A logística aplicada ao e-Commerce Do ponto de vista conceitual, “logística é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente e com baixo custo o fluxo e armazenagem de produtos, bem como as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos dos clientes”. Transportando-se esse conceito para o ambiente de comércio eletrônico, imagine uma situação em que, depois de adquirir o produto desejado pela internet através de um site de e-commerce, o mesmo demore a ser entregue pelo vendedor ou, pior do que isso, simplesmente não seja entregue ao cliente. Situações como essa, muito comuns no início das operações de e-commerce, geravam insatisfação aos clientes na medida em que os mesmos deixavam de ser atendidos, resultando no comprometimento da credibilidade de alguns sites de e-commerce e culminando até com o encerramento das operações. Esse era o cenário por ocasião do estouro da “bolha da internet”, no início da década de 2000. Para se evitar que situações como essas venham a ocorrer, faz-se necessário um planejamento adequado dos aspectos relacionados à operação logística, disciplina considerada fundamental para o funcionamento adequado de uma operação de comércio eletrônico, entre os quais podemos destacar os três principais: • Gerenciamento dos estoques: É importante que a informação de estoque disponível dos produtos no site de e-commerce esteja plenamente alinhada com a real disponibilidade dos produtos no estoque da empresa vendedora, garantindo assim a entrega do produto adquirido pelo cliente. Para tanto, faz-se necessária uma integração do sistema de controle de estoque com a solução de e-commerce para que não ocorram defasagens da informação. Também é importante que o sistema de controle de estoques dispare a reposição automática dos produtos a partir do atingimento do estoque mínimo, disparando o ciclo de suprimentos junto aos fornecedores, conforme explicamos mais adiante. Com essas ações, diminuem-se substancialmente os riscos inerentes à falta de produtos no estoque da empresa. 1 • Gerenciamento das entregas: Geralmente as funções de transporte e entrega dos produtos aos clientes é terceirizado para empresas especializadas existentes no mercado; como exemplo podemos citar os Correios (ECT), que operam um serviço exclusivamente voltado para as empresas de e-commerce denominado “e-Sedex”, com abrangência nacional. Qualquer que seja o operador logístico contratado para a distribuição dos produtos, é importante que o mesmo disponibilize um “sistema de rastreamento” (tracking) que permita aos clientes acompanhar pela internet e em tempo real a localização exata do produto adquirido. Também é importante que o operador logístico tenha condições de operacionalizar a “logística reversa” para os casos de devolução do produto à empresa vendedora nos casos de defeitos, insatisfação do cliente com o produto adquirido ou erros de processamento do pedido. • Gerenciamento do ciclo de suprimentos: É importante que haja uma perfeita sincronia com os fornecedores nos ciclos de processos de suprimentos necessários para repor os estoques dos produtos vendidos pelo site de e-commerce. Essa sincronia pode ser obtida quanto mais informatizados forem esses processos, gerando velocidade na troca de informações e resultando na redução de prazos e custos de aquisição dos produtos, bem como no custo dos estoques. Na prática, sempre que o nível de estoque de determinado produto atingir o estoque mínimo, é disparado sistemicamente um pedido de compras e enviado ao fornecedor por internet ou EDI, iniciando o processo de reposição do estoque. Esse ciclo só se encerra quando o fornecedor entregar o produto ao cliente e ocorrer a atualização dos sistemas de controle de estoque e de e-commerce, para que as informações estejam alinhadas. Concluindo, um planejamento adequado de uma operação logística permitirá que o produto seja entregue no menor tempo possível e com o menor custo, gerando satisfação e confiança aos clientes do site de e-commerce. A logística deve ser considerada estratégica pois pode interferir no sucesso de um empreendimento, motivo pelo qual deve ser muito bem planejada antes mesmo do início das operações. Autor: Paschoal Francisco Fideli - 11/2006 2