro de gravidade dos pedaços de material calhas de dosagem. O processo de transporte transportado. Fundo da calha de forma circular, provoca um desgaste mínimo da calha e requer elíptica ou parabólica. Calhas helicoidais abertas pouca potência. com coluna central para pacotes e sacos; fechadas, em segmentos tubulares de 850 até Execuções especiais. Calhas oscilantes com 1450 mm de diâmetro, e embutidas para acionamento de movimento forçado ou centrífugo, transporte em descida de carvões e minérios ou duas calhas oscilando em vaivém para extraídos a céu aberto (de 1,5 m/seg, até 350 t/h equilíbrio das massas. Para o transporte vertical, de carvão com diâmetro externo de 1250 mm). transportadores oscilantes helicoidais que proporcionam o transporte dirigido de partículas Tubos de descida telescópicos para materiais a extraviadas até as máquinas beneficiadoras ou granel (em depósitos, em navios). empacotadoras. b) Pistas de rolos II.1.10. Transportadores por Gravidade Num quadro de aço chato ou angular estão dispostas sucessivamente as polias de a) Planos inclinados fixos sustentação com eixos fixos. Dimensões: DIN Calhas abertas ou fechadas (planos inclinados, 15291. calhas o rolamentos esféricos: 2% até 5%. Os quadros têm transporte para baixo em sentido vertical ou um comprimento de 1 m até 3 m, sobre cavaletes inclinado de mercadorias a granel ou mercadorias de altura regulável ou com assento fixo, e são em pedaços por meio de pistas individuais ou unidos para formar uma pista. Composto de múltiplas, retas ou curvas. curvas, desvios, mesas giratórias e levadiços de inclinadas, tubos) proporcionam Desnível requerido com polias de passagem. Transporte com descida vertical com A inclinação necessária 8 é maior que o ângulo de pista de rolos helicoidais. atrito q,- do estado estacionário entre a calha e o material (tan qr=µ r). Utilização prática de Com transportes a maiores distâncias, impulso desníveis para calhas retas em chapa de aço: adicional para o material em pedaços através de o o Cereais 30 até 35 , sacos 25 até 3O , carvão, polias movidas (acionamento a corrente). dependendo do tamanho dos pedaços, 30 até 400, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 47 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Tipo de construção leve para pistas de rolos: especial). pistas de rolos de disco ou de roletes. São formadas por rolos de disco com rolamentos de Ambos os processos são apropriados para rolos que giram sobre eixos finos montados no materiais a granel em pó, granulados ou em quadro. pedaços pequenos. Além do transporte aéreo pneumático (transporte por corrente fraca), o Mesas esféricas para o transporte manual rápido transporte pneumático de corrente densa está se de materiais em pedaços num plano horizontal. As tornando bastante importante. esferas assentam-se em taças, por sua vez, apoiadas em esférulas. Instalações de transporte com aspiração de ar. Carregamento do material através de um bocal Grande variedade de emprego para materiais em aspirante; continuação do transporte na tubulação volumes sobre chão plano, por exemplo, pacotes (peças intermediárias flexíveis, articulações) até o e caixas no transbordo de mercadorias em coletor. Neste ponto, o material transportado se armazéns e depósitos. Em usinas, especialmente deposita. Para um transporte mais ou menos em fundições, para o transporte de peças. satisfatório de um material a granel, é muito importante sua velocidade de suspensão, o que II.1.11. Transporte por Corrente de Ar significa a velocidade do ar suficiente para manter Para o transporte pneumático de partículas de em suspensão as partículas numa corrente de ar material do ponto de abastecimento até o ponto vertical (depende da forma das partículas, de seu de descarga, precisa-se de uma velocidade tamanho, seu peso e também do ar). A velocidade mínima do ar na tubulação de transporte. Existem do ar, necessária ao processo de transporte, está dois tipos de transporte, dependendo da origem em torno de 20 a 40 m/seg. da corrente de ar transportadora: A energia necessária e elevada: por exemplo, um Transporte em corrente de ar aspirado: bomba de elevador de cereais que aspira 40 t/h através de ar no fim do trecho de transporte; transporte a um tubo com um diâmetro de 120 mm até uma partir de vários pontos de alimentação até o ponto altura de 20 a 25 m (breve trecho de transporte de recolhimento. horizontal), a energia requerida é de mais ou menos 1 kWh/t no eixo motor da bomba. Transporte por ar comprimido: introdução de ar comprimido no começo do trecho de transporte; Portanto, utiliza-se apenas quando prevalecem as transporte a partir de um ponto de descarga até vantagens deste processo: grande adaptabilidade, vários pontos de distribuição. deslocamento fácil, pouco espaço ocupado pelas tubulações, trabalho suave e isento de pó, As instalações de aspiração e de ar comprimido arejamento (cereais) e refrigeração do material podem também ser ligadas em série (caso transportado ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 48 (produtos químicos), dispensa Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação trabalho de recuperação (possibilidade de recolher fábricas de cimento, nas usinas para transportar todos os restos). Distâncias de transporte com carvão em pó, em fábricas de produtos químicos. comutação até 350 m; alcance de transporte até Em subterrâneos para terraplanagem pneumática. alturas de 25 m; fluxo de material transportado por tubulações, especialmente os cotovelos, são grandes elevadores de cereais 150 (até 500) t/h expostas a grande desgaste. Elevado consumo de por unidade. energia. Instalações para transporte com ar comprimido. Transportador pneumático de calhas: material em No ponto de alimentação, o material a transportar pó ou de granulação muito fina é levado a é entregue a um fluxo de ventilador ou de ar escorrer pela imissão de ar de uma ventoinha ou comprimido. Vedação contra o ar externo através de gás inerte através do fundo poroso e do próprio material transportado ou, então, através levemente inclinado da calha. Inclinação da calha de uma roda de cubos. de 2 a 4o; pressão do ar de 100 até 300 mm coluna d’água; fluxo de material transportado 15 Quando o material é em pó, costuma-se intercalar até 100 t/h com largura da calha entre 125 e 500 uma rosca sem fim de compressão rápida. mm. Alimentação com o material também através de um sistema de eclusas de várias câmaras. II.1.12. Transporte por Corrente D’Água Descarga O material é movimentado pela água em calhas da tubulação de transporte nos separadores que possuem, em baixo, tubulações abertas, levemente inclinadas: processo de para a saída do material e, em cima, aberturas lavagem; sustentação e transporte pela água sob para o escape do ar. pressão em tubulação fechada e por qualquer distância; transporte com água sob pressão: Gerador de ar comprimido: ventoinhas até 300 recolhimento através do tubo aspirante de uma mm coluna d’água (exaustores para o transporte bomba e movimentado através do tubo de de cereais até 100 m); compressor de êmbolo impulsão: transporte hidráulico combinado de rotatório 0,3 até 0,8 at ef (para instalações aspiração e impulsão. normais de ar comprimido até 100 t/h para distâncias até 500 m); com material em pó e rosca A Remoção das cinzas por lavagem nas caldeiras sem ar da usina: as cinzas são aspiradas debaixo do funil comprimido de 0,3 até 3 at ef segundo a distância para cinzas com água sob pressão no ejetor, e a (até 1500 m, até 100 t/h); tomada da rede de ar mistura de água e cinzas é depositada na calha comprimido com de lavagem (Rothstein, Diissetdorf). Remoção das estrangulamento para 2,5 até 3,5 at ef para cinzas da água sob pressão através do ejetor e da instalações de terraplanagem pneumática. tubulação hidráulica Utilização. No interior de silos para cereais; nas Transporte com água sob pressão de carvão fino fim de de compressão: 4,5 até pressão 6 at do ef, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 49 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação ou em pedaços pequenos por grandes distâncias Pode ser previsto sensoriamento dos parâmetros (por exemplo, até 170 km) em tubulações e ascendentes de poços. Sistema também adotado elementos de desgaste, através de análise de para o transporte de calcário bruto e argila moídos espectros para determinação de esquema de do previsão de troca dos componentes. ponto de beneficiamento; com extração até o economicamente aproveitamento de ponto de análise para utilização econômica dos interessante declives naturais. Pela inspeção e manutenção periódica preventiva, Alimentação de material já na forma de mistura do adota-se um período e, através de análise dos material com água no tubo de sucção da bomba parâmetros obtidos em inspeções executadas de centrífuga de transporte ou imissão na tubulação. forma Separação do material e da água na saída na regulagens, lubrificação no equipamento. programada, executam-se ajustes e bacia de decantação. É sempre recomendável obter um espectro do As dragas aspirantes sugam o material através do funcionamento de motores, vibradores, caixa de funil de sucção da tubulação aspirante situada mancais, obliquamente no fundo da draga (água por acompanhamento futuro. O melhor padrão para o material 6 : 1 até 3 : 1); a mistura atravessa a funcionamento é aquele: produto de informações bomba centrífuga de transporte, sendo depositada do fornecedor do equipamento e a melhor em chatas ou na terra firme através da tubulação performance hidráulica. Distribuição da mistura também em maximizado o volume transportado e minimizado compartimentos de carga de navios. os desgastes dentro dos limites e redutoras, obtida e outros com para um funcionamento, condições seguras. III. MANUTENÇÃO PREDITIVA é O controle do funcionamento com medidas e imprescindível um bom esquema de manutenção sensores podem servir num eficaz esquema de para garantia da confiabilidade operacional, uma manutenção, que poderá evitar paradas de vida útil econômica e, principalmente, garantia de produção. segurança operacional. sensores adequadamente instalado poderá alertar Em todos os tipos de transportadores, Muitas vezes, um esquema de quanto ao tempo e condições seguras de A limpeza e importantíssimas. recomendáveis são operação do equipamento, permitindo, por outro técnicas mais lado, uma estimativa sobre a vida útil de conservação desses componentes e quando devem sofrer reparos, lubrificação As para periódica regulagens e troca. equipamentos são: controle dos parâmetros operacionais e acompanhamento da vida útil dos Um elementos. dos problemas mais freqüentes nos transportadores são: vazamento de resíduos pela carcaça; alta temperatura devido à reação do ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 50 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação próprio material com o ambiente, por exemplo, procedimento relativamente pouco oneroso e traz absorção de umidade; reações químicas que ótimos resultados). acontecem no interior dos transportadores e a deposição de resíduo em palheta de bombas Nos transportadores de canecas ou baldes: rotores, carcaças dos transportadores de canecas, travamento por falha na coleta ou descarga de nas correias transportadoras, entre outros. materiais; desgaste dos elos e canecos; desgaste de carcaça com vazamento de resíduo; ruído Uma boa recomendação para o setor de anormal por contato de elementos devido a manutenção pode ser o controle do consumo de desalinhamentos energia elétrica dos motores. Uma vez que se carcaça tambores, rolamento e eixo. com desgastes de guias, monte um gráfico estatístico de controle dos parâmetros diversos dos transportadores, Contaminação de óleo dos mancais e caixa qualquer alteração anormal da corrente elétrica redutora; falta de lubrificação dos elos da corrente; dos motores indica que algo não vai bem. desalinhamentos, muitas vezes, com desgaste de guias e demais componentes do transportador. IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA As falhas mais comuns que podem ocorrer nos O acidente mais grave que pode ocorrer com um transportadores são: transportador desse tipo, é a quebra da corrente em funcionamento. Nesse caso, a recuperação é rasgamento custosa e demorada. Também nesse caso, a normalmente por entrada de objeto estranho limpeza do material e a reposição do sistema são (metálico) junto com os resíduos, travamento, sempre queima da própria correia; contaminação do óleo perigoso. Correias transportadoras - um serviço delicado, demorado e do carter dos redutores; queima de motores por sobrecarga do sistema; travamento de roletes por Nos transportadores helicoidais: os grandes falha de lubrificação e falta de raspadores; problemas são sempre devido ao alinhamento e à desgaste desviadoras, lubrificação inadequada do conjunto. É comum o tubulações e guias (é interessante prover as desgaste da carcaça e da própria rosca, além de conexões de desvios, com as chamadas caixas de travamentos pedra. intermediários (esses mancais são de difícil e furos nas caixas constantes dos mancais acesso e o lubrificante é contaminado com freqüência). As caixas de pedra são espaços reservados para deposição de parte de material num ponto crítico da rota do material, ponto de queda e de desvios, Podem ocorrer avarias no motor e queima de onde é possível, com o próprio material, se motor, devido à sobrecarga por travamento de protegerem as partes metálicas. Esse é um rosca quebra ou empeno do eixo central. As caixas redutoras devem ter uma atenção especial, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 51 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação devido ao ambiente e a características do serviço transportada. Normalmente, a vida útil média e sua localização. estabelecida pelo fornecedor deve ser observada. Nos transportadores Nesses Acima de tudo, a vida útil dos transportadores de equipamentos, tem-se desgaste do piso das resíduos depende da qualidade do projeto do calhas por desgaste de atrito com o material sistema, isto é, da sua adequação, bem como da transportado (é bom que sejam projetadas chapas maneira que é operado e da qualidade da de desgaste com facilidade de troca), e a manutenção e a operação dentro dos limites desregulagem de vibradores também é uma impostos. Em média, pode-se, a título de causa indicação, sugerir alguns parâmetros de vida útil: de oscilantes emergências (periodicamente, - nesses tem-se que sistemas. regular o Máquinas para transporte sem trilhos e funcionamento desses vibradores/osciladores). veículos para transporte com comando Nos transportadores por gravidade: o desgaste manual: Depende muito do modo de operar da de obediência ao limite de carga dos carros. Pode-se segmentos é geralmente a causa de vazamentos que devem ser corrigidos. dizer que, em função disso, a vida útil de alguns desses veículos é baixíssima durando, às vezes, Nas Instalações pneumáticas e Hidráulicas de apenas uma campanha de operação de 1 a 2 transporte: a ocorrência mais comum é o anos (caso dos carrinhos e carros de comando entupimento de tubulação por insuficiência de manual). pressão de ar ou água, desgaste e vibração excessiva dos e Os veículos motorizados, por sua vez, têm sua com vida útil limitada em função dos custos de vazamento ou entupimento. Quanto a alguns manutenção do veículo. Com o passar dos anos, resíduos especiais, cuidados têm que ser tomados se torna inviável manter o carro em operação pelo com relação ao perigo de explosão e incêndio. seu conseqüente compressores, rotores desgaste de de bombas tubulação alto custo de manutenção e obsolescência. Em média, em alguns trabalhos, Da mesma forma nos transportadores considera-se uma vida útil entre 10 e 20 anos. descontínuos: os cuidados são, em geral, os mesmos, acrescentando um maior cuidado com a Tratores - Gruas - Pontes Rolantes e segurança por se tratar, muitas vezes, de cargas Empilhadeiras: seguem o padrão normal de suspensas. Há, muitas vezes, riscos de acidentes. equipamentos industriais em geral. Têm vida útil de 15 a 20 anos em média. Existem muitos V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA equipamentos desses operando a mais de 30 A vida útil desses equipamentos varia muito de anos com desempenho satisfatório, mas os custos acordo com a classe de utilização e a carga a ser de manutenção crescem proporcionalmente à idade da máquina. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 52 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Os transportadores contínuos: têm desgaste que seu desgaste é relativamente maior pelo proporcional ao tempo que operam durante uma contato entre o material transportado, muitas jornada do dia, acentuados quanto ao nível de vezes, pós agressivos (corrosivos e abrasivos), carga e do tipo de resíduo transportado. Em em contato com tubulação, rotor de bombas, entre média, podemos considerar a vida útil sendo outros. afetada em torno de 30 % a 50 % em função do tempo contínuo de operação, isto é, redução de A vida útil desses equipamentos, em média, pode 30 % na vida útil do conjunto que opera durante ser considerada como 40.000 a 50.000 horas de mais de 12 horas/dia e mais 50 % de redução se operação. operam o tempo todo ininterruptamente. REFERÊNCIAS As correias transportadoras: para sistemas [1] Dubell – Manual do Engenheiro. operando em condições normais de operação e manutenção com materiais normais não [2] Notas de aula e curso para operadores e agressivos, abrasividade média e operação em técnicos de manutenção da COSIPA, Apostilas de torno de 8 horas/dia, sua vida útil, em média, pode manutenção em sistemas de transporte de ser considerada de 50.000 a 80.000 horas, ou materiais em usinas siderúrgicas. seja, os transportadores de canecos, tigelas raspadores, as roscas helicoidais, calhas [3] L.A.F Bauer – Materiais de construção transportadoras e demais equipamentos desse tipo, se bem cuidados, podem chegar a 100.000 [4] W. Pfeil – Estruturas de aço. horas. [5] E. Cometta – resistência dos materiais. Acima desse número de horas, o melhor é reformar totalmente a máquina, que já deve estar toda remendada e com desgastes acentuados na estrutura e componentes de tração (é conveniente com bastante antecedência programar a sua troca ou, em alguns casos, é conveniente ter unidades de by-pass, isto é, enquanto uma opera a outra está em manutenção. Instalações Pneumáticas e Hidráulicas de transporte: Esses equipamentos, sob o ponto de vista de vida útil média, são similares a outros sistemas, tais como sistema de bombeamento em tratamento de águas, dragagem e outros. Se bem ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 53 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Armazenagem, Manipulação, Transporte de Resíduo Nuclear RESUMO extremamente A operação de usinas nucleares gera rejeitos condições classificados como de baixa, média e alta sendo que alguns deles não estão cominados à atividade. Os rejeitos de baixa e média atividade grande são compactados dentro de tambores de aço de recomenda-se uma vida útil de 40 anos. rigorosos. operativas freqüência Considerando desses de as equipamentos, utilização “in loco”, 200 litros e transportados para depósitos iniciais dentro das instalações das usinas, junto a edifício I. INTRODUÇÃO auxiliar do reator. A movimentação desses A operação de uma usina nuclear gera rejeitos no tambores é feita por controle remoto, com o uso processo, classificados como de baixa, média e de alta atividade. Os de baixa e média atividade um vagonete elétrico. Os elementos combustíveis usados nas usinas nucleares não consistem em papéis, papelões, plásticos, são considerados resíduos de alta atividade do vestimentas, panos de limpeza, resíduos do filtro ponto de vista econômico, pois ainda contém de pré-aquecimento, lama dos tanques de grande quantidade de matéria fissil, que podem armazenagem dos efluentes líquidos e resinas. ser reciclados para uso em reatores comuns. Os elementos combustíveis são transportados sob Os rejeitos de baixa e média são compactados imersão em vagonete motorizado (Fuel Transfer dentro de tambores de aço de 200 litros e System), inoxidável transportados para depósitos iniciais dentro das acondicionados em “racks” dispostos em tubos de instalações das usinas, junto ao edifício auxiliar do aço com reator. A movimentação desses tambores é feita interfaces de revestimento na liga boro-alumínio, por controle remoto com o uso de um vagonete e armazenado numa piscina, dentro do edifício do elétrico. fabricados inoxidável em austeníticos aço tipo 308, reator. Esta piscina é feita em concreto armado com paredes de 25 cm de espessura e 12 metros O depósito inicial é protegido por paredes de de profundidade, revestida com chapas de aço concreto, capacitado a armazenar rejeitos de inoxidável austenítico com espessura de ¼ de baixa e média densidade por um período de 3 polegada e mantida cheia com uma solução de anos. A partir desse prazo, esses rejeitos perdem água borada dentro do edifício do reator e consideravelmente sua ação radioativa e são manipulado através de ponte rolante. A vida útil de transferidos um equipamento é em função de uma utilização continuamente monitorados, até que, no futuro, correta, freqüência de uso e de um bom programa sejam deslocados para um depósito definitivo, de manutenção. Os programas de manutenção conforme norma da Comissão Nacional de em centrais nucleares em via de regra são Energia Nuclear. para depósitos intermediários • Esses depósitos são construídos em concreto NBR 11174 – Armazenamento de resíduos armado com paredes de 40 cm de espessura, perigosos classe II (não inertes) e classe II com pressão interna inferior (inertes); à atmosférica • (pressão negativa) para evitar a contaminação do ambiente externo em caso de vazamento. Os NBR 12235 – Armazenamentos de resíduos perigosos; • refeitos de baixa atividade podem ser revistos CNEN (Comissão Nacional de Energia após algum tempo para que possam ser Nuclear) reaproveitados, caso seja verificada a ausência de manipulação e transporte. 5.01 – Armazenamento, contaminação radioativa. II. CARACTERISTICAS Do ponto de vista econômico, o combustível gasto contém uma quantidade suficiente de material II.1. ARMAZENAMENTO DOS REJEITOS DE BAIXA fissil para garantir o reprocessamento químico E MÉDIA ATIVIDADE para eliminar os produtos da fissão e preparar o Os rejeitos de baixa e média atividade são urânio e o plutônio remanescente para reciclagem, acondicionados em tambores de 200 litros para uso em reatores comuns. Portanto, os fabricados elementos combustíveis, após passarem pelo revestidos externamente com tintas à base de processo de fissão no reator, embora altamente resinas poliester através de processo eletrostático, radioativos, armazenado em galpões dispostos em paletes. não são considerados resíduos em aço-carbono sem costura, sólidos. As resinas e lama dos tanques de armazenagem Os elementos combustíveis usados são dos efluentes líquidos são encapsuladas nos acondicionados em “racks” de aço inoxidável, o tambores qual é armazenado num reservatório, contendo vermiculita. uma solução de boro, nas centrais nucleares, vestimentas, panos de limpeza são compactados dentro do edifício do reator. e encapsulados nos tambores. As normas técnicas de referencias aos processos Os depósitos são construídos em concreto são: armado com paredes de espessura de 40cm e • preenchidos Os papéis, com argamassa papelões, de plásticos, NBR 10344 / 1988 – Sistema de manuseio mantidos à pressão inferior à atmosférica por e sistema de despressurização, objetivando prevenir armazenamento de elementos combustíveis em instalações nucleares. a Fixa as condições do projeto de sistema e eventualidade de ocorrer algum vazamento nos manuseio tambores. e o armazenamento de contaminação do meio ambiente na outros A adoção do concreto armado na construção dos componentes do núcleo do reator de depósitos é em função de o material oferecer pesquisa e potência; excelente resistência à absorção de impactos e elementos combustíveis e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 55 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação agentes químicos, propiciando maior durabilidade coluna de pastilhas de dióxido de urânio (UO 2), e facilidade para efetuar manutenções. com 530 quilos de urânio enriquecido. No Brasil, a partir de estudos iniciados em 1978, a Os elementos combustíveis usados de alta CNEN definiu cinco regiões de interesse para a atividade são transportados sob imersão em instalação de depósitos de rejeitos de baixa e vagonetes motorizados (Fuel Transfer System), média fabricados em aço inoxidável austenítico pela atividade. São áreas com índices pluviométricos inferiores a 1000 milímetros por ano, densidade demográfica inferior a empresa Westinhouse. 35 habitantes por quilometro quadrado e pouco uso O combustível usado de uma usina nuclear é de terra. Os rejeitos radioativos gerados nos acondicionado em “racks” dispostos em tubos de últimos 40 anos no Brasil, além daqueles rejeitos aço referentes às usinas nucleares, são pertencentes interfaces de 40 mm de espessura na liga boro- ou supervisionados pela CNEN em quatro estados alumínio e armazenado numa piscina, dentro do da federação. edifício do reator e manipulados por meio de inoxidável austeníticos tipo 308, com ponte rolante. Cabe ressaltar que o problema da destinação final dos rejeitos nucleares, de baixa e média atividade, Essa piscina de combustível usado é feita em está equacionado em nível mundial, dispondo-se concreto armado com paredes de 25cm de de processos seguros para seu controle e espessura e 12 metros de profundidade, revestida estocagem, até que deixem de oferecer maior com chapas de aço inoxidável austenítico com risco ao meio ambiente. espessura de ¼ de polegada e mantida cheia com uma solução de água borada. Essa solução atua II.2. ARMAZENAMENTO DO REJEITO DE ALTA com barreira de proteção contra radioatividade. ATIVIDADE O rejeito de alta atividade é gerado pelo processo Os radionuclídeos, que escapam dos elementos de fissão do elemento combustível no reator. O combustíveis usados, são capturados por filtros elemento combustível é composto por um feixe de durante a recirculação da água por circuitos de varetas (15x15/225 tubos) combustíveis, cuja resfriamento. As piscinas das usinas nucleares em estrutura é mantida rígida e eqüidistante por geral são para armazenar todo o combustível reticulados chamados "grades espaçadoras", para usado durante a vida útil dessas usinas. circulação do líquido refrigerante. A vareta, de 4,40 metros de comprimento e 10,76 milímetros A troca dos elementos combustíveis no reator de diâmetro, constitui-se de tubo de uma liga normalmente é feita em um período que pode metálica estanho variar entre 12 e 18 meses, um terço dos denominado zircaloy 4, dentro do qual há uma elementos combustíveis é trocado no núcleo do especial de zircônio e reator. Embora altamente radioativos, esses ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 56 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação elementos usados não são considerados resíduos empregada em fase experimental em duas usinas sólidos, pois ainda contêm grande quantidade nucleares na França e uma no Canadá. combustível de alto valor econômico, com cerca de 43% de produtos para fissão, podendo passar As por um processo de reciclagem para uso em equipamentos são a WESTINGHOUSE, ROGER, reatores PWR, comuns (capazes de utilizarem combustível misto, com dióxido de urânio e principais DAVY empresas BEMAG, fabricantes BALCKE de DUERR, BARDELLA, CONFAB, COBRASMA, entre outras. plutônio) ou nos reatores rápidos a plutônio, denominados de “fast breeders”, existentes na III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA França e no Japão e ainda em fase de Para os equipamentos destinados ao manuseio consolidação tecnológica. dos rejeitos de baixa e média atividade, as manutenções preventivas aplicadas são: • Até que se estabeleça uma política nacional para destinação desses combustíveis usados, eles Monitoramento do estado de conservação dos tambores; • permaneceram nas piscinas de resfriamento das usinas nucleares. O vagonete elétrico para movimentação, sofre troca das mangueiras do sistema hidráulico; lubrificação e verificação do Os equipamentos destinados ao manuseio dos sistema de transmissão. elementos combustíveis e produtos da fissão (rejeitos de alta atividade) são: Para os equipamentos destinados ao manuseio • Pontes rolantes convencionais; dos rejeitos de alta atividade (produtos da fissão), • Vagonetes de transporte de elementos as combustíveis. transferência de combustível e produtos de fissão, pontes rolantes, vagonete de troca e as manutenções aplicadas são, respectivamente: A deposição de rejeitos radioativos • não Lubrificação dos rolamentos da ponte descartáveis no meio ambiente é de competência rolante e cabos de içamento da talha; da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Está verificação dos contatores e comandos em tramitação no Congresso Nacional um projeto elétricos anualmente; • de lei que dispõe sobre a seleção de locais, Substituição das mangueiras do sistema construção, licenciamento, operação, fiscalização, hidráulico; remoção dos sais de boro responsabilidade civil e garantia dos depósitos de precipitados nos componentes mecânicos rejeitos radioativos. e verificação do sistema de transmissão a cada cinco anos. Encontra-se em fase de desenvolvimento a tecnologia de armazenamento a seco de rejeitos Os “racks” não requerem qualquer tipo de de alta atividade. Esta tecnologia está sendo manutenção, uma vez que eles estão imersos em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 57 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação solução borada de pH neutro; portanto, não V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA sujeitos aos efeitos nocivos da corrosão. A vida útil de um equipamento é em função de uma utilização correta e de um bom programa de Cabe também frisar que a utilização da ponte manutenção. rolante e vagonete motorizado (Fuel Transfer System), seria destinados ao manuseio dos Aspectos elementos combustíveis novos e usados, se dá, freqüência de uso e manutenções preventivas não salvo raras exceções, na parada para troca dos realizadas, elementos combustíveis a cada 12 ou 18 meses, o sensivelmente que diminui sensivelmente o desgaste dos equipamento. como a por a atmosfera de trabalho, conseqüência, reduzem vida qualquer útil de componentes dos respectivos equipamentos. Nas centrais nucleares os equipamentos As pontes rolantes e vagonetes destinados ao destinados ao transporte, armazenamento e transporte de rejeitos de baixa e média atividade manipulação não estão sujeitos, de um modo sofrem maior desgaste devido à maior freqüência geral, a condições severas de operação. de utilização dos respectivos equipamentos em função de uma maior produção de rejeitos dessas Alguns equipamentos utilizados na armazenagem categorias nas centrais nucleares. e manipulação dos rejeitos de baixa, média e alta atividade nas centrais nucleares são também IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA utilizados nas indústrias de modo geral. As manutenções corretivas nos equipamentos de manuseio dos rejeitos nucleares são raramente Um item que podemos analisar com maior aplicadas, uma vez que as rotinas de manutenção precisão são as pontes rolantes. Na indústria, preventiva podemos encontrar inúmeros casos em que o são extremamente rígidas e freqüentes. equipamento submetido a condições de utilização muito mais severas em relação às centrais As possíveis falhas estão relacionadas aos nucleares proporcionou durabilidade superior a 25 componentes mecânicos dos vagonetes, como o anos. desgaste prematuro dos rolamentos e corrente de transmissão devido ao acúmulo excessivo de Na central nuclear Almirante Álvaro Alberto, em precipitados, vazamento no sistema hidráulico. Itaorna – Angra dos Reis, o reator de Angra I já Caso ocorra uma dessas situações, a ação está operando há 15 anos, e os equipamentos de corretiva se manifesta em: transporte, manipulação e armazenamento dos • Troca dos rolamentos; rejeitos e elementos combustíveis novos e usados • Substituição da corrente do sistema de encontram-se em perfeito estado de conservação. transmissão; • Substituição das mangueiras e retentores. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 58 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Em função do exposto acima, sugerem-se os seguintes valores para vida útil dos equipamentos: Vida Útil (anos) Racks. 100 Vagonetes para manipulação de rejeitos de baixa e média 30 atividade. Vagonete para manipulação elementos combustíveis novos e 45 usados. Ponte Rolante para transporte e manipulação dos elementos combustíveis 45 Novos e usados. Ponte Rolante para transporte e manipulação dos rejeitos de baixa 30 e média atividade REFERÊNCIAS [1] Mello, J. C. et. al Introdução a Geração NúcleoElétrica, ELETROBRAS/CEMIG Belo Horizonte, ano 1968. [2] Murray, R. L. Energia Nuclear, Hemus Editora Ltda, São Paulo, segunda edição ano 1978. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 59 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Balança para Veículos de Carga RESUMO Inicialmente, A balanças rodoferroviárias são equipamentos rudimentares de dois braços, onde, em um, se destinados à medição de grandes valores massa, colocava o peso padrão e, no outro, o objeto a ser geralmente instaladas em portos, aeroportos pesado. Posteriormente, estas balanças foram rodovias e indústrias em geral, bem como modernizadas sendo colocado em cada braço um empresas atacadistas e mineradoras. Atualmente, prato e, entre eles, uma marcação de zero (ponto existem duas concepções básicas em uso, sendo de equilíbrio). foram concebidas balanças que uma delas, as balanças mecânicas, está sendo convertida e, portanto, modernizadas para Outro tipo de balança tinha um dos seus braços balanças eletrônicas. Nesta conversão, somente a graduado no qual se posicionava um contrapeso plataforma As que se contrapunha ao peso do objeto depositado balanças são equipamentos robustos que apenas sobre um prato localizado no outro braço. Este ocasionalmente manutenção tipo de balança utilizava, portanto, o sistema de corretiva, mas que requerem constantes medidas busca de equilíbrio de massas e apresentava preventivas de forma a manter a qualidade das como vantagem a medição indireta de peso, não pesagem. Com exceção da plataforma, que é uma sendo necessária a utilização de pesos padrões, estrutura muito robusta, os demais itens são exceto na sua fabricação para se efetuar a componentes graduação do braço. dificilmente de pesagem é necessitam aproveitada. de passíveis de seu reparo o substituição se e viabiliza economicamente. Recomenda-se que a vida útil Contudo, estes sistemas de pesagem de uma balança seja de 30 anos, vida esta apresentavam limitações de carga, motivo pelo equivalente a da sua plataforma. qual foram desenvolvidas balanças de grande porte, cujo sistema de leitura é um mostrador I. INTRODUÇÃO analógico de A balança é um instrumento utilizado para medida proporcionalmente à carga instalada sobre a de massa, embora comumente seja empregada o plataforma. Neste caso, a plataforma é apoiada termo pesagem. A história da balança confunde- sobre se com a do comércio. O sistema primitivo de basicamente comercialização, baseado na avaliação visual ou deslocamento do ponteiro era proporcional ao no volume do item comercializado, mostrou-se deslocamento ineficaz, sendo necessária a adoção de um balanças apresentavam a vantagem de serem padrão, mais especificamente o padrão massa. taradas, um ou ponteiro sistema de seja, mecânico alavanca vertical graduado da e composto coxins. plataforma. possibilitava o O Estas desconto automático do peso do recipiente ou veículo transportador. Este tipo de balança também podia Outra vantagem é o ganho de produtividade. Isto ser conectado a um sistema mecânico de registro fica evidente em pontos de pesagem de grande de pesagem que fornecia um comprovante de volume de medidas como, por exemplo, rodovias pesagem impresso mecanicamente. de tráfego intenso, pelo fato de efetuarem pesagem dinâmica. Do ponto de vista de Com o avanço da eletrônica, surgiram as balanças manutenção, desde que sejam respeitados os eletromecânicas, nas quais o mecanismo de parâmetros de projeto e instalação, as balanças medição, até então mecânico, foi substituído por rodoferroviárias apresentam pouca necessidade sensores de carga que fornecem um sinal elétrico de manutenção devido a sua robustez. proporcional à carga suportada. No Brasil, a primeira balança foi construída em No caso das balanças mecânicas, os pontos de São Paulo em 5 de abril de 1886 por Vicente controle Filizola, um imigrante italiano. Posteriormente foi deslocamento angular diferencial, principalmente instalada uma oficina para fabricação em escala entre industrial na rua da Consolação em frente à mecanismo que suporta a carga) e o coxin Biblioteca Municipal de São Paulo e, mais tarde, (suporte de apoio do cutelo, ele é apoiado ou é transferida para um prédio industrial no bairro do parte integrante da sapata, ou cavalete, da Pari, sendo a primeira fábrica nacional de balança). balanças onde foi lançado o primeiro protótipo de dificilmente apresentam problemas mecânicos, balança semi-automática com projeto inteiramente sendo mais comuns problemas eletrônicos. Neste nacional. caso, a existência de defeito é detectada por o mais intensos cutelo As (parte são os superior balanças pontos móvel de do eletromecânicas apresentar leituras inconsistentes. Ë recomendado Há dois sistemas de medida de carga com que este sistema tenha um bom aterramento, balanças rodoferroviárias: medição estática e controle eficaz de tensão de alimentação e fiação medição dinâmica. Uma balança própria para blindada e aterrada para evitar interferências medição estática não admite grandes oscilações eletromagnéticas. durante a pesagem, ao passo que, nos sistemas de pesagem dinâmica, o veículo passa acima da O fator de segurança e a deflexão são os balança a uma velocidade constante. melhores parâmetros para se determinar a resistência mecânica de uma plataforma de A vantagem das balanças eletromecânicas em pesagem. Portanto, quanto maior o fator de relação àquelas puramente mecânicas é a segurança e menor a deflexão, maior será a vida possibilidade de sua integração a um sistema de útil da plataforma Geralmente, no seu projeto, medição através de um sistema supervisor de adota-se a mesma norma (NBR 7188) utilizada pesagem informatizado, ou seja, várias balanças para pontes rodoviárias, ou seja, o fator de podem ser operadas por um sistema supervisório. segurança é a relação entre a carga máxima suportada pela plataforma e a carga admissível ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 61 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação para um conjunto de 3 eixos - a NBR 7188 sensor eletrônico de força ou células de carga em estabelece que este valor é 15 toneladas por eixo. conjunto com um sistema informatizado de O outro parâmetro é a deflexão, ou seja, para a supervisão de pesagem. carga nominal, é a relação entre máxima deformação e a distância entre as sapatas. As balanças rodoferroviárias têm aplicação nos mais diversos setores da economia, em que há As células de carga representam parte substancial necessidade de controle da carga transportada no custo de uma balança e, portanto, cuidados para fins de comercialização e de fiscalização. especiais devem ser tomados. Suas principais características são: construída em aço inoxidável Atualmente, o Brasil possui inúmeros fabricantes para resistir à água e a produtos químicos; ser de balanças rodoferroviárias, dentre os quais hermeticamente selada com proteção contra destacam-se umidade, podendo, inclusive, ficar submersa - Confiança. a Filizola, Toledo, Açores e grau de proteção IP68 e NEMA 6 (100 horas submersa a 1 metro de profundidade); seus cabos II. CARACTERÍSTICAS e conexões devem ser blindados e serem Atualmente, as balanças rodoferroviárias se resistentes à corrosão e a roedores; possuir compõem de uma plataforma construída em aço proteção interna contra descarga atmosférica; estrutural, cujo piso pode ser de concreto ou de sobregarca admissível de 150% e sobrecarga de chapa de aço e um sistema de transmissão de ruptura de 300% e ter certificação de organismos sinal de força, que pode ser mecânico ou internacionais, como NTEP ou IOLM. eletrônico. Este conjunto pode ser instalado em um fosso de tal forma que o piso da balança fique O sistema indicador e de controle de peso pode nivelado com o piso de tráfego ou, em locais que ser um sistema informatizado de supervisão via a escavação não é recomendada, utiliza-se computador ou um indicador digital. Ambos devem balança com rampa. A vantagem deste tipo de ser aterrados. plataforma é a facilidade de limpeza e manutenção, embora o outro tipo exija menor As instalações de uma balança devem estar espaço integradas a um sistema de proteção contra transportador. para alinhamento do veículo descargas atmosféricas. A plataforma é uma estrutura padronizada de Atualmente, as balanças mecânicas estão sendo perfil metálico, geralmente perfil T, de dimensões convertidas em eletromecânicas pela facilidade de compatíveis com a largura e a distância entre operação, eixos dos veículos de carga. Por exemplo, a automático maior dos produtividade, dados e registro possibilidade de empresa Filizola fabrica balanças para cargas interligação em rede. Esta conversão consiste na entre 50 e 120 toneladas com plataforma com substituição do sistema de redução de força por comprimento que varia de 12 a 18 metros e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 62 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação largura de 1,6 metros ou de 3 metros. Já a As balanças eletromecânicas se compõem, além empresa Toledo fabrica balanças para cargas da entre 30 e 150 toneladas com plataforma com transmissor e receptor de dados, composto por comprimento que varia 2,5 metros a 24 metros e células de carga e interligado a um sistema largura padronizada de 1,5 metros a 4,5 metros. supervisório de pesagem. plataforma, de um sistema eletrônico Outros tamanhos e capacidades são fabricados sob encomenda. A plataforma dispõe de sapatas A base deste sistema são as células de carga que em quantidade compatível com o número de fornecem um sinal elétrico proporcional à força células de carga utilizadas. Também não há exercida sobre o ponto de apoio. Portanto, as uniformidade entre os fabricantes do número de células de carga são dispositivos eletromecânicos células de carga adotadas. Esta quantidade é que convertem uma força em um sinal elétrico terminada plataforma, proporcional. O tipo mais comum consiste de um especialmente no que se refere à rigidez da strain Gage (resistência elétrica que varia com a estrutura. carga) montado em uma ponte de Windstone, pelo projeto da encapsulado por uma peça de aço inoxidável As balanças mecânicas se constituem de uma hermética de tal forma que o sensor fica protegido plataforma apoiada em um sistema de redução de da água e da poeira. Apoiada sobre o sensor força que é conectada a um registrado mecânico encontra-se um peça móvel na qual será apoiada de pesagem. a carga. O sensor possui 2 fios para alimentação em corrente contínua e 2 para saída do sinal Os componentes do sistema de redução de força elétrico, geralmente volts. são construídos em aço forjado de alta resistência mecânica. São eles: alavanca receptora de carga, Há dois tipos de sistema supervisório de pesagem interface plataforma/alavanca, cutelo, coxin e que sapata ou cavalete. Sobre a alavanca é apoiada a computador é composto, além da fonte de energia plataforma que permite a transmissão de carga – no-break ou estabilizador de tensão, de uma através da sua linha de centro, eliminando caixa de junção que conecta as células de carga esforços de torção, o que diminui desgastes e da balança a um módulo condicionador de sinais, possibilita pesagem mais precisa. A peça de cuja função principal é amplificar o sinal oriundo interface entre a alavanca e a plataforma pode ser das células de carga, compatibilizando-o com a barras paralelas, e sua função é permitir o tensão admissível de entrada no computador. Os deslocamento horizontal da plataforma quando na sinais elétricos do módulo entram no computador frenagem ou na partida do veículo transportador. através de uma placa de aquisição de dados que O cutelo e os coxins são os mancais da balança, o converte em sinal digital que pode ser sendo a interface entre a alavanca e a sapata da interpretado balança. computacional podem se e interligar. tratado por específico. O sistema um Este via programa programa computacional pode ter várias funções como ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 63 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação entrada automática ou manual e armazenagem de III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA dados, curva de calibração das células de carga, As balanças podem ser classificadas como tara por tipo de veículo, placa do veículo, peso da equipamentos que requerem pouca manutenção, carga transportada, dados do posto de pesagem, dada a sua simplicidade construtiva. Contudo, data, horário, entre outras. Este sistema também alguns cuidados e verificações periódicas devem possibilita a visualização de qualquer dado e a ser tomados para evitar danos à balança ou impressão do comprovante de pesagem em uma manter o erro da medida dentro dos limites impressora convencional. estabelecidos pela legislação correlata. O outro sistema de controle de pesagem é o As medidas básicas de manutenção preventiva indicador digital que tem o objetivo de apresentar consistem em não ultrapassar a capacidade visualmente o peso da carga que está sobre as nominal da balança, mantê-la limpa, inclusive o células de carga. Existem vários tipos de fosso, manter as partes metálicas da plataforma indicadores no mercado, embora cada fabricante pintadas de balança, geralmente, já forneça o sistema corrosão, lubrificação adequada nos pontos de completo. Estes indicadores já possuem entrada atrito e efetuar inspeção periódica do estado preparada para receber diretamente o sinal das estrutural do fosso, visando a detectar a existência células de carga. A desvantagem deste sistema de trincas ou contenção de água em decorrência supervisor de pesagem em relação ao sistema via de problemas no dreno ou da qualidade do seu computador é a saída limitada de dados. piso. Estes fatos podem acarretar em recalque com tinta apropriada para evitar diferencial do piso, o que resultará em danos à O conjunto plataforma e células de carga balança. É interessante, portanto, que o fosso geralmente é montado dentro de um fosso tenha uma boca de visita com sistema de construído com base em concreto devidamente iluminação que possibilite a sua vistoria sem a dimensionado para suportar a carga de cada necessidade de parada da mesma. célula de carga. Este fosso deve ter dreno, de forma a impedir o acúmulo de água no seu Assim como outros instrumentos de medição, as interior, e seu piso deve estar nivelado de forma a balanças apresentam erros em suas medições. impedir uma sobrecarga em uma das células de Na maioria dos países, existe uma legislação carga. As dimensões do fosso devem ser específica que estabelece os erros máximos compatíveis com as células de carga utilizadas e tolerados para os instrumentos de medição, em devem, especial por questões de garantia, ser especificadas pelo fornecedor da balança, ou seja, aqueles utilizados em transações comerciais. as folgas entre a plataforma e o fosso devem ser inferiores ao deslocamento horizontal máximo De acordo com a legislação brasileira, uma admissível da célula de carga. balança, para ser fabricada, e consequentemente vendida, precisa passar por uma série de ensaios ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 64 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação técnicos e testes práticos, que são realizados pelo A calibração eventual é uma verificação feita pelo INMETRO. Estes testes visam a assegurar que o IPEM nas balanças que sofreram algum tipo de projeto da balança em questão esteja de acordo conserto (Assistência Técnica). Esta verificação com as exigências técnicas, tolerâncias e demais visa a assegurar que, após a sua manutenção, as condições previstas em lei. Caso a balança passe características da balança continuem de acordo nesta avaliação, o INMETRO edita uma portaria com a legislação. de aprovação daquela balança especificamente, que é publicada no Diário Oficial da União. Esta A Portaria IPEM 63/44 foi editada em uma época Portaria passa a ser o "RG" daquela balança. em que existiam apenas balanças mecânicas, surgindo, assim, a necessidade de atualizar a Aferição inicial ou verificação inicial é uma legislação relativa aos instrumentos de pesagem verificação que o Instituto de Pesos e Medidas - para proteção do consumidor, para facilidade de IPEM, do ministério da indústria e comércio, faz uso e exatidão das medições de massa e nas balanças, nas instalações do fabricante, antes prevenção contra fraude e influências a que estes das instrumentos estão sujeitos. mesmas entrarem em operação. Esta verificação visa a assegurar que a produção daquela balança esteja de acordo com sua Na Portaria 236/94, portanto, o novo Regulamento portaria de aprovação. Técnico Metrológico (RTM) é uma adaptação da OIML - Organização Internacional de Metrologia A calibração periódica é uma verificação feita pelo Legal, que já está em uso em toda a Europa e em IPEM nas balanças instaladas, que deve ser feita, muitos outros países do mundo, inclusive nos no mínimo, uma vez por ano. Esta calibração visa Estados Unidos. Sob todos os aspectos, este a assegurar a confiabilidade das balanças em uso, novo regulamento é muito mais rigoroso do que a especialmente aquelas utilizadas em transações antiga portaria 63/44, principalmente com respeito comerciais. aos erros tolerados e a severidade dos ensaios. Balanças em uso - calibração periódica no Classe de exatidão: III usuário No máximo de divisões: Aprovado pela Aprovado pela portaria 1.000 portaria 63/44 236/94 De 1/1/1999 a A partir de Divisão Carga aplicada Erro máximo 31/12/2002 1/1/2003 Erro máximo Erro máximo 0 a 2.500kg 5 kg 2,5 kg 2,5 kg 5 kg 2.505 a 10.000 kg 10 kg 5,0 kg 5,0 kg 10.005 a max 15 kg 7,5 kg 7,5 kg 0 a 5.000kg 10 kg 5 kg 5 kg 10 kg 5.010 a 20.000 kg 20 kg 10 kg 10 kg 20.010 a max 30 kg 15 kg 15 kg ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 65 Balanças novas calibração inicial Aprovado pelas portarias 63/44 e236/94 A partir de 1/1/1998 Erro máximo 2,5 kg 5,0 kg 7,5 kg 5 kg 10 kg 15 kg Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Os erros máximos permitidos pelo novo RTM partes móveis do tipo relojoaria, pode ter a mesma dependem da classe de exatidão a que o vida útil, desde que a manutenção seja adequada instrumento pertence. e haja peças de reposição. Ressalta-se que, atualmente, o tipo mecânico tem sido substituído A cada inspeção deve ser constada a pela concepção eletromecânica e que a garantia necessidade de lubrificação dos pontos móveis de de peças de reposição é geralmente de 5 anos contato de forma a minimizar os desgastes e, após o fim da fabricação do modelo de balança. conseqüentemente, a vida útil dos componentes. Os principais pontos de contato são: nas balanças A plataforma das balanças eletromecânicas é a mecânica, interface cutelo/coxin; nas balanças mesma do outro tipo, sendo sua vida útil de, pelo eletrônicas, interface plataforma/célula de carga. menos, 30 anos. O grande fator de substituição do sistem a eletrônico de pesagem é a sua IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA obsolescência tecnológica, pois cada vez mais Nas balanças rodoferroviárias, dificilmente ocorre dados são requeridos em menor período de empenamento tempo. da plataforma desde que Isto acarreta na necessidade de obedecido o limite de carga. Contudo, caso isto substituição da placa de aquisição do programa ocorra, a plataforma deve ser removida e computacional e do hardware. Atualmente, os desempenada hardwares e o programa são concebidos para pelo fabricante ou oficina uma vida de 5 anos. Contudo, os demais recomendada por este. componentes, como células de carga, caixa de Danos em cutelos ou em coxin acarretam na sua junção e módulo conversor, são peças passíveis substituição por pessoal qualificado. Entretanto, de substituição, e a sua vida útil situa-se próxima os componentes eletrônicos, tais como células de de 10 anos. carga, módulo conversor de sinais, placa de aquisição e indicador digital, somente devem ser De modo geral, pode-se afirmar que uma balança avaliados pelo fornecedor ou assistência técnica somente é descartada por motivo econômico autorizada após, no mínimo, 30 anos de uso. Esta vida do fabricante, pois trata-se de equipamentos que necessitam de conhecimento e econômica instrumentos específicos para o diagnóstico. plataforma, pois é o item universal, independe do tipo do é compatível sistema de com pesagem. a Os vida da demais V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA componentes geralmente são substituídos por A análise da vida útil econômica de balanças deve componentes de reposição quando apresentam ser feita segundo o tipo de balança. As balanças defeito, pois são unidades modulares cujo custo mecânicas de reparo, quando possível, aproxima-se do custo apresentam grande robustez e, embora haja necessidade eventual de pequenos reparos na plataforma e no sistema de redução de força, sua vida útil é de, no mínimo, 30 anos. Já o indicador mecânico de carga, que possui diversas do componente. REFERÊNCIAS [1] Filizola - Balanças industriais Ltda - Catálogos e Home Page - www.filizola.com.br. [2] Balanças Toledo – Catálogos ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 67 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Banco de Capacitores (Sistemas de Distribuição) • Geradores; possuem • Motores Síncronos; características que tornam o projeto e a instalação • Capacitores. RESUMO Os de sistemas bancos de de distribuição capacitores uma tarefa relativamente mais simples, se comparados aos De modo a evitar perdas pela transmissão a bancos de transmissão. Apesar das várias partes longas distâncias, essas fontes de energia reativa componentes por devem ser instaladas próximas aos consumidores. equipamentos de manobra e proteção, suas Com isso, obtém-se ainda um melhor rendimento características do sistema elétrico. constituídas não basicamente exigem condições muito especiais de operação. As unidades capacitivas que constituem o componente principal do banco A energia reativa indutiva gerada em aparelhos de capacitores, representam o ponto principal de com bobinas, como transformadores, apresentam falha decorrente das características do sistema. fator de potência indutivo. Por outro lado, a Além disso, o comando de bancos de capacitores capacitiva gerada em compensadores síncronos gera perturbações que devem ser amenizadas ou ou eliminadas para não danificar ou interferir no capacitivo. capacitores, possui fator de potência funcionamento de outros equipamentos ligados ao sistema.Os próprios componentes pertencentes II. CARACTERÍSTICAS GERAIS ao banco devem ser dimensionados de modo a suportar tais perturbações para um funcionamento II.1. FATOR DE POTÊNCI A perfeito e seguro do banco de capacitores. Relaciona a potência ativa pela aparente, ou seja: Considerando-se os diversos fatores que têm FP = influência direta na vida útil dos bancos de capacitores conforme destacado ao longo do sendo de 15 anos. P = S 2 − Q2 Capacitores basicamente A potência reativa é necessária para diversos como motores elétricos, transformadores, fornos a arco, podendo ser obtida de: Q – potência reativa II.2. PRINCÍPIOS BÁSICOS I. INTRODUÇÃO equipamentos, S sendo: texto, pode-se estimar a vida útil econômica de um banco de capacitores de distribuição como P são de equipamentos duas placas constituídos paralelas denominadas eletrodos. Um material isolante é colocado entre as mesmas, denominado de dielétrico. • O campo elétrico originado por uma tensão V Líquido de Impregnação: atualmente aplicada entre as placas paralelas separadas por usado o Ecóleo 200 – hidrocarboneto uma distância d será dado por: aromático sintético, no lugar do ascarel. E= • V [V / m] d Resistor de Descarga: usado para drenar a carga elétrica de modo que a tensão A capacidade de um capacitor que avalia a resultante quantidade eliminada. A tensão deve ser reduzida a de carga elétrica possível de armazenar, é dada por: C= entre os terminais seja 5V em 1min para capacitores de tensão Q ´[F] V nominal de até 660V, e a 5V em 5 min para os demais. sendo a unidade o farad. III.1. PROCESSO DE CONSTRUÇÃO Os capacitores, a exemplos de outros elementos A parte ativa dos capacitores é constituída de de um circuito, podem ser ligados em série ou eletrodos de alumínio separados entre si pelo paralelo. dielétrico de polipropileno associado ao papel • Série: a capacidade equivalente será Kraft, formando o que se denomina de armadura menor, dada por: ou bobina. Essas bobinas são montadas no interior da caixa metálica e ligadas em série, 1 1 1 1 = + + ... + C e C1 C2 Cn • paralelo ou série-paralelo, de forma a resultar na Paralelo: a capacidade equivalente Ce capacitância de projeto. Outros isolantes será maior, dada por: tecnologias podem ser empregados. C e = C1 + C 2 + ... + Cn e O conjunto é colocado em uma estufa para que se processe a secagem das bobinas, com a retirada total da umidade. III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS As partes componentes de um capacitor de A presença de umidade provocará, quando em potência são as seguintes: • Caixa: invólucro da parte ativa operação, descargas parciais no interior do do capacitor, reduzindo a sua vida útil com a capacitor, feita de chapa de aço. • conseqüente queima da unidade. Armadura: constituídas de folhas de alumínio enroladas com o dielétrico. • Em seguida, com a unidade ainda sob vácuo, Dielétrico: fina camada de filme de inicia-se o processo de impregnação. A caixa polipropileno especial, normalmente junto metálica é vedada e os isoladores, terminais e a uma camada de papel dielétrico (papel placa de identificação são então colocadas. Kraft). Por fim, são executados os ensaios previstos na norma. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 69 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV.4. TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO IV. CARACTERÍSTICAS ELÈTRICAS Os capacitores nunca podem ser submetidos a Um capacitor possui diversas características uma tensão superior a 110% da tensão nominal. elétricas importantes, destacadas a seguir. Como a potência reativa é proporcional ao quadrado IV.1. POTÊNCIA NOMINAL A potência nominal reativa é usada da tensão, se o capacitor for especificado para uma tensão superior a de para operação, sua potência será reduzida. especificar um capacitor, ao contrário de outros equipamentos onde é especificada a potência Contudo, no caso de sistemas com regulação nominal aparente. precária, o capacitor poderá ser submetido a sobretensões que reduzem drasticamente sua A capacitância C pode ser obtida por: C= 1000 ⋅ Q c 2π ⋅ F ⋅ Vn2 vida útil. IV.5. SOBRETENSÃO sendo De acordo com a NBR 5282 de 1977, são os Qc – potência reativa, em kVar seguintes os limites de sobretensão: F – freqüência nominal, em Hz • Vn – tensão nominal, em kV operação contínua. C – capacitância, em µF. • e freqüências nominais a curtos de operação não superiores a 300 ocorrências ao longo de absorvida do sistema quando este está submetido tensão Acima de 110% da tensão nominal durante períodos A potência reativa de um capacitor é aquela a 110% da tensão nominal em regime de sua vida útil. uma temperatura ambiente não superior a 20°C IV.6. SOBRECARGAS (ABNT). Os capacitores podem suportar uma sobrecarga admissível de até 135% da sua potência nominal, IV.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL Corresponde à freqüência de com tensão não superior a 110% da sua tensão operação, nominal, normalmente 60 Hz. È importante especificar seu acrescida das eventuais tensões harmônicas. valor, uma vez que a potência reativa do capacitor é diretamente proporcional a este parâmetro. Os capacitores podem operar continuamente com no máximo 180% da sua corrente nominal, em IV.3. TENSÃO NOMINAL valor eficaz, com até 110% da sua tensão Para unidades trifásicas especifica-se a tensão de nominal, a freqüência nominal, considerando as linha e para unidades monofásicas a tensão de eventuais correntes harmônicas. fase. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 70 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Se a elevação de tensão no sistema é mantida R com a operação dos capacitores, pode ocorrer S uma saturação no núcleo do transformador, resultando na formação de harmônicos, podendo chegar ao limite de provocar o fenômeno de ressonância entre o capacitor e o transformador. T Figura 1 – Estrela Aterrada Por isso, é recomendável o desligamento do banco de capacitores no período de carga leve da Para sistemas com neutro isolado, a circulação de instalação. correntes de seqüência zero devido a uma falta IV.7. PERDAS DIELÉTRICAS fase-terra, podem causar sobretensões nas fases A corrente que flui pelo dielétrico de um capacitor não atingidas. Por isso, não deve-se empregar produz perdas Joule. este tipo de arranjo neste caso. A relação entre as perdas do capacitor e a sua V.2. TRIÂNGULO potência reativa é denominada de tangente do Empregado ângulo de perdas – tg δ. sistemas de distribuição. Nesta configuração, as principalmente no primário dos correntes de terceira harmônica são anuladas pelo V. LIGAÇÃO DOS CAPACITORES ∆. EM BANCOS Para bancos série, não é verificada a ocorrência Para distribuição, normalmente são empregados de sobretensões nas unidades remanescentes dois tipos principais de configuração. quando efetivamente em sistemas aterrado perda de uma das unidades capacitivas. V.1. ESTRELA ATERRADA Empregado da – cujo neutro seja normalmente em R instalações industriais. S Oferece uma baixa impedância para as correntes harmônicas, reduzindo os níveis de sobretensão T Figura 2 – Triângulo devido as mesmas. O uso de bancos série não é recomendável por VI. DIMENSIONAMENTO DOS BANCOS apresentarem baixa reatância, o que resultas em Independente do nível de tensão do sistema, a elevadas correntes de curto-circuito. potência reativa de projeto irá determinar a potência total de um banco de capacitores. Contudo, alguns pontos devem ser considerados ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 71 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação para a determinação do arranjo e do número de VI.1. EQUIPAMENTOS DE MANOBRA DOS BANCOS unidades capacitivas que irão formar o banco. Os capacitores, no momento da energização, apresentam-se de para o sistema curto-circuito, como uma absorvendo uma As unidades capacitivas são divididas por tensão condição e potência, podendo ser monofásicas ou trifásicas. elevada corrente, que é limitada apenas pela Para bancos de distribuição, as unidades podem impedância da rede. ser monofásicas ou trifásicas. Nesta situação, os contatos das chaves de a manobra, ao ligar um capacitor ou banco, são determinação da potência nominal das unidades extremamente solicitados pela corrente inicial. que formarão o banco, existem alguns aspectos Estas chaves, portanto, devem ser dimensionadas técnicos. Um número reduzido de capacitores em para correntes bem superiores à sua capacidade série por fase ou um número pequeno de nominal. O fechamento dos contatos das chaves capacitores em paralelo por grupo e por fase pode deve ser simultâneo para as três fases, a fim de implicar sobretensões, caso ocorra a eliminação se de extremamente danosa para a vida útil dos Além do fator unidades econômico capacitivas usado pelos para fusíveis evitar a formação de arco elétrico, correspondentes. contatos. Para cada configuração, o número mínimo de A NBR 5060/77 estabelece que os equipamentos capacitores em paralelo por grupo e por fase é de manobra, controle e proteção devem ser diferente, bem como as tensões e correntes projetados para suportar permanentemente uma resultantes. corrente igual a 1,3 vez a corrente dada, para uma tensão senoidal de valor eficaz igual à tensão nominal, na freqüência nominal. Para qualquer arranjo, quando ocorrer um defeito no interior de um capacitor ligado em paralelo a um determinado grupo, a energia armazenada das Os bancos unidades remanescentes será descarregada no distribuição capacitor defeituoso. Portanto, o número de manobrados através dos seguintes equipamentos: • unidades capacitivas será limitado de modo que a de em capacitores baixa trifásicos tensão podem para ser Chave Seccionadora Tripolar: a chave energia transferida não ultrapasse a energia deve ser de abertura em carga, com uma máxima permitida. corrente mínima de 1,35 vez a corrente do banco. • Existe ainda a limitação da quantidade de Contatores Magnéticos: a corrente potência capacitiva que se pode manobrar, a fim mínima nominal dos contatores deve ser de não permitir uma elevação de tensão superior de 1,5 vez a corrente do banco. a 10%. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 72 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Disjuntores Termomagnéticos: a manobra, pois quando a corrente no capacitor corrente de ajuste da unidade térmica deve zerar, a tensão entre seus terminais será mantida. ser de 1,35 vez a corrente do banco. No semiciclo seguinte da tensão da rede, os terminais do disjuntor estarão sujeitos a uma Dependendo da aplicação e da própria tensão tensão pode-se usar os equipamentos de manobra caracterizando a sobretensão. conforme destacados para os bancos duas vezes a tensão da rede, de Outro fator importante deve-se a descargas transmissão. atmosféricas, que atingem os sistemas aéreos VI.2. TRANSITÓRIOS EM BANCOS DE através de indução ou, em menor proporção, CAPACITORES diretamente. Neste caso, o banco deve ter uma A operação de bancos de capacitores gera potência mínima para ser considerado auto- sobrecorrentes e sobretensões que podem causar protegido. danos tanto na própria unidade capacitiva como em outros equipamentos ligados ao sistema. VI.2.4. Influência dos Harmônicos nos Bancos de Capacitores VI.2.1. Sobrecorrentes Dentre os principais geradores de harmônicos no São as correntes resultantes da energização do sistema pode-se destacar os fornos a arco, banco e as correntes de contribuição durante os retificadores e máquinas de solda. Geradores e processos de curto-circuito no sistema ou no transformadores próprio banco. sobretensão operando também sob constituem regime de fontes de harmônicos, devido à saturação do núcleo. VI.2.2. Corrente de Energização Quando se energiza um capacitor ou banco, surge Como a reatância de um capacitor é inversamente uma alta proporcional à freqüência, o mesmo constitui um freqüência e pequena constante de tempo que caminho fácil para circulação de correntes depende dos seguintes fatores: elevadas. Isso ocorre na presença de harmônicos elevada corrente transitória de • Capacitância do circuito; de tensão de freqüência maior que a nominal do • Indutância do circuito; sistema. • Tensão • residual dos capacitores no momento de sua energização; As correntes harmônicas podem provocar perdas Valor da tensão senoidal no momento da elevadas nos capacitores, resultando sobrecargas ligação do banco. que, se acima de 35% do seu valor nominal, danificam as referidas células. Além disso, são VI.2.3. Sobretensões Podem surgir desenergização responsáveis pelo aquecimento nos condutores, principalmente do banco – devido à operação de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica barramentos, etc., em função do efeito peculiar – 73 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação nas freqüências mais elevadas a corrente tende a forma, todos os equipamentos neste trecho do circular pela periferia dos condutores. sistema serão submetidos a elevados níveis de sobrecorrente. A corrente máxima que deve ser absorvida pelos VI.2.8. Proteção da Unidade Capacitiva capacitores é de 180% da corrente fundamental. Cada capacitor componente de um banco deve VI.2.5. Proteção de Capacitores ser protegido individualmente contra curto-circuito Para se evitar danos às unidades capacitivas ou interno, a fim de se evitar a ruptura de sua caixa limitar seus efeitos devido a perturbações do metálica, resultando na formação de gases, sistema, devido à queima de seus componentes. deve-se instalar equipamentos de proteção. A proteção para bancos de distribuição é feita As perturbações mais comuns são as normalmente através de fusíveis do tipo NH ou sobretensões e os curtos-circuitos. diazed de atuação lenta. Em alguns casos, podese usar chaves fusíveis ou fusíveis de elevada VI.2.6. Proteção contra Sobretensões capacidade de ruptura. A proteção de maior aplicação tem sido os páraraios a resistor não linear e secundariamente os VI.2.9. Proteção de Capacitores em Grupo gaps. Apesar de se recomendar a proteção individual das unidades capacitivas, pode-se aplicar fusíveis Para qualquer configuração do banco de para proteção em grupo. Neste caso, não deve-se capacitores, deve-se utilizar os pára-raios. No usar mais de quatro unidades em paralelo no caso de bancos de potência elevada, os pára- grupo a ser protegido. raios devem estar localizados no lado dos terminais de alimentação do disjuntor de proteção É importante frisar que o fusível, tanto para do banco, a fim de evitar que a energia aplicação individual como em grupo deve atuar no armazenada nos capacitores danifique os pára- tempo inferior ao valor máximo admitido para a raios durante as manobras do disjuntor. ruptura da caixa metálica do capacitor. Esta ruptura pode resultar apenas em vazamento do VI.2.7. Proteção contra Sobrecorrentes líquido isolante, reduzindo a vida útil, ou, em Quando ocorre um defeito no sistema ao qual está casos mais graves, na explosão da unidade. ligado um banco de capacitores toda a energia armazenada em cada célula capacitiva se VI.2.10. Proteção por Relés de Sobrecorrente descarrega no ponto em curto-circuito, fazendo É o meio mais seguro para a proteção de bancos com que a corrente resultante (contribuição dos de capacitores. Podem ser utilizados em vários capacitores mais a do sistema) percorra toda a esquemas, dependendo do tipo de proteção que rede desde o ponto de instalação do referido se deseja. Os relés de sobrecorrente são ligados banco até o ponto onde se localiza a falta. Dessa ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 74 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • a transformadores de corrente e atuam sobre disjuntores que manobram todo o banco. Barramentos e isoladores, verificando a existência de sinais de trincas no caso dos isoladores. • Os relés de sobrecorrente devem ser ajustados para 1,3 vez a corrente nominal. Contatores e chaves, para verificar a condição de operação dos mesmos. • Capacitores, realizando-se algumas VI.2.11. Aterramento de Capacitores medições como de capacitância e perdas Os bancos de capacitores para distribuição são para verificar as condições de operação ligados geralmente em triângulo, devendo-se dos mesmos ou detectar alguma eventual aterrar a carcaça de cada equipamento bem como falha no equipamento. a sua estrutura metálica de montagem. O cabo de aterramento deve ser ligado à malha de terra da A periodicidade é variável, mas a priori ficaria em subestação e ter seção transversal não inferior à torno de um ano. do condutor de fase do capacitor ou banco. VIII. MANUTENÇÃO CORRETIVA VI.2.12. Condições de Operação A Os capacitores devem ser adequados para manutenção corretiva concentra-se basicamente na troca de fusíveis queimados e trabalhar na posição vertical em altitudes não pequenos superiores a 1000m e em temperaturas ambientes reparos mecânicos. Pequenos vazamentos ou buchas trincadas em unidades máximas durante o ano de 35° C para capacitores capacitivas, por exemplo, podem ser reparados de categoria de temperatura de 50° C, e de 30 e pelo fabricante. 20° C para as categorias respectivas de 45 e 40° C. Antes de qualquer reparo ou inspeção, deve-se sempre desenergizar o circuito, aguardando ao VII. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Os bancos de capacitores menos uns 10 minutos para que a carga do exigem uma capacitor seja descarregada, aterrando-se então o manutenção preventiva cuidadosa. Desta forma, o equipamento proporcionará um banco através da chave de aterramento. melhor desempenho aumentando sua durabilidade. IX. VIDA ÚTIL ECONÔMICA As unidades capacitivas representam o principal De um modo geral, devem ser inspecionados os componente para o funcionamento de um banco seguintes itens: de capacitores. Seu projeto, portanto, exige • Conexões, verificando visualmente as cuidados adicionais, principalmente quanto ao tipo condições das mesmas. • Fusíveis, existência observando de fusíveis e qualidade do isolante usado. A manutenção se não há queimados a preventiva, no exposto anteriormente, torna-se de extrema importância no controle da circuito. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica conforme vida útil, detectando e corrigindo possíveis 75 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação problemas, como vazamentos ou inchaço da unidade, decorrentes de condições adversas de operação do sistema como sobretensão, principalmente. As causas principais desses problemas devem ser apuradas na medida do possível, visando evitar ou pelo menos minimizar sua influência em ocorrências futuras. Além disso, as perturbações geradas pelo chaveamento dos bancos que constituem um fator de grande influência no sistema, influem também no próprio funcionamento dos componentes do banco, como as chaves, mesmo com as proteções existentes. Assim, considerando-se todos esses pontos, pode-se estimar a vida útil econômica dos bancos de capacitores de distribuição como sendo de 15 anos. REFERÊNCIAS [1] Filho, J. M. Manual de Equipamentos Elétricos. Livros Técnicos e Científicos Editora, Volume 2, 2a edição 1994. [2] Normas ABNT: NBR 5060/77 e NBR 5282 /77. [3] Catálogos e informações de fabricantes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 76 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Banco de Capacitores (Sistemas de Transmissão) RESUMO De modo a evitar perdas pela transmissão a largamente longas distâncias, essas fontes de energia reativa usados em sistemas de potência. Apesar de devem ser instaladas próximas aos consumidores. simples, possuem grande influência no sistema, Com isso, obtém-se ainda um melhor rendimento gerando perturbações e transitórios que acabam do sistema elétrico. Capacitores são equipamentos afetando o funcionamento e operação de outros equipamentos do sistema. Por outro lado, as A energia reativa indutiva gerada em aparelhos próprias afetam com bobinas, como transformadores, apresentam sobremaneira o funcionamento dos capacitores, fator de potência indutivo. Por outro lado, a tornando-se um fator determinante na vida útil dos capacitiva gerada em compensadores síncronos mesmos. Quando ligados em bancos, alguns ou pontos de ordem técnica e econômica devem ser capacitivo. condições do sistema capacitores, possui fator de potência levados em conta para um projeto adequado. II. CARACTERÍSTICAS GERAIS Particularmente para os bancos de transmissão, devido às próprias características do sistema como alta tensão, é necessário um estudo mais II.1. FATOR DE POTÊNCIA detalhado, com o uso de equipamentos mais Relaciona a potência ativa pela aparente, ou seja: robustos, com características e projetos especiais. FP = Considerando as várias partes componentes de P S sendo: um banco e as características de operação P = S 2 − Q2 conforme frisadas acima, pode-se estimar a vida Q – potência reativa útil de um banco de capacitores de transmissão como sendo de 20 anos. II.2. PRINCÍPIOS BÁSICOS Capacitores I. INTRODUÇÃO basicamente A potência reativa é necessária para diversos equipamentos, como motores • Motores Síncronos; • Capacitores. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica duas placas constituídos paralelas colocado entre as mesmas, denominado de dielétrico. obtida de: Geradores; de equipamentos denominadas eletrodos. Um material isolante é elétricos, transformadores, fornos a arco, podendo ser • são O campo elétrico originado por uma tensão V aplicada entre as placas paralelas separadas por uma distância d será dado por : 77 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação E= • V [V / m] d Resistor de Descarga: usado para drenar a carga elétrica de modo que a tensão resultante entre os terminais seja A capacidade de um capacitor que avalia a eliminada. A tensão deve ser reduzida a quantidade 5V em 1min para capacitores de tensão de carga elétrica possível de armazenar, é dada por: C= nominal de até 660V, e a 5V em 5 min Q ´[F] V para os demais. sendo a unidade o farad. III.1. PROCESSO DE CONSTRUÇÃO A parte ativa dos capacitores é constituída de Os capacitores, a exemplos de outros elementos eletrodos de alumínio separados entre si pelo de um circuito, podem ser ligados em série ou dielétrico de polipropileno associado ao papel paralelo. Kraft, formando o que se denomina de armadura • Série: a capacidade equivalente será ou bobina. Essas bobinas são montadas no menor, dada por: interior da caixa metálica e ligadas em série, paralelo ou série-paralelo, de forma a resultar na 1 1 1 1 = + + ... + C e C1 C2 Cn • capacitância de projeto. Outros isolantes e tecnologias podem ser empregados Paralelo: a capacidade equivalente Ce será maior, dada por: O conjunto é colocado em uma estufa para que se C e = C1 + C 2 + ... + Cn processe a secagem das bobinas, com a retirada total da umidade. III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS As partes compone ntes de um capacitor de A presença de umidade provocará, quando em potência são as seguintes: operação, descargas parciais no interior do • Caixa: invólucro da parte ativa capacitor, reduzindo a sua vida útil com a do conseqüente queima da unidade. capacitor, feita de chapa de aço. • • Armadura: constituídas de folhas de alumínio enroladas com o dielétrico. Em seguida, com a unidade ainda sob vácuo, Dielétrico: fina camada de filme de inicia-se o processo de impregnação. A caixa polipropileno especial, normalmente junto metálica é vedada e os isoladores, terminais e a uma camada de papel dielétrico (papel placa de identificação são então colocadas. Kraft). • Líquido de Impregnação: atualmente Por fim, são executados os ensaios previstos na usado o Ecóleo 200 – hidrocarboneto norma. aromático sintético, no lugar do ascarel. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 78 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS IV.4. TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO Um capacitor possui diversas características Os capacitores nunca podem ser submetidos a elétricas importantes, destacadas a seguir. uma tensão superior a 110% da tensão nominal. IV.1. POTÊNCIA NOMINAL Como a potência reativa é proporcional ao A potência nominal reativa quadrado é usada para da tensão, se o capacitor for especificar um capacitor, ao contrário de outros especificado para uma tensão superior a de equipamentos onde é especificada a potência operação, sua potência será reduzida. nominal aparente. Contudo, no caso de sistemas com regulação precária, o capacitor poderá ser submetido a A capacitância C pode ser obtida por : C= 1000 ⋅ Q c 2π ⋅ F ⋅ Vn2 sobretensões que reduzem drasticamente sua vida útil. sendo: IV.5. SOBRETENSÃO Qc – potência reativa, em kVar De acordo com a NBR 5282 de 1977, são os F – freqüência nominal, em Hz seguintes os limites de sobretensão: Vn – tensão nominal, em kV • C – capacitância, em µF. 110% da tensão nominal em regime de operação contínua. • A potência reativa de um capacitor é aquela períodos absorvida do sistema quando este está submetido à tensão e freqüências nominais a curtos de operação não superiores a 300 ocorrências ao longo de uma sua vida útil. temperatura ambiente não superior a 20°C (ABNT). IV.6. SOBRECARGAS Os capacitores podem suportar uma sobrecarga IV.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL Corresponde Acima de 110% da tensão nominal durante à freqüência de admissível de até 135% da sua potência nominal, operação, com tensão não superior a 110% da sua tensão normalmente 60 Hz. È importante especificar seu nominal, valor, uma vez que a potência reativa do capacitor acrescida das eventuais tensões harmônicas. é diretamente proporcional a este parâmetro. Os capacitores podem operar continuamente com IV.3. TENSÃO NOMINAL no máximo 180% da sua corrente nominal, em Para unidades trifásicas es pecifica-se a tensão de valor eficaz, com até 110% da sua tensão linha e para unidades monofásicas a tensão de nominal, a freqüência nominal, considerando as fase. eventuais correntes harmônicas. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 79 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Se a elevação de tensão no sistema é mantida pelos fusíveis correspondentes ou por ocasião de com a operação dos capacitores, pode ocorrer manobras no banco, o potencial de neutro pode uma saturação no núcleo do transformador, flutuar até a tensão de fase. Neste caso, deve-se resultando na formação de harmônicos, podendo isolar o banco para a tensão de fase. chegar ao limite de provocar o fenômeno de ressonância entre o capacitor e o transformador. V.2. DUPLA ESTRELA ISOLADA Por isso, é recomendável o desligamento do Utilizada em bancos de grande capacidade, tendo banco de capacitores no período de carga leve da as mesmas características de uma única estrela instalação. isolada R S IV.7. PERDAS DIELÉTRICAS R A corrente que flui pelo dielétrico de um capacitor S T produz perdas Joule. R S A relação entre as perdas do capacitor e a sua T potência reativa é denominada de tangente do T ângulo de perdas – tg δ. V. LIGAÇÃO DOS Figura 2 – Dupla Estrela Isolada CAPACITORES EM VI. DIMENSIONAMENTO DOS BANCOS BANCOS Pode-se Independente do nível de tensão do sistema, a destacar duas configurações potência reativa de projeto irá determinar a normalmente usadas. potência total de um banco de capacitores. Contudo, alguns pontos devem ser considerados V.1. ESTRELA ISOLADA para a determinação do arranjo e do número de Aplicada para sistemas com neutro aterrado ou unidades capacitivas que irão formar o banco. isolado. R Para S bancos de distribuição, as unidades capacitivas usadas serão sempre monofásicas. Além do fator econômico usado para a determinação da potência nominal das unidades T que formarão o banco, existem alguns aspectos Figura 1 – Estrela Isolada técnicos. Um número reduzido de capacitores em série por fase ou um número pequeno de Como não há ligação a terra, as correntes de capacitores em paralelo por grupo e por fase pode terceira harmônica não têm influência. Por outro implicar sobretensões, caso ocorra a eliminação lado, devido à eliminação de unidades capacitivas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 80 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação de unidades capacitivas pelos fusíveis extremamente danosa para a vida útil dos correspondentes. contatos. Para cada configuração, o número mínimo de A NBR 5060/77 estabelece que os equipamentos capacitores em paralelo por grupo e por fase é de manobra, controle e proteção devem ser diferente, bem como as tensões e correntes projetados para suportar permanentemente uma resultantes. corrente igual a 1,3 vez a corrente dada, para uma tensão senoidal de valor eficaz igual à tensão Para qualquer arranjo, quando ocorrer um defeito nominal, na freqüência nominal. no interior de um capacitor ligado em paralelo a um determinado grupo, a energia armazenada das No momento da desenergização de um banco de unidades remanescentes será descarregada no capacitores de transmissão, os terminais de fonte capacitor defeituoso. Portanto, o número de de unidades capacitivas será limitado de modo que a submetidos à tensão do sistema, enquanto os energia transferida não ultrapasse a energia terminais de carga (lado do capacitor) ficam máxima permitida. submetidos um equipamento à tensão de manobra resultante da estão carga armazenada pelo capacitor. Existe ainda a limitação da quantidade de potência capacitiva que se pode manobrar, a fim Desse modo, os equipamentos de manobra mais de não permitir uma elevação de tensão superior indicados são os seguintes: • a 10%. Disjuntores a SF6: praticamente não permitem a reignição do arco, tendo ainda VI.1. EQUIPAMENTOS DE MANOBRA DOS BANCOS a capacidade de absorver a energia Os capacitores, no momento da energização, gerada pelo mesmo, não permitindo danos apresentam-se no equipamento. condição de para o sistema curto-circuito, como uma absorvendo uma • Disjuntores a Vácuo: capazes elevada corrente, que é limitada apenas pela interromper impedância da rede. independentemente do seu valor. • correntes de capacitivas Disjuntores a Óleo: deve-se especificar Nesta situação, os contatos das chaves de certas características como a inserção manobra, ao ligar um capacitor ou banco, são temporária de um resistor série em cada extremamente solicitados pela corrente inicial. pólo do disjuntor para restringir a reignição Estas chaves, portanto, devem ser dimensionadas do arco. para correntes bem superiores à sua capacidade • Chaves a Óleo: algumas usam o mesmo nominal. O fechamento dos contatos das chaves princípio de inserção de um resistor, porém deve ser simultâneo para as três fases, a fim de não podem operar na condição de curto- se circuito. evitar a formação de arco elétrico, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 81 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação VI.2. TRANSITÓRIOS EM BANCOS DE diretamente. Neste caso, o banco deve ter uma CAPACITORES potência mínima para ser considerado auto- A operação de bancos de capacitores gera protegido. sobrecorrentes e sobretensões que podem causar danos tanto na própria unidade capacitiva como VI.6. em outros equipamentos ligados ao sistema. BANCOS DE CAPACITORES INFLUÊNCIA DOS HARMÔNICOS NOS Dentre os principais geradores de harmônicos no VI.3. SOBRECORRENTES sistema pode-se destacar os fornos a arco, São as correntes resultantes da energização do retificadores e máquinas de solda. Geradores e banco e as correntes de contribuição durante os transformadores processos de curto-circuito no sistema ou no sobretensão próprio banco. harmônicos, devido à saturação do núcleo. VI.4. CORRENTE DE ENERGIZAÇÃO Como a reatância de um capacitor é inversamente Quando se energiza um capacitor ou banco, surge proporcional à freqüência, o mesmo constitui um uma alta caminho fácil para circulação de correntes freqüência e pequena constante de tempo que elevadas. Isso ocorre na presença de harmônicos depende dos seguintes fatores: de tensão de freqüência maior que a nominal do elevada corrente transitória • Capacitância do circuito • Indutância do circuito • Tensão • residual de operando também sob constituem regime de fontes de sistema. dos capacitores no As correntes harmônicas podem provocar perdas momento de sua energização. elevadas nos capacitores, resultando sobrecargas Valor da tensão senoidal no momento da que, se acima de 35% do seu valor nominal, ligação do banco. danificam as referidas células. Além disso, são responsáveis pelo aquecimento nos condutores, VI.5. SOBRETENSÕES Podem surgir desenergização barramentos, etc., em função do efeito peculiar – principalmente do banco – devido à operação de nas freqüências mais elevadas a corrente tende a circular pela periferia dos condutores. manobra, pois quando a corrente no capacitor zerar, a tensão entre seus terminais será mantida. A corrente máxima que deve ser absorvida pelos No semiciclo seguinte da tensão da rede, os capacitores é de 180% da corrente fundamental. terminais do disjuntor estarão sujeitos a uma tensão duas vezes a tensão da rede, V.7. PROTEÇÃO DE CAP ACITORES caracterizando a sobretensão. Para se evitar danos às unidades capacitivas ou limitar seus efeitos devido a perturbações do Outro fator importante deve-se a descargas sistema, atmosféricas, que atingem os sistemas aéreos proteção. deve-se instalar equipamentos de através de indução ou, em menor proporção, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 82 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação As perturbações mais comuns são as A proteção para bancos de distribuição é feita sobretensões e os curto-circuitos. normalmente através de fusíveis do tipo NH ou diazed de atuação lenta. Em alguns casos, pode- VI.8. PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES se usar chaves fusíveis ou fusíveis de elevada A proteção de maior aplicação tem sido os pára- capacidade de ruptura. raios a resistor não linear e secundariamente os gaps. VI.11. PROTEÇÃO DE CAPACITORES EM GRUPO Apesar de se recomendar a proteção individual Para qualquer configuração do banco de das unidades capacitivas, pode-se aplicar fusíveis capacitores, deve-se utilizar os pára-raios. No para proteção em grupo. Neste caso, não deve-se caso de bancos de potência elevada, os pára- usar mais de quatro unidades em paralelo no raios devem estar localizados no lado dos grupo a ser protegido. terminais de alimentação do disjuntor de proteção do banco, a fim de evitar que a energia É importante frisar que o fusível, tanto para armazenada nos capacitores danifique os pára- aplicação individual como em grupo deve atuar no raios durante as manobras do disjuntor. tempo inferior ao valor máximo admitido para a ruptura da caixa metálica do capacitor. Esta VI.9. PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES ruptura pode resultar apenas em vazamento do Quando ocorre um defeito no sistema ao qual está líquido isolante, reduzindo a vida útil, ou, em ligado um banco de capacitores toda a energia casos mais graves, na explosão da unidade. armazenada em cada célula capacitiva se descarrega no ponto em curto-circuito, fazendo VI.12. com que a corrente resultante (contribuição dos SOBRECORRENTE capacitores mais a do sistema) percorra toda a É o meio mais seguro para a proteção de bancos rede desde o ponto de instalação do referido de capacitores. Podem ser utilizados em vários banco até o ponto onde se localiza a falta. Dessa esquemas, dependendo do tipo de proteção que forma, todos os equipamentos neste trecho do se deseja. Os relés de sobrecorrente são ligados sistema serão submetidos a elevados níveis de a transformadores de corrente e atuam sobre sobrecorrente. disjuntores que manobram todo o banco. VI.10. PROTEÇÃO DA UNIDADE CAPACITIVA Os relés de sobrecorrente devem ser ajustados Cada capacitor componente de um banco deve para 1,3 vez a corrente nominal. PROTEÇÃO POR RELÉS DE ser protegido individualmente contra curto-circuito interno, a fim de se evitar a ruptura de sua caixa VI.13. ATERRAMENTO DE CAPACITORES metálica, resultando na formação de gases, Além dos procedimentos descritos para bancos de devido à queima de seus componentes. distribuição, se a configuração usada para a ligação do banco for estrela aterrada ou dupla estrela aterrada, deve-se assegurar a ligação do ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 83 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação ponto neutro do sistema à terra, caso o sistema dos mesmos ou detectar alguma eventual seja efetivamente aterrado. falha no equipamento. Nunca deve-se utilizar o condutor de aterramento A periodicidade é variável, mas a priori ficaria em dos pára-raios para se proceder a ligação à terra torno de um ano. da carcaça e do ponto neutro dos bancos de VIII. MANUTENÇÃO CORRETIVA capacitores. A manutenção corretiva concentra-se VI.14. CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO basicamente na troca de fusíveis queimados e Os capacitores devem ser adequados para pequenos trabalhar na posição vertical em altitudes não vazamentos ou buchas trincadas em unidades superiores a 1000m e em temperaturas ambientes capacitivas, por exemplo, podem ser reparados máximas durante o ano de 35° C para capacitores pelo fabricante. reparos mecânicos. Pequenos de categoria de temperatura de 50° C, e de 30 e 20° C para as categorias respectivas de 45 e 40° Particularmente para os bancos de capacitores de C. transmissão, antes de qualquer reparo ou inspeção, deve-se sempre desenergizar o circuito, VII. MANUTENÇÃO PREVENTIVA aguardando ao menos uns 10 minutos para que a Para um melhor desempenho e aumento de carga do capacitor seja descarregada, aterrando- durabilidade dos bancos de capacitores, é se necessário estabelecer um cuidadoso programa aterramento. Os níveis de tensão e a carga de manutenção preventiva. acumulada do banco podem com toda certeza • De um modo geral, devem Conexões, verificando como visualmente Fusíveis, existência • • • observando de fusíveis banco através da chave de também, e principalmente, para a integridade física do operador, caso as devidas as normas de segurança não sejam seguidas.. condições das mesmas. • o causar sérios acidentes tanto para o próprio banco ser inspecionados os seguintes itens: • então se não há queimados a IX. VIDA ÚTIL ECONÔMICA no circuito. Os bancos de capacitores instalados em sistemas Barramentos e isoladores, verificando a de transmissão operam em condições mais existência de sinais de trincas no caso dos severas isoladores. sistema. O projeto desses bancos, portanto, exige Contatores e chaves, para verificar a uma condição de operação dos mesmos. equipamentos que compõem o banco. Para as Capacitores, algumas unidades capacitivas, em particular, a tecnologia e medições como de capacitância e perdas os materiais empregados na fabricação das para verificar as condições de operação mesmas, realizando-se ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 84 devido à própria especificação como mais isolantes, característica detalhada devem do dos possuir Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação características especiais que visam uma maior precisão e segurança do equipamento. A proteção é outro ponto cuidadosamente evitar importante estudado problemas sobrecorrentes que para como deve efetivamente sobretensões decorrentes das ser e condições operativas do sistema e do próprio banco, uma vez que estes problemas afetam drasticamente a vida útil de um banco de capacitores. Levando-se em consideração tais aspectos, a vida útil econômica dos bancos de capacitores de transmissão pode ser estimada como sendo de 20 anos. REFERÊNCIAS [1] Filho, J. M. Manual de Equipamentos Elétricos. Livros Técnicos e Científicos Editora, Volume 2, 2a edição 1994. [2] Normas ABNT: NBR 5060/77 e NBR 5282 /77. [3] Catálogos e informações de fabricantes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 85 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Barragem e Adutora RESUMO O presente trabalho aborda uma barragem, em Quando elas criam reservatórios capazes de especial, dentro do contexto de uma usina armazenar água de períodos com deflúvios hidrelétrica, procurando definir sucintamente suas abundantes para períodos em que o consumo características e especificidades técnicas. Dentro excede a disponibilidade natural de água nos desse enfoque, serão abordados ainda alguns cursos aspectos conceituais básicos que norteiam o seu barragens de acumulação. d’água, elas são denominadas de projeto, a sua construção, a sua operação e a sua manutenção, buscando, com isso, determinar a Quando simplesmente fazem a função de elevar o vida útil e a taxa de depreciação desse tipo de nível das águas dos cursos naturais para empreendimento. estruturas de adução, com pouca variação desse Embora a experiência de diversas nível, caracterizando ainda baixa capacidade de elétrico brasileiro armazenamento d’água no reservatório formado, aceitem fixar a vida útil de uma barragem em elas são denominadas de desvio. Nesse caso, a cerca de 100 anos, esse valor é questionável, instalação é chamada de fio d’água. internacional, bem como do setor concessionárias porquanto ser estimado a apenas para sua estrutura, sem levar em conta outros fatores II. TIPOS DE BARRAGENS externos condicionantes. Um deles, por exemplo, Os tipos mais comuns de barragens, segundo os diz respeito ao tempo de vida útil econômica da materiais e o tipo de construção, são as de usina; concreto, de terra e de enrocamento. nesse caso, inferior ao da própria barragem. Paralelamente, serão tratados ainda aspectos de sua segurança estrutural e do Por serem atualmente muito caras e terem uso assoreamento restrito, não se tratará de barragens de madeira e do reservatório, fatores condicionantes e de extrema relevância na de aço. determinação da vida útil de uma barragem e de uma adutora. É comum, nos grandes projetos, a conjugação ou associação direta da barragem e da casa de força, I. INTRODUÇÃO com supressão de condutos ou túneis. Nos construída pequenos aproveitamentos, a captação direta da transversalmente aos vales com a finalidade de se água de acionamento das turbinas é feita, elevar o nível das águas dos cursos naturais, geralmente, sem a interposição da barragem. A barragem é uma estrutura possibilitando o seu represamento. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 86 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação As barragens de concreto gravidade maciça, cerca de 15 a 20 m, além da galeria de fundação. também chamadas simplesmente barragens de Essas galerias horizontais são interligadas por gravidade, são geralmente de seção triangular, furos de drenagem. resistem aos esforços horizontais e verticais, empuxos d’água e subpressão, respectivamente, Ainda de concreto existem as de contrafortes, apenas através de seu peso próprio. Até algum dotadas de um elemento de vedação constituído tempo atrás, elas eram executadas também em por uma laje plana de concreto ou até de madeira, alvenaria de pedras argamassadas. conhecidas por Ambursen ou ainda por arcos, denominadas de arco múltiplo. Tanto as lajes, Atualmente, o concreto convencional tem sido substituído alternativamente por quanto os arcos apóiam-se nesses contrafortes. concreto compacto a rolo – CCR. As barragens em arco possuem uma forte curvatura horizontal, com concavidade voltada O CCR emprega equipamentos de grande para jusante, descarregando os esforços reativos produção, para suas ombreiras. Quando esse tipo de similares aos empregados em barragens de terra, havendo uma substancial barragem apresenta ainda uma curvatura redução do consumo de materiais de custo acentuada no sentido vertical, especialmente na elevado, uma sensível redução no uso de formas, sua parte central, ela é considerada como do tipo além de simplificação e redução na infraestrutura abóbada. de apoio, sem que haja qualquer diferença quanto à qualidade do produto final entre os dois Em geral, as métodos. independentemente barragens de serem de de concreto, concreto convencional ou de CCR, podem apresentar Comparativamente ao concreto convencional, o trechos submersíveis ou de crista vertente. uso do CCR resulta em custo unitário inferior, sendo a diferença diretamente proporcional aos As barragens de terra possuem em grande parte volumes envolvidos, que é maior quanto maior o de seu volume um elemento impermeabilizante volume a empregar. constituído de argila ou silte, podendo ter seção homogênea ou zoneada, dotadas de filtro, Uma drenagem eficiente é de fundamental proteções contra erosão nos taludes, entre outros. importância tanto no plano de fundação, quanto para economizar concreto, usando-se, para isso, Quando a barragem de terra possui maiores drenos situados no corpo da barragem de proporções de material permeável, como areia e concreto gravidade. pedregulho, ela é considerada como zoneada. Para barragens de altura considerável, usam-se Como as barragens de terra não prevêem ainda galerias horizontais, em distância vertical de transbordamento d’água, deve-se ter especial ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 87 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação cuidado na fixação da altura de sua crista. Essa • A forma do vale em que ela será erigida; distância, denominada de borda livre, é em função • Aspectos de construção, tais como a de três fatores. Um deles diz respeito à disponibilidade dos materiais constituintes profundidade do reservatório junto à barragem, o para sua construção; • outro à velocidade do vento e o último diz respeito Condições operacionais de execução de à extensão da superfície desse reservatório, outras estruturas auxiliares permanentes, medida em linha reta a partir da barragem, tais como vertedouro e tomada d’água, conhecido como fetch. Exemplificando, para fetch sendo relevante ainda o desvio do rio de até 2,0 km, barragens com até 10,0 m de durante essa fase. altura, a borda livre a ser adotada será de 1,0 m. Exemplificando o exposto acima, uma barragem As barragens de enrocamento possuem uma de concreto gravidade, dependendo de sua altura, seção transversal em que a maior parte consiste pode exercer valores considerados altos no plano de fragmentos de rocha e a menor parte, em geral de sua fundação, exigindo, muitas vezes, rochas apenas a zona vedante, de outros materiais. sãs. Ou ainda, uma barragem de concreto gravidade não deve prescindir de um vale estreito, O enrocamento é jogado em camadas de 10 a 20 onde, certamente, terá seu volume bastante m (às vezes mais) e ligeiramente compactada por minimizado, meio de jatos d’água. Empregam-se também quantidade considerável de materiais rochoso e equipamentos vibratórios. arenoso, com facilidade de aquisição e transporte além de não dispensar uma do cimento até o local da obra. A largura da crista de uma barragem é adotada inicialmente em relação ao método construtivo. Onde houver disponibilidade de solo fino, com Quando se deseja acessar as duas ombreiras, material rochoso de difícil obtenção em áreas de criando-se um corredor de alto tráfego, com empréstimo usa-se uma barragem de terra cargas pesadas sobre a sua crista, prevêem-se homogênea. larguras da ordem de 10,0 a 12,0 m. Caso os materiais provenientes de escavações III. FATORES DE ESCOLHA DO TIPO DE obrigatórias sejam rochosos, tendo volumes BARRAGEM consideráveis para serem empregados nos e taludes de uma barragem, envelopados por um econômico, sem levar em conta os político- núcleo de material menos permeável, pode-se sociais, os aspectos predominantes de uma usar uma barragem de enrocamento. Atendo-se apenas aos fatores técnico melhor escolha do tipo de barragem a ser adotada As barragens de enrocamento podem ser ainda são, principalmente, dentre outros: • Aqueles envolvidos com as condições usadas quando os materiais terroso e argiloso se geológicas no local de sua fundação; encontram somente à grande distância, sendo que ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 88 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação a diferença entre o custo financeiro sobre o solo Visto transportado, posto obra e compactado e o custo hidrelétricos existentes no Brasil são antigos, com do ser a maioria projetada sem a devida consideração do equilibrada pelo menor volume de barragem de fator assoreamento, é comum, infelizmente, enrocamento, utilizando, nesse caso, taludes mais encontrar reservatórios quase inutilizados, por altos. deixarem enrocamento correspondente pode que muitos dos simplesmente empreendimentos de considerar, por exemplo, desmatamentos em regiões de solos de IV. ASSOREAMENTO pouca resistência contra erosão. O assoreamento do reservatório delimita muitas V. SEGURANÇA vezes vida a útil da própria barragem. Sabe-se que a maioria dos acidentes com O assoreamento pode atingir intensidade máxima barragens mais altas se dão durante os primeiros em regiões de pluviosidade muito baixa, cobertura cinco anos de sua vida útil e notadamente durante vegetal mínima, topografia acidentada, onde, o primeiro enchimento, quando as fundações e nesse ombreiras e os aterros são submetidos às tensões caso, predominam rochas do tipo sedimentares arenosas ou formações aluvionares devido ao reservatório. abundantes de areia e cascalho. Independentemente disso, qualquer barragem é É sabido que o equilíbrio hidráulico- projetada para que se tenha nível de sedimentológico de um rio é perturbado quando desempenhos satisfatórios ao longo de sua vida encontra uma barragem, fazendo com que haja útil, sendo necessário que, após a sua conclusão uma desaceleração da corrente líquida. e no período de sua operação, esse nível seja acompanhado e monitorado. No Brasil, as pesquisas sobre os dados do conteúdo médio de sólidos eram, até bem pouco Os efeitos de intemperismos, desgaste natural, tempo, inexistentes nos nossos rios. Autores fadiga sob solicitações, entre outros podem alterar brasileiros mencionam, para a região sul, medidas seu coeficiente de segurança, podendo ser num período de nove anos de taxas da ordem de também minimizados através de uma manutenção 1,5% e 0,8%, verificadas, respectivamente, nos eficiente e programada. Como resultado imediato, reservatórios Capivari- tem-se um retardamento de seu envelhecimento, Cachoeira e Passo Real. Já alguns autores diminuição de obras reparadoras, bem como de estrangeiros mencionam taxas de carreamento de seus respectivos custos, conferindo-lhe uma maior sólidos em regiões desfavoráveis na faixa de 500 segurança global. das barragens de a 2.000 m3/km 2/ano, o que corresponderia a taxas de assoreamento da ordem de 0,5 a 3,0% da A segurança tende, pois, a ser um dos quesitos capacidade do reservatório considerado por ano. mais relevantes no projeto, construção e operação ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 89 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação de uma barragem. Não só devido aos impactos Dessa forma, sócio-econômicos, como também os ambientais. inspecionadas rotineira ou informal, periódico, e formalmente as em barragens ocasiões deverão especiais ser e Defini-se a segurança de uma barragem como emergencialmente. Esses tipos de inspeção são sendo aquela na qual ela foi projetada para recomendados suportar todos os esforços previstos durante a sua Barragens, vida útil, permitindo que sua estabilidade estrutural participantes ter conhecimento técnico de projeto, não da construção, causas de deterioração e ruptura de passagem de cheias previstas em projeto, barragens. Essa classificação permite ainda uma procurando cumprir sua função e finalidade, coerência adequando-se ainda ao meio ambiente, sabendo manutenção e de melhorias . seja ainda comprometida quando pelo CBDB, na Comitê devendo alocação de Brasileiro as de equipes recursos de que a sua ruptura pode ter conseqüências de ordem imensurável. É claro que a leitura da instrumentação existente numa barragem deve ser feita sistematicamente As principais causas de acidentes com barragens visando a avaliar o seu comportamento, devendo de terra são, dentre outras, aquelas devidas ao ser prática das inspeções rotineiras, visto que transbordamento por insuficiência hidráulica do alguns tipos de deterioração apresentam uma vertedouro ou por falha operacional, por erosão evolução extremamente rápida, chegando, em interna (conhecida por “piping”), por recalques curtíssimo prazo, a uma situação incontrolável de excessivos do aterro ou fundação, por defeitos de ruína. Como exemplo, pode-se citar os casos de construção devido à deficiência de compactação erosão interna em barragem de terra que, na do aterro, entre outros. Em grande parte dos dependência do tipo de solo, do gradiente casos, as causas de ruptura de uma barragem hidráulico e das tensões confinantes, podem podem ser responsabilizadas ao projeto, bem evoluir rapidamente. como também à falta de uma melhor fiscalização durante sua construção. A boa manutenção, embora não possa muitas vezes eliminar o assoreamento progressivo de um VI. MANUTENÇÃO reservatório, pode minimizar o processo, seja O nível de monitoramento de uma barragem vai através do plantio de vegetação ciliar para depender quase que exclusivamente do grau de proteção das margens do reservatório, drenagens responsabilidade e função pelas quais ela foi pluviais localizadas, passando pela construção de concebida. estruturas auxiliares de desarenação, até a dragagem parcial ou até total do material Algumas empresas classificam suas barragens depositado. Nesse último caso, o investimento pelo seu potencial de risco, bem como pela sua financeiro, frente aos benefícios, assegurados vulnerabilidade. pode não ser viável, fazendo com que a usina conviva com o assoreamento verificado, correndo- ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 90 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação se o risco de uma completa inutilização do uma barragem e de uma adutora está situado em reservatório. cerca de 100 anos. VII. VIDA ÚTIL ECONÔMICA REFERÊNCIAS O tempo de vida útil de uma barragem está, [1] Diversos autores, Design of Small Dams, inicialmente, na dependência do bom ou mau United States Department of the Interior, 1987. desempenho do seu projeto, de sua construção, de sua operação e de sua manutenção, sejam [2] Diversos autores, Safety Evaluation of Existing eles atuando isoladamente ou em conjunto, Dams, United States Department of the Interior, refletindo, com isso, na taxa de depreciação a ser 1987. determinada. [3] Schreiber, Gerhard Paul, São Paulo, Edgard No caso específico de segurança, o Blücher, Rio de Janeiro, Engevix, 1977. comprometimento pode ser visível a partir de 50 anos de vida média, quando daí começam a [4] Carlos Henrique de A. C. Medeiros, Utilização aparecer os primeiros problemas mais graves. de Técnica de Análise de Probabilidade de Risco na Avaliação de segurança de Barragens, Anais Além da questão de segurança da barragem e do do XXII Seminário assoreamento do reservatório, já abordados, Barragens, 1999. Nacional de Grandes outros fatores podem ainda ser relevantes para desativação parcial ou total da operação de uma [5] João Francisco Alves Silveira, Diretrizes para a usina, influindo também no tempo de vida útil de Instrumentação de Pequenas e Médias Centrais uma barragem. Citam-se, por exemplo, o não Hidrelétricas, Anais do 1o Simpósio Brasileiro atendimento Sobre Pequenas Médias Centrais Hidrelétricas, e conformidade à legislação ambiental, hoje em dia muito exigente no Brasil, 1998. até acidentes não previstos em outros órgãos da usina, tidos, muitas vezes, como economicamente [6] Pedro Lagos M. Filho e Amilton Geraldo, inviáveis de serem reparados. Tópico Barragens e Reservatórios, Geologia de Engenharia, Associação Brasileira de Geologia de Além desses fatores, outro diz respeito ao tempo Engenharia, 1998. de vida útil econômico da usina, nesse caso, inferior ao da própria barragem. Assim, levando-se em consideração a experiência internacional, bem como a de diversas concessionárias do setor elétrico brasileiro, podese considerar que o tempo de vida média útil de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 91 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Barramento RESUMO Os às recomendações dos fabricantes pode-se dizer barramentos elétricos são que a vida útil dos barramentos é de 35 anos. utilizados basicamente para realizarem a conexão entre equipamentos da subestação de energia elétrica I. INTRODUÇÃO através dos agentes de campo elétricos e O barramento é um arranjo utilizado dentro de magnéticos, para os quais os barramentos subestações visando fazer o acoplamento entre constituem e equipamentos, como por exemplo, linhas de das transmissão e tranformadores. Em função da necessidades operacionais e de manobra dos confiabilidade exigida para o atendimento da circuitos elétricos. Para a realização de manobras carga, é selecionado o tipo de arranjos do de barramento. como guias. dimensionamento carga barramentos serão dentro são Sua em da escolha função subestação, conectados a estes disjuntores, chaves seccionadoras, linhas de transmissão, A região do barramento em uma subestação linhas de distribuição, transformadores, etc. Os inclue os seguintes itens: barramentos podem ser fabricados com materiais • Condutores do barramento; de cobre ou de alumínio, com ou sem isolação. As • Isoladores suportes do barramento; perdas por efeito Joule são controladas pela • Conexões escolha dos condutores com áreas de seções entre o barramento e o seccionador do barramento; transversais adequadas às correntes que deverão • Seccionador do barramento; conduzir, em função da escolha de materiais com • Conexões entre as seccionadoras de resistividade compatíveis. As correntes são barramento e os disjuntores; proporcionais às potências a serem transportados • Disjuntores, incluindo seccionamento do e inversamente proporcionais aos níveis de barramento ou disjuntor de acoplamento tensão adotados. Os barramentos utilizados no das barras; sistema elétrico, decorrentes dos estão tipos sujeitos e a intensidades falhas • das Componentes como transformadores de potencial, para-raios, reatores, algumas solicitações a que são submetidos e também de vezes conectados ao barramento. sua capacidade de resistir às mesmas. Pode-se afirmar que a vida útil dos barramentos está II. CARACTERÍSTICAS GERAIS intimamente relacionado com as condições de Os barramentos são empregados principalmente operação do sistema elétrico, caso seja obedecido em subestações de sistemas elétricos objetivando a realização de manobras de cargas, dentro do ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 92 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação layout destas subestações, os equipamentos para permitir que as atividades de inspeção, elétricos deverão possuir no layout os seguintes limpeza, e manutenção sejam executadas. requisitos básicos: separação espacial, zoneamento para manutenção, disposição das Tensão fases nominal equipamento energizado para o mais do barramento, separação elétrica, segurança da zona do barramento. [kV] Separação mínima de qualquer ponto do próximo condutor energizado Até 15 2,59 Na separação espacial, existem distâncias que 88 3,20 governam o espaçamento entre componentes e 132 3,50 as fases do barramento, são elas: 275 4,57 • • • Distância para a terra: entre as partes energizadas e as estruturas eterradas; No Distância entre fases: entre as partes equipamentos deverão ser isolados e fisicamente energizadas das diferentes fases; separados Distância de separação: entre as partes energizados. zoneamento para dos manutenção equipamentos dos vizinhos energizadas e o limite da zona de manutenção. Estes limites pode ser a terra A disposição dos condutores do barramento ou a plataforma onde a equipe de podem ser dispostos de várias maneiras, e a manutenção trabalham. Figura 1 apresenta estas maneiras para o barramento duplo. A tabela a seguir apresenta a separação mínima para as instalações externas do tipo aberta para B A C D uso em sistemas efetivamente aterrados. Teste de Impulso Valor – de Tensão nominal [kV] pico [kV] l l l Separação Separação mínima para mínima a entre fases terra [mm] no ar [mm] l l l l l l l l l lll lll lll lll 450 110 863 989 550 132 1086 1219 650 165 1270 1473 900 220 1779 2057 Em subestações externas, o arranjo D é preferido 1050 275 2082 2388 em relação aos arranjos A, B, e C pelas seguintes Figura 1 – Disposição das fases do barramento razões: • Esta outra tabela apresenta as distâncias mínimas de separação de segurança entre equipamentos Um colapso em um barramento ou fase não coloca em perigo o outro barramento ou fase; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 93 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Nos arranjos arranjos A e C é difícil separar as duas zonas de manutenção dos barramentos e proporcionar um acesso independente para os dois barramentos. A proteção do barramento em subestações internas, devidos aos agentes atmosféricos e outros perigos, acompanhados, nos casos de algumas subestações celular, com segregação física, toma os arranjos A, B e C mais convenientes. A seguir são apresentados as formas básicas de arranjo de barramentos que poderão Figura 2 – Barramento singelo ser instalados numa subestação de energia elétrica. Estes tipos de barramentos são construídos em Estes barramentos são utilizados em subestações função das necessidades de confiabilidade do transformadoras e de distribuição quando a sistema. segurança de alimentação dos consumidores pode ser obtida por intermédio de comutações II.1. BARRAMENTO SINGELO (redes interligadas), pode-se utilizar também em O barramento singelo (Figura 2) tem como redes onde não há necessidade de fornecimento características mais importantes: contínuo. • • Boa visibilidade de instalação: com isso é reduzido o perigo de manobras errôneas II.2. BARRAMENTO AUXILIAR por parte do operador; O Reduzida flexibilidade operacional, em conectados casos de distúrbios ou trabalhos de revisão intermédio de um disjuntor, apresentando as no barramento é necessário desligar toda seguintes características: • a subestação; • barramento Livre ao auxiliar normalmente barramento possibilidade de principal manobra são por para qualquer disjuntor, sem desligamento de Baixo custo de investimento. derivação correspondente. Possui alta segurança de alimentação; • Conexões de derivações sem disjuntor e sem utilização dos barramentos principais. Este tipo de barramento é aplicado em pontos de rede ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 94 aonde é exigida alta segurança de Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação alimentação ou em conexão com barramentos II.4. BARRAMENTO TRIPLO múltiplos, para localidades com forte poluição de O barramento triplo (Figura 4) é uma construção ar, quando a limpeza acarreta desligamento muito dispendiosa e deve ser utilizado somente freqüentes. em casos muito especiais. Suas características e aplicação principais são: • II.3. BARRAMENTO DUPLO O barramento duplo (Figura 3) deve ser utilizado Grande possibilidade de manobras em serviço; quando: • Altos custos; • • Má visibilidade da instalação, implicando • Em instalações de grande porte que trabalham com tensões e freqüências em grandes perigos de manobra errônea diferentes; por parte do operador. Existem vários consumidores em uma instalação, cujos valores do consumo são reunidos em uma única alimentação; • É necessário o serviço isolado de vários pontos de alimentação devido ao valor das correntes de curto circuito; • O serviço de manutenção de um barramento não irá acarretar em qualquer interrupção. Figura 4 – Barramento triplo Este barramento é utilizado onde é exigida uma operação contínua em grupo, com qualquer disposição das alimentações. O terceiro barramento fica com objetivo de manutenção. II.5. BARRAMENTO EM ANEL No barramento em anel (Figura 5), um disjuntor poderá sair de operação sem prejudicar o Figura 3 – Barramento duplo funcionamento normal da instalação. Neste tipo de Este tipo de barramento é utilizado em pontos de barramento todos os equipamentos localizados no alimentação importantes ou em interligações de anel devem ser dimensionados para a maior sistemas. corrente. Este sistema é inadequado para grandes subestações, pois no caso de desligamento de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 95 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • dois disjuntores, poderá sair de operação partes completas da instalação. Boa facilidade para inspeção de todos os equipamentos; • Exclusão da região do barramento, o máximo possíevl, de itens como transformadores de potencial, para-raios, e chaves de aterramento. Com relação à manutenção dos barramentos, tem-se para a manutenção preventiva, a verificação da resistência de contato e nos casos de barramentos isolados com gás SF6, verificar se Figura 5 – Barramento em anel não há vazamentos do gás. Caso não for realizados estas manutenções preventivas torna- II.6. SEGURANÇA NA REGIÃO DO BARRAMENTO se necessário a realização da manutenção As estatísticas das faltas mostram que as faltas corretiva que seria a substituição dos condutores nos barramentos são bastante raros. Suas do barramento. conseqüências são tão sérias que todas as precauções possíveis deveriam ser tomadas para III. VIDA ÚTIL ECONÔMICA evita-las. A vida útil dos barramentos de energia elétrica são afetados, Os efeitos das faltas nos barramentos são menos barramento nas singelo, de subestações transferência ocasionar com e nível de valores recomendados pelo fabricante poderá e com um e meio disjuntores, as precauções são necessárias pelo carregamento, pois uma sobrecarga acima dos sérios nas subestações com barramento em anel mais principalmente alterações nas propriedades do condutor. no barramento duplo. Quando a carga não possui um comportamento constante ao longo do dia, possuindo picos de A segurança do barramento pode ser aumentada consumo, estes condutores deverão ser muito com as seguintes providências: • bem dimensionado para não prejudicar na vida útil Barramento ou fases do barramento sendo colocados umas acima das do condutor, devido ao aumento da corrente e por outras, conseqüência, o aumento da temperatura. particularmente em subestações externas; • As conexões dos circuitos não devem Um dos ensaios que pode ser realizado para cruzar sobre o barramento principal; • Utilizar procedimentos claros verificação da vida útil dos condutores é o ensaio de de tração, visando medir a tensão de ruptura dos manutenção; condutores. Nesses ensaios são observados os valores de alongamento e tensão de ruptura. A ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 96 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação vida útil do condutor do barramento será em função da perda de resistência mecânica, que é um fator de envelhecimento do mesmo. Pode-se afirmar que a vida útil dos barramentos é da ordem de 35 anos, sendo que este valor poderá ser alterado segundo as condições de operação que ele estiver submetido durante sua vida útil. REFERÊNCIAS [1] Curi, M. A., Negrisoli, M. E. M., Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria, Subestações, Apostila do curso. [2] Catálogos de fabricantes [3] Norma IEC 439. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 97 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Caldeira RESUMO As caldeiras, I. INTRODUÇÃO de acordo com a Norma As caldeiras, de acordo com a Norma Regulamentadora NR 13 - Caldeiras e Vasos de Regulamentadora NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão, são equipamentos destinados a produzir Pressão, são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. similares utilizados em unidades de processo. Podem ser classificadas de diversas maneiras, mas a forma mais comumente utilizada é sua Também de acordo com a NR 13, as caldeiras divisão em caldeiras a combustão e caldeiras são classificadas como: • elétricas. As caldeiras a combustão são divididas Caldeiras da categoria A são aquelas cuja em aquotubulares (quando a água percorre o pressão de operação é igual ou superior a interior dos tubos da caldeira) e flamotubulares 1960 kPa (19,98 kgf/cm2); • (quando são os gases gerados no processo de Caldeiras da categoria C são aquelas cuja combustão que percorrem o interior dos tubos). O pressão de operação é igual ou inferior a processo de manutenção utilizado geralmente é o 588 kPa (5.99 ,kgf/cm2) e o volume interno preventivo, com a realização de atividades em é igual ou inferior a 100 (cem) litros; • intervalos regulares de tempo, conduzindo a verificações diárias, semanais, mensais, caldeiras que não se enquadram nas trimestrais, semestrais e anuais. Além disto, regularmente são realizadas inspeções Caldeiras da categoria B são todas as categorias anteriores. nas caldeiras de acordo com a NR-13. De acordo De maneira geral, as caldeiras podem ser ainda com a NR 13, ao completar 25 (vinte e divididas em 3 grandes grupos: as caldeiras cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, flamotubulares, as caldeiras aquotubulares e as as caldeiras devem ser submetidas a rigorosa caldeiras elétricas. avaliação de integridade para determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para I.1. CALDEIRAS FLAMOTUBULARES inspeção, caso ainda estejam em condições de As caldeiras flamotubulares são caracterizadas uso. Desta forma, sugere-se como vida útil das por seu processo de combustão ocorrer no tubo- caldeiras o valor de 25 anos. fornalha. Uma vez queimado o combustível, os gases quentes passam a percorrer internamente ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 98 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação os tubos, onde fornecem calor à água até que água aquecida ou para baixas quantidades de esta atinja a vaporização. São caldeiras mais vapor. simples , tendo sido inicialmente utilizada em larga escala em navios. São importantes nos processos II. CARACTERÍSTICAS industriais, As onde fornecem calor para caldeiras são compostas por vários aquecimento. Entre suas vantagens frente às equipamentos e acessórios. Os principais estão outras caldeiras pode-se citar a facilidade de descritos a seguir: • operação, a não necessidade de tratamento de Fornalha - local destinado à queima do água muito apurado; a fácil limpeza da fuligem e a combustível, onde o calor é gerado através simplicidade de substituição de tubos. Como de reações de combustão. O combustível desvantagens pode-se citar sua limitação quanto pode ser sólido, líquido ou gasoso. • à capacidade de pressão e a dificuldade de adaptação de equipamentos, tais superaquecedor, economizador de como ar Caldeira - a caldeira propriamente dita corresponde ao vaso fechado sob pressão e onde a água transforma-se em vapor preaquecedor. saturado • I.2. CALDEIRAS AQUOTUBULARES Superaquecedor - o superaquecedor eleva a temperatura do vapor produzido na As caldeiras aquotubulares proporcionam uma caldeira propriamente dita. A utilização maior produção de vapor à pressões elevadas e à deste altas temperaturas. Neste tipo de caldeira a água vapor é imprescindível para produção de energia, mas é pouco usado circula no interior dos tubos e os gases da em processo. Por vezes superaquece-se o combustão circulam por fora. Seu princípio de vapor para não haver condensação do funcionamento está baseado na circulação natural mesmo nas redes de distribuição. da água, mantida pela diferença de densidade • conseguida por diferença de temperatura entre temperatura da água de alimentação para dois conjuntos de tubos. Evidentemente, com a obter-se um maior rendimento do gerador circulação natural tem-se limitada a pressão de de vapor e para se evitar choques térmicos trabalho que podemos alcançar na caldeira. excessivos Nesse sentido, se busca-se alcançar maiores que possam danificar os materiais. Para isto utiliza os gases de pressões, é necessário o auxílio de uma bomba combustão após sua passagem pela na circulação da água. caldeira e pelo superaquecedor. • I.3. CALDEIRAS ELÉTRICAS Preaquecedor de ar - trata-se de um trocador de calor cuja finalidade é aquecer Entre as caldeiras elétricas, as mais utilizadas são o ar que será utilizado na queima do as caldeiras a eletrodos submersos e a jato de combustível, aproveitando o calor residual água, sendo as caldeiras elétricas a resistores dos gases de combustão. Desta maneira particularmente empregadas para a produção de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica Economizador - o economizador eleva a melhora-se a combustão na fornalha 99 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • mantendo-se a temperatura de regime III. mais elevada. PREVENTIVA Chaminé - é o componente que garante a Os sistemas de controle e segurança da caldeira circulação devem ser submetidos à manutenção preventiva dos gases quentes da combustão através de todos os sistemas MANUTENÇÃO PREDITIVA E ou preditiva. pelo efeito de tiragem, que pode ser natural ou forçada através de ventiladores. Para as caldeiras, a manutenção preventiva é usualmente dividida em intervalos regulares de As principais características das caldeiras podem tempo. ser sintetizadas nos parâmetros apresentados a procedimentos para cada um destes intervalos de seguirl: tempo. • • A seguir relata-se os principais Pressão Máxima de Trabalho Admissível: é o maior valor de pressão compatível com Inspeção diária: uma das principais medidas a se o código de projeto, a resistência dos adotar é a realização da descarga de fundo na materiais utilizados, as dimensões do caldeira. Seu objetivo é a retirada de lodo e de equipamento toda a sedimentação que ocorreu durante a e seus parâmetros operacionais. operação devido à presença de impurezas na Capacidade de produção de vapor: peso água utilizada na caldeira. Estas descargas de vapor que a caldeira é capaz de gerar devem ser realizadas preferencialmente com a em uma hora caldeira operando a baixa carga, tomando-se o cuidado de não permitir a redução excessiva do Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em nível de água. No caso dos coletores das paredes local de fácil acesso e bem visível, placa de dos tubos de água na fornalha, as descargas não identificação indelével com, no mínimo, as devem ser realizadas com a caldeira produzindo seguintes informações: vapor. Outro cuidado que deve ser tomado • Fabricante; diariamente é a limpeza do indicador de nível da • Número de ordem dado pelo fabricante da água e de alarme. O número de descargas caldeira; considerado ideal varia de 3 a 6 por dia. • Ano de fabricação; • Pressão máxima de trabalho admissível; Inspeção semanal: Deve-se verificar a operação • Pressão de teste hidrostático; das válvulas de segurança manualmente, sendo • Capacidade de produção de vapor; que esta atividade, por motivos de segurança, • Área de superfície de aquecimento; deve ser realizada com a caldeira operando com • Código de projeto e ano de edição. pouca carga. Além disto, deve-se observar em todas as válvulas a existência de vazamentos. Para as caldeiras a óleo deve-se realizar ainda a limpeza dos filtros de óleo. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 100 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Inspeção mensal: Deve-se verificar se os Complementando as atividades descritas sopradores de fuligem operam normalmente e se anteriormente, devem ainda ser realizadas, em não existe obstrução no furo da sede da válvula cumprimento de drenagem do sistema de tubulação do inspeções periódicas constituída por exames soprador.Deve-se efetuar a limpeza dos filtros de interno e externo. Estas inspeções devem ser água. Os contatos elétricos devem ser limpos do executadas nos seguintes prazos máximos: pó e de possíveis pontos de oxidação. Deve-se • verificar se todos os purgadores de vapor estão trimestral: Deve-se verificar as condições gerais dos isolantes e da alvenaria, na NR-13, 12 (doze) meses para caldeiras das 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação Inspeção especificado categorias A, B e C; • operando em condições normais. ao de álcalis de qualquer categoria; • 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras especialmente o material refratário que envolve a da categoria A, desde que aos 12 (doze) fornalha. Deve-se verificar se os tubos do pré meses sejam testadas as pressões de aquecedor abertura das válvulas de segurança; de ar possuem vazamento ou • entupimento causado por fuligem. 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais Inspeção semestral: Sugere-se que a cada seis meses a caldeira tenha uma parada para a A NR-13 determina também que estabelecimentos realização de uma revisão geral. Neste caso são que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de analisados detalhadamente o material refratário e Equipamentos" podem estender os períodos entre o material isolante e as superfícies dos tubos, inspeções de segurança, respeitando os seguintes coletores e do pré aquecedor de ar. prazos máximos: • Inspeção Anual: Além das atividades realizadas na inspeção semestral, neste caso deve-se ainda 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias B e C; • proceder a limpeza de toda a superfície de 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria A. aquecimento da caldeira, tanto externa como interna. Deve-se ainda verificar as condições gerais do superaquecedor. IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Segundo a NR-13, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as Todos os procedimentos descritos anteriormente são de caráter geral. Existem diversos outros procedimentos específicos que devem ser realizados de acordo com as características particulares de cada equipamento. caldeiras devem ser submetidas a rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 101 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Entretanto, a própria NR 13 reconhece que a vida útil da caldeira pode ser maior quando cita que nos estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos" o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão. Considerando-se estas colocações, sugere-se estimar a vida útil econômica das caldeiras como sendo de 25 anos. REFERÊNCIAS [1] Norma Regulamentadora NR-13 – Caldeiras e Vasos de Pressão, Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, Ministério do Trabalho, Abril de 1995 [2] Torreira, R. P. Geradores de Vapor, Editora Libris, 1995 [3] Vinha, R. Operação de Caldeiras, Apostila, SENAC – SP, 1996 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 102 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Câmara e Galeria RESUMO produtos químicos, como Cloro ou Sulfato Ferroso O Sistema de Câmaras e Galerias numa Central para ajudar na eliminação de microorganismos Térmica está associado ao Sistema de Água de vivos que, se encrostados nas Câmaras e Circulação ou outro que trabalhe com grandes Galerias, volumes de água. As Câmaras e Galerias transferência de água quando soltam, provocam compreendem principalmente as tubulações que problemas transportam a Água de Refrigeração Principal condensadores e requerem um grande tempo desde a estrutura da Tomada D’água Principal até para limpeza. Baseado na pior condição que seria a descarga, que pode se dar no mar, no rio, no o uso da água do mar, a experiência mostra que a lago ou em algum poço de selagem ou Câmara vida útil dos principais componentes do Sistema intermediária. Câmaras comumente é o nome de Câmaras e Galerias não é maior do que 25 dado ao espaço existente no início ou fim de anos. alguma galeria. Normalmente, através além de de diminuírem entupimento dos a área tubos de dos das Câmaras, a Água de Circulação entra ou sai da I. FUNÇÕES DO SISTEMA Usina. Galerias são as estruturas usadas para O Sistema de Câmaras e Galerias tem as transportar esta água. As Galerias têm a mesma seguintes funções: finalidade que as tubulações e são feitas de • Transportar a água de refrigeração ( Água concreto. De uma maneira geral, as Galerias de Circulação) desde a tomada d’água até interligam as Câmaras. Como a quantidade de a descarga após o Condensador; energia rejeitada nos condensadores de uma • Usina Térmica é elevada, cerca de 33% da energia total dos Geradores de Vapor, necessita- Servir de meio para adição de produtos químicos para tratamento da água; • Servir de estrutura de suporte para se de uma grande quantidade de água para instalação dos equipamentos mecânicos efetuar este resfriamento. Esta água poderá vir do de purificação da água de refrigeração. mar, de um rio, de lago ou mesmo de um circuito fechado com torres de resfriamento. Na Câmara II. DESCRIÇÃO DO SISTEMA onde se dá a sucção desta água (Água de Numa Usina Térmica, dependendo de sua Circulação), capacidade, as Câmaras e Galerias podem ter temos todos os equipamentos mecânicos necessários à purificação da água e as tamanhos bem grandes. Bombas que irão fazer a transferência desta através das Galerias. Também, nesta câmara, Para usinas de grande potência, as Câmaras de estão instalados os sistemas de injeção de entrada de água, normalmente, são divididas em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 103 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação vários compartimentos, uma para cada bomba, Para evitar incrustações de microorganismos deve podendo ter comportas de interligação entre elas. ser mantido um fluxo mínimo de água em todos os Estas para canais, ou seja, em todas as caixas dos isolamento durante manutenções, da mesma condensadores. O Ajuste de fluxo se faz em maneira que possui sistemas de drenagens para função da corrente das Bombas de Água de permitir limpeza. Em se tratando de uma Câmara Circulação. Câmaras possuem comportas intermediária, deverá possuir sistemas de suspiro para permitir o enchimento. As Câmaras de entrada condensadores de grandes sistemas de e saída centrais limpeza dos devem A água do Sistema de Circulação, após passar possuir contínua pelos equipamentos de purificação mecânica, vai internamente dos Condensadores. Estes sistemas para as Câmaras de sucção. Estas Câm aras, operam com bolas abrasivas que são injetadas normalmente, são interligadas por comportas. As na Câmara de entrada do Condensador e Bombas de Circulação bombeiam esta água para recolhidas na Câmara de saída do Condensador. o condensador. Câmaras como as de entrada e Estas bolas, ao passarem pelos tubos do saída do Condensador, normalmente, possuem condensador, retiram qualquer microorganismo sistemas de extração de ar ligados a bombas de que está tentando se fixar nas paredes internas vácuo. dos tubos dos condensadores. O suspiro das Câmaras dos Condensadores As Câmaras, tanto de entrada quanto de saída promovem o necessário efeito sifão para a dos Condensadores, são providas com escotilhas operação das bombas de Circulação. O efeito de entrada para permitir que técnicos façam sifão se faz necessário, tendo em vista que as inspeções e testes nos tubos dos Condensadores. bombas de Circulação são de grande vazão, porém de baixa pressão de descarga. Em Após passar pelos condensadores, a água de conseqüência, a menos do auxilio do efeito sifão, refrigeração é descarregada através de várias não tem capacidade suficiente para bombear água galerias, normalmente uma para cada caixa do através dos condensadores. condensador. Para permitir manutenções e inspeções durante Seguindo estas galerias, a água pode ir direto períodos de parada para manutenção da planta, para o canal ou túnel de descarga ou, no caso de estas Câmaras e Galerias deverão prover portas uma Central com várias usinas, para um poço de de selagem. visitas e escadas em trechos pré- determinados, bem como adaptações de sistemas de ventilação especiais para permitir retirar gases O poço de selagem consiste de uma Câmara de e o odor que normalmente é muito forte em virtude surto e, em alguns casos, de várias pequenas das incrustações de microorganismos marinhos. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 104 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação câmaras, sendo uma para cada caixa de III. INSTRUMENTAÇÃO condensador. Em virtude de os sistemas serem muito mais estáticos, a instrumentação relacionada com este Além da água que vem do Condensador, outras sistema é muito pequena. águas são descarregadas através do Poço de Selagem: • IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA Água do sistema de refrigeração de As manutenções corretivas mais comuns nos serviço: no caso das usinas nucleares, Sistemas de Câmaras e Galerias vão ser a este é um sistema de segurança e, limpeza em conseqüência de encustrações de portanto, tanto as Câmaras da tomada cracas, microorganismos e outros. Esta limpeza é d’água anual ou por ocasião das grandes paradas para como as Galerias e os equipamentos são de classe sísmica e de manutenção. segurança nuclear; • • Em se tratando de Usina Nuclear, rejeitos Da mesma maneira, StopLogs e Comportas oriundos do Sistema de Tratamento de sofrem manutenção por ocasião das paradas, Rejeitos Líquidos; normalmente incrustações e ferrugens são os Em se tratando de Centrais Térmicas problemas mais encontrados. Convencionais, todo tipo de resíduos líquidos; • Descarga V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA de outros sistemas de A vida útil dos sistemas que compreendem refrigeração, por exemplo, Refrigeração do Câmara e Galerias é bastante grande se Edifício da Turbina. pensarmos somente em concreto. Mas considerando que pequenas centrais térmicas A Câmara de Surto do Poço de Selagem serve podem usar tubulações de metal no lugar das como elemento amortecedor durante transientes galerias, o agravante é a atmosfera corrosiva para causados pelo desligamento das bombas de água casos de usinas situadas na beira do mar, mesmo de refrigeração de diferentes unidades de uma considerando Central. Catódicas e outros instalados nos equipamentos os Sistemas de Proteções metálicos. Comportas são sempre instaladas para evitar o retorno de água aos compartimentos quando uma Com base na pior condição que seria o uso da das linhas que vem do condensador estiver em água do mar, a experiência mostra que a vida útil reparos. dos principais componentes do Sistema de Câmaras e Galerias não é maior do que 25 anos. Normalmente, as comportas são removidas ou manuseadas por uma ponte rolante. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 105 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação REFERÊNCIAS CFOL - Curso de Formação de Operador Licenciado da Central Nuclear de Angra dos Reis – Eletronuclear SA. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 106 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Canal de Descarga RESUMO O canal tipo piscina para oxigenação e diminuição da de descarga representa um dos temperatura da água. elementos necessários no processo de eliminação de resíduos provenientes dos processos de A operação das centrais termonucleares e produção centrais termelétricas gera rejeitos em três estados físicos nucleares e termelétricas, cuja finalidade é distintos: gasosos, sólidos e líquidos, que são esvaziar essas unidades de limpeza. Dependendo gerenciados de acordo com as normas vigentes. de energia elétrica das das características químicas da água necessária nos processos, quanto à causticidade, acidez, Os rejeitos gasosos são constituídos de emissões temperatura e sólidos carreados, o meio ambiente atmosféricas pode ser seriamente comprometido, caso não queima de óleo diesel e óleo combustível em exista um tratamento adequado, bem como pode- equipamentos se diminuir a vida útil do canal de descarga. Este diretamente com a geração de energia nas trabalho avalia os principais tratamentos de água termonucleares e termelétricas em condições de processo, bem como os tipos de resíduos e normais de operação. descontínuas, auxiliares, decorrentes não da envolvidos apresenta uma estimativa da vida útil do canal de descarga, com observância a sua manutenção. Essas centrais usam grandes quantidades de Estima-se a vida útil em 40 anos. água de resfriamento nos seus processos. Essa água passa por tratamentos específicos de acordo I. INTRODUÇÃO com a sua origem e finalidade. Esses tratamentos Os canais de descarga constituem importante utilizam substâncias químicas, tais como produtos elemento no processo de tratamento das águas para de processo com a eliminação dos resíduos proliferação de microorganismos que possam advindos prejudicar o funcionamento da central, gerando, da operação nas centrais limpeza, produtos contra corrosão e termonucleares e termelétricas a vapor. então, efluentes líquidos para o meio ambiente. A principal finalidade dos canais de descarga é De acordo com [1], um típico tratamento químico esvaziar as unidades de limpeza, que podem ser que pode ser efetuado é a adição de cloro como de dois tipos: químico e físico. Essas unidades no caso da Central Nuclear de Angra. Esta adição recebem a água de processo. Podem ou não não é o principal impacto causado no meio possuir grandes tanques de águas superficiais do aquático local, pois uma quantidade insignificante é lançada no canal de descarga denominado Saco ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 107 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Piraquara de Fora. No entanto, a utilização do para eliminação destes resíduos, também origina cloro é absolutamente necessária para evitar a afluentes que são lançados para o ambiente proliferação dos microorganismos dentro de aquático. tubulações. Essa adição ocorre em dosagem bem inferior a permitida pelas autoridades de controle II. CARACTERÍSTICAS ambiental. Os canais de descarga são dimensionados hidraulicamente para receber todo ou parcial Nesse local, a interferência mais efetiva dos volume de água de processo, cujo escoamento efluentes líquidos, que podem provocar desgastes deve ser o mais uniforme possível. Podem ser no canal de descarga devido à causticidade e/ou construídos em concreto armado ou rolado, com acidez, da revestimento ou não, em função da vazão e da temperatura da água do mar, sentida basicamente temperatura d’água de processo, a qual deve ser na faixa de 100 a 150 metros a partir do ponto de a mais próxima possível da temperatura da água lançamento no caso da Central Nuclear Angra 2. dos rios e mares, de forma a não comprometer o está relacionada à elevação meio ambiente. Todavia, considerando a operação de Angra 2 como referência para diminuir esse efeito, pois a De acordo com [2], a eficiência das estações de refrigeração do circuito secundário é feita a uma tratamento de água de processo, que influencia a temperatura ligeiramente mais baixa do que a de durabilidade dos canais de descarga e as Angra 1, a descarga de água de Angra 2 é em condições ambientais, é governada por diversos volume maior (80 metros cúbicos por segundo) fatores, destacando-se as características da água que o de Angra 1 (40 metros cúbicos por bruta, a adequadabilidade de coagulante, o segundo). controle do processo de coagulação, a existência de curtos-circuitos nas unidades de floculação, o Além disso, o lançamento de efluentes líquidos é desempenho dos decantadores e filtros e a realizado por um túnel de um quilômetro de qualidade da manutenção e operação. comprimento. Essa distância é necessária para evitar que ocorra uma recirculação da água entre O objetivo de produzir água de boa qualidade, que o ponto de lançamento e a tomada d’água do será devolvida aos rios e/ou ao mar, deve ser circuito terciário, justamente para não ocorrer uma alcançado ao menor custo possível, quer no elevação da temperatura do mar junto ao litoral de consumo de produtos químicos, quer no dispêndio Angra dos Reis. de água para lavagem das unidades filtrantes e para a descarga dos decantadores. Neste O esgoto sanitário, juntamente com os resíduos contexto, insere-se a necessidade premente de sólidos / pastosos, constituídos por sucatas ampliação de diversas estações no Brasil e, em metálicas, embalagens, óleos e graxas, solventes, especial, tintas, lixo e outros, após tratamento adequado responsáveis pela formação de flocos a serem das unidades de floculação, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 108 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação removidos nos decantadores e filtros, execução de fundações de edifícios, influenciando significativamente na performance pontes e demais estruturas em geral; • dos mesmos. ABNT – NBR-7197: fixa condições gerais exigíveis no projeto e estabelece certas A vida útil do canal de descarga pode ser exigências diminuída quanto maior o teor de elementos execução e no controle de obras de reativos com a argamassa das paredes, sejam concreto pretendido, excluídas aquelas em estes de natureza cáustica ou ácida, podendo que se empreguem concreto leve ou ocorrer carbonatação, percolação e trincas. outros concretos especiais; • a serem obedecidas na ABNT – NBR – 10004: classifica resíduos Conseqüentemente, o controle da qualidade da sólidos em função de riscos potenciais ao água é imprescindível e, de acordo com [4], pode ambiente e saúde pública; ser efetuado por condutivímetros (linha de • ABNT – NBR -10556: fixa condições condensados de retorno em centrais nucleares e exigíveis na medição de líquidos radiativos de vapor, descargas de bombas das centrais de para a monitorização de líquidos radiativos vapor, provenientes de centrais termonucleares; linha de evaporadores e desmineralizadores, ou seja, removedores de • ABNT – NBR – 12019: prescreve método íons), medidores de pH (nos afluentes dos filtros), para determinação de material particulado silicometros de efluentes gasosos em dutos e chaminés (linhas desmineralizadores), de descarga medidores de dos oxigênio dissolvido, medidores de cloro residual (linhas de de fontes estacionárias; • ABNT-P-NB-587: fixa os critérios para descarga) e outros fosfatometros, medidores de elaboração de estudos de concepção de concentrações de hidrazina, entre outros. sistemas públicos de abastecimento de água; De acordo com [5], o dimensionamento e a • ABNT-P-NB-589: determina os critérios construção dos canais de descarga, em função para projetos hidráulicos de sistemas de dos processos de tratamento contra resíduos captação de água de superfície para industriais, bem como critérios ambientais, são abastecimento público e industrial; padronizados pelas seguintes normas: • • fixa critérios para ABNT – NBR – 6118: fixa condições gerais elaboração de projetos de bombeamento que devem ser obedecidas no projeto, na de água para abastecimento industrial e execução e no controle de obras de público; concreto armado, excluídas aquelas em • que se empreguem concreto leve ou outros concretos especiais; • ABNT-P-NB-590: ABNT-P-NB-591: determina projetos de sistemas de adução de água; • ABNT-P-NB-592: elabora projetos de ABNT – NBR-6122: fixa condições básicas sistemas de tratamento de água para a serem observadas no projeto e na abastecimento público e industrial. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 109 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Os principais tratamentos contra os resíduos de sólidos dissolvidos, precipitando o carbonato de processos cálcio, com a adição de cálcio. industriais, de acordo com [6], dependem da origem da água no decorrer dos processos nas centrais nucleares e de vapor, Vantagem: permite diminuir a alcalinidade da água destacando-se: e diminui o Ph da água. • Clarificação; • Abrandamento com cal; Desvantagem: não é eficiente para diminuir o teor • Abrandamento com cal a quente; de sílica na água. • Alimentação de produtos químicos; • Filtração; • Troca iônica ou desmineralização. II.3.TIPO mais tempo, utilizável em águas superficiais para remover sólidos em suspensão, sólidos finos e coagulação, ABRANDAMENTO É uma técnica que realiza o abrandamento com É a técnica de purificação da água conhecida a Engloba TRATAMENTO: COM CAL QUENTE II.1. TIPO DE TRATAMENTO: CLARIFICAÇÃO coloidais. DE floculação e sedimentação. Necessita da mistura química de um coagulante para a formação de minúsculos cal aquecido a temperaturas próximas de 100 oC da água de reposição dos geradores de vapor. Nesta técnica, a água tratada sai a uma temperatura elevada e sob pressão suficientes para a separação dos resíduos sólidos na forma de colóides. colóides, os flocos, que, posteriormente, são decantados após uma cuidadosa agitação em amplas piscinas de decantação, onde existem pás Vantagem: permite diminuir facilmente o teor de sílica na água. moveis com a finalidade de diminuir a temperatura Desvantagem: da água, bem como oxigená-la. devido ao aquecimento e à pressão elevadas da água, existe o risco de Vantagem: apresenta baixo custo de instalação. Desvantagem: não é eficiente devido à formação de lodo, exige uma desidratação, processo mais difícil e custoso do que clarificação. II.2.TIPO DE TRATAMENTO: explosão. II.4. TIPO DE TRATAMENTO: ALIMENTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS É uma técnica que permite eliminar com fluxo variável os resíduos na água de forma mais ABRANDAMENTO eficiente do que as técnicas citadas anteriormente. COM CAL Esta técnica efetuada à temperatura ambiente é, muitas vezes, considerada uma etapa complementar da clarificação, porque produz um Pode ser caracterizado por mistura rápida dos elementos químicos, caso exista um ressalto hidráulico local. benefício adicional ao reduzir a quantidade de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 110 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.4. TIPO DE TRATAMENTO: FILTRAÇÃO IV. MANUNTEÇÃO CORRETIVA É uma técnica que utiliza uma superfície granular Neste tipo de manutenção, pode ocorrer uma que remove fisicamente ( coa ) o material em interrupção do serviço, sendo a falha prontamente suspensão da água. localizada e as unidades defeituosas corrigidas, se necessário. É mais comum nas adjacências Vantagem: é uma técnica com menor custo do dos separadores químicos e pontos de descarga que a alimentação por produtos químicos e dotado em rios e/ou mares, destacando-se: de separador a carvão, possui maior eficiência. • Impermeabilização reparação Desvantagem: necessita de troca periódica dos de das trincas paredes, com após resinas especiais; filtros devido à facilidade de entupimento. • Caso o canal não seja revestido em função dos ângulos dos taludes marginais, pode- II.5. TIPO DE TRATAMENTO: TROCA IÔNICA se recobrir com massa de poliuretano. É geralmente o método mais prático e flexível de • tratamento de água para geradores de vapor de Caso a percolação esteja avançada, devese proceder pela injeção de resinas alta pressão e outros processos. Consiste na especiais nos locais fragilizados; reação química de uma resina que permite • eliminar íons da água, juntamente com os Caso o canal esteja assoreado, devido ao acúmulo de lodo, deve-se desassoreá-lo. minerais existentes. Também é denominado de desmineralização. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Em III. MANUNTEÇÃO PREVENTIVA conformidade com as caraterísticas operacionais e da enorme diversidade destes Neste tipo de manutenção, efetuada de forma a descobrir eventuais defeitos antes que eles causem as falhas reais, evitando interromper o com as mais diversas aplicações, considerando as condições do meio, pode-se obter a seguinte tabela: serviço, podem ser destacados: • Eliminação de plantas, em crescimento nas margens, que possam prejudicar o para efeito de depreciação, em anos escoamento; • Vida útil dos equipamentos esperada Monitoramento da presença de trincas e vazamentos. Fundações do canal Grades de contenção nos canais alimentadores Acompanhamento, procedido de pequenas limpezas de lodo, para evitar o assoreamento dos canais. Revestimento das paredes para alvenaria 40 10 40 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 111 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Dependendo da natureza cáustica ou ácida dos elementos formadores dos resíduos descarregados pelas centrais nucleares e de vapor, pode ocorrer a obsolescência tecnológica dos canais de descarga, significando a diminuição da vida útil dos mesmos para um valor menor do que o estimado na tabela anterior, para fins de depreciação. REFERÊNCIAS [1] Eletronuclear - Eletrobrás, Angra: um Compromisso Ambiental, pp 26, 2000. [2] Libanio M., Lúcio V. P., Bernado L., Análise da Influencia da Variação dos Gradientes de Velocidade no Desempenho das Unidades de Floculação, Engennharia Sanitaria e Ambiental, pp 63 a 69, Vol. 2, No. 2, abril / junho de 1997. [3] Glasstone S., Sesonske A .], Ingenieria de Reactores Nucleares, Editorial Reverté S. A ., pp 556 a 559, Barcelona, Espanha, 1975. [4] Santos D. F. F., Tecnologia de Tratamento de Água, Editora Almeida Neves Ltda, pp 197, Rio de Janeiro, RJ, 1976. [5] Rocha M. V., Hidráulica Aplicada às Estações de Tratamento de Água, Editora Imprimatur Artes Ltda, pp 564, Belo Horizonte, MG, 1997. [6] Cappeline G. A ., Principios de Tratamento de Água Industrial, Drew Produtos Quím icos Ltda, pp 16 a 93, São Paulo, SP, 1979. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 112 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Chaminé RESUMO As chaminés mais rudimentares eram construídas A chaminé é um componente de equipamentos em alvenaria de pedras. Até meados do século nos quais ocorrem processos de combustão ou passado, as chaminés industriais mais comuns emissão de gases. Geralmente empregadas em eram fabricadas em alvenaria de tijolos que foram caldeira e fornos, além das turbinas a gás substituídas por chaminés de chapas de aço, destinam-se promover a tiragem dos gases e, inicialmente rebitadas e atualmente soldadas. consequentemente dissipação na chaminés são Em razão da simplicidade do processo de construídas em chapa de aço ASTM A36, grau A; fabricação de uma chaminé, existem, no Brasil, e o maior fator que reduz sua vida útil é a diversas empresas de caldeiraria pesada que corrosão dos gases de combustão, que ocorre de estão capacitadas a construir chaminés de aço, dentro como, por exemplo, a Confab Industrial Ltda e a atmosfera. para a sua Atualmente fora e as o ataque dos gases atmosféricos, que neste caso, promovem um Arcturus Consultoria e Serviços Técnicos Ltda. processo corrosivo de fora para dentro. Algumas ações mitigadoras são recomendadas que se II. CARACTERÍSTICAS tomadas adequadamente podem garantir uma O processo de fabricação consiste de calandrar as vida útil de aproximadamente 30 anos e dos chapas de aço soldando-as até formar um tubo. ventiladores e exautores de 20 anos. Com vistas a facilitar o transporte e a montagem de chaminés longas, ela é construída em trechos I. INTRODUÇÃO que serão soldados na obra até atingir o A chaminé é o componente destinado a promover comprimento final. Em geral, a sua base é a flangeada, e a chaminé é parafusada no tiragem dos gases de combustão de equipamentos nos quais ocorre a combustão. equipamento térmico. Um cuidado que se toma ao construir uma chaminé é intercalar os cordões de Não há registros históricos sobre o uso de solda longitudinais dos trechos de forma que não chaminés. No iníc io da industrialização, a chaminé sejam coincidentes. foi usada em fornos à lenha e a carvão. Com o surgimento das máquinas a vapor no século XIX, Geralmente, a chaminé passou a incorporar as caldeiras de fornecem com a chaminé e, para a fabricação de barcos, uma chaminé de reposição, pode-se utilizar o navios, veículos movidos locomóveis, locomotivas e outros. a vapor, os fabricantes de caldeiras a projeto original que acompanha a caldeira ou se retiram as dimensões da chaminé original. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 113 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Como já mencionado, a chaminé tem a função de chaminés de aço. Para uma velocidade de promover a tiragem, que é processo de introdução escoamento de 4 a 8 m/s e diâmetro de 0,5 a 2 m, na câmara de combustão do ar de alimentação o coeficiente de atrito situa-se entre 0,03 e 0,04, para que seja mantida uma queima contínua com enquanto que, em chaminés de aço, para estes a intensidade desejada e que garante a retirada mesmos parâmetros, o coeficiente de atrito é dos gases de combustão do local onde ela ocorre 0,025. Para valores fora daqueles apresentados, a para lançá-la na atmosfera. perda de carga em chaminés situa-se entre 0,5 e 1,5 mmH2O (milímetros de coluna de água) por A circulação do ar e dos gases quentes da metro linear de chaminé. instalação encontra resistências que criam perdas de carga, as quais devem ser vencidas pela As chaminés de chapas de aço devem receber tiragem. proteção anticorrosiva na superfície externa e revestidas internamente para evitar a corrosão Na tiragem natural, a diferença de pressão se dos gases. Sua altura máxima é de produz pelo efeito criado pela chaminé. Esta aproximadamente 40 metros, e sua vida útil é diferença de pressão ocorre devido às pressões inferior às chaminés de alvenaria. existentes entre a base e topo provocada pela diferença de temperatura dos gases quentes e do Geralmente, para tiragem natural, adotam-se ar atmosférico. Assim, os gases quentes se chaminés na forma troco-cônica com inclinação de deslocam pelo efeito da gravidade (princípio de parede de 0,013 para se obterem velocidades de archimedes), ou seja, os gases quentes, por saída de gases de 5 a 10 m/s, compensando a serem mais leves que o ar atmosférico, tendem a redução do volume, ocasionada pela diminuição subir empurrados por uma força devido ao seu da temperatura. As dimensões de uma chaminé próprio peso e do impulso recebido, que é igual a para tiragem natural dependem, essencialmente, diferença entre os pesos de uma chaminé cheia da sua descarga (peso dos gases que saem por de ar atmosférico e com igual volume de gases de unidade de tempo) e da respectiva perda de carga combustão. da instalação. As primeiras chaminés eram construídas em Como alvenaria de pedras, posteriormente de alvenaria apresentado, a tiragem natural depende das de tijolos, chapas de aço rebitadas e, atualmente, condições atmosféricas e da temperatura média de chapas de aço soldadas. dos gases de combustão, que varia com o regime pode ser concluído pelo que foi operacional das instalação, além da altura da As chaminés de alvenaria apresentam problemas chaminé. de fuga por existência de frestas. Sua altura máxima é 100 metros. A perda de carga, Muitas vezes, a tiragem é comprometida em razão verificada neste tipo de chaminé, é superior às da perda de carga ultrapassar certos valores ou ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 114 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação porque as instalações são operadas fora do seu operar regime normal ou, ainda, por exigência ambiental, sistemas a chaminé tem que ter uma altura que garanta a perfeita vedação do invólucro externo para dissipação impedir dos gases. Nestes caso, há com de pressões positivas, insuflamento qualquer fuga de devem gás. os ter As necessidade de tiragem mecânica, em que o vantagens destes sistemas são operar deslocamento dos gases é obtido por ação com fluido frio, refrigerar a fornalha, mecânica, através de injetores de vapor ou evitando aderência de particulado, porém, insuflamento de ar. Exceto por questão ambiental, é de difícil regulagem e pouco econômico; não • Tiragem induzida; necessitam de chaminés tão altas quanto aquelas • Indireta: pode ser efetuada através de as instalações com tiragem mecânica com tiragem natural. O custo inicial do sistema de injetores de vapor colocados na base da tiragem mecânica e a sua depreciação são, às chaminé. São aplicáveis em instalações vezes, inferiores aqueles correspondentes a uma marítimas, locomotivas e em algumas chaminé por tiragem natural que produz o mesmo chaminés industriais de emergência. São, efeito. portanto, mais comuns em instalações de pequeno porte. Este tipo de tiragem pode A tiragem mecânica possui, ainda, a vantagem de ser, também, obtido por ventiladores atingir elevadas potencialidades específicas (até centrífugos que aspiram o ar atmosférico 2 500 kgf/m h), praticamente não depende das ou condições atmosféricas, podem ser utilizados captados próximos à base da chaminé, combustíveis cujos gases têm alto teor de insuflando-os dentro da chaminé em uma particulados. Não apresenta problemas com a redução de seção que forma um efeito utilização de economizadores, pré-aquecedores e venturi. Este tipo de tiragem é, também, superaquecedores. Responde melhor à variação denominado de tipo Prat; de carga da instalação, porém seus equipamentos • parte dos gases de combustão, Direta - Este tipo constitui o sistema mais podem consumir até 3 por cento da potência da difundido nos geradores de vapor, em instalação, requerida. razão do seu alto rendimento e por usar Portanto, sua aplicação deve ser indicada quando chaminés convencionais. Ele utiliza um a tiragem natural não for suficiente. exaustor instalado na base da chaminé além da manutenção que aspira os gases de combustão no Os sistemas de tiragem mecânica podem ser conduto de alimentação da chaminé, classificados da seguinte forma: descarregando-os em um ponto acima. O • Tiragem forçada - é feita com ventiladores centrífugos ou axiais para menores tubo de injeção dos gases não é intrusivo; • Tiragem mista - É uma combinação da pressões ou por injetores de vapor, tiragem forçada e induzida, sendo os insuflando ar ou vapor na parte inferior da sistemas grelas ou na câmara de combustão. Por instalações, providas de grelas mecânicas dotados para grandes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 115 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação ou pré-aquecedores de ar. Este sistema é preditiva e programar sua constituído por um ventilador que vence as substituição com antecedência. manutenção ou perdas de carga do circuito de ar (préaquecedor) e um exaustor que vence as Analogamente, é aconselhável a verificação da perdas do circuito de gases da câmara de temperatura da parede externa das chaminés. Isto combustão até a chaminé. Este sistema pode ser feito com sistema de infravermelho ou permite a operação em qualquer nível de mediante a pintura da chaminé com tinta pressão interior da instalação. Contudo, anticorrosiva, que altera sua cor quando a são temperatura atinge determinados valores. preferíveis pressões inferiores à atmosférica, que impedem o escape dos gases de combustão em qualquer ponto Também equipamentos abaixo da chaminé. Isto é particularmente ventiladores importante sob o aspecto de segurança. inspecionados sob o aspecto da manutenção e auxiliares exaustores como devem ser preditiva. Nestes equipamentos, o mais comum é As chaminés possuem um sistema de controle de efetuar medições de vibração e de temperatura descarga, automático ou manual, geralmente dos registros de controle, que regulam o escoamento periódicas ou em tempo real através de um dos gases de acordo com a combustão desejada, sistema informatizado supervisório. mancais. Estas medições podem ser visto que a combustão é dimensionada para a descarga máxima. Isto é feito variando-se a seção IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA de passagem dos gases pelos condutos, de forma As a garantir a circulação, entrada de ar e perfeita relacionadas com chaminés e seus equipamentos combustão. Os registros mais utilizados são do auxiliares referem-se à manutenção da perda de tipo venezianas múltiplas que proporcionam perda carga em níveis aceitáveis de forma a evitar de carga proporcional à redução da seção. redução na descarga dos gases de combustão. III. MANUTENÇÃO PREDITIVA Nas chaminés sem revestimento, é muito comum Ë aconselhável que, durante a parada anual de haver corrosão de dentro para fora, e somente um manutenção das instalações, seja feita a medição bom controle do processo de combustão e a da espessura da parede da chaminé no caso de utilização de combustíveis com baixo teor de chaminé de aço, ao longo de todo o seu enxofre podem reduzir a taxa de emissão de NOx comprimento e em pelo menos dois pontos em e Sox que, em contato com vapor d'água, formam um ácido que atacam o metal da chaminé. mesmo perímetro. Geralmente, esta principais manutenções preventivas verificação é feita com medidor de espessura eletromagnético. É aconselhável que a medição Para prevenir a corrosão atmosférica sobre a seja efetuada sempre nos mesmos pontos, o que parede externa da chaminé é recomendada a possibilitará desenvolver um plano de manutenção aplicação anual de tinta anticorrosiva específica ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 116 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação para superfícies que operam em altas temperaturas. Neste caso, deve-se seguir a risca efetuem pequenos remendos, mas sim providencie a sua substituição. as recomendações dos fabricantes deste tipo de tinta, tomando-se cuidado na preparação da As superfície e na aplicação da tinta, o que deve ser sustentadas, também, por tirantes que devem ser feito por pessoal qualificado. O mesmo se aplica anualmente checados quanto ao seu estado de aos conservação, pois a ruptura de um destes tirantes equipamentos auxiliares, tomando-se o cuidado de, nos motores elétricos, não se aplicar chaminés de grande envergadura são em um vendaval pode destruir a chaminé. tinta nova sobre a camada antiga, de tal forma que reduza a transmissão de calor através da sua Nos equipamento auxiliares, como ventiladores e carcaça. exaustores, pode ocorrer necessidade de intervenção não programada. Normalmente, trataCaso a chaminé apresente aumento na perda de se de problemas nos mancais por lubrificação carga, é aconselhável fazer uma inspeção de deficiente. avaliação da espessura da camada de fuligem equipamentos de grande responsabilidade são depositada na sua parede interna, que deve ser continuamente removida com cuidado para não danificar a alarmes. Este é o motivo monitorados, pelos inclusive quais com proteção existente. Estas manutenções de emergência requerem a No caso de chaminés revestidas, deve-se fazer parada de operação das instalações pelo tempo um controle da espessura e do estado físico do que revestimento. No caso de haver problemas com o normalmente, em sistemas de geração de revestimento, isto pode ser detectado através de potência, são empregados equipamentos de medição de temperatura da parede externa. grande porte que não têm sobressalentes. IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA No caso dos tirantes, não é permitido que eles Normalmente se detecta a necessidade de falhem, porque isto dar-se-á na situação mais manutenção corretiva nas chaminés quando se crítica do ponto de vista de comprometimento da visualizam furos ou quando as leituras fornecidas chaminé. Contudo, caso isto ocorra sem danos à pelos instrumentos mencionados indiquem a chaminé, ele deve ser substituído imediatamente necessidade de intervenção. Pode ocorrer que as e nunca emendado. for necessário ao seu reparo, pois, chaminés com degraus comecem a perdê-los, sendo um forte indicativo, para aquelas empresas Independente do tipo de chaminé, visualmente se que não investiram na prevenção, que a chaminé detecta o início do processo de deterioração nas apresenta bordas da saída dos gases para a atmosfera, quando problema isto ocorre, estrutural. toda a Geralmente, chaminé está porque nesta região há maior formação de ácidos. comprometida, não sendo aconselhável que se ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 117 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Sempre que isto for verificado, deve-se proceder o reparo na próxima parada da instalação. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A vida útil das chaminés de aço não revestidas depende diretamente da qualidade dos gases de combustão e da disponibilidade da instalação, ou seja, nas paradas muito longas há condensação de vapor d'água na parede interna da chaminé, elevando-se a taxa de corrosão. Em instalações que queimam óleo combustível, a vida útil da chaminé é inferior àquela onde se queima gás natural. Aconselha-se que a vida útil das chaminés de instalações que queimam óleo combustível seja de 20 anos e daquelas que queimam gás natural seja de 30 anos. A vida útil de ventiladores e de exautores de tiragem em instalações geradores de vapor é definida pelo desgaste nos mancais e pela corrosão das partes internas. Mantidos em boas condições de manutenção, a vida econômica recomendada para estes itens seja 20 anos. REFERÊNCIAS [1] Flores, Valadão; Apostila do curso de engenharia mecânica da Escola Federal de Engenharia de Itajubá. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 118 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Chave (Sistema de Distribuição) RESUMO equipamento terá sua vida útil beneficiada pelo Chave é o dispositivo destinado a fechar ou abrir fato de não estar operando sob condições de um circuito elétrico, entre limites estabelecidos de grandes arcos elétricos que contribuem para o tensão e de corrente, nunca excedentes às maior desgaste do mesmo. Levando isso em condições normais do circuito. A aplicação de consideração, chaves no sistema de distribuição tem como desenvolvimento de equipamentos de medição principais finalidades: a proteção dos mesmos, a muito mais precisos e eficientes, pode-se estimar possibilidade de divisão e manobra de circuitos. uma vida útil econômica de 15 anos para as Os principais tipos de chaves encontrados no chaves aplicadas no sistema de distribuição. juntamente com o rápido sistema de distribuição são: chaves faca, chavesfusíveis e chaves a óleo. Existem diversos tipos I. INTRODUÇÃO de chaves de faca e respectivas combinações: Chave é o dispositivo destinado a fechar ou abrir unipolar, multipolar, uma direção, duas direções, um circuito elétrico, entre limites estabelecidos de com base própria e ligações na face anterior, etc. tensão e de corrente, nunca excedentes às A chave-fusível é o dispositivo constituído de um condições normais do circuito. porta-fusível e demais partes destinadas a receber um elo-fusível, que é um peça facilmente A aplicação de chaves no sistema de distribuição substituível, composta de um elemento sensível a tem como principais finalidades: a proteção dos passagem de sobrecorrentes. As chaves a óleo mesmos, a possibilidade de divisão e manobra de podem circuitos. ser utilizadas para energização e desenergização de bancos de capacitores, estas chaves ficam imersas em um tanque com um óleo Os principais tipos de chaves encontrados no isolante para possibilitar sua operação em carga. sistema de distribuição são: chaves faca, chaves- No sistema de distribuição são utilizados os fusíveis e chaves a óleo. seguintes métodos de inspeção: total ou poste-aposte, setorial e por amostragem. Segundo os As critérios vigentes, são executados os seguintes relacionadas são: tipos de inspeção nas redes e linhas de principais • normas técnicas brasileiras NBR8124 – Chaves fusíveis de distribuição distribuição: inspeção visual e instrumental. Como (classe as chaves geralmente operam quando há uma exigíveis corrente distribuição tipo expulsão simples na insignificante passando por seus terminais, com exceção das chaves a óleo, este direção 2) (11/1990): para dos Fixa chaves contatos condições fusíveis articulados de de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 119 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação abertura automática, para instalação externa e tensão máxima do equipamento porta-fusíveis, com porta fusíveis, sem interrupção rápida e com interrupção rápida. até 38 kV; • NBR5381 – Chaves de faca, tipo seccionadora, não blindadas para baixa • resistência devem ser ensaiadas as chaves de faca, resistente à umidade; • mecânica, incombustível e Partes condutoras de corrente: as lâminas, baixa tensão; as garras, os terminais e as peças de NBR10860 – Chaves tripolares para redes montagem devem ser de cobre, devem ter de distribuição - Operação em carga resistência mecânica adequada, assim (06/1989): Fixa condições e requisitos como seção reta transversal e área de mínimos exigíveis de chaves tripolares contato suficientes para evitarem elevação para redes de distribuição, operação em de temperatura superior a 30 °C quando carga, 60 Hz, para instalação interna e conduzindo a corrente nominal da chave; externa para tensões nominais de 1,2 kV • Articulação e lâminas: as dimensões das até 36,2 kV, inclusive. Aplica-se, também, lâminas devem seguir o indicado nas aos dispositivos de operação dessas normas chaves empregada também como parte condutora e aos seus equipamentos auxiliares; • Base: deve ser de material isolante, de boa tensão (12/1981): Fixa método pelo qual tipo seccionadora, não blindadas para • A chave de faca é composta das seguintes partes: NBR5355 a articulação, quando de corrente, deve ser dotada de arruelas – Chaves de faca, tipo de pressão, pressas por contra-porca, pino seccionadora, não blindadas para baixa tensão e (09/1981): Fixa características ou equivalente; • Travessas: a travessa das chaves deve exigíveis no recebimento de chaves de ficar presa a todas as lâminas, de maneira faca tipo seccionadora para baixa tensão a não ser possível afrouxamento, giro ou (não blindadas), para uso obrigatório, torção; destinadas a circuitos de não mais de 600V ou de 6000A; • Terminais: fazem a ligação dos condutores do circuito da instalação, com dimensões correspondentes aos valores nominais das II. CARACTERÍSTICAS mesmas. II.1. CHAVES DE FACA II.2. CHAVES-FUSÍVEIS Existem diversos tipos de chaves de faca e A chave-fusível é o dispositivo constituído de um respectivas combinações: unipolar, multipolar, porta-fusível e demais partes destinadas a receber uma direção, duas direções, com base própria e um elo-fusível, que é um peça facilmente ligações na face anterior, com base própria e substituível, composta de um elemento sensível a ligações na face posterior, sem base própria, sem passagem de sobrecorrentes. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 120 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Por ocasião da circulação de sobrecorrente em conexão a um circuito exterior, destinada a uma chave-fusíveo, devido ao efeito térmico, o fixar o cartucho com o elo-fusível; elemento fusível se funde, interrompendo o • Indicador: é a parte de uma chave-fusível circuito. A alta temperatura do arco provoca a destinada a dar, no próprio local, uma queima e a decomposição parcial do revestimento indicação de que a chave operou. interno do cartucho, gerando gases que II.3. CHAVES A ÓLEO interrompem o arco no instante de corrente nula. As chaves a óleo podem ser utilizadas para A pressão dentro do cartucho aumenta em função energização e desenergização de bancos de dos incrementos de temperatura e a geração dos capacitores, estas chaves ficam imersas em um gases cria condições dentro do tubo que ajudam a tanque com um óleo isolante para possibilitar sua desionizar o caminho do arco. A pressão exercida operação em carga. também ajuda a manter a condição de circuito aberto, uma vez que as partículas ionizadas Sua especificação forçam a abertura das extremidades do cartucho capacitores sendo expelidas em seguida. comparação entre as seguintes características da deve para ser chaveamento feita com de base na chave e as correspondentes do sistema no ponto A chave-fusível é composta das seguintes partes: • • considerado, para verificação de compatibilidade: Elo-fusível: é a parte de uma chave-fusível • Tensão máxima nominal; destinada a ser substituída depois de sua • Freqüência nominal; operação; • Freqüência nominal transitória de inrush; Elemento fusível: é a parte de um elo- • Corrente nominal de regime permanente; fusível que se funde ou se rompe quando a • Corrente chave-fusível opera; • Cartucho: é a parte móvel removível de • Tubo: é uma peça cilíndrica de material constituinte do cartucho e • Tubinho de elo-fusível: é o tubo de material isolante que envolve o elemento fusível, • • provida • com terminais para assimétrica de Corrente nominal transitória de fechamento Corrente nominal assimétrica Corrente nominal simétrica em meio segundo; Porta-fusível: é a parte fixa de uma chavefusível nominal momentânea; utilizado para elos-fusíveis de corrente nominal até 100 A; Corrente com alta freqüência (inrush); • gases formados pelo mesmo; Corrente nominal simétrica de fechamento fechamento (em curto-circuito); destinado a extinguir o arco através dos • chaveamento (em curto-circuito); • elo-fusível, mas não incluindo este; isolante, de capacitivo; uma chave-fusível destinada a receber um • nominal Corrente nominal simétrica em um segundo; • Tensão nominal de impulso. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 121 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Na figura abaixo é possível observar o uso das III. MANUTENÇÃO três chaves: PREVENTIVA PREDITIVA E No sistema de distribuição são utilizados os seguintes métodos de inspeção: • Total ou poste-a-poste: devem ser vistoriados todos os postes da rede ou linha de distribuição; • Setorial: devem ser vistoriados os componentes específicos da rede ou da linha de distribuição, como por exemplo, as chaves, etc.; • Por amostragem: deverão ser vistoriados apenas alguns postes (pertencentes à amostra pré-selecionada) do total de postes instalados na rede ou linha de distribuição. Segundo os critérios vigentes, são executados os seguintes tipos de inspeção nas redes e linhas de distribuição: III.1. INSPEÇÃO VISUAL Deverão ser observados os seguintes pontos: • A posição na cruzeta; • Integridade do circuito; • Condições da ferragem de fixação, da porcelana, do cartucho porta-fusível, do conector, do contato (caso da chavefusível); • Condições de ferragem de fixação, da base, dos isoladores, das lâminas dos terminais (caso da chave-faca); • Conexões frouxas e ajustes. Para as chaves a óleo deverão ser verificados: • Vazamento de óleo, estanqueidade à infiltração de umidade; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 122 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Nível do óleo; [2] Manual de Construção de Redes – Volume 6. • Número de operações; Editora Campus / Eletrobrás, 1988. • Posição da alavanca (ligada ou desligada); • Integridade das buchas e da ligação a [3] Proteção de Sistemas Aéreos de Distribuição – terra. Volume 2. Editora Campus / Eletrobrás, 1982. III.2. INSPEÇÃO INSTRUMENTAL Dentre os critérios vigentes, são os seguinte os tipos de inspeção instrumental: • Inspeção com o termovisão aplicada nos terminais de chaves; • Inspeção com termodetector; • Inspeção de radiointerferência em chaves de manobra e chaves-fusíveis; • Inspeção através de medição de grandezas elétricas. IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Como as chaves geralmente operam quando há uma corrente insignificante passando por seus terminais, com exceção das chaves a óleo, este equipamento terá sua vida útil beneficiada pelo fato de não estar operando sob condições de grandes arcos elétricos que contribuem para o maior desgaste do mesmo. Levando isso em consideração, juntamente com o rápido desenvolvimento de equipamentos de medição muito mais precisos e eficientes, pode-se estimar uma vida útil econômica de 15 anos para as chaves aplicadas no sistema de distribuição. REFERÊNCIAS [1] Manutenção e Operação de Sistemas de Distribuição – Volume 4. Editora Campus / Eletrobrás, 1982. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 123 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Chave (Sistema de Transmissão) RESUMO mecanismo de acionamento. As principais tarefas As chaves podem desempenhar nas subestações de manutenção com o equipamento energizado diversas funções, sendo a mais comum de são: verificação de trincas nos isoladores de seccionamento de circuitos por necessidade porcelana, operativa, desalinhamento ou por necessidade de isolar corrosão em entre componentes, lâminas móveis de ou seccionadores na posição aberta. Como as linhas) para realização de manutenção nos chaves geralmente operam quando há uma mesmos. Estes equipamentos devem ter uma corrente suportabilidade entre terminais às solicitações terminais, com exceção da chave de operação em dielétricas de forma que o pessoal de campo carga, este equipamento terá sua vida útil possa executar o serviço de manutenção em beneficiada pelo fato de não estar operando sob condições adequadas de segurança. Podem ser condições classificadas de acordo com suas características e contribuem para o maior desgaste do mesmo. funções que desempenham nas subestações de Levando isso em consideração, pode-se estimar alta tensão: seccionadoras, chaves de terra, uma vida útil econômica de 30 anos para as chaves de operação em carga, chaves de chaves aplicadas no sistema de transmissão. componentes do sistema (equipamentos insignificante de passando grandes arcos por seus elétricos que aterramento rápido. São muitos os fatores que influem na escolha do tipo de seccionador ser I. INTRODUÇÃO usado: nível de tensão e esquema de manobra da As chaves podem desempenhar nas subestações subestação, de diversas funções, sendo a mais comum de afastamentos elétricos, função desempenhada, seccionamento de circuitos por necessidade etc. O mecanismo de operação dos seccionadores operativa, pode ser: manual, feita através de uma manivela componentes (ou volante) localizada na base do seccionador; linhas) para realização de manutenção nos motorizada, feita por um mecanismo que, através mesmos. limitações de área ou ou por do necessidade sistema de isolar (equipamentos ou de hastes, comanda a operação conjunta dos três pólos ou por mecanismos independentes para As chaves devem ter uma suportabilidade entre cada pólo do seccionador. De uma maneira geral, terminais às solicitações dielétricas de forma que a manutenção preventiva dos equipamentos de o pessoal de campo possa executar o serviço de manobra verifica a integridade de seus três manutenção componentes segurança. fundamentais: o sistema de em condições adequadas de isolamento, a parte condutora nas chaves; o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 124 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Na seleção e adequada utilização das chaves em seccionadores, chaves de terra e de sistemas de alta-tensão, devem ser observadas aterramento rápido a serem utilizados em as características do sistema em que elas serão instalações internas e externas, para aplicadas e a função que devem desempenhar. tensões acima de 1000 V e à freqüência industrial, bem como a seus dispositivos As chaves podem ser classificadas de acordo com de operação suas características e funções que desempenham auxiliares; e seus equipamentos nas subestações de alta tensão: • Seccionadoras: não podem operar em II. CARACTERÍSTICAS carga; servem para contornar (baipassar) e • • • isolar equipamentos, como disjuntores e II.1. SECCIONADORES E CHAVES DE TERRA capacitores série, para a execução de Há diversos tipos construtivos de seccionadores manutenção ou por necessidade operativa normalmente e manobrar circuitos entre os barramentos EAT/UAT: em subestações de uma subestação; • Abertura lateral; Chaves de terra: servem para aterrar • Abertura vertical; componentes do sistema em manutenção • Vertical reverso; ou linhas de transmissão, barramentos ou • Dupla abertura; bancos de capacitores em derivação; • Semi-pantográfico horizontal; Chaves de operação em carga: servem • Semi-pantográfico horizontal e vertical; para determinados • Abertura central; circuitos em carga e manobrar bancos de • Semi-pantográfico vertical; reatores e de capacitores; • Pantográfico. abrir e/ou fechar de Chaves de aterramento rápido: necessitam de tempos de fechamento extremamente São muitos os fatores que influem na escolha do rápidos, sempre tipo de seccionador ser usado: nível de tensão e acionamento por explosivos; servem para esquema de manobra da subestação, limitações aterrar componentes de área ou de afastamentos elétricos, função energizados, normalmente com o objetivo desempenhada, etc. Sendo que é possível de provocar uma falta intencional na rede, fornecer determinadas características de alguns de forma a sensibilizar os sistemas de seccionadores que podem influenciar na escolha proteção. do tipo a ser utilizado: exigindo determinados quase • A principal norma técnica brasileira relacionada é: • utilizados Os seccionadores de abertura lateral e de abertura central acarretam espaçamentos NBR6935 – Seccionador, chaves de terra entre eixos de fases maiores que os e aterramento rápido (01/1985): Fixa demais, para manter o espaçamento fase- condições exigíveis e ensaios referentes a fase especificado; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 125 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • O seccionador de dupla abertura é crítico • para tensões maiores que 345 kV, pois as lâminas tornam-se muito longas e tendem cabos aos terminais dos seccionadores; • Concectores de aterramento para fixação a sofrer deformações principalmente nos dos cabos de aterramento à base dos esquemas seccionadores; de determinados manobra em seccionadores que operam • normalmente abertos; • Conectores para fixação de tubos ou ou fechada); Os seccionadores pantográficos, semipantográficos e Indicador de posição das lâminas (aberta verticais • reversos Dispositivos de intertravamento entre os mecanismos de apresentam a vantagem de economia de motorizado área, seccionadores; os três pólos não precisam necessariamente estar alinhados como nos tipos de seccionadores • com acionamento conjunto dos pólos e as comando das manual lâminas e dos Dispositivos de intertravamento entre as lâminas principais e as de terra; • Botoeiras, termostatos, lâmpadas fundações são menores. Eventualmente os indicadoras, contadores de operação, etc. seccionadores para apresentar pantográficos maior manutenção podem freqüência para o de ajuste o mecanismo de operação motorizado. das articulações. Estes tipos de seccionadores O mecanismo de operação dos seccionadores apresentam como pode ser: como • maior seccionadores de utilização by-pass e seccionadores seletores de barra. Manual: feita através de uma manivela (ou volante) localizada na base do seccionador; Seccionadores de EAT (242 a 550 kV) e de UAT • Motorizada: feita por um mecanismo que, (≥ 800 kV), se tiverem lâminas de terra, estas através de hastes, comanda a operação devem ficar localizadas no terminal de articulação conjunta a fim de se evitar formação de corona nos mecanismos independentes para cada contatos pólo do seccionador. das seccionador lâminas está principais aberto com quando um o dos três pólos ou por terminal energizado e o outro aterrado. Da mesma forma, II.2. CHAVES DE OPERAÇÃO EM CARGA os seccionadores isoladores dos disjuntores A chave de operação em carga é utilizada em devem ter o terminal de articulação localizado do substituição ao disjuntor em operações de lado disjuntor. interrupção ou de restabelecimento de correntes significativas Os acessórios normalmente solicitados como, por exemplo, nos em chaveamentos de grandes bancos de capacitores, especificações de seccionadores e chaves de de reatores ou de filtros de harmônicos em terra são: subestações conversoras de corrente. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 126 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A decisão de utilização deste tipo de chave deve poderá ser baseada em considerações técnicas abertura da lâmina principal da chave. Caso e econômicas: • • ser contrário, realizada haverá simplesmente a necessidade com de a um Avaliação da capacidade de interrupção da seccionador ou de um elo removível para isolar a chave para a corrente nominal capacitiva chave ou indutiva correspondente à potência do manutenção. banco, ou de limitação da corrente de A chave de operação em carga é normalmente inrush durante a energização do banco. projetada para uma freqüência de operação Estas chaves não são utilizadas para as (abertura/fechamento) de duas ou mais vezes por correntes de falta nos bancos; dia. Comparação do custo da chave de especificam 5000 operações antes da reposição operação em carga em relação ao custo de qualquer componente da chave, sendo que há do disjuntor. algumas que citam 10000 operações. de operação Algumas em carga concessionárias da americanas As chaves de operação em carga são constituídas III. basicamente de um seccionador com dispositivos PREVENTIVA de interrupção de corrente e, eventualmente, com A periodicidade da manutenção preventiva é dispositivos de limitação de corrente (resistores) função, principalmente, de suas condições de no fechamento. O número de unidades de operação: tipo de circuito a ser chaveado, interrupção em série, da mesma forma que nos freqüência com que são operados, intensidade disjuntores, ser das correntes interrompidas, etc.; bem como de interrompida e dos requisitos de tensão de outros fatores secundários, tais como condições restabelecimento transitória. climáticas, histórico do equipamentos, etc. A seqüência de operação destas chaves na De uma maneira geral, a manutenção preventiva abertura consiste inicialmente na interrupção da dos corrente pela unidade de interrupção e posterior integridade abertura da lâmina principal. Seqüência de fundamentais: depende da corrente a MANUTENÇÃO antes equipamentos de de PREDITIVA manobra seus três verifica E a componentes fechamento da chave: fechamento de contatos da • O sistema de isolamento; unidade de interrupção e posterior fechamento a • A parte condutora nas chaves; alta velocidade da lâmina principal. • O mecanismo de acionamento. A manutenção destas chaves é mais simples e As principais tarefas de manutenção com o rápida equipamento energizado são: que a de disjuntores, bastando a substituição da unidade de interrupção (SF6). Se • os critérios de segurança de manutenção o permitirem, a reposição da unidade de interrupção Verificação de trincas nos isoladores de porcelana; • Corrosão em componentes; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 127 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Desalinhamento entre lâminas móveis de condições de grandes arcos elétricos seccionadores na posição aberta. contribuem para o maior desgaste do mesmo. que Este tipo de manutenção pode ser realizado como Levando isso em consideração, juntamente com o um procedimento da rotina de trabalho dos rápido desenvolvimento de equipamentos de responsáveis pela operação das subestações. medição muito mais precisos e eficientes, pode-se estimar uma vida útil econômica de 30 anos para A manutenção preventiva inclui, além das as chaves aplicadas no sistema de transmissão. inspeções externas realizadas com o equipamento energizado, outras atividades que também têm REFERÊNCIAS função de assegurar a operação satisfatória e [1] A.C.C. de Carvalho, et al. Disjuntores e Chaves contínua dos equipamentos. Existem ensaios – Aplicação em Sistemas de Potência. Editora da cujos resultados auxiliam na avaliação do estado Universidade Federal Fluminense, 1995. ou comportamento de um componente ou de um conjunto de componenetes sujeitos a desgaste. [2] A. D’Ajuz, et al. Equipamentos Elétricos – Especificação e Aplicação em Subestações de Este procedimentos requerem que o equipamento Alta Tensão. Furnas, 1985. esteja desenergizado, indisponível para o sistema no qual está instalado. Os principais ensaios de manutenção são: • Ensaios de isolamento; • Ensaios de resistência de contato; • Verificação dos tempos de operação; • Ajustes e lubrificação do mecanismo de acionamento e verificações gerais IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Hoje em dia, já se dispõe de métodos bastante eficientes na detecção de falhas e na solução das mesmas, o que vem colaborar em muito com a realização de manutenções preventivas. Como as chaves geralmente operam quando há uma corrente insignificante passando por seus terminais, com exceção da chave de operação em carga, este equipamento terá sua vida útil beneficiada pelo fato de não estar operando sob ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 128 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Compensador de Reativos RESUMO I. INTRODUÇÃO Uma demanda crescente de energia que ofereça Um sistema interligado é composto, basicamente, elevada da segurança no fornecimento, porém geração, transmissão e distribuição de mantendo uma reserva favorável sob o ponto de potência que englobam as linhas de transmissão, vista de custo, exige a instalação de sistemas cabos, eficientes manobra, de compensação transmissão de e reativos distribuição. em redes A de transformadores, etc., e dos equipamentos de consumidores que correspondem às cargas do sistema elétrico. transmissão e sistemas interligados visa atender as crescentes exigências de uma transmissão de A transmissão e distribuição têm a função de energia e interligar a geração aos consumidores. Como as os cargas absorvem tanto potência ativa e reativa, o compensadores de reativos. De acordo com as sistema de transmissão comporta-se de forma não necessidades de projeto e as características do ideal. elétrica qualidade. Para com isso, elevada são segurança utilizados sistema, existem diferentes configurações e equipamentos que podem ser utilizados para a No caso de transmissão de potência, tanto nas compensação de reativos. De uma maneira geral, linhas existem duas formas possíveis de compensação transformadores e cabos, há perdas de potência de potência reativa, além da própria potência ativa e necessidade de potência reativa - indutiva reativa do gerador: a compensação paralela e a ou capacitiva, a qual, em parte, deve ser compensação série. A compensação paralela é compensada de modo a equilibrar o balanço de feita através de unidades reguladas ou chaveadas potência reativa. de transmissão, quanto nos ligadas em paralelo com o sistema de transmissão em determinados pontos da rede, enquanto a O compensação série é feita com a instalação de dinamicamente às variações do equilíbrio de elementos de potência reativa em série na linha potência ativa e reativa. Tanto o excesso quanto a de transmissão. Considerando-se as diferenças falta de potência reativa têm grande influência construtivas diversas sobre a tensão da rede, bem como sobre o seu possibilidades de circuitos e equipamentos que perfil. Grandes diferenças de tensão em diferentes podem ser empregados para a compensação de pontos da rede têm efeitos sobre o fluxo de carga reativos, pode-se estimar a vida útil econômica e podem sobrecarregar as linhas ou cabos acima dos compensadores de reativos em 30 anos. da sua capacidade térmica. O equilíbrio de e operativas das sistema de transmissão também reage potência reativa, nesse caso, pode ser atingido ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 129 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação através da compensação adicional de potência usados são os compensadores síncronos rotativos reativa no sistema interligado. ou os compensadores estáticos (CE). II. FORMAS DE COMPENSAÇÃO DE O compensador síncrono nada mais é do que uma POTÊNCIA REATIVA máquina síncrona com características de A compensação de potência reativa pode ser operação especiais. Através do controle da realizada pela compensação série e paralela, excitação, pode-se colocar o compensador para além da própria potência reativa do gerador. operar como fonte de reativo para o sistema – sobre excitado, ou como sorvedouro de reativo do II.1. COMPENSAÇÃO PARALELA sistema – sub excitado. Para maiores detalhes, Compensação paralela é aquela na qual a ver o artigo “Gerador”. compensaç ão de potência reativa realiza-se através de unidades reguladas ou chaveadas, Na figura 1 é apresentado um esquema unifilar ligadas em paralelo com o sistema de transmissão básico em determinados pontos da rede. instalação em sistemas de alta tensão. de um compensador Usualmente utiliza-se a compensação chaveada – estático para 1 reatores, banco de capacitores ou filtros, com equipamentos de manobra convencionais, de modo a atingir os seguintes objetivos: • Solução econômica. • Diminuição de fluxos de potência reativa indesejáveis no sistema de transmissão e conseqüente diminuição das perdas de 4 4 3 Figura 1 – Esquema unifilar básico de um transmissão. • 2 Compensador Estático Manutenção da potência de transmissão definida no contrato, considerando-se o O sistema é composto por ramos de Reatores balanço de potência reativa. • Compensação direta retificadoras, como de instalações Regulados por Tiristores (RRT) e ramos de de Capacitores Chaveados a Tiristores (CCT), que transmissão em corrente contínua, e redes permitem variar continuamente a potência reativa de cabos. indutiva ou ligar (desligar) a potência reativa sistemas capacitiva instalada, respectivamente. Os Por outro lado, a compensação regulada tem a harmônicos gerados são absorvidos por filtros vantagem de possibilitar uma rápida regulação instalados em paralelo com o ramo RRT. A dinâmica, mantendo-se o balanço de potência potência é transferida através do transformador. reativa dentro de um limite estreito. Os sistemas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 130 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação O compensador estático desempenha, principalmente, as seguintes funções: Os compensadores estáticos se tornaram grandes competidores dos compensadores síncronos, • Regulação de tensão. principalmente • Regulação de potência reativa. compensador síncrono ainda encontra espaço em • Limitação de sobretensões a freqüência aplicações onde é importante elevar o nível de industrial. curto-circuito, • Melhoria da estabilidade, e estações inversoras de HVDC. • Amortecimento de oscilações de potência. em relação como, por ao custo. exemplo, junto O a Características dos compensadores estáticos que Funções suplementares da compensação • Menor custo. Influência sobre o fluxo de potência reativa • Menores perdas. na rede. • Menor manutenção. Aumento da capacidade de transmissão • Maior confiabilidade (acima de 96% de estática, tais como: • • podem ser consideradas como vantagem: das linhas. disponibilidade • Redução da instabilidade de tensão. compensador síncrono). • Influência na carga através de mudanças • Tempo de resposta mais rápido. na tensão de alimentação, e • Controle trifásico ou monofásico. • Ausência de inércia. • Impossibilidade de se auto-excitar. • Amortecimento de ressonâncias subsíncronas. contra 90% do Influenciam diretamente na operação do sistema Características que podem ser consideradas elétrico, pois através da regulação de tensão como desvantagem: podem agir sobre o fluxo de potência reativa em • A capacidade máxima de geração de sistemas malhados. Com isso, as perdas nas reativo é proporcional ao quadrado da linhas de transmissão podem ser minimizadas e tensão e, portanto, pode ser reduzida em sua capacidade de carga aumentada. tensões baixas. • II.2. COMPARAÇÃO ENTRE COMPENSADORES A maioria dos esquemas de compensadores estáticos gera harmônico. SÍNCRONOS E ESTÁTICOS A capacidade de absorção de um compensador A não contribuição para a potência de curto- síncrono é, normalmente, da ordem de 60% da circuito pode ser considerada vantagem ou sua capacidade nominal de geração. Da mesma desvantagem, dependendo do caso. forma que os geradores, a sua capacidade de sobrecarga é bastante razoável. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 131 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.3. COMPENSAÇÃO SÉRIE De acordo com o grau de compensação usado e A compensação série é feita com a instalação de na ocorrência de uma falta, podem surgir elementos de potência reativa em série na linha correntes de transmissão. àquelas que apareciam cas o não houvesse de curto-circuito muito superiores compensação, causando elevadas quedas de Essencialmente são utilizados capacitores série tensão nos capacitores série. Neste caso, os gaps cujas funções são: (FS) ou pára-raios (MOV) em paralelo servem • Redução da queda de tensão na linha em justamente para proteger os bancos parciais. condições de operação. • Aumento da capacidade de carga das Outro arranjo possível é mostrado na figura 3. linhas de transmissão. • C1 Influência sobre os fluxos de potência em linhas ou redes em paralelo. • V L Redução das oscilações de tensão dentro R de certos limites no caso de variação de LS potência e. • Diminuição do ângulo de transmissão e Figura 3 – Compensação Série Avançada conseqüente aumento da estabilidade da Neste caso, os gaps e pára-raios são substituídos transmissão. por um ramo RRT, sendo que os tiristores Na figura 2 é apresentado o esquema unifilar assumem a capacidade de controle rápido do gap. básico de uma instalação de compensação série. Com C1 um dimensionamento adequado, uma instalação de compensação série pode ser C2 regulada dentro de limites definidos. MOV1 Desse modo, em redes com compensação série, MOV2 D1 D2 FS1 FS2 o fluxo de potência pode ser ajustado de acordo com o desejado. Além disso, a proteção contra sobretensões permanece disponível. LS 1 LS2 Figura 2 –Compensação Série Convencional A utilização da compensação série – convencional ou avançada, em um sistema de transmissão, O banco série completo é formado por bancos permite ainda a utilização das parciais Ci ligados em série. Através de um transmissão até o seu limite térmico. linhas de disjuntor em paralelo (LS), cada banco parcial pode ser curto-circuitado, permitindo assim a compensação da linha em diversos estágios. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 132 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III. TIPOS E APLICAÇÕES Dentre as possibilidades Compensador de reativos no caso de carga leve, de aplicação da limitando as sobretensões temporárias. compensação série ou paralela, pode-se destacar: III.3. COMPENSADOR ESTÁTICO III.1. CAPACITOR E U z SVC E U z Indicado para suporte de tensão no caso de carga Utilizado para regulação de tensão e potência pesada. reativa e bom para amortecimento de oscilações da rede e estabilidade da rede. III.2. REATOR E U z Potência de Curto-circuito Elemento de Compensação Influência na Tensão Ãngulo de Transmissão Tensão após Rejeição de Carga Capacitor Pouca influência Aumenta tensão Nova influência Reator Pouca influência Diminui tensão Pouca influência Baixa Compensador Estático Pouca influência Regulação Pouca freqüência Limitação através da regulação Aumento Muito bom Pequeno Pequena Diminuição (Muito) pequena (Muito) grande (Muito) elevada Capacitor Série Reator Série Elevada Tabela 1 – Tipos de Compensação de Potência Reativa III.4. CAPACITOR SÉRI E Utilizado em linhas de transmissão longas com elevada potência de transmissão. E U z ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 133 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III.5. REATOR SÉRIE sinalização e comando. Os tipos de testes, verificações e periodicidade E U z ajustes, é bem função como da sua confiabilidade estabelecida pelo fabricante do equipamento. De uma forma geral, pode-se seguir os seguintes Usado em linhas curtas, limitando da potência de curto-circuito. Na tabela 1 características são apresentadas dos diferentes algumas tipos de compensação de potência reativa. procedimentos: • Inspeção visual; • Teste de Lâmpadas; • Tensão de saída; • Limpeza interna e externa; • Testes de operação, de confiabilidade, de desempenho e de sistema. IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Os compensadores reativos abrangem uma ampla V. MANUTENÇÃO CORRETIVA detalhadamente A qualificação do técnico responsável pela apresentados nos respectivos artigos, como recuperação do compensador estático deve ser a capacitores, reatores e mesmo os compensadores mesma síncronos que não passam de uma máquina manutenção preventiva. Deste modo tanto o síncrona operando sob condições especiais. conhecimento técnico sobre o equipamento e as Portanto, será dada ênfase à manutenção suas características dentro do sistema, como a preventiva aplicada aos compensadores estáticos, interpretação correta do instrumental de teste, dos gama de equipamentos adotada medidores cujo principal componente é a chave estática. do interpretação para o responsável compensador de a requisitos indispensáveis técnico recuperação das falhas do compensador estático. deve ter plenos técnico são e Para se efetuar a manutenção preventiva o responsável ao sinalização, estático pela responsável pela conhecimentos da função dos vários estágios que compõem o compensador estático e também o Considerando-se a importância do compensador princípio de funcionamento de todos os circuitos estático no sistema para o controle da potência de cada estágio, de modo a poder atuar nos pontos de ajuste corretos, quando for necessário reativa os procedimentos para manutenção corretiva podem ser classificados em dois grupos: reconduzir o equipamento às suas condições • Recuperação do sistema; normais. Assim, para manter o compensador • Recuperação do equipamento. estático em perfeitas condições de funcionamento, deve-se controlar a qualidade dos principais Na recuperação do sistema, a interferência no parâmetros equipamento desempenho do equipamento, dos estágios bem de como o proteção, visa repor as condições de funcionamento do compensador estático como um ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 134 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação todo com a máxima rapidez possível. Este tipo de interferência se caracteriza pela substituição completa de um módulo de circuito, onde foi detectado o defeito, por outro em perfeitas condições de funcionamento. A recuperação do módulo defeituoso pode ser feita posteriormente. Quando o defeito constatado no equipamento não implica em risco para o sistema, a recuperação do compensador estático é feita pela substituição direta do componente defeituoso. Isto caracteriza uma recuperação do equipamento. VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Conforme visto, várias são as possibilidades de equipamentos e circuitos para a compensação de reativos. Enquanto os compensadores síncronos possuem características de máquinas rotativas, os compensadores estáticos, como o próprio nome diz, são formados por componentes estáticos. Conseqüentemente, as práticas de manutenção variam significativamente de um tipo de equipamento para o outro, bem como as características construtivas e operativas. Considerando-se esses aspectos, pode-se estimar a vida útil econômica dos compensadores de reativos em 30 anos. REFERÊNCIAS [1] Christil, N., Sadek, K., Tyll, H., Lemes, M.N. “Compensação de Reativos em sistemas de Transmissão”. Revista Siemens, 1991. [2] Silva, A.F., Barradas, O.C.M. “Telecomunicações: Sistemas de Energia”. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos. Embratel, 1980. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 135 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Comporta RESUMO eficientes é compartilhada por cliente e fabricante. As comportas utilizadas em Usinas hidrelétricas Mesmo recebendo o equipamento adequado às desempenham um papel secundário quando suas analisamos a produção de energia elétrica, em estabelecimento de um programa adequado e que a turbina e o gerador são indiscutivelmente os abrangente de equipamentos corretivas, além principais. Apesar disto, as necessidades, cabe ao manutenções da operação cliente o preditivas e correta do comportas têm merecido um cuidado todo equipamento. Considerando o que foi acima especial, uma vez que falhas em sua concepção, exposto, recomenda-se uma vida útil econômica projeto, fabricação, montagem, comissionamento, de 30 anos para as comportas. operação e manutenção podem pôr em risco a segurança da turbina ou, até mesmo, da própria I. INTRODUÇÃO usina, além de que elas devem estar sempre A construção de comportas hidráulicas originou-se prontas para garantirem a proteção para a qual nas técnicas de irrigação, abastecimento de água foram e navegação fluvial. projetadas. equipamentos As normalmente comportas adquiridos são de fabricantes tradicionais, em que o cliente, sozinho Os chineses utilizavam, por volta do ano 983, ou com o auxílio de uma firma projetista, define a troncos de madeira para represar a água. Mais estrutura onde serão instaladas as comportas, os tarde, os troncos passaram a ser unidos formando tipos de comporta a empregar, suas dimensões e uma peça única que podia ser levantada ou quantidades, os critérios de dimensionamento e abaixada como lâmina de uma guilhotina. concepção mecânica e elétrica, as normas de projeto, os materiais, as características do O desenvolvimento das comportas na Holanda acionamento, o esquema de pintura e as pré- seguiu um padrão semelhante ao da China. Ali, no montagens a serem executadas em fábrica. Ao final do século XIV, as eclusas eram bastante fabricante cabe o cálculo (baseado nas premissas comuns. As comportas ainda tipo guilhotina do cliente), o projeto, e a fabricação, mesclando tinham sido equipadas com contrapeso de sua experiência com os requisitos do cliente, para chumbo. oferecer um equipamento robusto, seguro e eficiente a custo competitivo. Devido a esta O primeiro desenho de uma eclusa data de 1497, modalidade de aquisição das comportas, a a qual já possuía as características das eclusas responsabilidade por ter a usina comportas modernas. robustas, duráveis, bem concebidas, seguras e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 136 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A invenção do sistema de eclusa e o primeiro U.S. Bureau of Reclamation dos EUA e os desenho fabricantes unidos para vencer os desafios de uma comporta segmento são creditados a Leonardo da Vinci. impostos por cada nova obra. As primeiras com portas metálicas surgiram por As usinas hidrelétricas tiveram um papel de volta de 1850. Com a virada do século, ocorreram destaque no desenvolvimento das comportas. invenções e um grande desenvolvimento dos tipos existentes, propiciado pelo desafio da As comportas apresentadas neste texto são as de necessidade da construção de comportas cada maior utilização nas hidrelétricas. No entanto, vez maiores. existe uma grande quantidade de outros tipos de comportas com usos mais adaptados aos As primeiras comportas eram rebitadas e de sistemas de irrigação, às eclusas de navegação, estrutura treliçada. Com a evolução dos materiais sistemas de abastecimento de água e de e da tecnologia de soldagem, a estrutura das contenção de cheias. comportas evoluiu, e os rebites foram abandonados. Em nível mundial, podemos citar como grandes fabricantes de comportas a Allis Chalmers (EUA); O acionamento das comportas que, no principio, ATB e Riva Calzoni (Itália); BVS e Neyrpic era manual, passou a ser motorizado através de (França); Escher Wyss (Suíça); Hitachi-Zosen, guinchos mecânicos e mais recentemente partiu- Ishikawajima e Mitsubishi (Japão); MAN, Voith e se para o uso de sistemas óleo-hidráulicos. Noell (Alemanha); Voest Alpine (Áustria); Sorefame (Portugal) e Impsa (Argentina). O desenvolvimento das comportas se deu a medida em que se desenvolveram também os No Brasil, destacam-se a Alstom (ex-Mecânica materiais de construção (chapas de aço carbono e Pesada), a Bardella (BSI), a Badoni-ATB, a inoxidável, Ishibrás, a Coemsa e a Inepar–Fem. materiais forjados e fundidos e borrachas de vedação), das normas de projeto, dos sistemas de pintura, da tecnologia de II. CARACTERÍSTICAS acionamento, das tecnologias e dos materiais de As comportas são equipamentos usados em construção civil e dos meios de montagem, usinas hidrelétricas com a finalidade de controlar tornando os equipamentos mais leves, mais níveis duráveis, mais confiáveis e com performance equipamentos principais, fechar o desvio do rio, operacional muito superior. controlar a descarga de fundo (pouco usada no d’água, permitir a manutenção dos Brasil) e ainda como órgão de fechamento de O Desenvolvimento das comportas se deu num emergência. esforço combinado entre órgãos oficiais de diversos países, entre os quais podemos citar o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 137 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Normalmente, as usinas são dotadas de fechamento normal para propósito de manutenção comportas vagão de emergência da tomada com velocidade de 1,0 m/min e de emergência, a d’água ou tubo de sucção, comporta segmento de qual pode ser acionada pelo sistema de proteção vertedouro , comportas ensecadeiras da tomada da turbina ou pelo sistema de detecção de ruptura d’água, do vertedouro e do tubo de sucção, além do conduto forçado (apenas algumas usinas têm das comportas do fechamento do desvio e das este sistema). A velocidade de fechamento de comportas de descarga de fundo. emergência depende das características de proteção da turbina e da altura da comporta pode Abaixo descreveremos as comportas relacionadas acima, caracterizando sua finalidade, chegar à casa dos 10 m/min. as concepções básicas e as evoluções encontradas As comportas vagão de emergência da Tomada nas construções mais recentes. d’água são compostas basicamente dos seguintes componentes: II.1. COMPORTA VAGÃO DE EMERGÊNCIA DA TOMADA D’ÁGUA OU TUBO DE SUCÇÃO As comportas vagão de emergência II.1.1. Tabuleiro são Chama-se tabuleiro a estrutura metálica que normalmente instaladas na tomada d’água, sendo compõe a comporta. O tabuleiro é composto pelo que, em algumas instalações de turbina Kaplan e paramento (chapa de face), vigas horizontais e quase todas de turbina bulbo, as mesmas se verticais, vigas de cabeceira duplas onde se situam no tubo de sucção. alojarão as rodas principais da comporta, olhal de conexão com o órgão de manobra. O tabuleiro Estas comportas se caracterizam pelo fato de pode ser composto de um ou vários elementos serem projetadas para fecharem por peso próprio, dependendo trabalham em posição totalmente aberta ou elementos do tabuleiro podem ser ligados por totalmente fechada, não sendo projetadas para talas e pinos de aço inoxidável ou podem trabalhar em aberturas parciais e regular a vazão. soldados na obra. Atualmente, é mais utilizado o A abertura se dá normalmente em duas etapas: a tabuleiro com elementos ligados por talas e pinos. do tamanho da comporta. Os primeira com pressões desequilibradas através de uma operação chamada cracking, que consiste Os tabuleiros podem ainda ter o paramento a numa abertura de cerca de 200 mm com montante ou a jusante. Hoje há uma tendência velocidade em torno de 0,1 a 0,2 m/min, para maior à utilização de paramento a jusante devida permitir o enchimento do conduto forçado, o qual, principalmente à grande redução do esforço de depois de completado e detectado pelo sistema manobra para movimentar a comporta. de detecção de equilíbrio de pressões, libera a comporta para continuar a abertura numa II.1.2. Rodas Principais velocidade de cerca de 1,0 m/min. O fechamento As rodas da comporta têm a finalidade transmitir o destas comportas ocorre nas modalidades de esforço de manobra ao concreto e também ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 138 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação diminuir a força de atrito para içamento da Normalmente no Brasil, se usa o material SBR comporta. As rodas são normalmente em aço (composto de estireno e butadieno) e o neoprene, carbono fundido ou forjado, montadas sobre um sendo que o primeiro tem sido mais usado devido rolamento auto-compensador de rolos, em eixo de ao seu menor custo. aço inoxidável forjado. O rolamento fica envolvido em graxa, protegido por tampas dotadas de As comportas mais antigas possuíam vedações retentores. de bronze e de madeira. Com o início da utilização da borracha, estas deixaram de ser usadas, uma As comportas mais antigas eram dotadas de vez que as vedações de borracha são mais rodas tipo ferroviária com buchas de bronze. Hoje eficientes, pois, devido à sua flexibilidade, podem raramente se usa esta concepção devido ao maior assimilar melhor as imperfeições construtivas de atrito e, conseqüente, maior força necessária no tabuleiros e peças fixas e, ainda assim, garantir mecanismo de manobra. Além disso, o atrito boa estanqueidade. maior normalmente exige uso de lastro para garantir o fechamento de emergência, que é feito II.1.4. Rodas ou Patins de Guia e Contraguia pelo peso próprio da comporta, sem uso de Estes elementos têm a finalidade de guiar as energia elétrica. comportas nos movimentos verticais nos sentidos transversais e montante-jusante da comporta. Alguns projetistas ainda insistem no uso de bucha não Normalmente, se usam rodas de aço carbono com necessidade de manutenção. A lubrificação das eixo de aço inoxidável e buchas autolubrificantes. rodas na maioria das comportas é uma operação Alguns projetistas optam pelo uso de patins. autolubrificantes nas rodas devido a manual e individual. O uso de contraguias com molas elásticas de II.1.3. Conjunto de Vedação poliuretano garantem a pré-compressão constante As comportas são normalmente dotadas de da vedação garantindo melhores condições de vedações de soleira, laterais e frontal. As estanqueidade e atuando também na redução das vedações frontal e laterais são tipo nota musical vibrações da comporta na posição aberta. simples ou dupla dependendo da pressão e tipo barra chata na soleira. II.1.5. Peças Fixas As peças fixas das comportas são elementos Em comportas de emergência, normalmente, se metálicos embutidos no concreto que possuem a usam borrachas com película de teflon para finalidade de transmitir a carga hidrostática para o diminuir o atrito de deslizamento e diminuir a concreto, além de conterem o quadro metálico de capacidade do mecanismo de manobra, além de apoio das vedações. garantir o fechamento por gravidade. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 139 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • As peças fixas se dividem em duas partes, ou Vigas de soleira: A viga de soleira tem a seja, as de primeiro estágio e as de segundo finalidade de suportar e transmitir ao estágio. As de primeiro estágio são instaladas concreto o peso da comporta, além de quando da concretagem da barragem e serão o possuir chapa de aço inoxidável para suporte para soldagem dos chumbadores de apoiar a vedação de soleira. • fixação e regulagem das peças fixas de segundo estágio. Vigas de frontal: A viga de frontal tem a finalidade de servir de apoio para a vedação de frontal. As peças fixas de segundo estágio são compostas basicamente de: • II.1.6. Acionamento Caminho de Rolamento: É a viga metálica Atualmente as comportas de emergência da vertical localizada a jusante da ranhura, tomada d’água são em sua maioria acionadas por dimensionada para suportar e distribuir ao sistemas óleo-hidráulicos, compostos de cilindro concreto hidrostáticos. hidráulico de simples efeito, com sua viga suporte, Normalmente, tem comprimento de, no hastes de ligação da comporta ao cilindro, painel mínimo, duas vezes a altura da comporta. elétrico de comando e controle da unidade O caminho de rolamento normalmente é hidráulica de aço carbono, sendo que a pista da roda hidráulicas e elétricas, detector de equilíbrio de é feita de aço inoxidável temperado, pressões, além do indicador de posição. os esforços e da comporta, as interligações dimensionado para suportar a pressão de • Hertz aplicada pela carga da roda. Em As comportas de emergência da tomada d’água comportas mais de vedação a jusante o antigas instaladas são em operadas várias por usinas caminho de rolamento contém as chapas brasileiras guinchos de apoio das vedações em aço inoxidável. eletromecânicos. Estes guinchos permitem o Vigas de Contraguia: Estas vigas verticais fechamento da comporta por peso próprio, porém, dispostas a montante da ranhura têm a nas usinas com acionamento por guinchos, as função de servirem de pista para a roda velocidades de fechamento são normalmente contraguia. Em comporta de vedação a baixas e não atendem às necessidades do montante, as chapas de aço inoxidável fechamento de emergência. para apoio das vedações estão contidas • nestas vigas. A maioria dos projetos Vigas de guia lateral: Normalmente se comportas de emergência da tomada d’água tem estendem desde a soleira até o piso de especificado operação e são compostas de trilho ou vedações a montante, o que reduz muito o esforço perfil laminado tipo U. A função destas de manobra, resultando em cilindros hidráulicos vigas é servir de pista para as rodas ou de patins guia. conseqüentemente menor unidade hidráulica e comportas menor mais com capacidade, recentes paramento de e exigindo ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 140 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação menor potência de alimentação dos motores, com sinalização das posições da comporta nos resultando em um custo bem mais vantajoso do painéis elétricos de comando centralizado da que com o projeto com vedação a jusante. usina na sala de comando da usina. Apesar de basicamente o acionamento hidráulico Com o avanço da eletrônica e da tecnologia de da comporta vagão ter uma concepção bem comunicação, há uma tendência crescente para definida, dos que o comando seja feito em sua maior parte clientes e empresas projetistas, considerando remotamente da sala de comando da usina. Neste aspectos de operacionalidade, manutenção e sentido, vem aumentando bastante o uso de segurança. Exemplificando: podemos citar casos painéis com lógica de comando efetuada por PLC, de uso de uma unidade hidráulica por comporta, visto que estes apresentam atualmente grande uma unidade para várias comportas, porém, com simplicidade funcional e custo bastante atrativo. existem concepções próprias operação de uma comporta apenas por vez, duas unidades para operar várias comportas, sendo Os indicadores de posição são instrumentos de uma unidade de stand-by. Da mesma forma, o extrema importância para a comporta, pois o seu cilindro hidráulico é, às vezes, posto dentro da correto funcionamento garante à comporta uma ranhura, ficando com o corpo imerso e, em outros operação segura e eficaz. As comportas mais projetos, é posto fora do poço da comporta, antigas acionadas por guincho possuem, na sua melhorando a facilidade de operação, mas maioria, o indicador acoplado ao próprio guincho. trazendo inconvenientes por estar exposto. As comportas operadas hidraulicamente possuem indicadores do tipo mecânico com sistemas de O painel elétrico de comando e controle, cabos e polias, que transformam o movimento de responsável pela alimentação elétrica dos motores translação da comporta num movimento rotativo da unidade hidráulica e demais componentes de 270°, indicado sobre um disco metálico elétricos, pela execução da lógica de controle das graduado em metros, relativo à posição da comportas, pelas indicações de posição das comporta. O sistema contém ainda seletores comportas e pela sinalização das falhas do rotativos com fins de curso para detecção das sistema, deve ser projetado considerando toda a posições mais importantes da comporta, a saber: • Comporta fechada; • Comporta aberta; Os painéis de comando e controle das comportas • Comporta em posição de cracking; são considerados equipamentos eletricamente • Posição extrema de abertura; simples e bastante confiáveis. • 1ª posição de reposição; • 2ª posição de reposição; • comporta em deriva. necessidade operacional da comporta. As comportas vagão de tomada d’água são normalmente operadas através de painéis locais, localizados na estrutura de tomada d’água, porém ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 141 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Por questões de segurança, alguns projetos ainda seguir, as comportas segmento acionadas por indicam a existência de chaves fim de curso cilindros hidráulicos. redundantes para as posições de cracking e comporta aberta. Estas comportas se caracterizam pelo fato de fecharem por peso próprio, descarregarem a água Hoje, começam a ser usados nas comportas de por baixo do paramento e são projetadas para tomada trabalhar em aberturas parciais e regular a vazão. d’água indicadores eletrônicos com sistema de detecção de posição por reles. A abertura e o fechamento são feitos com velocidades da ordem de 0,2 a 0,3 m/min. A Outro sistema de fundamental importância na comporta segmento é o tipo mais econômico e operação das comportas de tomada d’água é a usualmente o mais adequado para vertedouros de detecção do equilíbrio de pressão após o grande cracking. Este sistema tem por finalidade detectar funcionamento e de manutenção (fácil acesso aos o equilíbrio de pressão entre montante e jusante mancais e à estrutura), menor peso e por requerer da comporta, indicando que o conduto está cheio cilindros hidráulicos de menor capacidade se e que a comporta pode ser totalmente aberta. As comparado com comportas vagão para a mesma comportas mais antigas usavam normalmente um aplicação. capacidade pela simplicidade de sistema de borbulhamento de ar com pressostato diferencial. Estes sistemas têm apresentado A abertura da comporta é feita pela ação do problemas que vão desde entupimento nas cilindro hidráulico que deve ser dimensionado tubulações até a difícil regulagem das válvulas do para vencer o peso da parte móvel da comporta e sistema. as forças de atrito dos mancais e da vedação lateral devido à pressão da água. O fechamento é II.2. COMPORTA SEGMENTO DO VERTEDOURO feito pelo peso próprio da comporta. Por questões Os vertedouros são dotados de comportas para de segurança da barragem, o acionamento destas controlar o nível do reservatório e também para comportas deve contar com uma segurança evacuar as vazões de cheias. Podem ser usadas adicional, através de grupo de bombeamento como comporta de serviço nos vertedouros: as diesel acoplado à unidade hidráulica e grupo comportas vagão ou segmento. Algumas usinas gerador diesel. mais antigas possuem comportas vagão no vertedouro acionadas por guincho. Devido às suas As comportas segmento de vertedouro são grandes vantagens em relação às comportas compostas, vagão, os projetistas começaram a usar as componentes: basicamente, dos seguintes comportas segmento no vertedouro, no princípio, acionadas em sua maioria por guinchos a corrente II.2.1. Tabuleiro ou a cabo e, mais recentemente, por cilindros Chama-se de tabuleiro a estrutura metálica hidráulicos. Por tal motivo, só descreveremos, a composta pelo paramento (chapa de face), vigas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 142 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação horizontais, verticais, enrijecedores horizontais, Normalmente no Brasil, se usa o material SBR olhais de conexão com os órgãos de manobra e (composto de estireno e butadieno) e o neoprene, placas de apoios dos braços. O tabuleiro é sendo que o primeiro tem sido mais usado devido composto de vários elementos que, após a ao seu menor custo. soldagem na obra, compõem uma única peça. II.2.4. Rodas ou Patins de Guia II.2.2. Braços Estes elementos têm a finalidade de guiar as Os braços têm a finalidade de transmitir a carga comportas nos movimentos verticais nos sentidos hidrostática suportada pela comporta e a carga transversais da comporta. dos cilindros hidráulicos de manobra aos pilares de concreto. As comportas mais antigas possuem Normalmente, se usam rodas de aço carbono com três braços de cada lado, ao passo que as eixo de aço inoxidável e buchas autolubrificantes. comportas mais recentes, em sua maioria, Alguns projetistas optam pelo uso de patins. empregam dois braços de cada lado. Na junção Algumas comportas usam os dois sistemas. dos braços inferior e superior, encontra-se o terminal de braços, que nada mais é do que uma II.2.5. Peças Fixas peça independente dos braços, que contém dois As peças fixas das comportas segmento são pequenos trechos de braços acoplados a um anel elementos metálicos embutidos no concreto que geralmente fundido chamado de cubo ou bosso, possuem a finalidade de transmitir a carga no interior do qual se instala a bucha de bronze hidrostática para o concreto, além de conterem o autolubrificante que se articula sobre um eixo de quadro metálico de apoio das vedações. aço carbono, revestido de cromo duro ou de aço inoxidável. As peças fixas se dividem em duas partes, ou seja, as de primeiro estágio e as de segundo II.2.3. Conjunto de Vedação estágio. As de primeiro estágio são instaladas As comportas segmento de vertedouro são quando da concretagem da barragem e serão o normalmente dotadas de vedações de soleira e suporte para soldagem dos chumbadores de laterais. As vedações laterais são tipo nota fixação e regulagem das peças fixas de segundo musical sim ples para comportas pequenas, tipo L estágio. para comportas grandes e tipo barra chata na soleira. As peças fixas de segundo estágio são compostas basicamente de: Normalmente, se usam borrachas com película de • Vigas de guia lateral: Normalmente se teflon para diminuir o atrito de deslizamento e estendem desde a soleira até o piso de diminuir a capacidade do mecanismo de manobra, operação, descrevendo um arco. Elas são além de garantir o fechamento por gravidade. compostas de chapas ou perfis laminados sobre os quais se soldam as chapas de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 143 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • aço inoxidável para apoio da vedação e Apesar de basicamente o acionamento hidráulico pista das rodas ou patins de guia. da comporta segmento de vertedouro ter uma Vigas de soleira: A viga de soleira tem a concepção bem definida, existem concepções finalidade de suportar e transmitir ao próprias dos clientes e empresas projetistas, concreto o peso da comporta, além de considerando aspectos possuir chapa de aço inoxidável para manutenção e apoiar a vedação de soleira. podemos citar casos de uso de uma central por Mancais de articulação da comporta: São comporta, uma central para duas comportas (o pedestais de construção rígida de chapas mais comum), uma central para várias comportas, com furos para alojamento do eixo de porém com operação de uma comporta apenas articulação, por vez. apoiados sobre a viga de segurança. operacionalidade, Exemplificando: protendida de concreto e fixados as • mesmas por meio de tirantes de aço O painel elétrico de comando e carbono. responsável pela alimentação elétrica dos motores Dispositivo de calagem: são normalmente da unidade hidráulica e demais componentes empregados braço elétricos, pela execução da lógica de controle das vigas comportas, pelas indicações de posição das verticais extremas da comporta e permitem comportas e pela sinalização das falhas do estocar a comporta para desacoplamento sistema, deve ser projetado considerando toda a dos cilindros hidráulicos com finalidade de necessidade operacional da comporta. articulado, dispositivos que apoiam-se tipo nas controle, manutenção. Os painéis de comando e controle das comportas II.2.6. Acionamento são considerados equipamentos eletricamente Atualmente as comportas segmento do vertedouro simples e bastante confiáveis. são, em sua maioria, acionadas por sistemas óleo-hidráulicos, compostos de cilindro hidráulico As comportas segmento do vertedouro são de simples efeito, com sua viga suporte, hastes de normalmente operadas através dos painéis locais, ligação da comporta ao cilindro, painel elétrico de localizados na estrutura do vertedouro, porém comando e controle da unidade hidráulica e da com sinalização das posições da comporta nos comporta, as interligações hidráulicas e elétricas, painéis elétricos de comando centralizado da além do indicador de posição. usina na sala de comando da usina. As comportas segmento do vertedouro mais Com o avanço da eletrônica e da tecnologia de antigas instaladas em várias usinas brasileiras são comunicação, há uma tendência crescente para operadas por guinchos eletromecânicos a corrente que o comando seja feito em sua maior parte ou a cabo. remotamente da sala de comando da usina. Neste sentido, vem aumentando bastante o uso de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 144 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação painéis com lógica de comando efetuada por PLC, mesmo. A comporta ensecadeira do vertedouro é visto que estes apresentam atualmente grande colocada a montante da comporta segmento, a da simplicidade funcional e custo bastante atrativo. tomada d’água a montante da comporta vagão da tomada d’água e a do tubo de sucção a jusante da Os indicadores de posição são instrumentos de turbina. grande importância para a comporta, pois o seu correto funcionamento garante à comporta uma Estas comportas se caracterizam pelo fato de operação segura e eficaz. As comportas mais serem antigas acionadas por guincho possuem, na sua equilibradas, ou seja, com o equipamento principal maioria, o indicador acoplado ao próprio guincho. fechado. Uma vez depositada na ranhura, a água As comportas operadas hidraulicamente possuem entre a comporta ensecadeira e o equipamento indicadores do tipo mecânico com sistemas de principal é retirada, seja pela abertura das cabos e polias que transformam o movimento de comportas ou pelo bombeamento da água do tubo translação da comporta num movimento rotativo de sucção. Depois de executado trabalho de de 270°, indicado sobre um disco metálico manutenção, o espaço entre a comporta e graduado em metros, relativo à posição da equipamento principal deve ser cheio, visto que comporta. O sistema contém ainda seletores estas rotativos com fins de curso para detecção das equilibradas, o que, normalmente, é obtido pela posições mais importantes da comporta, a saber: abertura das válvulas by-pass instaladas na colocadas comportas na só ranhura operam sob em águas águas • Comporta fechada; própria comporta e operadas pela própria viga • Comporta aberta; pescadora. • Posições intermediárias; • Posição extrema de abertura; A operação das comportas ensecadeiras é feita • posição de reposição. por pórticos rolantes, pontes rolantes ou ainda monovia com talha elétrica. Comportas de menor Nos últimos dez anos, começaram a ser usados nas comportas segmento de vertedouro porte podem ser operadas manualmente. e Os painéis das comportas ensecadeiras são indicadores eletrônicos tipo pendular. normalmente estocados no topo das ranhuras. II.3. COMPORTAS ENSECADEIRAS DA TOMADA Quando o numero de elementos é superior ao D’ÁGUA, numero de ranhuras, normalmente se constrói um DO VERTEDOURO E DO TUBO DE SUCÇÃO As comportas poço de estocagem onde se depositam os painéis ensecadeiras, normalmente empilhados uns sobre os outros. chamadas de Stoplog, são equipamentos que possuem finalidade específica de proporcionar o As ensecamento do espaço entre a mesma e o basicamente dos seguintes componentes: comportas ensecadeiras são compostas equipamento principal e permitir a manutenção do ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 145 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.3.1. Tabuleiro quando da concretagem da barragem e serão o Chama-se tabuleiro a estrutura metálica composta suporte para soldagem dos chumbadores de pelo paramento (chapa de face), vigas horizontais, fixação e regulagem das peças fixas de segundo verticais, enrijecedores horizontais, vigas de estágio. cabeceira e olhais de conexão com a viga pescadora. O tabuleiro das comportas ensecadeiras é composto de vários elementos que trabalham superpostos e são depositados na As peças fixas de segundo estágio das comportas ensecadeiras são compostas basicamente de: • ranhura um a um. Caminho de deslizamento: É a viga metálica vertical, localizada a jusante ou montante da ranhura, dimensionada para II.3.2. Conjunto de Vedação suportar e distribuir ao concreto os As comportas ensecadeiras de vertedouro são esforços hidrostáticos. Normalmente, tem normalmente dotadas de vedações de soleira e comprimento ligeiramente superior à altura laterais. As vedações laterais são tipo nota da musical simples e tipo barra chata na soleira. deslizamento contêm as placas de aço comporta. Os caminhos de inoxidável laterais onde se apoiam as Normalmente no Brasil, se usa o material SBR (composto de estireno e butadieno) e o neoprene, borrachas de vedação da comporta. • Vigas de guia lateral: Normalmente se sendo que o primeiro tem sido mais usado devido estendem desde a soleira até o piso de ao seu menor custo. As comportas ensecadeiras operação e são compostas de trilhos ou de tomada d’água e do tubo de sucção possuem perfis tipo U laminados para pista dos também a vedação de frontal. patins de guia. • II.3.3. Patins de Guia finalidade de suportar e transmitir ao Estes elementos têm a finalidade de guiar as concreto o peso da comporta, além de comportas nos movimentos verticais nos sentidos possuir chapa de aço inoxidável para transversais e montante-jusante da comporta. II.3.4. Peças Fixas apoiar a vedação de soleira. • possuem a finalidade de transmitir a carga hidrostática para o concreto, além de conterem o quadro metálico de apoio das vedações. Vigas de frontal: A viga de frontal tem a finalidade de servir de apoio para a As peças fixas das comportas ensecadeiras são elementos metálicos embutidos no concreto que Vigas de soleira: A viga de soleira tem a vedação de frontal. • Dispositivo de calagem: são normalmente empregados articulado, dispositivos que apoiam-se tipo nas braço vigas cabeceira da comporta e permitem estocar As peças fixas se dividem em duas partes, ou seja, as de primeiro estágio e as de segundo a comporta, quando a mesma não está em uso. estágio. As de primeiro estágio são instaladas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 146 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.3.5. Acionamento Estas comportas são normalm ente operadas com As comportas ensecadeiras são acionadas pelos guindastes equipamentos de levantamento da tomada d’água, dependendo das dificuldades para colocação de do vertedouro e do tubo de sucção, com o auxilio guindastes, pode ser necessário prever outro tipo da sua respectiva viga pescadora. A viga de acionamento, como, por exemplo, guinchos pescadora tem um sistema automático de engate mecânicos. de grande capacidade. Porém, e desengate dos ganchos, o que permite colocar ou retirar todos os elementos numa operação Após o fechamento do desvio se constrói um simples e segura. tampão de concreto a jusante das comportas. II.4. OUTRAS COMPORTAS UTILIZADAS EM USINAS HIDRELÉTRICAS Estas comportas são normalmente deixadas na ranhura após a operação de fechamento do As comportas descritas nos itens acima são os desvio, visto que sua operação de retirada é tipos mais normalmente encontrados nas usinas complicada e, passado o tempo necessário para brasileiras. Outras duas estruturas das usinas se construir o tampão de concreto, o nível do utilizam comportas e faremos um breve descritivo reservatório das mesmas. retirada. II.4.1. Comportas de Fechamento do Desvio normalmente já impossibilita a II.4.2. Comportas de Descarga de Fundo As comportas de fechamento do desvio são As estruturas de descarga de fundo são pouco equipamentos usadas nas usinas hidrelétricas brasileiras e são utilizados durante a fase de construção da usina e têm o importante papel de encontradas em algumas usinas mais antigas. fechar o túnel de desvio e permitir o enchimento do reservatório da usina. A descarga de fundo tem a finalidade de descarregar grandes vazões de água do fundo do As concepções dos desvios variam de usina para reservatório, promovendo a limpeza do mesmo. usina São e, conseqüentemente, as comportas encontradas diversas concepções de empregadas no fechamento. Normalmente, se usa descarga de fundo quanto ao tipo de comportas uma comporta vagão a montante e várias empregadas, indo desde o uso de duas comportas comportas ou deslizantes de segmento, uma vagão ou deslizante, combinada ensecadeira, gaveta, a vagão jusante. ensecadeira As filosofias fechamento do desvio também variam de usina em série, uma vagão e uma com uma válvula Howell Bunger. para usina e vão desde o fechamento com a comporta vagão e posterior descida em seco da Devido à grande profundidade que, muitas vezes, comporta a jusante ao fechamento com a própria passa dos 100 metros, estas comportas são de comporta de jusante, ficando a comporta vagão de pequeno porte e, na sua maioria, operam com prontidão para qualquer emergência. cilindros hidráulicos de grande capacidade. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 147 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E Para a face de jusante do tabuleiro e braços das PREVENTIVA comportas segmento, elementos e estrutura da As comportas podem ser classificadas como viga pescadora de comporta ensecadeira, torna- equipamentos que requerem pouca manutenção, se mais fácil executar esta manutenção, visto que dada a sua simplicidade construtiva. No entanto, estas partes estão acessíveis a todo tempo. Já as comportas de emergência da tomada d’água e para as comportas vagão de tomada d’água e a segmento face de montante da comporta segmento que se do vertedouro requerem uma manutenção rígida e responsável, visto que estes encontram equipamentos manutenção torna-se mais difícil, sendo, desta não podem falhar quando normalmente necessário submersas, estabelecer uma esta solicitados, uma vez que podem comprometer a forma, rotina turbina e a própria barragem. diferente de inspeções em função das paradas da turbina. Para o caso da comporta segmento, há De qualquer forma, a manutenção das comportas duas soluções alternativas, sendo uma delas a deve ser bem conduzida para garantir a vida útil colocação da comporta ensecadeira no vão da esperada do equipamento. comporta a ser inspecionada, esgotamento da água e a inspeção, e a outra solução é a abertura Para falar sobre manutenção de comportas, completa da comporta para inspecionar no piso de entendemos ser mais prático falar da manutenção operação. No entanto, esta solução representa das uma grande perda de água e dificilmente é partes constituintes das comportas, englobando aí os tipos de comportas distintos, do adotada, apesar de ser mais rápida de se fazer. que falar de uma por uma, visto que a manutenção aplicável para as mesmas partes de Caso se constate uma corrosão sistêmica no tipos distintos de comportas é praticamente a equipamento, a mesma deve ser monitorada, as mesma, e as diferenças, quando existentes, serão causas estudadas e identificadas e as medidas ressaltadas. preventivas e/ou corretivas adotadas para garantir a vida útil do equipamento. Para monitorar a III.1. TABULEIROS, BRAÇOS E ESTRUTURAS DE corrosão, a espessura da chapa dever ser medida VIGAS PESCADORAS e onde necessário usado o método ultrassônico. Os tabuleiros, braços e as estruturas das vigas pescadoras devem ser inspecionados no mínimo III.2. RODAS a cada seis meses para verificação de corrosão As rodas que requerem maior cuidado, são na estrutura. Recomenda-se a imediata limpeza e obviamente as rodas principais das comportas pintura das regiões corroídas. Em caso de um vagão de emergência. Sua manutenção, no aumento acentuado de corrosão de uma inspeção entanto, para outra, recomenda-se investigar as causas. disponibilidade da comporta, o que ocorre nos está sempre condicionada à períodos de parada programada da turbina, onde coloca-se a comporta ensecadeira da tomada ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 148 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação d’água e pode-se proceder a trabalhos de III.4. PEÇAS FIXAS manutenção na comporta. Neste caso, estas As peças fixas das comportas ensecadeiras ficam manutenções programadas, permanentemente submersas e, portanto, a procurando executá-las ao menos uma vez por inspeção das mesmas só pode ser feita com ano, sendo possível executar a cada seis meses. auxilio de mergulhadores. Já as peças fixas das Devem ser inspecionados: a superfície externa da comportas vagão da tomada d’água e segmento roda, os parafusos das tampas, o travamento da do vertedouro podem ser inspecionadas em seco roda e executado o engraxamento da roda. com devem ser a colocação da respectiva comporta ensecadeira, lembrando porém que, no caso da Recomenda-se a cada 5 anos a desmontagem de comporta vagão, a inspeção da peça fixa depende uma roda para verificar as condições de eixos, da parada da turbina. rolamentos e retentores e, dependendo da situação encontrada, fazer as substituições Recomenda-se, para as comportas vagão e segmento, a inspeção a cada cinco anos e, se necessárias e extendê-la às demais rodas. constatada corrosão acentuada, proceder à III.3. VEDAÇÕES recuperação, quer pela repintura de superfícies de As vedações, como sendo o elemento de aço estanqueidade ser enchimento de solda e posterior esmerilhamento inspecionadas a cada seis meses, quanto à das chapas de aço carbono ou inox, onde deformação, trincas ou fissuras ou sempre que necessário. da comporta, devem carbono, quer pela recuperação com forem detectados vazamentos na comporta, além dos níveis considerados normais. Da mesma Para as peças fixas da comporta ensecadeira, forma que para a roda, a inspeção nas comportas deve-se estabelecer a necessidade e extensão vagão de tomada d’água deve ser programada das para ser executada nas paradas da turbina. inspeção das peças fixas das comportas vagão. Recomenda-se a troca das vedações a cada 5 ou III.5. ACIONAMENTO 10 anos. A determinação do período de troca deve Os componentes do acionamento da comporta ser feita por cada usina, considerando os registros são os itens que demandam maior cuidado quanto de vazamentos, as condições particulares do à inspeção e manutenção. Devem ser executadas projeto e o relatório do estado da borracha na as seguintes inspeções e manutenções: inspeções subaquáticas, baseadas na última troca. III.5.1. Cilindros Hidráulicos Deve-se ressaltar que borrachas de comportas Os cilindros hidráulicos, quando em operação expostas freqüentemente aos raios solares sofrem requerem pouca manutenção. um ressecamento mais acentuado e requerem trocas mais freqüentes. No período inicial de uso, recomendam-se inspeções periódicas para comprovar que os ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 149 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação cilindros estão trabalhando adequadamente e não análise do óleo anualmente e as trocas há vazamento de óleo. quando recomendadas por estas análises; • Observar o aquecimento do óleo, visto que As hastes dos cilindros devem ser inspecionadas o aumento da temperatura, além de certo quanto a riscos, pois os mesmos indicam valor, aumenta em muito a velocidade de presença de sujeira no óleo. degradação do óleo; • Observar o aquecimento nos mancais das Os vazamentos nas vedações são indicados pelo bombas. Havendo aquecimento além do aumento normal, há a indicação de desgastes e da freqüência das operações de reposição da posição da comporta. necessidade de trocas de rolamentos ou lubrificação. A observação da temperatura Recomenda-se a troca das vedações do cilindro deve ser feita semanalmente por contato sempre que se constatar vazamentos ou a cada manual; • dez anos. A tubulação inspecionada III.5.2. Unidade e Tubulações Hidráulicas hidráulicas deve-se deve mensalmente quanto ser a vazamentos; A segurança do funcionamento da unidade e tubulações hidráulica a • uma A pressão do óleo no circuito deve ser controlada semanalmente, e as alterações manutenção cuidadosa. anotadas; • As bombas hidráulicas devem ser É de vital importância manter o fluido hidráulico inspecionadas limpo abrasivas verificando-se, principalmente a ocorrência penetrem no sistema e causem danos às bombas, de vibração anormal, ruídos elevados, válvulas e cilindros hidráulicos. pressão insuficiente e vazamentos através para evitar que partículas a cada seis meses, dos eixos; A manutenção das unidades hidráulicas deve • cobrir os seguintes pontos: • inspecionadas a cada seis meses, e o Controlar constantemente o nível do óleo resultado destas inspeções pode indicar a hidráulico, fazendo a complementação com o mesmo óleo quando necessário; • • As válvulas de solenóide devem ser necessidade da substituição. • Os motores das unidades hidráulicas Proceder a limpeza mensal dos filtros de ar devem ser inspecionados quanto a níveis e semanal dos filtros de óleo; de isolamento, elevação de temperaturas A troca do óleo do sistema deve ser nas estabelecida a partir das observações do lubrificação grau de envelhecimento e sujeira do funcionamento do ventilador quanto ao mesmo. Recomenda-se a execução de correto fluxo de ar, níveis de vibrações, bobinas e mancais, dos desgastes, rolamentos, desgastes das escovas e anéis coletores. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 150 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A carcaça deve ser mantida limpa de pó comportas segmento, os aparelhos pendulares, em sua superfície exterior para facilitar a atualmente troca de calor com o meio. manutenção, bastante a usados, menos da não requerem verificação dos parafusos de fixação e de alguma avaria externa O tempo de vida das instalações hidráulicas que que pode ocorrer. Já nas comportas vagão, os têm uma manutenção adequada e cuidadosa aparelhos eletrônicos que estão sendo atualmente depende do tempo de vida dos elementos empregados mecânicos. cuidados e sua manutenção deve seguir as requerem um pouco mais de disposições do fabricante. Normalmente, nas bombas são os rolamentos que têm o tempo de vida limitado entre 5000 a 10000 IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA horas. Mesmo que se siga o programa de manutenção preditiva indicado pelo fabricante, é natural que Nas válvulas, o tempo de vida depende da alguns componentes venham a falhar durante a quantidade operação. de operações do êmbolo em Em algumas destas falhas, conseqüência das ligações do solenóide. Estes fortuitamente teremos equipamentos stand-by já componentes são previstos para 10 milhões de previstos no projeto, como é o caso de grupos ligações. motobomba, ou ainda, equipamentos sobressalentes no almoxarifado que poderão ser O tempo de vida das válvulas pode ser estimado prontamente substituídos. em 2000 a 3000 horas de serviço da instalação. É de fundamental importância manter uma III.5.3. Painéis Elétricos de Comando quantidade adequada de materiais de reposição Os painéis, como sendo os órgãos de comando no almoxarifado da usina para que a operação da unidade hidráulica e de execução da lógica de das comportas não seja comprometida colocando operação da comporta, devem ser inspecionados em risco a segurança da turbina ou mesmo da mensalmente e, particularmente a cada operação, própria usina. principalmente nos equipamentos sujeitos a maior desgaste e com maior probabilidade de falha. O Da mesma forma, aconselha-se que, para alguns estado de isolação dos cabos elétricos deve ser materiais onde a reposição pode ser melhor também constantemente inspecionado. programada, não sejam mantidos materiais em estoque, pois isto significa recurso imobilizado e, III.5.4. Indicadores de Posição Os indicadores de posição, dependendo do caso, quando for realmente dado à sua importância na execução da lógica de operação necessário usar o material, o mesmo pode já estar impróprio para o uso. da comporta, como já destacado anteriormente, devem ser mensalmente inspecionados. Em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 151 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Obviamente, deve-se levar em conta uma série de quantidade de componentes móveis normalmente fatores para se decidir pelos materiais a serem sujeitos a desgastes e falhas. Pesa, no entanto, a mantidos em estoque, tais como dificuldade de favor do acionamento o fato de o mesmo estar aquisição, normalmente alojado em sala abrigada em boas custo, quantidade de defeitos apresentados, importância do item no conjunto da condições comporta, manutenção. O que ocorrerá com o acionamento, entre outros, que devem ser estabelecidos pela equipe de manutenção. de acesso e facilidade para diferentemente da estrutura e das peças fixas, é que dentro da vida útil do equipamento é bem V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA provável A análise da vida útil econômica de comportas equipamento, incorporando certas melhorias que deve ser feita considerando-se as três partes venham a ser desenvolvidas com o passar dos principais do equipamento, ou seja, estrutura, anos. peças fixas e acionamento. intervenções citadas acima, consideraremos a que Tendo sejam em feitas vista a atualizações realização do das vida útil econômica do acionamento da comporta A estrutura, mesmo se considerando as rodas e vedações, que são itens mais sujeitos em 30 anos. à manutenção que o tabuleiro, apresenta grande Tendo em vista o conjunto da comporta, achamos robustez e, desde que se tomem os cuidados prudente considerar a vida útil econômica das mínimos de manutenção para se evitar a corrosão comportas como sendo 30 anos. da estrutura, terá vida útil assegurada em mais de REFERÊNCIAS 50 anos. [1] Erbistie, Paulo César Ferreira. Comportas As peças fixas são projetadas, tendo as partes Hidráulicas. Editora Campus/Eletrobrás – 1987. onde se apóiam as borrachas de vedação em aço inoxidável e, desde que não sejam atacadas pela água ou sofram efeito da erosão no concreto devido ao projeto civil inadequado, terão vida superior a 50 anos. As peças fixas das comportas vagão de tomada d’água e segmento de vertedouro apresentam a possibilidade inspeção em seco e, até mesmo, execução de reparos com a instalação da comporta ensecadeira, o que não ocorre com as comportas ensecadeiras que não podem ser ensecadas. O acionamento das comportas é a parte que maior manutenção exigirá por possuir uma maior ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 152 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Computador e Periféricos RESUMO placas defeituosas por outras novas. Já, a Todos os computadores consistem de dois manutenção corretiva de software, geralmente componentes básicos: hardware e software. O está associada a desinstalação do mesmo, ou hardware dos computadores inclui todos os ainda, em casos mais graves, a formatação de componentes físicos que integram o sistema do todo o disco rígido com posterior re-instalação de computador: fonte de alimentação, drive para todos os softwares aplicativos e arquivos contidos discos nele. flexíveis, disco rígido, placa-mãe, Levando em consideração o rápido microprocessador, circuito de clock, memória desenvolvimento de dispositivos melhores e a alta ROM, memória RAM, etc. O software é constituído taxa de renovação da tecnologia aplicada em pelos programas de computador, que são listas de computadores e periféricos, pode-se estimar uma instruções que dizem ao computador o que fazer, vida útil econômica de 3 anos para computadores há duas categorias principais de software: sistema e periféricos. operacional e aplicativos. Os principais periféricos encontrados em aplicações domésticas e I. INTRODUÇÃO comerciais são: monitor, teclado, mouse, leitores O primeiro computador foi desenvolvido na de CD Rom, scanners, impressoras, etc. Os Universidade da Pensilvânia por volta 1943, o computadores e periféricos são equipamentos Eniac bastante confiáveis, porém precisam de um Calculator) era uma máquina enorme composto ambiente operacional adequado para que esta de 18.000 válvulas e 15.000 relés, que ficava confiabilidade seja mantida, tomando-se cuidados alojada numa sala de 9 x 30 m. (Eletrical Numerical Integrator and com: calor e frio, umidade, sujeira e poeira, impactos e vibrações, estática, Com o advento do transistor de silício, em 1947, problemas relacionados com a rede elétrica. A tornou-se então possível aumentar a velocidade manutenção em das operações na computação. Em meados dos computadores e periféricos pode ser dividida em anos 60, foi desenvolvido o circuito integrado, com duas categorias: as que o usuário pode fazer e as isso a computação deu um grande passo à frente. preventiva eletricidade aplicada que necessitam de uma assessoria técnica. Esta manutenção pode utilizar softwares de diagnóstico A indústria dos computadores pessoais (PC), teve de falhas e correção das mesmas, ou pode ser seu início em 1971 com a fabricação do primeiro efetuado através de limpezas, verificação das microprocessador, o Intel 4004. Porém a indústria conexões físicas de cabos, etc. As manutenções decolou somente em 1975 com Altair 8800, da corretivas de hardware se resumem à troca de MITS. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 153 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Durante os anos seguintes foram desenvolvidos condicionado e evitar a obstrução dos diversos projetos utilizando microprocessadores, orifícios de ventilação; então em 1981 a IBM apresentou o IBM Personal • Umidade: a alta umidade pode acelerar o Computer, que trazia um processador Intel 8088 processo de oxidação das partes metálicas de 4,7 MHz com 16 Kb de RAM. Também houve do computador, já a baixa umidade pode avanços significativos na área de software com a criar problemas de eletricidade estática; • Microsoft. Sujeira e poeira: afetam todos os componentes de um computador, mas em Dessa época em diante, houveram grandes especial alguns periféricos como teclado e avanços tecnológicos tanto na área de hardware, mouse, prejudicando os contatos destes quanto na de software. A indústria da informática equipamentos; se tornou uma das mais gigantes indústrias • mundiais, só perdendo para indústria do petróleo. Impactos e vibrações: este problema afeta tanto componentes fixos, como móveis. O excesso de vibração e impactos pode fazer Como qualquer computadores equipamento com que circuitos integrados sejam desconectados de seus soquetes, bem evidentemente sua confiabilidade é bem alta, como pode afetar a integridade do disco porém rígido e de leitores de CD Rom, pois o microeletrônica, rápido a podem os falhar, com pessoais eletrônico, desenvolvimento obsolescência da tecnológica podem desalinhar suas cabeças de leitura; • desse equipamento é muita rápida [1]. Eletricidade estática: os circuitos integrados que compõem as placas dos Muitos equipamentos, chamados de periféricos, computadores são afetados por esse foram fenômeno desenvolvidos para auxiliar os podendo até ser computadores a desempenharem melhor suas permanentemente danificado por este. tarefas, Deve-se tomar muito cuidado ao manusear como por exemplo: impressoras, scanners, placas de rede e FAX/Modem, etc. as placas de computadores, procurando sempre descarregar a estática acumulada Os computadores e periféricos são equipamentos bastante confiáveis, porém precisam de um antes; • Problemas relacionados com a rede ambiente operacional adequado para que esta elétrica: os computadores, bem como confiabilidade muitos de seus periféricos, possuem fontes seja mantida. Algumas características que devem ser observadas: • de alimentação chaveadas, que são Calor e frio: todos os componentes sensíveis a ruídos e distorções do sinal eletrônicos têm sua durabilidade reduzida elétrico, com o aumento da temperatura, portanto é flutuações do nível de tensão do sinal [2]. bem como a oscilações e recomendável se instalar computadores e periféricos em ambientes com ar- ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 154 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Outro grande problema da atualidade, está • Microprocessador: interpreta as instruções relacionado com o software, são os vírus de para computador. que procedimentos requeridos por cada uma geralmente estão anexados a outros arquivos de das instruções. As suas principais funções aplicativos, e quando entram em operação podem são: controle dos dados de todo sistema, causar problemas em todos softwares aplicativos executar todas as operações matemáticas, do sistema. Atualmente, surgem milhares de vírus executar novos por semana, e o único modo de prevenção decisões e executar todo o controle do efetiva é a utilização de programas anti-vírus sistema e dos dados; Os vírus são programas antes de se ler, copiar, ou executar, qualquer • arquivo vindo de outro computador [1] [4]. o computador todas e executa operações os lógicas e Circuito de clock: atua como um contador de passo do sistema para o processamento de estados, em geral, um II. CARACTERÍSTICAS aumento da taxa de clock resulta num aumento de desempenho; • II.1. COMPUTADORES Memória ROM: memória não-volátil Todos os computadores consistem de dois programada de fábrica que não pode ser componentes básicos: hardware e software. alterada pelo usuário, podendo ser lida, mas não escrita. A ROM contém o sistema II.1.1. Hardware de entradas e saídas básico (BIOS) que O hardware dos computadores inclui todos os permite componentes físicos que integram o sistema do dispositivos de entrada e saída; computador: • • • RAM: usuário acesse memória volátil os que armazena programas de computadores e da rede 127 V corrente alternada para os interage com eles, podendo ser lida e níveis de tensão corrente contínua que o escrita. Quanto mais memória RAM o computador necessita; computador Drive para discos flexíveis: permite que as aplicativo que se pode executar; • Barramento: tem, maior um grupo o programa de cabos lidas a partir de um disco magnético conectados flexível removível; mandar e receber informações entre Disco rígido: permite que as informações diferentes possam ser armazenadas e lidas a partir geralmente em múltiplos de oito; de um disco magnético rígido não- • removível; • o Fonte de alimentação: converte a tensão informações possam ser armazenadas e • Memória que Placa-mãe: que fornece partes do meios para computador, Slots de expansão: conectores usados para o propósito de conectar outros aloja e interconecta eletricamente a maioria dos componentes eletrônicos de um computador; circuitos à placa-mãe; • Cartões periféricos: permite a conexão do computador com dispositivos de entrada e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 155 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação saída, como por exemplo: drives, impressoras, monitores, etc. [3] diretórios são organizados em forma de uma estrutura de árvore [3]. II.1.2. Software II.2. PERIFÉRICOS O software é constituído pelos programas de Os computador, que são listas de instruções que aplicações domésticas e c omerciais são: principais periféricos encontrados em dizem ao computador o que fazer. II.2.1. Monitor O monitor de vídeo constitui o meio pelo qual o Há duas categorias principais de software: • Sistema operacional: é constituído pelo computador apresenta ao usuário as diversas conjunto de programas que permite que o informações que este pode acessar, é composto usuário por um tubo de raios catódicos, uma fonte de interaja operando • os com drives o computador, de discos, a alimentação, um circuito eletrônico de controle, impressora, e outros dispositivos. um canhão de feixe de elétrons e das bobinas Aplicativos: são programas desenvolvidos magnéticas defletoras. para dar ao computador uma aplicação um Basicamente, o computador, através de uma a placa de vídeo, que pode estar contida na placa- maioria dos softwares disponíveis no mãe ou ser uma placa independente conectada na mercado. placa-mãe, envia o sinal contendo as informações específica, como processador de por texto. exemplo: Constituem da imagem a ser formada para o monitor. Todas as informações geradas e necessárias pelo computador são armazenadas na forma de Este sinal vai chegar na placa de controle do arquivos, os arquivos podem ser movidos, monitor, que controla o funcionamento do canhão copiados, renomeados ou apagados, os principais de feixe de elétrons e das bobinas magnéticas tipos de arquivos são: defletoras. • • Estes dois componentes são arquivo executável: uma lista de instruções alimentados pela fonte de alimentação, e tem a para o microprocessador; função de disparar um feixe de elétrons no tubo arquivo de dados: uma lista de de raios catódicos que irá formar a imagem. informações; • • arquivo texto: uma série de caracteres As como letras, números, espaços, etc.; responsáveis por controlar a direção do feixe de arquivo gráfico: uma figura convertida em bobinas magnéticas defletoras são elétrons [4]. código digital. II.2.2. Teclado Os arquivos e programas são armazenados em diretórios, também chamados de pastas. Os O teclado é um dos componentes que sofrem mais desgaste natural do computador, pois se ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 156 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação trata do meio pelo qual o usuário passa diversas As impressoras matriciais já estão bastante informações para o computador. obsoletas atualmente, pois são lentas e barulhentas. Este tipo de impressora ainda é O teclado possui um microprocessador próprio muito encontrada em uso, pois possuem um custo que detecta os movimentos das teclas. Este baixo de operação. Utilizam uma fita para imprimir microprocessador fica varrendo as teclas, e os caracteres, como as máquinas de escrever quando uma tecla é pressionada, ele manda um antigas, e uma cabeça de impressão formada de código de varredura, um byte que identifica a agulhas. posição da tecla, para o computador. Esse byte será decodificado no computador para se obter o Já as impressoras jato de tinta são as mais valor do caractere que aquela tecla representa [4]. comumente encontradas no mercado, são bastante rápidas e silenciosas. Possuem um custo II.2.3. Mouse de operação acessível às diversas aplicações, e O mouse também é outro componente que sofre utilizam esguichos de tinta, preta e colorida, um grande desgaste natural, pois também através de uma matriz de minúsculos bocais, para constitui um meio pelo qual o usuário passa imprimir os caracteres. comandos para o computador. A impressora laser é de todas a mais rápida e O mouse possui uma esfera que fica em contato silenciosa, porém possui um custo de operação com uma pequena plataforma, sendo que essa mais elevado. Este tipo de impressora utiliza um esfera sensibiliza os roletes de movimentação toner para impressão dos caracteres. O processo horizontal e vertical do ponteiro [5]. é semelhante ao utilizado nas máquinas copiadoras, sendo que o toner é atraído para as II.2.4. CD Rom áreas carregadas de um tambor eletrostático e Os leitores de CD Rom são atualmente um dos então ele é transferido eletrostaticamente para o meios mais eficientes de se armazenar e papel e fundido usando cilindros quentes de transportar dados, uma vez que estes discos pressão. Geralmente só imprimi em preto e possuem uma alta capacidade de armazenar branco [2] [5]. informações (650 MB) com um tempo de acesso muito rápido, e como esses dados são gravados II.2.6. Scanners através de um processo óptico possui maior Os scanners são dispositivos que através de um confiabilidade [2] [5]. processo óptico consegue ler informações em uma folha de papel e transferi-las diretamente II.2.5. Impressoras para o computador em forma de arquivos texto ou As impressoras são os dispositivos pelos quais o gráficos. computador transfere as informações solicitadas pelo usuário para o papel. Elas são de três tipos: matriciais, jatos de tinta e laser. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 157 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Utilizam o mesmo processo aplicado nas máquinas copiadoras [2] [5]. sendo que esta pode ser dividida em duas categorias: as que o usuário pode fazer e as que necessitam de uma assessoria técnica. II.2.6. Placas de FAX/Modem As placas de FAX/Modem podem estar contidas As principais tarefas de manutenção preventiva de na placa-mãe ou ser uma placa independente computadores, com periodicidade semanal, são: conectada à placa-mãe. Tem como função prover • Backup de todos os dados; o computador de um meio de utilizar as linhas • Limpar parte externa do computador, telefônicas para transmissão de dados [2] [5]. monitor, teclado e demais periféricos, utilizando produtos apropriados para tal II.2.7. Placas de Rede tarefa; As placas de Rede também podem estar contidas • Verificar se todos os fios e cabos externos na placa-mãe ou ser uma placa independente estão seguros e se cada cabo está ligado conectada à placa-mãe. Tem como função prover corretamente [1] [2] [4] [5]. o computador de um meio de se comunicar com outros computadores para transmissão de dados [2] [5]. As principais tarefas de manutenção preventiva de computadores, com periodicidade semestral, necessitam de uma assessoria técnica, e são: III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E • Retirar a tampa do computador e fazer PREVENTIVA uma limpeza das partes internas do Todo computador do tipo PC vem acompanhado mesmo, utilizando produtos apropriados com um software de diagnóstico básico, as rotinas para tal tarefa; de autoteste (POST – Power-On Self Test) no • Verificar se todos os fios e cabos internos BIOS do sistema. Essas rotinas verificam a estão seguros e se cada cabo está ligado funcionalidade básica de todos os dispositivos corretamente; padrões assim que o sistema é ligado. • Verificar se as placas internas estão devidamente conectadas à placa-mãe [1] Existem no mercado diversos softwares de [2] [4] [5]. diagnóstico de falhas e correção de problemas, podendo ser utilizados para se analisar o Devido a grande utilização das impressoras pelos desempenho dos principais dispositivos internos usuários de computadores, estas necessitam de do computador e tomar algumas medidas de uma manutenção preventiva também, com uma otimização para estes dispositivos. periodicidade que varia de acordo com a sua utilização. As principais tarefas de manutenção A manutenção preventiva aplicada em computadores e periféricos, constitui o segredo da durabilidade e confiabilidade desses sistemas, preventiva aplicadas às impressoras são: • Remover a poeira e os fragmentos de papel do mecanismo; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 158 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Verificar se a pista de avanço do papel útil econômica de 3 anos para computadores e está desobstruída; periféricos. • Limpar as partes externas da impressora; • Executar as rotinas de autolimpeza das REFERÊNCIAS cabeças de impressão [1] [2] [4] [5]. [1] J. Moss. Manutenção, reparos e atualização de seu IBM PC e compatíveis. Makron Books, 1993. IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA As manutenções corretivas de hardware se [2] L. Vasconcelos. Manual de manutenção e resumem à troca de placas defeituosas por outras expansão de PCs. Makron Books. novas. [3] L. Vasconcelos. Como fazer expansões de Já, a manutenção corretiva de software, hardware no seu PC. Makron Books. geralmente está assoc iada a desinstalação do mesmo, com posterior re-instalação do mesmo. [4] G. Grimes. Aprenda em 24 horas Upgrade e Ou ainda, em casos mais graves, a formatação de Manutenção de PC’s. Editora Campus, 1999. todo o disco rígido com posterior re-instalação de todos os softwares aplicativos e arquivos contidos [5] A. Rathbone. Upgrade E Manutenção De Pcs nele [1] [2] [4] [5]. Para Dummies. Editora Campus, 1998. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A indústria da informática é uma das mais vorazes em termos de renovação tecnológica, sendo que um equipamento lançado hoje pode estar obsoleto em no máximo 3 anos. Este grande renovação dos desenvolvimento sistemas e constante computacionais, é estimulado não só por novos dispositivos de hardware mais rápidos ou mais poderosos, como também pelo desenvolvimento de softwares melhores e mais eficientes. Levando isso em consideração, juntamente com a maciça utilização de computadores e periféricos em todos os setores, pode-se estimar uma vida ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 159 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Condensador de Vapor RESUMO I. INTRODUÇÃO Os condensadores de vapor são equipamentos Os condensadores de vapor são equipamentos utilizados para condensar o vapor procedentes de utilizados para condensar o vapor procedentes de turbinas turbinas a vapor. Existem duas vantagens a vapor. Existem duas vantagens associadas com a utilização dos condensadores: associadas com a utilização dos condensadores: diminuição da pressão de escape da turbina com diminuição da pressão de escape da turbina com o conseqüente aumento da produção de energia e o conseqüente aumento da produção de energia e a recuperação do condensado para sua utilização a recuperação do condensado para sua utilização como água de alimentação da caldeira. Nas como água de alimentação da caldeira. centrais térmicas a vapor podem ser utilizados dois tipos de condensadores: os de superfície e os A recuperação de calor através do condensado é de contato. Os condensadores de superfície de fundamental importância nas centrais de proporcionam uma baixa pressão de escape produção de energia elétrica a vapor. A água a ser assim como a recuperação do condensado. Os utilizada na caldeira, seja ela proveniente de rios, condensadores de contato por sua vez, também lagos proporcionam uma baixa pressão de escape, mas, apropriadamente antes de sua utilização. Com a neste caso, ocorre a mistura do condensado com tendência de se trabalhar com maiores pressões e a água de refrigeração, comprometendo assim a temperaturas, a necessidade de se obter água de recuperação aos alimentação cada vez mais puras é cada vez ter maior. Neste caso a utilização de condensadores atenção especial ao tratamento da água que adequados minimiza a necessidade de tratamento circula no ciclo a fim de evitar a formação de de água ao fazer circular no ciclo uma água já depósitos e problemas associados à corrosão. tratada. do procedimentos Deve-se condensado. de também Quanto manutenção, regularmente deve-se analisar ou outras fontes, deve ser tratada a integridade dos tubos e acessórios. Considerando A condensação do vapor em um recinto fechado que são produz um vácuo parcial devido à diminuição de equipamentos onde o correto atendimento do volume experimentada pelo vapor de baixa programa de manutenção permite que se alcance pressão. Assim, a energia necessária para o sua funcionamento do condensador é a relacionada os vida condensadores útil inconvenientes, esperada sugere-se econômica de 25 anos. de vapor sem uma maiores vida útil com o trabalho da bomba para comprimir o líquido condensado, aumentando assim sua pressão, e para também fazer circular a água de refrigeração. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 160 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Também é necessária uma certa quantidade de as superfície dos tubos. A água de refrigeração, energia para eliminar o ar e outros gases não por sua vez, geralmente não possui tratamento e condensáveis condensador acaba ocasionando depósitos. Como a limpeza da juntamente com o vapor. O ar e os gases parte interna é bem mais simples do que a da dissolvidos na água de origem natural que parte alimenta a caldeira desprendem-se da mesma no anteriormente. que entram no externa, justifica-se a ordem citada condensador ao estarem submetidos à baixa pressão. Os condensadores de superfície podem ser de um passe, quando a água circula através de todos os II. CARACTERÍSTICAS tubos em um único sentido, ou de dois passes, Nas centrais térmicas a vapor podem ser quando circula em um sentido na metade dos utilizados dois tipos de condensadores: os de tubos e no outro sentido na metade restante. A superfície e os de contato. Os condensadores de maioria dos grandes condensadores possui uma superfície bomba para conduzir o condensado líquido escape proporcionam uma baixa pressão de assim como a recuperação do condensado. Os condensadores de contato por formado e um ejetor para retirar o ar e os gases não condensados. sua vez, também proporcionam uma baixa pressão de escape, mas, neste caso, ocorre a Para um adequado funcionamento, o condensador mistura de superfície de vê obedecer alguns princípios: do refrigeração, condensado com a comprometendo água assim de a • O vapor deve entrar no condensador com a menor resistência possível e a queda de recuperação do condensado. pressão gerada no condensador deve também ser a menor possível; Em grandes centrais a vapor não se indica a utilização dos condensadores de contato, pois, • O ar deve ser retirado o mais rápido mesmo desconsiderando a perda de condensado, possível do condensador por ser tratar de o custo associado com o consumo de energia das um fluido mau condutor de calor; bombas e com a retirada dos gases não • O ar deve ser retirado em pontos condensáveis elimina as vantagens decorrentes apropriados, livre de vapor d’água e à do elevado vácuo que pode ser obtido com este menor temperatura possível; • tipo de condensador. Deve-se gastar o mínimo possível de energia para retirar o ar; Nos condensadores de superfície, o vapor a ser • O condensado deve ser formado o mais condensado normalmente circula por fora de rápido possível e ser enviado, já sem a tubos enquanto a água de refrigeração passa por contaminação pelo ar, para a caldeira à dentro maior temperatura possível; dos mesmos. O motivo para esta seqüência é que o vapor, como foi gerado a partir de uma água tratada, não causa depósito sobre • A água de refrigeração deve passar pelo condensador deixando uma quantidade ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 161 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação mínima de sedimentos e absorvendo o contrário, deve-se tomar as devidas precauções máximo possível de calor. ao adicionar-se um produto que irá percorrer todo o ciclo de potência, uma vez que irá se misturar Nos condensadores de contato, o vapor é ao condensado que retorna à caldeira. condensado através de contato direto com a água de refrigeração, presente no condensador na O outro grande problema são as incrustações, as forma de jatos. Pelo efeito combinado da pressão quais formam uma camada na superfície do tubos da de troca de calor que reduz ou mesmo interrompe água de refrigeração ao entrar no condensador, do vácuo existente no condensador a troca de calor. e da ação da gravidade, estes jatos alcançam velocidade suficiente para arrastar o vapor Deve-se ter também um cuidado especial com condensado, o ar e os gases não condensados e relação à integridade da tubulação que compõe o para conduzi-los a um poço, vencendo assim a condensador de vapor. Regularmente devem ser pressão atmosférica. realizadas análises procurando-se identificar anomalias. III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA O tratamento da água é um dos principais pontos IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA a serem abordados em um plano de manutenção A manutenção corretiva aplica-se para a limpeza preventiva de um condensador de vapor. Apesar dos tubos quando da formação de depósitos e do vapor ser, a princípio, um fluido livre de para a substituição de tubos avariados dentro do impurezas, uma vez que ao entrar no ciclo de condensador de vapor. geração como água de alimentação da caldeira ele foi devidamente tratado, a água de V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA refrigeração não possui, na maioria dos casos, Considerando que os condensadores de vapor tratamento tão rígido. Esta água, ao circular pelo são equipamentos onde o correto atendimento do condensador, pode causar diversos problemas, programa de manutenção permite que se alcance como corrosão e formação de depósitos. sua vida útil inconvenientes, A corrosão pode ser apresentar de duas formas: esperada sugere-se sem uma maiores vida útil econômica de 25 anos. corrosão geral e corrosão localizada. No caso da corrosão geral, o tratamento consiste em controlar REFERÊNCIAS o nível de acidez e alcalinidade da água. No caso [1] Severns, W. H., Degler, H. E. e Miles, J. C., da corrosão localizada, deve-se retirar o oxigênio Energía mediante vapor, aire o gas, Edit. Reverté, livre da água através de algum produto químico. 1975 Estes tratamentos que consistem na introdução de um agente na água de refrigeração são indicados para os condensadores de superfície. Caso ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 162 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Conduto e Canaleta RESUMO I. INTRODUÇÃO Eletrodos ou condutos são tubos de seções De acordo com a norma, eletrodutos ou condutos circulares destinados a proteção de condutores são tubos de seções circulares destinados à elétricos. As canaletas têm a mesma função do proteção de condutores elétricos. eletroduto, mas possuem seção retangular. O dimensionamento, dos condutos e canaletas, é Canaletas são estruturas que tem a função de determinado pela disposição dos condutores e transportar e proteger os condutos elétricos. pela corrente. Um outro fator importante é a Possuem seção retangular, e geralmente é capacidade de troca de calor dos condutos com o localizada internamente nas edificações, próxima meio. As dimensões internas dos eletrodutos e ao teto. respectivos acessórios de ligação devem permitir instalar e retirar facilmente os condutores ou Em eletrodutos e canaletas somente devem ser cabos. Os eletrodutos rígidos são encontrados utilizados condutores isolados, cabos unipolares comercialmente em varas de três metros de ou cabos multipolares, admitindo a utilização de comprimento, com uma luva em uma das condutor nu em conduto isolante exclusivo, extremidades e roscas. Normalmente são de ferro quando tal condutor destina-se a aterramento. esmaltado de preto, aço-carbono, PVC rígido e cimento amianto. As canaletas são geralmente O dimensionamento, dos condutos e canaletas, é formadas de alumínio ou lâminas de aço. Os determinado pela disposição dos condutores e eletrodutos e canaletas devem resistir aos pela corrente. Um outro fator importante é a esforços mecânicos de dobradura, achatamento e capacidade de troca de calor dos condutos com o extensão, apresentarem meio. As dimensões internas dos eletrodutos e suportabilidade a corrosão. Existem condutos que, respectivos acessórios de ligação devem permitir além de sua função principal, são utilizados para instalar e retirar facilmente os condutores ou aterramento, sendo que estes sofrem mais danos cabos. Para isso é necessário que a taxa máxima devido à corrosão eletrolítica. Avaliando todos os de ocupação em relação à área da seção não seja tipos de intempéries que estão submetidos os superior a 53% no caso de um condutor, 51% no condutos e canaletas, e considerando que estes caso de dois condutores ou 40% no caso de três estão devidamente dimensionados para sua ou mais cabos. assim como aplicação, estima-se uma vida econômica útil de 25 anos. Os condutos e canaletas poderão conter condutores de um ou mais circuitos, quando as ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 163 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • três condições apresentadas forem atendidas. São elas: • • Os carbono com revestimento protetor, com circuitos pertencem à mesma rosca ANSI/ASME B1.20.1 (03/1995): Fixa instalação, isto é, se originam de um condições mesmo dispositivo geral de manobra e fabricação e fornecimento de eletrodutos proteção, de rígidos de aço-carbono, fabricados de tubo equipamentos que transformem a corrente com ou sem costura, com revestimento elétrica; protetor, e utilizados para proteção de As seções normais dos condutores fase circuitos de condutores elétricos; sem a interposição • estejam contidas de um intervalo de três • NBR5598 - Eletroduto rígido de aço- exigíveis para encomenda, NBR5624 – Eletroduto rígido de aço- valores normalizados sucessivos; carbono, com costura, com revestimento Os condutores isolados tenham a mesma protetor e rosca NBR8133 (12/1993): Fixa temperatura condições máxima para serviço exigíveis para encomenda, fabricação e fornecimento de eletrodutos contínuo. rígidos com rosca NBR8133; As principais normas técnicas • brasileiras relacionadas são: • (12/1980): Fixa as características mínimas NBR13057 – Eletroduto rígido de aço- exigíveis carbono, eletrodutos de PVC rígido, de seção com costura, zincado para o recebimento de circular; eletroliticamente e com rosca NBR8133 • (12/1993): Fixa condições exigíveis para • NBR6150 – Eletroduto de PVC rígido NBR6600 – Curvas de aço com costura e encomenda, fabricação e fornecimento de luva de aço-carbono com costura ou ferro eletrodutos rígidos de aço-carbono, com fundido maleável de seção circular para rosca NBR8133, fabricados de tubo com eletrodutos costura, com revestimento protetor externo condições que tem a finalidade de proteger os fabricação e fornecimento de curvas de condutores elétricos; aço-carbono com costuras e luvas de aço- NBR5598 –Eletroduto rígido de NBR5624 exigíveis (10/1985): para Fixa encomenda, carbono com costura ou ferro fundido aço- maleável. carbono com revestimento protetor, com rosca NBR6414 (12/1993): Fixa condições exigíveis para encomenda, fabricação e II. CARACTERÍSTICAS fornecimento de eletrodutos rígidos de aço-carbono, com revestimento protetor, II.1. MATERIAIS DOS CONDUTOS E CANALETAS fabricado de tubo com ou sem costura e Os utilizados para proteção de circuitos de comercialmente em varas de três metros de condutores elétricos; comprimento, com uma luva em uma das eletrodutos rígidos são encontrados extremidades e roscas. Normalmente são e ferros ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 164 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação esmaltado de preto, aço-carbono, PVC rígido e II.1.5. Alumínio cimento amianto. As canaletas são geralmente Por ser um material leve, ele é bastante utilizado formadas de alumínio ou lâminas de aço. É para importante ressaltar que estes materiais não instalações de baixa tensão. confeccionar canaletas aéreas em devam propagar o fogo no caso de incêndio. II.2. TIPOS DE CONDUTOS II.1.1. Ferro Esmaltado de Preto Há diversas configurações possíveis de eletrodutos São utilizados quando há necessidade de suportar e canaletas. Algumas são mostradas na figura eventuais esforços mecânicos. Este tipo de ferro abaixo [1]. esmaltado é preparado para resistir a ação da corrosão. Geralmente são utilizados no interior de edificações para instalações de baixa tensão . II.1.2. Aço-carbono Estes também suportam a ação de esforços mecânicos sendo que o aço é uma estrutura mais rígida, e se protegido devidamente contra a corrosão eletrolítica satisfaz as necessidades sem maiores problemas. São utilizados em edificações de baixa tensão. II.1.3. PVC Dentre das principais vantagens do PVC está a suportabilidade à corrosão e o baixo preço. Estes são usados em instalações de baixa tensão, sendo que geralmente estão embutidos dentro da alvenaria. II.1.4. Cimento Amianto Em instalações de alta tensão, onde, por algum motivo opta-se por instalações subterrâneas utilizam-se concreto valas de vedadas cimento construídas amianto. A por principal vantagem do cimento amianto é o fato dele ser um isolante térmico protegendo o cabeamento do fogo. figura 1 – algumas configurações de condutos e canaletas. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 165 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • As normas especificadas definem as dimensões Eletroduto de aterramento – condutor ou dos eletrodutos, assim como a espessura da conjunto de condutores em contato intimo parede e a massa teórica. com o solo, e que garante uma ligação elétrica com ele; • Para a confecção de diferentes tipos de condutos Eletrodos de aterramento eletricamente deve-se verificar se a superfície interna apresenta distintos (independentes) – eletrodutos de arestas ocorra aterramento suficientemente distantes uns danificação da capa protetora dos condutos dos outros para que a corrente máxima elétricos. suscetível de ser escoada por um deles cortantes, para que não não modifique sensivelmente o potencial II.3. ESFORÇOS SUBMETIDOS De acordo com as dos outros. normas vigentes, os eletrodutos devem apresentar suportabilidade a Deve-se relatar que o eletroduto de aterramento requisições mecânicas e a corrosão. deve ser constituído de um material condutor, como o alumínio. Dentre os requisitos mecânicos que o eletroduto deve suportar estão: II.5. CONDUTOS SUBTERRÂNEOS • Dobramento; Em • Achatamento; principalmente subestações, utiliza-se condutos • Expansão. ou canaletas subterrâneos [3]. instalações elétricas de alta potência, As superfícies interna e externa do eletroduto Os cabos unipolares devem ser protegidos por devem e condutos de aço zincado ou cimento amianto com uniformemente em todo a sua extensão. Quando envelope de concreto. É obrigatório o uso de for utilizado o revestimento de zinco, ele deve ser muflas terminais, tanto na derivação externa, aplicado por imersão à quente ou zincagem em quanto internamente. A profundidade deve ser linha com cromatização. Se for especificada superior a 50 cm. estar protegidas completa pintura externa ou interna, ambas devem ser da mesma qualidade. A configuração mais utilizada é da canaleta vedada, construída com cimento amianto, sendo II.4. CONDUTOS DE ATERRAMENTO que o fundo é constituído de brita para absorver a Para maior segurança da instalação, os condutos umidade. Nesta configuração os condutores de e canaletas devem ser devidamente aterrados. alta tensão não terão contato direto com o solo de Mas existem eletrodutos que podem ser utilizados brita, devido às estruturas de ferro. como aterramento funcional e aterramento de proteção, são eles [2]: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 166 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E produzir elementos mais resistentes a ações da PREVENTIVA natureza, Toda a instalação deve ser periodicamente econômica por volta de 25 anos para os condutos verificada e canaletas. por pessoas credenciadas ou pode-se estimar uma vida útil qualificadas, por intervalos de tempo que variam REFERÊNCIAS de acordo com a importância da instalação. [1] Em condutos e canaletas de grandes instalações H. Creder. Instalações Elétricas. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1999. deve-se periodicamente fazer a medição de resistência dos eletrodos de aterramento e [2] A. Cotrim. Manual de Instalações Elétricas. verificar visualmente as condições em relação à McGraw-Hill, 1985. corrosão. [3] J. R. Vázquez. Instalaciones Electricas Deve-se observar em especial medidas de Generales – Enciclopedia CEAC de electricidad. proteção contra contato com as partes vivas e o CEAC, 1974. estado dos condutores, sua isolação e suas ligações. IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA A manutenção corretiva consiste na troca de uma peça ou de todo o conjunto da estrutura, quando esta não atende mais as devidas condições operativas. As manutenções podem comprometer seriamente o abastecimento de energia. Devido a este fator deve se dar maior ênfase às manutenções preventivas e preditivas. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Em geral, os fabricantes não dão especificação da vida útil dos condutos e canaletas, no qual se subentende que estes são função do ambiente que estão submetidos. Se todas as intempéries existentes forem observadas no dimensionamento dos condutos, e com a atual tecnologia que tem a capacidade de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 167 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Conduto Forçado RESUMO dos aços fazem dos mesmos os materiais mais O Conduto forçado, sendo um equipamento do adequados para a faixa de pressões encontradas circuito de geração da usina hidrelétrica, deve ser nas aplicações de turbinas. cuidadosamente projetado e operado para garantir sua vida útil esperada e não comprometer a Visto que os operação e a vida útil da usina como um todo. A relativamente simples e, uma vez que tenham sido vida útil econômica proposta por este trabalho é bem de 30 anos e, desde que se siga o programa de responsabilidade por sua integridade recai sobre a manutenção e monitoração proposto no início da manutenção cuidadosa. Alguns itens sujeitos à operação da Usina, será facilmente obtida. Como manutenção podem ser sempre reparados e não o conduto está inserido na estrutura civil da Usina, põem em risco o equipamento. Outros itens, quer quer apoiado sobre blocos de concreto ou pela dificuldade de inspeção e manutenção, quer embutido na rocha com revestimento de concreto, pela é importante que também estas estruturas sejam impossibilidade de parada da usina para efetuar o monitoradas. A boa conservação do conduto nos reparo, podem comprometer o equipamento proporcionará grande economia na execução de levando a sua ruína, colocando em risco a usina e uma futura reabilitação da Usina. as populações vizinhas. I. INTRODUÇÃO Para condutos sujeitos a precários cuidados de O Conduto Forçado é a tubulação pressurizada manutenção, sujeitos a condições de operação localizada entre a caixa espiral da turbina e a mais agressivas no tocante à corrosão e primeira estrutura aberta a montante da turbina. A condições geológicas, a vida útil pode ser estrutura aberta citada acima pode ser uma bastante comprometida. projetados natureza condutos e da são componentes construídos, ocorrência, toda quer a pela chaminé de equilíbrio, rio, canal, túnel aberto ou um reservatório. Os Condutos Forçados devem II. CARACTERÍSTICAS ser tão eficientes quanto o praticável para Os condutos forçados de Usinas Hidrelétricas conservar a altura disponível e estruturalmente estão normalmente classificados em um dos seguros para previnir acidentes que poderiam seguintes tipos: resultar em perdas de vidas e danos materiais. II.1. CONDUTO EXPOSTO Os Condutos Forçados podem ser fabricados de O conduto exposto é aquele situado acima do muitos materiais, mas a resistência e flexibilidade terreno, dotado de apoios deslizantes, que ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 168 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação transmitem a carga devido ao peso do conduto ao II.3. CONDUTOS MISTOS terreno e juntas de dilatação que permitem o É comum, no Brasil, o projeto de condutos ter a movimento axial do conduto. Normalmente, o parte inicial como conduto embutido e a parte final conduto é dotado de blocos de ancoragem, onde como conduto concretado. estão concretadas as curvas. Dependendo da extensão dos trechos retos, pode ser necessária a II.4. CONDUTOS EMBUTIDOS NA ROCHA colocação ancoragem Os condutos embutidos na rocha, tais como os intermediários. Dependendo da pressão externa, envolvidos em concreto, são compostos apenas devido ao vácuo interno ao qual o conduto está de virolas. Normalmente, são usados onde a submetido, pode ser necessária a soldagem de condução da água desde a tomada até a casa de anéis de reforço. Estes condutos devem receber força é feita por meio de túneis escavados em pintura interna e externa. Outros acessórios rochas. A parte inicial destes túneis é revestida normalmente utilizados neste tipo de conduto são em concreto, e a parte final próxima à casa de as bocas de visita, os sistemas de drenagem e as força válvulas de aeração. Dependendo da pressão externa, devido ao vácuo de blocos de é revestida por virolas metálicas. interno ou à pressão de injeção de grouting, ao O conduto exposto pode estar dentro de uma qual o conduto está submetido, pode ser galeria. necessária a soldagem de anéis de reforço. È normal, porém, a execução de cortinas de drenagem, onde se executam furos com a II.2. CONDUTOS CONCRETADOS são finalidade de conduzir a água pressurizada compostos apenas de virolas. Normalmente, são presente na rocha para a galeria de drenagem. usados em usinas em que a distância entre a casa Neste caso, a máxima pressão externa será a de força e a tomada d’agua é pequena e forma coluna d´água desde o conduto até a galeria de uma única estrutura. drenagem. Estes condutos devem receber pintura Os condutos envolvidos em concreto interna. Outros acessórios normalmente utilizados Dependendo da pressão externa, devido ao vácuo neste tipo de conduto são os sistemas de interno ou à pressão de injeção de grouting, ao drenagem. qual o conduto está submetido, pode ser necessária a soldagem de anéis de reforço. Estes III. MANUTENÇÃO PREDITIVA condutos devem receber pintura interna. Outros Um programa de manutenção bem definido, bem acessórios normalmente utilizados neste tipo de documentado é um meio de monitorar a condição conduto são os sistemas de drenagem e as de um conduto metálico. válvulas de aeração. Os itens que o programa de manutenção abrangente deve monitorar incluem os elementos, mas não estão limitados a eles: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 169 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Movimento dos apoios; a definir a extensão e gravidade do • Vibração excessiva; vazamento; • Vazamento; • Envelhecimento do conduto; ferrugem, que podem indicar vazamentos • Condição da chapa do conduto (interna e localizados causados por corrosão tipo externa); “pitting”; • • Inspeção para detectar bolhas de • Soldas; • Parafusos e rebites; que podem revelar fissuras na chapa do • Juntas de expansão e acoplamentos conduto; • deslizantes; Inspeção para detectar indicações lineares Inspeção para detectar amassamento na • Válvulas de aeração; chapa do conduto nos cantos de saída das • Válvulas ou outros sistemas de controle da selas de concreto. O amassamento pode água; indicar sobretensões nestas áreas; • • Bocas de visitas e bocais; • Blocos de ancoragem e suportes; • Revestimento (interno e externo); • Instrumentação (se relevante). Inspeção para detectar se o concreto nos cantos de saída das selas de concreto não está quebrado; • Inspeção do terreno acima do conduto enterrado para assegurar que não existem árvores ou arbustos, pois suas raízes III.1. TÉCNICAS DE INSPEÇÃO Vários tipos de técnicas de inspeção são podem afetar o tubo ou o aterro. Também disponíveis para examinar vários aspectos do o crescimento de grama e arbustos podem conduto no campo. Algumas das técnicas de indicar vazamento no conduto. inspeção mais comuns são relacionadas abaixo: (2) Dispositivos Ultrassônicos para determinar a (1) Inspeção Visual: Pode ser executada na espessura das chapas, medida por dentro ou superfície do conduto exposto e no terreno por acima dos condutos enterrados, quando há destrutivos, acesso adequado. A inspeção visual é partículas magnéticas e Raios X, podem ser particularmente efetiva para detecção de usados para detectar problemas potenciais na defeitos subsuperficiais superfície do aço nas juntas soldadas. O potenciais, que podem ser inspecionados ensaio de raio X é recomendado para avaliar subseqüentemente por outros métodos. A corrosão por pitting no interior do conduto ou inspeção visual deve incluir os fatores, mas fissuras nas chapas ou nas juntas soldadas. A não está limitada a eles: corrosão entre tubo e sela de concreto pode • superficiais Inspeção ao redor e de pontos de vazamentos na chapa do conduto, visando fora dos condutos. como líquido Métodos não penetrante, ser detectada pelo ensaio de raio X, sendo o filme colocado entre o conduto e o concreto e a fonte do outro lado do conduto. O conduto ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 170 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação deve estar vazio, senão o tempo de exposição • se torna excessivo. Método de fabricação do conduto, ou seja, rebitado, soldado ou ligado através de acoplamentos mecânicos, entre outros; (3) Uma tecnologia nova de inspeção de • condutos é o uso de equipamentos de vídeo por controle remoto ou robôs. Histórico de acidentes no conduto, se existente. Estes dispositivos podem executar as inspeções Uma vez que estes e outros aspectos pertinentes com segurança e rapidez em condutos tenham sido considerados, a freqüência de íngremes e escorregadios. As condições da inspeção pode ser estabelecida. Quando prático, pintura interna, ferrugem e erosão são deve-se monitoradas por um circuito de televisão caminhada para fazer a inspeção visual pelo externo ligado à unidade de inspeção. Estes pessoal de manutenção. Se isto não é prático dispositivos podem medir espessura das devido ao comprimento excessivo do conduto, chapas e verificar as condições da pintura em terreno todos os 360° da superfície interna do inspeção pode ser executada apenas uma vez por conduto. ano. A superfície interna do conduto deve ser considerar acidentado, a execução entre outros, de uma então, a inspecionada a cada 2 ou 3 anos. As leituras de (4) A espessura da chapa do conduto pode ser precisamente medida usando-se métodos espessura do conduto devem ser tomadas a cada 5 a 7 anos. destrutivos, retirando-se amostras do conduto. Entretanto, o reparo do conduto deve ser IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA testado e analisado. Por isso, o uso deste método é raramente usado só para medir IV.1. JUNTAS DE EXPANSÂO espessura. Sob operação normal, as juntas de expansão requerem muito pouca manutenção. III.2. FREQUÊNCIA DA INSPEÇÃO A freqüência da inspeção deve ser avaliada para Os vazamentos nas gaxetas das juntas podem cada Usina e levar em conta os seguintes fatores: ocorrer pelo afrouxamento do aperto do prensa • Acessibilidade para inspeção; gaxeta ou pelo ressecamento do material das • Conseqüência de um acidente no conduto; gaxetas • Freqüência do enchimento e esvaziamento expostas ao sol. Se isto ocorre, os parafusos do conduto; devem ser reapertados, usando-se o torque • Condições climatológicas e ambientais; recomendado pelo fabricante. Se o aperto • PH da água através do conduto; adicional não estancar o vazamento, pode ser • Quantidade de sedimentos na água; • Idade do conduto; localizado próximo às superfícies necessário trocar o engaxetamento. O seguinte processo pode ser seguido: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 171 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Após esvaziar o conduto, soltar e remover • todos os parafusos; garantir aeração adequada no recinto das Usando dispositivos mecânicos, parafusos válvulas; saca juntas presos ao prensa gaxetas, • puxar o prensa gaxetas para fora da • Reparos ou substituições das partes Após a exposição da câmara de gaxetas defeituosas retirar as gaxetas usando ferramentas parafusos e gaxetas; apropriadas. Jatos de água de alta pressão • Inspeção das partes internas das válvulas (eixos, hastes, alavancas, entre outras); • câmara de gaxetas; • Inspeção dos tubos de ventilação para • ou emperradas, incluindo Limpar as válvulas de aeração após são efetivos para retirar as gaxetas; manutenção para assegurar vedação e Instalar as novas gaxetas conforme o operação adequadas; procedimento indicado pelo fabricante; • Avaliação do revestimento; Após a instalação das gaxetas empurrar o • Checar a operação de isolamento da anel prensa gaxetas e reapertar os válvula e verificar que as válvulas são parafusos. deixadas abertas após terminada a manutenção; A norma japonesa TSGP recomenda a inspeção • das juntas no mínimo uma vez por ano e a substituição das gaxetas a cada 5 ou 10 anos, dependendo das condições de operação. Proteção das válvulas ao congelamento (se aplicável); • Programar as manutenções durante as paradas normais. IV.2. VÁLVULAS DE AERAÇÃO A norma TSGP recomenda que, além das As válvulas de aeração são requeridas nos inspeções normais, sempre se faça a inspeção condutos para assegurar operação e proteção do das válvulas antes das drenagens do conduto e, conduto durante enchimento, esvaziamento e até mesmo, que não se execute a drenagem operação normal e, portanto, devem receber antes da inspeção e reparos na válvula, se manutenções freqüentes e cuidadosas. necessário. Cada válvula de aeração e seus acessórios IV.3. VIBRAÇÃO devem passar pela manutenção adequada pelo Quando a amplitude de vibração de um conduto menos uma vez por ano. O processo de se torna excessiva, fadiga e falha repentina da manutenção deve ser estabelecido e incluir no chapa do conduto, é uma possibilidade desde que mínimo: um número excessivo de oscilações possa ocorrer • Inspeção da caixa de válvulas ou boca de num espaço de tempo relativamente curto. A fim visita, quanto há limpeza e facilidade de de evitar esta condição perigosa, a amplitude das acesso; pulsações de pressão, que são geradas no circuito hidráulico, na freqüência de ressonância ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 172 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação do conduto, deve ser reduzida significativamente O uso de anéis circunferenciais é efetivo porque ou as pulsações de pressão eliminadas. eles atuam para suprimir o modo de vibração tipo circunferencial e, significativamente, impedem a Alternativamente, a freqüência natural na qual o propagação destas deformações radiais de um conduto vibra pode ser alterada para evitar vão para o próximo. Uma análise dinâmica ressonância. A solução, ou combinação de tridimensional pode ser usada para determinar o soluções adotadas normalmente serão uma número e a localização dos anéis mais efetivos ao questão de economia e praticidade. longo do vão. As pulsações de pressão de baixa freqüência A amplitude de vibração excessiva do conduto estão associadas com vorticidades e vórtices no pode resultar em fadiga e uma falha repentina e tubo de sucção e podem ter sua freqüência não deve ser permitido continuar sem a adoção de modificada ou sua amplitude reduzida por vários medidas corretivas. Um detector de vibração pode meios. ser usado para medir a freqüência de vibração. As deformações associadas com a vibração do As pulsações de alta freqüência estão associadas conduto podem ser monitoradas usando strain às pás do rotor e podem ter sua freqüência gages para determinar as tensões dinâmicas alterada pela substituição por um rotor com menos incrementais. Em adição, os picos máximos de pás. Também tem tido sucesso a redução desta deformação radial devem ser localizados e freqüência através do aumento da folga entre as medidos para propósitos de avaliação. pás do distribuidor e do rotor pela retirada de material da aresta de saída da palheta do È recomendado que a vibração seja considerada distribuidor e da aresta de entrada da pá do rotor. excessiva É reconhecido que isto pode resultar em alguma excessivas quando a tensão dinâmica incremental perda de performance na operação da turbina e exceda 20% da tensão de projeto ou quando a deve ser considerado cuidadosamente. amplitude da deformação radial medida exceda e medidas também consideradas D/1000 , onde D é o diâmetro interno do conduto. Quando a fonte de pulsação de pressões, causando vibração ressonante no conduto não é IV.4. MOVIMENTO DOS APOIOS econômica ou praticável para eliminação ou Abaixo relacionamos as principais causas do modificação, então deve-se considerar a mudança movimento dos apoios e as soluções sugeridas: da freqüência natural de vibração do conduto. Isto pode ser conseguido seja pela introdução de apoios intermediários ou pela instalação de anéis (1) Apoios subdimensionados ou danificados: • Se todas as cargas não foram intervalos consideradas durante o projeto inicial, é espaçados ao longo do vão do conduto entre possível que os apoios se movam. Se apoios. existe movimento num apoio, deve-se enrijecedores circunferenciais, em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 173 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • prontamente fazer uma verificação do (5) Devido à acentuada inclinação, algumas projeto para verificar se realmente o apoio encostas podem se mover, causando o está subdimensionado; movimento Uma série de fatores pode também aumento no carregamento do apoio. Sempre danificar o apoio, tal como impacto de que pedras recorrer que se soltem da encosta, dos ocorrerem a apoios tais e conseqüente problemas, engenheiros deve-se geoténicos deslizamento de terra e pedras, causando especializados que estudarão e adotarão a seu movimento; solução adequada ao problema. As encostas As medidas corretivas para resolver o devem ser inspecionadas freqüentemente e, problema de apoios subdimensionados ou principalmente, nos períodos chuvosos. danificados podem ir desde a soldagem de um reforço estrutural localizado, passando IV.5. AUMENTO DA ACIDEZ DA AGUA pela adição de chumbadores, concretagem Geralmente, a corrosão do aço devido à acidez da adicional da base e, em casos extremos, água se desenvolve muito rapidamente com o ser necessária a substituição do apoio. valor do PH abaixo de 4,5 e especialmente abaixo de 4,0. (2) Coeficiente de resistência ao deslizamento encontrado no campo menor que o assumido A corrosão devido à acidez da água é na execução do projeto: grandemente influenciada pela velocidade do • Neste caso, as medidas corretivas seriam escoamento e entrada de solo e areia e, quando a reavaliação da fundação do apoio e estas grandezas forem excessivas, a corrosão estudar seu reforço ou substituição. pode-se desenvolver mesmo para PHs superiores a 4,0. (3) A deterioração na fundação dos apoios causada por erosão ou infiltração de água O valor do PH se altera dependendo da vazão do deve ser corrigida, atacando-se as causas e rio .Quando a vazão é maior na estação chuvosa, efetuando-se o reparo indicado. o valor do PH torna-se relativamente maior com a água ácida se diluindo e, assim, o valor mínimo do (4) Uma inspeção inadequada durante o projeto PH deve-se como um critério por todo o ano. pode não ter detectado a presença de rocha de má qualidade, e isto pode ser a causa do Algumas medidas para impedir a corrosão são movimento disponíveis. Um método é a pintura com material do apoio. Neste caso, é necessário estudar os reparos na rocha pela resistente a ácido. injeção de grout pressurizado ou outros métodos recomendáveis pelos geotécnicos. De acordo com pesquisas desenvolvidas no Japão, conforme norma TSGP, pintura com borracha clorada e pintura com resina alquídica ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 174 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação mostraram excelentes propriedades. Resinas V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA epoxi betuminosas têm sido largamente usadas Posto que o principal fator no estabelecimento da nos últimos anos. vida de um conduto forçado é a corrosão da chapa, os requisitos de projeto devem ser A maneira mais eficaz de se evitar a corrosão criteriosamente estabelecidos para que a vida útil seria considerada seja efetivamente obtida. o uso de aço inoxidável ou mais economicamente chapa clad. Tomados os cuidados na especificação dos A corrosão no conduto pela acidez da água se critérios de projeto, a responsabilidade pela desenvolve muito rapidamente quando o conduto obtenção da vida útil recai sobre o trabalho de está desgastado pela areia arrastada pela água. manutenção preditiva e corretiva. Nestes casos, é necessário diminuir a corrosão do conduto, revestindo o conduto com revestimento O programa de manutenção deve ser abrangente, tipo enamel, que possui uma resistência maior à sem ser exaustivo e desnecessário, bem definido abrasão ou pela adição de retalhos feitos de aço e resistente à corrosão na parte inferior do conduto acompanhamento e o monitoramento baseados ou partes mais sujeitas à abrasão. Pode-se em metas pré-estabelecidas. documentado, de forma a permitir o também investir na diminuição da entrada de areia no conduto. Fatores inesperados e, portanto, não previstos nos períodos de projeto e construção do conduto, IV.6. REGISTROS DAS MANUTENÇÕES podem surgir, tais como o aumento da acidez da Os registros das manutenções corretivas devem água ou vibração devido a alguma excitação não incluir os seguintes: prevista, podem ter seus efeitos minimizados ou • Data da inspeção e/ou manutenção; atenuados se as ações necessárias forem • Localização e descrição de cada item tomadas com critério e na hora certa para reparado, incluindo pontos de medida; Condições ambientais, considerando a elevação • Lista de itens reparados; da água. • Lista de partes reparadas ou substituídas; • Check list dos itens observados; Apesar da relativa simplicidade construtiva do • Condições ambientais, considerando a conduto e do mesmo não possuir peças girantes, elevação da água; cabe ressaltar que problemas no conduto podem • Recomendações para reparos ou Usina, chegando ao ponto de ser necessária a melhorias; • Nome da afetar a operação ou até mesmo indisponibilizar a pessoa que realizou a substituição completa do equipamento. inspeção/manutenção. A adoção de uma vida útil econômica de 30 anos pode parecer um dado conservativo; no entanto, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 175 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação dado o caráter da dependência da vida útil com fatores externos e com cuidados de manutenção, este dado é extremamente coerente. REFERÊNCIAS [1] Technical Standards for Gates and Penstocks. Hydraulic Gate and Penstock. [2] ASCE American Society of Civil Engineers Nomograph Nº 79. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 176 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Condutor (Sistema de Distribuição) RESUMO uma camada de material isolante. Nos sistemas Os condutores elétricos são utilizados para de distribuição a curva de carga varia bastante ao realizarem o transporte da energia elétrica através longo do dia e também da semana, com isso os dos agentes de campo elétricos e magnéticos, condutores elétricos deverão ser dimensionados para os quais os condutores constituem como para suportar estas variações, sem acarretar em guias. Sua escolha e dimensionamento corretos danos nas propriedades do condutor. Em função são decisivos na limitação das perdas de energia. das características apresentadas pode-se afirmar Poderão ocorrer ainda problemas de natureza que a vida útil dos condutores de distribuição está mecânica, em casos de solicitações excessivas. intimamente relacionado com as condições de As perdas por efeito Joule são controladas pela operação do sistema elétrico, caso seja obedecido escolha dos condutores com áreas de seções as recomendações dos fabricantes pode-se dizer transversais adequadas às correntes que deverão que a vida útil destes condutores é de 20 anos. conduzir, em função da escolha de materiais com resistividade compatíveis. As correntes são I. INTRODUÇÃO proporcionais às potências a serem transportados Desde que Thomas Edison começou a e inversamente proporcionais aos níveis de comercialização da energia elétrica há mais de tensão adotados. Os condutores, como os demais 100 anos atrás mudanças notáveis aconteceram. materiais utilizados no sistema elétrico, estão Uma das áreas que sofreram grandes inovações sujeitos a falhas. Estas são decorrentes dos tipos tecnológicas é a dos tipos de cabos disponíveis e intensidades das solicitações a que são para distribuir energia elétrica. submetidos e também de sua capacidade de resistir às mesmas. Os condutores das linhas Anteriormente à utilização do alumínio, o cobre foi aéreas manterem o material utilizado para transmitir eletricidade, suspensos são submetidos a forças axiais e durante o desenvolvimento da indústria elétrica na vibrações, condições década de 1880. As dimensões dos cabos de ambientais, como por exemplo, variações de cobre eram dimensionadas principalmente em temperatura, incidência de ventos. Os condutores função das considerações mecânicas, por causa utilizados de distribuição que linhas com as são da obtidos pelo condutividade e a resistência mecânica, surgindo, encordoamento de fios metálicos de alumínio ou então, a necessidade de revisão dos critérios de cobre, podendo também possuir uma camada utilização de cabos aéreos. A dimensão dos interna de aço. Estes cabos poderão ter também condutores utilizados eram geralmente maiores por de se distribuição constituídos em variam para cabos, desproporcional relação entre a alta ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 177 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação que o necessário do ponto de vista da eficiência ser cobertos por uma camada de material isolante da ou então ser desprovido de isolamento. condutividade elétrica, resultando em comprimentos dos vãos pequenos e aumento no custo global das linhas. Atualmente existe no mercado a rede compacta, onde o objetivo é minimizar ou até mesmo acabar Os critérios de seleção do tipo de cabo para uso com interrupções de energia elétrica em razão do em de distribuição se tornaram uma ciência. A contato eventual ou queda de galhos de árvores seleção do tipo e do tamanho de cabo ótimos para sobre a rede de distribuição, também é uma uma determinada linha requer uma compreensão alternativa às redes isoladas que possuem altos completa das características físicas de todos os custos de implantação e manutenção; contribui cabos disponíveis. significativamente com a preservação da arborização e aumenta a confiabilidade do Essa compreensão tem que englobar não apenas sistema elétrico, reduzindo drasticamente os os conhecimentos físicos, elétricos, mecânicos e índices DEC e FEC (duração e freqüência das térmicos do cabo, mas também as relações entre interrupções acidentais, respectivamente). essas variáveis, para encontrar a melhor relação custo/benefício na seleção do cabo a se utilizar Os cabos são especificados pelo seu diâmetro exemplificadas abaixo. nominal, a área de seção transversal nominal e • • Estabilidade da linha x corrente que número de fios componentes, pelos metais ou transporta; ligas com que são confeccionados. Operação econômica x carregamento Na escolha dos condutores das linhas de térmico; • • Carregamento mecânico x altas distribuição deve-se levar em consideração as temperaturas; propriedades elétricas, físicas, Vida útil x fadiga do material. químicas e térmicas descritas a seguir. mecânicas, II. CARACTERÍSTICAS GERAIS As propriedades elétricas estão relacionadas com Os condutores empregados em linhas aéreas de a resistividade ou condutibilidade, fator que distribuição são constituídos por cabos. Estes são determina as perdas por efeito Joule quando um obtidos pelo encordoamento de fios metálicos, condutor é percorrido por uma corrente elétrica. onde sobre um fio de seção transversal circular Esta condutividade é afetada pelo grau de pureza são enrolados em forma espiral outros fios e pela temperatura, sendo que quanto mais puro o envolvendo-o, formando camadas. O sentido de material menor será a sua resistividade, e quanto enrolamento de cada uma das camadas é sempre maior a temperatura a resistividade também irá oposto ao da camada anterior, e a camada aumentar. externa é torcida para a direita. Os cabos podem ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 178 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação As propriedades físicas estão relacionadas com o Resistência mecânica, é praticamente a metade seu peso específico e suas propriedades térmicas do condutor de cobre, este problema pode ser (dilatação térmica e dilatação térmica linear ou resolvido utilizando condutores com liga de alongamento térmico). alumínio ou através de associação com o aço, resultando nos condutores de alumínio com alma As propriedades mecânicas estão associadas de aço. com: a resistência mecânica (capacidade de resistir aos chamados esforços simples, isto é, Resistência de corrosão, tanto os fios de alumínio, tração e compressão), elasticidade, dutibilidade, como os de ligas, ao serem resfriados no final do dureza, tenacidade e maleabilidade. processo de trefilação sofrem um processo de oxidação que recobre os fios com um filme As propriedades químicas estão relacionadas com bastante duro e estável, protegendo o fio contra sua estabilidade em serviço no meio em que será futuras agressões externas. utilizado. Esta estabilidade poderá ser afetada pela corrosão, que é a deterioração e a perda de A seguir são descritos os tipos de condutores de um material devido a um ataque químico, alumínio existentes no mercado. podendo-se dar por corrosão por dissolução ou oxidação eletroquímica. Os cabos de alumínio são confeccionados com fios de alumínio de pureza de 99,45% e tempera III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS dura. Sua condutividade é de 61% IACS (Padrão O cobre, apesar de sua elevada condutividade Internacional de Cobre Recozido = 100). Estes elétrica, não é mais utilizado em linhas aéreas de cabos distribuição principalmente por razões de ordem distribuição de energia. são mais utilizados em redes de econômica. Os cabos de alumínio com alma de aço, são Hoje o alumínio é inteiramente dominante na cabos idealizados para suprir a falta de resistência fabricação de condutores para linhas aéreas de mecânica à tração dos cabos de alumínio. Em distribuição, tanto em sua forma pura, como em torno de uma “alma” constituída por um ou mais ligas com outros elementos ou associados com fios de aço galvanizado, são enrolados uma ou condutores de aço. A seguir são apresentadas as mais camadas de fios de alumínio. Nos cálculos características do condutor elétrico de alumínio: elétricos considera-se que os fios de aço não participam na condução de corrente elétrica, Condutividade, é cerca de 64% do condutor de ficando a sua função restrita aos esforços cobre, mecânicos. porém, devido ao seu baixo peso específico, a condutividade do alumínio é maior que o dobro do cobre por unidade de peso. Cabos com ligas de alumínio: Visando aumentar a resistência mecânica à tração e a estabilidade ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 179 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação química do alumínio recorre-se à adição de III.2. Isolação diversos elementos de liga como ferro, cobre, A isolação dos condutores de distribuição pode silício, manganês, magnésio, etc. Estes cabos ser realizado com os seguintes materiais: cloreto possuem uma condutividade na faixa de 57 a 59,5 de polivinila (PVC), borracha etileno-propileno IACS. (EPR), polietileno termoplástico (PE), polietileno reticulado (XLPE). A seguir são apresentadas as características do PE e do XLPE. III.1. Capacidade Térmica dos Cabos - Ampacidade As correntes elétricas ao percorrerem os cabos provocam perdas de energia, como conseqüência Na estrutura molecular do polietileno termoplástico do efeito Joule. Essa energia se manifesta através a molécula possui na sua cadeia cerca de 1000 a de geração de calor, provocando aquecimento. 4000 átomos de carbono. Com a reticulação podese obter elos intermediários entre essas moléculas Este problema deverá ser resolvido sob dois formando o XLPE. Através desses elos, diminui-se aspectos: o econômico e o técnico. Do ponto de o vista econômico deve-se adotar o condutor para conseqüentemente a deformação do material em transportar função do aumento da temperatura. uma determinada densidade de deslizamento das moléculas reduzindo corrente que resulte, não nas menores perdas e sim num valor considerado o mais econômico. Do ponto de vista técnico deve-se considerar o efeito da temperatura elevada no comportamento mecânico dos condutores (degradação da Cadeia do PE Cadeia do XLPE resistência mecânica, aumento da taxa de alongamentos). O polietileno termoplástico (PE) plastifica-se por volta de 120º C, o polietileno reticulado (XLPE) A capacidade de condução de corrente é não sofre alteração devido à reticulação de suas denominado como ampacidade e é fixada como a cadeias moleculares. corrente permissível no condutor, para que nas condições ambientais pré-fixadas não ultrapasse o IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA valor A vida útil dos condutores de distribuição de de permanente. temperatura a regime energia elétrica são afetados, principalmente pelo parâmetros nível de carregamento, pois uma sobrecarga ambientais de referência como temperatura do ar, acima dos valores recomendados pelo fabricante insolação e velocidade do vento. poderá ocasionar alterações nas propriedades do estabelecer sua para é necessário Para fixado determinação alguns condutor. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 180 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Como nos sistemas de distribuição a carga não [5] Catálogos de fabricantes possui um comportamento constante ao longo do dia, possuindo picos de consumo, estes [6] Fuchs, R. D., Transmissão de Energia Elétrica, condutores deverão ser muito bem dimensionado Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de para não prejudicar na vida útil do condutor. Janeiro, 1979. Um dos ensaios que pode ser realizado para verificar a vida útil dos condutores é o ensaio de tração, para medir a tensão de ruptura dos cabos. Nesses ensaios são observados os valores de alongamento e tensão de ruptura. A vida útil do condutor de distribuição será em função da perda de resistência mecânica, pois é um fator de envelhecimento do mesmo. Pode-se afirmar que a vida útil dos condutores de distribuição é da ordem de 20 anos, sendo que este valor poderá ser alterado segundo as condições de operação que ele estiver submetido durante sua vida útil. REFERÊNCIAS [1] NBR 6251, Construção de cabos de potência com isolação sólida extrudada para tensões de 1 a 35 kV – Padronização. [2] NBR 7286, Cabos de potência com isolação sólida extrudada de borracha etileno-propileno para tensões de 1 a 35 kV – Especificação. [3] NBR 7287, Cabos de potência com isolação sólida extrudada de polietileno reticulado para tensões de 1 a 35 kV – Especificação. [4] NBR 7288, Cabos de potência com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila para tensões de 1 a 20 kV – Especificação. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 181 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Condutor (Sistema de Transmissão) RESUMO resistir às mesmas. Os condutores das linhas Os condutores elétricos são utilizados para aéreas realizarem o transporte da energia elétrica através suspensos são submetidos a forças axiais e dos agentes de campo elétricos e magnéticos, vibrações, para os quais os condutores constituem como ambientais, como por exemplo, variações de guias. Sua escolha e dimensionamento corretos temperatura, incidência de ventos. Os condutores são decisivos na limitação das perdas de energia utilizados (por efeito Joule ou por corona), como também constituídos para controlar os níveis de rádio-interferência e encordoamento de fios metálicos de alumínio ou ruídos ainda cobre, podendo também possuir uma camada problemas de natureza mecânica, em casos de interna de aço. Em função das características solicitações excessivas. As perdas por efeito Joule apresentadas pode-se afirmar que a vida útil dos são controladas pela escolha dos condutores com condutores de transmissão é de 30 anos. acústicos. Poderão ocorrer de transmissão que em variam linhas por para com de se as manterem condições transmissão são obtidos pelo cabos, áreas de seções transversais adequadas às correntes que deverão conduzir, em função da I. INTRODUÇÃO escolha resistividade A primeira linha de transmissão de que se tem compatíveis. As correntes são proporcionais às registro no Brasil foi construída por volta de 1883, potências a serem transportados e inversamente na cidade de Diamantina, para transportar a proporcionais aos níveis de tensão adotados. As energia produzida em uma usina hidroelétrica, manifestações do efeito corona, que dependem do constituídas por duas rodas d’água e dois gradiente do dínamos Gramme, a uma distância de 2 km, para condutor, aumentam com o nível de tensão e acionar bombas hidráulicas em uma mina de diminuem com o aumento nos diâmetros dos diamantes. de de materiais potencial com nas imediações condutores. Este fator faz com que os projetistas das linhas de transmissão escolha os condutores A obedecendo ao critério de viabilidade econômica começaram a transportar blocos de energia cada de minimização das manifestações do efeito vez maiores, com altos níveis de tensão e corona. Os condutores, como os demais materiais distâncias longas. Para realizar este transporte de utilizados no sistema elétrico, estão sujeitos a energia elétrica foi desenvolvido ao longo do falhas. Estas são decorrentes dos tipos e tempo os condutores elétricos de transmissão intensidades para as diferentes necessidades. das solicitações a que são partir disso as linhas de transmissão submetidos e também de sua capacidade de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 182 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Esta transmissão de energia elétrica poderá ser Na escolha dos condutores das linhas de realizada utilizando se tecnologia da corrente transmissão deve-se levar em consideração as alternada ou então a transmissão em corrente propriedades contínua. A tecnologia a ser adotada vai depender químicas e térmicas. elétricas, físicas, mecânicas, da quantidade de potência a ser transportada, sendo que a tecnologia de transmissão de energia As propriedades elétricas estão relacionadas com em corrente contínua será viável para tensões a resistividade ou condutibilidade, fator que extra elevadas, longas distâncias ou para realizar determina as perdas por efeito Joule quando um a interligação de sistemas de corrente alternada condutor é percorrido por uma corrente elétrica. com freqüências diferentes. Esta condutividade é afetada pelo grau de pureza e pela temperatura, sendo que quanto mais puro o II. CARACTERÍSTICAS GERAIS material menor será a sua resistividade, e quanto Os condutores empregados em linhas aéreas de maior a temperatura a resistividade também irá transmissão são constituídos por cabos. Estes são aumentar. obtidos pelo encordoamento de fios metálicos, onde sobre um fio de seção transversal circular As propriedades físicas estão relacionadas com o são enrolados em forma espiral outros fios seu peso específico e suas propriedades térmicas envolvendo-o, formando camadas. O sentido de (dilatação térmica e dilatação térmica linear ou enrolamento de cada uma das camadas é sempre alongamento térmico). oposto ao da camada anterior, e a camada externa é torcida para a direita. Os fios podem ser As propriedades mecânicas estão associadas de mesmo diâmetro, caso mais comum, ou podem com: a resistência mecânica (capacidade de possuir camadas resistir aos chamados esforços simples, isto é, diferentes. Podem ser de matais diferentes, desde tração e compressão), elasticidade, dutibilidade, que compatíveis eletroliticamente entre si. dureza, tenacidade e maleabilidade. Os cabos são especificados pelo seu diâmetro As propriedades químicas estão relacionadas com nominal, a área de seção transversal nominal e sua estabilidade em serviço no meio em que será número de fios componentes, pelos metais ou utilizado. Esta estabilidade poderá ser afetada ligas com que são confeccionados. pela corrosão, que é a deterioração e a perda de diâmetros diferentes em um material devido a um ataque químico, A unidade de área adotada para definir a seção podendo-se dar por corrosão por dissolução ou transversal dos condutores é o Circular Mil (CM), oxidação eletroquímica. que corresponde à área de um círculo cujo diâmetro é de um milésimo de polegada, ou seja, -3 0,506707.10 2 [mm ], pode-se utilizar também a 2 unidade de mm . III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS O cobre, apesar de sua elevada condutividade elétrica, vem sendo cada vez menos utilizado em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 183 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação linhas aéreas de transmissão, principalmente por cabos são mais utilizados razões de ordem econômica. distribuição de energia. em redes de Hoje o alumínio é inteiramente dominante na fabricação de condutores para linhas aéreas de Os cabos de alumínio com alma de aço, são transmissão, tanto em sua forma pura, como em cabos idealizados para suprir a falta de resistência ligas com outros elementos ou associados com mecânica a tração dos cabos de alumínio. Em condutores de aço. A seguir são apresentadas as torno de uma “alma” constituída por um ou mais características fios de aço galvanizado, são enrolados uma ou dos condutores elétricos de transmissão fabricados com alumínio: mais camadas de fios de alumínio. Nos cálculos elétricos considera-se que os fios de aço não Condutividade, é cerca de 64% do condutor de participam na condução de corrente elétrica, cobre, ficando a sua função restrita aos esforços porém, devido ao seu baixo peso específico, a condutividade do alumínio é maior mecânicos. que o dobro do cobre por unidade de peso. Cabos com ligas de alumínio: Visando aumentar a Resistência mecânica, é praticamente a metade resistência mecânica à tração e a estabilidade do condutor de cobre, este problema pode ser química do alumínio recorre-se à adição de resolvido utilizando condutores com liga de diversos elementos de liga como ferro, cobre, alumínio ou através de associação com o aço, silício, manganês, magnésio, etc. Estes cabos resultando nos condutores de alumínio com alma possuem uma condutividade na faixa de 57 a 59,5 de aço. IACS. Resistência de corrosão, tanto os fios de alumínio, II.1. como os de ligas, ao serem resfriados no final do AMPACIDADE processo de trefilação sofrem um processo de As correntes elétricas ao percorrerem os cabos oxidação que recobre os fios com um filme provocam perdas de energia, como conseqüência bastante duro e estável, protegendo o fio contra do efeito Joule. Essa energia se manifesta através futuras agressões externas. de geração de calor, provocando aquecimento. A seguir são descritos os tipos de condutores de Este problema deverá ser resolvido sob dois alumínio existentes no mercado. aspectos: o econômico e o técnico. Do ponto de CAPACIDADE TÉRMICA DOS CABOS - vista econômico deve-se adotar o condutor para Os cabos de alumínio são confeccionados com transportar uma determinada densidade de fios de alumínio de pureza de 99,45% e tempera corrente que resulte, não nas menores perdas e dura. Sua condutividade é de 61% IACS (Padrão sim num valor considerado o mais econômico. Internacional de Cobre Recozido = 100). Estes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 184 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Do ponto de vista técnico deve-se considerar o longitudinal nos fios mais para o interior. Esse efeito da temperatura elevada no comportamento fluxo sendo alternativo poderá induzir correntes mecânico da parasitas que provocam perdas por efeito Joule e resistência mecânica, aumento da taxa de no caso dos condutores com alma de aço, perdas alongamentos). adicionais por histerese. Os condutores com dos condutores (degradação várias camadas são espiralados em sentidos A capacidade de condução de corrente é contrários visando minimizar as perdas denominado como ampacidade e é fixada como a provocadas pelos fluxos longitudinais, pois haverá corrente permissível no condutor, para que nas fluxos em sentidos opostos. condições ambientais pré-fixadas não ultrapasse o valor de temperatura fixado para regime II.4. EFEITO CORONA é As descargas de corona que se formam nas parâmetros superfícies dos condutores de uma linha de ambientais de referência como temperatura do ar, transmissão são causadas quando a intensidade insolação e velocidade do vento. de campo elétrico do condutor exceder a rigidez permanente. necessário Para a estabelecer sua determinação alguns dielétrica do ar. Daí, deriva a definição que consta II.2. EFEITO PELICULAR das normas ASA (American Standards Quando um condutor é percorrido por uma Association): “Corona é uma descarga luminosa corrente contínua de intensidade constante, esta devido à ionização do ar que envolve um condutor se distribui por toda área de sua seção em torno do qual existe um gradiente de potencial transversal, de forma que a densidade de corrente que excede um certo valor crítico”. no condutor seja uniforme. O mesmo não acontece com a corrente alternada, que provoca Este fenômeno do efeito corona causa perdas no uma rarefação da corrente nas partes mais sistema internas do condutor, deslocando-a para a sua determinadas condições meteorológicas adversas, periferia, o que é agravado com o aumento da ou seja, sob chuvas intensas. O efeito corona freqüência. Isso faz com que a distribuição de provoca também radio-interferência e ruídos corrente não seja uniforme, com densidade de audíveis. elétrico que são agravados sob corrente menor no centro e maior na periferia. Este fenômeno causa um aumento na IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA resistividade do condutor e é conhecido como O aumento progressivo das tensões das linhas de efeito pelicular. transmissão decorrência de energia natural da elétrica necessidade foi de uma se II.3. EFEITO DO ESPIRALAMENTO transportar As correntes que percorrem os fios enrolados em condições técnicas satisfatórias, potências cada espiral para a formação do cabo o fazem como se vez maiores a distâncias igualmente crescentes, percorressem um solenóide, produzindo um fluxo principalmente no Brasil, onde a geração é economicamente e também sob ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 185 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação predominantemente hidráulica, localizados longe dos pontos de carga. Caso o transporte desta energia seja realizado fora dos padrões recomendados pelos fabricantes de condutores, irá ocorrer uma redução na vida útil do mesmo, causado principalmente quando a linha operar em sobrecarga. Esta operação irá resultar num aumento da corrente e como conseqüência, alterações nas características mecânicas do condutor da linha de transmissão, e também um aumento no valor das perdas de energia. Pode-se afirmar que a vida útil dos condutores de transmissão é da ordem de 30 anos, sendo que este valor poderá ser alterado segundo as condições de operação que ele estiver submetido durante sua vida útil. REFERÊNCIAS [1] Electric Power Research Institute, Transmission Line Reference Book 345 kV and Above, 1975 [2] Catálogos de fabricantes. [3] Fuchs, R. D., Transmissão de Energia Elétrica, Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro, 1979. [4] NBR 5422, Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 186 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Controlador Programável RESUMO sobressalentes em estoque. É recomendável O primeiro CLP foi instalado em 1969, e se também que se tenha cópia do programa de mostrou de fácil instalação e programação, controle. O CLP, como os computadores do tipo ocupava menos espaço que os painéis de relés, e PC, vem acompanhado com um software de tinha uma alta confiabilidade. Atualmente é diagnóstico básico no seu sistema. Todos estes chamado somente de controlador programável. sistemas têm trabalhado com muita eficiência sem Hoje em dia, estes equipamentos atingiram todos relatos significativos de mal-funcionamentos dos os setores industriais, inclusive o setor elétrico de mesmos. Levando isso em consideração e devido potência. Um controlador programável típico pode as suas características de projeto pode-se estimar ser dividido em: fonte de alimentação, unidade de uma vida útil econômica de 10 anos para processamento controladores programáveis. entradas e central saídas (CPU), (I/O) e módulos de dispositivo de programação. As vantagens de aplicação do CLP I. INTRODUÇÃO estão relacionadas com sua arquitetura modular e Em 1968, a General Motors especificou os flexível. O CLP durante a sua operação executa critérios de projeto de um dispositivo de estado três procedimentos: ler os sinais de entrada, sólido que pudesse substituir os sistemas de executar o programa de controle e atualizar as controle baseados em relés, e que tivesse como saídas. Estes procedimentos são seqüenciais e principais características: a manutenção fácil e são chamados de ciclo de varredura. Um CLP flexibilidade de programação. Este dispositivo foi quando instalado corretamente pode ter muitos chamado de controlador lógico programável anos sem apresentar defeitos, uma vez que suas (CLP). características construtivas permitem que ele seja instalado em quase todos os tipos de ambientes O primeiro CLP foi instalado em 1969, e se industriais. Um dos primeiros cuidados é a mostrou de fácil instalação e programação, escolha do painel onde o CLP será instalado, ocupava menos espaço que os painéis de relés, e estes painéis devem seguir as normas da NEMA. tinha uma alta confiabilidade. Atualmente é Para interferência chamado somente de controlador programável, eletromagnética, deve-se aterrar adequadamente uma vez que não executa apenas lógicas, porém o equipamento, bem como tomar os devidos ainda é utilizada a sigla CLP no mercado [1]. reduzir os efeitos de cuidados com o cabeamento. A maioria das falhas geralmente acontece nas placas de entradas e Sua principal aplicação foi no setor industrial para saídas, controle de máquinas, linhas de produção, etc. portanto é necessário ter placas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 187 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Devido as suas características o CLP teve um • Fonte de alimentação: fornece energia em grande desenvolvimento impulsionando uma área corrente contínua para os outros módulos da engenharia denominada de Automação. alojados no rack; • Unidade de processamento central (CPU): Hoje em dia, estes equipamentos atingiram todos é o cérebro do CLP, constituído de um os setores industriais, inclusive o setor elétrico de típico microprocessador para processar o potência, isto pode ser comprovado com os programa e controlar a comunicação entre sistemas os diversos módulos; de subestações, automação usinas, na aplicados em distribuição, mais • Módulos de entradas e saídas (I/O): é a recentemente. Enfim, em todos os níveis do interface pela qual os dispositivos de sistema elétrico há sistemas automatizados, e seu campo são conectados ao CLP, tem como uso deve ser ainda maior daqui pra frente com o principal propósito condicionar estes sinais desenvolvimento da área de comercialização de para leitura pela CPU, ou para acionar energia, pois estes necessitarão de muitos dados algum dispositivo externo; do sistema elétrico com uma freqüência só • alcançada pelos sistemas automatizados. Dispositivo de programação: geralmente é um computador ou notebook que serve para desenvolver o programa que será A principal norma de padronização dos armazenado na memória do CLP, neste controladores programáveis é a IEC 1131, que programa estão os intertravamentos do consiste de cinco partes: informações gerais, sistema, as seqüências de operações, etc. equipamentos e critérios de testes, linguagens de [2] programação, instruções aos usuários e serviços de comunicações [3]. As vantagens de aplicação do CLP estão relacionadas com sua arquitetura modular e II. CARACTERÍSTICAS flexível, permitindo que elementos de hardware e Um controlador programável típico pode ser software sejam expandidos de acordo com a dividido em: necessidade da aplicação, como mostrado na Tabela 1. Fonte de alimentação Módulo Sensores spositivos de entrada Memória Módulo de saídas II.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO CPU Cargas Dispositivos de saída O CLP durante a sua operação executa três procedimentos, este processo seqüencial é chamado de ciclo de varredura: • Ler os sinais de entrada dos dispositivos de campo através dos módulos de entrada; • Dispositivo de programação Executar o programa de controle armazenado na sua memória; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 188 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Tabela 1 – Principais características do CLP e seus benefícios Ler entradas Características Componentes de estado sólido Benefícios Alta confiabilidade Memória programável Simplicidade para mudanças Controle flexível Executar programa de controle Tamanho reduzido Requere pouco espaço físico Microprocessador Capacidade de comunicação Alto desempenho Produtos de alta qualidade Multifuncionalidade Atualizar saídas O tempo gasto para executar o ciclo de varredura depende de dois fatores: Temporizadores e Contadores via software Menos hardware Facilidade de ajustes Relés de controle via software Redução de custo de hardware e cabeamento Redução de espaço físico requerido Arquitetura modular Flexibilidade e facilidade de instalação Expansibilidade Redução de custos de hardware • A quantidade de memória ocupada pelo programa de controle; • O tipo de instruções utilizadas no programa [2]. O tempo gasto para executar um ciclo de varredura pode variar de décimos de milisegundo até 50 milisegundos. II.2. COMPONENTES DE HARDWARE Variedade de interfaces de I/O Controle de diversos dispositivos Estações remotas de I/O Elimina cabeamentos muito longos Indicadores de diagnóstico Redução do tempo de manutenção Sinalização apropriada de operação Os principais componentes de hardware aplicados aos CLPs são os módulos de entradas e saídas. Os módulos de entradas desempenham quatro tarefas no sistema de controle do CLP: • Percebe quando um sinal é recebido de um sensor em uma máquina; Interface modular de I/O Facilidade de manutenção Facilidade de conexão Variáveis do sistema armazenadas em memória Acessibilidade aos dados da planta Possibilidade de gerar relatórios • Converte o sinal de entrada ao nível de tensão correto para o CLP; • Atualizar os sinais de saída para os dispositivos de campo através • Isola o CLP de flutuações de tensão e corrente no sinal de entrada; • Manda um sinal ao microprocessador indicando qual sensor originou o sinal. dos módulos de saída [2]. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 189 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Os módulos de saídas desempenham três tarefas II.2.3. Módulos Especiais no sistema de controle do CLP: Existem diversos módulos para as mais diversas • Recebe um sinal de comando do aplicações no mercado, os principais são: • microprocessador; Módulo PID: este módulo incorpora um • Comanda uma de suas chaves eletrônicas; controlador proporcional integral derivativo • Isola o CLP de flutuações de tensão e baseado em um algoritmo programado em corrente no sinal do dispositivo de saída. sua memória, que será processado por seu próprio processador; • II.2.1. Módulos de Entradas e Saídas Discretas Módulo de comunicação: permite ao CLP São os módulos mais comumente encontrados, se comunicar com outros dispositivos este tipo de interface conecta dispositivos de computacionais por diversos meios, como entrada de natureza liga/desliga, tais quais: por exemplo as redes de computadores; • chaves seletoras, pushbuttons e chaves fim de curso. Módulo de linguagem: permite ao usuário escrever programas em linguagens de alto nível, utiliza de microprocessador próprio Assim como as entradas, as saídas de controle para converter o programa armazenado são limitadas a dispositivos do tipo: lâmpadas, em comandos simples para o CLP; • motores pequenos, solenóides e partidas de motores que necessitam apenas de Módulo de contagem de alta velocidade: é usado chaveamentos liga/desliga [1] [2] [3]. quando há necessidade de velocidade de contagem que superam as capacidades do programa do CLP. II.2.2. Módulos de Entradas e Saídas Analógicas Os módulos de entradas analógicos contêm os III. dispositivos necessários para aceitar sinais de PREVENTIVA tensão ou corrente analógicos de dispositivos analógicos, como por exemplo sensores de temperatura. Estes sinais são convertidos para sinais digitas através de conversores Analógico/Digital. MANUTENÇÃO E Um CLP quando instalado corretamente pode ter muitos anos sem apresentar defeitos, uma vez que suas características construtivas permitem que ele seja instalado em quase todos os tipos de ambientes industriais. Os sinais de entrada podem ser tensões, unipolares ou bipolares, ou correntes, 4 a 20 mA. Um dos primeiros cuidados é a escolha do painel onde o CLP será instalado, estes painéis são metálicos Os módulos de saídas analógicas recebem do microprocessador PREDITIVA o dado digital que será convertido para um sinal analógico através de um conversor Digital/Analógico [1] [2] [3]. para minimizar os efeitos de interferência eletromagnética, e muitas vezes possuem ventiladores para refrigerar seu interior. Estes painéis devem seguir as normas da NEMA (National Electrical Manufacturers Association). ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 190 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Para reduzir os efeitos de interferência • eletromagnética, além de se alojar o CLP num painel adequado, deve-se aterrar adequadamente Checagem das conexões dos módulos de entradas e saídas ao rack do CLP; • Todos os dispositivos de entrada e saída o equipamento, bem como tomar os devidos de campo devem ser checados para cuidados com o cabeamento. E ainda, se garantir o seu perfeito funcionamento; necessário colocar filtros nos dispositivos • geradores de ruídos elétricos. Checagem da bateria de memória do CLP [2]. Quanto ao aterramento, tanto o CLP quanto o IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA painel necessitam se aterrados, porém devem ser As manutenções corretivas de hardware se aterrados resumem à troca de placas defeituosas por outras individualmente. Os cabos de aterramento devem ser separados dos cabos de novas. força na entrada do painel. Os programas de controle são exaustivamente A maioria das falhas geralmente acontece nas testados antes de serem colocados em operação, placas é portanto é bastante improvável uma operação necessário ter placas sobressalentes em estoque. incorreta dos mesmos. Se isto acontecer, com É recomendável também que se tenha cópia do certeza, houve uma má programação do CLP, programa de controle, ou até mesmo, dependendo necessitando assim do tipo de aplicação, a instalação de outro CLP atualizações também em stand-by, num sistema com redundância. houverem mudanças nas plantas controladas. O CLP, como os computadores do tipo PC, vem V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA de entradas e saídas, portanto acompanhado com um software de diagnóstico básico no seu sistema. Essas rotinas verificam a funcionalidade básica microprocessadores, bateria da e memória, fonte de alimentação, essa checagem de erros é feita de atualizações. podem Estas acontecer se Os sistemas de automação já se tornaram figura presente em todos os setores industriais, bem como no setor elétrico. Diversas aplicações de CLPs em subestações elétricas, usinas hidrelétricas, etc. podem ser citadas. constantemente durante sua operação. Todos estes sistemas têm trabalhado com muita As atividades de manutenção preventiva aplicadas eficiência sem relatos significativos de mal- aos CLPs são: funcionamentos dos mesmos. E ainda, têm • • Limpeza ou troca dos filtros de ar presente contribuído em muito com a disponibilização dos no painel; dados do sistema com uma taxa de atualização Limpeza das partes externas do CLP, bem muito boa, o que está possibilitando o avanço de como da parte interna do painel, utilizando outros setores ligados não só ao ambiente produtos adequados; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 191 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação técnico, como é o caso da comercialização de energia. Estes sistemas vêm sendo atualizados com, praticamente, a mesma velocidade dos sistemas computacionais, tanto na área de hardware quanto software, e devido as suas características de projeto pode-se estimar uma vida útil econômica de 10 anos para controladores programáveis. REFERÊNCIAS [1] T.A. Hughes. Programmable Controllers – 2nd edition. Instruments Society of America, 1997. [2] F.D. Petruzella. nd Controllers – 2 Programmable Logic edition. Glencoe/McGraw-Hill, 1996. [3] L.A. Bryan anda E.A. Bryan. Programmable Controllers – Theory and Implementation – 2nd edition. Industrial Text Company, 1997. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 192 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Conversor de Corrente RESUMO I. INTRODUÇÃO O conversor de corrente é um equipamento O conversor de corrente é um equipamento eletrônico destinado a fazer o condicionamento do eletrônico destinado a fazer o condicionamento do sinal com o propósito de monitoração, regulação e sinal com o propósito de monitoração, regulação, controle da corrente. Um exemplo é um conversor e controle da corrente. Um exemplo é um de corrente que recebe 5A do secundário do TC e conversor de corrente que recebe 5A do entrega 4 a 20 mA em corrente contínua aos secundário do TC e entrega 4 a 20 mA em circuitos corrente eletrônicos responsáveis pela monitoração do sinal. Pode-se ainda, encontrar tal contínua aos circuitos eletrônicos responsáveis pela monitoração do sinal. dispositivo com o nome de transdutor de corrente, ou ainda, como transmissor de corrente. Este Pode-se ainda, encontrar tal dispositivo com o estudo destaca os conversores que se utilizam do nome de transdutor de corrente, ou ainda, efeito Hall para realização da tarefa de conversão transmissor de corrente. de corrente. Os dois tipos de conversores de corrente utilizando efeito Hall apresentados são os Este sinal elétrico em corrente contínua de 4 a conversores em malha aberta e os conversores 20mA é o mais freqüentemente utilizado em em principais instrumentação. Existem quatro razões principais, características, princípio de funcionamento e relacionadas com segurança e integridade do aplicações são apresentadas ao longo do estudo. sinal, que justificam a faixa de 4 a 20 mA. São As características construtivas desse tipo de elas: equipamento fazem com que o acesso aos • malha fechada. Suas Corrente X Tensão: O sinal em corrente é componentes internos torne-se impossível. Logo, utilizado para transmissões à distância. Se não há como se efetuar a manutenção desses o transmissor for uma fonte de tensão, equipamentos. Considerando as características existirão quedas de tensão ao longo do elétricas, vários cabo utilizado na transmissão. No entanto, dispositivos semicondutores. O tempo médio entre se o transmissor for uma fonte de corrente, falhas desses dispositivos é o principal fator a corrente de entrada do receptor não determinante dependerá da impedância do cabo. nota-se da a presença vida útil do de equipamento. Levando se em conta as questões anteriormente abordadas, pode-se estimar uma vida • 4 mA X 0 mA: Sendo o valor mínimo de útil corrente diferente de zero, é possível econômica de 10 anos para os conversores de determinar e distinguir ausência de sinal freqüência. do valor mínimo de corrente. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 193 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Por que 4 mA? Cabos de instrumentação conexão elétrica do circuito primário; e a em ambientes industriais estão sujeitos a conexão elétrica do circuito secundário. ruído de radio freqüência. O nível de sinal • de 4 mA está acima dos níveis de ruído II.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO normalmente induzidos, sendo, portanto Os conversores de corrente se utilizam do efeito desconsiderados neste caso. Hall, causado pela força de Lorentz, que age nos Por que 20 mA? O nível máximo de 20 mA portadores de carga elétrica móveis no condutor, limita a energia elétrica na instrumentação quando elas são expostas a um campo magnético utilizada em áreas classificadas, estando que é perpendicular a direção da corrente. abaixo do ponto de ignição de produtos produtos Uma fina lâmina de material semicondutor é químicos. Este limite é definido para atravessada longitudinalmente por uma corrente garantir de controle Ic (fig. 1). O fluxo magnético B gera explosivos, como maior gases e segurança nos uma força de Lorentz FL perpendicular a direção instrumentos. dos portadores de carga elétrica móveis compondo a corrente. Isto causa uma troca do II. CARACTERÍSTICAS número de cargas em ambas arestas da lâmina, II.1. PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS logo criando uma diferença de potencial referido Para se especificar um conversor de corrente, como tensão Hall VH . alguns parâmetros devem ser considerados. São eles: • Parâmetros elétricos: deve ser especificado o tipo de corrente a ser medida (DC, AC ou uma forma de onda de corrente complexa); a faixa de corrente a ser medida; o sinal de saída desejado; a precisão da medida; a fonte de alimentação disponível; e a tensão de isolação. • • Figura 1: Representação dos parâmetros elétricos Parâmetros de operação dinâmica: devese especificar a faixa de freqüência e a Para o arranjo descrito anteriormente, com um taxa de variação da corrente no tempo. campo Parâmetros do obtém-se: especificar as ambiente: deve-se temperaturas de magnético perpendicular a corrente, VH = (K / d) × I c × B armazenagem e operação. • Parâmetros mecânicos: deve-se especificar as dimensões externas; a Onde K é a constante Hall para o material usado, e d é a espessura da lâmina de material ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 194 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação semicondutor. Tal arranjo é conhecido como Note que, com exceção de IP, todos os termos da gerador Hall. equação são constantes. Assim: VH = cons tan te( b) × IP O gerador de efeito Hall mostra uma certa dependência da sensibilidade Hall e a tensão de O sinal VH é amplificado para alimentar a saída offset VOT na temperatura, que pode, entretanto, em tensão ou em corrente. ser consideravelmente compensada pelo circuito eletrônico do conversor de corrente. II.3.2. Vantagens e Limitações Os conversores em malha aberta são capazes de II.3. CONVERSOR DE CORRENTE DE EFEITO HALL EM MALHA ABERTA medir corrente DC, AC e formas de onda complexas de corrente com isolação galvânica. Eles se destacam pelo baixo consumo de energia II.3.1. Construção e Princípio de Funcionamento Os conversores de corrente em malha aberta se utilizam do efeito Hall. A indução magnética B, contribuindo para o aumento da tensão Hall, é gerada pela corrente primária IP a ser medida. A e pelo tamanho e peso reduzidos. Não ocasionam perdas ao circuito particularmente a ser resistentes medido a e são sobrecorrentes. Apresentam custo relativamente baixo e, em geral, são adequados para aplicações industriais. corrente de controle IC é fornecida por uma fonte de corrente constante (fig. 2). II.3.3. Outras Características • Faixa de corrente mensurável: é definida pela região linear da curva de magnetização do circuito magnético (fig. 3). Geralmente, a faixa de medição varia, de acordo com o tipo, de 1 a 3 vezes a corrente nominal. Figura 2: Conversão da corrente primaria em uma saída em tensão Na região linear do ciclo de histerese, B é proporcional a IP: B airgap = cons tan te( a) × I P A tensão Hall é então expressa por: VH = (K / d) × I C × cons tan te( a) × I P Figura 3: Curva de magnetização ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 195 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Sinal de saída: a tensão é diretamente Etc. proporcional a corrente medida. O nível de • • tensão disponível depende da tensão de III. MANUTENÇÃO CORRETIVA alimentação. Versões com saída em Como em sistemas AC, as falhas em sistemas DC corrente também se encontram disponíveis são no mercado. equipamento e controladores, e por danos à Precisão da medida: a precisão depende isolação, causadas por fontes externas tais como de vários fatores tais como parâmetros descargas, poluição, etc. As falhas devem ser elétricos detectadas e o sistema deve estar protegido por ou parâmetros ligados às causadas por mau funcionamento do condições do ambiente. chaveamento e ações de controle tais que a Comportamento dinâmico: as limitações disrupção se devem principalmente a dois fatores: A minimizada. na transmissão de energia seja largura de faixa do circuito eletrônico que depende do tipo de amplificador usado nos Fora este problema, as varias falhas que podem circuitos de compensação interna; O ocorrer também causam a redução da vida útil do aquecimento dispositivo do núcleo é devido à devido à sobretensões e correntes parasitas e perdas por histerese sobrecorrentes. Nas estações conversoras, as em altas freqüências. chaves são os equipamentos mais críticos que precisam ser protegidos contra danos causados II.3.4. Aplicações típicas pelo aumento da temperatura na junção dos O conversor de corrente em malha aberta é usado tiristores, que é causado pelas perdas excessivas em numerosas aplicações industriais, onde eles no dispositivo e sensibilidade a sobretensões. propiciam monitoração, regulação e controle da corrente. Em resumo, existem basicamente três tipos de falhas que podem ocorrer em conversores: • Entre as aplicações principais destacam-se: • • • • • Conversores de freqüência e drives falhas devido ao mau funcionamento das chaves e controladores; trifásicos para controle de corrente das • falha na comutação dos inversores; fases de saída; • curto-circuito na estação conversora. Equipamento elétrico de solda, para controle da corrente de solda; III.1. CONVERSORES DE CORRENTE DE EFEITO UPS e outros equipamentos operando com HALL EM MALHA FECHADA bateria para o controle de corrente de Os conversores de malha fechada têm um circuito carga e descarga; de compensação integrado através do qual a Veículos elétricos, no controle de baterias performance dos conversores de corrente usando e conversores; efeito Sistemas de gerenciamento de energia melhorada. Hall pode ser consideravelmente ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 196 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III.1.1. Construção e Principio de Funcionamento Eles se destacam pela precisão; boa linearidade; Considerando que os conversores de corrente em larga faixa de freqüência; rápido tempo de malha (Vout) resposta; não embutem perdas no circuito a ser proporcional a tensão Hall (VH), os conversores medido; a saída em corrente; é bastante útil para de corrente em malha fechada fornecem uma aplicações em ambientes ruidosos; resistem a corrente secundária (IS) proporcional a VH que sobrecargas sem danos; etc. aberta geram uma tensão atua como um sinal de reação, com o propósito de compensar a indução criada pela corrente Estes conversores são especialmente úteis em primária BP através de uma indução secundária aplicações industriais que requerem alta precisão oposta BS. e uma larga faixa de freqüência. As principais limitações deste dispositivo envolvem A corrente secundária IS, reduzida da relação de principalmente o consumo dos alimentadores que transformação, é muito menor que IP, já que a devem executar a compensação de corrente. bobina com NS espiras é usada para gerar o Além disso, para faixas elevadas de corrente, mesmo fluxo magnético. Desta forma: esses conversores são mais caros e maiores que NP × IP = NS × I S A indução BS é logo equivalente a BP, e seus respectivos fluxos magnéticos se compensam. O os equivalentes em malha aberta. III.1.3. Outras Características • Faixa mensurável de corrente: Como sistema então opera com fluxo magnético zero esses conversores operam com um fluxo (fig. 4). praticamente nulo (na prática, existe um pequeno fluxo magnético de fuga), eles tem uma excelente linearidade em uma larga faixa de medição. Além disso, as altas correntes transitórias, que devem (por motivos térmicos) ser de curta duração, podem de fato ser medidas. O conversor opera, neste caso, como um transformador de corrente. Considerações tais como um bom acoplamento magnético Figura 4: Principio de operação de um conversor em primário/secundário, devem ser levadas malha fechada em conta no momento da concepção do conversor, com o propósito de se obter III.1.2. Vantagens e Limitações Os conversores em malha aberta são capazes de resultados satisfatórios. • Sinal de saída – resistência de carga: na medir corrente DC, AC e formas de onda saída, o conversor fornece uma corrente complexas de corrente com isolação galvânica. secundária que é a corrente de “reação”. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 197 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Esta corrente pode ser transformada em III.1.4. Aplicações Típicas tensão graças à resistência de carga Os conversores de corrente em malha fechada chamada de resistência de medição. são utilizados em inúmeras aplicações industriais, Precisão precisão onde eles propiciam a realização de medição, serem monitoração, e controle de correntes. Entre as depende da de medição: vários a fatores a considerados, dependendo do tipo de • medição a ser efetuado. • aplicações típicas destacam-se: Conversores de freqüência e drives Comportamento dinâmico: As medições trifásicos para controle de corrente nas efetuadas por um conversor em malha fases e no barramento DC, para proteção fechada em caso de curto-circuito; apresentam uma excelente resposta em freqüência. Esta largura de • eletrônica com o elemento Hall • servomotores Equipamento elétrico de solda, para controle da corrente de solda; é determinante. Em altas freqüências, o para freqüentemente usados em robótica; faixa se deve a dois fenômenos. Para corrente DC e para baixas freqüências, a Conversores • UPS e outros equipamentos operando com conversor opera como um transformador bateria para o controle de corrente de de corrente (fig. 5). carga e descarga; • Veículos elétricos, no controle de baterias e conversores; • Sistemas de gerenciamento de energia; Etc. IV. MANUTENÇÃO Não faz sentido se falar em manutenção para Figura 5: Com o aumento da freqüência, o conversor em malha fechada opera como um transformador de corrente dispositivos desse tipo, pois são dispositivos lacrados, impedindo qualquer acesso aos componentes internos. Desta forma, em caso de alterações no funcionamento recomenda-se a Graças à otimização combinada da largura de troca sumária do conversor. faixa do circuito eletrônico e a largura de faixa de freqüência do transformador de corrente é possível cobrir estas duas regiões de freqüência, propiciando uma boa precisão em toda a faixa de freqüência do dispositivo. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA As características construtivas desse tipo de equipamento fazem com que o acesso aos componentes internos torne-se impossível. Logo, não é possível se efetuar a manutenção desses equipamentos. Considerando as características elétricas, nota-se a presença de vários ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 198 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação dispositivos semicondutores. O tempo médio entre falhas desses dispositivos é o principal fator determinante da vida útil do equipamento. Desta forma, levando-se em consideração as questões anteriormente abordadas, pode-se estimar uma vida útil econômica de 10 anos para os conversores de freqüência. REFERÊNCIAS [1] Isolated Current and Voltage Transducers _ Characteristics – Applications – Calculations. LEM Corporate Communications. [2] Informações de fabricantes. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 199 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Conversor de Freqüência RESUMO sobretensões e sobrecorrentes. Considerando Conversor é o termo genérico para se referir a um todas as características de funcionamento de simples estágio de conversão de potência, conversores de freqüência, bem como suas falhas podendo executar qualquer uma das seguintes mais comuns, pode-se estimar uma vida útil funções: conversão AC/DC, DC/AC, DC/DC, econômica de 25 anos para este equipamento. AC/AC. Se a conversão for AC/DC, utiliza-se o termo retificador para se referir a este tipo de I. INTRODUÇÃO conversor. Sendo a conversão DC/AC, utiliza-se o Um conversor é um módulo básico de sistemas termo inversor para se referir a este tipo de eletrônicos de potência. Ele utiliza dispositivos conversor. O fluxo de potência é ser reversível. semicondutores de potência controlados por sinais Assim, pode-se referir ao conversor em termos eletrônicos dos seus modos de operação: inversor e armazenadores de energia tais como indutores e retificador. Os conversores são utilizados em capacitores. Os conversores podem ser divididos acionamentos de motores para controle de em quatro categorias: velocidade, transmissão de energia elétrica, etc. • AC/DC; Evidentemente, os conversores de freqüência • DC/AC; apresentam características próprias para cada • DC/DC; aplicação. No caso de sistemas de transmissão de • AC/AC. e possivelmente elementos energia elétrica, a conversão de AC para DC ou vice-versa é realizada em estações conversoras Conversor é o termo genérico para se referir a um HVDC usando pontes conversoras trifásicas. simples estágio de conversão de potência, Considerando os aspectos construtivos e as podendo executar qualquer uma das funções características de funcionamento dos conversores listadas anteriormente. Se a conversão for AC/DC, de freqüência, nota-se que os componentes mais utiliza-se o termo retificador para se referir a este sensíveis de um conversor, e, portanto, mais tipo de conversor. Sendo a conversão DC/AC, propensos à falhas são as chaves. Elas precisam utiliza-se o termo inversor para se referir a este ser protegidas contra danos causados pelo tipo de conversor. O fluxo de potência pode ser aumento da temperatura na junção dos tiristores, reversível, assim pode-se referir ao conversor em que é decorrente de perdas excessivas no termos dos seus modos de operação: inversor e dispositivo e sensibilidade a sobretensões. A retificador. redução da vida útil do dispositivo pode ser ocasionada por diversos tipos de falhas devido a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 200 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação transmitida para os centros consumidores por meio de linhas de transmissão em três fases. Alguns fatores tornam a transmissão em DC mais apropriada. São eles: • Economia na transmissão de energia: a transmissão em AC tende ser mais econômica para distâncias menores, e mais dispendiosa para distâncias longas. Assim para transmissões a longa distância, Figura 1: Modos de operação do conversor a transmissão DC é mais recomendada. • Performance técnica: a transmissão DC Os conversores são utilizados em acionamentos apresenta várias características positivas de nas quais a transmissão AC deixa a motores transmissão para controle de energia de velocidade, elétrica, etc. desejar. Estas características se devem Evidentemente, os conversores de freqüência principalmente a rápida controlabilidade da apresentam características próprias para cada energia em linhas DC através do controle aplicação. de conversores. As vantagens são: controle total sobre a energia transmitida; A conversão de AC para DC ou vice-versa em habilidade para melhorar a estabilidade sistemas de transmissão de energia elétrica é feita dinâmica e transitória em redes AC em estações conversoras HVDC usando pontes associadas; controle rápido para limitar conversoras trifásicas. A configuração da ponte correntes de falta em linhas DC. Além (também disso, a transmissão DC supera alguns chamada ponte de Graetz) é apresentada na figura abaixo: problemas da transmissão AC como: limites de estabilidade (a capacidade de transferência de energia em linhas DC não é afetada pela distância de transmissão), controle de tensão, compensação de linha, problemas de interconexão AC, impedância de terra. Contudo, a transmissão DC também apresenta algumas desvantagens que acabam por limitar Figura 2: configuração da ponte conversora de 6 pulsos sua faixa de aplicação. São elas: o custo dos equipamentos de conversão, a geração de As plantas elétricas geram energia na forma de correntes e tensões AC. Esta energia é harmônicos que exige a presença de filtros AC e DC, e a complexidade do controle. Desta forma, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 201 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação pode-se concluir que a transmissão DC deve ser ∆Y, conforme mostrado na figura seguinte. Os usada em transmissão de energia em longa dois conversores de 6 pulsos são conectados em distância, série no lado DC e em paralelo do lado AC. A assíncrona cabos de subterrâneos, sistemas AC interconexão operando em diferentes freqüências. conexão série de dois conversores de 6 pulsos no lado DC é importante para atender a exigência de alta tensão de um sistema HVDC. II. CARACTERÍSTICAS II.1. ESTAÇÃO CONVERSORA A figura seguinte apresenta um sistema de transmissão HVDC típico, interconectando dois sistemas AC através de uma linha de transmissão HVDC. O fluxo de potência pode ser revertido. Figura 4: A unidade conversora Na figura anterior, Vas1n1 avança Vas2n2 de 30o. As formas de onda da tensão e da corrente podem ser desenhadas assumindo a corrente Id no lado DC do conversor como sendo uma corrente DC pura devido à presença de um grande indutor de alisamento Ld. Por simplicidade, supõe-se que as indutâncias de comutação do lado AC por fase possam ser desconsideradas, Figura 3: Sistema de transmissão HVDC típico resultando em pulsos de corrente retangulares. Com estas considerações. Pode-se desenhar as II.2. A UNIDADE CONV ERSORA formas de onda de corrente, como mostrado na Devido aos altos níveis de potência associado figura 5. Cada conversor de seis pulsos opera com com o mesmo ângulo de atraso α. A forma de aplicação de transmissão HVDC, é importante reduzir os harmônicos de corrente gerados no lado AC e o ripple de tensão produzido no lado DC do conversor. Isso é realizado por meio de um conversor de 12 pulsos, que requer dois conversores de 6 pulsos conectados através de um transformador YY e um onda de corrente resultante por fase ia = ia1 + ia2 mostra claramente que esta configuração de 12 pulsos apresenta menos harmônicos. A análise de Fourier mostra que a corrente de linha combinada tem harmônicos da ordem: H = 12K ± 1 (K é um inteiro) ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 202 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação tensão variam significantemente com o ângulo de atraso α. Na prática, Ls é substancial devido à indutância de fuga dos transformadores. A presença de Ls não altera a ordem dos harmônicos produzidos em ambos os lados, permitindo que os dois conversores de 6 pulsos operem sob condições idênticas. Entretanto, as magnitudes dos harmônicos dependem significantemente de Ls, Figura 5: Formas de onda da corrente do ângulo de atraso α, e da corrente Id. A tensão DC média pode ser escrita como: No lado DC, as formas de onda de tensão Vd1 e Vd2 para os conversores de 6 pulsos são Vd1 = Vd2 = mostradas na figura seguinte: Vd 2 = 3 ωL s 3 2 VLL cos α − Id π π onde VLL é a tensão rms de linha aplicada a cada conversor de 6 pulsos e Ls é a indutância de fuga por fase de cada transformador, referido ao seu lado do conversor. É importante ressaltar que α>90 corresponde ao modo de operação inversor com transferência de potência do lado DC para o lado AC do conversor. Já 0<α<90 corresponde ao Figura 6: Formas de onda da tensão modo de operação retificador com transferência de potência do lado AC para o lado DC do Estas duas formas de onda estão deslocadas de 30o. Desde que dois conversores de 6 pulsos são conectado em série do lado DC, a tensão resultante DC Vd = Vd1 + Vd2 tem 12 pulsos de ripple por ciclo da freqüência fundamental. Isto resulta em harmônicos de tensão da ordem h em Vd, onde: conversor. II.3. NORMAS RELACIONADAS 1) Norma: Eletrônica de potência Numero: NBR9331 Última atualização: 70/01/97 Resumo: Define termos relacionados com a tecnologia de eletrônica de potência aplicados à H = 12k (k é um inteiro) e o décimo segundo harmônico é o harmônico de conversão de corrente alternada em corrente contínua, e vice-versa, em circuitos elétricos de potência. menor ordem. As magnitudes dos harmônicos de 2) Norma: Conversor a semicondutores ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 203 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Número: NBR9112 Última atualização: 07/01/97 falhas devido ao mau funcionamento das chaves e controladores; Resumo: Fixa características básicas dos • falha na comutação dos inversores; principais • curto-circuito na estação conversora. componentes (transformadores, dispositivos semicondutores, entre outros), com vistas ao seu emprego em conversores de IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA potência a semicondutores, fornecendo as Considerando os aspectos construtivos e as bases de cálculo de coeficientes, fórmulas e características de funcionamento dos conversores diagramas para o projeto e aplicação de de freqüência, nota-se que os componentes mais conversores de potência, além de definir as sensíveis de um conversor e, portanto, mais condições a propensos à falhas são as chaves. Elas precisam dos ser protegidas contra danos causados pelo de determinação serviço das básicas para características equipamentos. aumento da temperatura na junção dos tiristores, que é decorrente de perdas excessivas no III. MANUTENÇÃO CORRETIVA dispositivo e sensibilidade a sobretensões. A Como em sistemas AC, as falhas em sistemas DC redução da vida útil do dispositivo pode ser são ocasionada por diversos tipos de falhas devido à causadas por mau funcionamento do equipamento e controladores, e por danos à sobretensões e sobrecorrentes. isolação, causadas por fontes externas tais como descargas, poluição, etc. As falhas devem ser Considerando detectadas e o sistema deve estar protegido por funcionamento do conversor de freqüência, bem chaveamento e ações de controle tais que a como suas falhas mais comuns, pode-se estimar disrupção uma vida útil econômica de 25 anos para este na transmissão de energia seja todas minimizada. equipamento. Fora este problema, as varias falhas que podem REFERÊNCIAS ocorrer também causam a redução da vida útil do [1] dispositivo devido à sobretensões e Mohan, Undeland as and características Robbins, de Power nd Electronics. John Wiley & Sons, 2 edition, 1995. sobrecorrentes. Nas estações conversoras, as chaves são os equipamentos mais críticos que [2] Padyar, K. R., HVDC Power Transmission precisam ser protegidos contra danos causados Systems. John Wiley & Sons, 1st edition, 1990. pelo aumento da temperatura na junção dos tiristores, que é causado pelas perdas excessivas [3] Kimbark, E. W., Direct Current Transmission, no dispositivo e sensibilidade a sobretensões. Vol. 1. John Wiley & Sons, 1st edition, 1971. Em resumo, existem basicamente três tipos de [4] Uhlmann, E., Power Transmission by Direct falhas que podem ocorrer em conversores: Current. Springer-Verlag, 1st edition, 1975. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 204 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Disjuntor RESUMO tipo de tecnologia tem suas vantagens de Disjuntores são equipamentos eletromecânicos de aplicação e uso. A vida útil desses equipamentos, manobras, que se destinam à realização de construída com essa ou aquela tecnologia, é chaveamentos em redes elétricas, os quais função das condições de trabalho do mesmo, do podem ser realizados nas operações de abertura local instalado e suas respectivas características ou de fechamento de um ponto qualquer da rede, elétricas presentes, tais como: níveis de curto, de forma segura, sem se danificar térmica ou natureza dos chaveamentos, freqüência das fisicamente partes operações, estados e condições de manutenção. componentes, em qualquer que seja a condição Sendo que, pode-se estimar genericamente uma operativa em que a rede se encontre, ou que esta vida útil econômica de 30 anos para disjuntores de lhe imponha. Os disjuntores são basicamente qualquer tipo. qualquer de suas constituídos de duas partes fisicamente distintas, a câmara de interrupção, e o circuito de comando I. INTRODUÇÃO e acionamento. A câmara de interrupção é o local De acordo com a definição apresentada nas onde se efetuam as ações elétricas de abertura e Normas fechamento da rede elétrica em questão. Nessa equipamentos eletromecânicos de manobras, que câmara, contatos, se destinam à realização de chaveamentos em denominados de fixo(s) e móvel(eis), realizam redes elétricas, os quais podem ser realizados nas mecanicamente, sob a ação de um comando, operações de abertura ou de fechamento de um elétrico ou manual, a abertura, ou o fechamento ponto qualquer da rede, de forma segura, sem se da corrente elétrica entre dois terminais de uma danificar térmica ou fisicamente qualquer de suas rede, eliminando o arco voltaico estabelecido partes componentes, em qualquer que seja a entre eles e gerado durante esse processo de condição operativa em que a rede se encontre, ou manobra. O circuito de comando e acionamento que esta lhe imponha. um ou mais pares de Técnicas atuais, disjuntores são processa as ordens operativas de abertura ou de fechamento do mesmo, bem como, as Essa é uma definição bem aberta, sendo que informações de estado, aberto ou fechado, em essas condições podem ser, por exemplo, que se encontra este disjuntor, indicações de abertura ou fechamento em operação com carga pressão do gás, sinalizações, etc. Os principais nominal, ou abertura ou fechamento em condições tipos de disjuntores encontrados no Sistema de curto-circuito, ou operação de fechamento em Elétrico Brasileiro são: disjuntores a óleo, a gás oposição de fases, aberturas de pequenas SF6, a ar comprimido e a vácuo, sendo que cada ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 205 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação correntes indutivas ou capacitivas as quais em disjuntores de corrente alternada de alta e geral provocam grandes sobretensões, etc. extra alta tensão; • NBR7034 – Materiais isolantes elétricos – Uma definição aberta e genérica como esta, Classificação térmica (12/1981): Designa transfere aos disjuntores uma responsabilidade classes operativa enorme, uma vez que, operações de isolantes elétricos utilizados em máquinas, abertura circuitos aparelhos e equipamentos elétricos com considerando suas condições operativas iguais às base na temperatura máxima que podem nominais, aparentemente não é de se esperar suportar maiores solicitações na câmara de interrupção e operação durante a sua vida útil. e/ou fechamento de e temperatura em condições dos materiais normais de conseqüentemente, grandes esforços impostos ao I.1. NATUREZA CONSTRUTIVA equipamento em questão. Os disjuntores são basicamente constituídos de Entretanto, por outro lado, operações como as de duas partes fisicamente distintas, a saber: interrupção das correntes de curtos-circuitos • Câmara de interrupção; terminais, • Circuito de comando e acionamento. abertura de pequenas correntes indutivas ou capacitivas, faltas quilométricas, fechamentos em regimes de oposição de fases, A câmara de interrupção é o local onde se etc., acabam por impor aos disjuntores, regimes efetuam as ações elétricas de abertura e especiais de trabalho, transferindo-lhe grandes fechamento da rede elétrica em questão. Nessa esforços elétricos, térmicos e mecânicos em suas câmara, partes componentes, originando assim, a razão de denominados de fixo(s) e móvel(eis), realizam ser de sua necessária robustez construtiva. mecanicamente, sob a ação de um comando, um ou mais pares de contatos, elétrico ou manual, a abertura, ou o fechamento As principais normas técnicas brasileiras relacionadas são: • da corrente elétrica entre dois terminais de uma rede, eliminando o arco voltaico estabelecido NBR7118 – Disjuntores de alta-tensão entre eles e gerado durante esse processo de (09/1994): Fixa características exigíveis manobra (ou chaveamento). dos disjuntores de corrente alternada, para • interior e exterior, projetados para sistemas É fundamental que o dimensionamento físico do de tensões acima de 1000 V e freqüências disjuntor seja compatível com os níveis dinâmico, industriais iguais ou inferiores a 60 Hz e transitório e permanente dos esforços que lhe são para operação nas condições de serviço; impostos durante suas operações, valores esses NBR7102 em que devem constar em suas especificações disjuntores de alta tensão (12/1981): Fixa técnicas, a fim de se evitar danos térmicos, métodos elétricos e/ou mecânicos em quaisquer de suas – de Ensaios ensaios sintéticos sintéticos para partes componentes. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 206 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A extinção do arco voltaico, é auxiliada através da I.3. COMANDO (OU ACIONAMENTO) presença de um material dielétrico, existente no A segunda parte construtiva de um disjuntor, é o interior da câmara, o qual em geral, atua seu circuito de comando e acionamento, onde se resfriando e processam as ordens operativas de abertura ou temperatura de fechamento do mesmo, bem como, onde se interna global na câmara. Essa elevação de processam as informações de estado, aberto ou temperatura na câmara, gerada pela presença do fechado, em que se encontra este disjuntor, arco, dependendo dos níveis da corrente a ser indicações de pressão do gás, sinalizações, motor interrompida e do valor da resistência de arco de carregamento de mola, contatos auxiliares, etc. o local conseqüentemente do arco abaixando presente a voltaico gerado, pode assumir valores da ordem de 1000 °C ou mais, impondo um esforço térmico Essas operações são realizadas, através de sinais altamente estressante aos contatos do disjuntor e elétricos que são recebidos em suas bobinas de aos demais materiais internos existentes na abertura (BA ou “TC - trip coil”), ou nas de câmara interruptora [5] [6] [7] [8]. fechamento (BF ou “CC - close coil”), as quais, em geral são alimentadas através de um barramento, Observa-se que pelo fato de o arco voltaico, ser que pode ser de tensão contínua, de ± 125 [Vdc] quase que puramente resistivo, a potência a ser ou alternada de 220 ou 127 [Vac]. dissipada pela corrente desse arco, é quase que puramente ativa, ou seja, seu efeito é o de Entre esse barramento e as respectivas bobinas, dissipação térmica por efeito joule, ocorrendo existem os contatos de relés, de chaves, ou de diretamente sobre os componentes envolvidos. dispositivos de controle, que permitirão estabelecer a continuidade do sinal de corrente I.2. DIELÉTRICOS através das mesmas. É extremamente importante, Os dielétricos mais usualmente encontrados, e verificar o valor da corrente circulante através que se destinam ao processo de resfriamento, dessas bobinas, bem como, os valores de seus minimização das ações de desgastes e riscos e limites térmicos, evitando-se assim, danos e até extinção do arco voltaico dentro das câmaras, mesmo, a queima dessas unidades [5] [6] [7] [8]. são: • Os óleos isolantes (naftênico ou Os modernos disjuntores usados em sistemas de parafínico); AT e de MT, são em geral, do tipo a gás SF6 O ar seco ou o ar comprimido (“magnetic (Hexafluoreto de Enxofre), onde o uso desse air-blast circuit breaker”); dielétrico se justifica, face às inúmeras vantagens • Vácuo; que • O gás SF6 (Hexafluoreto de Enxofre). alternativas (óleo, ar seco, vácuo). • ele apresenta em relação às outras ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 207 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II. CARACTERÍSTICAS mais de 40 anos em muitas dessas instalações de Média e Alta Tensão que ainda estão em perfeito estado. II.1. DISJUNTORES A ÓLEO Esta tecnologia encontra-se em obsolescência para uso em AT e EAT, praticamente não se II.2. DISJUNTORES A GÁS SF6 fabrica mais disjuntores a óleo para uso em Essa é uma tecnologia, que vem sendo usada em tensões acima de 230 [kV]. AT desde os anos 60, e que ganhou também a MT a partir dos anos 80. O principal motivo, é a capacidade limitada de óleo, O gás SF6 é inodoro, incolor, mais denso que o ar, comparativamente ao seu concorrente imediato altamente estável nas CNTP, se comportando de que é o gás SF6. Além disso, o disjuntor a óleo forma semelhante a um gás nobre, inerte [1]. isolação apresentada pelo requer uma manutenção muito mais acentuada do que o disjuntor a gás, em virtude da própria A capacidade dielétrica do mesmo, é bem superior alteração de sua estrutura molecular na presença a de seus concorrentes, impondo-lhe uma relação de altas temperaturas, advindas em função dos “custo x benefício” que lhe tem dado um espaço cortes de altas correntes e da extinção do arco. preferencial, cada vez maior nessas aplicações e ainda, as quais se têm estendidas também, para Nessas decomposições, há a formação de os níveis de MT [3]. metano, etano, etileno, hidrogênio, fuligem de carbono e outros, os quais contribuem para A eficiência dielétrica do gás SF6 é muito superior reduzir a Rigidez Dielétrica e conseqüentemente a a do óleo, principalmente, quando se trabalha com capacidade isolante desse óleo. alta pressão (6-8 atm). Nessas condições o SF6 é um gás estável, inodoro, mais denso que o ar, e O espaço comercialmente ainda competitivo para altamente isolante. Essas propriedades do SF6 em esse tipo de disjuntor, é a média tensão, classe geral se traduzem também numa compactação 15/17 [kV], em instalações abrigadas, onde o em espaço na câmara, e conseqüentemente, número de manobras seja relativamente baixo e traduzindo em menores dimensões físicas do com correntes de interrupção até a ordem de 30 mesmo [2]. [kA]. Porém, nas condições de altas temperaturas e em A vida útil desses disjuntores, está diretamente presença do arco voltaico dentro das câmaras de associada as suas condições de uso, níveis de interrupção, esse gás quebra a sua estrutura correntes de molecular, liberando íons positivos e negativos os operações, ambiente de instalação, de sua quais reagem na presença de vapor de água e manutenção, etc., podendo-se dizer, que existem formam subprodutos tais como de H+, F-, SO2, muitos disjuntores dessa categoria, operando a HSO3, HF, H2S, e outros mais, que são tóxicos e de interrupção, freqüência ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 208 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação corrosivos, auxiliando assim a deterioração de A recomendação de uso e instalação desses componentes dentro da câmara. disjuntores caiu significativamente nesses últimos anos, em decorrência do alto custo de instalação Porém, mesmo assim, esta é a tecnologia atual por eles gerados. em termos dielétricos para disjuntores de MT e AT e até EAT, como pode ser visto nos catálogos dos Porém, encontramos uma quantidade enorme principais desses disjuntores instalados no Setor Elétrico fabricantes de disjuntores: ABB, Siemens, Sprecher/Alstom. Brasileiro, principalmente nas subestações de AT e EAT, e notadamente nas Empresas de A vida útil desses disjuntores, certamente deve Transmissão e Distribuição de EE. exceder aos 30/40 anos de uso, para justificar seu crescimento expressivo, tanto na área industrial Uma combinação que foi muito usada nos anos como na de transmissão. 80, foi a construção de disjuntores a ar comprimido no acionamento, realizado através de As características técnicas de especificação de um botijão de ar instalado na base do mesmo, tais disjuntores são muito semelhantes às dos controlando o acionamento das hastes móveis, disjuntores a óleo [4]. que arrastam os contatos dentro da câmara, imersos num meio dielétrico a gás SF6. Os II.3. DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO grandes riscos associados a tais disjuntores, Essa é uma tecnologia antiga, dos anos 50, muito estão correlacionados com a falha no processo de usada nos disjuntores de AT (V > 145 kV) e nos extinção de EAT (V > 360 kV). expressivo da temperatura dentro da câmara, a do arco e conseqüente aumento qual muitas vezes leva à explosão da mesma. A eficiência do processo de interrupção da corrente de curto-circuito é altamente confiável e II.4. DISJUNTORES A VÁCUO segura, porém está acompanhada de um custo Trata-se de uma tecnologia atual, presente extremamente alto, comparativamente às outras apenas na MT, com excelentes características tecnologias hoje disponíveis. operacionais, principalmente quando a instalação, ou o sistema, requer um número elevado de Assim, esses disjuntores passaram a ser utilizados em grandes instalações e em elevado número de unidades, onde se justifica operações em condições especiais, como é o caso das fundições de alumínio. a construção de uma central de ar comprimido, o Esses disjuntores possuem um sistema de qual pode ser usado para tais fins e outras comando, também muito semelhante aos dos eventuais aplicações no local da subestação disjuntores a óleo, sendo que, em sua maioria, elétrica. utilizam acionamentos tripolares, comandados por um jogo de 1 ou 2 molas helicoidais. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 209 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Segundo os fabricantes, esse tipo de disjuntor interrupções, principalmente as de altas possui uma capacidade de interrupção maior que correntes de curto; a dos disjuntores convencionais, e o que é muito • Limitação natural do número de manobras, importante, são capazes de realizar um número com altas correntes de interrupção, pelo elevadíssimo de operações, chaveando correntes motivo anterior; nominais, sem a necessária intervenção para • manutenção da câmara. Esse número varia entre os fabricantes, porém é da ordem de 100.000 Tecnologia superada técnica e economicamente pelo uso do gás SF6; • operações para o tipo 3AF da Siemens. Microfissuras nas câmaras e nas borrachas de vedação das flanges, em decorrência Essas câmaras a vácuo são totalmente seladas, trabalham num nível de pressão de vácuo da das altas temperaturas verificadas no interior das mesmas; • -9 Válvulas de alívio de pressão pós- ordem de 10 bar de pressão, cortam as correntes operação, com eventuais travamentos, de arco voltaico, através de um processo iônico, podendo provocar explosões de câmaras; não degenerando as superfícies dos contatos do • mesmo. Perda expressiva da capacidade isolante do óleo em função de umidade, gases, fuligens no interior da câmara. III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E PREVENTIVA A freqüência de manutenções preventivas em As novas técnicas preditivas que estão sendo disjuntores, é recomendada a cada 5 anos para os introduzidas como auxílio nas manutenções de MT ou de 10.000 operações sob condição de preventivas são: chaveamento nominal. • Monitoramento do percurso do contato principal; Já para disjuntores de AT, o próprio catálogo • Monitoramento da corrente interrompida; desses disjuntores a óleo, PVO, para instalações • Monitoramento de entrada e saída de de 72,5 a 145 kV, menciona um número de comandos. operações, que varia em função da intensidade de corrente a ser interrompida, por exemplo: Para cada tecnologia de disjuntor há um conjunto • Para chaveamentos envolvendo a corrente nominal, especifica-se em mais de 2500 de serviços de manutenção preventiva realizado. operações; • III.1. DISJUNTORES A ÓLEO Para correntes de curto-circuito, de Os principais problemas relacionados com os intensidade em torno de 30 a 50% da disjuntores a óleo são: capacidade nominal do mesmo, especifica- • Queima do óleo e conseqüente redução da capacidade presença dielétrica, do arco provocada pela voltaico, nas se em até 25 operações; • Para curto máximo, especifica-se em 8 operações apenas, recomendando-se a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 210 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação partir daí, que sejam trocados o óleo da função das condições de trabalho do mesmo, do câmara (60 litros), e o conjunto de contatos local instalado e suas respectivas características principais do mesmo. elétricas presentes, tais como: níveis de curto, natureza dos chaveamentos, freqüência das Em contrapartida, esse tipo de disjuntor admite operações, estados e condições de manutenção. com facilidade a manutenção com reposição de partes, sem maiores dificuldades operacionais. Verifica-se que disjuntores que atuam em sistemas típicos de alta tensão (ou seja, tensão III.2. DISJUNTORES A GÁS SF6 iguais ou superiores a 230 kV), não são Segundo um dos fabricantes clássicos desses solicitados a atuar de maneira contínua, como os disjuntores a SF6, a Siemens, ela apenas de mais baixa tensão. Isto faz com que as menciona em termos de manutenção, que esta é manutenções muito econômica, seus componentes e contatos, equipamentos têm vida útil muito longa, e a freqüência dessas constantemente. de grande não porte necessitem desses ocorrer manutenções é de intervalos longos (na mesma ordem de grandeza que a dos disjuntores a óleo, Por outro lado, disjuntores de tensões mais baixas isto é, para a preventiva, a cada 2 ou 3 anos, e a tendem a atuar mais vezes, pois as condições preditiva, em função do regime de trabalho). operativas desses sistemas assim o determinam. Pode-se aqui determinar ainda duas faixas, uma III.3. DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO para disjuntores de média tensão, abrangendo As manutenções devem estar atentas aos valores desde circuitos de 69 kV até 139 kV, e outra para monitorados dessas elevadas pressões do ar sistemas com tensões inferiores a 69 kV. comprimido nos seus containeres, as quais são da ordem de 20 a 30 atm de pressão. Com base nestas considerações, percebe-se que a vida útil é função de uma utilização correta e de III.4. DISJUNTORES A VÁCUO uma manutenção adequada, itens sem os quais Do ponto de vista de manutenção, portanto, fica impossível se estabelecer qualquer parâmetro apenas as inspeções de rotina, observando as para a vida útil de um equipamento. sinalizações da pressão de vácuo presente na câmara. Essa sinalização em alguns disjuntores é Tomando-se isto por base e levando-se em mecânica. consideração a experiência de diversas concessionárias do setor elétrico brasileiro pode- IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Os fabricantes em geral, se chegar ao quadro de vida útil para efeito de não expressam cálculo de depreciação abaixo: claramente a vida útil desses equipamentos construída com essa ou aquela tecnologia, o que nos leva a deduzir, que esta é sem dúvida, uma ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 211 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Classe de Tensão Faixa de Vida Útil [2] Y. Pelenc. SF6, circuit-breaker gas, the reasons why. Merlin Gerin technical news, fascicule 1, 2nd U < 69 kV 20 a 25 anos 69 ≤ U ≤ 138 kV 25 a 30 anos half year 1976. 35 a 40 anos (para SF6) U > 138 kV 30 a 35 anos (para outros tipos) [3] M. Dubsis. SF6, the dielectric gas. Merlin Gerin technical news, fascicule 2, 2nd half year 1976. [4] E. Rufato Jr. Tecnologia de equipamentos em É importante salientar que estes valores estabelecem faixas médias de vida útil, segundo SF6. Monografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1994. os processos de utilização e de manutenção vigentes no país, e também pelos agentes [5] R. Colombo. Disjuntores de Alta Tensão. Ed. agressores normais existentes. Sendo que pode- Nobel/Siemens, São Paulo. 1986. se estimar genericamente uma vida útil econômica de 30 anos para disjuntores de qualquer tipo. [6] O.S. Frontin, R. Colombo, et alli. Disjuntores e Chaves Seccionadoras de Alta Tensão. Furnas Finalmente, pode-se associar razões que levam Centrais Elétricas S.A., Editora da Universidade as concessionárias a determinar o final da vida útil Federal Fluminense, Niterói. 1995. de um disjuntor. Para tensões inferiores a 69 kV, o principal motivo de troca dos disjuntores é o seu [7] A. D’Ajuz, et alli. Equipamentos Elétricos – desgaste, devido ao número de operações que ele Especificação é submetido. Em média tensão (valores entre 69 elétricas de AT. Editora da Universidade Federal kV e 138 kV), tem-se a elevação da potência de Fluminense, Niterói. 1985. e aplicação em subestações curto-circuito, devido a novas interligações, que extrapolam sua capacidade operativa. Por fim, [8] C.H. Flurscheim. Power circuit breaker – theory para tensões elevadas (maiores que 138 kV), as and design. IEEE Monography Series 17, P. substituições ocorrem, normalmente, por final da Peregrinus Ltd. 1977. vida útil dos componentes do disjuntor, por falta de peças de reposição ou por obsolescência da tecnologia. REFERÊNCIAS [1] A. Fihman. SF6 physical and chemical data. Merlin Gerin technical news, fascicule 3, 2nd half year 1976. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 212 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Edificação – Casa de Força – Produção Hidráulica RESUMO menor tempo possível. O ambiente interno de uma O presente trabalho aborda uma Casa de Força Casa de Força deve ser limpo e saudável, de uma central geradora, procurando definir condição necessária e suficiente para que o sucintamente pessoal disponibilizado para sua operação e sua suas características e especificidades técnicas. Dentro desse enfoque serão abordados ainda alguns manutenção também trabalhe bem. aspectos conceituais básicos que norteiam o seu projeto, a O arranjo de uma Casa de Força é definido em sua construção, a sua operação e a sua função dos inúmeros tipos diferenciados dos manutenção, buscando, com isso, determinar a equipamentos principais e auxiliares, prevendo-se vida útil e a taxa de depreciação desse tipo de sempre um empreendimento enxuto e econômico. empreendimento. Os inúmeros tipos diferenciados dos equipamentos principais e auxiliares é que Já o tamanho da área destinada às unidades irão definir o arranjo de uma Casa de Força, geradoras prevendo-se sempre um empreendimento enxuto dimensões e equipamentos principais das unidades geradoras. econômico. A experiência de diversas é determinado definidas pelo observando-se as fabricante dos concessionárias do setor elétrico brasileiro aceita fixar a vida útil de uma Casa de Força em cerca A Casa de Força pode ser abrigada, semi- de 50 anos aproximadamente, sendo igual, abrigada e subterrânea, podendo dispor ou não de portanto, ao tempo de vida útil econômico da pórtico para içamento dos equipamentos. Nas própria usina. usinas hidrelétricas onde a Casa de Força e o vertedouro estejam coincidentemente locados no I. INTRODUÇÃO mesmo alinhamento, o pórtico pode servir para A Casa de Força tem por finalidade abrigar as montagem das comportas tanto das máquinas unidades equipamentos quanto do vertedouro. As dimensões de uma auxiliares, possibilitando sua montagem ágil e Casa de Força subterrânea devem ser reduzidas segura. Nos pequenos aproveitamentos, a área de ao mínimo possível devido ao alto valor cobrado montagem e desmontagem pode ficar situada nas para esse tipo de escavação em rocha. geradoras e seus cercanias da Casa de Força em galpão provisório ou até a céu aberto. Em arranjos que possibilitem A cota do piso dos equipamentos elétricos das a desmontagem das unidades geradoras no usinas hidrelétricas deve ser definida em função interior da própria Casa de Força, a eventual da cota de maior cheia, tendo em vista um tempo parada das máquinas deve ser rápida, feita no de recorrência que correlacione os riscos de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 213 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação inundação com os eventuais danos a serem Já nos grandes projetos hidrelétricos é comum a causados a esses equipamentos. Para pequenas conjugação ou associação direta da barragem e instalações, o tempo de recorrência pode ser da casa de força, com supressão de condutos ou menor, em torno de 100 anos aproximadamente, túneis, podendo eventualmente a Casa de Força ser aproveitamentos de baixa queda. sendo comum também nos inundada. Para minimização desse problema, podem-se instalar dispositivos de vedação, tais A operação de uma usina, em especial das PCHs, como pode ser convencional, isto é, por meio de pessoal portão estanque e paredes impermeabilizadas até a cota de inundação treinado para tal, automatizada ou semi- prevista. Para grandes centrais geradoras, pode automatizada, com supervisão e controle a ser adotado um tempo de recorrência mínimo de distância. A escolha desse tipo de operação está cerca de 500 anos. ligada exclusivamente a aspectos de relação custo benefício. A superestrutura de uma Casa de Força pode ser executada em concreto armado, concreto prémoldado ou protentido, de estruturas de aço e até dispensada, utilizando-se alvenaria de blocos de II. MANUTENÇÃO Durante o tempo de vida útil de uma Casa de Força, diversos problemas civis rotineiros ligados tijolos. Esse último tipo geralmente se restringe a a sua manutenção podem ocorrer, a exemplo usinas de porte mais reduzido. também de qualquer outra edificação industrial. O projeto estrutural de uma Casa de Força, além Os mais comuns, especialmente os observados dos esforços provenientes dos equipamentos em Casas de Força de PCH’s, são muitas vezes previstos, tem a estabilidade dependente de de simples identificação e de custos de reparação ações hidrostáticas, subpressão, empuxos de relativamente baixos. terra e comportamento de fundações de grande porte, dando-se a devida atenção aos variados Os outros são mais n i trínsecos a esse tipo de casos de carregamento e suas ações mais obra, aparecendo, em geral, na forma de desfavoráveis. O método dos Elementos Finitos anomalias do concreto, tais como rachaduras, tornou-se hoje uma ferramenta indispensável no cálculo de grandes obras industriais. trincas, fissuras, etc. seguidas ou não de vazamentos e infiltrações. Algumas causas da deterioração do concreto são muitas vezes de Em geral, a Casa de Força de uma PCH fica separada dos demais órgãos, sem a interposição difícil identificação, necessitando, não raramente, da intermediação de especialistas em patologia do concreto. da barragem. Esse tipo de arranjo é freqüente também nos aproveitamentos de alta queda. Os comissionamentos feitos durante a entrega das obras, bem como, as inspeções periódicas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 214 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação podem revelar falhas de construção e manutenção, respectivamente. inibidores apresentaram evidências da RAA. Uma dessas obras foi a da Casa de Força da usina de Moxotó, sendo também uma das primeiras a ser A deterioração do concreto pode ser causada por bem instrumentada. Ali o problema mais grave se fenômenos agindo deu quando houve o roçamento das pás das isoladamente ou combinados, envolvendo, por turbinas no anel de revestimento do tubo de exemplo, recalque da fundação, alta rigidez dos sucção, além de inclinação do eixo das unidades elementos constituintes da estrutura de concreto, geradoras, inclinação das palhetas do pré- esforços e deformações nocivos não previstos no distribuidor, entre outros. gerais ou localizados, projeto, elevado gradiente térmico, reatividade álcali-agregado, carbonatação, efeito de poluentes, entre outros. A carbonatação provoca a redução do valor do PH, suprimindo a barreira natural alcalina formada pelo hidróxido de cálcio que assegura a proteção Os problemas dinâmicos, por exemplo, estão da armadura. Assim, as estruturas de concreto relacionados com a ação das turbinas e de outros que equipamentos instalados na Casa de Força, conseqüência mais provável a corrosão da apoiados em armadura. Nos projetos de reparação do concreto, estruturas elásticas. Seus apoios recebem forças é necessário determinar a profundidade limite do variáveis no tempo e que despertam vibrações, PH. em fundações especiais ou apresentam carbonatação têm como sendo a resposta dependente da freqüência própria ou natural de vibração da base ou da estrutura. A meta então é o cálculo dessas freqüências próprias, bem como, quantificar os efeitos de ampliação dinâmica, produzidos pelas A ação dos íons cloretos, advindos da penetração no concreto com os sais de descongelamento, atmosfera marinha e/ou mesmo através do uso de aditivos à base de cloreto, pode provocar também forças variáveis de natureza dinâmica. a corrosão da armadura. Existem ensaios que Os casos de reatividade álcali-agregado (RAA) encontrados no Brasil ainda são poucos, quando comparados a países como os Estados Unidos, permitem determinar o teor máximo de cloretos, sendo que se aceitam valores de 0,4% e 0,2% para concreto armado convencional e protendido, respectivamente, tomados em relação ao peso do 3% e 50% em 1995, respectivamente. cimento. Infelizmente, essa degradação pode ocorrer indistintamente em qualquer obra de concreto. Em diferentes análises da RAA, feitas recentemente no Brasil, não foi constatada a presença de qualquer reatividade no concreto de diversas estruturas executadas com pozolana, por A degradação das estruturas de concreto, caracterizada como falha de manutenção e/ou pós-construção, pode resultar numa provável ruína parcial ou total, caso não tratada a tempo e com critério técnico. exemplo. No entanto, algumas obras que foram executadas sem a presença de componentes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 215 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Além das inspeções programadas, a Casa de Barra Bonita, Anais do XXII Seminário Nacional de Força deve ser vistoriada sempre que aparecerem Grandes Barragens, 1997. anomalias ou falhas de grande vulto, ou ainda, [5] Diversos autores, Simpósio Sobre Reatividade que a sua estrutura tenha sido solicitada por Álcali-Agregado em Estruturas de Concreto, carregamentos incomuns e até excepcionais, tal Goiânia, Comitê Brasileiro de Barragens – CBDB, como enchentes, sismos induzidos e outros. 1999. III. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Como qualquer outra obra industrial o tempo de vida útil de uma Casa de Força está inicialmente na dependência do bom ou mau desempenho do seu projeto, de sua construção, de sua operação e de sua manutenção, sejam eles atuando isoladamente ou combinados, refletindo, com isso, a taxa de depreciação a ser determinada. A experiência de diversas concessionárias do setor elétrico brasileiro mostra que é aceitável fixar a vida útil de uma Casa de Força em cerca de 50 anos aproximadamente, sendo igual, portanto, ao tempo de vida útil econômico da própria usina. REFERÊNCIAS [1] Diversos autores, Design of Small Dams, United States Department of the Interior, 1987. [2] Diversos autores, Safety Evaluation of Existing Dams, United States Department of the Interior, 1987. [3] Schreiber, Gerhard Paul, São Paulo, Edgard Blücher, Rio de Janeiro, Engevix, 1977. [4] Diversos autores, Verificação da Existência da Reação Álcali-Agregado no Concreto da UHE ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 216 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Edificações – Outras RESUMO edificações O presente trabalho aborda outras edificações nas aproximadamente. em cerca de 30 anos. centrais de geração elétrica, procurando definir sucintamente suas características e I. INTRODUÇÃO especificidades técnicas. As outras edificações As outras edificações nas centrais hidrelétricas, encontradas em uma central elétrica, seja ela termelétricas e nucleares servem como apoio ao hidráulica, termelétrica ou nuclear, são aquelas bom andamento de uma central como um todo. construções Elas são compostas como obras civis na parte de que atendem as necessidades secundárias, mas importantes como: instalações transmissão de ensino e treinamento, hospitais, prédios da assistência e capacitação, ensino e treinamento, administração, manutenção garagens, laboratórios, oficinas eletromecânicas, normalmente é simples, rotineira e de custo escolas, ambulatórios e hospitais, restaurantes e relativamente caso hotéis, residências e alojamentos, recreação e apareçam anomalias de grande vulto, onde sua lazer, administração de um modo geral, entre parte estrutural apresente problemas mais sérios outras. entre outras. pequeno. A Entretanto, e subestações, serviços de acarretados por enchente, sismos induzidos e outros, deverão ser feitas vistorias e manutenções Quando o projeto e a construção civil são bem corretivas desse feitos, de uma forma geral, os problemas ligados à enfoque, serão abordados ainda alguns aspectos manutenção podem ser rotineiros e sua execução conceituais básicos que norteiam o seu projeto, a ser simples. Os custos de execução, nestes sua construção, a sua operação e a sua casos, normalmente são baixos. mais acentuadas. Dentro manutenção, buscando, com isso, determinar a vida útil e a taxa de depreciação desse tipo de Durante a vida útil de uma edificação, outros empreendimento. Como qualquer obra civil, o problemas mais sérios podem ocorrer. Problemas tempo de vida útil de uma edificação está ligada estes ligados à anomalias do concreto, com o ao bom projeto, construção com materiais de boa aparecimento de trincas, fissuras, entre outros. qualidade e de sua manutenção adequada. A experiência de diversas concessionárias do setor Como esse tipo de obra, além do concreto pode elétrico brasileiro aceita fixar a vida útil de outras ser construída de alvenaria, estrutura metálica, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 217 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação etc. os possíveis problemas que podem ocorrer corpo estrutural pode-se utilizar aço, concreto nessas edificações são diferenciados. armado ou madeira. A degradação das estruturas de concreto e das II.3. PAREDE demais estruturas, caracterizada como falha de Além de compor o espaço entre piso e teto, as manutenção e/ou pós-construção, pode resultar paredes ajudam as colunas a suportar os numa provável ruína parcial ou total, caso não esforços. São geralmente feitas de alvenaria, tratada a tempo e com critério técnico. concreto ou madeira. II. CARACTERÍSTICAS II.4. IMPERMEABILIZAÇÕES As obras de edificação são formadas por diversas São medidas que impedem a entrada de água na partes. As mais importantes são especificadas a edificação, preservando esta da deterioração seguir: precoce. São feitas principalmente em lajes de cobertura, calhas, arrimos de terra, fundações, II.1. FUNDAÇÕES corpo de estrutura, etc. São estruturas que transmitem os esforços mecânicos incididos sobre ele, para o solo. É a II.5. COBERTURA base onde está apoiado todo o conjunto de obras. São formados por telhados ou lajes impermeáveis. Ela consiste na abertura de valas no solo, com O telhado necessita de uma estrutura de suporte, profundidade variada, onde é depositado concreto geralmente armado. impermeáveis são constituídas de armação de constituída de madeira. As lajes vigas de concreto armado, com tijolos de O respaldo de alvenaria é feito de cinta de alvenaria. concreto. Para edificações menores, a fundação pode ser feita de tijolos de alvenaria em conjunto com concreto armado. Pode-se utilizar bateestaca, retro-escavadeira, ou mesmo pá para preparar o solo. É necessário observar se as condições do subsolo são satisfatórias, por medida de segurança. II.2. CORPO ESTRUTURAL É a parte da edificação que transmite os esforços mecânicos para a fundação. São as colunas que dão sustentação à estrutura. Este tem a função de suportar todo o peso do teto, e andares superiores, se existirem. Para a construção do II.6. ESQUADRIAS DE MADEIRA São todas as estruturas de madeira empregadas no acabamento de uma obra, como portas, divisórias, janelas e outros. Devem ser madeiras de boa qualidade, e preparadas para suportar a ação do tempo. II.7. ESQUADRIAS METÁLICAS Consistem nas estruturas metálicas aplicadas nas estruturas. São portas, portões, grades, janelas, caixilhos, gradil, corrimão, fechaduras, dobradiças, etc. As estruturas metálicas devem possuir aplicações contra a corrosão. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 218 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.8. PINTURA A pintura funciona como um revestimento para deterioração do concreto são muitas vezes de difícil identificação, necessitando, não raramente, proteger os componentes da obra da ação do da intermediação de especialistas em patologia do tempo. Existem vários tipos de pintura, sendo os concreto. mais usuais: caiação, pintura à base de óleo ou esmalte, pintura com tinta acrílica, pintura à base Os comissionamentos feitos durante a entrega de látex, verniz. das obras, bem como, as inspeções periódicas podem II.9. REVESTIMENTO DE PAREDES E FORRO revelar falhas de construção e manutenção, respectivamente. São todos os tipos de revestimentos aplicados nas edificações. Podem ser feitos com argamassa, A deterioração do concreto pode ser causada por concreto e areia, azulejos, pedras, chapisco, entre fenômenos outros. isoladamente ou combinados, envolvendo, por gerais ou localizados, agindo exemplo, recalque da fundação, alta rigidez dos II.10. PISOS elementos constituintes da estrutura de concreto, Há vários tipos de pisos utilizados em edificações, esforços e deformações nocivos não previstos no sendo que os mais comuns são: pisos de projeto, elevado gradiente térmico, entre outros. concreto, madeira, ladrilho, borracha. A Há outras estruturas que fazem parte de uma edificação, que são: • Vidros; • Instalações elétricas e aparelhos; • Instalações hidráulico-sanitárias. degradação das estruturas de concreto, caracterizada como falha de manutenção e/ou pós-construção, pode resultar numa provável ruína parcial ou total, caso não tratada a tempo e com critério técnico. Além das inspeções programadas, as edificações devem ser vistoriadas sempre que aparecerem III. MANUTENÇÃO anomalias ou falhas de grande vulto, ou ainda, Durante o tempo de vida útil de edificações, que a sua estrutura tenha sido solicitada por diversos problemas civis rotineiros ligados a sua carregamentos incomuns e até excepcionais, tais manutenção podem ocorrer. Os mais comuns são como enchentes, sismos induzidos e outros. muitas vezes de simples identificação e de custos de reparação relativamente baixos. As principais tarefas de manutenção realizadas são: • Os outros são mais n i trínsecos a esse tipo de obra, aparecendo, em geral, na forma de anomalias do concreto, tais como rachaduras, trincas, fissuras, etc. seguidas ou não de vazamentos e infiltrações. Algumas causas da Alvenaria: reparos em trincas e rachaduras; • Coberturas: substituição de peças do tipo ripas, vigas, caibros, telhas, etc.; • Esquadrias de madeira e metálicas; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 219 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Revestimento – paredes e forros: reparos [2] Diversos autores, Safety Evaluation of Existing em revestimento externo, interno, em Dams, United States Department of the Interior, revestimentos de azulejos, substituição de 1987. placas de gesso em forros, repregamento • de forros de madeira, substituição de [3] Schreiber, Gerhard Paul, São Paulo, Edgard tábuas para forro, etc.; Blücher, Rio de Janeiro, Engevix, 1977. Pisos, degraus, rodapés, soleiras e soltos, [5] Diversos autores, Simpósio Sobre Reatividade repregamento de soalho de madeira, Álcali-Agregado em Estruturas de Concreto, substituição Goiânia, Comitê Brasileiro de Barragens – CBDB, peitoris: colagem de de tacos tábuas para soalho, substituição de rodapés, reparos em 1999. granilite, etc.; • Pintura; • Instalações elétricas; • Instalações hidráulico-sanitárias; • Esgotos: desentupimento; • Etc. III. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Como qualquer outra obra industrial, o tempo de vida útil dessas edificações está inicialmente ligada na dependência do bom ou mau desempenho do seu projeto, de sua construção, de sua operação e de sua manutenção, sejam eles atuando isoladamente ou combinados, refletindo, com isso, a taxa de depreciação a ser determinada. A experiência de diversas concessionárias do setor elétrico brasileiro mostra que é aceitável fixar a vida útil de outras edificações em cerca de 40 anos aproximadamente. REFERÊNCIAS [1] Diversos autores, Design of Small Dams, United States Department of the Interior, 1987. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 220 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Elevador e Teleférico RESUMO aumentando conseqüentemente a vida útil de As características principais sobre transporte redutores, freios, polias e cabos de tração. Outro vertical de passageiros (elevadores) e teleféricos, fator importante é a possibilidade de monitoração aqui relacionadas, têm como principal objetivo constante apresentar os conhecimentos básicos necessários máquina, possibilitando uma manutenção eficiente para de e contribuindo, desta forma, para o prolongamento funcionamento e de técnicas de manutenção da vida útil do equipamento. Dessa forma, relacionadas à vida útil desses equipamentos. O considerando as similaridades existentes entre ponto relevante no estudo da estimativa de vida elevadores e teleféricos, e ainda considerando as útil desses equipamentos é justamente o que diz inovações tecnológicas apresentadas em termos respeito ao tipo de acionamento empregado. Os de acionamento e manutenção, pode-se atribuir motores das máquinas de tração dos elevadores uma vida útil econômica de 25 anos para podem elevadores e teleféricos. o entendimento ser acionados do princípio através de corrente das condições de operação da alternada ou de corrente contínua. Quanto mais suave as partidas e as paradas, maiores serão os I. INTRODUÇÃO benefícios do As características principais sobre transporte equipamento. São eles: vida mais longa de vários vertical de passageiros (elevadores) e teleféricos, componentes, menos afetados pelas solicitações aqui relacionadas, têm como principal objetivo decorrentes das partidas e frenagens; menor apresentar os conhecimentos básicos necessários sobrecarga térmica sobre o motor e menor perda para de energia, pois na passagem da alta para a baixa funcionamento e de técnicas de manutenção velocidade em “CA” toda a energia cinética é relacionadas à vida útil desses equipamentos. relacionados à vida útil o entendimento do princípio de transformada em calor; e menor consumo de energia elétrica. Atualmente, de Na prática, poderão ser encontrados outros tipos acionamento e controle (tais como controle de elevadores, tais como: elevadores de carga, vetorial) vêm melhorando a performance desses monta-cargas, equipamentos. Quando alimentado por tensão e automáticas, elevadores de maca, elevadores freqüência variáveis, o motor da máquina de residenciais tração opera de modo eficiente em toda a faixa de passageiros. Para estes equipamentos, diferentes velocidade, estudos devem ser realizados, sempre em função alcançando um técnicas ótimo nível de rendimento. Sua operação suave reduz esforços elevadores e elevadores para garagens panorâmicos de das características específicas de cada projeto. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 221 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 222 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação No caso particular dos teleféricos, muitas das 1- Quadro de Comando características apresentadas para os elevadores 2- Máquina de Tração se aplicarão a estes equipamentos, guardada as 3- Limitador de Velocidade devidas 4- Cabos de Tração proporções. E, graças à essas similaridades, pode-se atribuir a mesma vida útil 5- Operador de Porta econômica aos elevadores e aos teleféricos. 6- Aba de Proteção 7- Porta de Pavimento - Abertura Lateral II. CARACTERÍSTICAS 8- Porta de Pavimento - Eixo Vertical 9- Pára-choque da Cabina II.1. ELEVADORES 10- Cabo do Limitador de Velocidade 11- Polia Tensora do Limitador de Velocidade II.1.1. Aspectos Construtivos • Partes componentes: 12- Pára-choque do Contrapeso 13- Contrapeso 14- Cabo de Comando ou Manobra • Esquema básico de funcionamento A cabina é montada sobre uma plataforma, em uma armação de aço constituída por duas longarinas fixadas em cabeçotes (superior e inferior). O conjunto cabina, armação e plataforma, denomina-se carro. O contrapeso consiste em uma armação metálica formada por duas longarinas e dois cabeçotes, onde são fixados pesos (intermediários), de tal forma que o conjunto tenha peso total igual ao do dobro do carro acrescido de 40 a 50% da capacidade licenciada. Tanto a cabina como o contrapeso, deslizam pelas guias, através de corrediças. As guias são fixadas em suportes de aço, os quais são chumbados em vigas, de concreto ou de aço, na caixa. O carro e o contrapeso suspensos por cabos de aço que passam por polias, de tração e de desvio, instaladas na casa de máquinas. O movimento de subida e descida do carro e do contrapeso é Figura 1: Partes Componentes proporcionado pela máquina de tração, que ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 223 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação imprime às polias a rotação necessária para 2c, temos o acionamento chamado “corrente garantir o alternada com controle eletrônico”. Através de um elevador. A aceleração, o retardamento e a circuito tiristorizado, a velocidade é controlada em parada são possibilitados pela ação de um freio função de um padrão desejado, o que permite instalado na máquina. Além desse freio normal, o obter aceleração e desaceleração suaves do elevador é dotado de um freio de segurança para carro, evitando assim o salto na passagem da situações de emergência. O freio de segurança é velocidade alta para zero ou vice-versa. a velocidade especificada para um dispositivo fixado na armação do carro ou do contrapeso, destinado a pará-los, progressiva ou instantaneamente, prendendo-os às guias quando acionado pelo limitador de velocidade. Sua atuação é mecânica. O limitador de velocidade, por sua vez, é um dispositivo montado no piso da casa de máquinas, constituído basicamente de polia, cabo de aço e interruptor. Quando a velocidade do carro ultrapassa um limite pré-estabelecido, o limitador Figura 2: Tipos de acionamento aciona mecanicamente o freio de segurança e desliga o motor do elevador. A diferença entre a figura 2c e 2d consiste no fato de que, neste último tipo, o controle da aceleração II.1.2. Tipos de Acionamentos Os motores das máquinas de tração dos é possibilitado pela existência do motogerador, elevadores podem ser acionados através de que fornece a tensão variável (corrente contínua) corrente alternada ou de corrente contínua. Os ao motor de tração do elevador, o que não ocorre gráficos abaixo mostram as diferenças entre na corrente alternada. Este acionamento recebe o esses tipos de acionamento. nome de “corrente contínua”. Em 2a o elevador parte diretamente da velocidade Á medida que passamos de um tipo de zero para sua velocidade nominal, invertendo o acionamento para outro (percorrendo a fig. 2 de processo na frenagem. É chamado “corrente 2a para 2d) obtém-se as seguintes vantagens: alternada - uma velocidade”. Na figura 2b, o elevador parte da mesma forma que • menos no velocidade inferior à nominal para afetados pelas solicitações decorrentes das partidas e frenagens. acionamento anterior, mas na frenagem passa por uma Vida mais longa de vários componentes, • Menor sobrecarga térmica sobre o motor e posteriormente chegar a zero. É denominado de menor perda de energia, pois na “corrente alternada – duas velocidade”. Na figura passagem da alta para a baixa velocidade ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 224 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • em “CA” toda a energia cinética é III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E transformada em calor. PREVENTIVA Menor consumo de energia elétrica. O programa de manutenção preventiva periódica trabalha para identificar e substituir peças com Atualmente, técnicas de acionamento e controle desgaste antes que entrem em colapso, evitando (tais como controle vetorial) vêm melhorando a os prejuízos com máquina parada e garantindo performance maior vida útil ao equipamento. desses equipamentos. Quando alimentado por tensão e freqüência variáveis, o motor da máquina de tração opera de modo Uma forma de monitoração das condições de eficiente velocidade, operação dos elevadores é através dos comandos alcançando um ótimo nível de rendimento. Sua microprocessados que utilizam tecnologia de operação suave reduz esforços aumentando ponta para realizar as operações de acionamento conseqüentemente a vida útil de redutores, freios, e controle de elevadores. Além de memorizar polias e cabos de tração. dados da instalação, as falhas de operação são em toda a faixa de visualizadas através de códigos, agilizando os II.1.3. Comandos serviços de manutenção. O sistema de comando afeta sensivelmente rendimento da instalação. A finalidade do comando é estabelecer a prioridade e o sentido de atendimento às chamadas. Para isso, são instalados na casa de máquinas painéis de comando e seletor que controlam a partida, a IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA A manutenção corretiva é feita basicamente nos elementos que sofrem mais desgaste devido aos esforços aplicados. São eles: os redutores, os freios, as polias e os cabos. parada, o sentido do carro, a seleção das chamadas e outras funções correlatas. II.2. TELEFÉRICO Muitas das características apresentadas para os elevadores continuam válidas para um estudo acerca de teleféricos. São elas: características de acionamento, partes componentes sujeitas a desgastes, técnicas de manutenção corretiva, etc. Dessa forma, devido a essas similaridades, a vida útil econômica atribuída aos teleféricos será a mesma que a atribuída aos elevadores. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA As máquinas de tração dos elevadores atuais são projetadas para alto desempenho e durabilidade. Motores elétricos especiais de corrente alternada, acionados por inversores de freqüência variável, proporcionam paradas precisas e niveladas com aceleração e frenagem suaves. Esta operação suave reduz esforços, aumentando conseqüentemente a vida útil de redutores, freios, polias e cabos de tração. O programa de manutenção preventiva periódica, aliado ao processo de monitoração constante das condições operacionais do equipamento, feito ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 225 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação através dos dispositivos de comando microprocessados que memorizam dados da instalação e permitem a visualização de falhas de operação através de códigos, ajudam na identificação de desgastes e substituição de peças, evitando prejuízos maiores à máquina e garantindo maior vida útil ao equipamento. Considerando as similaridades existentes entre estes dois tipos de equipamento, elevadores e teleféricos, e ainda considerando as inovações tecnológicas apresentadas em termos de acionamento e manutenção, pode-se atribuir uma vida útil econômica de 25 anos para elevadores e teleféricos. REFERÊNCIAS [1] Elevadores Atlas, Transporte Vertical em edifícios, Manual do fabricante, 1982. [2] Atlas schindler, Manuais do fabricante, 1999. [3] Villares, Ponte Rolante, Manual do fabricante. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 226 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Equipamento Geral RESUMO Na categoria II. CARACTERÍSTICAS de equipamento geral serão enquadrados móveis e utensílios, ferramentas e II.1. MÓVEIS E UTENSÍLIOS equipamentos diversos aplicados ao sistema de Na categoria de móveis e utensílios estão distribuição. enquadrados os diversos tipos encontrados no equipamentos As de ferramentas proteção diversas individual e não setor, como por exemplo: possuem uma manutenção específica, a não ser a • Escrivaninha; limpeza das partes externas. Já os móveis e • Cadeiras; utensílios, além da limpeza das partes externas, • Mesas para computadores; pode ser feita uma inspeção visual para detectar • Mesas diversas; defeitos como por exemplo: afrouxamento de • Armários diversos; parafusos e encaixes, defeitos no acabamentos, • Armários de aço; entre outros. As ferragens eletrotécnicas devem • Fichários de aço; ser os • Sofás; seguintes defeitos: defeitos na zincagem e • Bancadas; corrosão. Somente são aplicadas manutenções • Etc. inspecionadas visualmente quanto corretivas em móveis e utensílios e quando possível. Para os equipamentos classificados II.2. FERRAGENS ELETROTÉCNICAS PARA REDES como AÉREAS equipamento geral, tem-se um uso DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA extensivo destes e a ausência de manutenção ELÉTRICA específica, sendo que normalmente quando da Nas redes de distribuição aéreas urbanas e rurais apresentação de defeitos é feita a substituição do de mesmo. Levando isso em consideração, pode-se nominais de até 34,5 kV e tensões secundárias estimar uma vida útil econômica de 10 anos para usuais são utilizadas as seguintes ferragens equipamento geral. eletrotécnicas: energia • I. INTRODUÇÃO elétrica Afastador de com tensões armação primárias secundária: ferragem de rede aérea que se fixa num serão poste e na qual, por sua vez, é fixada uma enquadrados móveis e utensílios, ferramentas e armação secundária, para aumentar a equipamentos diversos aplicados ao sistema de distância desta no poste; Na categoria distribuição. de equipamento geral • Alça pré-formada de estai: ferragem préformada que se enrola em torno de um ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 227 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação cago de aço, para o fim de ancoragem do • constituída por dois elementos de engate, Armação secundária: ferragem de rede gancho e olhal, opostos entre si; • aérea que fixa um condutor de aterramento rede de baixa tensão em isoladores num poste de madeira; • Arruela quadrada: ferragem de rede quadrada e com um furo circular no centro; Manilha-sapatilha: ferragem de rede aérea constituída por uma chapa dobrada que se sapatilha; • Mão francesa: ferragem de rede aérea que fixado num estai; impede a rotação de uma cruzeta em torno Chapa protetora de poste: ferragem de de seu ponto de fixação num poste, rede aérea que protege um poste de segundo um plano vertical; • Olhal para parafuso: ferragem de rede um cabo de aço, quando este é enrolado aérea que compreende uma parte em no poste para fazer um estai; forma de U, perpendicular e integrante de Cinta: ferragem de rede aérea que se fixa uma base com furo não roscado, para em torno de um poste de concreto armado, passagem do parafuso de fixação não para prover um apoio rígido para uma componente; outra ferragem ou um equipamento; • Parafuso de cabeça abaulada: ferragem de Espaçador de isoladores: ferragem de rede rede aérea constituída por um parafuso de aérea que aumenta a distância entre os cabeça abaulada e pescoço quadrado, pontos de fixação de dois isoladores de rosca cilíndrica total ou parcial, geralmente pino, nos quais deve ser fixado um mesmo com uma porca quadrada componente; condutor, evitando que as suas saias se • • que combina as funções de manilha e concreto armado contra o atrito direto de • tração exercida por um ou mais estais; Chapa de estai: ferragem de rede aérea fixa num poste e na qual, por sua vez, é • Haste de âncora: ferragem de rede aérea que transmite a uma âncora, a força de constituída por uma chapa de forma • Gancho U para madeira: ferragem de rede sua vez, são fixados condutores de uma roldanas; • Gancho-olhal: ferragem de rede aérea mesmo; aérea que se fixa num poste e na qual, por • • • Parafuso de cabeça quadrada: ferragem toquem; de rede aérea constituída por um parafuso Fixador pré-formado de estai: ferragem de cabeça quadrada e rosca cilíndrica total pré-formada que fixa a extremidade livre ou parcial, geralmente com uma porca de um cabo de aço na parte tracionada do quadrada componente; mesmo, quando ele é enrolado • Parafuso de rosca dupla: ferragem de rede diretamente num poste ou contraposte aérea constituída por um parafuso roscado para fazer um estai; em ambas as extremidades, geralmente com porcas quadradas componentes; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 228 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Parafuso para madeira: ferragem de rede ferragem de rede aérea que se fixa num haste cônica com rosca especial para poste e na qual, por sua vez, é fixado um madeira, e cabeça quadrada; transformador Pino de isolador: ferragem de rede aérea eventualmente outro equipamento; • • ferragem de rede aérea que se fixa rigidamente em torno de uma Pino de topo: ferragem de rede aérea que cruzeta, e na qual, por sua vez, é fixada se fixa numa face lateral de um poste, e na uma chave fusível, pára-raios, ou outro qual, por sua vez, é fixado um isolador de equipamento; • Suporte T: ferragem de rede aérea Porca-olhal: ferragem de rede aérea que constituída por uma chapa em forma de T, compreende uma parte em forma de U, que se fixa rigidamente em um poste, e na perpendicular e integrante de uma base qual, com furo roscado, no qual se atarraxa o simultaneamente uma chave fusível e um parafuso de fixação não componente; pára-raios, Porca quadrada: ferragem de rede aérea equipamentos; • por sua ou vez, são eventualmente fixados outros Suporte TL: ferragem de rede aérea passa um furo roscado; constituída por uma chapa em forma Prensa-fios: dispositivo mecânico que fixa combinada de T e L, que se fixa entre si dois trechos paralelos de cabos, rigidamente num poste pela extremidade L, por pressão de parafusos; e, por sua vez, na extremidade T são Sapatilha: ferragem constituída por que uma de rede peça acomoda fixados um ou dois equipamentos. aérea acanalada e protege II.3. FERRAMENTAS mecanicamente um cabo ou uma alça pré- Na instalação, operação e manutenção de redes formada, numa deflexão; aéreas de distribuição de energia elétricas são Seccionador pré-formado para cerca: conjunto constituído por uma peça isolante • L: ou por sua vez, é fixado um isolador de pino; inteiriça, • Suporte distribuição, constituída por uma chapa em forma de L, com uma face quadrada pelo meio da qual • • de face superior de uma cruzeta, e na qual, pino, em nível superior ao topo do poste; • Suporte de transformador (em poste): aérea constituída por um parafuso de que se fixa numa superfície em geral a • • utilizados diversas ferramentas e equipamentos, são estes: e duas alças pré-formadas, que secciona • Escada manual com extensão; eletricamente cerca • Escadas veiculares; metálica, assegurando sua continuidade • Escada trapézio; mecânica; • Corda de serviço; Sela de cruzeta: ferragem de rede aérea • Chaves de boca ajustável; que apóia uma cruzeta, num poste de • Testador de tensão; concreto circular; • Metro; um fio de uma ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 229 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Loadbuster; As • Bastão de manobra convencional; inspecionadas visualmente quanto os seguintes • Carretilha; defeitos: defeitos na zincagem e corrosão. • Corta-galhos; • Moto-serra; IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA • Moitão; Somente são aplicadas manutenções corretivas • Talha; em móveis e utensílios e quando possível. • Guindauto; • Volt-Amperímetro; V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA • Etc. Para ferragens os eletrotécnicas equipamentos devem classificados ser como equipamento geral, tem-se um uso extensivo II.4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL destes e a ausência de manutenção específica, Entre os diversos equipamentos de proteção sendo que normalmente quando da apresentação individual que são utilizados pode-se citar: de defeitos é feita a substituição do mesmo. • Luvas: de raspa, de vaqueta e de borracha isolante; Levando isso em consideração, pode-se estimar • Cordão de segurança; uma vida útil econômica de 10 anos para • Calçados próprios para eletricistas; equipamento geral. • Capacete de segurança com alça jugular; • Perneiras; • Óculos de segurança; • Cinturão de Segurança; • Etc. REFERÊNCIAS [1] Normas NBR. [2] CEMIG - Manual de Manutenção de Redes Aéreas, 1996. III. MANUTENÇÃO PREVENTIVA As ferramentas diversas e equipamentos de proteção individual não possuem uma manutenção específica, a não ser a limpeza das partes externas. Já os móveis e utensílios, além da limpeza das partes externas, pode ser feita uma inspeção visual para detectar defeitos como por exemplo: afrouxamento de parafusos e encaixes, defeitos no acabamentos, entre outros. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 230 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Equipamentos da Tomada D’Água RESUMO projeto e a fabricação, mesclando sua experiência Os equipamentos da tomada d’água têm uma com os requisitos do cliente, para oferecer um função importante na usina hidrelétrica. Como equipamento robusto, seguro e eficiente, a custo equipamentos principais, temos as grades, com a competitivo. finalidade de evitar a entrada de detritos na aquisição das comportas, grades e equipamentos turbina, e as comportas vagão de emergência, de levantamento, a responsabilidade por ter na com função de proteção da turbina hidráulica em usina equipamentos robustos, duráveis, bem casos de falhas na mesma e eventual ruptura dos concebidos, seguros e eficientes é compartilhada condutos forçados. Os equipamentos secundários por cliente e fabricante. Mesmo recebendo o são a comporta ensecadeira da tomada d’água, equipamento adequado às suas necessidades, que tem por finalidade permitir o ensecamento da cabe ao cliente o estabelecimento de um tomada d’água para que se faça a manutenção programa em seco da comporta vagão de emergência, e o manutenções preditivas e corretivas, além da equipamento de levantamento, para fazer a operação colocação e retirada das grades e comportas Considerando o acima exposto, recomenda-se (pode ser um pórtico rolante ou fixo, uma ponte uma vida útil econômica para os equipamentos da rolante ou, até mesmo, uma monovia com talha tomada d’água de 30 anos. Devido a esta adequado correta e modalidade abrangente dos de de equipamentos. elétrica ou manual). Eventualmente, pode ser necessária a instalação de um dispositivo ou uma I. INTRODUÇÃO máquina limpa grades. Os equipamentos de As Usinas Hidrelétricas são compostas de tomada d’água são equipamentos normalmente estruturas civis como barragem, túneis de desvio, adquiridos de fabricantes tradicionais, em que o vertedouro, tomada d’água, casa de força, canais cliente, sozinho ou com o auxílio de uma firma de fuga e descarregador de fundo. projetista, define a estrutura onde serão instaladas as comportas, os tipos de comportas e grade a As tomadas d’água têm a finalidade de fazer a empregar, suas dimensões e quantidades, os captação da água que será turbinada e conduzi-la critérios através dos condutos forçados, turbinas e tubo de de dimensionamento e concepção mecânica e elétrica, as normas de projeto, os sucção, impedindo a entrada dos corpos materiais, as características do acionamento, o flutuantes que possam danificar as turbinas. esquema de pintura e as pré-montagens a serem executadas em fábrica. Ao fabricante, cabe o A tomada d’água deve estar em um local onde a cálculo (baseado nas premissas do cliente), o captação seja favorável, favorecendo o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 231 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação escoamento para dentro dos condutos, evitando As tomadas d’água são classificadas em dois turbulências sedimentos. tipos principais segundo sua posição em relação Obviamente, a tomada d’água deve ser disposta ao nível d’água na represa, existindo as tomadas em um local que conduza a obras civis simples, de pequena e de grande profundidade. As eficientes e econômicas. Sua disposição deve ser primeiras são mais expostas ao afluxo de corpos estabelecida em conjunto com toda a obra para flutuantes perto da superfície d’água, por exemplo, que harmonioso, plantas aquáticas, folhas das árvores, galhos, compacto e o mais adequado possível ao terreno entre outros. Por este motivo, as grades destas onde tomadas devem ser limpas freqüentemente e o e arrasto arranjo será de completo implantado seja o aproveitamento Hidrelétrico. calculadas para resistirem ao empuxo d’água, causado pela diferença do nível d’água em seus O relevo e a composição geológica do local onde dois lados em conseqüência do espaço entre as será barras. instalado o aproveitamento hidrelétrico influenciam em muito na definição da concepção Nestas tomadas, é quase sempre necessário ter uma máquina limpa grades. da usina e, em particular, da tomada d’água. Nas tomadas d’água de grande profundidade, a As condições do pressão d’água é maior e, assim, as comportas aproveitamento e, por conseqüência, o tipo de devem ser mais pesadas. Por outro lado, turbina a ser utilizada influenciarão no arranjo da geralmente, não existe o perigo de entupimento usina e também da tomada d’água. Usinas com das grades, e os dispositivos de limpeza podem turbinas Francis normalmente têm a tomada ser mais simples. Às vezes, as grades podem ser d’água independente da casa de força, unidas içadas para limpeza. Em muitos casos, quando pelo conduto forçado. Existem usinas com não existe a possibilidade de limpar as grades, turbinas Francis, onde casa de força e tomada estas são superdimensionadas, de maneira que, d’água quando parcialmente entupidas, permitem a estão de na queda mesma e vazão estrutura. Esta concepção é a mais utilizada nos arranjos com entrada d’água sem grandes perdas de carga. turbina Kaplan. Independentemente do tipo de turbina empregada, A tomada d‘água deve ter uma forma que reduza as tomadas d’água têm aspectos muito parecidos as perdas de cargas ao mínimo possível. e são compostas basicamente dos mesmos Aconselha-se estudar, em modelo reduzido, a equipamentos principais, ou seja, grades da forma da tomada em planta e, principalmente, o tomada d’água, comportas vagão de emergência ângulo que forma o eixo de entrada com o eixo do e comportas ensecadeiras da tomada d’água, rio para se evitar a formação de turbilhões e além de um equipamento de levantamento e, contrações, causando perdas de carga, depósitos eventualmente, uma máquina limpa grades. de lodo e areia e eventuais erosões na beira e no fundo. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 232 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II. CARACTERÍSTICAS painéis são apoiados na soleira e no frontal. A Os equipamentos da tomada d’água com funções partir de um certo valor de altura, é aconselhável principais são as grades, que trabalham na colocar vigas horizontais de concreto ou aço para retenção se de detritos que possam danificar reduzir a flecha estes das painéis barras de verticais. gravemente as turbinas,e as comportas vagão, Normalmente, grade são com a função de executar o fechamento de parafusados em peças metálicas embutidas no emergência em caso de rompimento do conduto concreto. ou falhas no fechamento do distribuidor da turbina. A perda de carga, causada pela passagem da Normalmente, as tomadas d’água são dotadas de água pela grade quando limpa, é bastante comportas pequena; no entanto, este valor pode aumentar vagão, comportas ensecadeiras, grades e equipamentos de levantamento. bastante devido a entupimentos. Abaixo, Os detritos podem ser classificados em duas descreve-se os equipamentos relacionados acima, caracterizando sua finalidade, as concepções básicas e as evoluções categorias: • Detritos naturais como troncos, galhos de árvore, encontradas nas construções mais recentes. vegetação, musgo e plantas aquáticas; • II.1. GRADES DA TOMADA D’ÁGUA Detritos manufaturados pelo homem, como As grades da tomada d’água, na sua concepção pneus, plásticos, garrafas de plástico, latas mais metálicas e todo tipo de lixo doméstico utilizada atualmente, são estruturas metálicas formadas por um quadro estrutural rígido, de vigas horizontais flutuante. suportadas lateralmente na parte inferior e na parte superior, A natureza da barragem, a existência de onde são soldadas, a montante, barras verticais barragens a montante, a localização da mesma, a num espaçamento criteriosamente definido, com a característica do rio no que diz respeito aos finalidade de reter a passagem de detritos sólidos detritos arrastados, o tamanho do reservatório, a que turbina. profundidade da tomada d’água, a disposição da Normalmente, cada painel de grade é dotado de tomada d’água são fatores que influenciam quatro patins de guia lateral, que podem ser bastante na quantidade de detritos arrastados. As parafusados ou soldados. plantas aquáticas são também uma causa comum possam vir a danificar a de entupimento de grades, sendo recomendado Em usinas mais antigas, é comum encontrar seu controle. grades formadas por painéis apoiados nas suas partes inferiores e superiores às peças fixas Estes fatores podem conduzir a um projeto com embutidas no concreto. A grade é dividida em pouco painéis na largura. Dependendo da altura, os desnecessária a limpeza constante das grades, arrasto de detritos, tornando-se ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 233 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação ou, ao contrário, a uma necessidade de limpeza passagem de detritos que causarão danos às constante das grades. turbinas e, se estiver abaixo, pode causar a retenção desnecessária de detritos que poderiam Usinas situadas próximas a centros urbanos, com passar pela turbina sem danificá-la e, por tomadas d’água mais superficiais e com pequena conseqüência, aumentar a perda de carga. área de represamento, são as mais afetadas pelos detritos arrastados pela água, requerendo limpeza As grades são dimensionadas para suportar a constante, que pode ser feita manualmente ou de carga hidráulica imposta pela perda de carga forma automática através de uma máquina ou causada pela passagem da vazão da turbina dispositivos limpa grades. acrescida do entupimento pelos detritos. A norma de cálculo de grades de tomada d’água, ABNT Em usinas onde se esperam grandes quantidades NBR11132 , recomenda o uso de uma carga de de detritos nas grade, é recomendável a dimensionamento de 30 Kpa (3,0 mca) na instalação de dispositivos de detecção de perdas ausência de valores definidos pelo cliente. de carga nas grades. Estes dispositivos têm a finalidade de monitorar o valor da perda de carga, Além do calculo estrutural, ou seja, a capacidade indicando a necessidade de limpeza, protegendo, das vigas e barras verticais de suportarem os desta forma, a grade, pois evita que a perda de esforços impostos pela coluna d’água devido à carga atinja valores acima do considerado no perda de carga de 3,0 mca, a grade deve ser projeto. O proprietário deve fixar o valor da perda verificada quanto à vibração das barras verticais, para a qual deve ser feita a limpeza, pois a perda sendo recomendado que a freqüência natural das de carga nas grades significa energia que está vigas verticais seja 1,5 vezes maior que a sendo deixada de ser gerada e, por conseqüência, freqüência de formação de vórtices que é representa perda de receita. No entanto, a calculada considerando-se a velocidade da água limpeza das grades, caso a usina não seja dotada na passagem pelas grades, o número de strouhal de máquina limpa grades, requer a parada da que é função da seção da viga vertical e a turbina para que os painéis de grade sejam espessura da viga vertical. retirados e limpos. A operação é lenta visto que os painéis são retirados um a um e, dependendo da Além disso, as grades devem ser dimensionadas profundidade da tomada, demandam grande para suportar o impacto de corpos submersos. tempo. Desta forma, a limpeza das grades deve Para este cálculo, a norma brasileira NBR 11132 ser planejada, considerando-se a perdas na indica a consideração da força de impacto mesma e as disponibilidades da turbina. causada por um corpo de diâmetro 500 mm, movendo-se à velocidade de aproximação do O espaçamento das vigas verticais da grade como fluxo, desacelerado em um tempo de 0,1 segundo. dito acima, deve ser criteriosamente fixado, pois, Esta força deve ser composta com a força do se estiver acima do valor correto, permite a carregamento hidráulico, porém, este caso é ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 234 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação considerado como ocasional, admitindo tensões II.2. COMPORTA VAGÃO DE EMERGÊNCIA DA admissíveis maiores conforme norma NBR 8883. TOMADA D’ÁGUA As tomadas d’água das usinas brasileiras são As grades são normalmente pintadas com pintura normalmente dotadas de comporta vagão de à base de alcatrão de hulha numa espessura de emergência. 300 micra. Alguns editais solicitam uso de tinta de Estas comportas se caracterizam pelo fato de base tipo epóxi rico em zinco. serem projetadas para fecharem por peso próprio, As grades podem ser fixas ou móveis, sendo que trabalham em posição totalmente aberta ou a maioria das usinas brasileiras adota o uso de totalmente fechada, não sendo projetadas para grades móveis devido à maior facilidade de trabalhar em aberturas parciais e regular a vazão. retirada das mesmas para limpeza e manutenção, A abertura se dá normalmente em duas etapas: a apesar de que, neste caso, é necessário estender primeira com pressões desequilibradas através de as guias até o piso de operação da tomada uma operação chamada cracking, que consiste d’água. numa abertura de cerca de 200 mm à velocidade em torno de 0,1 a 0,2 m/min, para permitir o As peças fixas das grades são guias metálicas enchimento do conduto forçado, o qual, após que têm a finalidade de garantir a transmissão das completado e detectado pelo sistema de detecção cargas devido ao carregamento hidráulico ao de equilíbrio de pressões, libera a comporta para concreto e também guiar as grades. continuar a abertura numa velocidade de cerca de 1,0 m/min. O fechamento destas comportas ocorre A grade é dividida em painéis intercambiáveis, nas modalidades de fechamento normal para colocados um sobre o outro. A operação de propósito de manutenção com velocidade de 1,0 colocação e retirada das grades é feita pelo órgão m/min e de emergência, a qual pode ser acionada de manobra dos equipamentos da tomada d’água, pelo sistema de proteção da turbina ou pelo normalmente um pórtico rolante, com o auxílio de sistema de detecção de ruptura do conduto uma viga pescadora que garante o engate e o forçado desengate sistema). automático dos painéis. A viga (apenas A algumas velocidade este fechamento de características de emergência funcional, é composta de muitos pequenos itens, proteção da turbina e da altura da comporta e como pode chegar à casa dos 10 m/min. e buchas, requerendo mais das têm pescadora, apesar da sua relativa simplicidade eixos depende de usinas manutenção que os painéis de grade. As comportas vagão de emergência da Tomada d’água são compostas basicamente dos seguintes componentes: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 235 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.2.1. Tabuleiro lastro para garantir o fechamento de emergência, Chama-se de tabuleiro a estrutura metálica que que é feito pelo próprio peso da comporta, sem faz parte da comporta. O tabuleiro é composto uso de energia elétrica. pelo paramento (chapa de face), vigas horizontais e verticais, vigas de cabeceira duplas onde alojar- Alguns projetistas ainda insistem no uso de se-ão as rodas principais da comporta, olhal de buchas autolubrificantes nas rodas devido a não conexão com o órgão de manobra. O tabuleiro necessidade de manutenção. A lubrificação das pode ser composto de um ou vários elementos rodas, na maioria das comportas, é uma operação dependendo manual e individual. do tamanho da comporta.Os elementos do tabuleiro podem ser ligados por talas de aço carbono e pinos de aço inoxidável ou II.2.3. Conjunto de Vedação soldados na obra. Atualmente, é mais utilizado o As comportas são normalmente dotadas de tabuleiro com elementos ligados por talas e pinos. vedações de soleira, laterais e frontal. As vedações de frontal e laterais são tipo nota Os tabuleiros podem ainda ter o paramento a musical simples ou dupla, dependendo da montante ou a jusante. Hoje, há uma tendência pressão, e tipo barra chata na soleira. maior à utilização de paramento a montante devido principalmente à grande redução do Em comportas de emergência, normalmente se esforço de manobra para movimentar a comporta usam borrachas com película de teflon para diminuir o atrito de deslizamento e a capacidade II.2.2. Rodas Principais do mecanismo de manobra, além de garantir o As rodas da comporta têm a finalidade transmitir o fechamento por gravidade. esforço de manobra ao concreto e também diminuir a força de atrito para içamento da Normalmente, no Brasil, se usa o material SBR comporta. As rodas são normalmente em aço (composto de estireno e butadieno) e o neoprene, carbono fundido ou forjado, montadas sobre um sendo que o primeiro tem sido mais usado devido rolamento auto-compensador de rolos em eixo de ao seu menor custo. aço inoxidável forjado. O rolamento fica envolvido em graxa, protegido por tampas dotadas de As comportas mais antigas possuíam vedações retentores. de bronze e de madeira. Com o início da utilização da borracha, estas deixaram de ser usadas, uma As comportas mais antigas eram dotadas de vez que as vedações de borracha são mais rodas tipo ferroviária com buchas de bronze. Hoje eficientes, pois, devido à sua flexibilidade, podem raramente se usa esta concepção devido ao maior assimilar melhor as imperfeições construtivas de atrito tabuleiros e peças fixas e, ainda assim, garantir e, conseqüentemente, maior força necessária no mecanismo de manobra. Além boa estanqueidade. disso, o atrito maior normalmente exige uso de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 236 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.2.4. Rodas ou Patins de Guia e Contraguia O caminho de rolamento usualmente é de Estes elementos têm a finalidade de guiar as aço carbono, sendo que a pista da roda é comportas nos movimentos verticais, nos sentidos feita transversais e montante-jusante da comporta. dimensionado para suportar a pressão de de aço inoxidável temperado, Hertz aplicada pela carga da roda. Normalmente, se usam rodas de aço carbono com • Em comportas de vedação a jusante, o eixo de aço inoxidável e buchas autolubrificantes. caminho de rolamento contém as chapas Alguns projetistas optam pelo uso de patins. de apoio das vedações, em aço inoxidável; • Vigas de Contraguia: Estas vigas verticais O uso de contraguias com molas elásticas de dispostas a montante da ranhura têm a poliuretano garantem a pré-compressão constante função de servirem de pista para a roda da vedação garantindo melhores condições de contraguia. Em comporta de vedação a estanqueidade e atuando também na redução das montante, as chapas de aço inoxidável vibrações da comporta na posição aberta. para apoio das vedações estão contidas nestas vigas; II.2.5. Peças Fixas • As peças fixas das comportas são elementos estendem desde a soleira até o piso de metálicos embutidos no concreto que possuem a operação e são compostas de trilho ou finalidade de transmitir a carga hidrostática para o perfil laminado tipo U. A função destas concreto, além de conterem o quadro metálico de vigas é servir de pista para as rodas ou apoio das vedações. patins guia. • As peças fixas se dividem em duas partes , ou concreto o peso da comporta, além de estágio. As de primeiro estágio são instaladas na possuir chapa de aço inoxidável para concretagem da barragem e serão o suporte para dos chumbadores de fixação e regulagem das peças fixas de segundo estágio. Vigas de soleira: A viga de soleira tem a finalidade de suportar e transmitir ao seja, as de primeiro estágio e as de segundo soldagem Vigas de guia lateral: Normalmente, se apoiar a vedação de soleira; • Vigas de frontal: A viga de frontal tem a finalidade de servir de apoio para a vedação de frontal. As peças fixas de segundo estágio são compostas basicamente de: • II.2.6. Acionamento Caminho de Rolamento: È a viga metálica Atualmente, as comportas de emergência da vertical localizada a jusante da ranhura, tomada d’água são, em sua maioria, acionadas dimensionada para suportar e distribuir ao por sistemas óleo-hidráulicos, compostos de concreto hidrostáticos. cilindro hidráulico de simples efeito, com sua viga Normalmente, tem comprimento de, no suporte, hastes de ligação da comporta ao mínimo, duas vezes a altura da comporta. cilindro, painel elétrico de comando e controle da os esforços ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 237 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação unidade hidráulica e da comporta, as interligações ranhura, ficando com o corpo imerso e, em outros hidráulicas e elétricas, detetor de equilíbrio de projetos, é posto fora do poço da comporta, pressões, além do indicador de posição. melhorando a facilidade de operação, mas trazendo inconvenientes por estar exposto. As comportas de emergência da tomada d’água O painel elétrico de comando e controle, mais usinas responsável pela alimentação elétrica dos motores guinchos da unidade hidráulica e demais componentes eletromecânicos. Estes guinchos permitem o elétricos pela execução da lógica de controle das fechamento da comporta por peso próprio; porém, comportas, pelas indicações de posição das nas usinas com acionamento por guinchos, as comportas e pela sinalização das falhas do velocidades de fechamento são normalmente sistema, deve ser projetado considerando toda a baixas e não atendem as necessidades do necessidade operacional da comporta. antigas brasileiras instaladas são em operadas várias por fechamento de emergência. Os painéis de comando e controle das comportas A maioria dos projetos mais recentes de comportas de emergência da tomada d’água tem especificado comportas com paramento são considerados equipamentos eletricamente simples e bastante confiáveis. e vedações a montante, o que reduz muito o esforço As comportas vagão de tomada d’água são de manobra, resultando em cilindros hidráulicos normalmente operadas através de painéis locais, de exigindo, que estão na estrutura de tomada d’água; porém, conseqüentemente, menor unidade hidráulica e com sinalização das posições da comporta nos menor potência de alimentação dos motores, painéis elétricos de comando centralizado da resultando em um custo bem mais vantajoso do usina na sala de comando da usina. menor capacidade, que com o projeto de vedação a jusante. Com o avanço da eletrônica e da tecnologia de Apesar de basicamente o acionamento hidráulico comunicação, há uma tendência crescente para da comporta vagão ter uma concepção bem que o comando seja feito em sua maior parte definida, dos remotamente da sala de comando da usina. Neste clientes e empresas projetistas, considerando sentido, vem aumentando bastante o uso de aspectos de operacionalidade, manutenção e painéis com lógica de comando efetuada por PLC, segurança. Exemplificando, podemos citar cas os visto que estes apresentam atualmente grande de uso de uma unidade hidráulica por comporta, simplicidade funcional e custo bastante atrativo. existem concepções próprias uma unidade para várias comportas; porém, com operação de uma comporta apenas por vez, duas Os indicadores de posição são instrumentos de unidades para operar várias comportas, sendo extrema importância para a comporta, pois o seu uma unidade de stand-by. Da mesma forma, o correto funcionamento garante à comporta uma cilindro hidráulico é, às vezes, posto dentro da operação segura e eficaz. As comportas mais ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 238 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação antigas acionadas por guincho possuem, na sua diferencial. Estes sistemas têm apresentado maioria, o indicador acoplado ao próprio guincho. problemas que vão desde o entupimento nas As comportas operadas hidraulicamente possuem tubulações até a difícil regulagem das válvulas do indicadores do tipo mecânico com sistemas de sistema. cabos e polias, que transformam o movimento de II.3. translação da comporta num movimento rotativo D’ÁGUA de 270°, indicado sobre um disco metálico A comporta ensecadeira da tomada d’água, graduado em metros, relativo à posição da normalmente chamada de Stoplog da tomada comporta. O sistema contém ainda seletores d’água, é o equipamento que possui a finalidade rotativos com fins de curso para detecção das específica posições mais importantes da comporta: espaço entre a mesma e a comporta vagão, além • Comporta fechada; • Comporta aberta; • Comporta em posição de cracking; • Posição extrema de abertura; • 1ª posição de reposição; • 2ª posição de reposição; • comporta em deriva. Por questões de segurança, alguns projetos ainda indicam a existência de chaves fim de curso redundantes para as posições de cracking e comporta aberta. COMPORTA ENSECADEIRA DA TOMADA de proporcionar o ensecamento do de permitir a manutenção da mesma. Esta comporta se caracteriza pelo fato de ser colocada na ranhura sob águas equilibradas, ou seja, com a comporta vagão fechada. Uma vez depositada na ranhura, a água entre a comporta ensecadeira e a comporta vagão é retirada pela abertura da comporta. Após executado o trabalho de manutenção, o espaço entre a comporta ensecadeira e a comporta vagão deve ser enchido ,visto que esta comporta só opera em águas equilibradas, o que normalmente é obtido pela abertura das válvulas by pass instaladas na Hoje, começam a ser usadas nas comportas de tomada d’água indicadores eletrônicos, com própria comporta e operadas pela própria viga pescadora. sistema de detecção de posição por reles. A operação da comporta ensecadeira da tomada Outro sistema de fundamental importância na operação das comportas de tomada d’água é a detecção do equilíbrio de pressão após o cracking. Este sistema tem por finalidade detectar d’água é feita por pórticos rolantes, pontes rolantes ou ainda monovia com talha elétrica. Comportas de menor porte podem ser operadas manualmente. o equilíbrio de pressão entre montante e jusante da comporta, indicando que o conduto está cheio e que a comporta pode ser totalmente aberta. As comportas mais antigas usavam normalmente um sistema de borbulhamento de ar com pressostato Os painéis das comportas ensecadeiras são normalmente estocados no topo das ranhuras. Quando o número de elementos é superior ao número de ranhuras, normalmente se constrói um ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 239 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação poço de estocagem onde se depositam painéis hidrostática para o concreto, além de conterem o empilhados uns sobre os outros. quadro metálico de apoio das vedações. As comportas ensecadeiras da tomada d’água são As peças fixas se dividem em duas partes, ou compostas seja, as de primeiro estágio e as de segundo basicamente dos seguintes componentes: estágio. As de primeiro estágio são instaladas quando da concretagem da barragem e serão o II.3.1. Tabuleiro suporte para soldagem dos chumbadores de Chama-se de tabuleiro a estrutura metálica fixação e regulagem das peças fixas de segundo composta pelo paramento (chapa de face), vigas estágio. horizontais, verticais, enrijecedores horizontais, vigas de cabeceira e olhais de conexão com a As peças fixas de segundo estágio das comportas viga pescadora. O tabuleiro das comportas ensecadeiras são compostas basicamente de: ensecadeiras é composto de vários elementos • Caminho de deslizamento: É a viga que trabalham superpostos e são depositados na metálica vertical localizada a jusante da ranhura um a um. ranhura, dimensionada para suportar e distribuir ao concreto os esforços II.3.2. Conjunto da Vedação hidrostáticos. As comportas ensecadeiras da tomada d’água são comprimento ligeiramente superior à altura usualmente dotadas de vedações de soleira, da laterais e frontal. As vedações laterais e de frontal deslizamento contêm as placas de aço são normalmente tipo nota musical simples e tipo inoxidável laterais onde se apoiam as barra chata na soleira. borrachas de vedação da comporta; • comporta. Normalmente, Os caminhos tem de Vigas de guia lateral: Normalmente se Normalmente, no Brasil, se usa o material SBR estendem desde a soleira até o piso de (composto de estireno e butadieno) e o neoprene, operação e são compostas de trilhos ou sendo que o primeiro tem sido mais usado devido perfis tipo U laminados para pista dos ao seu menor custo. patins de guia; • II.3.3. Patins de Guia finalidade de suportar e transmitir ao Estes elementos têm a finalidade de guiar as concreto o peso da comporta, além de comportas nos movimentos verticais nos sentidos possuir chapa de aço inoxidável para transversais e montante-jusante da comporta. II.3.4. Peças Fixas As peças fixas das comportas ensecadeiras são elementos metálicos embutidos no concreto que Vigas de soleira: A viga de soleira tem a apoiar a vedação de soleira; • Vigas de frontal: A viga de frontal tem a finalidade de servir de apoio para a vedação de frontal; possuem a finalidade de transmitir a carga ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 240 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Dispositivo de calagem: são normalmente tipos distintos de comportas é praticamente a empregados braço mesma, e as diferenças quando existentes serão vigas ressaltadas. articulado, dispositivos que tipo apoiam-se nas cabeceira da comporta e permitem estocar a comporta quando a mesma não está em III.1. TABULEIROS E ESTRUTURAS DE VIGAS uso. PESCADORAS Os tabuleiros de grades ou comportas e as II.3.5. Acionamento estruturas das vigas pescadoras devem ser As comportas ensecadeiras são acionadas pelos inspecionados no mínimo a cada seis meses para equipamentos de levantamento da tomada d’água verificação de corrosão na estrutura. Recomenda- com o auxilio da sua respectiva viga pescadora. A se a imediata limpeza e pintura das regiões viga pescadora tem um sistema automático de corroídas. Em caso de um aumento acentuado de engate e desengate dos ganchos, o que permite corrosão de uma inspeção para outra, recomenda- colocar ou retirar todos os elementos numa se investigar as causas. operação simples e segura. Para os elementos e estrutura da viga pescadora III. MANUTENÇÃO PREDITIVA da comporta ensecadeira, torna-se mais fácil As comportas e grades da tomada d’água podem executar esta manutenção, visto que estas partes ser que estão acessíveis a todo tempo. Já para as a sua comportas vagão de tomada d’água e as grades entanto, as que se encontram normalmente submersas, esta comportas de emergência da tomada requerem manutenção torna-se mais difícil, sendo, desta uma manutenção rígida e responsável, visto que forma, estes equipamentos não podem falhar quando diferente de inspeções em função das paradas da solicitados, uma vez que podem comprometer a turbina. Caso se constate uma corrosão sistêmica turbina e a própria barragem. no equipamento, a mesma deve ser monitorada, classificadas requerem pouca simplicidade como equipamentos manutenção, construtiva. No dado necessário estabelecer uma rotina as causas estudadas e identificadas e as medidas De qualquer forma, a manutenção das comportas preventivas e/ou corretivas adotadas para garantir e grades deve ser bem conduzida para garantir a a vida útil do equipamento. Para monitorar a vida útil esperada do equipamento. corrosão, a espessura da chapa dever ser medida e, onde necessário, usado o método ultra-sônico. Para falar sobre manutenção de comportas e grades, entende-se ser mais prático falar da manutenção das partes constituintes das comportas, englobando aí os tipos de comportas distintos, do que falar de uma por uma, visto que a manutenção aplicável para as mesmas partes de III.2. RODAS As rodas que requerem maior cuidado são obviamente as rodas principais das comportas vagão de emergência. Sua manutenção, no entanto, está sempre condicionada à disponibilidade da comporta, o que ocorre nos ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 241 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação períodos de parada programada da turbina, onde um ressecamento mais acentuado e requerem coloca-se a comporta ensecadeira da tomada trocas mais freqüentes. d’água e pode-se proceder a trabalhos de manutenção na comporta. Neste caso, estas III.4. PEÇAS FIXAS manutenções programadas, As peças fixas das comportas ensecadeiras e procurando-se executá-las ao menos uma vez por grades ficam permanentemente submersas e, ano, sendo possível executar a cada seis meses. portanto, a inspeção das mesmas só pode ser Devem ser inspecionados a superfície externa da feita com auxilio de mergulhadores. Já as peças roda, os parafusos das tampas, o travamento da fixas das comportas vagão da tomada d’água roda e executado o engraxamento da roda. podem ser inspecionadas em seco com a devem ser colocação da respectiva comporta ensecadeira, Recomenda-se, a cada 5 anos, a desmontagem lembrando, porém, que, no caso da comporta de uma roda para verificar as condições de eixos, vagão, a inspeção da peça fixa depende da rolamentos e retentores e, dependendo da parada da turbina. situação encontrada, fazer as substituições Recomenda-se, para as comportas vagão, a necessárias e estende-la às demais rodas. inspeção a cada cinco anos e, se constatada III.3. VEDAÇÕES corrosão acentuada, proceder à recuperação, As vedações, como sendo o elemento de quer pela repintura de superfícies de aço carbono, estanqueidade ser quer pela recuperação com enchimento de solda e inspecionadas a cada seis meses, quanto à posterior esmerilhamento das chapas de aço deformação, trincas ou fissuras ou sempre que carbono ou inox, onde necessário. da comporta, devem forem detectados vazamentos na comporta, além dos níveis considerados normais. Da mesma Para as peças fixas da comporta ensecadeira, forma que para a roda, a inspeção nas comportas deve-se estabelecer a necessidade e extensão vagão de tomada d’água deve ser programada das para ser executada nas paradas da turbina. inspeção das peças fixas das comportas vagão. Recomenda-se a troca das vedações a cada 5 ou III.5. ACIONAMENTO 10 anos. A determinação do período de troca deve Os componentes do acionamento da comporta ser feita por cada usina, considerando-se os são os itens que demandam maior cuidado quanto registros à inspeção e manutenção. Devem ser executadas de vazamentos, as condições particulares do projeto e o relatório do estado da inspeções subaquáticas, baseadas na as seguintes inspeções e manutenções: borracha na última troca. Deve-se ressaltar que borrachas de comportas III.5.1. Cilindros Hidráulicos expostas freqüentemente aos raios solares sofrem Os cilindros hidráulicos, quando em operação, requerem pouca manutenção. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 242 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação No período inicial de uso, recomendam-se mesmo. Recomenda-se a execução de inspeções periódicas para comprovar se os análise do óleo anualmente e as trocas cilindros estão trabalhando adequadamente e não quando recomendadas por estas análises; • há vazamento de óleo. Observar o aquecimento do óleo , visto que o aumento da temperatura além de As hastes dos cilindros devem ser inspecionadas certo valor aumenta em muito a velocidade quanto a riscos, pois os mesmos indicam de degradação do óleo; • presença de sujeira no óleo. Observar aquecimento nos mancais das bombas. Havendo aquecimento além do Os vazamentos nas vedações são indicados pelo normal, há a indicação de desgastes e aumento necessidade de trocas de rolamentos ou da freqüência das operações de reposição da posição da comporta. lubrificação. A observação da temperatura deve ser feita semanalmente por contato Recomenda-se a troca das vedações do cilindro sempre que se constatar vazamentos ou a cada manual; • dez anos. A tubulação inspecionada hidráulica deve mensalmente quanto ser a vazamentos; III.5.2. Unidade e Tubulações Hidráulicas • A pressão do óleo no circuito deve ser A segurança do funcionamento da unidade e controlada semanalmente e as alterações tubulações anotadas; hidráulicas deve-se a uma manutenção cuidadosa. • As bombas inspecionadas hidráulicas a cada devem seis ser meses, É de vital importância manter o fluido hidráulico verificando-se principalmente a ocorrência limpo de vibração anormal, ruídos elevados , para evitar que partículas abrasivas penetrem no sistema e causem danos às bombas, pressão insuficiente e vazamentos através válvulas e cilindros hidráulicos. dos eixos; • A manutenção das unidades hidráulicas deve inspecionadas a cada seis meses, e o cobrir os seguintes pontos: • com o mesmo óleo quando necessário; • • resultado destas inspeções pode indicar a Controlar constantemente o nível do óleo hidráulico, fazendo a complementação As válvulas de solenóide devem ser necessidade da substituição; • Os motores das unidades hidráulicas devem ser inspecionados quanto a níveis Proceder à limpeza mensal os filtros de ar de isolamento, elevação de temperaturas e à limpeza semanal os filtros de óleo; nas A troca do óleo do sistema deve ser lubrificação estabelecida a partir das observações do funcionamento do ventilador quanto ao grau de envelhecimento e sujeira do correto fluxo de ar, níveis de vibrações, bobinas e mancais, dos desgastes, rolamentos, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 243 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação desgastes das escovas e anéis coletores. da comporta como já destacado anteriormente, A carcaça deve ser mantida limpa de pó devem ser mensalmente inspecionados. Em em sua superfície exterior para facilitar a comportas segmento, os aparelhos pendulares, troca de calor com o meio. atualmente bastante manutenção, a usados, menos da não requerem verificação dos O tempo de vida das instalações hidráulicas, que parafusos de fixação e de alguma avaria externa têm uma manutenção adequada e cuidadosa, que pode ocorrer. Já nas comportas vagão os depende do tempo de vida dos elementos aparelhos mecânicos. atualmente empregados, requerem um pouco eletrônicos, que estão sendo mais de cuidados, e sua manutenção deve seguir Normalmente , nas bombas, são os rolamentos as disposições do fabricante. que têm o tempo de vida limitado entre 5000 a IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA 10000 horas. Mesmo que se siga o programa de manutenção Nas válvulas, o tempo de vida depende da preditiva indicado pelo fabricante, é natural que quantidade alguns componentes venham a falhar durante a de operações do êmbolo em conseqüência das ligações do solenóide. Estes operação. componentes são previstos para 10 milhões de fortuitamente teremos equipamentos stand by já ligações. previstos no projeto, como é o caso de grupos motobomba, Em algumas ou ainda, destas falhas, equipamentos O tempo de vida das válvulas pode ser estimado sobressalentes no almoxarifado que poderão ser em 2000 a 3000 horas de serviço da instalação. prontamente substituídos. III.5.3. Painéis Elétricos de Comando É de fundamental importância manter uma Os painéis, como sendo os órgãos de comando quantidade adequada de materiais de reposição da unidade hidráulica e de execução da lógica de no almoxarifado da usina para que a operação operação da comporta, devem ser inspecionados das comportas não seja comprometida, colocando mensalmente em risco a segurança da turbina ou mesmo da operação, sujeitos e, particularmente, principalmente a maior nos desgaste a cada equipamentos e com própria usina. maior probabilidade de falha. O estado de isolação dos Da mesma forma, aconselha-se que, para alguns cabos elétricos deve ser também constantemente materiais onde a reposição pode ser melhor inspecionado. programada, não sejam mantidos materiais em estoque, pois isto significa recurso imobilizado e, III.5.4. Indicadores de Posição Os indicadores de posição, dependendo do caso, quando for realmente dado à sua importância na execução da ó l gica de operação necessário usar o material, o mesmo pode já estar impróprio para o uso. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 244 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação água ou sofram efeito da erosão no concreto Obviamente, deve se levar em conta uma série de devido ao projeto civil inadequado, terão vida fatores para se decidir pelos materiais a serem superior a 50 anos. As peças fixas das comportas mantidos em estoque, tais como dificuldade de vagão aquisição, defeitos possibilidade de inspeção em seco e, até mesmo, apresentados, importância do item no conjunto da execução de reparos com a instalação da comporta, comporta ensecadeira, o que não ocorre com as custo, entre quantidade outros, que de devem ser estabelecidos pela equipe de manutenção. de tomada d’água apresentam a comportas ensecadeiras e grades que não podem ser ensecadas. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA dos O acionamento das comportas vagão é a parte equipamentos da tomada d’água deve ser feita que maior manutenção exigirá por possuir uma considerando-se as três partes principais do maior equipamento, ou seja, estrutura, peças fixas e normalmente sujeitos a desgastes e falhas. Pesa, acionamento. no entanto, a favor do acionamento o fato de o A análise da vida útil econômica quantidade de componentes móveis mesmo estar normalmente alojado em sala A estrutura das comportas, mesmo considerando- abrigada em boas condições de acesso e se as rodas e vedações, que são itens mais facilidade para manutenção. O que ocorrerá com sujeitos à manutenção que o tabuleiro, apresenta o acionamento, diferentemente da estrutura e das grande robustez e, desde que se tomem os peças fixas, é que dentro da vida útil do cuidados mínimos de manutenção para se evitar a equipamento é bem provável que sejam feitas corrosão da estrutura, terá vida útil assegurada atualizações do equipamento, incorporando certas em mais de 50 anos. Já a estruturas das grades melhorias que venham a ser desenvolvidas com o da tomada d’água, apesar de submetidas a menor passar dos anos. Considerando-se a realização carregamento que as comportas ensecadeiras e das intervenções citadas acima, consideraremos a vagão, têm registrado um maior número de vida útil econômica do acionamento da comporta ocorrências de falhas, causadas por trincas nas em 30 anos. vigas verticais e horizontais e rompimento das soldas devidos aos esforços de fadiga impostas à Considerando o conjunto dos equipamentos da grade pelo escoamento. As comportas raramente tomada d’água, acha-se prudente falar que a vida apresentam problemas graves que comprometam útil econômica das comportas como sendo de 30 sua estrutura. Por este motivo, entende-se ser anos. prudente fixar a vida útil das grades em 30 anos. REFERÊNCIAS As peças fixas são projetadas tendo as partes [1] Erbistie, P.C.F. Comportas Hidráulicas. Editora onde se apoiam as borrachas de vedação em aço Campus/Eletrobrás – 1987. inoxidável e, desde que não sejam atacadas pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 245 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação [2] Schreiber, G.P. Usinas Hidrelétricas. Editora Edgard Blücher Ltda. – 1980. [3] Asme Hydropower Mechanical design – The guide to Hydropower Mechanical design. HCI pubications. 1996. [4] Lewin, J. Hydraulic gates and valves in free surface flow and submerged outlets. Thomas Telford Services Ltda. – 1995. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 246 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Esquipamentos do Ciclo Térmico RESUMO parcela representativa em termos globais de A geração de energia elétrica a partir de ciclos geração de energia. O fluido de trabalho (vapor d’ térmicos de potência utilizando turbinas a vapor é água) uma tecnologia difundida e responsável por uma combustíveis, com diferentes poder calorífico, parcela representativa em termos globais de diferentes granulometria e umidade, diferentes geração de energia. O fluido de trabalho (vapor composições d’água) pode ser obtido utilizando-se diferentes combustíveis desde a biomassa até o gás natural. combustíveis, com diferentes poder calorífico, Isto faz com que estes ciclos de potência sejam granulometria e umidade, com variações nas muito empregados, principalmente utilizando-se composições carvão mineral como combustível. elementares, envolvendo pode ser obtido utilizando-se diferentes elementares, envolvendo combustíveis desde a biomassa até o gás natural. Isto faz com que estes ciclos de potência sejam Os ciclos de geração a vapor começaram muito empregados, principalmente utilizando-se efetivamente a serem instalados com potências carvão mineral como combustível. Os ciclos mais expressivas no início deste século. A GE em térmicos de geração potência a vapor constituem- 1903 confeccionou um ciclo de potência com se de: caldeira, turbina, condensador e bomba de turbina a vapor de 5 MW de potência. No entanto, circulação alguns e equipamentos auxiliares, como equipamentos, como as caldeiras, desaeradores, trocadores de calor, sistemas de começaram a ser desenvolvidos e utilizados para controle e segurança, onde as válvulas têm uma aquecimento de água, séculos atrás, pelos gregos função destes e romanos, e foram aprimorados até o estágio equipamentos está relacionada diretamente com a atual. A utilização da força do vapor é conhecida qualidade do fluido de trabalho, com a escolha desde 150 anos a.C. A primeira máquina a vapor adequada dos materiais para confecção dos comercial bem sucedida foi lançada em 1699 e foi mesmos, com regime de trabalho, operação desenvolvida por Thomas Savery. importante. criteriosa e A aplicação durabilidade das manutenções recomendadas. De forma geral, os equipamentos Os ciclos térmicos de geração potência a vapor dos ciclos térmicos possuem vida útil de 25 anos. constituem da caldeira da turbina do condensador e da bomba de circulação e equipamentos I. INTRODUÇÃO desaeradores, trocadores de calor, sistemas de A geração de energia elétrica a partir de ciclos controle e segurança, onde as válvulas têm térmicos de potência utilizando turbinas a vapor é função importante. Estes equipamentos uma tecnologia difundida e responsável por uma ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 247 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação contribuem para eficiência do ciclo e qualidade do O vapor é um vetor energético de grande utilidade fluido de trabalho. nos processos industriais e em serviços de acionamento mecânico. Este equipamento é Como fabricantes de válvulas, cita-se a Spirax responsável por fazer a conversão da água no Sarco. Quanto a turbinas e demais componentes, estado líquido em vapor através da queima de um citam-se a General Eletric, Wartsila e outros. combustível na fornalha. As caldeiras utilizadas para ciclo de potência com turbinas a vapor Para as bombas, tem -se a KSB e, para as constituem-se basicamente da fornalha, caldeira, caldeiras, o fabricante Dedini superaquecedor, economizador e do aquecedor de ar. II. CARACTERÍSTICAS Para fins de padronização, pode-se citar as As caldeiras podem ser entendidas como um seguintes normas: compartimento com paredes de tubos, contendo • • ABNT – NBR 10784: classifica bombas uma hidráulicas de deslocamento positivo para combustível, elevando a temperatura da massa de utilização em sistemas hidráulicos de gases que troca calor com a água que circula no potência, estabelecendo requisitos básicos interior dos tubos até atingir o tubulão ou construtivos e operacionais; evaporador, onde ocorre a mudança de fase. ABNT – NBR 5029: fixa onde ocorre a queima do condições exigíveis que devem satisfazer os tubos Portanto, cuidados devem ser tomados na sem costura de cobre e suas ligas para operação deste equipamento para que não haja condensadores, queima de tubos incrustações devido à presença evaporadores e de trocadores de calor; • fornalha ABNT – NBR 11096: define termos minerais fora das especificações recomendadas. empregados em caldeira aquotubular e • flamotubular, para serviço estacionário, Para esta aplicação, predominam as caldeiras do sujeira ou não a chama; tipo aquotubular, pois permitem obter vazões mais ABNT – NBR 10149: estabelece os expressivas do que as flamotubulares. requisitos mínimos para o fornecimento de turbinas a vapor para serviços gerais. As caldeiras, cuja aplicação seja para geração de energia, devem ser de alta pressão. As dimensões II.1. CALDEIRAS destas caldeiras podem variar bastante para uma A necessidade de se encontrar uma fonte de mesma potência quando se utilizam combustíveis calor, inconvenientes com poder calorífico diferente. Os combustíveis apresentados pela queima direta do carvão fóssil, utilizados nas caldeiras são determinantes na sua estimulou vida útil, pois podem propiciar incrustações em que substituísse o os desenvolvimento geradoras de vapor. de unidades determinados casos de difícil remoção, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 248 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação comprometendo eficiência e durabilidade da para fluido, dando condições a este de se mesma. locomover sob determinadas condições impostas II.2. TURBINA pelo processo. O fluido é acionado pelo rotor e É o equipamento que recebe o vapor advindo da aduzido pela voluta. caldeira que, na maioria dos casos, encontra-se no estado superaquecido e expande-se na As mesma, transferindo a sua energia para o rotor, trabalharem numa faixa de operação que fique fazendo-o girar com determinada potência de eixo isenta de cavitação. Isto permitir-lhe-á uma que durabilidade maior. As bombas centrífugas em aciona o gerador produzindo a energia elétrica propriamente dita. bombas devem ser especificadas para geral constituem-se basicamente do rotor, da voluta e do sistema de vedação. Estas bombas A estrutura destas turbinas pode trabalhar com podem girar alta rotação e estão sujeitas à vapor com temperatura, por exemplo, por volta de vibração desbalanceamento do eixo onde se 700 °C e pressão acima de 50 bar, dependendo acopla o rotor. das condições de projeto e de cada ciclo. Estas condições mudam sempre quando ocorrem Existe uma diversidade enorme de bombas. No variações de carga ou mesmo nos momentos de entanto, as bombas utilizadas nos ciclos de entrar e sair de operação, com o decorrer do geração a vapor são basicamente do tipo tempo, o que submete seus componentes a centrífugas ou mistas para fornecerem a vazão e condições que podem levar a uma fadiga térmica pressão desejada. de seus componentes, assim como a formação de fissuras. Este equipamento tem a função de estabelecer o fluxo do fluido de trabalho no ciclo e ainda confere O fluido de trabalho passa pela turbina com a este a velocidade elevada e partículas, como partículas necessitam de um sistema de vedação para evitar de ferro que, eventualmente, desprendam dos a fuga do líquido que está sendo recalcado. Estas tubos na caldeira, podem erodir componentes da vedações são feitas normalmente através de mesma. gaxetas ou selos mecânicos, os quais são muito solicitados. pressão desejada. Freqüentemente, As bombas necessitam de Para fins de geração de energia, predominam as reparos, principalmente devido ao aumento de turbinas temperatura localizado. do tipo condensação e extração condensação. II.4. VÁLVULAS As II.3. BOMBAS As Bombas são máquinas válvulas são dispositivos destinados a acionadas estabelecer, controlar e interromper o fluxo em normalmente por um motor elétrico recebendo uma tubulações. Elas podem representar até 5% energia mecânica e transportando esta energia ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 249 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação do custo total de uma instalação para geração de projetada para fechar e impedir o escoamento do potência. fluido depois que as condições normais de serviço forem restabelecidas. Os materiais a serem empregados nas válvulas A válvula de segurança é caracterizada por uma devem ser adequados, pois, para cada aplicação, abertura instantânea e com um estampido cada fluido tem características e propriedades característico (pop), sendo utilizada em serviços diferentes. com gases e vapor. O fluido, com o qual as válvulas se interagem, Estas válvulas, normalmente, devem atuar quando podem ter mudanças, ter variações em suas a propriedades, estabelecida. como temperatura, pressão, pressão aumentar de 10% da pressão composição química e ficam em contato direto com os componentes internos e vedações, II.4.2. Válvulas de Retenção bastante exigidos. Essas válvulas permitem a passagem do fluido em um sentido apenas, fechando-se automaticamente por diferença de pressões, exercidas pelo fluido II.4.1. Válvulas de Segurança Durante a operação de sistemas e/ou equipamentos sujeitos à pressão, podem surgir em conseqüência do próprio escoamento se houver tendência à inversão no sentido do fluxo. pressões excessivas devido a explosões, reações químicas, descargas de bombas, fogo externo ao II.4.3. Válvulas de Controle equipamento, erro operacional e podem provocar Estas válvulas são usadas em combinação com danos aos equipamentos, às instalações e a instrumentos própria vida humana. distância por esses instrumentos para controlar a automáticos e comandadas a vazão ou a pressão de um fluido. O princípio de operação baseia-se no equilíbrio entre a pressão do fluido contra o disco (conjunto) A operação da válvula é sempre motorizada, na e mola, o que faz da válvula um dispositivo de maioria das vezes, por meio de um diafragma precisão e que exige um perfeito alinhamento sujeito à pressão de ar comprimido. Há um entre os componentes, bem como a isenção de instrumento automático que comanda a pressão qualquer produto que venha comprometer sua do ar que, por sua vez, faz variar a posição de atuação. abertura da válvula. A válvula em si é quase sempre semelhante a Esta válvula atua automaticamente, sem a uma válvula globo. Para diminuir o esforço assistência de fonte externa de energia, atua pela necessário à operação e assim facilitar o controle, pressão do fluido, descarrega uma quantidade estas válvulas possuem, freqüentemente, dois certificada do mesmo de maneira a impedir que a tampões na mesma haste, que se assentam em pressão pré determinada seja excedida, que é duas sedes colocadas de tal maneira que a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 250 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação pressão do fluido exercida sobre um tampão Os trocadores de placas possuem a vantagem de contrabalance a pressão exercida sobre o outro. serem mais compactos que os de casco e tubos. No entanto, se os fluidos, que estão realizando a A operação na válvula de controle é feita troca de calor não passarem por um tratamento geralmente pelo diafragma em um sentido (para adequado, abrir ou fechar) e por uma mola regulável no outro rapidamente decaindo muito a sua performance. as incrustações se processam sentido. Os trocadores de cascos e tubos são mais II.5. TROCADORES DE CALOR Os trocadores de equipamentos fluido de trabalho, ao passo que os trocadores de utilizados para fazer a troca térmica entre os placas são mais utilizados para os sistemas fluidos auxiliares. envolvidos. calor utilizados diretamente no preaquecimento do Nos são ciclos de potência utilizando turbina a vapor, este equipamento se apresenta de distintas formas, pois a caldeira e o II.6. SISTEMAS DE CONTROLE condensador, além dos trocadores de calor Os sistemas de controle em uma caldeira não são utilizados para o preaquecimento da água de simples, e pode-se monitorar a chama através de alimentação, nos ciclos regenerativos, da caldeira dispositivos detetores de chama de diversos tipos e refrigeração do sistema de óleo de lubrificação, com diferentes princípios, como ultravioleta, são trocadores de calor com funções distintas. infravermelho, entre outros. Nos ciclos regenerativos, pode-se fazer o Já o controle da pressão do vapor pode ser feito preaquecimento da água de alimentação da através de pressostatos. A água de alimentação caldeira através do vapor extraído da turbina em também é monitorada de controle. Estes sistemas, trocadores de calor, tanto de troca direta quanto de forma geral, além da parte eletro-eletrônico, de troca indireta. No entanto, estes trocadores, são compostos de uma série de sensores e apesar de trabalharem com um fluido com transdutores que permitem monitorar todas estas temperatura bem acima da atmosférica, podem ter informações em pontos estratégicos de difícil uma durabilidade maior quando comparados ao acesso. condensador, pois utilizam somente o fluido de trabalho na troca térmica, o qual já passou por um O sistema de controle da turbina é fundamental tratamento para operação segura da mesma, proporcionando para satisfazer os requisitos operacionais da caldeira. uma vida útil. As principais funções da unidade de controle são: Os trocadores de calor podem ser encontrados no • mercado com várias configurações. Dentre elas, destacam-se os de casco e tubos e os de placa. Controle da aceleração e velocidade durante a partida da máquina; • Inicialização da excitação do gerador; • Sincronização e aplicação de carga; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 251 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • • • Controle de pressão tanto na entrada pois variações na concentrações de minerais e a quanto na saída e nas extrações quando operação do ciclo favorecem a formação de estas existirem; incrustações. Proteção contra sobre velocidade quando III. MANUTENÇÃO PREDITIVA houver rejeição de carga ou em situações Nos ciclos de geração a vapor, as manutenções de emergência; preditivas Monitoramento de equipamentos auxiliares temperatura dos mancais da turbina e sistema de de óleo hidráulico e óleo lubrificante; lubrificação. Monitoramento da temperatura do Proteção contra danos, como alta vibração vapor de Acompanhamento da eficiência de troca do rolamentos vazamentos de óleo lubrificante, altas temperaturas na saída; • consistem na entrada no e monitoramento saída da da turbina. trocador de calor. Sistema de aquisição de dados. III.1. BOMBAS Quanto à obsolescência tecnológica, vale Para as instalações mais modernas, a comentar que, além da utilização de novos manutenção preditiva é realizada através do materiais, melhorias acompanhamento e por meio de analise das implementadas nos sistemas de refrigeração, os variáveis vibração, temperatura, pressão, obtidas sistemas de controle que permitem monitoramento através de sistemas de aquisição de dados. o desenvolvimento de de diversas variáveis e o controle automático de determinados parâmetros do ciclo vão ser o que IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA difere os ciclos atuais dos primeiros ciclos As desenvolvidos para geração de energia elétrica. verificação de sensores transdutores utilizados no Atualmente, com desenvolvimento da eletrônica, a sistema de controle. Inspeções para verificação do informática tem permitido avanços expressivos na nível de incrustações nos equipamentos que têm monitoração e controle dos ciclos de potência. contato direto com fluido de trabalho. II.7. DESAERADORES IV.1. BOMBAS Os desaeradores são dispositivos que têm função Nas instalações de bombeamento, tanto para a de remover os gases dissolvidos na água. caldeira quanto para o condensador de uma manutenções preventivas consistem da maneira geral, aplicam-se os procedimentos: Estes equipamentos são robustos, não possuem • Inspeções diárias; partes móveis, podem ser construídos de chapas • Pressões de sucção e descarga; metálicas e funcionam como um trocador de calor • Indicadores de vazão; de mistura direta dos fluidos envolvidos. • Vazamento de caixa de gaxetas; • Temperatura dos mancais; O fluido de trabalho deve ter um tratamento • Sistemas de vedação. adequado e mantido dentro do padrão exigido, • Inspeções mensais: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 252 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Níveis de vibração, alinhamento, temperaturas dos mancais, sistemas de com as características especificadas, o nível de incrustações, se estiver ocorrendo. refrigeração e lubrificação. • Inspeções semi-anuais: • funcionamento da V. MANUTENÇÃO CORRETIVA caixa de selagem A manutenção corretiva em válvulas consiste da sobreposta; retirada da válvula, desmontagem da sede e manter o nível de óleo nos mancais dos limpeza e remoção de incrustações, troca de rolamentos. elementos danificados como parafusos, anéis, • Limpeza das válvulas, filtros e purgadores; guia, suportes da mola. • Inspeção anual: • Revisão • completa instrumentos V.1. TROCADORES DE CALOR A manutenção corretiva em trocadores de calor indicadores. consiste da remoção de incrustações através da IV.2. VÁLVULAS passagem Quanto aos procedimentos, nas válvulas, este determinados casos, esta remoção é feita através procedimento deve ser realizado semestralmente: de soluções próprias para remoção das carepas, As de varetas nos tubos. Em • A retirada da válvula; sem arranhar as superfícies internas do trocador, • Inspeção inicial; utilizado nos sistemas auxiliares. Troca de juntas • Desmontagem e revisão • Testes de mola ou fole; • Calibração e emissão do laudo; • Instalação. das placas quando estas já estiverem deterioradas. A manutenção corretiva no sistema de controle consiste na troca conexões elétricas no quadro, válvulas, dependendo do regime das troca de termopares e transdutores danificados. condições de operação e do meio em que se encontram, estão sujeitas a vazamentos, à degradação dos componentes mecânicos, com perda parcial ou total da função devido à fadiga e VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A vida útil econômica dos equipamentos de um ciclo térmico está relacionada com a aplicação de materiais adequados com o regime de trabalho, fratura dos retentores. com execução das manutenções recomendadas e Substituição de componentes mecânicos do tratamento adequado do fluido de trabalho. comando e, em casos extremos, a troca do equipamento. A partir de informações obtidas através de consultas e da literatura, estimam -se os seguintes Esta manutenção tem como objetivo verificar o valores. estado geral de conservação da válvula, dos seus componentes, como a mola, se esta se encontra Vida útil estimada para os componentes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 253 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Trocadores de calor 25 Deaeradores 25 Caldeiras 25 Válvulas 20 Sistema de controle 25 Bombas 30 Turbina 25 REFERÊNCIAS [1] Bazzo E, Geração de vapor. [2] Van Wylen, G. Fundamentos da termodinâmica clássica, 1976, 2a edição. [3] Babcock & Wilcox, Steam its generation and use, 1955, trirty- seventh Edition. [4] Oliver, K. G. Industrial Boiler Management, New York, 1989. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 254 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Estradas de Acesso RESUMO O leito das estradas deve estar o próximo possível O presente trabalho aborda uma estrada de as superfícies do terreno, prevendo-se um bom acesso de uma central geradora, procurando sistema de drenagem. definir e Paralelamente, as características técnicas do especificidades técnicas. Dentro desse enfoque projeto dessa estrada podem não estar ligadas serão aspectos somente a fatores técnicos econômicos, mas conceituais básicos que norteiam o seu projeto, a também por condicionantes políticos, sociais, sua construção, a sua operação e a sua estratégicos ou até mesmo por imposição dos manutenção, buscando com isso, determinar a órgãos ligados ao meio ambiente. sucintamente abordados suas ainda características alguns sua vida útil e a respectiva taxa de depreciação. A fixação da vida útil de qualquer pavimento de uma Por motivos estritamente econômicos grande estrada está intimamente ligada a fatores e parte das estradas de acesso de uma central características técnicas de projeto, manutenção, geradora não é pavimentada. uso, etc., sendo, portanto, bastante questionável. Sendo assim, limitar-se-á a considerar esse tempo O projeto e a construção das estradas de acesso em 5 anos, conforme exigência mínima adotada pavimentadas pelo Código Civil Brasileiro. nacionais e internacionais. Além disso, são seguem as normas técnicas empregadas medotologias diversas, tais como, I. INTRODUÇÃO por A principal finalidade de uma estrada de acesso a Pavimentação do DNER, bem como, indicações qualquer usina geradora de energia elétrica é de Estudos, Boletins Técnicos, etc. de organismos garantir o tráfego seguro e viável dos veículos e privados ligados a fabricantes de materiais equipamentos componentes, dentre outros. necessários a sua operação, exemplo, as contidas no Manual de mesmo em condições adversas de tempo. Existem ainda concessionárias que elaboram seus Paralelamente, devem apresentar boa capacidade próprios manuais e especificações, com base, em de suporte e boas condições de rolamento e geral, nas normas técnicas nacionais e na aderência. medotologia contida no Manual de Pavimentação do DNER. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 255 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II. TIPOS DE PAVIMENTOS Recentemente, Os pavimentos podem ser rígidos, flexíveis e desenvolveram técnica similar à do concreto semi-rígidos. rolado, chamando-o de econocrete. O pavimento rígido caracteriza-se por não São inúmeros os métodos teóricos e práticos de acompanhar subleito, projeto. Um dos trabalhos básicos é o método resistindo adequadamente às tensões de tração teórico-experimental de Westergaard, usado no que se originam quando da passagem de veículos dimensionamento de pavimentos rígidos. Esse e equipamentos. Nesse caso, o representante método baseia-se no cálculo de uma placa mais usual é o pavimento de concreto. submetida a um carregamento originado da as deformações do diversos estados americanos passagem de um veículo e no coeficiente de Os pavimentos flexíveis por sua vez acompanham recalque do terreno suporte, determinando-se as praticamente as deformações do subleito, sendo tensões de tração no concreto. Surgiram depois comumente métodos análogos, mais aperfeiçoados, como os representados pelo pavimento de Sapangler, Bradbury, Kelley e Pickett, dentre betuminoso. outros. Os pavimentos semi-rígidos são os representados pelo calçamento poliédrico, placas de concreto, O método empírico ISC, ou Índice Suporte etc. funcionando intermediariamente entre os Califórnia é ainda usado no dimensionamento de pavimentos rígidos e flexíveis. pavimentos flexíveis, tendo sido introduzido pelo engenheiro Porter em 1929. Alguns de seus fabricantes preconizam como vantagens, tendo uma grande relação custo Com benefício, sua durabilidade ilimitada, insensível a apareceram também programas utilizando o derivados de petróleo, alta-resistência à abrasão e Método dos Elementos Finitos para cálculo de à carga de ruptura, antiderrapante, fácil remoção e pavimentos rígidos e flexíveis. Alguns desses reassentamento programas consideram os materiais geotécnicos com reaproveitamento total, dispensando conservação e manutenção. o advento do uso do computador que constituem as camadas e o subleito como tendo alternativamente módulos variáveis e O concreto rolado vem sendo empregado desde dependentes do estado de tensão atuante, com o 1893, quando à época, foi utilizado na cidade de pavimento podendo ser carregado ao mesmo Bellefontaine (Ohio – EUA). No Brasil, em ruas tempo por rodas múltiplas. Esses programas desde 1972, como base de pavimentos revestidos fazem ainda comparações de resultados obtidos com asfalto, Poro Alegre, Rio Grande do Sul. nas análises tridimensionais considerando-se a situação de axissimetria, geralmente empregada na grande maioria das análises de pavimentos rodoviários. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 256 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Já as causas de acidentes em obras de arte, Em geral, as estradas de acesso de uma usina bueiros e pontes, podem ter origem em estudos geradora de energia elétrica caracterizam -se por iniciais pouco consistentes, falhas de projeto e pouco construção. O solapamento de parte do terreno tráfego, normalmente leve, havendo ocasiões especiais de tráfego pesado. adjacente a pilares e encontros também é causa comum. Assim, seu projeto deveria ser considerado exclusivo, sabendo-se que grande parte das IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA estradas de acesso de uma central geradora não A experiência do Departamento de Estradas de é pavimentada. Rodagem da Califórnia (EUA), por exemplo, demonstra com base em levantamentos III. ASPECTOS DE MANUTENÇÃO estatísticos elaborados em diversos estados Os principais problemas de manutenção de americanos, que a vida útil média dos pavimentos estradas não pavimentadas e relacionadas ao seu de concreto atingi 25 anos, aproximadamente. leito são os atoleiros, as deformações excessivas do solo, superfície escorregadia, areiões, poeira Já a Associação Brasileira de Cimento Portland - excessiva, “costela de vaca”, esburacamento, ABCP recomenda, no mínimo, 20 anos de tempo rocha aflorante, etc. Com relação à drenagem de vida útil média dos pavimentos. pluvial, a erosão longitudinal e as voçorocas associadas à estrada são as mais comuns e as Como a fixação da vida útil de qualquer pavimento mais graves ocorrências. de uma estrada está intimamente ligada a fatores e características técnicas de projeto, manutenção, Já com relação às pavimentadas, pode-se citar, uso, etc., sendo, portanto, bastante questionável, também as deformações excessivas do solo e limitaremos a considerar esse tempo em 5 anos, ruptura por escorregamento interior. conforme exigência mínima permitida pela lei. Nos pavimentos aparecem defeitos tais como, por REFERÊNCIAS exemplo, [1] Manual de Pavimentação do DNER, 1996. fendilhamento, deslocamento do revestimento, trincas, desagregação, ruptura de camadas estruturais, etc. [2] PITTA, Márcio Rocha, Concreto Rolado: aplicações em pavimentação. 7.ed. São Paulo, A ruptura dos taludes das encostas adjacentes Associação Brasileira de Cimento Portland, 1998. decorre não raramente pela falta de obras 32p. (ET-10). complementares de drenagem e de proteção dos taludes. [3] PITTA, Márcio Rocha, Construção de pavimentos de concreto simples. 2.ed. São Paulo, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 257 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Associação Brasileira de Cimento Portland, 1989. Associação Brasileira de Cimento Portland, 1990. 105p. ilust. 30cm. (ET - 81). 40p. ilust. 30cm. (ET - 14). [4] PITTA, Márcio Rocha, Dimensionamento dos pavimentos de concreto. 9.ed. São Paulo, Estrutura (Poste, Torre) (Sistema de Distribuição) RESUMO uma vida útil variável e depende das condições de Os postes e torres aplicados no sistema de clima da região, os postes injetados devem durar distribuição são elementos indispensáveis na entre 18 e 25 anos. Já os postes de concreto construção de linhas aéreas, e podem ser de armado têm uma vida útil maior que a dos postes madeira, concreto armado ou metálicos, segundo de madeira, e são hoje largamente empregados a importância do circuito e a situação operativa da no sistema de distribuição. Com um bom linha. Os postes de madeira são de eucalipto programa de manutenção preventiva estes postes preservado e custam menos que os outros podem durar mais de 30 anos. Por fim, as torres materiais, porém também possuem menor vida metálicas têm uma vida útil de mais de 40 anos, útil. E ainda, suas dimensões são limitadas, mas são menos utilizadas no sistema de portanto não possuem um extenso campo de distribuição, aplicação. armado consideração, pode-se estimar uma vida útil apresentam a vantagem de ter uma duração muito econômica de 25 anos para as estruturas (poste, grande, porém tem custo superior ao dos postes torre) aplicadas no sistema de distribuição. Os postes de concreto portanto levando isso em de madeira. Os postes de seção circular, são fabricados por um procedimento de centrifugação, I. INTRODUÇÃO onde em um molde apropriado são colocados a Os postes e torres aplicados no sistema de armadura feita com os vergalhões de aço e o distribuição são elementos indispensáveis na concreto, depois esse molde sofre um movimento construção de linhas aéreas, e podem ser de rotatório ao redor de seu eixo longitudinal, e madeira, concreto armado ou metálicos, segundo através do efeito da força centrífuga o concreto a importância do circuito e a situação operativa da será comprimido contra o molde que determina linha. um aumento da resistência do mesmo. Em geral as torres metálicas são feitas por perfis laminados As de aço, unidos por meio de parafusos e porcas. relacionadas são: São aplicados em locais onde os vãos são principais • normas técnicas brasileiras NBR8452 – Postes de concreto armado superiores a 150 m e que precisam de condutores para redes de distribuição de energia com seções maiores. Os postes de madeira têm elétrica - Padronização (02/1998): ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 258 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Padroniza postes de concreto armado, de urbanas e rurais de distribuição de energia seção circular ou duplo T, destinados ao elétrica; suporte de redes aéreas urbanas e rurais • • NBR8456 – Postes de eucalipto de distribuição de energia elétrica, cujas preservado para redes de distribuição de condições exigíveis para fabricação e energia elétrica (04/1984): Fixa condições recebimento estão especificadas na NBR exigíveis 8451; recebimento NBR8457 Postes de preparação postes de e o eucalipto preservados sob pressão, destinados ao preservado para redes de distribuição de suporte de redes aéreas de distribuição de energia elétrica - Dimensões (04/1984): energia elétrica. dimensões de a eucalipto Padroniza – para dos postes de II. CARACTERÍSTICAS eucalipto preservado, destinado ao suporte • de redes aéreas de distribuição de energia II.1. POSTES DE MADEIRA elétrica; Estes postes custam menos que os outros NBR6124 – Determinação da elasticidade, materiais, porém também possuem menor vida carga de ruptura, absorção de água e da útil. E ainda, suas dimensões são limitadas, espessura do cobrimento em postes e portanto não possuem um extenso campo de cruzetas de concreto armado (11/1980): aplicação. Prescreve método de ensaio em postes, cruzetas, estruturas compostas e outros Os postes são de eucalipto preservado, e elementos acessórios de concreto armado destinados ao suporte de redes aéreas de destinados a suportar linhas aéreas de distribuição de energia elétrica. transmissão e distribuição de energia • • elétrica e de comunicação, podendo ser A parte exposta do poste, por ficar exposta ao utilizados para iluminação; tempo, tem maior índice de problemas na madeira NBR6231 – Poste de madeira - que a parte enterrada do poste. Por esta razão, Resistência à flexão (12/1980): Fixa modo para aumentar a vida pelo qual deve ser feito o ensaio de empregados resistência à flexão de postes de madeira; tratamentos para proteção da madeira. diversos útil do poste são procedimentos e NBR8451 – Postes de concreto armado para redes de distribuição de energia II.2. POSTES DE CONCRETO ARMADO elétrica - Especificação (02/1998): Fixa as Os postes de concreto armado apresentam a condições exigíveis para a fabricação e o vantagem de ter uma duração muito grande, recebimento porém tem custo superior ao dos postes de de postes de concreto armado, de seção circular ou duplo T, madeira. destinados ao suporte de redes aéreas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 259 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Atualmente se aplicam postes de concreto armado de seção circular ou duplo T. Os postes de seção circular, são fabricados por um procedimento de centrifugação, onde em um molde apropriado são colocados a armadura feita com os vergalhões de aço e o concreto, depois esse molde sofre um movimento rotatório ao redor de seu eixo longitudinal, e através do efeito da força centrífuga o concreto será comprimido contra o molde que determina um aumento da resistência do mesmo, veja Figura 1. Os postes centrifugados apresentam uma estrutura limpa e fina, por causa do contato com o molde metálico, e permite que os postes sejam pintados. É importante observar a carga de peso que será suportada por essa estrutura, do mesmo modo Figura 1 – Poste de concreto armado que para os postes de madeira. Quanto à fixação no solo, é feita da mesma maneira que os postes II.3. TORRES de madeira. Em geral as torres são feitas por perfis laminados de aço, unidos por meio de parafusos e porcas. São aplicados em locais onde os vãos são superiores a 150 m e que precisam de condutores com seções maiores. As torres metálicas utilizadas no sistema de distribuição são mais simples que as similares utilizadas na transmissão porque estão sujeitas a menos esforços. Na figura 2 vê-se um exemplo deste tipo de estrutura: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 260 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III.1. INSPEÇÃO VISUAL Deverão ser observados os seguintes pontos: • Numeração dos postes: o número que estiver apagado total ou parcialmente deverá ser identificado para ser pintado novamente; • Erosão do terreno: anotar sempre que águas servidas ou da chuva estiverem solapando perigosamente a base do poste ou do contraposte; • Poste fora de alinhamento, inclinado ou fletido: o poste que estiver fora do alinhamento geral da posteação, sem Figura 2 – Torre metálica III. MANUTENÇÃO motivo justificável, deverá ser corrigido, PREDITIVA especialmente ao longo das estradas; os E postes devem estar erguidos verticalmente PREVENTIVA e, quando fletidos, suas flechas não No sistema de distribuição são utilizados os deverão exceder os limites recomendados seguintes métodos de inspeção: pelas normas específicas; • Total ou poste-a-poste: devem ser • vistoriados todos os postes da rede ou rachadura: os postes de madeira deverão linha de distribuição; • Setorial: devem ser inspecionados quanto à putrefação, ser vistoriados os pouco acima e abaixo do nível do solo (± componentes específicos da rede ou da 30 cm). Deverão ser percutidos com um linha de distribuição, como por exemplo, as • Poste com base deteriorada ou com martelo; quando apodrecidos, emitirão um chaves, etc.; ruído característico. No caso de haver Por amostragem: deverão ser vistoriados rachaduras apenas alguns postes (pertencentes à também deverão ser anotadas. Anotar amostra pré-selecionada) do total de também postes instalados na rede ou linha de combustível junto à base do poste de distribuição. madeira para que seja providenciado o ou a fendas presença pronunciadas, de material aceiro; Segundo os critérios vigentes, são executados os seguintes tipos de inspeção nas redes e linhas de distribuição: • Poste com armadura exposta: os postes de concreto com ferragem exposta podem durar muitos anos ou necessitar de substituição imediata, dependendo das ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 261 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • dimensões do defeito e da extensão da IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA corrosão por ferrugem; Os postes de madeira têm uma vida útil variável e Necessidade de substituição: será depende das condições de clima da região, os recomendada a substituição nos casos em postes injetados devem durar entre 18 e 25 anos. que o poste não tiver condições de resistir por mais de um ano ao defeito apresentado. útil maior que a dos postes de madeira, e são hoje Para as cruzetas deverão ser verificados: • Já os postes de concreto armado têm uma vida largamente empregados distribuição. Com um no sistema de bom programa de Nivelamento: as cruzetas inclinadas ou manutenção preventiva estes postes podem durar deslocadas da posição normal por falta de mais de 30 anos. mão-francesa ou por outra causa deverão ser anotadas para correção; • Substituição: serão Por fim, as torres metálicas têm uma vida útil de substituídas as mais de 40 anos, mas são menos utilizadas no cruzetas que apresentarem queimaduras sistema de distribuição, portanto levando isso em extensas de raios, rachaduras, lascas ou consideração, sinais de apodrecimento. desenvolvimento de técnicas de fabricação de juntamente com o rápido concreto cada vez melhores, pode-se estimar uma Para as ferragens deverão ser verificados: vida útil econômica de 25 anos para as estruturas • Pinos; • Mãs-francesas, olhais; • Parafusos, porcas e arruelas; REFERÊNCIAS • Cintas; [1] Manutenção e Operação de Sistemas de (poste, torre) aplicadas no sistema de distribuição. Distribuição – Volume 4. Editora Campus / quanto: • À integridade; • À ferrugem; • À fixação (peças frouxas); • Às condições Eletrobrás, 1982. que [2] Manual de Construção de Redes – Volume 6. favoreçam Editora Campus / Eletrobrás, 1988. radiointerferência. [3] Proteção de Sistemas Aéreos de Distribuição – III.2. INSPEÇÃO INSTRUMENTAL Volume 2. Editora Campus / Eletrobrás, 1982. Dentre os critérios vigentes, são os seguinte os tipos de inspeção instrumental: • Inspeção de radiointerferência em mãos- [4] G.Z. Júdez. Redes Eléctricas de Alta y Baja Tensión. Editorial Gustavo Gili, 1965. francesas frouxas, ferragem não aterrada e peças enferrujadas ou corroídas. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 262 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Estrutura (Poste, Torre) (Sistema de Transmissão) RESUMO seu As linhas de transmissão constituem parte de um determina as cargas atuantes bem como a sistema de potência que tem como objetivo influência destas sobre a linha de transmissão, e transportar a energia elétrica das unidades devido geradoras até o local de consumo. As estruturas classificação são os elementos de sustentação dos cabos das comportamento linhas de transmissão. A grande maioria das estruturas estruturas é formada por três tipos de materiais estaiadas. As estruturas também sofrem processo diferentes: aço, concreto armado e madeira. O de corrosão, devido aos agentes atmosféricos e aço é empregado na maioria das estruturas sendo as correntes de fuga, que podem reduzir a vida útil que este recebe aplicação de zinco para se do proteger da corrosão. O concreto é utilizado em preditiva e preventiva devem ser aplicados a fim linhas de fácil acesso devido sua dificuldade de de manter as estruturas em bom estado de transporte. A madeira é um tipo de material de conservação, pois caso seja necessária, a estrutura que está em desuso. As estruturas além manutenção corretiva causará problemas para o de sua função geral de suporte de condutores abastecimento de energia elétrica. Sendo bem possuem funções subsidiárias que determinam o dimensionadas e tendo manutenção periódica, dimensionamento. às solicitações de dois perante A norma sofridas decorre a grupos quanto o São as a autoportantes equipamento. NBR5422 Métodos carga. e as de estruturas manutenção ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 263 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação pode-se determinar genericamente que as destinados estruturas possuem uma vida útil de 50 anos. às linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. • I. INTRODUÇÃO NBR8842 – Suportes metálicos treliçados para linhas de transmissão – Resistência de ao carregamento (04/1985): Prescreve sustentação dos cabos das linhas de transmissão, método para verificação da resistência ao que são responsáveis pelo transporte de energia carregamento elétrica da geração à região de consumo. Elas são treliçados responsáveis pela formação do corpo de uma transmissão de energia elétrica. As estruturas linha de consistem transmissão, os de elementos modo que sua • em para suportes linhas metálicos aéreas de NBR8853 – Porca sextavada de segurança suportabilidade a todos os fenômenos naturais, para estruturas metálicas de linha de tanto mecânicos quanto elétricos, garanta uma transmissão e subestações (08/1982): operação confiável ao sistema. Padroniza dimensões e características mecânicas e de superfícies das porcas As formas das estruturas são determinadas principalmente pela tensão nominal de exercício e pelas sobrecargas previstas. Como sextavadas de segurança. • NBR7095 – Ferragens eletrotécnicas para fatores linhas de transmissão e subestações de secundários têm-se as flechas, a forma de alta tensão (12/1981): fixa as condições sustentação, e o diâmetro dos condutores. Em exigíveis das ferragens eletrotécnicas, função desses elementos é possível fixar a forma utilizadas em linhas e subestações. de determinar as distâncias entre condutores, a • NBR7876 – Linhas e equipamentos de alta altura de seus pontos de suspensão, e a distância tensão – Medição de radiointerferência na deste ao aterramento da estrutura. faixa de 0,15 à 30 MHz (04/1983): Prescreve As principais normas técnicas brasileiras relacionadas são: • métodos de ensaios necessários para a realização de medições de tensão e de intensidade de campo de NBR5422 – Projetos de linhas aéreas de radiointerferência em equipamentos de alta transmissão de energia elétrica (02/1985): tensão e linhas, na faixa de freqüência de Fixa princípios básicos no qual devem ser 0,15 à 30 MHz. projetadas as linhas aéreas, de modo a garantir níveis mínimos de segurança, e II. CARACTERÍSTICAS perturbações em instalações próximas. • NBR8850 – Execução metálicos treliçados de suportes II.1. MATERIAIS PARA ESTRUTURAS de Os materiais usuais na fabricação das estruturas transmissão (05/1985): Fixa condições das linhas de transmissão são a madeira, o básicas para cálculo, projeto e fabricação concreto e os metais. Para cada tipo de material, de há formas construtivas diferentes, podendo ser suportes para metálicos linhas treliçados, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 264 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação utilizadas com graus de segurança equivalentes, desde que retratem as condições que serão A armação convencional é a que melhor se encontradas em serviço. adapta para as estruturas de linha de transmissão, e em sua fabricação são empregados os II.1.1. Madeira processos de centrifugação e vibração. Quando empregada em linhas de transmissão, possui características especiais, que são capazes Pelo de satisfazer as exigências peculiares do serviço, velocidade, obtêm-se peças de seção circular oca. que são: O movimento rotativo em torno do eixo provoca a • • • processo de centrifugação de alta Elevada resistência mecânica flexão: as eliminação peças de madeira utilizadas não devem portanto, a porosidade do concreto. As peças ser excessivamente volumosas e devem assim obtidas são de boa qualidade, de elevada resistir a esforços elevados; resistência e bem delgadas. São, porém, bastante Boa resistência às intempéries: as peças flexíveis requerendo cuidados especiais em seu estruturais de madeira, quando expostas manejo, a fim de evitar fendas capilares, através ao tempo, não devem se fender ou trincar; das quais a água pode penetrar e atacar a Indeformabilidade com o decorrer do armação. do excesso d’água, reduzindo, tempo: as peças devem suportar torções e • encurtamentos desiguais em suas fibras; A fabricação pelo processo de vibração, também Boa resistência a microorganismo: a chamado de convencional, possui técnica simples. madeira deve apresentar resistência ao Através desse processo, pode-se obter peças de ataque de fungos e bactérias. características excelentes, em geral mais rígidas e ligeiramente mais espessas pra uma mesma No Brasil, há madeiras capazes de satisfazer as resistência que as peças centrífugas . Para esse condições previstas, como a aroeira, candeia e processo, massaranduba, quantidade dos agregados são menos críticas que mas devida às pressões ecológicas são cada dia mais raro a sua a dosagem de argamassa e a no processo anterior. utilização. II.1.3. Estruturas Metálicas II.1.2. Concreto Armado São construídas normalmente de aço-carbono O emprego das estruturas de concreto armado normais ou de alta resistência revestidos com deve-se aos aços-carbono de alto ponto de zinco (aço galvanizado), em perfilados ou tubos, escoamento, que permite uma redução das podendo ser obtidas as mais variadas formas e dimensões das peças, reduzindo seus custos, dimensões. Dada à versatilidade do aço como aumentando a material de construção, podem ser fabricadas em manutenção e melhorando o transporte e a grandes séries. Sendo compostas de peças instalação do equipamento. relativamente pequenas e leves, podem ser a durabilidade, diminuindo ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 265 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação transportadas com bastante facilidade a qualquer II.3. ESFORÇOS MECÂNICOS NAS ESTRUTURAS ponto, para sua montagem local. A norma NBR5422, especifica as cargas atuantes, bem como a influência destas sobre as estruturas Quando se tem um melhor entendimento do jogo das linhas de transmissão. São elas: de forças envolvidas, pode-se obter grandes reduções de peso e conseqüentemente reduções de custo. Devem ser protegidas contra a II.3.1. Cargas Verticais • tração dos condutores e pára-raios; oxidação. II.2. FUNÇÕES DAS ESTRUTURAS • Peso de acessórios de fixação dos cabos; • Peso próprio do suporte e eventuais As estruturas, além de sua função geral de suporte dos condutores, possuem também cargas elétricas, devido ao estaiamento; • funções subsidiárias, cuja influência é marcante em seu Componentes verticais dos esforços de dimensionamento. Essas Sobrecarga de montagem, manutenção e outros. funções relacionam-se ao tipo de carga que devem II.3.2. Cargas Horizontais Transversais • suportar. Ação do vento sobre o cabo e respectivo acessório de fixação; Estrutura de suspensão: São estruturas • adequadas para suportar todos os tipos de esforços em condições de operação. São os tipos Ação do vento sobre suporte, na direção normal à linha; • de estruturas mais utilizadas. Componentes horizontais, transversais, dos esforços de tração dos cabos, e eventuais esforços horizontais introduzidos Estrutura de ancoragem: São estruturas de fim de pelo estaiamento. linha com reforço adicional, pois estas devem ser pontos de sustentação para todo o conjunto de II.3.3. Cargas Horizontais Longitudinais • torres. Componentes horizontais longitudinais dos esforços dos cabos e eventuais esforços Estrutura para ângulo: São estruturas adequadas para mudança de direção das linhas. produzidos pelo estaiamento; • Ação do vento sobre o suporte na direção da linha. Estrutura de derivação: São adequadas para fazer Têm-se ainda cargas consideradas excepcionais, uma derivação, sem haver necessidade de as quais sob certas condições, os condutores interrupção ou secionamento em um dado ponto. devem resistir. São as cargas provocadas pelo rompimento de um ou mais cabos, ou as cargas resultantes devido à queda de alguma torre. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 266 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.4. RESISTÊNCIA DAS ESTRUTURAS II.4.2. Estruturas Estaiadas Devido às solicitações sofridas pode-se considerar São geralmente estruturas flexíveis ou mistas uma estrutura como uma viga vertical engastada enrijecidas por tirantes ou estais. Os tirantes no solo, com cargas verticais e cargas horizontais absorvem transversais concentradas em sua parte superior. transmitindo-os diretamente ao solo através de As cargas horizontais, que provocam momentos âncoras. Outra parte dos esforços é transmitida elevados devem ser analisadas cuidadosamente. axialmente pela estrutura. Os tirantes são, em Desta maneira decorre a classificação em dois geral, grupos, quanto ao seu comportamento perante galvanizados. partes dos construídos esforços com cabos horizontais, de aço essas cargas.[1] [6] II.5. CORROSÃO NAS ESTRUTURAS II.4.1. Estruturas Autoportantes As torres de uma linha de transmissão de energia São estruturas que transmite todos os esforços elétrica são projetadas para atenderem a longos diretamente para as fundações, comportando-se períodos de operação, devendo portanto possuir como proteção anticorrosiva compatível com o meio. vigas engastadas verdadeiras, com elevados momentos fletores junto à linha de solo. Normalmente as torres são fabricadas com perfis de aço revestidos com zinco (aço galvanizado), As estruturas autoportantes podem ser: • • Estruturas rígidas: São dimensionadas de agressividade atmosférica e do solo, quando para resistir aos esforços normais e aplicada sobrecargas, sem deformações elásticas adequados. O revestimento é obtido através de perceptíveis, e às cargas excepcionais imersão em banho de zinco, e as suas principais com deformações elásticas de menor características importância. São simétricas em ambas as superficial, temperatura e composição do banho, direções, com dimensões relativamente tempo de imersão, velocidade de remoção da grandes, e construídas em estruturas peça, velocidade de resfriamento e composição metálicas treliçadas. do aço.[2] dentro dos padrões dependem de da qualidade preparação Estruturas flexíveis: Resistem apenas às cargas • proteção esta que atente a maioria das condições normais e sem deformações As torres de transmissão com fundações perceptíveis, resistindo às sobrecargas e metálicas constituem um sistema peculiar sob o esforços excepcionais com deformações aspecto de corrosão, pois estão sujeitas à elásticas consideráveis. São simétricas em agressividade de dois ambientes totalmente ambas as direções. diferentes: a atmosfera e o solo. O conhecimento Estruturas mistas ou semi-rígidas: São da velocidade de corrosão do aço galvanizado nos rígidas em uma direção e flexíveis na dois ambientes é, sem dúvida, um parâmetro outra. importante. Tem sido verificado na operação que as fundações das torres estão em processo ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 267 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação bastante avançado de corrosão, quando se as estruturas da torre que sofrem apenas o ataque compara com as ferragens do restante da da estrutura. O grande desafio é retardar, ao máximo, satisfatoriamente impedida. Em ambientes mais o processo corrosivo das fundações, de tal modo, ríspidos é necessária a aplicação da pintura de que a degradação das torres seja com taxas manutenção no caso das estruturas metálicas e equivalentes entre as fundações e as ferragens da da aplicação de fungicidas nas estruturas de seção aérea. [2] [5] madeira. Nas estruturas de concreto a ação da corrosão O ponto crítico de atuação da corrosão é o solo, poderá atacar a armação fazendo com que esta pois este cria todo um conjunto de condições se desgaste e afete todo o conjunto da estrutura. favoráveis. Há vários métodos de manutenção atmosfera a ação da corrosão é preditiva utilizados: Para estruturas de madeira ocorre o apodrecimento causado por fungos que atacam e III.2.1. Método Visual destroem. localizam É o acompanhamento do processo de corrosão preferencialmente em fendas e junto à linha de através de medidas de perda de peso ou afloramento no solo, exatamente na região mais profundidade de pite (perfuração em pontos solicitada da estrutura. discretos). Nas condições reais de aplicação do Esses fungos material é sem dúvida a forma mais precisa e III. MANUTENÇÃO PREDITIVA E confiável de avaliar a agressividade de um solo e o real estágio de corrosão no qual se encontra a PREVENTIVA fundação de uma torre, porém é um método muito III.1. MANUTENÇÃO DEVIDO A ESFORÇOS trabalhoso, pois é necessário escavar o solo junto MECÂNICOS aos montantes que compõe a fundação das torres Com relação aos esforços mecânicos sofridos de transmissão atingindo profundidades de 3,5m pelas estruturas, a manutenção preditiva é feita ou mais, dependendo da altura da torre sendo que através da inspeção visual das peças da estrutura. para isso, o número de trabalhadores é elevado e Está é realmente necessária quando as estruturas a mecanização é um sistema pouco utilizado sofrerem a ação de ventos fortes, ou o nestas tarefas, devido aos locais apresentarem rompimento de cabos. Estes intempéries podem dificuldades nos acessos para um trabalho comprometer as estruturas de todo um conjunto mecanizado ao longo das linhas de transmissão de torres. do sistema elétrico. III.2. MANUTENÇÃO DEVIDO A CORROSÃO III.2.2. Método de Medição devido à Corrosão Independente do material utilizado, seja este aço, Baseia-se na medição do potencial através do concreto ou madeira, todas as estruturas estão voltímetro, entre o montante de fundação da torre sujeitas à degradação através da corrosão. Para de transmissão e um eletrodo de referência ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 268 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação constituído de cobre/ sulfato de cobre abastecimento de energia. Devido a este fator (Cu/CuSO4), onde os valores medidos são deve se dar maior ênfase às manutenções associados ao estado de corrosão da fundação. preventivas e preditivas. Como indicação geral para o setor elétrico, onde V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA normalmente as estruturas são de aço carbono Em geral, não há especificação da vida útil das zincado, verifica-se que os valores potenciais, estruturas, no qual se subentende que estes são medidos com relação ao eletrodo Cu/CuSO4, função do ambiente que estão submetidos, como: variam desde –0,4V até –1,1V, dependendo do as condições de vento, de solo e até de estado físico do revestimento de zinco e das vandalismo. condições do solo. Valores fora desta faixa ou flutuações nas leituras são indicações seguras da Se todas as intempéries consideradas forem presença de correntes de interferência. Potenciais observadas no dimensionamento das linhas, e positivos são extremamente nocivos para a com a atual tecnologia que tem a capacidade de estrutura metálica, uma vez que indicam a produzir elementos mais resistentes a esforços existência de corrente diretamente para o solo, ou mecânicos e elétricos pode-se estimar uma vida seja, que a estrutura encontra-se funcionando útil econômica por volta de 50 anos para as como anodo da célula eletrolítica, sofrendo estruturas da linha de transmissão. corrosão severa. REFERÊNCIAS Portanto a técnica de medição do potencial de [1] R.D. Fuchs. Projetos mecânicos das linhas corrosão tem a finalidade de verificar o estado aéreas de transmissão. Edgard Blücher, 1982. físico da estrutura metálica enterrada quanto à existência ou não de um processo de corrosão [2] J. M. da Silva, J. Friedrich. Experiência da acentuado, isto é, se a estrutura está corroída ou Copel na aplicação do sistema de proteção não, para este objetivo a medição deve ser feita catódica em linhas de transmissão convencionais. após o isolamento dos pára-raios, e a desconexão Anais do II Seminário Nacional de Manutenção do do sistema de aterramento.[4] Setor Elétrico. IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA [3] F. L. Fragata. Pintura de manutenção de A manutenção corretiva consiste na troca de uma equipamentos elétricos e de estruturas metálicas peça ou de todo o conjunto da estrutura, quando – recomendação técnica. Anais do II Seminário esta não atende mais as devidas condições Nacional de Manutenção do Setor Elétrico. operativas. [4] F. R. Wojcicki. A influência das correntes de Do caso das estruturas da linha de transmissão as fuga (60Hz) advindas dos cabos pára-raios na manutenções podem comprometer seriamente o corrosão das fundações metálicas das linhas de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 269 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação transmissão AC – Tipo grelha dimensionada. Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1999. [5] M.K. Mori e F.J.S. de Siqueira. A experiência da EPTE na inspeção de fundações de estruturas de transmissão utilizando o método de medição do potencial de corrosão. [6] O. Navarro – Estruturas metálicas. Apostila do curso de estruturas da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1985. Estrutura da Tomada D’água RESUMO D’água em cerca de 50 anos de média O presente trabalho aborda a Estrutura da aproximada, sendo igual, portanto, ao tempo de Tomada vida útil econômico da própria usina. D’água de uma central geradora, procurando definir sucintamente alguns aspectos conceituais básicos que norteiam o seu projeto, a I. INTRODUÇÃO sua construção, a sua operação e a sua A Tomada D’água tem por finalidade captar água manutenção, buscando, com isso, determinar a de um rio ou reservatório, conduzindo-a ao vida útil e a taxa de depreciação desse tipo de sistema adutor e daí às turbinas, com o mínimo empreendimento. Dependendo de uma série de possível de perda de carga. condicionantes, tais como a topografia e a geologia locais, além de sua forma em planta, sua Deve preferencialmente dispor de dispositivos que localização, se associada ou não à barragem, se impeçam a entrada de corpos flutuantes, bem situada nas margens, etc., é que será definido o como, arranjo de uma Tomada D’água. A experiência de fechamento diversas necessário. concessionárias do setor elétrico de comportas da que entrada possibilitem d’água, o quando brasileiro aceita fixar a vida útil de uma Tomada ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 270 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Existem inúmeras alternativas de arranjo da facilitada, visto estar menos propícia à obstrução Estruturada ser das grades. A grade, estando na posição fixa, também executada associada à barragem ou pode ser limpa manualmente ou mecanicamente, situada fora do seu corpo. podendo ser ainda içada para limpeza. No caso Tomada D’água, podendo de limpeza mecânica, esta pode ser feita através A localização e a forma em planta da Tomada de máquina limpa-grade. D’água são definidas por modelo reduzido ou adequadas à situação local do rio, procurando-se Adicionalmente, a Tomada D’água pode ser sempre evitar distúrbios hidráulicos, tais como protegida a montante por cerca flutuante que, em contrações e turbilhões que possam causar sua forma mais simples, é constituída de perdas de carga, deposição de sedimentos em tambores presos a cabos ancorados a blocos de frente a sua entrada. No caso de estar localizada concreto situados em ambas as margens de sua fora do corpo da barragem e às margens de um entrada. Os arranjos de estrutura da Tomada rio, ela deve ser construída ao longo de trechos D’água podem prever, além disso, dispositivos retos ou do lado côncavo de trechos curvilíneos. desarenadores compostos de comportas, câmara Os trechos convexos são propícios à deposição de retenção de material decantado, entre outros. de sedimentos carreados pelo rio. Para eventuais reparos locais a estrutura da Além disso, quando a estrutura da Tomada Tomada D’água pode dispor de comportas “stop- D’água for seguida por uma adutora sob pressão, logs”, posicionadas a montante das grades. conduto ou túnel, a sua entrada tem de ser dimensionada de modo a assegurar que o nível As grades da Tomada D’água, além de serem d’água mínimo do reservatório esteja a uma altura dimensionadas para suportar esforços isolados ou suficiente para evitar a entrada de ar nessa combinados, devem também ser espaçadas tubulação. conforme o tipo e as dimensões físicas das turbinas. A dimensão definitiva pode ser obtida A Tomada D’água quando posicionada à pequena junto ao fabricante da turbina ou conforme profundidade fica mais exposta ao afluxo de recomendações de livros ou manuais. galhos, troncos e folhas de árvores, plantas aquáticas, entre outros. Assim, a sua entrada As grades da Tomada D’água podem estar na deve ser protegida por grades calculadas para posição resistir aos impactos desses corpos flutuantes, aproximadamente. bem como, ao empuxo d’água variável, quando do O valor da velocidade da água na seção da grade entupimento parcial verificado nas barras. não é coincidente para muitos especialistas. No vertical até um máximo de 75° entanto, seu valor pode alcançar até 3,5 m/s Quando a Tomada D’água for executada em aproximadamente. profundidades maiores, a limpeza das barras é ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 271 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação No caso da falta de dispositivos de fechamento exemplo, recalque da fundação, alta rigidez dos das turbinas, as comportas são de grande valia. elementos constituintes da estrutura de concreto, Elas podem ser construídas de madeira, aço e de esforços e deformações nocivos não previstos no outros materiais. As mais comuns são as do tipo projeto, elevado gradiente térmico, reatividade vagão ou lagarta. No caso de uma comporta álcali-agregado, suportar grandes esforços, podendo ter, nesse poluentes, entre outros. carbonatação, efeito de caso, uma seção antieconômica, ela poderá ser Os casos de reatividade álcali-agregado (RAA) bipartida. encontrados no Brasil ainda são poucos, quando O desvio temporário de um rio pode ser feito comparados a países como os Estados Unidos, através da própria estrutura da Tomada D’água. 3% e 50% em 1995, respectivamente. II. MANUTENÇÃO Infelizmente, essa degradação pode ocorrer indistintamente em qualquer obra de concreto. Em Os problemas civis mais comuns de uma Tomada diferentes análises da RAA feitas recentemente no D’água dizem respeito ao concreto de sua Brasil não foi constatada a presença de qualquer estrutura que, não devidamente tratado, pode reatividade no concreto de diversas estruturas diminuir a sua vida útil. executadas com material pozolânico. Outras obras, no entanto, que foram executadas sem a Como esses problemas são inerentes a qualquer presença estrutura de concreto, serão abordados os mais apresentaram evidências da RAA. Dentre essas corriqueiros. obras, além de estruturas de Tomada D’água, destacam-se de componentes barragens, Casas inibidores de Força, As anomalias do concreto aparecem quase vertedouros, sempre na forma de rachaduras, trincas, fissuras, forçados, entre outros. Só para se ter uma idéia etc., seguidas ou não de infiltrações d’água. da gravidade desse problema, cita-se, Algumas causas da deterioração do concreto são exemplo, a Casa de Força da usina de Moxotó, muitas vezes de difícil identificação, necessitando, onde ali o concreto afetado por RAA teve como não raramente, da intermediação de especialistas agravantes o roçamento das pás das turbinas no em patologia do concreto. anel de revestimento do tubo de sucção, além de blocos de apoio de condutos por inclinação do eixo das unidades geradoras, Os comissionamentos feitos durante a entrega inclinação das palhetas do pré-distribuidor, entre das obras, bem como, as inspeções periódicas outros. podem A carbonatação provoca a redução do valor do revelar falhas de construção e manutenção, respectivamente. PH, suprimindo a barreira natural alcalina formada pelo hidróxido de cálcio que assegura a proteção A deterioração do concreto pode ser causada por da armadura. Assim, as estruturas de concreto fenômenos que gerais ou localizados, agindo isoladamente ou combinados, envolvendo, por apresentam carbonatação têm como conseqüência mais provável a corrosão da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 272 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação armadura. Nos projetos de reparação do concreto, de 50 anos de média aproximada, sendo igual, é necessário determinar a profundidade limite do portanto, ao tempo de vida útil econômico da PH. própria usina. A ação dos íons cloretos, advindos da penetração REFERÊNCIAS no concreto com os sais de descongelamento, [1] Diversos autores, Design of Small Dams, atmosfera marinha e/ou mesmo através do uso de United States Department of the Interior, 1987. aditivos à base de cloreto, pode provocar também a corrosão da armadura. Existem ensaios que [2] Diversos autores, Safety Evaluation of Existing permitem determinar o teor máximo de cloretos, Dams, United States Department of the Interior, sendo que se aceitam valores de 0,4% e 0,2% 1987. para concreto armado convencional e protendido, respectivamente, tomados em relação ao peso do cimento. A degradação [3] Schreiber, Gerhard Paul, São Paulo, Edgard Blücher, Rio de Janeiro, Engevix, 1977. das estruturas de concreto, caracterizadas como falhas de manutenção e/ou pós-construção, pode resultar numa provável [4] Diversos autores, Verificação da Existência da Reação Álcali-Agregado no Concreto da UHE ruína parcial ou total, caso não tratada a tempo e Barra Bonita, Anais do XXII Seminário Nacional de com critério técnico. Grandes Barragens, 1997. Além das inspeções programadas, a estrutura da [5] Diversos autores, Simpósio Sobre Reatividade Tomada D’água deve ser vistoriada sempre que Álcali-Agregado em Estruturas de Concreto, aparecerem anomalias, falhas de grande vulto e Goiânia, Comitê Brasileiro de Barragens – CBDB, outros problemas. 1999. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA O tempo de vida útil da Tomada D’água está inicialmente na dependência do bom ou mau desempenho do seu projeto, de sua construção, de sua operação e de sua manutenção, sejam eles atuando isoladamente ou combinados, refletindo, com isso, a taxa de depreciação a ser determinada. A experiência de diversas concessionárias do setor elétrico brasileiro mostra que é aceitável fixar a vida útil de uma Tomada D’água em cerca ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 273 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Estrutura Suporte de Equipamento e de Barramento RESUMO adequada, resiste por um tempo considerável. A subestação elétrica constitui parte de um São dadas as cargas mecânicas atuantes em uma sistema de potência, concentrado em um dado estrutura, bem como sua influência sobre a local, das estrutura. As estruturas também sofrem processo extremidades da linha de transmissão e/ou de corrosão, devido aos agentes atmosféricos e distribuição, com os respectivos dispositivos de as correntes de fuga, que podem reduzir a vida útil manobra, controle e proteção, incluindo as obras do civis as preditiva e preventiva devem ser aplicados a fim responsáveis pela sustentação de todos os de manter as estruturas em bom estado de equipamentos isoladores, conservação, pois caso seja necessária, a conectores, transformadores, disjuntores, TPs, manutenção corretiva causará problemas para o TCs, barramentos, e outros mais. As subestações, abastecimento de energia elétrica. Sendo bem em sua grande maioria são formadas por dimensionadas e tendo manutenção periódica, estruturas de concreto e aço. O concreto pode-se apresenta estruturas possuem uma vida útil de 50 anos. compreendendo e as primordialmente estruturas, presentes maior que são como: durabilidade, estas evitando equipamento. determinar Métodos de manutenção genericamente que as manutenções. O aço, material mais utilizado, é de fácil manejo e mais barato, e se tiver manutenção ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 274 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação I. INTRODUÇÃO arranjos típicos configurações elétricas, As estruturas consistem nos elementos de tipos de carga, potências instaladas e sustentação de equipamentos e barramentos de tensões nominais. uma subestação. Elas são responsáveis pela • NBR8853 – Porca sextavada de segurança formação do corpo de uma subestação, de modo para estruturas metálicas de linha de que sua suportabilidade a todos os fenômenos transmissão e subestações (08/1982): naturais, elétricos, Padroniza dimensões e caracterís ticas garanta uma operação confiável. As estruturas e mecânicas e de superfícies das porcas suas fundações correspondem a uma parcela sextavadas de segurança. tanto mecânicos quanto considerável do custo de implementação da • subestação. NBR5032 – Isoladores de porcelana ou vidro para linhas aéreas e subestações de alta tensão (11/1984): fixa condições As principais normas técnicas brasileiras exigíveis para recebimento de isoladores de porcelana ou de vidro. relacionadas são: • NBR11388 instalações – Sistema subestações Pintura e • NBR5032 – Isoladores de porcelana ou elétricas vidro para linhas aéreas e subestações de (12/1990): Fixa condições exigíveis aos alta tensão – Ensaios (01/1985): prescreve diversos esquemas de revestimento por ensaios para recebimento de isoladores de pintura, aplicados em superfícies metálicas porcelana ou de vidro. em de de equipamentos subestações e elétricas. instalações de Aplica-se a II. CARACTERÍSTICAS equipamentos e instalações abrigadas ou • desabrigadas, de aço-carbono zincado e II.1. DISPOSIÇÃO DAS ESTRUTURAS aço-cromo, e a equipamentos e estruturas As estruturas simples usadas para suportar novas de fábrica e manutenção nas componentes monofásicos, como disjuntores, dependências do usuário. transformadores NBR7095 – Ferragens eletrotécnicas para isoladores, oferecem poucas alternativas de linhas de transmissão e subestações de variação e interessam menos que as estruturas alta tensão e extra alta tensão (12/1981): trifásicas,que são mais complexas. de corrente e tensão e Fixa as condições exigíveis das ferragens • eletrotécnicas, usadas em linhas aéreas de Estruturas no qual as pernas devem suportar os transmissão e subestações de alta e extra circuitos trifásicos ou componentes ocorrem na alta tensões. maioria dos layouts dos circuitos. Existem duas NBR9523 - Subestações de distribuição configurações básicas, a pi e a trave, que estão (06/1995): sendo mostrada nas figuras abaixo.[1] [6] Classifica subestações de distribuição de concessionárias de energia elétrica, levando em conta seus projetos, Estrutura pi: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 275 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.2.2. Aço São construídas normalmente de aço-carbono normais ou de alta resistência revestidos com zinco (aço galvanizado), em perfilados ou tubos, podendo ser obtidas as mais variadas formas e dimensões. Dada à versatilidade do aço como material de construção, podem ser fabricadas em figura 1 – Disposição da estrutura pi grandes séries. Sendo compostas de peças relativamente pequenas e leves, podem ser Estrutura trave: transportadas com facilidade. Possuem excelente resistência mecânica, tanto a esforços verticais, quanto a esforços horizontais. Uma outra vantagem em relação ao conc reto é que são mais flexíveis. II.3. ESFORÇOS MECÂNICOS NAS ESTRUTURAS São demonstradas as cargas atuantes, bem como figura 2 – Disposição da estrutura trave a influência destas sobre as estruturas das subestações. São elas: II.2. MATERIAIS DAS ESTRUTURAS Concreto e aço tem sido usadas com mais freqüência em estruturas suportes de subestação. Cargas Verticais: • Peso dos equipamentos que estão Ligas de alumínio, e em algumas circunstâncias a acoplados na estrutura, como isoladores, madeira, também podem ser utilizadas.[1] [2] [3] conectores, transformadores, TPs, TCs, disjuntores, barramentos e outros; II.2.1. Concreto • Componentes verticais dos esforços de tração dos condutores e pára-raios; Em subestações são utilizadas estruturas de concreto armado, com armação de aço-carbono. • Peso de acessórios de fixação dos cabos; A maior vantagem das estruturas de concreto e • Peso próprio do suporte e eventuais sua durabilidade, fazendo com que a necessidade de manutenção não seja prioritária. Em relação a cargas elétricas, devido ao estaiamento; • estruturas de aço, estas requisitam fundações Sobrecarga de montagem, manutenção e outros. maiores, com isso o seu custo de instalação é maior. Além disso são estruturas únicas, que ao Cargas Horizontais Transversais: sinal de algum problema, há dificuldade de serem • Ação do vento sobre o suporte; substituídas. • Componentes horizontais, transversais, dos esforços de tração dos cabos, e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 276 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação eventuais esforços horizontais introduzidos conhecimento da velocidade de corrosão do aço pelo estaiamento. galvanizado nos dois ambientes é, sem dúvida, um parâmetro importante. Tem sido verificado na Cargas Horizontais Longitudinais: • • operação que as fundações estão em processo Componentes horizontais longitudinais dos bastante avançado de corrosão, quando se esforços dos cabos e eventuais esforços compara com as ferragens do restante da produzidos pelo estaiamento; estrutura. O grande desafio é retardar, ao máximo, Ação do vento sobre o suporte. o processo corrosivo das fundações, de tal modo, que a degradação tenha taxas equivalentes entre Têm-se ainda cargas consideradas excepcionais, as fundações e as ferragens da seção aérea. as quais sob certas condições, as estruturas devem resistir. São as cargas provocadas pelo Nas estruturas de concreto a ação da corrosão rompimento de um ou mais cabos, ou as cargas poderá atacar a armação fazendo com que esta resultantes se desgaste e afete todo o conjunto da estrutura. devido a problemas com outra estrutura. III. II.4. CORROSÃO NAS ESTRUTURAS MANUTENÇÃO PREDITIVA E PREVENTIVA As subestações de energia elétrica são projetadas para atenderem a longos períodos de operação, III.1. devendo portanto possuir proteção anticorrosiva MECÂNICOS compatível com o meio. Normalmente são Com relação aos esforços mecânicos sofridos fabricadas com perfis de aço revestidos com zinco pelas estruturas, a manutenção preditiva é feita (aço galvanizado), proteção esta que atente a através da inspeção visual das peças da estrutura. maioria agressividade Está é realmente necessária quando as estruturas atmosférica e do solo, quando aplicada dentro dos sofrerem a ação de ventos fortes , ou o padrões de qualidade adequados. O revestimento rompimento de seção. Estes intempéries podem é obtido através de imersão em banho de zinco, e comprometer as estruturas de todo um conjunto. das condições de MANUTENÇÃO DEVIDO A ESFORÇOS as suas principais características dependem da preparação superficial, temperatura e composição III.2. MANUTENÇÃO DEVIDO A CORROSÃO do banho, tempo de imersão, velocidade de Independente do material utilizado, seja este aço, remoção da peça, velocidade de resfriamento e concreto, todas as estruturas estão sujeitas à composição do aço. degradação através da corrosão. Para as estruturas que sofrem apenas o ataque da As fundações metálicas constituem um sistema atmosfera a ação da corrosão é satisfatoriamente peculiar sob o aspecto de corrosão, pois estão impedida. sujeitas à agressividade de dois ambientes totalmente diferentes: a atmosfera e o solo. O ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 277 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Em ambientes mais ríspidos, ou para estruturas onde os valores medidos são associados ao mais velhas que sofrem com a ação do tempo, é estado de corrosão da fundação. necessária a aplicação da pintura de manutenção, esta sem dúvida é a forma mais eficaz de se Como indicação geral para o setor elétrico, onde preservar e aumentar a vida útil das estruturas normalmente as estruturas são de aço carbono metálicas e dos equipamentos elétricos em geral. zincado, verifica-se que os valores potenciais, A durabilidade de uma pintura depende de uma medidos com relação ao eletrodo Cu/CuSO4, série uma variam desde –0,4V até –1,1V, dependendo do metodologia bem definida com relação e aplicação estado físico do revestimento de zinco e das do revestimento anticorrosivo. [5] condições do solo. Valores fora desta faixa ou de fatores e, portanto requer flutuações nas leituras são indicações seguras da O ponto crítico de atuação da corrosão é o solo, presença de correntes de interferência. Potenciais pois este cria todo um conjunto de condições positivos são extremamente nocivos para a favoráveis. Em caso de estrutura de subestação estrutura metálica, uma vez que indicam a utiliza-se o método visual para manutenção existência de corrente diretamente para o solo, ou preditiva. seja, que a estrutura encontra-se funcionando como anodo da célula eletrolítica, sofrendo O método consiste no acompanhamento do corrosão severa.[4] processo de corrosão através de medidas de perda de peso ou profundidade de pite Portanto a técnica de medição do potencial de (perfuração em pontos discretos). Nas condições corrosão tem a finalidade de verificar o estado reais de aplicação do material é sem dúvida a físico da estrutura metálica enterrada quanto à forma mais precisa e confiável de avaliar a existência ou não de um processo de corrosão agressividade de um solo e o real estágio de acentuado, isto é, se a estrutura está corroída ou corrosão no qual se encontra a fundação de uma não, para este objetivo a medição deve ser feita torre, porém é um método muito trabalhoso, pois é após o isolamento dos pára-raios, e a desconexão necessário escavar o solo junto aos montantes do sistema de aterramento.[4] que compõe a fundação. atingindo profundidades de 3,5m ou mais, dependendo da altura da torre Com relação à manutenção de isoladores, e sendo que para isso, o número de trabalhadores é necessário elevado.[4] periodicamente limpos, pois o acumulo de observar que estes devem ser impurezas pode ocasionar um curto-circuito fasePode-se também utilizar o método de medição terra, fazendo com que a subestação se retire de devido à corrosão, que se baseia na medição do operação. potencial através do voltímetro, entre o montante de fundação da torre e um eletrodo de referência constituído de cobre/ sulfato de cobre (Cu/CuSO4), ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 278 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA A manutenção corretiva consiste na troca de uma [3] A.A. Menezes. Subestações e pátios de peça ou de todo o conjunto da estrutura, quando manobras de usinas hidroelétricas. Volume 2. esta não atende mais as devidas condições Escola Federal de Engenharia de Itajubá e operativas. Centrais Elétricas Brasileiras S.A., 1977. Do caso das estruturas da subestação, as [4] F. R. Wojcicki. A influência das correntes de manutenções comprometer fuga (60Hz) advindas dos cabos pára-raios na seriamente o abastecimento de energia. Devido a corrosão das fundações metálicas das linhas de este transmissão AC – Tipo grelha dimensionada. fator corretivas deve se podem dar maior ênfase às manutenções preventivas e preditivas. Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1999. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA [5] F. L. Fragata. Pintura de manutenção de Em geral, não há especificação da vida útil das equipamentos elétricos e de estruturas metálicas estruturas, no qual se subentende que estes são – recomendação técnica. Anais do II Seminário função do ambiente que estão submetidos, como: Nacional de Manutenção do Setor Elétrico. os fenômenos naturais, as condições do solo, o peso dos equipamentos que as estrutura [6] O. Navarro – Estruturas metálicas. Apostila do curso de estruturas da Escola Federal de suportam. Engenharia de Itajubá, 1985. Se todas as intempéries consideradas forem observadas no dimensionamento das estruturas, e com a atual tecnologia que tem a capacidade de produzir elementos mais resistentes a esforços mecânicos e elétricos, pode-se estimar uma vida útil econômica por volta de 50 anos para as estruturas suportes de equipamentos e barramentos da subestação. REFERÊNCIAS [1] R.L. Giles. Layout of E.H.V Substations. IEE Monograph, 1970. [2] A.A. Menezes. Subestações e pátios de manobras de usinas hidroelétricas. Volume 1. Escola Federal de Engenharia de Itajubá e Centrais Elétricas Brasileiras S.A., 1977. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 279 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Fibra Óptica RESUMO facilidade de manuseio, instalação e manutenção, A fibra óptica é um guia de luz, de formato proteção cilíndrico constituído por dois materiais cristalinos curvaturas, etc. É fundamental na instalação de concêntricos, o núcleo e casca da fibra óptica, os cabos de fibras ópticas a conectorização e quais diferem quanto ao índice de refração. O emenda das fibras, este procedimento realizado núcleo possui um índice de refração maior que a nas fibras difere em muito do procedimento casca que o envolve para garantir que a luz se realizado nos cabos metálicos, e quando mal feito propague ao longo do núcleo pelo fenômeno da compromete o desempenho do sistema devido às reflexão total ou interna. Existem diversos tipos de perdas de potência óptica que causam. A maneira fibras em função da geometria e também do perfil de se verificar um sistema de comunicação por do índice de refração do núcleo, as mais usuais fibra óptica é semelhante à aplicada em um são: Fibra multimodo de índice degrau, fibra sistema de cabos convencional, ou seja, verifica- multimodo de índice gradual e fibra monomodo. se o sinal dos dois lados, medindo-se, por As fibras ópticas possuem diversas características exemplo, a taxa de erros. Na manutenção observáveis, tais como: abertura numérica, modos preventiva dos sistemas ópticos podem ser de propagação, dispersão, atenuação, etc. Ao se observadas as seguintes características: potência projetar um cabo de fibras ópticas é necessário óptica, perda óptica, banda básica, entre outras. O considerar alguns fatores: tipo de aplicação, único caso de manutenção corretiva que pode da fibra quanto ao alongamento, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 280 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação acontecer será no caso do rompimento da fibra • Fibra multimodo de índice gradual; óptica. Levando isso em consideração, juntamente • Fibra monomodo. com o rápido desenvolvimento de equipamentos de medição muito mais precisos e eficientes, Os processos de fabricação das fibras ópticas são pode-se estimar uma vida útil econômica de 30 vários e alguns requerem equipamentos especiais anos para as fibras ópticas. e de grande precisão. As fibras de alta capacidade de transmissão, muito usadas em I. INTRODUÇÃO telecomunicações, utilizam como matéria-prima a As fibras ópticas surgiram em 1966, num estudo sílica (SiO 2). elaborado por Charles Kao e Charles Hockham, na Inglaterra, para transmissão da luz do laser. A primeira etapa da fabricação dessas fibras Mas foi a partir da década de 70, que ocorreram consiste na obtenção de um tubo chamado de evoluções significativas no campo das fibras preforma. Existem vários tipos de fabricação de ópticas, com o desenvolvimento de fibras com preforma, por exemplo: IVD (deposição interna), baixa atenuação [1]. OVD (deposição externa) e VAD (deposição axial). Já, a segunda e última etapa, chamada de A fibra óptica é um guia de luz, de formato puxamento, é igual para qualquer tipo de preforma cilíndrico constituído por dois materiais cristalinos e consiste no estiramento da preforma até o concêntricos. Esses dois materiais compõem o diâmetro que se deseja para a fibra [1]. que denomina-se de núcleo e casca da fibra óptica, os quais diferem quanto ao índice de Basicamente, ao se projetar um cabo de fibras refração. O núcleo possui um índice de refração ópticas é necessário considerar alguns fatores: maior que a casca que o envolve para garantir • Tipo de aplicação; que a luz se propague ao longo do núcleo pelo • Facilidade de manuseio, instalação e fenômeno da reflexão total ou interna (lei de manutenção; • Snell). Proteção da fibra quanto ao alongamento, compressão, torção, curvaturas, etc.; Muitas fibras possuem uma capa protetora sobre • Degradação da fibra; a casca, constituída geralmente por um polímero, • Não rompimento da fibra. que tem a finalidade de proteger a fibra de choques mecânicos sem afetar suas propriedades Existem, atualmente, diversos tipos de cabos de ópticas ou físicas [1] [3] [4]. fibras ópticas, todos projetados com o objetivo de atender a diversas aplicações, sendo que estes Existem diversos tipos de fibras em função da variam quanto a sua estrutura e número de fibras. geometria e também do perfil do índice de refração do núcleo, as mais usuais são: • Os principais cabos encontrados atualmente são: Fibra multimodo de índice degrau; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 281 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Cabo pára-raio com fibras ópticas OPGW – especialmente projetado para instalação Este tipo de procedimento torna-se necessário por em linhas aéreas de transmissão de motivos de capacidade limitada de produção de energia com alta capacidade de condução grandes lances de certos tipos de cabos, e às de corrente elétrica em curtos -circuitos e vezes da própria instalação que se deseja fazer descargas atmosféricas; [1]. Cabo óptico dielétrico para dutos – especialmente projetado para instalação Para que este problema seja minimizado é subterrânea em dutos com capa externa necessário considerar certos fatores, que são: • de polietileno resistente à luz solar; • Cabo óptico dielétrico fibras, por exemplo: diâmetro do núcleo e diretamente da casca, abertura numérica, etc.; enterrado – especialmente projetado para instalação • subterrânea Intrínsecos: são aqueles inerentes às • diretamente Extrínsecos: são aqueles que independem enterrada com capa externa de polietileno das resistente à luz solar; exemplo: Cabo óptico dielétrico para instalação deslocamento interna – especialmente projetado para uso preparada, etc. interno e para interligação características das desalinhamento lateral, fibras, por angular, superfície mal de equipamentos, protegido por uma camada As principais de fios de aramida e capa de PVC. relacionadas são: • normas técnicas brasileiras NBR13486 – Fibras ópticas (10/1995): É fundamental na instalação de cabos de fibras Define termos relacionados com fibras ópticas a conectorização e emenda das fibras, ópticas, compreendendo conceitos gerais, este procedimento realizado nas fibras difere em características muito do procedimento realizado nos cabos características gerais da fibra óptica, metálicos, e quando mal feitas comprometem o características de propagação em fibra desempenho do sistema devido às perdas de óptica, cabos, componentes ativos e potência óptica que causam. passivos, fontes ópticas, detectores e Para tal, é necessário que haja um bom amplificadores, técnicas de medição e alinhamento dos núcleos das fibras a serem sistemas; emendadas ou conectadas, para haver o melhor • NBR13520 de – Fibras propagação, ópticas - acoplamento possível entre elas. Geralmente, Determinação da variação da atenuação conectores são utilizados em casos onde se óptica (10/1995): Prescreve método para a necessita a determinação da variação da atenuação equipamentos ou outros cabos diversas vezes, já óptica em fibras ópticas tipo índice gradual a emenda é feita quando a conexão entre cabos é multimodo e tipo monomodo; conectar os cabos ópticos definitiva. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 282 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • dielétrico Assim sendo, a abertura numérica define o quanto subterrâneo - Especificação (06/1998): de luz incidente sobre a extremidade da fibra é Fixa as condições mínimas exigíveis na transmitida [1] [3] [4]. NBR14103 – Cabo óptico fabricação dos cabos ópticos dielétricos AN = sen θ = n1 − n 2 2 2 subterrâneos. Estes cabos são indicados preferencialmente para n2 instalações subterrâneas em aplicação enterradas ou em linhas de dutos; • NBR14074 – Cabos pára-raios com fibras ópticas para linhas aéreas de transmissão (OPGW) - Especificação (12/1999): Fixa as condições mínimas exigíeis na fabricação, aceitação ou recebimento de cabos páraraios com fibras ópticas (OPGW), utilizados preferencialmente em linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. Os cabos pára-raios com fibras ópticas são constituídos por uma ou mais unidades n1 θC Núcleo θ Casca Onde: n1 é o índice de refração do núcleo; n2 é o índice de refração da casca. II.2. MODOS DE PROPAGAÇÃO Os modos de propagação são os caminhos ou trajetórias que os raios luminosos podem percorrer dentro da fibra. Matematicamente são definidos pelas equações de Maxwell da teoria eletromagnética [1] [3] [4]. ópticas protegidas e envolvidas por uma ou mais camadas de fios metálicos. O número de modos é definido por: Abrange os cabos OPGW com unidades ópticas protegidas por meio de tubo metálico ou elemento ranhurado metálico. II. CARACTERÍSTICAS As fibras ópticas possuem diversas características fundamentais que serão descritas nos próximos itens. M= V2 para fibras de índice gradual 4 V2 M= para fibras de índice degrau 2 0nde: V = πd AN é a freqüência normalizada; λ d é o diâmetro do núcleo; λ é o comprimento de onda da luz. II.1. ABERTURA NUMÉRICA A abertura numérica representa o ângulo máximo que um raio luminoso pode formar com o eixo central da fibra, para que se propague no núcleo pelo fenômeno de reflexão total ou interna. II.3. FIBRA MULTIMODO DE ÍNDICE DEGRAU Este é tipo mais simples de fibra óptica, onde existem apenas os índices de refração do núcleo (n1) e o índice de refração da casca (n2). O núcleo desta fibra pode ter um diâmetro de 100 µm até aproximadamente 1000 µm, o que representa em relação às outras fibras, um núcleo ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 283 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação grande. Isso facilita o acoplamento óptico, porém conseqüentemente a capacidade de transmissão essas de informações nas fibras. fibras possuem uma atenuação relativamente elevada e uma largura de banda pequena, o que limita a sua utilização a O alargamento dos pulsos é causado por três transmissão de dados em pequenas distâncias [1]. tipos de dispersão: • Dispersão modal: é provocada pelos II.4. FIBRA MULTIMODO DE ÍNDICE GRADUAL diferentes Essa fibra possui o núcleo formado de várias propagação da luz e por conseqüência, o camadas de vidro com índices de refração que seu tempo de percurso no núcleo das decrescem gradualmente à medida que se fibras multimodo, não ocorrendo em fibras afastam do centro em direção da casca. Com isso monomodo; haverá uma menor dispersão do sinal e uma • modos (caminhos) de Dispersão material: ocorre em todas as maior largura de banda, conseqüentemente uma fibras, pois este tipo de dispersão, também elevada capacidade de transmissão. chamada de cromática, é conseqüência da matéria prima da fibra e da largura Esse tipo de fibra possui dimensão de núcleo menor que a fibra multímodo de índice degrau, e espectral da fonte luminosa; • sua banda passante atinge 1 GHz x km [1] Dispersão do guia de onda: mais significativa em fibras monomodo e ocorre em função da variação dos índices de II.5. FIBRA MONOMODO refração do núcleo e da casca ao longo da Esse tipo de fibra tem o diâmetro do núcleo um fibra, ou em função da variação do pouco maior que o comprimento de onda, de diâmetro do núcleo ao longo da fibra [1] [3] forma que apenas um modo seja guiado. Desta [4]. forma, consegue-se uma banda da ordem de 10 a 100 GHz, pois não há dispersão modal [1] III.2. ATENUAÇÃO Essa é uma das características mais importantes III. CARACTERÍSTICAS DE TRANSMISSÃO para o projeto de um sistema óptico. Ela Além das características apresentadas no item representa a perda de potência óptica em um anterior, as fibras ópticas possuem diversas determinado lance de fibra óptica e é expressa características de transmissão, as quais limitam por: um projeto de um sistema óptico. III.1. DISPERSÃO A dispersão é o alargamento do pulso luminoso que está sendo transmitido pela fibra, sendo que Atenuação = P 10 log10 S [ dB / km ] L PE Onde: PS é a potência óptica de saída; PE é a potência óptica de entrada; L é o comprimento da fibra em km. esse alargamento limita a banda passante e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 284 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação As principais causas de atenuação das fibras IV. ópticas são: PREVENTIVA • • MANUTENÇÃO PREDITIVA E Espalhamento: é causado por imperfeições A maneira de se verificar um sistema de (de dimensões inferiores ao comprimento comunicação por fibra óptica é semelhante à de onda da luz) da estrutura da fibra e se maneira de se verificar um sistema de cabos caracteriza pelo desvio da luz em várias convencional, ou seja, verifica-se o sinal dos dois direções; lados, medindo-se, por exemplo, a taxa de erros Absorção: é o processo pelo qual as [2]. impurezas na fibra absorvem parte da energia óptica e a dissipa em forma de - • Na manutenção preventiva dos sistemas ópticos calor, sendo que o íon OH (hidroxila) podem constitui uma impureza difícil de ser características: ser observadas as eliminada e que causa grande atenuação; • Potência óptica; Deformações mecânicas: podem ser de • Perda óptica; dois e • Banda básica; macrocurvatura. Microcurvatura é uma • Taxa de erro; pequena deformação na fronteira entre o • Localização de falhas [3] [5]. tipos: microcurvatura seguintes núcleo e a casca, pode ser causada por qualquer força transversal aplicada na IV.1. MÉTODO DE MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ÓPTICA superfície da fibra. Já, a macrocurvatura é Os medidores de potência óptica possuem a provocada pela curvatura da fibra na sua seguinte configuração: instalação [1] [3] [4]. Dispositivo sob teste Fibra Adaptador Sensor III.3. PERDA POR REFLEXÃO FRESNEL Quando um feixe de luz é injetado em uma fibra, Medidor de potência óptica Indicador parte dele é refletido de volta para fonte luminosa. Essa reflexão é chamada de reflexão Fresnel e Os sensores (fotodetectores) são de dois tipos: de ocorre em função da diferença entre os índices de germânio ou silício, os adaptadores dependem do refração dos meios onde ocorre a propagação da tipo de sensor utilizado e da fibra [2]. luz. IV.2. MÉTODO DE MEDIÇÃO DE PERDAS ÓPTICAS Essa perda no sinal luminoso tem que ser Existem dois métodos de medição de perdas considerada tanto na entrada da luz na fibra, ópticas: como na saída [1] • Utilizando uma fonte de luz estabilizada e um medidor de potência óptica, é aplicado quando se deseja medir as perdas de uma ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 285 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • fibra num certo comprimento de onda bem utilização do pulso de Fresnel, somente, não será definido do espectro; suficiente para avaliar essas falhas. Utilizando uma fonte de luz branca e um analisador de espectro óptico, é aplicado Através da análise do sinal de retorno devido ao quando se deseja medir as perdas ao efeito de espalhamento ocorrido em diversos longo de todo espectro óptico [2]. pontos das fibras que possuem falhas no seu material, pode-se determinar a localização destes IV.3. MEDIÇÃO DE BANDA BÁSICA defeitos nas fibras [2]. Existem dois métodos de medição de banda básica de uma fibra óptica: • • V. MANUTENÇÃO CORRETIVA Ponto-a-ponto por varredura de freqüência: O único caso de manutenção corretiva que pode possui alta precisão, excelente relação acontecer será no caso do rompimento da fibra sinal/ruído e faixa dinâmica (até 800 MHz); óptica. Loop-back por varredura de freqüência: este método permite uma avaliação visual VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA da característica de banda básica da fibra Hoje em dia, já se dispõe de equipamentos óptica, para bastante eficientes na detecção de falhas e a comparar uma fibra óptica em teste com localização das mesmas, o que vem colaborar em uma que seja padrão [2]. muito podendo ser utilizado com a realização de manutenções preventivas. IV.4. TAXA DE ERRO A medida de taxa de erro é um fator determinante E ainda, houve um grande aperfeiçoamento dos para o desempenho geral de um sistema de métodos de fabricação das fibras ópticas o que comunicações. Introduz-se pelo emissor uma levou a uma aplicação maciça das mesmas no seqüência pseudo-randômica que reproduz com Setor Elétrico, uma vez que estas apresentam bastante grande confiabilidade. fidelidade as condições reais de operação, medindo-se a taxa de erro no lado do receptor [2]. Levando isso em consideração, juntamente com o rápido desenvolvimento de equipamentos de IV.5. LOCALIZAÇÃO DE FALHAS É freqüente a necessidade de se avaliar as características de perda de uma fibra devido a medição muito mais precisos e eficientes, pode-se estimar uma vida útil econômica de 30 anos para as fibras ópticas. quebras ou a outros fenômenos. Existe um considerável retorno de sinal em pontos de ruptura, e para se medir esse sinal de retorno utiliza-se o fenômeno de reflexão de Fresnel, porém se a inclinação do corte for maior que 6% a REFERÊNCIAS [1] R. Tabini e D. Nunes. Fibras Ópticas. Editora Érica, São Paulo. 1990. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 286 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação [2] A.W. Lima Jr. Fibras Óticas – Curso Básico de Comunicação. Hemus Editora Ltda., São Paulo. 1994. [3] E.A. Lacy. Fiber Optics. Prentice-Hall, 1982. [4] C.K. Kao. Optical Fiber Technology, II. IEEE Press, 1980. [5] A.S. Demele e G.O. Berndt Jr. Técnicas de Medição de instrumentação fibras e óptica. sistemas Monografia, ópticos e Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 1996. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 287 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Gerador • RESUMO Enrolamento de armadura: conjunto de O gerador síncrono, ou alternador, corresponde bobinas onde há produção de tensão ao tipo mais comumente utilizado nas usinas devido ao movimento relativo entre os dois hidrelétricas e térmicas. São conversores rotativos elementos. que transformam energia mecânica em elétrica, ou vice-versa, utilizando-se dos fenômenos da O gerador tem a velocidade de seu eixo indução estabelecida e conjugados características eletromagnéticos. elétricas e As construtivas apresentadas buscam descrever a máquina como por uma máquina primária, fornecendo energia elétrica com tensões e correntes alternadas. um todo, identificando melhor os pontos de manutenção. Alguns fatores que tem influência na II. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS vida útil são destacados, como o aquecimento excessivo, que causa um envelhecimento mais II.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO acelerado Seja uma espira imersa em um campo magnético do isolamento. envelhecimento do Neste isolamento caso, o relaciona-se uniforme, criado pelos pólos Norte e Sul. diretamente com a vida útil do gerador. Desse modo, a vida útil pode ser estimada como sendo N de 30 anos. I. INTRODUÇÃO S Figura 1 – Espira imersa em um campo uniforme Máquinas síncronas são conversores rotativos que transformam energia mecânica em elétrica, Pela lei de Faraday-Lenz, será induzida uma ou vice-versa, utilizando-se dos fenômenos da tensão nos terminais da espira dada por: indução e conjugados eletromagnéticos. Desta e = −N ⋅ forma, podem exercer uma ação motora ou geradora. dφ dt sendo: N – número de espiras Um gerador síncrono consiste essencialmente de φ = φn .cos (ωt) dois elementos: • Enrolamento de produzido campo o campo: onde magnético é de Desse modo, obtêm-se: e = E max ⋅ sen( ω ⋅ t ) excitação. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 288 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação que resulta em uma força eletromotriz alternada. A tensão gerada varia em função da velocidade do rotor e do fluxo magnético, que por sua vez A frequência da tensão induzida, em Hertz, será depende da corrente de excitação – ou de campo. dada por: f= p⋅n 60 II.2. TENSÔES INDUZIDAS Devido à distribuição não senoidal de fluxo no entreferro, a tensão induzida nos enrolamentos da sendo: p - pares de pólos armadura contém harmônicos que são múltiplos n – velocidade, em rpm. ímpares da freqüência fundamental. ímãs Níveis elevados de harmônicos podem causar permanentes. Contudo, em geral, a formação do vibrações, ruídos, perdas no núcleo devido às campo magnético se dá através da circulação de altas freqüências presentes, bem como um corrente contínua em espiras localizadas ao redor acréscimo nas perdas por efeito Joule nos das chamadas sapatas polares – eletroímãs. O enrolamentos do estator. Os pólos estão representados por conjunto dessas espiras constitui o enrolamento Por isso, os geradores devem ser projetados para de campo. fornecerem tensões com um mínimo de distorção Em máquinas reais, ao contrário da Figura 1, tem- harmônica. se um circuito estático denominado enrolamento da armadura formado por várias espiras e pólos Dentre as medidas tomadas pode-se citar: • girantes. Desse modo, o enrolamento de campo Fator de distribuição, que executa um passa a ser alimentado através de anéis coletores arranjo e escovas, por uma fonte de energia elétrica enrolamentos; • contínua externa à máquina. uniforme distribuído dos Fator de passo, que é a relação entre o passo de uma bobina e o passo polar. Dependendo da velocidade da máquina primária, pode ser necessário o uso de mais pólos para se II.3. ENROLAMENTOS DA ARMADURA obter a freqüência desejada, conforme a equação Na anterior. enrolamentos da armadura são ligados na maioria dos geradores trifásicos, os configuração estrela. O gerador trifásico é composto por três monofásicos iguais, construídos em uma mesma máquina e defasados de 120° elétricos, de modo a se obter três tensões induzidas enrolamentos defasadas de 120° entre si. nos As características da ligação em estrela são: • Como a tensão na fase é 58% da tensão de linha nos terminais, o custo do isolamento é reduzido. A própria bobina tem um número de espiras reduzido de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 289 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação 42% em relação a uma bobina para • • • Núcleo da Armadura: montado com ligação delta. chapas de aço silício de alta permanência, Existência de neutro, que pode ser de modo a reduzir as perdas por histerese aterrado. e Foucault. Na parte inferior, existem Eliminação de eventuais ranhuras no sentido vertical onde o terceiros enrolamento da armadura é colocado. harmônicos das tensões de linha assim • como de seus múltiplos. Enrolamentos do Estator: constituídos por bobinas que por sua vez são formadas por III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS condutores inseridos nas ranhuras do núcleo e conectadas, normalmente, em estrela. III.1. PARTES COMPONENTES Os componentes básicos de um gerador, de uma III.3. PARTES COMPONENTES DO ROTOR forma geral, são: • Circuito Magnético: responsável pela III.3.1. Máquinas com Pólos Salientes condução do fluxo magnético. • • • Enrolamento da Armadura (Induzido): onde Dentre as principais partes componentes do rotor, são induzidas tensões. tem-se: Enrolamento de Campo: responsável pela Anel magnético: construído com chapas criação do campo magnético. lisas de aço, empilhadas e aparafusadas Componentes Mecânicos: podem ser fixos, juntas de modo a formar uma estrutura para sólida. suportar e proteger as partes eletromagnéticos, e rotativos, para a • • • Aranha: consiste em um cabo fundido, transmissão de energia. forjado Isolamento Elétrico: composto de isolantes conectados. sólidos (como responsáveis papel pelo e nível vernizes) de • ou soldado com braços Eixo: normalmente de aço forjado, usinado e tratado termicamente. tensão admissível entre as diversas partes da máquina. Os pólos salientes podem ser: • Sólidos: apresentam baixa resistência As partes fixas de um gerador são denominadas elétrica, o que proporciona a circulação de de estator e as partes móveis de rotor. correntes parasitas. Desta forma, atuam como o enrolamento gaiola de um motor III.2. PARTES COMPONENTES DO ESTATOR de indução quando em condições de Basicamente, o estator divide-se em três partes: operação assíncrona. • Carcaça: é a estrutura que suporta o • Laminados: limitam as correntes parasitas núcleo do estator, composta por chapas e e, em conseqüência, o seu efeito de perfis de aço. amortecimento. Neste caso, deve-se ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 290 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação empregar um enrolamento amortecedor IV.2. ROTOR para a requerida estabilidade de operação. O rotor pode ser de dois tipos: • Pólos salientes: geradores As bobinas de cada pólo são interligadas entre si magnéticos de modo a formar um Norte e um Sul intercalado. acionados O conjunto todo compõe o enrolamento de campo. velocidade, como as hidráulicas. • individuais de por e pólos salientes, turbinas de baixa Pólos lisos: geradores com rotor em forma Os enrolamentos amortecedores oferecem as cilíndrica, em cuja periferia o enrolamento seguintes características, dentre outras: de campo é alojado em ranhuras. São • Redução de sobretensões acionados por máquinas primárias de alta nos velocidade, como turbinas à vapor (ou gás) enrolamentos de campo e do estator. • Mantêm a operação com ou motores de explosão como o Diesel, carga sendo conhecidos como turbogeradores. assimétrica. • Permite a partida da máquina, como um motor de indução. IV.3. POSIÇÃO DO EIXO Para geradores de médio e grande porte III.3.2. Máquinas com Pólos Lisos acionados por turbinas hidráulicas tem-se eixo Na maioria dos casos, as máquinas de pólos lisos vertical, ou eixo horizontal, para os demais casos. possuem apenas um par de pólos. Portanto, são máquinas muito rápidas. IV.4. SISTEMA DE EXCITAÇÃO Os tipos de excitação podem ser divididos em: As forças centrífugas desenvolvidas resultam em • Excitratiz Rotativa: consiste em um grandes esforços mecânicos em certas partes do gerador de corrente contínua acionado rotor. Por isso, o rotor possui uma estrutura do pelo eixo do gerador, alimentando o campo tipo monobloco, empregando-se um aço mais através de escovas. resistente. • Excitratiz “Brushless”: a tensão de alimentação do campo é retificada por um Os enrolamentos de campo e os amortecedores conversor rotativo localizado no eixo da são acomodados em ranhuras longitudinais, máquina. fresadas ao longo de todo o comprimento ativo do • Auto-Regulado: a corrente de campo é proporcional à corrente fornecida pelo rotor. alternador. IV. CLASSIFICAÇÃO DOS GERADORES • Excitratiz Estática: uma fonte externa de corrente IV.1. NÚMERO DE FASES contínua alimenta o campo através das escovas Podem ser geradores monofásicos ou polifásicos – normalmente trifásicos. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 291 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação V. PERDAS De uma maneira geral, a temperatura alcançada As perdas na forma de energia térmica, oriundas por uma máquina depende: da conversão de energia mecânica em elétrica • Das perdas. nos geradores, resultam em aquecimento de suas • Do tempo de funcionamento. partes componentes. • Das condições ambientais. Nas máquinas síncronas, as perdas podem ser O classificadas como: fundamentais: • • aquecimento causa dois problemas Perdas no ferro devido a fluxos parasitas e • Diminuição do Rendimento principal. • Envelhecimento ou Deterioração – “aging”, Perdas por efeito Joule nos enrolamentos do isolamento. da armadura. • Perdas no circuito de excitação. No primeiro caso, a temperatura está intimamente • Perdas por atrito e ventilação. ligada com as perdas no gerador. Quanto maior • Perdas adicionais devido à circulação de as perdas, maior o aquecimento (ou vice-versa) e corrente pelos enrolamentos da armadura. menor o rendimento, limitando conseqüentemente a potência possível de ser extraída da máquina. VI. RENDIMENTO O envelhecimento do isolamento por outro lado, é O rendimento de um gerador é dado por: função do tempo e da temperatura. Contudo, η% = mesmo em condições de controle excepcionais, S ⋅ cos ϕ S ⋅ cos ϕ + ∑ Pe seus efeitos acumulados não estão devidamente estabelecidos. sendo: S - Potência Aparente cosϕ - Fator de Potência Na realidade, pode-se considerar que o ∑Pe - Perdas Totais funcionamento em temperaturas elevadas causa um envelhecimento mais acelerado do isolamento, Observa-se, desta forma, que o rendimento de um gerador depende fortemente da comparando-se com as condições normais. situação operacional do sistema ao qual está ligado. Além disso, o envelhecimento do isolamento relaciona-se diretamente com a vida útil do gerador. A vida útil, por sua vez, pode ser definida VII. AQUECIMENTO A deterioração dos materiais isolantes sólidos utilizados em máquinas elétricas deve-se à vários fatores, tais como a umidade, ambientes agressivos, danos mecânicos e aquecimento como o tempo necessário para que a força de tração do isolamento sólido se reduza a percentuais do valor original para o equipamento novo [4]. excessivo, sendo este último mais freqüente. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 292 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Este tempo é bastante variável, pois depende dos acúmulo de poeira que interfere na ciclos de carga que solicitam termicamente o ventilação isolamento. Dessa forma, é impossível • Entre-ferro e Rolamentos: verificar a faixa estabelecer um determinado número de anos de tolerância como a sua expectativa de vida. enrolamentos de e ±10%. mancais Todos os devem ser verificados, substituindo-se os defeituosos. A norma NBR 5117/84 da ABNT define os limites • Rotor: verificar barras soltas ou quebradas de temperatura para diferentes classes de e evidências de aquecimentos locais, bem isolamento. Acima deste limite, a vida útil do como os anéis do coletor e conexões. equipamento diminui. • Armadura: limpar as passagens de ar, e observar se há vazamentos de óleo ao VIII. MANUTENÇÃO PREDITIVA longo do eixo. Verificar as condições da Para a manutenção preditiva, pode-se citar dois superfície, barras e mica salientes ou casos de estudo: excentricidade. • Através do determinadas vibração, monitoramento grandezas temperatura, físicas de • Cargas: medir as condições de carga – correspondente às operações a vazio, pressão, carga nominal e através de vários ciclos, comportamento elétrico, etc., e aplicação de de técnicas de IA, são feitos diagnósticos a mecânicas de operação. modo a verificar as condições respeito das várias partes componentes de • um hidrogerador de modo a determinar X. VIDA ÚTIL ECONÔMICA possíveis falhas [5]. Algumas regras podem ser úteis para aumentar a Através da utilização da análise de vida útil de uma máquina, dentre as quais pode-se espectro de frequência de vibração, e destacar: possível detectar falhas e defeitos em • Manter a máquina limpa; equipamentos • Tipo adequado de carcaça do ambiente; • Manter eletromecânicos de unidades geradoras hidráulicas [6]. a máquina propriamente lubrificada; IX. MANUTENÇÃO PREVENTIVA • Manter um programa de inspeção; Para a manutenção preventiva, deve-se atentar • Conhecer as cargas que os equipamentos para os seguintes pontos: • Condições mecânicas: contato de partes devem alimentar; • metálicas que causam barulhos e danos no verniz de isolação percebido pelo odor. • Enrolamentos: verificar a resistência de Corrigir qualquer indicação de pontos fracos antes que o motor falhe; • Lembrar que a prevenção é melhor que a cura. isolamento, a superfície dos isolantes e ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 293 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Conforme visto no item IV.3, o isolamento representa o principal aspecto para consideração no cálculo da vida útil. Pode-se assim, com base nas características do isolamento, estimar a vida útil de um gerador como sendo de 30 anos. REFERÊNCIAS [1] Fitzgerald, A.E., Kingsley, C.Jr. e Kusko, A., “Máquinas Elétricas”, Editora Mc Graw Hill do Brasil Ltda. [2] Almeida, A.T.L. de, ”Geradores Síncronos”. Apostila de Máquinas Elétricas II – EFEI, 1994. [3] Curso de Técnicas de Apoio à Siderurgia-TAS – Módulo D, “Eletrotécnica e Manutenção Elétrica”.Vol II Convênio SIDERBRÁS-EFEI, 1980. [4] Almeida, V.L. e Vieira, C.L.S.,”Correlação dos Critérios para Avaliação do Envelhecimento Térmico de Equipamentos Elétricos”. Xi SNPTEE, 1991, Rio de Janeiro, RJ. [5] Azevedo, H.R.T. de, Souza, S.P.S. de, “Diagnóstico Precoce de Falhas em Hidrogeradores utilizando o Sistema Diahger”. II SEMASE. [6] Soares, E.W., Oliveira, W.L. de, Metzker, R.J.I., “Detecção de Falhas e Defeitos em Unidades Geradoras através de Análise Espectral de Vibração”. II SEMASE. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 294 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Gerador de Vapor RESUMO usinas que operam utilizando a água do mar, a Os Geradores de Vapor (GV) para instalações de vida útil dos geradores de vapor é da ordem de 20 potência termonuclear são grandes vasos de anos. Como exemplo temos a usina de Angra 1, pressão onde ocorre a troca térmica entre a água onde o gerador de vapor começou a operar a quente a alta pressão e temperatura proveniente 1985 e será substituído em 2005. Para usinas que do núcleo do reator (circuito primário) e o utilizam água doce de rios ou lagos, a vida útil dos condensado aquecido com temperatura moderada geradores de vapor chega a alcançar 30 anos. vindo das bombas de condensado principal do Desta maneira, sugere-se uma vida útil para os circuito secundário. O condensado ao atravessar geradores de vapor de 25 anos. o GV se evapora formando vapor saturado praticamente seco (título mínimo de 99,25%), I. INTRODUÇÃO seguindo assim para a turbina a vapor de alta Os dois reatores existentes no Brasil são de água, pressão. Normalmente são instalados no mínimo ou seja, o refrigerante do reator é água comum e dois Geradores de Vapor do tipo casco-tubo não água pesada. vertical. É o que ocorre nas Usinas Nucleares de Angra 1 e 2 (UNA 1 e 2) uma vez que Angra 1 No Reino Unido e França até a metade da década conta com dois GVs e Angra 2 possui quatro de 70 havia muitas instalações comerciais unidades. Cada um dos seis GVs da CNAA operando com reatores moderados por grafite e (Central Nuclear Almirante Álvares de Azevedo) resfriados a gás, onde a geração de calor nos possui aproximadamente a mesma potência elementos combustíveis é removido pelo dióxido térmica nominal. De maneira geral, a vida útil de de carbono e conduzido até os GVs. Os reatores um GV varia de 8 a 10 anos a 100% de potência resfriados a gás também foram construídos nos integrada, isto corresponde a 70080 e 87600 Estados Unidos utilizando resfriamento a hélio. O horas de operação ininterrupta. Embora se tenha Canadá tinha até o início dos anos 80 reatores notícia de unidades que chegaram a operar 15 comerciais de água pesada, utilizando dióxido de anos sem falha, o mais comum é a faixa de 8 a 10 urânio natural como combustível. anos. Entretanto, como as usinas nucleares não operam de forma perfeitamente integrada, a vida Para aplicações marítimas os reatores de água útil econômica dos geradores de vapor é pressurizada (PWR) têm dominado este campo de substancialmente aplicação, já que os reatores de água pesada, ou considerando as maior, atividades principalmente de manutenção executadas neste período de não operação. Para regenerativos, são excessivamente grandes quanto à relação peso/potência, parâmetro crítico ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 295 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação para embarcações navais. Um Reator Nuclear de dentro do feixe de tubos em U invertido, contendo água pesada é regenerativo pois produz mais comprimento aproximado de 78 quilômetros de material fissionável do que consome. tubos. Em seguida a água quente deixa o equipamento pelo canal da outra extremidade Há dois tipos de reatores de água leve: • (“perna fria”), sendo que uma placa de separação Reator de Água Pressurizada (PWR), em divide os canais das extremidades inferiores do que o reator é resfriado por água a GV entre seção de entrada e saída. considerável pressão para que a média da • entalpia da água que deixa o reator seja A água de alimentação entra no GV pela parte menor que a sua entalpia de saturação. superior do vaso (bocal da água de alimentação) e Neste tipo de configuração á água a alta se mistura com a água que se separa do vapor pressão é conduzida ao vazo de pressão e nos separadores ciclônicos. Esta água desce a o vapor é gerado no lado de baixa pressão estrutura cilíndrica entre o casco do GV e o do GV. envoltório do feixe tubular. Reator de Água Fervente (BWR) em que a evaporação da água se dá no reator, neste A Tabela 1 apresenta alguns dados de projeto dos tipo de configuração o vapor é enviado Geradores de Vapor da Central Nuclear de Angra diretamente para a turbina a vapor. Tem o 1 e 2 que opera com um reator de água inconveniente pressurizada (PWR) do contaminação alto nível radiológica de dos equipamentos principais do ciclo térmico. Quando a água alcança o espelho de fixação dos tubos, flui radialmente e sobe, passando através II. CARACTERÍSTICAS da superfície de suporte dos tubos, já que há um A maioria dos Geradores de Vapor usados em espaço entre as placas e o encaixe dos tubos que instalações de potência nuclear a água leve permite a passagem do fluxo ascendente da água consiste de um casco montado verticalmente do primário. Portanto a evaporação ocorre na contendo um feixe de tubos na forma de “U” superfície externa dos tubos, entre os feixes, uma invertido. vez que a mistura água-vapor é conduzida para cima e passa através do separador ciclônico. Em O casco consiste de duas seções distintas, uma seguida o vapor atravessa o separador de evaporativa contendo um feixe de tubos e a outra umidade que faz com que as gotículas menores, seção formada de um tambor de grande diâmetro ainda presentes no vapor, se choquem contra as onde o vapor é separado e drenado. chapas defletoras internas do separador, promevendo a secagem do vapor a níveis Água quente e a alta pressão vinda do núcleo do desejados. reator flui dentro do canal (“perna quente”) localizada na base da unidade, passando por ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 296 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Tabela 1- Parâmetros de projeto dos GVs das de um baixo coeficiente de dilatação térmica, Usinas Termonucleares brasileiras resultando em um baixo diferencial de expansão ESPECIFICAÇÃO UNA 1 UNA 2 entre os tubos e o casco. Além disso o Inconel e o Número de unidades 2 4 Incoloy são ligas desenvolvidas para serviços Tipo Tubo em U invertido oxidantes em temperaturas elevadas. Apresentam Materiais Tubo Inconel 600 Incoloy 800 Casco Aço Inox Aço inox Pressão lado do (primário), (bar, man) tubo 173,7 156 muito boa resistência aos ácidos oxidantes (cromatos, bicromatos, nitratos, permanganatos) Para o Inconel a oxidação ao ar só se inicia em temperaturas superiores a 1200 oC e até 900 oC Temperatura de entrada lado tubo (primário, “perna quente”), (oC) 324,3 Temperatura de saída lado tubo (primário, “perna fria), (oC) 287,4 291,1 Tabela 2. Vazão lado tubo (primário) por GV em carga máxima, (kg/s) 4479 4700 Tabela 2- Composição química do Inconel 600, % Pressão lado do casco (secundário), (bar, man) 63,7 63,5 Temperatura de saída do vapor (secundário) em carga máxima, (oC) 279,2 280,3 Temperatura de entrada da água de alimentação (secundário) em carga máxima, (oC) 221,1 218 Vazão lado casco (secundário) por GV em carga máxima, (kg/s) 515 516,4 Potência Térmica nominal, (MWTérmico) 941 945,5 Teor máximo de umidade, (%) 0,25 0,25 Teor máximo de umidade, (%) 0,25 0,25 326,1 sua resistência mecânica é aceitável. A composição química deste material é dada na Níquel (com Cobalto): Carbono: 0,15 (max) 72,0(mín) Cobre : 0,5 (max) Cromo: 14,0 – 17,0 Silício: 0,5 (max.) Ferro: 6,0 – 10,0 Enxofre: 0,015 (max.) Manganês: 1,0 (max.) Os tubos são laminados dentro das chapas tubulares, soldados ao revestimento primário e apoiados nas placas suportes espaçadas em intervalos regulares. II.2. FABRICAÇÃO E TESTES A seleção de aços para as paredes que estão sujeitas à pressão total do sistema é feita com II.1. MATERIAIS atenção especial às propriedades mecânicas A parte interna do GV é fabricada de aço carbono revestido internamente com aço inoxidável requeridas, boa soldabilidade e adequada resistência ao envelhecimento. geralmente 18-8. Os tubos são usualmente fabricados de liga Níquel-aço-cromo conforme especificação SB-163 da ASME. Geralmente é usado uma liga comercial, Inconel 600 ou Incoloy 800, sendo montados em finas placas tubulares de aço carbono com revestimento primário de Todas as paredes que têm a função também de suportar cargas são sujeitas a testes destrutivos de amostras do seu material. Além disso, são feitos também teste ultra-sônicos para verificação da homogeneidade do material. De acordo com as Inconel. Estes materiais têm a vantagem adicional ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 297 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação circunstâncias, todas as conexões soldadas são diversas pequenas aberturas para permitir a examinadas com raios X ou ultra-som. As soldas inspeção do espelho e do feixe tubular. podem ser testadas também, usando-se o método dos líquidos penetrantes, que verifica, por II.3. ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO exemplo, nas soldas dos tubos no espelho do A qualidade da água desmineralizada necessária gerador de vapor, a existência de fissuras ou para a alimentação do Gerador de Vapor alguma porosidade. As soldas podem ser também geralmente é similar àquela utilizada em caldeiras testadas para verificação de impermeabilidade. aquotubulares Para garantir segurança adicional contra perda de diferença significativa pode ser notada em selagem entre o circuito primário e os sistemas conseqüência do uso da liga Inconel 600, pois convencionais do lado secundário, os tubos são este material apresenta boa compatibilidade em expandidos e soldados. meio à água tanto no circuito primário quanto no convencionais. Contudo uma secundário de um GV operando junto a um reator As únicas conexões flangeadas existentes são PWR. Entretanto alguns problemas associado aquelas das aberturas para inspeções. com a presença de oxigênio dissolvido tem sido verificado, O lado primário do gerador de vapor é arranjado razão pelo qual limita-se sua consiste do concentração abaixo de 5 ppb. de tal forma a evitar-se, tanto quanto possível, locais inacessíveis nos quais haja a possibilidade III. MANUTENÇÃO PREDITIVA de deposição de produtos de fissão e de corrosão A ativados. As conexões para drenos são instaladas acompanhamento da condição e/ou desempenho nos pontos mais baixos, para possibilitar a do drenagem final das câmaras de entrada e saída comportamento de parâmetros representativos da de refrigerante. situação do equipamento. Os bocais de entrada de água de alimentação A geração e transporte de produtos corrosivos no possuem luvas térmicas, para reduzir os esforços dreno da água de alimentação e nos sistemas de térmicos causados por uma injeção de água fria, condensado em uma planta de potência nuclear sob uma condição extrema de operação ou PWR, resulta na formação de depósitos no circuito durante maus funcionamentos. secundário dos GVs. Estes depósitos podem manutenção equipamento preditiva através da análise do aumentas o potencial de corrosão no material dos As câmaras de entrada e saída do refrigerante tubos constituídos de liga a base de níquel, possuem inspeções causando restrições no fluxo e aumentando a internas, como parte de um programa de teste em perda de carga através das placas suportes dos serviço. O lado secundário possui também uma tubos, reduzindo a taxa de transferência de calor. abertura para inspeção, semelhante à do primário. Assim em linhas gerais a manutenção preditiva Existem também, na carcaça, acima do espelho, tem o objetivo de monitorar as deposições de aberturas para permitir ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 298 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação materiais e os efeitos da corrosão na operação e presença de qualquer traço de material integridade radioativo do GV, coletando amostras de eventuais depósitos e propondo ações para refrigerante do reator presente no secundário; • reduzir este efeito nocivo. do Análise química e radioquímica do condensador; • IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA A prevenção de formação das impurezas tem a Análise química e radioquímica da água fervente. finalidade de evitar a deposição de impurezas e materiais corrosivos no circuito secundário dos GV A associação das condições acima indica que um que vazamento progressivo está ocorrendo. Assim, podem comprometer a integridade da interface entre circuito primário e secundário. quando um vazamento de tubo é detectado, a instalação pode continuar a operação até que seja A manutenção preventiva é feita através da alcançada a limitação técnica de tubos isolados, limpeza química do GV cuja finalidade é de retirar que para o GV da Tabela 1 seria 20% do número compostos insolúveis agregados na superfície de total de tubos. troca térmica que se acumulam devido a alta vazão de água de alimentação durante a vida útil Após a instalação ter sido retirada de serviço, do GV. segue-se os procedimentos usuais para detecção doa tubos com vazamento que incluem a O primeiro passo da lavagem é o jateamento com pressurização do circuito secundário e em seguida água quente empregnada com produtos próprios a marcação dos tubos danificados. Após todos os Em seguida é feito o preenchimento do CV com tubos terem sido identificados a localização axial água de alimentação até poucos centímetros dos vazamentos podem ser feitos com ultra- abaixo do espelho superior do equipamento e sonografia preencher o espaço restante com nitrogênio. .4 necessário para determinar a região do GV onde o água é mantida a 93 °C e periodicamente vazamento analisada até as condições de equilíbrio serem operacionais posteriores possam ser corrigidas. ou se teste “eddy formou current”, para que Isto é práticas alcançadas. VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA V. MANUTENÇÃO CORRETIVA De maneira geral, a vida útil de um GV varia de 8 O principal problema associado aos Geradores de a 10 anos a 100% de potência integrada, isto Vapor é o vazamento de tubos, que pode ser corresponde a 70080 e 87600 horas de operação causado por ação química ou mecânica ou uma ininterrupta. Embora se tenha notícia de unidades combinação das duas. Há quatro métodos de que chegaram a operar 15 anos sem falha, o mais detecção de vazamento dos tubos de um GV: comum é a faixa de 8 a 10 anos. • Medição de radiação feita no ejetor de ar do condensador da turbina, que indicará a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 299 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Entretanto, como as usinas nucleares não operam [4] EPRI – Eletric power Research Institute: Steam de forma perfeitamente integrada, a vida útil Generator Project. Statistical Analysis of Steam econômica Generator Tube Degradation: Additional Topics. dos geradores substancialmente considerando as de maior, vapor é principalmente atividades de USA, 2000. manutenção executadas neste período de não operação. Para [5] SANTOS, J.N. Materiais Metálicos não usinas que operam utilizando a água do mar, a Ferrosos. Itajubá: Escola Federal de Engenharia vida útil dos geradores de vapor é da ordem de 20 de Itajubá, 1991, 13p. (Notas de Aula). anos. Como exemplo temos a usina de Angra 1, onde o gerador de vapor começou a operar a [6] ELETRONUCLEAR 1985 e será substituído em 2005. Para usinas que Refrigeração do Reator (JE) – SBOUN-UNA II/III utilizam água doce de rios ou lagos, a vida útil dos No geradores de vapor chega a alcançar 30 anos. Treinamento e Simulador (CTAS), 1998, 34 p. 0415.1. Angra S.A, dos Sistema Reis: Centro de de Desta maneira, sugere-se uma vida útil para os geradores de vapor de 25 anos. [7] FRANCO, C.V.R. Análise Térmica e Econômica de Turbina a Gás de Ciclo Úmido. Recentemente problemas relacionados com a Itajubá: EFEI, 1998, 137 p. (Dissertação de degradação do Gerador de Vapor provocou a Mestrado em Engenharia Mecânica). parada prematura de três instalações nucleares. Portanto a degradação dos materiais deve ser controlada sistematicamente para garantir a segurança e a viabilidade econômica a bom termo das instalações de potência nuclear. REFERÊNCIAS [1] BABCOCK & WILCOX. STEAM-Its Generation and use. New York, 1975. [2] KAKAÇ, S. Boilers, Evaporators, and Condenser. New York: Ed. J. Willey & Sons, 1991; BEJAN, A. Transferência de Calor. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda, 1996. [3] EPRI – Eletric power Research Institute: Steam Generator Project. Advanced Nuclear power Iniciative. USA, 1999. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 300 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Instalações de Recreação e Lazer RESUMO a piscinas, quadras descobertas e campos de O presente texto procura definir sucintamente a futebol sua duração dependerá mais de sua estrutura das Instalações de Recreação e Lazer manutenção do que o próprio passar dos anos. de uma central geradora, bem como, sua manutenção e perspectiva de vida útil. Deve-se I. INTRODUÇÃO ressaltar ainda sua contínua atualização e A construção mais usual para recreação e esporte modernização de acordo com novos regulamentos é em geral um ginásio coberto. Ele facilita a e e prática de diferentes esportes e recreações As diversas, tais como, festas, bailes, reuniões, entre práticas esportivas, novaslocações de suas novos esportes modalidades. Instalações de Recreação e Lazer podem ser definidas como paisagísticos edificações que procuram e outras, como também os esportes tradicionais. arranjos promover a O ginásio é constituído de uma construção tipo socialização do indivíduo no meio da comunidade galpão, geralmente em estrutura metálica, e com seu aspecto lúdico, distencionar este inclusive sua cobertura, com fechamento lateral. indivíduo de sua rotina de trabalho. As instalações devem primordialmente também promover a Suas dimensões devem ser compatíveis com os integração do indivíduo com o meio ambiente esportes de salão. tanto para um contato propriamente físico como potencializar suas informações e sensações O ginásio pode ser ainda dotado de um palco para emocionais com a natureza. A importância do apresentações lazer na vida moderna está em parceria com a preferencialmente, em uma de suas extremidades, produtividade e com o bom gerenciamento em piso mais elevado. A capacidade física para pessoal versus empresa, visando humanizar o acomodamento de público assistente deverá ser relacionamento compatível com a comunidade a que servirá. social, minimizando e e simpósios, localizado harmonizando estes relacionamentos, evitando embates, discórdias e busca de um objetivo As especificações do acabamento do ginásio comum. A saúde física também é de capital poderão variar de acordo com a região brasileira importância e o esporte e o lazer contribuem para em esta disponibilidades financeiras do empreendedor. meta. A vida útil destas instalações estiver sendo edificado, atendo-se às destinadas à recreação e lazer é estimada, nos casos de edificações, em 30 anos, tempo Além disso, o ginásio deverá ser estudado quanto compatível ao de edificações residenciais. Quanto a sua ventilação e isolamento térmico, na ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 301 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação dependência da região em for construído. As O acesso do público deverá ser particularmente coberturas metálicas proporcionam grande troca estudado para casos de emergência visando a de calor entre o exterior e o interior, podendo caso rápida saída do público em segurança. não estudado, inviabilizar do ponto de vista de conforto, as práticas pelas quais ele foi destinado. A acústica será projetada com finalidade de se evitar ecos e reverberações. A iluminação artificial do ginásio deverá ser projetada para aproveitar o mais possível a luz A prática de esporte e recreação aquática é de solar com seu eixo longitudinal locado na direção grande importância tanto para o cultual físico norte/sul, devendo ser projetada com cuidado quanto para o mental. A primeira instalação que é especial para as práticas esportivas, não se lembrada é uma piscina, sendo facilitada pela descuidando da locação dos refletores com variedade de materiais de construção disponíveis. finalidade de se evitar reflexos inconvenientes. As piscinas podem ser olímpicas ou semi Seus vestiários deverão ser arejados e com boa olímpicas. Em qualquer caso devem atender tanto iluminação, as práticas de uso geral, como de competições. dispondo-se de roupeiros com armários individualizados e chuveiros, em número suficiente para os atletas. Uma piscina olímpica deverá ter a dimensão de 50 x 25 metros e a semi olímpica 25 x 12 metros. Sua Os equipamentos esportivos, tais como, traves, profundidade em ambos os casos deverá ser 1,2 suportes, mastros, etc. devem ter suas bases metros. É importante observar esta profundidade devidamente ancoradas e fixadas de acordo com pelo motivo de segurança, pois estas piscinas as especificações dos fabricantes e as normas serão também utilizadas para o aprendizado e das entidades reguladoras de esportes. Também para provas contra o cronômetro. as marcações da quadra devem ser rigorosamente observadas para se adequar as Os mais diversos tipos de materiais de construção competições das piscinas atualmente empregados oferecem das diversas modalidades esportivas. eficiência e segurança, mas, dependendo da região um estudo mais apurado deverá ser feito, O local destinado a platéia poderá possuir visando tanto seu custo inicial quanto sua arquibancada com capacidade suficiente para os manutenção. assistentes esperados e condições estruturais seguras. Deverá também ter instalações sanitárias O equipamento de tratamento da água é compatíveis com o número desses assistentes. importantíssimo. Deverá ser compatível com a capacidade volumétrica da piscina e com a qualidade da água disponível para sua utilização. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 302 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A manutenção da qualidade da água deverá ser lúdica, quanto para outros esportes de competição feita por pessoal treinado, tendo em vista a (pólo aquático, volei aquático e outros). eventual transmissão de doenças diversas. Ao lado da piscina deverá ser construída uma O local de construção da piscina deverá ser ducha com chuveiro de alta pressão para que os especialmente escolhido afim de se obter um banhistas possam retirar o excesso de suor, perfeito insolamento, devendo distanciar-se de evitando ainda choque térmico quando entrar na árvores para que suas folhas não caiam na água. piscina, dificultando com isso sua manutenção. A iluminação artificial da piscina, tanto dentro, Em torno de perímetro deverá ser providenciado como em piso anti-derrapante e impermeável, devendo indispensável. volta, é desejável, mas não ainda ser isolada contra a entrada de animais domésticos e crianças pequenas. Outra instalação muito difundida é a sauna. Existem diversos equipamentos disponíveis no Dependendo da região, o aquecimento poderá ser mercado e sua escolha deverá ser a critério do estudado para sua utilização durante todas as planejador das instalações. estações do ano. Atualmente, o aquecimento é feito através do uso de energia solar, tendo-se Outra atividade muito interessante para ser observado uma economia substancial de gastos, proporcionada a uma comunidade é uma área de utilizando-se para isso uma bomba de calor. Seu pesca, vulgarmente conhecida como “pesqueiro”. funcionamento é idêntico a de um refrigerador doméstico, tendo seu fluxo de trabalho invertido. Dependendo da região um simples pier de madeira, com uma simples cobertura e uma ceva Para a prática de saltos ornamentais utilizam-se adequada podem oferecer horas de descontração piscinas especialmente dimensionadas para esta e deleite tanto para adultos quanto para crianças. modalidade, com profundidade maior. Não se dispondo de rios, represas ou lagoas nas O revestimento da piscina varia conforme sua proximidades das instalações, pode-se construir tipologia de construção. A piscina de concreto ainda pequenos açudes, de custos reduzidos. O utiliza-se de cerâmica esmaltada tipo azulejo. A de retorno poderá ser altamente compensador aos rezina estrutural utiliza o próprio material como usuários. acabamento. A bolsa contenedora da piscina de vinil é o seu próprio acabamento. Caso seja disponibilizado alguma mata ou capão, é recomendável a prática de atividades tanto Podem ser utilizados também diversos acessórios esportivas quanto voltada para estudos de complementares tanto para uma simples atividade ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 303 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação observação e instrução a respeito do meio possuir uma ferragem mínima, resguardando de ambiente. fissuramento, em quadros suficientes e revestimento posterior. Um varandão com churrasqueira é altamente II. MANUTENÇÃO desejável. O congraçamento de seres humanos é A manutenção das instalações de recreação e intrínseco a sua natureza biológica. O estilo desta lazer é primordial tanto para sua utilização normal instalação deve-se procurar um bom arejamento e quanto a sua duração. praticidade de sua arquitetura, e seguir o modelo regional. Deve ter uma churrasqueira, é claro, mas As piscinas devem ser anualmente testadas também quanto a sua impermeabilidade, eventuais fissuras ter disponibilidade de copa e armazenamento de alimentos. e queda ou defeitos de seu revestimento. O equipamento de tratamento da água deve ter Uma área de recreação e lazer um campo de manutenção preventiva e o filtro renovado o futebol é de desejo de todos. O campo de futebol material filtrante. é de fácil construção, sendo o mais custoso em quase todos os casos a sua terraplanagem. É de No campo de futebol geralmente exige mais bom critério escolher um local que facilite esta cuidado é a grama que deverá ser aparada nas obra e também tenha boa drenagem. Se for devidas ocasiões. Esta poda é de vital para as desejado o plantio de grama poderá ser feito gramíneas, porque reforça seu ciclo vital. A rega utilizando-se a grama natural da região que já está deverá ser na estação seca com uma quantidade aclimatada ao meio ambiente. O sentido da de água equivalente a uma altura hipotética de orientação deverá ser longitudinalmente norte/sul 30mm por dia. Na estação chuvosa somente se as para evitar reflexo da luz do sol no sentido chuvas ataque/defesa. Para o futebol dito “society” as necessária alguma rega, e esta em volume bem especificações são as mesmas mas variando-se reduzido. se espaçarem em demasia será as dimensões do campo. Nas quadras a descoberto a manutenção é bem Esportes tais como voley, peteca, basquete, simplificada. Resume-se a eventuais lavagem do futebol de salão, podem ser disputados em piso, renovação das marcações e pintura de quadras ao tempo, mas neste caso, outros mastros, traves, suportes metálicos e alambrado, procedimentos devem ser observados, tais como se houver. Se houver iluminação artificial, os o piso da quadra ter revestimento impermeável e reflectores devem ser examinados em relação a ante-derrapante, seus focos e fixações. alambrado e a orientação sempre no rumo norte/sul. A construção destas quadras devem ser realizada sobre terraplanagem Os varandões das churrasqueiras devem ser bem estabilizada e drenada, com o adensamento realizadas em camadas e niveladas. As lajes do piso deverão realizadas em galpões abertos, como revisão manutenções equivalentes as ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 304 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação anual da cobertura e sua estrutura, verificação das futebol sua duração dependerá mais de sua redes hidráulica e elétrica e na churrasqueira a manutenção do que o próprio passar dos anos. limpeza dos braseiros e chaminés. Nas matas ou capões, deve-se anualmente REFERÊNCIAS desmatar os aceiros de proteção contra incêndios [1] Diversos autores, Design of Small Dams, e as trilhas renovadas suas marcações. United States Department of the Interior, 1987. As áreas de pesca em suas instalações, apesar [2] Diversos autores, Safety Evaluation of Existing de serem simples, devem ser inspecionadas mais Dams, United States Department of the Interior, em 1987. relação a sua segurança, evitando-se acidentes com seus usuários. A ceva deverá ser em quantidade compatível com a sua fauna e sempre sub-aquática para não tornar-se chamarisco de espécies terrestres. A pesca deverá ser dimensionada em uma quantidade que permita a renovação das espécies naturais ou adicionadas, se possível com orientação de técnicos. Durante a desova (piracema) a pesca deve ser totalmente interrompida, este procedimento é de importância para a renovação dos peixes. Nos ginásios cobertos a manutenção das instalações elétricas e hidráulica é de segurança, pois trata-se de local confinado e eventualmente com grande afluência de público. Sua cobertura, devido ao seu pé direito bastante elevado, tornase custosa e portanto deverá ser feita de uma só vez, procurando-se não adiar troca e conserto dos materiais e peças. III. VIDA ÚTIL ECONÔMICA A vida útil destas instalações destinadas à recreação e lazer é estimada, nos casos de edificações, em mais de trinta anos, tempo compatível ao de edificações residenciais. Quanto a piscinas, quadras descobertas e campos de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 305 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Luminária RESUMO I. INTRODUÇÃO A luminária é todo aparelho capaz de distribuir, As luminárias são equipamentos que recebem a filtrar e controlar a luz gerada por uma ou mais fonte de luz artificial proveniente das lâmpadas e fonte de luz artificial (lâmpadas) e que contenha modificam todos os equipamentos e acessórios necessários luminoso produzido pela mesma. a distribuição espacial do fluxo para fixação e proteção destas lâmpadas. Estas luminárias deverão possuir os seguintes requisitos O tipo e potência da lâmpada a ser utilizada no básicos: proporcionar suporte e conexão elétrica à sistema de iluminação será dependente do lâmpada ou às lâmpadas; orientação adequada do rendimento de uma luminária, que é definido como fluxo luminoso sobre o plano de trabalho; alto a razão entre o fluxo luminoso (direto e indireto) rendimento, passando ao ambiente o máximo do fornecido pela luminária e o fluxo luminoso total fluxo luminoso que a lâmpada emite; facilidade de emitido pelas lâmpadas contidas na mesma. manutenção; boa conservação do fluxo luminoso no decorrer da utilização; manter a temperatura de II. CARACTERÍSTICAS GERAIS operação As partes principais da luminária são descritos da lâmpada dentro dos limites estabelecidos; possuir uma aparência agradável. com maior detalhamento no próximo item: As luminárias podem ser classificados segundo os • Receptáculo para a fonte luminosa; mais diversos critérios: distribuição do fluxo • Dispositivos para modificar a distribuição luminoso (luminárias diretas, indiretas, semi- espacial do fluxo luminoso emitido pela diretas), grau de proteção contra poeira e umidade fonte (luminária sem proteção, proteção contra gotas de difusores, colméias, etc.); água, etc.), tipo de lâmpada a ser empregada (incandescente, fluorescente, etc), finalidade da • A luminosa carcaça, (refletores, órgãos refratores, acessórios e de complementação. sua utilização (comercial, industrial, residencial, iluminação pública) e método de fixação (embutida, semi-embutida, suspensa). A redução Para cada ambiente de utilização deve-se adotar diferentes tipos de luminárias. na expectativa de vida da luminária se dará devido à deterioração da pintura em função do tempo de III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS utilização. A expectativa de vida útil das luminárias é de 15 anos. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 306 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III.1. RECEPTÁCULO PARA A FONTE LUMINOSA utilizados são os circulares, os parabólicos, os Trata-se do elemento de fixação, que funciona elípticos e os de formas especiais normalmente como assimétricos. Cada um deles possui sua aplicação contato elétrico entre o circuito de alimentação externo e a lâmpada. Os mais específica, conforme apresentado na Figura 1. comuns são os soquetes tipo rosca. Pode-se também encontrar soquetes tipo baioneta, de pinos, etc. A forma do dispositivo de fixação dependerá, exclusivamente, do tipo de lâmpada a ser utilizada na luminária. Geralmente as partes isolantes são feitas de porcelana vitrificada, e as partes condutoras deverão ser de latão, e as que possuem efeito de mola, de bronze fosforoso. No caso da utilização Figura 1 – Aplicação dos perfis básicos dos refletores. de lâmpadas de descarga, cujo processo de partida é realizado por sobretensões elevadas, Os refletores podem ser fabricados com vidro ou deve-se tomar um cuidado especial no isolamento plásticos espelhados, alumínio polido, chapa de elétrico do receptáculo. aço esmaltada ou pintada de branco. O vidro espelhado, apesar da alta refletância, é pouco Além da resistência à temperatura de utilizado devido à sua fragilidade, ao peso elevado funcionamento, deve-se verificar a estabilidade da e ao custo. O alumínio polido é uma boa opção fixação do sistema lâmpada/receptáculo quando a pois possuem alta refletância e uma razoável luminária estiver sujeita a intensas vibrações resistência mecânica, peso reduzido e custo mecânicas, o que obrigará a utilização de soquete relativamente baixo. do tipo antivibratório. O polimento da chapa de alumínio poderá ser por III.2. DISPOSITIVOS PARA MODIFICAÇÃO ESPACIAL DO FLUXO LUMINOSO EMITIDO PELA FONTE processo mecânico (escova rotativa), químico ou eletroquímico. Esses dois últimos processos, apesar de exigirem maior tecnologia na produção, São os equipamentos que se destinam a orientar o fluxo luminoso da lâmpada na direção desejada. Poderão ser utilizados refletores, refratores, difusores, prismas, lentes e colméias. são os mais indicados, pois proporcionam superfícies de maior refletância. Depois de polido, o refletor de alumínio deve ser anodizado, em sua cor natural, o que provocará a formação sobre o mesmo de uma camada protetora transparente Refletor, é o dispositivo que serve para modificar a distribuição espacial do fluxo luminoso de uma fonte, utilizando essencialmente o fenômeno da bastante dura. Entretanto a anodização do alumínio provoca dois inconvenientes: baixa sua refletância e diminui sua resistência ao calor reflexão especular Os perfis de refletores mais ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 307 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Quanto maior a espessura da camada de na lâmpada e nos equipamentos auxiliares anexos anodização, maior a perda de refletância e menor à luminária. O perfil do refletor deve ser estudado a sua resistência à temperatura. de tal forma que o fluxo luminoso e o calor Muitos dos refletores atuais de elevado refletidos evitem a lâmpada, para não serem rendimento são construídos usando chapas pré- reabsorvidos pelo bulbo. Isso é especialmente fabricadas de alumínio de alto brilho, fornecidas importante nas lâmpadas de vapor de sódio, que por firmas especializadas. poderiam ter aumento excessivo na sua tensão elétrica de arco com a conseqüente diminuição de Outro processo de acabamento e proteção dos sua vida útil refletores é a cobertura vitrificada, isto é, recobrimento superficial, através de uma película Os refratores e lentes são dispositivos que de sílica transparente, flexível, bastante lisa, dos modificam a distribuição do fluxo luminoso de uma refletores de alumínio utilizados em sistemas de fonte utilizando o fenômeno da transmitância. Em iluminação, tendo em vista sua proteção contra muitas luminárias esses dispositivos têm como agentes agressivos ambientais, além de possuir finalidade principal a vedação da luminária, uma maior facilidade de limpeza das peças e protegendo os órgãos internos contra poeira, menor adesão de contaminantes. chuva, poluição e impactos, como no caso das luminárias que utilizam vidro plano frontal Os refletores de chapa esmaltada são indicados temperado à prova de choques térmicos e para luminárias de facho aberto, com distribuição mecânicos. ampla do fluxo Luminoso e montadas em locais onde existam agentes agressivos. São Os refratores e lentes são feitos em vidro duro extremamente resistentes à maioria dos agentes temperado, tipo borossilicato ou plásticos químicos, sendo sua pintura extremamente frágil especiais, para suportarem os impactos ao impacto. mecânicos e esforços térmicos a que estarão submetidos. Deve-se verificar sua resistência às Os refletores de chapa pintada são os mais radiações ultravioletas, baratos. Possuem uma refletância difusa e são amarelamento e trinca. Os refratores e lentes de utilizados especialmente na iluminação com vidro funcionam também como eficientes filtros lâmpadas tubulares fluorescente instalados em protegendo o ambiente das radiações ultravioletas locais onde não existam agentes agressivos. emitidas por alguns que modelos provocam de lâmpadas halógenas e de iodeto metálico. O projeto inicial do perfil dos refletores baseia-se nos princípios e leis da ótica, devendo levar em Os difusores são elementos translúcidos, foscos conta, as dimensões da fonte luminosa, e verificar ou leitosos, colocados em frente à lâmpada com a se a área externa da luminária é suficiente para finalidade de diminuir sua luminância, reduzindo dissipar a potência elétrica transformada em calor as possibilidades de ofuscamento. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 308 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação sistemas de acesso às lâmpadas, é recomendado As colméias funcionam como refletores a utilização de borracha de silicone. especulares, como difusores, como defletores ou como absorvedores de fluxo luminoso disperso, As peças acessórias, parafusos, suportes, etc., quando se desejam luminárias com maior controle poderão ser de alumínio, aço (protegido por do facho luminoso ou em locais onde existam galvanização problemas de ofuscamento. bicromatização), aço inox ou latão estanhado (em eletrolítica seguida de produtos a serem utilizados sob a ação da brisa III.3. CARCAÇA, PEÇAS DE FIXAÇÃO E DE próxima às praias marítimas). COMPLEMENTAÇÃO As estruturas básicas das luminárias podem ser Deve-se evitar numa mesma luminária a utilização fabricadas de diversos materiais. Nas luminárias de materiais metálicos diferentes em contato para projeto intimo, visto haver a possibilidade de corrosão simplificado, a carcaça é o próprio refletor, de eletroquímica quando a mesma é utilizada em chapa de aço, com acabamento em tinta ambientes úmidos, agressivos. lâmpadas fluorescentes, de esmaltada. III.4. MANUTENÇÃO DO FLUXO LUMINOSO Nas luminárias para uso ao tempo ou para A iluminância obtida sobre o plano de trabalho vai funcionar em ambientes úmidos, dá-se preferência normalmente sendo diminuída com o tempo de às carcaças de alumínio sob a forma de chapas e utilização fundição ou plásticos de engenharia (cloreto depreciação do fluxo luminoso emitido pela polivinílico, luminária é devido a: acrílico-metacrilato de metila, policarbonato) devidamente estabilizados contra • as radiações. Existem fortes restrições ecológicas à construção estruturas Depreciação de iluminação. da reflectância Essa e de luminárias com poliéster de sua futura reciclagem e sua baixa durabilidade expostas diretamente a Penetração de poeira e outros agentes contaminantes no sistema ótico; • reforçado com fibra de vidro devido à dificuldade quando sistema transmitãncia da luminária; • de do Diminuição do fluxo luminoso das lâmpadas durante sua vida; • radiações Acúmulo de contaminantes sobre a parte externa da lente. externas. Para se obter uma melhor manutenção do fluxo No caso de luminárias herméticas, à prova d’água luminoso das luminárias deve-se realizar os e vapores, deve se ter cuidado com relação às seguintes procedimentos: juntas e gaxetas de vedação, no que tange à resistência às intempéries, a temperatura e ao envelhecimento. No caso das gaxetas dos • Nas luminárias abertas permitir uma aeração suficiente para que as correntes de convecção do ar arrastem consigo as ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 309 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • partículas de poeira, mantendo o refletor custo da mão-de-obra de troca de uma lâmpada mais limpo. corresponde ao preço de diversas lâmpadas. Em Nas luminárias fechadas utilizar filtros nos muitos galpões industriais o acesso às luminárias pontos de aeração que permitam a entrada é proporcionado pelas pontes rolantes que, de ar da luminária sem a entrada de fazendo parte do processo de produção, não contaminantes no sistema ótico. Para tal estão sempre disponíveis. Daí ser recomendada a finalidade são recomendados os filtros de troca rápida, total da luminária, sendo sua carvão ativado, bem mais eficientes que os manutenção executada na oficina. de feltro ou de metal sinterizado. V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA III.5. GRAU DE PROTEÇÃO CONTRA AGENTES A redução na expectativa de vida da luminária se EXTERIORES dará devido à deterioração da pintura em função As luminárias, devem ser construídas para do tempo de utilização. Finalmente, pode-se dizer suportar determinadas condições de trabalho em que a vida útil das luminárias está em torno de 15 termos de penetração de corpos estranhos, anos. vedação a insetos, poeiras, água e resistência a determinados impactos e danos mecânicos. Essas características, que dependem da utilização das luminárias, são definidas pelo seu Grau de REFERÊNCIAS [1] ABNT / IEC 598 Parte1 – Luminárias requisitos gerais e ensaios. proteção IP (ingress protection). É dado por 3 numerais, que definem em ordem consecutiva os graus de proteção das diversas partes do [2] ABNT / IEC 598 Parte2 – Luminárias para Iluminação pública - requisitos. equipamento em relação à penetração de corpos à líquidos e sua resistência ao impacto. [3] Moreira, V. A. Iluminação Elétrica, Editora Edgard Blucher Ltda, 1999. Deve se ter um cuidado especial na especificação de luminárias para trabalho em ambientes contaminados com gases, vapores, pós, poeiras e grãos explosivos. IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Os custos da manutenção das luminárias corresponde numa importante parcela dos gastos de um sistema elétrico. Em muitos casos, além dos custos diretos de manutenção, tem-se o indireto causado pela redução do nível de produção. Na iluminação pública, por exemplo, o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 310 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Medidor RESUMO Baseando-se em índices de concessionárias e A medição de energia elétrica é sem dúvida um fabricantes, pode-se estimar a vida útil econômica dos pontos mais importantes dentro do sistema dos medidores de um modo geral como sendo de elétrico, seja para o controle e operação do 25 anos. próprio sistema ou particularmente e principalmente, para o faturamento da energia I. INTRODUÇÃO consumida. A precisão dos equipamentos usados Os medidores de energia elétrica podem ser para a medição de energia elétrica torna-se eletromecânicos portanto importância. eletromecânicos se baseiam nos princípios e Dependendo da aplicação e do custo, as fenômenos de indução eletromagnética, enquanto concessionárias de energia elétrica podem optar os eletrônicos usam o processo de conversão de por ou sinais analógico/digital, incluindo vários recursos eletrônicos. Enquanto os medidores eletrônicos tecnológicos existentes. Os medidores eletrônicos usam o processo de conversão de sinais possuem a grande vantagem de integrarem em analógico/digital, um único equipamento diversas características de um usar fator de medidores extrema eletromecânicos incluindo vários recursos ou medição, baseiam nos princípios e fenômenos de indução eletromecânicos possuem diversos modelos para eletromagnética. Devido a grande diversidade de atender a cada aplicação específica. Além disso, recursos integrados em um mesmo equipamento os medidores eletrônicos oferecem uma classe de e principalmente à precisão, os medidores precisão muito superior se comparado com os eletrônicos acabarão por substituir o uso dos medidores eletromecânicos. Contudo, o custo dos medidores eletromecânicos. O custo, por ora, medidores eletrônicos não justifica, por ora, sua ainda é um fator limitante, principalmente para os aplicação em pequenos consumidores, sendo numerosos consumidores empregado principalmente em consumidores de monofásicos. Apesar das diferenças existentes grande porte, como indústrias ou pontos de entre os medidores eletromecânicos e eletrônicos, medição de grandes blocos de energia, como as condições de operação e instalação são subestações. pequenos que os Os tecnológicos existentes, os eletromecânicos se e enquanto eletrônicos. medidores semelhantes. O desgaste resultante que as partes componentes dos mesmos sofrem representa um fator determinante na vida útil II. MEDIDOR ELETRO-MECÂNICO desses equipamentos. A manutenção, particularmente, restringe-se basicamente à manutenção corretiva. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 311 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO sistema mecânico de engrenagens que O medidor tipo indução é empregado em corrente registra a energia elétrica consumida em alternada para medir a energia elétrica absorvida um mostrador. • por uma carga. A figura 1, a seguir, apresenta o Imã Permanente: usado para produzir um circuito básico de um medidor eletromecânico com conjugado frenador ou de amortecimento suas partes componentes. sobre o disco. Devido aos fenômenos eletromagnéticos, um Bp conjugado motor originado no disco fará com que o mesmo gire. Este conjugado é dado por: Disco Cm = k ⋅ V ⋅ I ⋅ cos θ Bc sendo: Bc k – constante V – tensão eficaz proporcional ao fluxo ϕv Imã I – corrente eficaz proporcional ao fluxo ϕ i Núcleo θ - ângulo entre a tensão e a corrente Figura 1 – Circuito básico de um medidor ϕv e ϕ i – fluxos de tensão e corrente eletromecânico As partes componentes básicas de um medidor II.2. INFLUÊNCIAS EXTERNAS eletromecânico são: Dentre as principais caracteristicas externas que • • • Bobina de Potencial: bobina de alta podem influir no funcionamento e precisão de um indutância ligada em paralelo com a carga, medidor eletromecânico pode-se destacar: sendo formada por várias espiras de fio • Variações de temperatura ambiente fino de cobre. • Variações da tensão da rede Bobina de Corrente: possui poucas espiras • Variações da freqüência da rede de fio grosso de cobre, sendo ligada em • Campos magnéticos externos série com a carga. • Distorções na forma de onda Núcleo: formado por lâminas justapostas, isoladas uma das outras, de material Estas características devem ser levadas em conta magnético – geralmente ferro-silício, de nos modo a reduzir as perdas por correntes de medidores eletromecânicos. resultados obtidos da calibração de Foucalt. • Rotor (Disco): construído com alumínio de II.3. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS alta condutividade, com grau de liberdade Um medidor eletromecânico possui diversas para girar em torno de um eixo de partes componentes, a saber: suspensão. Neste mesmo eixo existe um parafuso ou rosca sem-fim que aciona um ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 312 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • • Armação: estrutura fabricada em liga de Dependendo da aplicação e das necessidades, alumínio-silício destinada a fixar as demais pode ser necessário o uso de alguns acessórios partes do medidor. adicionais, como: Base: recebe a fixação da armação e do inverso do elemento móvel, originado por Bloco de terminais: possui os terminais inversões do fluxo de energia. Usado em usados para a conexão dos fios de entrada medidores de energia reativa. • rotação do disco em um trem de pulsos juntamente com as bobinas de tensão (Bp) cuja e corrente (Bc), os eletroímãs de tensão e velocidade angular de rotação do mesmo. respectivamente, conforme • freqüência é proporcional à Emissor de Pulsos: envia pulsos a uma Figura 1. taxa proporcional à velocidade de rotação Elemento Móvel: é o rotor ou dico. Possui do disco que são lidos para contabilizar o algumas marcas usadas para leitura do número de rotações do disco. número • Sensor Óptico: converte o movimento de Núcleos de Tensão e Corrente: formam, corrente, • Catraca Mecânica: impede o movimento bloco de terminais. da rede e de saída para a instalação. • • de rotações. O número de • Indicador de Falha de Fase: LEDs que rotações dado pelo disco é proporcional ao detectam a ausência de fluxo em cada consumo. bobina de tensão. Freio Magnético: formado por dois imãs permanentes que atuam magneticamente II.4. CLASSIFICAÇÃO sobre o disco de modo a manter a Um medidor eletromecânico de energia pode ser velocidade classificado de acordo com suas características do mesmo rigorosamente proporcional à potência solicitada pela que serão abordadas a seguir. carga. • Mancais: conjunto de peças destinadas a manter o elemento móvel em posição ideal • • Medidor de Energia Ativa (kWh) permitindo a sua rotação. • Medidor de Energia Reativa (kWh) Registrador: constituído por um conjunto disco, que aciona cilindros, indicando o consumo de energia solicitado pela carga. II.4.2. Número de Elementos / Fios Divide-se em: • nela montada. Tampa do Bloco de Terminais: destinada a cobrir e proteger o bloco de terminais. Medidores Monofásicos: possuem apenas um elemento motor, ou disco. Usados em Tampa Principal: tem a finalidade de cobrir e proteger a estrutura de todas as peças • Divide-se em dois tipos principais: entre os eletroímãs de corrente e tensão, de engrenagens acopladas ao eixo do • II.4.1. Tipo de Energia a ser Medida consumidores de baixo consumo. • Medidores Polifásicos: possuem 2 ou 3 elementos motores. Utilizados em grandes consumidores, tais como lojas, indústrias... ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 313 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Podem ainda ser subdivididos de acordo com a III.2. APLICAÇÕES Os entrada da rede. medidores eletrônicos destinam-se basicamente a duas aplicações principais: • II.4.3. Tipo de Ligação à Carga Fronteira: medidores de grande precisão – São de dois tipos principais: • • classe 0.2S ou menor, instalados em Medidores Diretos: ligados diretamente à pontos de intercâmbio de grandes blocos carga, medindo toda a energia consumida. de energia, como subestações. Medidores Indiretos: ligados através de • Industrial: normalmente medidores de TP´s – Transformadores de Potencial, e precisão menor – classe 0.5S, com TC´s – Transformadores de Corrente. recursos mais limitados, devido ao custo. II.4.4. Medidores Especiais III.3. PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO Nesta categoria, estão incluídos os medidores de A medição eletrônica é feita em duas etapas: dupla tarifa, medidores classe 1, medidores de painel, medidores com acessórios, dentre outros. III.3.1. Amostragem Cada entrada de tensão e corrente é amostrada III. MEDIDOR ELETRÔNICO em pares, ou seja, simultaneamente. III.1. CARACTERÍSTICAS O processo de conversão é mostrado no diagrama Na especificação de um medidor eletrônico devem em blocos da figura 2 abaixo. ser consideradas basicamente as seguintes características: V1, V2, V3 • Formato • Dimensões MUX 1 • Medição – Direta ou Indireta • Ligação – Y ou ∆ • Valores de entrada – Tensão, Corrente I1, I2, I3 nominal (máxima), Frequência Precisão – classe de precisão X% • Burdens – carga por elemento • Faixa de operação – CONVERSOR A/D SAMPLE AND HOLD Cada bloco tem a seguinte função: temperatura, • • dependem necessidades específicas de cada aplicação. Mux 1: faz a seleção dos pares tensão e corrente a serem convertidas. umidade, tensão, corrente e frequência. características MUX 2 Figura 2 – Diagrama em Blocos do ADC • Outras SAMPLE AND HOLD das Sample and Hold: armazena a amostra de tensão ou corrente. • Mux 2: leva as amostras ora de tensão e ora de corrente para o ADC. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 314 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • ADC: digitaliza os valores analógicos A parametrização depende muito do modelo do amostrados, transformando-os em valores medidor e do fabricante, mas basicamente pode binários – seqüência de bits. ser dividida em: • Display: é a interface visual do medidor. III.3.2. Cálculo Através dele podem ser obtidas as leituras O cálculo pode ser executado pelo próprio de grandezas como energia, demanda, FP microprocessador dentre outras informações, sendo tudo do medidor ou por um processador de sinais digitais – DSP. Para o cálculo faz-se uso da aproximação integral. programável. • Assim, são utilizadas as seguintes aproximações: Memória de Massa: tem a função de armazenar os dados de energia medidos para posterior leitura. É formatada de • Valor Médio acordo com o número de canais e o Vm = • intervalo de gravação programados, o que irá determinar o tempo total de leitura possível até encher a memória. Valor Eficaz Vef = • 1 n ⋅∑vj n j =1 1 n 2 ⋅∑v n j =1 j • eletrônicas que podem ser programadas, por exemplo, para atuarem por um certo Potência Ativa período de tempo a partir de determinada 1 n PA = ⋅ ∑ e j⋅ i j n j=1 • • hora. Com isso, pode-se chavear bancos de capacitores nos horários de pico, dentre Potência Aparente S T = E ef ⋅ I ef = outras aplicações. 1 n 2 1 n 2 ⋅ ∑ej ⋅ ⋅ ∑i n j =1 n j=1 j • remota com o medidor. Pode-se, assim, Potência Reativa obter dados e informações através de uma interface Fator de Potência FP = Comunicação: define o tipo de interface que será utilizada para a comunicação Q T = S 2T − PA2 • Módulos de I/O: composta por chaves através PA ST de padrão um parametrização RS-232 modem. pode A ser e/ou própria realizada remotamente. • III.4. RECURSOS E FUNÇÕES serial Software: o próprio sistema de supervisão e controle define bancos de dados e Através da parametrização do medidor, definem- configurações default que devem ser se os recursos a serem utilizados e as parametrizadas características de operação desejadas para o funcionamento do mesmo. de acordo com as necessidades de cada aplicação. Vários outros recursos existem em um medidor de acordo com o modelo e fabricante, conforme já ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 315 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação frisados. Um recurso interessante que alguns VI. MANUTENÇÃO PREVENTIVA medidores têm é a Compensação das Perdas do Devido às suas próprias características de Sistema. Este recurso permite ao medidor, operação, os medidores são equipamentos que mediante a entrada de alguns parâmetros do devem operar continuamente. Somente no caso sistema, adicionar ou subtrair as perdas do de mau funcionamento, suspeita de fraude ou sistema à medição de energia. Este recurso é útil reclamação dos consumidores, é que se justifica quando é mais econômico instalar o medidor num normalmente realizar uma manutenção para ponto tal do sistema que é diferente do ponto de verificação da unidade. faturamento contratual. No caso dos medidores eletromecânicos IV. AFERIÇÃO instalados nos pontos de consumo, a NBR 8380 A aferição de medidores tanto eletrônicos quanto define algumas inspeções de caráter geral que eletromecânicos é realizada da mesma forma. podem ser feitas: • Inspeção visual do medidor e de suas Uma carga fantasma trifásica ou monofásica – ligações, para verificar irregularidades que dependendo do tipo do medidor, é usada para impeçam o seu correto desempenho. gerar sinais senoidais de corrente e tensão que • Verificação de ocorrência de fraude, como são injetados no medidor e em um padrão. O selos violados, alterações das ligações, padrão, através da sua leitura e da leitura do etc. medidor, calcula o erro percentual do medidor. • Verificação da tensão de alimentação de cada bobina de potencial do medidor. A O erro é determinado para diversas condições de tensão de alimentação não deve diferir em carga, de modo a traçar um perfil fiel da precisão mais de 10% do valor da tensão de do medidor, verificando se o mesmo está dentro calibração da sua classe de precisão específica. concessionária. • indicada pela empresa Verificação do comportamento do medidor V. MANUTENÇÃO PREDITIVA sem carga, isto é, apenas com as bobinas Particularmente para os medidores eletrônicos, de potencial ligadas. Nestas condições, o existe um recurso de auto-teste que permite ao elemento móvel do medidor não deve dar mesmo realizar um auto-diagnóstico, avisando uma rotação completa em quinze minutos. localmente em um display ou remotamente • Verificação da existência de fuga de através de um modem, por exemplo, de condições corrente na instalação, ou outro defeito adversas de operação que podem resultar em que faça o elemento móvel girar sem falhas ou imprecisão de leitura. carga. Deve ser constatada a não existência de fuga de corrente, isto é, o elemento móvel do medidor não deve girar continuamente. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 316 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação determinado módulo do equipamento. Constatado A aferição pode ser feita com carga artificial o defeito, basta trocar o módulo defeituoso por um (fantasma) ou com a própria carga do consumidor. novo, em perfeito funcionamento. Para as unidades instaladas nos pontos de VIII. VIDA ÚTIL ECONÔMICA interligação entre empresas concessionárias de As características elétricas e construtivas de energia medidores eletromecânicos e eletrônicos são bem elétrica, preventiva a política adotada de depende manutenção de cada concessionária. distintas, conforme visto. Enquanto os medidores eletromecânicos empregam bobinas de potencial e de corrente para a criação do conjugado motor No caso dos medidores eletrônicos, uma no disco, os medidores eletrônicos por sua vez verificação visual do equipamento e de suas necessitam de um módulo com transformadores ligações é suficiente. Particularmente para a maior de medida que compatibilizam níveis do sinal parte dos modelos, existe um recurso de teste que analógico para a conversão A/D. permite realizar uma aferição em campo dos mesmos sem a necessidade de extração. Contudo, as condições operativas são bem semelhantes, pois a ligação de um medidor à rede VII. MANUTENÇÃO CORRETIVA é a mesma, independentemente do mesmo ser A manutenção corretiva consiste em reparar as eletromecânico unidades defeituosas ou simplesmente calibrá-las, equipamentos que devem operar continuamente caso seja constatado um erro superior à classe do uma vez instalados, as práticas de manutenção medidor. Para medidores eletromecânicos, os consistem basicamente na manutenção corretiva, defeitos podem ocorrer em uma ou mais das bastando em grande parte dos casos uma simples diversas partes componentes. No caso de mau aferição e calibração, caso seja necessário. ou eletrônico. Como são funcionamento, apenas alguns ajustes mecânicos, como o aperto de alguns parafusos ou uma O desgaste das partes componentes frente às simples ser condições de operação e instalação é o principal suficientes para a correção do problema. De fator de influência na vida útil de medidores. acordo com a NBR 8380, se o erro do medidor de Considerando-se os índices de fabricantes e energia ativa em serviço for superior a ±3,5%, já concessionárias, pode-se estimar a vida útil incluída a tolerância admissível na apreciação dos econômica dos medidores de um modo geral erros, o mesmo deve ser substituído. como sendo de 25 anos. No caso dos medidores eletrônicos, a própria REFERÊNCIAS sofisticação tecnológica mostrada anteriormente, [1] permite aos mesmos um autodiagnóstico que Fabricantes. indique limpeza ao da operador unidade, de um podem defeito Catálogos e documentos técnicos de em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 317 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação [2] Normas ABNT. Motor de Combustão Interna RESUMO dependem Os motores de combustão interna são usualmente funcionamento, não necessitando de baterias, divididos em função do tipo de ignição em motores velas, platinados, etc, e menor emissão de de ciclo Otto ou de ciclo Diesel. Nos motores de monóxido de carbono (CO). Para obter do motor ciclo Otto, também chamados de motores de toda a vida útil de operação possível, as explosão ou de ignição por centelha, a mescla atividades carburada do ar com o combustível é feita fora do especialmente através de atividades como a cilindro. Já nos de ciclo Diesel, também chamados análise de vibrações (manutenção preditiva) e de motores de ignição por compressão, a mescla pela correta observância dos procedimentos se forma no interior do cilindro, ou seja, o ar puro relacionados com a manutenção preventiva, como é aspirado e comprimido no cilindro até o tempo a correta lubrificação do motor. Considerando a final de compressão sendo, então, o combustível expectativa do número médio de horas de injetado e, como a temperatura do ar neste operação dos motores de combustão interna e instante é maior do que a temperatura de ignição considerando valores típicos de utilização, sugere- do se para estes equipamentos uma vida útil combustível, ocorre o fenômeno da autoinflamação. As principais vantagens do ciclo do de sistema manutenção elétrico são para o essenciais, econômica de 15 anos. Otto com relação ao ciclo Diesel são: o custo de fabricação é menor, não utilizam de bombas I. INTRODUÇÃO injetoras de combustível, apresentam menor Os motores de combustão interna são usualmente relação divididos em função do tipo de ignição: peso/potência e também menores vibrações, emitem na descarga um menor índice • Motores de ciclo Otto, de explosão ou de de NO X e de fuligem (particulados). As principais ignição por centelha: Neste tipo de motor a vantagens do ciclo Diesel com relação ao ciclo mescla carburada do ar com o combustível Otto são: maior rendimento térmico por causa das é feita fora do cilindro. Essa mescla ao ser altas taxas de compressão, baixo consumo introduzida no cilindro, através da válvula específico de combustível, permitem o uso de de sucção, é comprimida e, mediante uma combustíveis (menor centelha elétrica ocorre a combustão a variações volume constante, pois neste instante a atmosféricas (temperatura, pressão e umidade do válvula de descarga está fechada. Logo ar), maior segurança de funcionamento pois não após a explosão a válvula de descarga se custo), de menor baixa volatibilidade sensibilidade às ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 318 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • abre liberando os gases de exaustão a térmico por causa das altas taxas de compressão; uma temperatura em torno de 800 °C. O baixo teor de mistura ar/combustível deste ciclo permitem o uso de combustíveis de baixa situa-se entre 11/1 e 17/1 e a taxa de volatibilidade (menor custo); menor sensibilidade compressão entre 6/1 e 12/1. às variações atmosféricas (temperatura, pressão e Motores de ciclo Diesel ou de ignição por umidade compressão: Neste tipo de motor, a funcionamento pois não dependem do sistema mescla se forma no interior do cilindro, ou elétrico para o funcionamento não necessitando seja, o ar puro é aspirado e comprimido no de baterias, velas, platinados, etc.; menor emissão cilindro até o tempo final de compressão de monóxido de carbono (CO). consumo do específico ar); maior de combustível; segurança de sendo, então, o combustível injetado e, como a temperatura do ar neste instante é II. CARACTERÍSTICAS maior do que a temperatura de ignição do Os motores podem ainda ser classificados de combustível, outras formas, como as apresentadas a seguir, ocorre autoinflamação. combustão, o Uma o fenômeno vez iniciada combustível da a injetado onde são apresentadas algumas de suas principais características. posteriormente vai queimando de acordo com a própria lei de injeção e esta queima ocorre à pressão constante já que o Segundo o ciclo de combustão: • Motores de quatro tempos: são aqueles aumento da pressão pela adição de calor é em que o ciclo completo é realizado por praticamente compensada pela expansão dois movimentos de ida e dois de volta do dos mistura pistão. Os quatro tempos são: admissão, ar/combustível para este ciclo situa-se compressão (combustão), expansão e entre 20/1 e 50/1 e a taxa de compressão escape (exaustão). gases. O teor de • entre 18/1 e 23/1. Motores de dois tempos: nestes motores o ciclo completo é realizado em um As principais vantagens do ciclo Otto com relação deslocamento de ida e outra de volta do ao ciclo Diesel são: por serem motores menos pistão. A renovação da carga ocorre por robustos, o custo de fabricação é menor; não lavagem dos gases de combustão com o utilizam de bombas injetoras de combustível; ar fresco nas proximidades do ponto morto apresentam e inferior. Nos motores de dois tempos é também menores vibrações; emitem na descarga necessário uma fonte de pressão para um impulsionar o ar para dentro do cilindro, menor menor índice relação de peso/potência NO X e de fuligem (particulados). sendo que as características construtivas dos cilindros são mais complexas que nos As principais vantagens do ciclo Diesel com motores de quatro tempos. Em teoria, um relação ao ciclo Otto são: maior rendimento motor de dois tempos deveria ter o dobro ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 319 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação da potência de um motor de quatro tempos que os de baixa rotação e ocupam pouco de mesma cilindrada, com igual velocidade espaço, porém sua vida é mais curta. Em de rotação, porém deve-se ter em conta a instalações que funcionem um grande potência consumida na lavagem e que número de horas se recomenda para uma parte do deslocamento se perde na grandes potenciais entre 400 e 750 rpm e renovação da carga. Portanto, a potência entre 750 e 1500 rpm para potências de um motor de dois tempos sobre o de médias. Neste último caso, os custos são, quatro tempos de mesma cilindrada com entretanto mais elevados e sua vida mais igual velocidade de rotação será no longa. máximo 60% maior dependendo do tipo de motor. Por último, deve-se ter em conta III. MANUTENÇÃO PREDITIVA que o motor de dois tempos é mais A sensível a variação da carga que o motor manutenção preditiva de motores é a análise de de quatro tempos. vibrações. Através dela podem ser antecipados principal ferramenta utilizada para a maiores problemas relacionados com elementos Segundo a pressão de admissão do fluido ao como engrenagens e rolamentos. motor: • Podem ser sobrealimentados (turbinados) IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA ou não, em função da pressão na qual Cada motor possui suas próprias características e, entrará a mistura carburada (ciclo Otto) desta forma, planos próprios de manutenção e/ou o ar (ciclo Diesel). O objetivo da preventiva. Entre as atividades mais comumente sobrealimentação basicamente realizadas estão a verificação do nível e das incrementar a potência dos motores. Nos características dos óleos lubrificantes, do nível e motores costuma-se da temperatura da água de refrigeração, a limpeza refrigerar o ar (intercooler) com objetivo de periódica dos elementos filtrantes e a parada para possibilitar manutenção em intervalos determinados de é sobrealimentados uma maior elevação da potência do motor sem elevar as cargas tempo. térmicas. V. MANUTENÇÃO CORRETIVA Segundo o número de rotações do motor: • A seguir apresenta-se alguns dos problemas mais O número de rotações, em relação inversa comuns encontrados na operação de motores de ao diâmetro do êmbolo, deverá estar combustão interna e que requerem alguma ligado ao número de horas que deverá medida de manutenção corretiva. Para cada trabalhar ao ano. Instalações com poucas problema são citadas as possíveis causas e, para horas de funcionamento ao ano requerem algumas causas, são relacionados os pontos a motores em torno a 1500-3000 rpm. Estes serem verificados para a possível correção do motores são sensivelmente mais baratos problema. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 320 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • V.1. AQUECIMENTO ANORMAL lubrificante de viscosidade exagerada. • V.1.1. Refrigeração Incorreta • Óleo Circuito de lubrificação obstruído: verificar se o filtro de óleo está obstruído ou Circuito de refrigeração a água defeituoso: defeituoso; verificar se os intervalos entre verificar a quantidade de água no motor e as trocas de óleo estãodemasiado longos. se existem fugas; verificar a presença de tártaro ou outras impurezas nas paredes V.2. PERDA DE POTÊNCIA das câmaras de água; verificar se a bomba de água está defeituosa; verificar se a válvula termostática estádefeituosa. • Refrigeração a ar defeituosa ou V.2.1. Alimentação de Combustível Defeituosa • Combustível de qualidade incorreta; • Má alimentação da bomba de injeção: insuficiente (refrigeração do radiador) ou verificar a presença de ar no circuito de Refrigeração por combustível; verificar se a bomba de depósitos nas paredes exteriores: verificar combustível está defeituosa; verificar se se a correia do ventilador está distendida existem obstruções de canalizações de ou usada; verificar se as passagens de ar combustível; no radiador estão obstruídas; verificar se o combustível está parcialmente obstruído radiador por água ou impurezas; verificar se o do está cárter impedida demasiado protegido (persiana, ou grade). verificar se o filtro de reservatório de combustível está entupido. • V.1.2. Motor Sobrecarregado Funcionamento anormal da bomba de injeção ou dos injetores: verificar se há presença de ar no circuito de combustível; V.1.3. Má Combustão verificar se a bomba de injeção está • Avanço excessivo na injeção; defeituosa; verificar a calagem correta da • Injetores defeituosos; injeção; verificar a existência de um ou • Escapamento • obstruído ou cano de injetores defeituosos: orifícios obstruídos, agulha gomada, pressão mal Filtro de ar entupido ou defeituoso. regulada, fugas, mola do injetor quebrada. V.1.4. Lubrificação Defeituosa • mais escapamento amassado; V.2.2. Regulador Defeituoso Alimentação de óleo incorreta: verificar bomba de óleo defeituosa; verificar se V.2.3. Entrada de Ar Obstruída ou Escapamento existem canalizações obstruídas; verificar Obstruído se a válvula de descarga está engripada aberta. V.2.4. Compressão Insuficiente causada por: • Válvulas com folga ou com jogo incorreto; • Mola da válvula quebrada; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 321 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Junta defeituosa (fuga de um cilindro para VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA outro, por exemplo); Considerando a expectativa do número médio de • Anéis de pistão gomados ou usados; horas de operação dos motores de combustão • Mecanismo • de descompressão mal interna e considerando valores típicos de regulado; utilização, sugere-se para estes equipamentos Depósitos excessivos nas câmaras de uma vida útil econômica de 15 anos. combustão e nas válvulas. REFERÊNCIAS V.3. PRESSÃO DE ÓLEO ANORMAL [1] Behar, M., Motores Diesel, Hemus Livraria Editora, 1978 V.3.1. Pressão do Óleo Demasiado Forte • Válvula de descarga defeituosa: verificar se a válvula não se abre corretamente ou se engripou fechada; verificar se a válvula está mal regulada; verificar se a válvula está obstruída. • Obstrução na canalização de impulsão da bomba; • Filtro obstruído; • Óleo de lubrificação demasiado viscoso: verificar se o óleo utilizado é demasiado viscoso; verificar se o óleo está muito sujo. V.3.2. Pressão Muito Fraca • Filtro obstruído; • Aspirador da bomba de óleo entupido; • Fuga na impulsão da bomba de óleo; • Nível de óleo muito baixo; • Válvula de descarga defeituosa: verificar se o assento da válvula está sujo; verificar se a válvula está engripada aberta; verificar se a válvula está desregulada. • Bomba de óleo usada ou defeituosa; • Desgaste excessivo dos coxins; • Óleo de lubrificação demasiado fluido. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 322 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Painel, Mesa de Comando e Cubículo RESUMO causar danos a vida útil dos conjuntos de Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão manobra e controle. Dentre elas destacam-se a são combinações de dispositivos e equipamentos elevação de temperatura e correntes de curto- de manobra, controle, medição, proteção e circuito. Assim, considerando as características regulação completamente construtivas, os critérios de manutenção e as montados, com todas as interligações elétricas e anormalidades que podem causar danos aos mecânicas internas e partes estruturais. O alvo de equipamentos, conseqüentemente reduzindo a interesse deste estudo está justamente no projeto vida útil dos mesmos, pode-se estimar uma vida do invólucro e nas partes estruturais deste útil econômica de 30 anos para painéis, mesas de conjunto. Por invólucro de um conjunto de comando e cubículos. manobra de e baixa controle, tensão, entende-se as partes envolventes do conjunto usadas para evitar o I. INTRODUÇÃO contato acidental com as partes móveis ou Define-se como conjunto de manobra e controle energizadas para de baixa tensão, as combinações de dispositivos e proteger os componentes dos agentes externos. equipamentos de manobra, controle, medição, Desta forma, é possível caracterizar cubículos, proteção painéis e mesas de comando baseado nas completamente definições anteriores. Por cubículo entende-se um interligações elétricas e mecânicas internas e conjunto fechado, comumente do tipo auto- partes estruturais. O alvo de interesse deste sustentável que pode compreender várias seções, estudo está justamente no projeto do invólucro e subseções ou compartimentos. Mesa de comando nas partes estruturais deste conjunto. é um conjunto de manobra e controle fechado, invólucro de um conjunto de manobra e controle, com painel de controle horizontal ou inclinado, ou entende-se as partes envolventes do conjunto uma combinação de ambos, que incorpora usadas para evitar o contato acidental com as aparelhos de controle, medição, sinalização, etc. partes Já painel pode ser entendido como uma estrutura internamente e para proteger os componentes dos projetada para suportar vários componentes e agentes externos. contidas internamente e e regulação móveis de montados, ou baixa com energizadas tensão todas as Por contidas apropriada para instalação em um conjunto de manobra e controle, constituindo, eventualmente, Para o completo entendimento dos itens a serem o próprio conjunto. Quanto à vida útil destes descritos, cubículo, mesa de comando e painéis, equipamentos, algumas anormalidades podem torna-se necessário a apresentação de algumas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 323 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação definições sobre as unidades de construção dos conjuntos de manobra e controle: • Seção: unidade de construção de um conjunto de compreendida manobra entre e duas controle separações verticais sucessivas, que poderão ser físicas ou puramente geométricas. • Subseção: unidade de construção de um conjunto de compreendida manobra entre e duas controle separações horizontais sucessivas de uma seção, que poderão ser físicas ou puramente geométricas. • Compartimento: fechada, seção exceto ou pelas subseção Figura 1: Cubículo aberturas necessárias para interligação, controle ou Pode-se ainda encontrar um conjunto de manobra ventilação. e controle tipo multicubículo, ou seja, uma combinação de cubículos mecanicamente ligados. II. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Este tipo de conjunto é apresentado pela figura seguinte: II.1. CUBÍCULO Um conjunto de manobra e controle tipo cubículo caracteriza-se por ser um conjunto fechado, ou seja, inacessível por todos os lados, com exceção da parte frontal, com grau de proteção mínimo IP20. Além disso, é comumente do tipo autosustentável que pode compreender várias seções, subseções ou compartimentos. Um exemplo típico está apresentado na figura seguinte: Figura 2: Multicubículo ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 324 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.2. MESA DE COMANDO III. CARACTERÍSTICAS É um conjunto de manobra e controle fechado, com painel de controle horizontal ou inclinado, ou III.1. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS uma combinação de ambos, que incorpora Os conjuntos de manobra e controle devem ser aparelhos de controle, medição, sinalização, etc. construídos com materiais capazes de suportar A figura abaixo representa um conjunto de esforços mecânicos, elétricos e térmicos, bem manobra e controle tipo mesa de comando: como, os efeitos de umidade, possíveis de ocorrer em serviço normal. Quanto à disposição dos componentes dentro do conjunto, os espaçamentos devem ser especificados, levandose em conta as condições de serviço aplicáveis. Além disso, esforços provocados por condições anormais, tais como curto-circuito, não devem reduzir os espaçamentos entre os barramentos e/ou conexões abaixo dos valores especificados. Figura 3: Mesa de comando Os componentes de um conjunto de manobra e II.3. PAINEL controle devem ser apropriados para a aplicação a É a estrutura projetada para suportar vários que componentes e apropriada para instalação em um características, conjunto de manobra e controle, constituindo, corrente nominal, vida útil de serviço, capacidade eventualmente, o próprio conjunto. A figura de curto-circuito, etc. Os equipamentos, as seguinte apresenta um tipo de painel denominado unidades funcionais montadas no mesmo painel painel de montagem: de montagem, estrutura de montagem, e os se destinam, tais tendo em vista como tensão suas nominal, terminais para condutores externos devem ser dispostos de forma a serem acessíveis para montagem, fiação, manutenção e reposição. Os equipamentos devem ser instalados e suas fiações executadas de forma que não sejam influenciados por interação, tais como calor, arcos, vibrações, campos energéticos, que sejam provenientes da operação normal. III.2. CONDIÇÕES NORMAIS DE SERVIÇO Os conjuntos de manobra e controle são projetos para trabalharem em condições normais de Figura 4: Estrutura tipo painel de montagem serviço definidas por norma (NBR 6808). Esta ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 325 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação norma estabelece as condições de temperatura, a facilitar a operação e manutenção e ao mesmo condições atmosféricas e de altitude. Quando o tempo assegurar o grau necessário de proteção. conjunto tiver que operar em condições diferentes das especificadas ou em condições adversas tais V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA como vibrações, exposição a campos elétricos e Algumas anormalidades podem causar danos a magnéticos relevantes, freqüência acima de 1000 vida útil dos conjuntos de manobra e controle. Hz, etc, alguns requisitos particulares de projeto Dentre devem ser considerados com o propósito de se temperatura e correntes de curto-circuito. elas destacam-se a elevação de evitar danos ao equipamento. V.1. ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA III.3. CARACTERÍSTICAS NOMINAIS A elevação de temperatura das partes de um As características nominais de um conjunto de conjunto de manobra e controle não deve exceder manobra e controle são: tensão nominal, corrente valores nominal, corrente suportável nominal de curta percorrido por corrente nominal nas condições de duração, valor suportável de curto-circuito, valor ensaio também prescritas por norma. A elevação suportável da temperatura de qualquer componente não deve nominal de crista de corrente, freqüência nominal, nível de isolamento nominal. causar estabelecidos danos a por normas, outros quando componentes, principalmente aos materiais isolantes. IV. MANUTENÇÃO Certas operações de manutenção podem ser V.2. CURTO-CIRCUITO realizadas com o conjunto de manobra e controle Os conjuntos de manobra e controle devem ser em serviço. Estas operações podem ser de: construídos de forma a suportar os efeitos inspeção visual de dispositivos de manobra, relés, térmicos e dinâmicos resultantes da corrente de conexões de condutores e identificações, outros curto-circuito presumida para qual o conjunto foi componentes; ajuste e rearme de relés e outros projetado. Os esforços de curto circuito podem ser dispositivos; substituição de fusíveis; substituição reduzidos através de dispositivos limitadores de de lâmpadas indicadoras; certas operações de corrente. Além disso, os conjuntos devem ser localização de falta; etc. protegidos contra curto-circuito por meio de dispositivos incorporados ao conjunto ou fora dele. Outras operações de manutenção podem ser conjunto Os circuitos dentro do conjunto devem ser desenergizado e as outras partes adjacentes dimensionados da seguinte forma: os barramentos sobre tensão. Evidentemente, o conjunto deve ser principais devem ser dimensionados de acordo projetado para este propósito. com a capacidade de curto circuito e projetados realizadas estando uma parte do para suportar pelo menos os esforços de curtoOs componentes e circuitos de um conjunto de circuito limitados pelos dispositivos de proteção no manobra e controle devem ser dispostos de forma lado de entrada dos barramentos principais. Os ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 326 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação condutores entre os barramentos principais e a alimentação de uma unidade funcional, podem ser dimensionados com base nos esforços de curtocircuito reduzidos que ocorram no lado de carga do dispositivo de proteção contra curto-circuito nesta unidade, considerando um curto-circuito interno uma possibilidade remota. Já os circuitos auxiliares devem ser protegidos contra os efeitos dos curtos-circuitos. Contudo, um dispositivo de proteção só deve ser colocado se sua operação não puder causar perigo. Considerando as características construtivas, os critérios de manutenção e as anormalidades que podem causar danos aos equipamentos, conseqüentemente reduzindo a vida útil dos mesmos, pode-se estimar uma vida útil econômica de 30 anos para painéis, mesas de comando e cubículos. REFERÊNCIAS [1] Júdez, G. Z., Estaciones Transformadoras Y De Distribución. Editorial Gustavo Gili, S. A., 3rd edição 1966. [2] NBR 6808, Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão. AGO/1981. [3] informações e catálogos de empresas do setor elétrico. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 327 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Pára-Raios RESUMO I. INTRODUÇÃO Os pára-raios para sistemas de potência são O equipamentos de proteção conectados geralmente consequências danosas, resultante do acúmulo da entre fase e terra de um sistema elétrico de modo cargas elétricas em uma nuvem e a descarga a prover sua proteção contra surtos de tensão, sobre o solo ou qualquer estrutura que ofereça contribuindo para dar confiabilidade, economia e condições continuidade de operação dos equipamentos carregadas elétricos. Estes surtos podem ser de origem negativas na parte inferior e positivas na sua parte externa, atmosféricos, ou de origem interna ao superior. raio é um à fenômeno descarga. por atmosférico Estas cargas nuvens de são predominantemente sistema, manobras. Via de regra os pára-raios não são projetados para trabalhar frente a solicitações Observações e medições das descargas que de surtos em freqüência industrial de longa atingem as linhas de transmissão provam que são duração, ou seja, sobretensões sustentadas em resultantes de nuvens carregadas com cargas regime. Construtivamente, os pára-raios podem elétricas ser divididos em dois grandes grupos construtivos, caracterizadas por correntes da ordem de 10 a devidamente de 200 kA, que ao atingir, por exemplo, uma os aplicação, que são os que possuem centelhadores condutores da linha de transmissão que possuem e os que não são projetados com centelhadores. um certo valor de impedância, irá resultar na Em termos genéricos os pára-raios podem ser sobretensão. subdivididos em classes negativas. Estas descargas são considerados como válvulas que aliviam as sobretensões impostas aos sistemas. A vida útil Deste modo, os pára-raios são dimensionados e de um pára-raios para sistemas de potência se instalados para proteger os equipamentos contra encontra relacionada com a sua vedação. A os surtos de tensão provocados pelas descargas qualidade problema atmosféricas, e também os surtos provocados por tecnológico e de custo do produto e do preço final chaveamento ou manobras de equipamentos nas de venda do equipamento. Com relação aos pára- subestações do sistema elétrico. desta vedação é um raios para tensões mais elevadas, como por exemplo, linhas de transmissão e subestação, a II. CARACTERÍSTICAS GERAIS expectativa de vida é de aproximadamente 20 Os pára-raios para sistemas de potência são anos. equipamentos de proteção conectados geralmente entre fase e terra de um sistema elétrico de modo a prover sua proteção contra surtos de tensão. Em ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 328 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação operação normal, o pára-raio é semelhante a um Os pára-raios com centelhadores são construídos circuito aberto, quando ocorrer uma sobretensão, normalmente com resistores a carboneto de haverá uma circulação de corrente no resistor não silício, se bem que a normalização nacional prevê linear do pára-raio impedindo que esta tensão nos a construção de pára-raios com centelhadores a seus terminais ultrapasse um determinado valor óxido de segurança. eletricamente o elo fraco deste tipo de projeto pois metálico. Os centelhadores são limitam suas características de absorção de Estes surtos podem ser de origem externa, surtos, principalmente atmosféricos, ou de origem interna ao sistema centelhadores podem ser construídos de várias proveniente de manobras. Via de regra os pára- maneiras, incorporando ou não dispositivos de raios não são projetados para trabalhar frente a equalização de potencial e nos pára-raios classe solicitações de surtos em freqüência industrial de estação longa duração. limitadores de corrente pela implementação de são de considerados manobra. como ativos Os ou dispositivos que provêem o sopro do arco. Os A seleção de um pára-raio para a correta proteção pára-raios sem centelhadores são construídos de um equipamento, ou de um grupo de somente com resistores a óxido metálico. equipamentos, deve-se levar em consideração uma série de fatores, tais como: tensão máxima Em termos genéricos os pára-raios podem ser na sobretensões considerados como válvulas que aliviam as temporárias, sobretensões atmosféricas e de sobretensões impostas aos sistemas. Estas manobra, efeito distância, características de válvulas são constituídas de elementos ativos proteção, internos resistores e centelhadores, dependendo freqüência industrial, isolamento dos equipamentos e margens de proteção. do caso, instaladas no interior de um invólucro que pode ser em porcelana ou em material III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Construtivamente, os pára-raios podem polimérico. ser divididos em dois grandes grupos construtivos, A Figura 1 apresenta uma vista em corte de um devidamente de pára-raio convencional, e a quantidade de seções pára-raios, de porcelana depende da tensão nominal do pára- aplicação. conhecidos subdivididos Deste modo como centelhadores, em classes existem convencionais que são ou com raio. espaçamentos intencionais em ar, e pára-raios a óxido metálico sem centelhadores. As classes de aplicação básicas são: secundária, distribuição, subestação e linhas de transmissão. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 329 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação que se deve observar no projeto mecânico do pára-raios é a vedação do seus flanges superior e ou inferior. A vedação de um pára-raios é quem virtualmente determina sua vida útil pois na maioria das falhas com os mesmos é detectada a presença de água em seu interior. A perda de vedação resulta na presença de água no interior do invólucro dos pára-raios por meio de um efeito conhecido por bombeamento. A qualidade dos sistemas de vedação dos pára-raios é determinada pelo acabamento superficial das partes a serem vedadas, invólucro e flanges, pela qualidade do Figura 1 – Seção transversal de um pára-raio material da gaxeta e pela aplicação da correta tensão de serviço à gaxeta que tem ser inferior, durante Onde: 1. Porcelana; 2. Flange terminal e dispositivo de alívio de pressão; 3. Centelhadores e câmara de extinção; 4. Resistor não linear; 5. Resistor equalizador; 6. Anel equalizador de potencial; 7. Terminal de alta tensão; 8. Terminal de aterramento. As funções básicas do centelhador são: suportar a tensão normal do sistema, disparar para um nível de tensão bem definido e recuperar a sua característica isolante após a dissipação do surto que provocou o disparo. Os resistores não lineares tem a função básica de absorver a energia e limitar a corrente do surto. qualquer etapa do processo de manufatura ao valor de esmagamento. Os sistemas de vedação podem apresentar vários graus de sofisticação desde uma simples barreira fornecida por uma única gaxeta a um conjunto de três barreiras contra umidade, uma principal interna uma secundária externa e um meio impermeável entre elas, usualmente em parafina. A diferença básica é o custo e sua vida útil. Sistemas poliméricos que trabalham com estruturas em epoxi reforçada com fibra de vidro para sustentação mecânica e material polimérico injetado diretamente sobre os resistores a óxido metálico tem como principal fonte de problema a interface entre as partes metálicas de contato e o polímero e ainda são objeto de algum estudo por parte dos fabricantes. Quanto à forma, quando se tem buchas quer em material cerâmico ou polimérico, o principal ponto ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 330 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Como um sistema que trabalha sobre surtos de IV. VIDA ÚTIL ECONÔMICA tensão de Dentro do contexto acima é possível sem muito descarregar amplitudes elevadas de corrente e erro afirmar que a vida útil de um pára-raios para energia, sistemas de potência se encontra relacionada com o que os implica na pára-raios necessidade estão sujeitos a envelhecimento frente a estas solicitações. a sua vedação. A qualidade desta vedação é um problema tecnológico e de custo do produto e do Nos pára-raios solicitações com centelhadores impactam fortemente estas preço final de venda do equipamento. Logo, com os respeito aos sistemas tradicionais de montagem centelhadores e o limite de 1 Coulomb para a vem: carga escoada deve ser respeitado. Ou seja, uma descarga de corrente com amplitude superior a No que tange aos pára-raios para tensões este limite usualmente impõe danos de tal monta elevadas, tais como, proteção de linhas de aos centelhadores que os pára-raios falham. transmissão e subestação os custos parecem Descargas sucessivas conduzem a erosão dos resultar em um sistema que tem pelo menos uma eletrodos dos centelhadores expectativa de vida não inferior a 15 anos. Se bem e deste modo determinam o fim da vida útil do pára-raios. A que técnica de etchings pode prover uma idéia geral intermitente e sistemas com vida útil, levantada sobre este problema. No entanto é conveniente em campo, superior a 20 anos, dotados de ressaltar que excetuando quando de surtos de mesmo projeto físico e manufatura distinta. Este manobra as solicitações por descargas neste tipo fato pode ser atribuído à qualidade dos processos de pára-raios são raras e portanto não devem ser e dos materiais utilizados em ambos os casos. existem sistemas propensos a falha determinísticas na definição de sua vida útil. É recomendado recorrer aos registros mais Nos pára-raios sem centelhadores, por estarem detalhados das empresas, caso eles existam ou submetidos diretamente a tensão fase-terra, que realizar uma pesquisa que envolva a remoção de no aos campo de um universo razoável de amostras e centelhadores que limitam o fluxo de corrente pelo realizar ensaios em laboratório e inspeções pára-raios, o envelhecimento de origem elétrica é internas. mais preponderante. No entanto o registro, envolvidos. É claro que os custos devem ser reduzido, de problemas de degradação devido a verificados o problema fica neste caso por conta presença de surtos não é preocupante. Existem do balanço custo da energia não suprida versus evidências de envelhecimento precoce frente a custo dos ensaios e substituições. caso condições convencional de fica poluição aplicada atmosférica Alega-se contra isto os custos que determinaram inclusive uma mudança no projeto Para um pára-raios utilizado em sistemas de alta interno dos pára-raios de alta e extra alta tensão, tensão estes serviços possuem um custo da fato aparentemente controlado pelos fabricantes ordem de porte tecnológico elevado. sistemas de 500 kV, podendo impor restrições na de US$30,000.00, em média, para ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 331 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação realização dos ensaios. Uma política de substituição obrigatória também não parece ser adequada pois existem sistemas projetados e construídos com tecnologia e cuidados suficientes para ter uma vida útil superior a 20 anos. O adequado é verificar em campo na forma de um projeto de âmbito nacional o índice de desempenho atual e depois tomar decisões deste porte. REFERÊNCIAS [1] Creder, H. Instalações Elétricas, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 13 a edição, 1999. [2] Normas ABNT: NBR 5419 e NBR 5410. [3] Catálogos e informações de fabricantes. [4] Furnas Centrais Elétricas S. A. Equipamentos Elétricos – Especificação e aplicação em subestações de alta tensão, 1985. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 332 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Ponte Rolante, Guindaste ou Pórtico RESUMO mesmos devem ser tratados com um cuidado todo As pontes rolantes, guindastes ou pórticos especial, uma vez que falhas em sua concepção, utilizados nas usinas hidrelétricas desempenham projeto, fabricação, montagem, comissionamento, um papel secundário, quando analisa-se a operação e manutenção podem pôr em risco a produção de energia elétrica, em que a turbina e o segurança dos operadores do equipamento e da gerador são indiscutivelmente os equipamentos usina, além de que eles devem estar sempre principais. porém, prontos para operarem quando solicitados. As indispensáveis e sua utilização se faz necessária pontes rolantes, guindastes ou pórticos são na equipamentos Estes equipamentos construção, montagem, são, operação e normalmente adquiridos de manutenção da usina hidrelétrica. É na fase de fabricantes tradicionais, em que o cliente, sozinho construção equipamentos ou com o auxílio de uma firma projetista, define a eletromecânicos que as pontes rolantes, pórticos estrutura onde serão instaladas os mesmos, os e guindastes mais trabalham. Os guindastes tipos estacionários na dimensões, capacidades, alcances e quantidades, construção das diversas obras civis, na colocação os critérios de dimensionamento e concepção das comportas de fechamento do desvio, na mecânica e elétrica, as normas de projeto, os montagem do conduto forçado, nas montagens materiais, as características do acionamento, o das equipamentos esquema de pintura e as pré-montagens a serem eletromecânicos em geral. Alguns equipamentos executadas em fábrica. Ao fabricante cabe o são montados por guindastes temporários, ou cálculo (baseado nas premissas do cliente), o seja, projeto, e montagem ou móveis comportas aqueles que e dos são dos utilizados permanecerão na usina de equipamento e a a fabricação, empregar, mesclando suas sua somente na fase da construção, e outros pelos experiência com os requisitos do cliente, para seus equipamentos de manobra permanentes. oferecer um equipamento robusto, seguro e Uma vez pronta e comissionada a usina, as eficiente a custo competitivo. Devido a esta pontes rolantes. pórticos e guindastes trabalham modalidade de aquisição das pontes rolantes, com operações de guindastes ou pórticos, a responsabilidade por ter armazenamento de na usina equipamentos robustos, duráveis, bem comportas e grades, desmontagem das turbinas e concebidos, seguros e eficientes é compartilhada geradores para manutenção e deslocamento de por cliente e fabricante. Mesmo recebendo o peças à equipamento adequado às suas necessidades, confiabilidade que estes equipamentos devem cabe ao cliente o estabelecimento de um apresentar e ao risco que podem oferecer, os programa menor colocação, para freqüência retirada áreas e de nas oficinas. Devido adequado e abrangente de ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 333 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação manutenções preditivas e corretivas, além da Para exemplificar esta afirmação, podemos citar o operação correta do equipamento. Considerando caso do motor elétrico que, em 1891, pesava em o acima exposto, recomenda-se uma vida útil média 88 kg/kw , em 1930, pesava 12 kg/kw e, em econômica para as pontes rolantes, os guindastes 1984, apenas 6,8 kg/kw. ou pórticos de 30 anos. Os primeiros equipamentos de levantamento e I. INTRODUÇÃO translação de carga eram rebitados, de estrutura Os equipamentos de levantamento e translação treliçada. Com a evolução dos materiais e da de tecnologia de soldagem, a estrutura destes cargas surgiram e evoluíram com o desenvolvimento da indústria para atender a uma equipamentos quantidade de aplicações muito variada e com abandonados. evoluiu e os rebites foram capacidades que, a cada dia, se superavam. As normas usuais para dimensionamento dos Praticamente todos os tipos de indústria requerem a utilização de equipamentos de levantamento e equipamentos são: • - ABNT NBR 8400; translação de cargas, dentre as quais citamos algumas, como as usinas siderúrgicas, as • fundições, as forjarias, as indústrias de alimentos, as indústrias de papel e celulose, as mineradoras, • Manufacturers Association of Association of Iron and Steel Engineers AISE nº 6; • centrais a vapor e nucleares, entre outros. Nestas aplicações, as capacidades podem ir desde uma Crane America - CMAA 70; as indústrias automobilísticas, as indústrias de vidro, as metalúrgicas, as usinas hidrelétricas, Associação Brasileira de Normas Técnicas National Electrical Manufacturers Association – NEMA; • International Electrical Commission – IEC. centenas de quilos até a milhares de toneladas. Os equipamentos apresentados neste texto são Os equipamentos mais antigos eram maiores e os de maior utilização nas hidrelétricas. No mais entanto, existe uma grande quantidade de outros pesados devido a menor tecnologia disponível na época. Com a evolução tecnológica, tipos caracterizada pelo desenvolvimento de novos translação de carga com usos nos mais diversos materiais metálicos, melhoria dos processos de ramos industriais. de equipamentos de levantamento e cálculo, experiência acumulada, os componentes se tornaram mais compactos e tiveram sua No Brasil, destacam -se como fabricantes de capacidade de carga aumentada, resultando em pontes rolantes, pórticos e guindastes Alstom (ex- equipamentos cada vez mais compactos, simples Mecânica Pesada), Bardella, Ishibrás, Inepar– e eficazes. Fem. Villares, Torque, para equipamentos de maior porte, e Bauma, Koch, Feba, Duraferro e Mausa para equipamentos menores. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 334 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II. CARACTERÍSTICAS Alguns casos de comportas ou grades, em que a Os equipamentos de levantamento e translação capacidade, a disposição a quantidade e a forma de cargas utilizados de forma permanente nas de operação permitam, é possível içá-las com usinas hidrelétricas são basicamente a ponte talhas fixas elétricas ou manuais ou móveis rolante ou pórtico da casa de força, os pórticos ou dotadas de monovia. monovias da tomada d’água, vertedouro e tubo de Os pórticos rolantes do tubo de sucção e do sucção. vertedouro têm como funções A ponte rolante da casa de força tem a finalidade manuseio das comportas de permitir a montagem na fase de construção e a estruturas nas operações de colocação e retirada desmontagem e montagem nas operações de dos painéis nas ranhuras e funções secundárias, manutenção das turbinas e geradores. Além de como a manobra de tampas e outros acessórios. das principais o respectivas içar estas peças, a ponte deve transladá-las da II.1. PONTE ROLANTE área de montagem para o poço e vice-versa. Pontes rolantes são equipamentos que O Pórtico rolante de tomada d’água possui a normalmente são montados em ambiente fechado função de auxiliar na montagem e desmontagem como, por exemplo, galpões e Casa de Força de da comporta vagão, da comporta ensecadeira e, Usina Hidrelétrica. em alguns casos, da grade. Dependendo das capacidades, é possível encontrar pórticos onde Dependendo da massa da carga a ser levantada, cada um destes equipamentos é manobrado por poderá se optar por até duas pontes rolantes um guincho específico. As grades podem, em trabalhando em conjunto, sendo que o comando é alguns feito por uma das pontes, que é chamada de casos, serem manuseadas por um equipamento independente ou, até mesmo, pela ponte piloto e a outra de asservida. máquina limpa grades. Estes equipamentos compõem-se basicamente de Cabe destacar que as comportas vagão de carro guincho e a ponte rolante propriamente dita. tomada d’água, normalmente, são operadas por cilindro hidráulico, ficando o pórtico restrito a Os mecanismos de acionamento da elevação da montá-la e desmontá-la nas operações de carga, direção do carro guincho e translação da manutenção, o que ocorre poucas vezes durante ponte rolante são, na maioria das vezes, a vida útil destes equipamentos. Já as comportas acionados por motor elétrico. ensecadeiras e grades são operadas pelo pórtico nas operações de colocação e retirada da ranhura A alimentação elétrica da ponte é feita através de numa operação também de baixa freqüência de barramento, que é fixado na estrutura da usina ou ocorrência. galpão. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 335 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação A alimentação elétrica do carro é feita usualmente • Para translação da ponte: fim de curso de por cortina de cabos (Festoon), composta por extremo de percurso; fim de curso de anti- cabos elétricos flexíveis montados em carrinhos colisão (opcional). porta cabos, que correm em um trilho. Esta • alimentação também pode ser feita com esteira Para direção do carro: fim de curso de extremo de percurso. porta cabos (lagarta). Estes equipamentos movimentam-se sobre trilhos, O carro guincho é composto por: • • Mecanismo de tipo ferroviário, fixados em concreto. elevação, composto basicamente por: motor elétrico; freio; Estes redutor de velocidades; tambor; cabo de movimentação de materiais para a construção da aço; roldanas superiores; moitão. usina e na montagem e manutenção das turbinas, Mecanismo de direção do carro: motor geradores e outros componentes da Casa de elétrico; freio; redutor de velocidades; Força. equipamentos são utilizados para rodas; pára choque. • Chassis do carro, fabricado com chapas e II.2. PÓRTICO ROLANTE perfis de aço soldados. Pórticos rolantes são equipamentos que normalmente são montados em ambiente externo como, por exemplo, pátios, Vertedouro, Tomada A ponte rolante é composta por: • Estrutura composta por: duas vigas principais fabricadas com chapa de aço D’Água e Tubo de Sucção e, às vezes, na Casa de Força de Usina Hidrelétrica. estrutural soldadas; duas vigas cabeceiras • também em chapa de aço soldada; Estes equipamentos compõem-se basicamente de passadiços. carro guincho e o pórtico rolante propriamente dito Mecanismo de translação da ponte composta por: motor elétrico; freio; redutor ou, então, de guincho fixado na estrutura do pórtico. de velocidades; rodas; pára choque. Os mecanismos de acionamento, a exemplo das Diversos sistemas de segurança na elevação e pontes rolantes, são feitos, na maioria das vezes, translações por motor elétrico. são previstos para garantir a segurança no manuseio da carga. Usualmente, são previstos os seguintes dispositivos: • A alimentação elétrica, na maioria das vezes, é Para elevação: fim de curso de ponto alto feita por enrolador de cabos elétricos, que poderá do moitão ou de contra peso; fim de curso ser motorizado ou não. de ponto alto e baixo do moitão; fim de curso de excesso de carga; fim de curso de cabo frouxo. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 336 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação O carro guincho é constituído da mesma forma Os Semi pórticos rolantes são variantes de projeto que o da ponte rolante, que poderá ter ou não tal qual os pórticos rolantes são equipamentos cobertura. que, normalmente, são montados em ambiente externo como, por exemplo, no Tubo de Sucção O pórtico rolante é composto pela estrutura, que de Usina Hidrelétrica. são duas vigas principais, quatro pernas, vigas de fechamento superior, duas vigas cabeceiras, A construção destes equipamentos é, em sua passadiços e o mecanismo de translação do totalidade, similar a dos pórticos rolantes, a menos pórtico. da estrutura que tem apenas duas pernas ao invés de quatro pernas do pórtico, pois um dos Diversos sistemas de segurança na elevação e translações são previstos para garantir lados é apoiado na estrutura do prédio da usina. a segurança no manuseio da carga. Usualmente, II.3. TALHAS COM MONOVIA são previstos os seguintes dispositivos: A talha é um equipamento de levantamento de • Para elevação: fim de curso de ponto alto construção compacta e possui grande gama de do moitão ou de contra peso; fim de curso aplicação. de ponto alto e baixo do moitão; fim de • curso de excesso de carga; fim de curso A talha pode até substituir o carro guincho na de cabo frouxo; dispositivo indicador de fabricação de ponte rolante de Casa de Força em profundidade. pórticos, em máquina limpa grades. Para translação do pórtico: fim de curso de extremo de percurso; fim de curso de As talhas são muito utilizadas quando os locais descarrilamento (opcional); fim de curso de têm dimensões restritas. tombamento (opcional); fim de curso de • anti-colisão (opcional); fim de curso de Sua constituição é similar ao de um carro guincho, posicionamento (opcional). porém de construção compacta. Para direção do carro: fim de curso de Poderá extremo de percurso. ser com acionamento elétrico ou acionamento manual por corrente de elos. Estes equipamentos também se movimentam Dependendo de sua capacidade, a talha poderá sobre trilhos, que são fixados em concreto. movimentar-se por uma monovia ou dupla viga. Estes equipamentos são utilizados para movimentação de materiais para a construção da A monovia poderá, dependendo da capacidade usina e para manuseio de comportas vagão, e/ou da utilização, ser construída em perfil de aço comporta ensecadeira, grades, entre outros. laminado (com uma alma) ou em chapa de aço estrutural soldada com duas almas. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 337 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação II.4. GUINDASTE DERRICK Guindaste Derrick é variando-se a tensão e freqüência dos mesmos. um equipamento de Normalmente, as velocidade variam entre uma levantamento de construção bastante particular, faixa de 10% a 100% da nominal de projeto. Esta pois o guincho é montado no piso ou em local variação de velocidade é de forma Stepless abaixo do piso, e o guiamento do cabo de aço é (contínua) ou em pontos pré-determinados. feito através de roldanas, podendo ser usado em tomadas d’água, onde pode atender a mais de um III. MANUTENÇÃO PREDITIVA equipamento, com a finalidade de retirar e colocar as comportas das ranhuras. III.1. PONTE ROLANTE E PÓRTICOS Programas de manutenção preditiva reduzem os O guindaste derrick possui um guincho de custos gerais de manutenção e evitam paradas do construção similar ao de um carro guincho, uma equipamento pela observação antecipada de coluna de sustentação e a lança. problemas sérios. Pequenas regulagens, limpeza e substituição de partes não somente mantêm a O movimento de giro da lança pode ser feito alta eficiência de operação da Ponte Rolante e do através de volante manual ou por sistema com Pórtico, mas também eliminam reclamações de redutor de velocidade e motor elétrico ou por operadores e pequenas paradas. cilindro de acionamento hidráulico. Determinar um programa de manutenção preditiva II.5. CONTROLES ELÉT RICOS E ACIONAMENTOS ELÉTRICOS para satisfazer os requisitos de uma ponte rolante ou pórtico em particular é virtualmente impossível, A evolução tecnológica e a maior exigência do devido aos numerosos fatores variáveis, tais como mercado consumidor fizeram com que a indústria natureza desenvolvesse acionamentos mais precisos, com atmosféricas locais, maneira de operar carga, maior confiabilidade e menores custos. Um entre outros. Entretanto, baseado na experiência, exemplo típico do acima exposto é o inversor de podemos estabelecer um programa médio. de carga, aplicação, condições freqüência, que passou a ser parte integrante dos novos acionamentos. Este programa é baseado em 40 horas de operação por semana (8 horas por dia, 5 dias por Os acionamentos para os movimentos de pontes semana). O cliente pode aplicar este programa e/ou pórticos rolantes são feitos através de proporcionalmente ao número de horas que o motores de indução trifásico, rotor de gaiola equipamento trabalhar por semana. acionado comandado por inversores por de freqüência Controladores e Lógicos Programáveis (PLC) ou lógica à relés. Este programa é de inspeções periódicas e determinação das medidas corretivas exigidas pela verificação de relatório preenchido na Os inversores de freqüência têm por finalidade inspeção. Como medida de economia e rapidez, o controlar a velocidade dos motores elétricos, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 338 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação pessoal de manutenção que esteja inspecionando A inspeção somente deve ser realizada após a a ponte ou o pórtico pode também cuidar de colocação da Ponte ou do pórtico em posição pequenas regulagens, limpeza e reparos, onde própria, do desligamento da chave geral e necessários. colocação de aviso de advertência, que só deverá ser removido, após terminado o serviço, pela A revisão periódica de antigos relatórios de mesma pessoa que o colocou. inspeção indicará a vida dos componentes da ponte. Isto indicará com antecipação a necessidade de regulagem, reparo ou substituição Inspeção Semanal: • Cabo de de componentes. A encomenda e substituição de Redutores partes podem minimizando, ser assim, planejadas o Aço; e Gancho; Roldanas; Engrenagens Externas; em avanço, Motores; Freios e Embreagens; Painéis e despesa elétricos; Chaves Mestras; Alimentação tempo envolvidos. Elétrica do Carro. III.1.1. Inspeções Diárias pelo Operador Inspeção Mensal: Verificar a operação de todos os dispositivos de • Cabo de Aço; Gancho do moitão; segurança e aviso, tais como chaves-limite, Roldanas; sirenes, lâmpadas, buzinas, botoeiras e outros Painéis elétricos; Translação da Ponte ou dispositivos de segurança. do Pórtico; Transmissão; Roda; Mancais; Motor; Freios; Controles; Indicação da Capacidade; Estrutura e Verificar o funcionamento de todos os freios. Ao Pintura; levantar a carga, assegurar-se de que os freios Levantamento reterão a carga. Fazer esta verificação levantando Geração de Calor; Freios Eletrohidráulicos; a carga, aproximadamente, a uns 300 mm acima Chave-limite (fim-de-curso); Translação da do piso. Ponte; Trilho; Barramento de Alimentação Inspeção e de Arriamento Operação; Som e da Ponte. II.1.2. Procedimentos para Inspeção da Ponte Rolante ou Pórtico (geral): Inspeção Periódica: Inspeção Diária: • • Dispositivos de segurança do freio e aparatos de alarme: Chave-limite (fim-decurso); Pára-choque; Outros Dispositivos Inspeção Geral da Ponte: Viga e Trilho; Tambor de Enrolamento; Fixação do Cabo; Mancal; Motor; Pára-choques; Concreto do caminho de rolamento de Segurança; Freios Eletrohidráulicos e Embreagens; Percurso da Ponte ou do Pórtico (Caminho de IV. MANUTENÇÃO CORRETIVA rolamento); Redutores e Engrenagens Externas (pares externos); Cabo de Aço. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 339 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV.1. PONTE ROLANTE E PÓRTICO de rolos cônicos e rolamentos de agulhas, as A seguir, são detalhados procedimentos de pistas interna e externa podem ser montadas substituição individualmente, simplificando, desta forma, o de peças nas manutenções corretivas: processo de montagem. IV.1.1. Retentor de Óleo Um método melhor para montar o anel interno no Os cantos chanfrados são recomendados para eixo é usar uma prensa, pneumática ou hidráulica, instalação suave e sem danos ao retentor. Cantos de forma que a força real de montagem possa ser vivos ou com rebarbas podem arranhar o retentor observada, e as montagens excessivamente e provocar vazamento. apertadas ou excessivamente folgadas possam ser detectadas. A correta instalação do retentor assegura a boa vedação. Por esse motivo, o fabricante Para grandes rolamentos e ajustes de recomenda o uso de ferramentas de instalação. O sobrepressão, a montagem do anel interno no esquadrejamento será obtido pressionando o eixo pode, freqüentemente, ser facilitada pelo retentor paralelamente à face frontal do furo ou aquecimento do anel interno do rolamento a uma encostado no fundo contra o ressalto do mesmo. temperatura maior do que a do eixo, utilizando, Qualquer superfície, sobre a qual o lábio do assim, a expansão térmica. retentor tenha de escorregar durante a instalação, deve ser lisa e livre de pontos ásperos. Quando o anel é montado no eixo, é necessário que seja mantido encostado ao ressalto do eixo É importante lubrificar previamente, passando um até que se resfrie o suficiente para manter por si pincel ou mergulhando em óleo (ou passando mesmo a posição. graxa), desde que o retentor seja de borracha nitrílica (o mais usado), para evitar que o lábio Em alguns casos, pode ser mais conveniente seja danificado e tenha mal desempenho. resfriar o eixo ou o anel externo do rolamento com o uso de gelo seco para facilitar a montagem. Recomenda-se o uso de ferramentas especiais de instalação para evitar danos ao lábio do retentor, Quando se usa este processo, deve-se tomar decorrentes do escorregamento sobre chavetas, extremo cuidado para evitar a corrosão devido à rasgos de chavetas, furos, entre outros. condensação da umidade atmosférica nas partes frias e sua subsequente liquefação, contaminando IV.1.2. Rolamentos o rolamento. Estas partes devem ser, portanto, O eixo, o alojamento e os demais elementos do enxutas e revestidas com um óleo antiferruginoso mecanismo adequado após a montagem. a ser montado devem ser cuidadosamente limpos e inspecionados. No caso de rolamentos que podem ser separados, tal como rolamentos de rolos cilíndricos, rolamentos ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 340 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação IV.1.3. Cabos de Aço IV.1.5. Tambor Antes de substituir o cabo de aço: Para desmontagem, manutenção e montagem, • Verifique a superfície; • Prepare os cabos de aço conforme siga as instruções do manual do fabricante. especificado, corte-os no comprimento IV.1.6. Redutor previsto e estenda-os no solo em linha Desmontagem: • reta; • • Nunca execute qualquer trabalho na Baixe o moitão até o nível do chão para engrenagem ou acoplamento, sem antes aliviar qualquer tensão no cabo de aço estar absolutamente certo de que o motor existente devido ao peso morto das peças não poderá ser ligado a distância ou de elevação; automaticamente; Inspecionar necessário, o cabo conforme e substituir, instrução se • Antes de desmontar a unidade, limpe a área ao redor para poder conservar as do peças limpas e em ordem correta para fabricante. remontagem. Lembre-se de que as peças usualmente são montadas na ordem IV.1.4. Roldana Superior • Baixe o moitão no solo; inversa da desmontagem. Atente também • Posicione-se a fim de ter acesso à roldana para as marcas de casamento de peças superior; que, similarmente, afetam a remontagem; • • • • Desaperte o parafuso de fixação do pino • para apoiar as peças usinadas de forma a Se necessário, solde um suporte de evitar reforço para evitar que as roldanas caiam; danificadas; Coloque um parafuso de olhal no pino da • • que as superfícies sejam Antes de iniciar a desmontagem, reveja roldana e puxe-o com um guincho ou com cuidadosamente a lista de peças de um macaco de rosca; componentes ou o desenho de montagem Remova a roldana avariada ou quebrada da unidade; • Desligue a unidade completamente dos uma nova; mecanismos acionados ou acionadores Ao instalar a nova roldana, acomode o para evitar qualquer possibilidade de cabo na sua ranhura; rotação acidental; Introduza o pino da roldana por meio de • Fixe a placa de fechamento colando os Drene o óleo da caixa do redutor mediante remoção do bujão; um martelo de madeira (ou plástico); • Providencie blocos de madeira ou calços da roldana; por meio de uma linga de arame e instale • • • Remova todos os tubos exteriores e parafusos; instrumentos Levante e abaixe o moitão, sem carga, e danificados; para evitar que sejam verifique se há algum problema. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 341 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • Remova as capas de retentores, tomando • Instale um macaco sob a trave; cuidado para não danificar a gaxeta. Ao • Suspenda a trave da ponte ou o carro até remover capas que têm de passar por obter uma folga de 5 a 10 mm entre a roda eixos, envolva com uma fita as extensões e o trilho; de eixos, rasgos de chavetas e outras • • Solte os parafusos da trava do pino de bordas afiadas para evitar danos aos articulação (trave e truque) e remova o retentores; pino; Anote a disposição das engrenagens para • Remova o conjunto do truque. posterior remontagem. Montagem: • Montagem: • Limpe cuidadosamente todas as peças antes de montar. Examine atentamente os truque da ponte ou carro; • componentes no que se refere a defeitos e sinais de desgaste. Substitua, se Instale o truque com a colocação de articulação; • necessário; • Instale um novo conjunto de rodas no Aperte os parafusos de fixação das traves e verifique se o conjunto gira livremente; Certifique-se de que as engrenagens • Abaixe o macaco da ponte ou carro; sejam • Retire o macaco da extremidade da trave. montadas na mesma posição anterior à desmontagem; • Se a engrenagem tiver um chanfro V. VIDA ÚTIL ECONÔMICA somente em uma das extremidades do A análise da vida útil econômica de pontes furo, rolantes e pórticos deve ser feita considerando-se esta extremidade deve ser posicionada contra o ressalto do eixo. as três partes principais do equipamento, ou seja, estrutura, caminho de rolamento e mecanismos de IV.1.7. Rodas elevação e translação. É recomendado, sempre que possível, estocar conjuntos de roda ao invés de rodas, mancais e eixos separados, para maior facilidade de substituição. A estrutura apresenta grande robustez e, desde que se tomem os cuidados mínimos de manutenção para se evitar a corrosão da estrutura, terá vida útil assegurada em mais de 50 Desmontagem: anos. Os pórticos rolantes, por estarem • Remova toda a carga do moitão; • No caso de roda da Ponte, mova o carro inspeções e manutenções na estrutura que as para o lado mais afastado do conjunto de pontes, pois estas, normalmente, estão instaladas roda envolvido; em local abrigado dentro da casa de força. • normalmente instalados ao tempo, requerem mais Certifique-se de que o circuito está desligado; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 342 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Os caminhos de rolamento, compostos de trilhos [2] Asme Hydropower Mechanical design – The laminados de alta dureza, terão vida superior aos guide to Hydropower Mechanical design. HCI 50 anos, a menos que ocorra um desgaste pubications. 1996 prematuro devido a falhas no projeto, na fundação ou na operação do equipamento Os mecanismos de translação e elevação são as partes que maior manutenção exigirão por possuírem uma maior quantidade de componentes móveis normalmente sujeitos a desgastes e falhas. Pesa, no entanto, a favor dos mecanismos o fato de os mesmos apresentarem boas condições de acesso para manutenção, e como estes equipamentos operam com pouca freqüência, é possível programar com tranqüilidade as manutenções. O que ocorrerá com o acionamento, diferentemente da estrutura e dos caminhos de rolamento, é que, dentro da vida útil do equipamento, é bem provável que sejam feitas atualizações do equipamento, incorporando certas melhorias que venham a ser desenvolvidas, com o passar dos anos. Considerando a realização das consideraremos intervenções a vida útil citadas acima, econômica dos mecanismos das pontes rolantes e pórticos em 30 anos. Considerando o conjunto das pontes e pórticos rolantes, vimos prudente considerar a vida útil econômica destes equipamentos como sendo 30 anos. REFERÊNCIAS [1] Schreiber, Gerhard P. Usinas Hidrelétricas. Editora Edgard Blücher Ltda. – 1980. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 343 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Precipitador de Resíduos RESUMO estes equipamentos operarem, e o monitoramento Os precipitadores de resíduos são equipamentos inadequado na operação destes equipamentos utilizados para retenção de partículas de um gás compromete em muito a vida útil. Portanto, para ou uma mistura de gases com objetivo de atingir cada aplicação, deve-se escolher criteriosamente níveis preestabelecidos aceitáveis antes de serem o equipamento que é mais adequado para exauridos para a atmosfera. Há uma diversidade operação e aplicação de manutenções efetivas grande nas configurações deste equipamento por nos tipo. Por exemplo, os precipitadores centrífugos: trabalharem em diferentes regimes de operação, existem deste tipo pelo menos dez configurações por exemplo, gases com diferente composição e distintas em que são escolhidas, dentre outras química e material particulado das mais variadas características: o tamanho das partículas, forma, densidades e tamanho e, principalmente, os que densidade trabalham do material a ser coletado, assim mesmos. Estes com via equipamentos úmida e ficam por mais como o regime de operação do sistema como um susceptíveis à corrosão podem ter sua vida útil todo. Para cada combustível utilizado em um ciclo diminuída. De forma geral, estes equipamentos, de normalmente, possuem uma vida útil por volta de geração a vapor, deve-se utilizar a configuração mais conveniente. Dentre os tipos existentes, destacam-se os 15 anos. coletores gravitacionais, centrífugos, inerciais, úmidos e os I. INTRODUÇÃO precipitadores Os sistemas de precipitadores de resíduos destes eletrostáticos. equipamentos está A durabilidade relacionada às constituem-se, basicamente, dos coletores condições de operação dos mesmos, pois estes gravitacionais, centrífugos, inerciais, úmidos e os equipamentos operam sob diferentes condições precipitadores eletrostáticos. que incluem características de ambos, ou seja, tanto do gás quanto das partículas. Dentre as Os coletores foram estudados com mais detalhe já características do gás, incluem-se a temperatura, neste século, principalmente após os anos 50, a pressão e a composição. Sabe-se que o tendo em vista maior preocupação com os controle da temperatura em determinada faixa é impactos ambientais onde alguns paises iniciaram fundamental na vida útil do coletor de resíduo, ações com intuito de diminuir a emissão de gases enquanto que as partículas possuem forma, poluentes para a atmosfera. Os coletores tipo densidade e concentração. Estas características centrífugos são fundamentais, pois podem interferir nas diversidade enorme de processos industriais, além condições de operação preestabelecidas para das plantas de geração de energia por serem são os mais utilizados numa ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 344 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação eficientes e simples. Estes coletores foram F.G. estudados Universidade da Califórnia. com mais detalhe por vários Cottrell, professor de química da pesquisadores a partir do ano de 1938 até 1949. Estes têm como característica importante o fato Os precipitadores foram inicialmente testados em de quase não requererem manutenção. No diversas industrias até envolver as centrais de entanto, esse item está relacionado às condições geração de energia elétrica. O primeiro a ser de operação, pois estes equipamentos operam instalado nos Estados Unidos obedeceu à sob incluem seguinte seqüência: nas indústrias de cobre e características de ambos, ou seja, tanto do gás zinco, em 1910; em seguida, na de cimento, em quanto das partículas. Dentre as características 1912; na de papel, em 1916 e, finalmente, nas do gás se incluem a temperatura, a pressão e a plantas de geração de energia, em 1923. diferentes condições que composição. Enquanto que as partículas possuem forma, densidade e concentração, que podem Quanto às aplicações, os coletores são mudar dependendo da aplicação. extremamente utilizados e são diversos os setores industriais que utilizam estes equipamentos além Em se tratando de partículas, o equipamento mais adequado para este fim é o das centrais de geração de energia. precipitador eletrostático. Quanto aos coletores, cita-se como fabricante a Capmetal que atua no mercado desde 1968. O Fenômeno da precipitação eletrostática é conhecido a mais de 200 anos. Mas, ao contrario Dentre os fabricantes de precipitadores dos demais equipamentos para este fim, somente eletrostáticos, destacam -se Logdge Sturtevant, neste século é que este foi desenvolvido para United Mcgill e General Eletric. aplicações industriais. II. CARACTERÍSTICAS Os coletores eletrostáticos tiveram um grande Dentre os coletores, os mais utilizados são os do impulso a partir de 1960, principalmente devido à tipo centrífugos. Também é comum encontrar com necessidade de se resolverem problemas de freqüência uma combinação entre eles. Estes emissão de partículas reforçado pelo movimento equipamentos são robustos e praticamente sem Clean Air Acts de 1970, de 1977 e, ultimamente, partes móveis. No caso dos coletores centrífugos de 1990. (ciclones), dependendo da configuração, podemse encontrar algumas paletas diretoras para Apesar do conhecimento do fenômeno, pode-se orientarem dizer que a primeira aplicação com sucesso foi turbilhonadores e a válvula rotativa e, em alguns obtida para limpeza de gases industriais em 1907, casos, o motor variador. O acúmulo de material resultado este de algumas descobertas feitas por em determinados pontos do equipamento pode o escoamento, além dos dar início ao processo de corrosão. Outro fator ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 345 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação que compromete bastante a vida útil é a entrada As câmeras de sedimentação são equipamentos de umidade nos equipamentos herméticos. de controle para coleta de material particulado com dimensões razoavelmente grandes, Os precipitadores eletrostáticos, que vem sendo conseguindo-se boas eficiências. utilizados ultimamente, podem ser constituídos de A perda de carga através de uma câmera placas Os gravitacional é baixa e, em geral, não representa precipitadores de placas planas possuem um um acréscimo considerável a perda total do sistema de limpeza normalmente feito com o sistema devido ao seu aspecto construtivo que se sacudimento resume em contrações e expansões e quase não planas, arame mecânico e das os úmidos. placas ou por acionamento pneumático. Ë importante ressaltar existem partes móveis. No entanto, necessitam que estes equipamentos trabalham com gases periodicamente de inspeções para verificação de com suas estruturas, assim como a vedação e os temperatura acima da temperatura atmosférica e que, muitas vezes, é comum a níveis de vibração. presença de enxofre no combustível, sendo as superfícies metálicas bastante susceptíveis à II.1.1. Vantagens e Desvantagens corrosão. Outro fator que influencia muito a vida Os usos mais comuns de câmeras gravitacionais útil do precipitador é a estanqueidade do mesmo, são como um pré-coletor em operações de refino ou seja, a entrada de umidade propicia o processo de metais (para as partículas grossas). Além das mais acelerado de corrosão. plantas de geração de energia, podem ser encontrados em indústrias alimentícias (cascas e Os precipitadores mais comumente utilizados são películas), em caldeiras de alimentação de carvão do tipo gravitacionais, inércias e os mais eficientes (cinzas carreadas), entre outros. As maiores para vantagens estão relacionadas ao baixo custo, captura de material particulado: os pequeno desgaste, baixa potência consumida, precipitadores eletrostáticos. simplicidade de projeto, construção e instalação. Além disso, pode ser utilizada com efluentes II.1. COLETORES GRAVITACIONAIS Este tipo de coletor utiliza a deposição gasosos em baixa temperatura. Dentre as gravitacional das partículas pelo fluxo gasoso. desvantagens, podem-se citar a baixa eficiência Portanto, é necessário que a velocidade do gás para partículas menores e o grande espaço seja substancialmente reduzida para possibilitar a requerido para instalação. deposição das partículas dentro da câmara. Existem inúmeras maneiras de se classificarem as II.2. COLETORES INERCIAIS câmeras de sedimentação de acordo com a Existem vários tipos, um dos mais utilizados é a forma, complexidade, tipo de partícula a coletar, chamada câmara de impactação. Ela faz com que entre outros. o fluido que carreia as partículas se choque com os obstáculos com mudanças bruscas de direção, após aumentar-se sua velocidade. Isso faz com ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 346 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação que as partículas com inércia sejam impactadas e, em sua maioria, coletadas. Existe uma diversidade enorme de ciclones: • Ciclone simples de entrada tangencial; Quanto à perda de carga, pode-se dizer que ela • Ciclone simples de entrada envolvente; varia com o número de obstáculos e com o • Ciclone simples de entrada curva; número de mudanças de direção, da densidade • Ciclone simples de entrada axial; da partícula, da velocidade do gás, do material de • Ciclone simples de corpo cilíndrico; construção e acabamento das superfícies. • Ciclone simples de corpo cilíndrico/cônico; • Ciclone simples de corpo curvo; • Ciclones múltiplos; • Coletores scroll; • Ventilador reduzido; • Coletor tipo turbo compressor. II.2.1. Vantagens e Desvantagens Também os coletores inerciais são utilizados como pré-coletores para diminuir a carga de poeira de maior tamanho para posterior coleta no coletor principal. Como as câmeras gravitacionais, as câmeras inerciais são de baixo custo, pequeno desgaste, baixa potência consumida e podem ser utilizadas para limpeza de efluentes em altas temperaturas. Dentre as desvantagens, podem-se citar a baixa eficiência para partículas menores e o grande espaço requerido para instalação. II.3. COLETORES CENTRÍFUGOS Nos coletores centrífugos, pretende-se fazer agir sobre as partículas as forças centrífugas para possibilitar a coleta. A força centrífuga é aplicada sobre as partículas e, várias vezes, mais intensas que a força da gravidade empurrando as partículas em direção às paredes do ciclone, retirando-a do fluxo gasoso. II.3.1. Vantagens e Desvantagens Coletores centrífugos têm enorme aplicação na indústria para coleta de material particulado. As maiores vantagens estão relacionadas ao baixo custo, pouca necessidade de manutenção e simplicidade de construção. Suas principais desvantagens estão ligadas à baixa eficiência para partículas inferiores a 5 µm. A abrasão excessiva e a possibilidade de entupimento pela presença de altas concentrações de poeiras, principalmente, as de menor diâmetro, mais molas, mais higroscópicas, mais pegajosas podem dar início a um processo de corrosão. O gás, entrando tangencialmente no topo do ciclone, cria um fluxo espiral descendente entre a parede e o duto de saída. Esta chamada espiral principal estende-se até a base do cone e retorna ao movimento espiral ascendente interno a chamada espiral interna, que se estende até o duto de saída, dando descarga ao gás limpo. II.4. COLETORES ÚMIDOS O gás, carreando material particulado, é forçado através de uma aspersão de gotas, com as quais as partículas se chocam, se depositam por difusão, e também agem como núcleo de condensação de água, conseqüentemente, aumentando de tamanho o que torna sua coleta ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 347 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação mais fácil. Portanto, podemos dizer que os quatro se ioniza, e os íons chocam-se ou depositam-se mecanismos de coleta mais importantes nos nas partículas, carrega-as eletricamente e faz com coletores elas migrem em direção ao pólo de carga úmidos são a impactação, a interceptação, a difusão e a condensação. Esse contrária. tipo de coleta fica muito susceptível ao processo de corrosão. Este é o princípio básico da precipitação eletrostática de partículas, que permite a posterior II.4.1. Vantagens e Desvantagens coleta das mesmas e a sua adequada disposição Dentre as vantagens podem-se citar: final. • Pode coletar partículas e gases ao mesmo tempo; Os precipitadores eletrostáticos constituem-se, • Dissolve partículas solúveis; basicamente, das placas, eletrodos e sistema de • Executa • a função secundária de exaustão. Ultimamente, com o desenvolvimento resfriamento; dos novos materiais, têm-se substituído algumas Gases e névoas corrosivas podem ser partes metálicas constituintes dos mesmos. coletados e neutralizados; • Evita riscos de poeira e explosão pela II.5.1. Vantagens e Desvantagens presença de gases e poeiras combustíveis; Dentre as vantagens podem-se citar: • Seu tamanho geral é pequeno; • Seu custo inicial é baixo. • Pode tratar grandes vazões de gases a altas temperaturas; Desvantagens: • Perda de carga é muito pequena; • Apresenta alta eficiência de coleta numa faixa de tamanho de partículas; • Recristaliza matérias solúveis; • Necessita de leito de sedimentação para • Os custos de operação e manutenção são baixos. partículas; • Alta taxa de corrosão; • Consumo de água. Desvantagens: • Alto custo inicial; II.5. PRECIPITADORES ELETROSTÁTICOS: • Requer grande espaço; Atualmente, com a maior exigência dos órgãos • Apresenta perigos causados pela alta ambientais, precipitadores estão sendo eletrostáticos introduzidos cuja tensão; os principal • Só serve para material particulado; finalidade é a captura de material particulado. Estes funcionam da seguinte forma: em contato Quanto à obsolescência tecnológica destes com uma alta diferença de potencial, o ar se equipamentos, vale ressaltar a utilização de novos ioniza. Se o fluxo de ar que carrega as partículas materiais mais resistentes à corrosão e a passa por uma alta diferença de potencial, o gás possibilidade de um monitoramento de parâmetros ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 348 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação de operação, como a temperatura, a partir de sistema de aquisição de dados. VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA III. MANUTENÇÃO PREDITIVA Conforme mencionado anteriormente, existe uma Este tipo de manutenção está direcionada diversidade enorme destes equipamentos com principalmente para os sistemas de exaustão aplicações as mais diversificadas, tendo em vista onde faz monitoramento dos rolamentos e as mais variadas condições do meio. Portanto, verificação de desbalanceamento. chega-se à conclusão que pode ser vista na tabela a seguir. IV. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Basicamente, as manutenções preventivas Vida útil dos equipamentos para efeito de depreciação consistem na verificação do sistema de limpeza e descarga destes equipamentos e inspeções Coletores gravitacionais 15 Deve ser realizada uma inspeção para verificação Coletores Centrífugos 15 de vazamentos. Coletores Inerciais 15 Coletores úmidos 15 Precipitadores eletrostáticos 10 visuais para verificação das condições estruturais. Nos precipitadores eletrostáticos, verificam-se, ainda, os pontos de aquecimento dos contatos de eletrodos utilizando aparelhos com princípio de REFERÊNCIAS termovisão. Verificam-se ainda os níveis de [1] Mesquita, A.L.S., et al. Engenharia de vibração. Ventilação Industrial. São Paulo 1985. V. MANUTENÇÃO CORRETIVA [2] Dorman R.G. Dust Control and Air Cleaner. Nos coletores, é comum a desobstrução em Oxford, 1974. determinados pontos dos equipamentos, principalmente nos estrangulamentos. Reparos no [3] Mycock, J.C., et al. Handbook of Air Pollution sistema de vedação. Troca de componentes Control Engineering and Technology, 1995. desgastados pela erosão. Os precipitadores eletrostáticos passam por manutenções corretivas devido ao estágio avançado de corrosão onde se trocam placas e eletrodos, sendo estes danificados principalmente nos pontos de fixação. São comuns estas manutenções corretivas ocorrerem de três em três anos e uma série de placas e eletrodos serem trocados. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 349 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Protetor de Rede RESUMO considerando-se Para garantir a proteção e a confiabilidade dos estimada em 20 anos. sistemas de distribuição é imprescindível um I. INTRODUÇÃO projeto bem elaborado de proteção que abrange O transformador de distribuição juntamente com desde de seus dispositivos de proteção é como uma local de subestação Como o a especificação proteção até instalação a e dos determinação conexões dispositivos do utilizadas. em estes aspectos, miniatura que pode ser constitui a transformação final de tensão entre a estação transformador de distribuição, que representa o geradora e o principal equipamento do sistema de distribuição, transformador de distribuição é pequeno e de é pequeno e de custo reduzido, e usualmente custo reduzido, sendo usualmente montado em montado em poste e em localizações de difícil poste e em localizações de difícil acesso, os acesso, os dispositivos de proteção devem ser dispositivos de proteção devem ser baratos, baratos, pequenos, leves, simples e confiáveis. pequenos, leves, simples e confiáveis. Além disso, Para assegurar a proteção dos transformadores, os dispositivos de proteção devem ter também a existem alguns métodos usados que empregam capacidade diferentes dispositivos de proteção e diferentes atmosféricas. de consumidor suportar final. severas Como o descargas configurações de conexão. Contudo, para garantir uma proteção completa, deve-se utilizar o método Além da proteção contra impulsos atmosféricos, o de proteção três pontos. Dentre os dispositivos de transformador de distribuição normalmente inclui proteção, os pára-raios tipo válvula convencionais proteção contra curto-circuito interno e curto- são os mais indicados para transformadores que circuito secundário ou sobrecargas. Esta proteção exigem montados consiste tanto de fusíveis de alta tensão montados separadamente. O pára-raio de distribuição, pela externamente ao transformador, quanto de elos- própria característica de operação, acaba sendo fusíveis de alta tensão e um disjuntor secundário um ponto mais propenso a falhas. Como a montado internamente e incluído como parte do manutenção restringe-se a uma simples inspeção transformador. dispositivos de proteção visual, limpeza e a pequenos ajustes mecânicos, a qualidade dos processos e dos materiais II. CONSIDERAÇÕES INICIAIS utilizados na fabricação do pára-raio é que O transformador de distribuição, do mesmo modo determinarão a vida útil do mesmo. A vida útil que os grandes transformadores de potência, econômica contem três grupos de isolação sujeitos a dos protetores de redes, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 350 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação solicitações de tensão, que devem ser consideradas no projeto de proteção, a saber: • • • tensão de disparo dos dispositivos de proteção de baixa tensão. Portanto, é extremamente A isolação entre o enrolamento de alta importante que os dispositivos de proteção dos tensão e o núcleo ou carcaça; circuitos de distribuição sejam colocados e A isolação entre o enrolamento de baixa conectados devidamente de acordo com os tensão e o núcleo ou carcaça; aparelhos que eles estejam protegendo. A isolação entre os enrolamentos de alta e III. baixa tensão. MÉTODOS DE CONEXÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Existem, contudo, duas condições que fazem a Existem proteção dos transformadores de distribuição dispositivos diferirem dos transformadores de potência de alta transformadores de distribuição contra impulsos tensão: atmosféricos comumente conhecidos: • • três esquemas de de proteção conexão para A diferença da relação entre a intensidade • Método de conexão separada; do impulso e a tensão de operação; • Método de interconexão; Os efeitos da localização e conexão dos • Método de proteção três pontos. de proteger dispositivos de proteção. III.1. MÉTODO DE CONEXÃO SEPARADA O transformador de distribuição tem uma relação Este método de proteção está ilustrado na figura muito maior, o que permite aos dispositivos de 1. Os dispositivos de proteção são conectados proteção da baixa tensão terem uma relação de entre os condutores do primário próximos ao proteção maior do que a exigida para tensões transformador e o terra do poste. O neutro do maiores. secundário é normalmente aterrado separadamente. O efeito da localização e conexão dos dispositivos de proteção transformadores descargas é mais de distribuição. atmosféricas acentuado nos AT BT nos Como as circuitos de distribuição e nos circuitos de transmissão de alta tensão são próximas em magnitude, as quedas efetivas das tensões de impulso nos cabos condutores para os dispositivos de proteção e Protetores Figura 1 – Método de Conexão Separada através das conexões de terra dos dois circuitos são próximas. Enquanto estas quedas de tensão podem ser somente uma parcela da tensão de disparo do dispositivo de proteção para as III.2. MÉTODO DE INTERCONEXÃO A interconexão direta consiste na conexão dos dispositivos de proteção a partir das linhas do tensões maiores, elas podem ser várias vezes a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 351 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação primário diretamente ao neutro do secundário, AT BT conforme figura 2. AT BT Protetores Gaps Protetores Figura 3 – Método de Proteção Três Pontos Figura 2 – Método de Interconexão Da mesma forma, o dispositivo de proteção entre A tensão de impulso que pode existir entre o o secundário e a carcaça (geralmente um gap) enrolamento é limita a tensão entre estas partes e a tensão de definitivamente limitada à tensão de disparo dos ruptura do dispositivo. Com a tensão entre o dispositivos de proteção. O potencial do núcleo e enrolamento de alta tensão e o núcleo ou carcaça da carcaça, devido ao acoplamento eletrostático e a tensão entre o enrolamento de baixa tensão e com o enrolamento secundário, normalmente o núcleo ou carcaça definitivamente limitadas, a cresce junto com os enrolamentos primário e tensão entre os enrolamentos também é limitada. primário e o secundário secundário durante uma descarga, limitando a tensão entre os enrolamentos e o núcleo. Esta conexão é um melhoramento sobre a conexão convencional, pois elimina o fator de queda de III.4. PROTEÇÃO DE BANCOS TRIFÁSICOS DE TRANSFORMADORES As falhas do método de conexão separada de proteção se aplicam igualmente bem para a tensão no condutor de terra do pára-raio. proteção de transformadores trifásicos ou bancos trifásicos de transformadores nos circuitos de III.3. MÉTODO DE PROTEÇÃO TRÊS PONTOS Este esquema, ilustrado na figura 3, definitivamente limita a tensão através dos três grupos de isolação do transformador independentemente das conexões e resistências do terra. distribuição. O método de interconexão geralmente não é aplicável porque não existe um neutro no secundário a menos que o secundário esteja conectado em estrela. Ás vezes uma fase do secundário ou o ponto médio de uma das fases é aterrado conforme mostrado pelas linhas Os dispositivos de proteção conectados entre as tracejadas da figura 4. linhas de alta tensão e a carcaça definitivamente limitam a tensão entre estas partes e a tensão de disparo do dispositivo de proteção. O esquema de proteção três pontos, conforme figura 4, é aplicável a qualquer conexão dos enrolamentos. Um dispositivo de proteção é conectado entre cada enrolamento de fase ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 352 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação primário e a carcaça diretamente ou através de IV.1. GAP PLANO A AR um gap de isolação. São algumas vezes usados para proteger transformadores de distribuição. A relativamente alta robustez elétrica do isolante do transformador torna possível oferecer um satisfatório grau de proteção para o transformador contra impulsos atmosféricos sem a necessidade de diminuir o espaçamento do gap para um valor no qual vários arcos possam ocorrer devido a impulsos menores. Contudo, o dispositivo não irá restabelecer a tensão após uma descarga sem momentaneamente desenergizar o circuito, o que usualmente resulta na queima de um fusível do transformador ou de um ponto de seccionalização da linha. Gap Figura 4 – Proteção Três Pontos Aplicada a Os espaçamentos do gap associados com as Transformadores de Distribuição Trifásicos baixas tensões de operação são necessariamente Da mesma forma, um dispositivo de proteção é conectado entre cada condutor de fase secundário e a carcaça. As carcaças de todos os transformadores de um banco são ligadas juntas. Com esta conexão, os enrolamentos de todos os transformadores são protegidos indiferentemente das condições de aterramento ou se o impulso baixos de tal forma que a não ser que o gap esteja fechado ou protegido, vários arcos podem ocorrer devido a passarinhos ou objetos estranhos que passem pelo gap. Gaps duplo de diferentes construções são ás vezes usados para minimizar este problema. Como os transformadores de distribuição são freqüentemente colocados em locais remotos, é importante evitar ao máximo a origina no circuito primário ou secundário. troca de fusíveis. Por esta razão e de certa forma IV. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO PARA TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO Existem três classes gerais de dispositivos usados para a proteção de transformadores impulsos com frente de onda íngreme, os gaps planos a ar não são extensamente usados para proteger transformadores de distribuição. de distribuição assim como para a proteção de subestações de alta tensão: devido à questionável proteção obtida para IV.2. TUBOS PROTETORES O tubo protetor do tipo distribuição consiste • Gap plano a ar; essencialmente de um pequeno gap a ar, um tubo • Tubo protetor; difusor, e ás vezes um resistor, todos conectados • Pára-raio tipo Válvula Convencionais. em série. O gap série é só suficiente para isolar o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 353 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação tubo da tensão normal, eliminando assim uma IV.3. PÁRA-RAIOS solicitação contínua de tensão pelo tubo difusor. O CONVENCIONAIS propósito do resistor série quando usado é para O limitar a corrente subseqüente, fazendo com que a freqüentemente mais empregado para a proteção aplicação do tubo independa da corrente de curto- de transformadores de distribuição convencionais, circuito do sistema. ou seja, transformadores que exigem dispositivos pára-raio tipo TIPO válvula VÁLVULA é o dispositivo de proteção montados separadamente. Depois que o gap atua, a tensão de disparo é igual à queda do arco no tubo mais a queda Dados práticos demonstram a habilidade que os através de resistor, se um for usado. O resistor pára-raios tipo válvula convencionais têm para série é geralmente montado com um gap em fornecer paralelo que limita a tensão através do resistor. Se transformadores o com modernos eliminaram as dificuldades mecânicas magnitude suficiente para atuar o gap, o gap tira o experimentadas nos projetos anteriores que resistor fora do circuito de descarga. Neste caso a resultavam em uma taxa relativamente alta de tensão de disparo é a queda através do tubo. falhas e reclamações freqüentes de rádio- Elevadas correntes de descarga suficientes para interferência. atuar o gap paralelo, produzem uma ação de magnitudes da crista de impulsos juntamente com desionização no tubo suficiente para extinguir a testes corrente depois da descarga, eliminando com isso posteriores com capacidade de descarregar a corrente subseqüente. correntes de descarga com crista de elevada impulso atmosférico tiver corrente um em alto grau de Medições laboratório de proteção distribuição. em levaram para Projetos campo a das projetos magnitude. Dados mais recentes mostram que o Embora a tensão de atuação do gap do tubo pára-raio para distribuição deve ser capaz protetor seja maior do que a de um pára-raio do também de descarregar correntes de descarga de tipo válvula, particularmente para atrasos de longa duração. tempo curto, o tubo protege adequadamente os modernos transformadores de distribuição para Atualmente existem disponíveis pára-raios tipo 13,8 kV ou menores se devidamente conectados. válvula capazes de operarem com impulsos de Testes em laboratório e dados práticos têm crista elevada ou impulsos de longa duração. demonstrado a habilidade de um tubo para descarregar severas quedas de raios. Esta característica juntamente com a habilidade de suportar tensões momentâneas altas do sistema torna o tubo protetor especialmente apropriado para aplicações em circuitos rurais. IV.4. TRANSFORMADORES À PROVA DE IMPULSO E TIPO CSP Os transformadores de distribuição à prova de impulso contêm juntamente com as partes do transformador os dispositivos para a completa proteção de impulsos. Um pára-raio tipo expulsão, conhecido como pára-raio De-ion é conectado entre cada terminal primário e a carcaça. Estes ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 354 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação pára-raios juntamente com buchas de baixa Como seu antecessor, ele contem proteção tensão garantem a proteção de impulso pelo completa contra raios, garantida pelos pára-raios método três pontos, possibilitando pela primeira de alta tensão De-ion e pelas buchas de baixa vez proteger completamente todos os três tensão, sendo montados de modo a oferecer principais isolamentos. proteção três pontos, conforme mostrado na figura 5. Além disso, um disjuntor interno conectado Estes transformadores à prova de impulso exigem entre os enrolamentos de baixa tensão e os ainda a instalação de chaves-fusíveis externas terminais para desconectar o transformador da linha no transformador contra sobrecargas ou curtos- caso de sobrecarga no secundário, curto-circuito circuitos secundários. Finalmente, a proteção dos ou falhas internas. A queima destes fusíveis e às alimentadores de alta tensão contra falhas vezes a falha de desligamento constituem uma internas do transformador é feita através de elos- grande parte dos problemas verificados com os fusíveis internos que desempenham todas as transformadores de distribuição causados por funções da chave-fusível, de modo que nestes impulsos atmosféricos. Uma proteção adequada transformadores nenhum dispositivo de proteção contra sobrecarga e curto-circuito não pode externa depender sempre da chave-fusível. Além disso, a transformadores montagem completamente os transformadores à prova de da chave-fusível incrementa necessariamente o custo e a complicação da de é baixa tensão necessário. protegem Por substituíram isso, o estes quase que impulso. instalação do transformador. O elemento bimetálico de trip do disjuntor que é Gaps De-ion acionado tanto por sobrecorrente como pela temperatura do óleo, é calibrado para seguir de Elo-Fusível perto as características térmicas de carga-tempo permitidas para os enrolamentos do transformador e fornecer carga de acordo com a temperatura do cobre. Gap V. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Sinalização de Sobre Temperatura A manutenção preventiva de protetores de rede Disjuntor Secundário Gap restringe-se basicamente a uma inspeção visual envolvendo principalmente os pára-raios. A inspeção deverá ser dirigida para os seguintes Figura 5 – Diagrama do Transformador CSP detalhes: • O transformador de distribuição completamente Em primeiro lugar, deve-se anotar as posições onde faltam pára-raios, sendo auto protegido (CSP) supera estas dificuldades. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 355 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • • recomendável a sua instalação, em função ajustes necessários após a verificação das normas técnicas. problemas na manutenção preventiva. de Verificação da posição na cruzeta, quanto a afastamentos. VII. VIDA ÚTIL ECONÔMICA Verificação das condições da ferragem de Os protetores de rede compreendem alguns sustentação e do aperto das porcas. dispositivos Verificação das condições da porcelana, especificações da acumulação de pó, do indicador de funcionamento a que se destinam. Um mau defeito acionado e da continuidade da dimensionamento da proteção, além de acarretar terra. problemas ao sistema de distribuição como um de proteção especiais que para exigem o correto todo, ocasiona um desgaste mais rápido dos Nas proximidades de fábricas ou de estradas de dispositivos de proteção influenciando diretamente terra, a acumulação de pó (químico ou poeira) na vida útil dos mesmos, e por vezes até mesmo a afeta a operação dos gaps internos, pela alteração destruição do dispositivo. Um gap mau ajustado, do campo eletrostático. Os gaps podem centelhar por exemplo, pode constantemente fechar arcos a uma tensão indesejável ou podem falhar ao devido a simples sobretensões ou em alguns interromper o arco iniciado por um surto de casos nem mesmo atuar na ocorrência de surtos tensão. Esta falha geralmente causa a destruição de tensão. O local de instalação e a conexão do pára-raio. No caso dos descarregadores, deve- usada são outros pontos importantes para garantir se verificar as condições físicas dos gaps, a operação adequada e segura dos dispositivos ferragens e isoladores. de proteção, aumentando a confiabilidade do sistema. O pára-raio de distribuição, pela própria de característica de operação, acaba sendo um ponto sinais mais propenso a falhas. Como a manutenção indesejáveis de radiointerferência, emitidos por restringe-se a uma simples inspeção visual, componentes das redes e linhas de distribuição. limpeza e a pequenos ajustes mecânicos, a As radiointerferências devidas à distribuição qualidade resultam de porcelanas quebradas ou rachadas, utilizados na fabricação do pára-raio é que vazamentos, partes muito próximas ou mau determinarão a vida útil do mesmo. Outra inspeção radiointerferência importante que objetiva é captar a dos processos e dos materiais contato que podem ocorrer para os pára-raios, buchas de transformador e chaves-fusíveis que Portanto, considerando-se estes aspectos, pode- compõem os protetores de rede. se considerar a vida útil econômica dos protetores de rede como sendo de 20 anos. VI. MANUTENÇÃO CORRETIVA A manutenção corretiva resume-se à troca de REFERÊNCIAS elementos defeituosos, como fusíveis queimados, [1] buchas de transformador, ou mesmo simples Reference Book, by Central Station Engineers of Electrical Transmission and Distribution ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 356 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação the Westinghouse Electric Corporation. East Pittsburgh, Pennsyvania. 4a edição, 1950. [2] CODI. Manutenção e operação de sistemas de distribuição. Eletrobrás. Centrais Rio de Elétricas Brasileiras. Janeiro.Editora Campus- Eletrobrás, 1982. [3] Catálogos e manuais de Fabricantes. [4] Relatórios de Concessionárias. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 357 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação Reator (ou Resistor) RESUMO I. INTRODUÇÃO Os reatores para sistemas de potência são Os reatores de potência é um equipamento equipamentos elétricos que, são destinados a elétrico destinado a introduzir no sistema elétrico introduzir impedância num sistema de potência, de potência uma impedância com características sendo a sua principal componente a reatância de reatância indutiva. indutiva. O reator de potência pode ser classificado ou denominado de acordo com o tipo Estes reatores possuem as seguintes definições e de utilização, si to é, reator de derivação, série, aplicações: aterramento de neutro, supressão de arco, • Reator de derivação, destinado a ser alisamento, filtro de harmônicos e trifásico de ligado entre fases, ou entre fase e neutro aterramento. Para cada uma destas utilizações do ou entre fase e terra, num sistema de reator de potência, deve-se fazer um projeto potência, normalmente para compensação técnico de fabricação, visando atender às suas da corrente capacitiva do sistema; necessidades de operação. Os reatores são dimensionados para funcionarem • Reator série, destinado a ser ligado em sob série num sistema de potência, seja para determinadas condições de carga, temperatura do limitação de corrente nos casos de falta no meio da resfriamento e altitude de 1000 metros. sistema ou para distribuição de carga em Os reatores podem ser do tipo imersos em óleo circuitos paralelos, quando ligados em com resfriamento natural a ar, secos com série com bancos de capacitores, o reator resfriamento natural, imersos em óleo com irá limitar a corrente inrush, quando este ventilação forçada a ar ou secos com ventilação reator for conectado em série com bancos forçada a ar. A redução na expectativa de vida do de reator de potência se dará devido, principalmente, transmissão, este irá melhorar a regulação à deterioração da isolação em função do tempo e da tensão, reduzir o nível de flicker e da temperatura. Para o bom funcionamento dos também reatores de potência deve-se utilizar dentro dos transmissão da linha; limites recomendados pelos fabricantes e também • capacitores de aumentar uma a linha capacidade de de Reator monofásico de aterramento de realizar as manutenções previstas ao longo de neutro, destinado a ser ligado entre o sua vida útil. Com isso a expectativa de vida útil neutro de um equipamento elétrico e a destes reatores de potência é de 20 anos. terra, com o objetivo de limitar as correntes da falta para a terra; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 358 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • • Reator de supressão de arco, é um reator II. CARACTERÍSTICAS GERAIS de aterramento de neutro dimensionado Os reatores de potência são dimensionados para para compensação da corrente capacitiva funcionar sob as seguintes condições normais: durante uma falta para a terra, este reator • Altitude de até 1000 metros; é utilizado em aterramento ressonante ou • Temperatura de como “Bobina de Petersen”; superior a 30ºC para o resfriamento a ar; Reator trifásico de aterramento, é um • Temperatura máxima do meio de reator de características adequadas para resfriamento; de 30ºC e média diária não constituir um neutro artificial num sistema superior a 25ºC para o resfriamento a trifásico água. sem neutro, de podendo ser transformadores de Reator de Para as condições especiais de funcionamento, alisamento, utilizados em estes transformadores exigem uma construção sistemas de corrente contínua visando especial e/ou revisão de alguns valores nominais, reduzir as tensões harmônicas e também instalação e deverão ser levadas ao conhecimento reduzir o nível da corrente no caso de do fabricante. A seguir são listados alguns ocorrência de uma falta; exemplos de condições especiais: Reator shunt, destinado para compensar • as características capacitivas de linhas de transmissão longas, neste caso, são transformador de alta tensão; Reator para filtro de harmônicos, Instalação em altitude superior a 1000 metros; • conectados no enrolamento terciário do • meio resfriamento; de 40ºC e média diária não aterramento • do de alta impedância, conhecido também denominado • máxima Exposição a umidade excessiva, atmosfera salina, gases ou fumaças prejudiciais; • Sujeitas a vibrações excessivas; • Funcionamento em regime ou frequências destinadas a reduzir, bloquear ou prover não usuais ou com forma de onda um caminho de baixa impedância para as distorcidas ou asimétricas. correntes harmônicas produzidas pelas cargas não lineares existentes no sistema Os reatores projetados para altitudes de até 1000 elétrico. harmônicas metros poderão ser instalados em instalações causam uma série de problemas, tais com altitudes superiores, desde que a isolação como, seja coerente com o nível de isolamento do reator Estas correntes aumento das perdas, mau funcionamento dos sistemas de controle, pois elevado nível de corrente de neutro. Para a abaixamento da rigidez dielétrica do ar. com o aumento da altitude há um construção destes filtros, os reatores são associados a capacitores e, ocasionalmente, a resistores. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 359 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação III. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Um reator com núcleo de ar poderá ter duas tecnologia de construção: encapsulado ou aberto, conforme descrito a seguir: • Aberto, o enrolamento do reator consiste em um ou mais perfis extrudados de alumínio de seção retangular. Cada espira é separada por espaçadores de fibra de vidro e o enrolamento completo é fixo por Figura 2 – Reator com núcleo de ar encapsulado meio de tirantes conforme apresentado na Figura 1. Existem também os reatores com núcleo imersos em óleo isolante, descrito a seguir, sendo que estes reatores deverão possuir um regime de inspeção periódico devido à presença do óleo isolante. O óleo a ser utilizado deverá ser do tipo A para tensão nominal superior a 34,5 kV e do tipo B para tensão inferior a 34,5 kV. A tanque e a tampa do reator devem ser de chapas Figura 1 – Reator com núcleo de ar aberto de aço, não poderá apresentar imperfeições superficiais, a superfície interna deve receber um tratamento contra corrosão e o • Encapsulado, o enrolamento do reaator material não deve afetar o óleo, nem por ele ser consiste em vários condutores de alumínio afetado. ou cobre conectados em paralelo, onde cada condutor possui um isolamento de Os radiadores deverão utilizar chapas com no filme mínimo 1,2 mm de espessura e tubos com no de poliéster e imobilizados mecanicamente por encapsulamentos de mínimo 1,6 mm de espessura. fibra de vidro, conforme a Figura 2. As juntas de vedação devem ser feitas de elastômero resistente à ação do óleo aquecido à temperatura de 105ºC, à ação da umidade e dos raios solares. As buchas deverão possuir um nível de isolamento de valor igual ou superior ao nível de isolamento dos enrolamentos a que estão ligadas, ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 360 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • deverão suportar os ensaios dielétricos a que são submetidos os reatores. Rigidez dielétrica: É medida pelo valor da tensão alternada para qual ocorre a descarga disruptiva na camada de óleo Deverão seguintes que está entre dois eletrodos em forma de acessórios para reatores com potência nominal disco, conforme recomendado pela ASTM, superior a 5 MVA: método D877. • possuir no mínimo os • Provisão para instalação de termômetro Fator de potência: É medido como sendo o para óleo; cosseno do ângulo de fase ou seno do Respirador com secador de ar (quando ângulo de perdas do mesmo. Este valor houver conservador); aumenta na medida em que ocorre a • Dispositivo para alívio de pressão; deterioração • Meios para locomoção; mediada revela a intensidade da corrente • Conservador de óleo; que flui através do óleo à medida em que • Provisão para colocação de relé detector aumenta a sua contaminação. • do óleo isolante. Esta de gás tipo Buchholz ou equivalente; Caixa com blocos determinais para ligação IV. de cabos de controle; PREVENTIVA Relé detector de gás tipo Buchholz ou Conceituando a manutenção como sendo toda equivalente; ação realizada em um equipamento, estrutura ou • Indicador de temperatura do enrolamento; sistema que se esteja controlando, conservando • Válvulas de retenção do óleo; ou restaurando, a fim de que o mesmo permaneça • Meios de ligação para filtro. em funcionamento ou retorne a suas funções • • MANUTENÇÃO PREDITIVA E primitivas. Estas atividades de manutenção em O óleo mineral é utilizado nos equipamentos equipamentos elétricos são classificados elétricos que necessitem de um meio com elevada conforme a natureza dos trabalhos a serem resistência de isolamento, como é o caso dos executados e os objetivos a serem alcançados, reatores. A fonte primária de produção do óleo que são: manutenção corretiva, preventiva e mineral é o petróleo. O óleo mineral isolante para preditiva. que seja utilizado para este fim tem de ser observado algumas características físicas como: A manutenção preventiva é caracterizada pela ponto de fulgor, ponto de fluidez, densidade, intervenção no equipamento prevendo a falha ou viscosidade, ponto de anilina tensão interfacial, e defeito, podendo ser realizada de forma rotineira, principalmente a sua solubilidade em água. com tempos de intervalo de execução conforme a característica e o comportamento do equipamento As características elétricas que devem ser a sofrer a manutenção, e atividades previamente observadas no óleo isolante são: conhecidas, com o intuito de detectar prováveis falhas ou defeitos, ainda que incipientes. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 361 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação • A manutenção preditiva, é toda ação periódica de controle realizada em um equipamento visando as Verificação dos sistema de resfriamento e proteção. condições para determinação do melhor momento de intervir, a fim de que o mesmo continue V. MANUTENÇÃO CORRETIVA cumprindo com suas funções, minimizando as A intervenções corretivas, de preferência com o intervenção no equipamento após ser constatado equipamento em condições normais de operação, o defeito ou falha, conforme o nome indica, minimizando também os custos da manutenção. procedendo ao reparo ou correção do defeito, manutenção normalmente A manutenção preditiva permite reajustar as corretiva realizada caracteriza-se com o pela equipamento desligado. previsões de manutenção corretiva a efetuar, acompanhando-se a tendência evolutiva do VI. VIDA ÚTIL ECONÔMICA funcionamento e estimar o tempo pelo qual é Finalmente, pode-se afirmar que a vida útil dos possível utilizá-lo antes da possível avaria. reatores de potência instalados no sistema elétrico Portanto, para esse tipo de manutenção é é da ordem de 30 anos, sendo que este valor necessária poderá ser modificado segundo as condições de a monitoração dos estados da condição de um equipamento. manutenção e de operação que ele estiver submetido durante sua vida útil. Para os reatores de potência com núcleo imerso em óleo isolante deve-se realizar os seguintes REFERÊNCIAS itens durante a inspeção periódica: [1] NBR 5119, Reatores para Sistemas de • Verificação da inexistência de fissuras, Potência, Especificação. lascas ou sujeiras nas buchas e danos externos no tanque ou acessórios; [2] NBR 7569, Reatores para Sistemas de • Estado dos terminais e ligações; Potência, Método de Ensaio. • Possíveis vazamentos; • Indícios de corrosão; • Verificação de ruidos anormais de origem [3] Catálogos de fabricantes. mecânica ou elétrica; • Verificação do aterramento e sistema de proteção; • Verificação do nível de óleo isolante; • Realizar o ensaio de resistência de isolamento e também retirar uma amostra do líquido isolante para análise em laboratório; ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 362 Estudo de Vida Útil Econômica e Taxa de Depreciação