1 ESTIMATIVA DO ESTOQUE DE MADEIRA PARA OS DEZ MAIORES MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE EMPRESAS FLORESTAIS CADASTRADAS NO ESTADO DE RONDÔNIA [email protected] Apresentação Oral-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável RODRIGO CÉSAR SILVA MOREIRA; CARLOS ANDRÉ SILVA MULLER; OSMAR SIENA; MÁRCIO HELENO DE SOUZA RODRIGUES; VILMAR DOS SANTOS ALVES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, PORTO VELHO - RO - BRASIL. ESTIMATIVA DO ESTOQUE DE MADEIRA PARA OS DEZ MAIORES MUNICÍPIOS EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE EMPRESAS FLORESTAIS CADASTRADAS NO ESTADO DE RONDÔNIA Grupo de Pesquisa: XXXXXXXXXXXX Resumo Em 2006, através do Termo de Cooperação Técnica para a Gestão Florestal Descentralizada firmado entre Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), com vista a cumprir o Art. 83 da Lei nº. 11.284, a secretaria estadual assume a responsabilidade de regulamentar, monitorar e promover o desenvolvimento das atividades da área ambiental em bases sustentáveis. Diante desse aspecto, esse trabalho teve a intenção de estimar a disponibilidade de matéria prima madeireira dos dez maiores municípios em relação ao número de empresas florestais legalizadas no estado de Rondônia e sua relação com as novas atribuições destinadas à Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM). Para atender aos objetivos, foi realizada uma pesquisa quantitativa. De acordo com os resultados, percebeu-se que essa mudança gerou um forte crescimento para o setor. Os resultados indicam que o crescimento seja em número de Planos de Manejo Sustentáveis (PMFS) apresentam alguns problemas no que se refere ao estoque disponível e número de PMFS e que correções necessitam ser realizadas. Palavras-Chaves: Setor Florestal, Estoque de Madeira, Manejo Florestal. Abstract In 2006, through the Statement of Technical Cooperation for Decentralized Forest Management agreement signed between the Brazilian Institute of Environment and Renewable Natural Resources (IBAMA) and the Secretary of State for Environmental Development (SEDAM) to comply with Article 83 of Law No. 11284, the State Department took the responsibility to regulate, monitor and promote the development of activities of the environment on a sustainable footing. In this respect, this work was the intention of estimating the availability of wood raw material of the ten largest municipalities in the number of forest companies legalized in the state of Rondônia and its Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 2 relationship with the new tasks for the Secretariat for Environmental Development in Rondonia. To meet the goals, was a quantitative research. According to the results, it is understood that this change has generated strong growth for the sector. The results indicate that growth is in number of Sustainable Management Plans (PMFS) have some problems with regard to the available stock and the number of PMFS and that corrections need to be made. Key Words: Forestry Sector, Stock Wood, Forest Management. 1. Introdução A exploração florestal tem ocorrido faz longa data dentro do cenário amazônico. O setor florestal, todavia, era pouco expressivo dentro da economia brasileira, pois a indústria florestal era incipiente e não possuía fonte segura de abastecimento. Na visão de Silva et. al. (2005), o crescimento acentuado do setor só veio ocorrer entre as décadas de 70 e 80 quando houve um intenso plantio de florestas homogêneas que visavam reduzir o desmatamento através do uso da madeira proveniente de reflorestamentos. Na visão de Figueiredo et al. (2005), o crescimento econômico do setor madeireiro tem provocado uma pressão, cada vez maior, sobre os recursos florestais que, se não forem manejados adequadamente, podem causar sérios danos ao meio ambiente. De fato, Veríssimo e Lima (1999) indicam que em duas décadas, a produção madeireira cresceu de 4,5 milhões de metros cúbicos em toras para 28 milhões, e que o Estado de Rondônia representa 15% da produção, seguido pelo Mato Grosso (36%) e Pará (42%). A questão subjacente é a exploração predatória das florestas. Hummel (2001) aponta que a crescente pressão sobre as florestas decorrem da demanda nacional e internacional de madeiras, bem como seu atrelamento ao avanço da agropecuária, a exemplo do que também ocorreu no eixo Centro-Sul do Brasil, sob o pressuposto de que a fonte de recursos seria inesgotável. Uma forma de lidar com a situação, continua o autor, é normatizar e controlar planos de manejos sustentáveis sob a responsabilidade do poder público. No entanto, embora a normatização exista, a falta de recursos para controle torna a ilegalidade uma atividade atraente, contribuindo para as taxas crescentes de desmatamento na Amazônia. Conforme o relatório do Banco Mundial desenvolvido por Magulis (2003) a viabilidade econômica privada da pecuária de corte, e a existência de vias de acesso favorece ao processo de atrelamento desmatamento-pecuária, sendo inclusive superior à viabilidade do manejo sustentável, muito embora o manejo sustentável seja capaz de competir em termos de escolha dos atores, mas sendo visto como “sofisticado”. Certo é que as florestas que desempenham um papel fundamental na manutenção do equilíbrio vital do planeta, além de fornecerem uma infinidade de bens e serviços, têm se tornado um recurso cada vez mais escasso. Inclusive, a atividade florestal é um setor econômico forte em países como Canadá, Suécia, Finlândia e Chile, que possuem o setor florestal altamente desenvolvido, com contribuição para a formação do PIB chegando até 30% (SILVA et. al., 2005; REZENDE; OLIVEIRA, 2001). A importância do setor florestal brasileiro pode ser verificada em vários aspectos: total de cobertura florestal nativa, total de área reflorestada, participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB), Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 3 consumo interno de produtos florestais, participação dos produtos florestais nas exportações, total de empregos diretos e indiretos gerados muitas vezes a baixos custos, total de impostos e divisas gerados. De acordo com o Decreto estadual nº. 12.447, no estado de Rondônia no início de 2006 o Governo do Estado, assumiu, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), a responsabilidade de regulamentar a atividade madeireira, devido ao Termo de Cooperação Técnica para a Gestão Florestal Descentralizada firmado junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) (Rondônia, 2006). Um ano depois desse acordo, o setor madeireiro apresentava um crescimento significativo (Instituto o Direito por Um planeta Verde, 2007). Em 2007, havia quatro vezes mais planos de manejos protocolados do que o observado quando a atribuição pertencia ao IBAMA, a área florestal sob regime de manejo era de aproximadamente 90 mil hectares, hoje essa área ultrapassa os 130 mil hectares segundo a própria SEDAM (2009). O número de empresas cadastradas também aumentou de maneira significativa e os números serão apresentados no transcorrer deste trabalho. É fato que está fácil ter um plano de manejo Florestal Sustentado (PMFS) legalizado no Estado de Rondônia. Isso impulsiona o crescimento do setor, segundo a própria Gerência de Florestas da SEDAM (GDEF), o que ocorre é uma maior agilidade no processo de análise e vistorias dos PMFS protocolados. Os processos que chegavam a levar dois anos para serem liberados pelo IBAMA, levam hoje, em média de 3 a 4 meses para serem aprovados. A visão da SEDAM é de que a desburocratização do processo motiva os empreendedores a legalizar seus negócios. Pois, o fato de se aprovar menos planos de manejo no passado não é suficiente para se afirmar que havia uma menor exploração, isso porque existe a possibilidade de a exploração ocorrer por meios ilegais, idéia que é confirmada por Hummel (2001), afirmando que a ilegalidade no uso do recurso era significativa, em torno de 93% da produção de madeira, tendo como fonte o desmatamento (autorizado ou não) e extração seletiva ilegal. Assim a legalização de maneira mais ágil do setor significa geração de empregos diretos e indiretos, formais e informais e geração de impostos para municípios e Estado. Diante deste cenário, um diagnóstico sobre e real situações do setor madeireiro como estoques disponíveis e as projeções para o futuro tornam-se fundamentais para os tomadores de decisões e para os responsáveis pela implementação de políticas públicas concernentes ao meio ambiente, pois esse tipo de avaliação pode encontrar pontos de estrangulamento permitindo ao poder público agir de maneira preventiva evitando problemas econômicos, sociais e, até mesmo, culturais. Isto posto, o objetivo deste trabalho foi realizar a estimativa do estoque disponível de madeira comercial dos dez maiores municípios do estado de Rondônia em relação ao número de empresas florestais. Especificamente pretende-se: a) identificar as dez maiores os dez maiores municípios de Rondônia em relação ao número de empresas florestais cadastradas; b) definir a demanda média do setor madeireiro para o Estado; C) estimar por quanto tempo a disponibilidade de recursos madeireiros conseguirá atender a demanda do setor dos dez municípios selecionados e do Estado. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 4 2 Metodologia Com a finalidade de atender aos objetivos deste trabalho, foi utilizado métodos quantitativos e descritivos que permitem verificar e descrever as relações de causa e efeito com relação a duas ou mais variáveis, através da aplicação de técnicas estatísticas aos dados coletados (Gonçalves, 2005). As variáveis necessárias ao desenvolvimento do estudo foram: • • • o número de empresas florestais cadastradas junto a SEDAM; a demanda dessas empresas, o volume e a área já sob regime de manejo florestal; a área disponível para manejo florestal. A demanda do setor por município foi fornecido pela SEDAM. Segundo a secretaria, as empresas florestais consomem aproximadamente 10.000 m³/ano de madeira. Assim, para encontrar o volume demandado do setor realizou-se a seguinte multiplicação: VDi = NEi * 1000 (01) Em que VD é o Volume demandado no município i; NE, o número de empresas no município i; e 1000 representa o consumo médio de madeira (m³) por ano. Por conseguinte, o estoque disponível foi calculado com base na área útil para manejos florestais. Isso porque a Legislação estadual através do decreto nº. 12.447 de 2006, define que o limite máximo para a exploração florestal é de 30 m³/ha. A equação 2 apresenta a relação: EMPi = AU i * 30 VDi (02) Em que EMP é o Estoque de Matéria Prima no município i; AU, a Área Útil do município i; e 30 representa o limite máximo para a exploração florestal . 3. Resultados e Discussões 3.1. O crescimento do setor A primeira tabela apresenta os dez municípios com maior número de empresas florestais legalizadas no estado de Rondônia. A Capital se destaca em primeiro lugar, seguida de Buritis e Ariquemes. Os municípios de Buritis, Alto Paraíso e São Francisco do Guaporé apresentam um comportamento interessante quando se compara a quantidade de empresas cadastradas com a quantidade de Planos de Manejo Florestais Sustentados (PMFS), aprovados no município. Nesse caso a quantidade de Manejos em execução nesses municípios não é suficiente para atender a demanda. Tabela 1 – Diagnóstico dos dez maiores municípios em números de empresas florestais até 07/2008. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 5 Ordem Município 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Porto Velho Buritis Ariquemes Cujubim Espigão D'Oeste Machadinho D'Oeste Nova Mamoré Costa Marques Alto Paraíso São Francisco do Guaporé Total Fonte: Tecnomapas Número de PMFS Emp. Aprovados 73 54 53 52 32 32 25 24 22 22 389 105 7 18 79 14 14 9 28 5 2 281 Volume Lib. (mil m³) 648,69 9,95 220,16 831,91 89,20 247,80 41,10 113,57 18,05 6,53 2.226,96 Área Lib. (mil ha) 31,27 0,30 5,69 31,77 3,04 16,61 1,60 2,97 0,39 0,15 93,84 Diante de uma medida administrativa adotada pela SEDAM, onde não se permite que a madeira em tora seja transportada por mais de 200 quilômetros. Essas características dos municípios acima citados podem apontar para duas situações: a falência imediata da maioria das empresas desses municípios ou a busca por matéria prima em municípios vizinhos, o que poderia ser inviabilizado pela distância entre serraria e o PMFS fonte de matéria-prima, o que pode gerar atividades que não atendam um dos principais requisitos da atividade: a sustentabilidade. A tabela 2 apresenta a quantidade de manejos, fazendo uma comparação entre IBAMA e SEDAM. Ele aponta para um crescimento de 28,07% no número de projetos de manejo aprovados no Estado. Quando se fala de área sob regime de manejo esse crescimento é equivalente a 22,43% e quanto ao volume liberado o crescimento atinge aproximadamente 48%. De acordo com os dados, é procedente o fato de que a atividade florestal no estado de Rondônia cresceu de maneira significativa no período de 2006 a julho de 2008. Tabela 2 – Quantidade de Planos de Manejos por Instituição período (2006 a 07/2008) Origem SEDAM IBAMA Total Protocolados Aprovados Pendentes 798 431 121 552 199 --199 --798 Em Análise 44 --44 Área dos Aprovados (mil ha) 130,09 29,17 159,27 Volume Liberado (milhões de m³) 3,17 1,52 4,69 Fonte: Tecnomapas Esse resultado demonstra que de fato o setor vem tendo mais facilidade para ter os projetos aprovados e buscando a legalidade na atividade, conforme filosofia da SEDAM. No entanto, o fato de haver problemas quanto ao número de empresas com PMFS aprovados pela SEDAM associado à ausência de estoques demonstra que a facilidade, Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 6 embora seja capaz de retirar empresas da informalidade, ela necessidade de métodos de aprovações que atendam ao estoque de madeira existente. Quanto ao aspecto financeiro, a atividade financeira do mercado interno da madeira aumentou substancialmente de 2006 até julho de 2008. As emissões de Guias florestais de madeira em tora (GF1) e madeira serrada (GF3) foram as principais responsáveis pela aceleração do crescimento da economia florestal do estado. A tabela 3 demonstra a capacidade produtiva do setor madeireiro transformada em moeda. A movimentação que era de R$ 47,22 milhões em 2006, passa a ser de R$ 906,90 milhões em 2007 e até a metade de 2008 já chegou à marca de R$ 273,80 milhões, apresentando um total para o período de R$ 1.22 bilhões. Tabela 3 – Geração de Receitas do Setor Madeireiro de Rondônia de 2006 a 07/2008 Ano GF1 (Milhão R$) GF3 (Milhão R$) Total (Milhão R$) 2006 0,42 46,80 47,22 2007 67,00 839,90 906,09 2008 6,80 267,00 273,80 1227,92 Fonte: Tecnomapas Esses valores demonstram a importância do setor para a economia do Estado. Pois se trata de representativa fonte de arrecadação através de impostos e taxas, podendo ser convertidos em políticas públicas, trazendo maior bem estar social. No tocante a geração de emprego, Verríssimo et. all (1992) citado por Scolforo (1998), estima que um Plano de manejo ofereça 38 empregos diretos, sendo 10 na extração e 28 na serraria. De forma geral, é importante salientar que a atividade deva ser conduzida considerando todos os trade-offs, em observância aos custos e benefícios privados, sociais e ambientais, de forma que esse crescimento atenda aos critérios de sustentabilidade. A disponibilidade de madeira no estado de Rondônia, referente aos dez maiores municípios em relação ao número de empresas florestais legalizadas, está representada na Tabela 4. Nele observa-se que alguns municípios, Buritis, Ariquemes, Cujubim e Espigão D’Oeste, apresentam um estoque de menos de 15 anos de madeira para atender suas demandas. O caso do município de Buritis é o mais grave, pois este não detém matéria prima suficiente para atender a sua demanda, o que pode significar o fechamento de muitas empresas ou o ingresso dessas na ilegalidade. Tabela 4 – Perspectiva Futura do Setor Florestal do Estado de Rondônia Para os Dez Maiores Municípios em Relação ao Número de Empresas Florestais Cadastradas Junto a SEDAM. Demanda Volume Área Útil Nº. de Estimada Ciclo Nº Estimado Município . (mil ha) Empresas (mil Estimado (milhões m³/ha) m³/ha) 1 Porto Velho 1.486,74 73 730 44,60 61 2 Buritis 5,43 54 540 0,16 0 3 Ariquemes 208,86 53 530 6,26 12 4 Cujubim 230,27 52 520 6,91 13 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 7 5 6 7 8 9 10 Espigão D'Oeste Machadinho D'Oeste Nova Mamoré Costa Marques Alto Paraíso São Frco. do Guaporé Rondônia Fonte: Tecnomapas 108,07 441,66 248,99 188,14 114,90 174,38 15,956,30 32 32 25 24 22 22 616 320 320 250 240 220 220 6.160 3,24 13,24 7,46 5,64 3,44 5,23 478,68 10 41 30 24 16 24 78 Porto Velho, Machadinho D’Oeste, Costa Marques e São Francisco do Guaporé são os que apresentam um maior estoque disponível. Quando a inferência é feita para todo o estado, estima-se que Rondônia tenha um estoque de matéria prima suficiente para atender a demanda do estado durante 78 anos. 4 CONCLUSÃO É fato que Rondônia vive um período de intenso crescimento na atividade florestal. Essa mudança de cenário de estagnação para rápido crescimento pode ser atribuída à mudança na atribuição de gerenciar as florestas, onde a SEDAM assumiu o papel de regulamentar e fiscalizar o setor. Esse novo comportamento do setor madeireiro significa a saída da ilegalidade que trazia sérios prejuízos para a economia regional. Os maiores estímulos oferecidos pelo Estado, através da desburocratização para o licenciamento e aprovação de projetos florestais, resulta em maior facilidade de controle e fiscalização do setor e maior geração de emprego e renda para a sociedade e arrecadação para os municípios e o Estado. Em contra partida, Komogawa (2003) diz que o crescimento econômico, ou seja de uma atividade econômica, aumenta a pressão sobre os recursos naturais e trás externalidades negativas para o meio ambiente. E, como foi observado alguns municípios ou já não dispõem de matéria prima suficiente para alimentar suas empresas, ou estão a menos de 15 anos de chegar a esse patamar, que são os casos de: Buritis, Ariquemes, Cujubim e Espigão D’Oeste. O estado como um todo apresenta um potencial de suprimento estimado de madeira suficiente para atender a demanda atual durante 78 anos. Nesse sentido, o Estado e cada município em questão devem considerar a implementação de políticas públicas que motivem o setor a uma diminuição do consumo per capita proposto por May e Lustosa (2003). Diante de todos os aspectos abordados, a responsabilidade da manutenção do estoque de matéria prima madeireira está na qualidade da execução dos PMFS que necessitam desenvolver-se de maneira técnica buscando eficiência econômica e ecológica, do poder público através de políticas que direcionem o setor para métodos e ritmos de exploração sustentáveis e da sociedade que deve auxiliar o poder público praticando as técnicas que promovam a sustentabilidade, além de agirem como fiscais destas atividades. para evitar o colapso do setor por falta de matéria prima o que causaria sérios prejuízos econômicos, sociais e ecológicos para o Estado de Rondônia. Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 8 5 REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. 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