Os homens sempre sonharam sobre a possibilidade de aumentar a sua capacidade sexual ou de estimular os desejos sexuais de seus parceiros, através da ingestão de certos alimentos ou, ainda, certos fármacos. "Afrodisíaco" é definido no Academic Press Dictionary of Science and Technology como "uma droga ou agente que estimula ou aumenta as respostas sexuais" e "que desperta desejo sexual". O que é mito? O que é fato? Quais são as substâncias que, comprovadamente, atendem ao menos uma das definições para este verbete? Muitos dos compostos ditos afrodisíacos por cultutas milenares provinham da "lei da similaridade": as pessoas acreditavam que um objeto que lembrasse a forma da genitália pudesse trazer poderes sexuais. Daí vem o uso do Ginseng, do chifre de rinoceronte e as ostras e os mariscos, entre outros. A palavra Ginseng significa "raiz do homem", e foi usado como um rejuvenescedor e revigorante na China, China, Tibet, Coréia, Indochina, and Índia. Sua forma lembra uma figura humana. A raiz, de fato, é ligeiramente estimulante, tal como o café. Segundo o FDA, entretanto, não existe nenhum dado científico que relacione a droga com o "poder" ou "desejo" sexual. A similaridade da forma do chifre do rinoceronte com o pênis é a razão de sua reputação mundial como um incrementador da libido. A adição do pó do chifre do rinoceronte à comida aumentaria o desejo e a performance sexual? Cientificamente, entretanto, sabe-se que o chifre contém compostos de cálcio e fósforo, somente. Não há nenhuma relação com o interesse sexual. Na Ásia muitas partes do tigre são consideradas afrodisíacas. Uma panela de sopa de pênis de tigre, por exemplo, custa $350 em Taiwan - eles acreditam que é um dos mais poderosos afrodisíacos do mundo! Novamente, não há evidências científicas para a veracidade deste mito. A Afrodite, a deusa do amor segundo a mitologia grega, nasceu do mar - daí a razão de muitos frutos do mar serem ditos afrodisíacos. As ostras e mariscos, entretanto, ainda lembram a forma da vagina feminina. Novamente, não há nenhuma prova científica que sustente o credo popular. Uma das primeiras substâncias utilizadas como afrodisíaco foi o álcool. Em um estudo publicado na revista Nature, em 1994, ficou demonstrado que a ingestão de pequenas doses de álcool aumenta o nível de testosterona (o hormônio masculino) na mulher - isto, sem dúvida, aumenta o desejo sexual feminino. Além disso, o álcool pode reduzir a ansiedade e libertar as inibições morais e culturais, deixando o casal com menos restrições ao sexo. Isto, porém, é tudo o que a ciência diz sobre o álcool como afrodisíaco. Se a dose for alta, entretanto, o efeito é o oposto: o álcool causa impotência sexual. Mas há iguarias extremamente estranhas, tal como o sangue de cobra, pênis de certos animais (o filósofo grego Hipócrates receitava o pênis de animais, o feto de porcos e vacas, testículos de veado, urina de vários animais, incluindo o elefante. O chá de pinhas de pinus também, segundo a crença, tem estes poderes. A regra geral é que quanto mais caro e mais exótico for o alimento, mais pessoas acreditam em seu poder afrodisíaco. Há, entretanto, representantes desta área em espécies mais comuns, como o amendoim, o côco, o pinhão, a uva, entre outros. Não há nenhuma evidência de que qualquer uma destas iguarias (exóticas ou não) tenham efeitos sobre o apetite e performance sexual. Plínio, Celsus e Hipócrates receitavam o extrato de uma pequena mosca, a "mosca espanhola", para diversos males, incluindo a impotência sexual. Em vários países esta mosca ainda é ingerida para este fim. Na indústria, este composto é empregado como pesticida! Muitos textos clássicos Hindu, sobre a arte de fazer amor, mencionam a cebola como um alimento pré-coito. Na era dos faraós, os celibatos não podiam comer cebolas, por causa de seus efeitos potenciais. Na França, era servido cebolas aos recém-casados na manhã após a lua de mel, para que eles restaurassem a sua libido. A ciência não encontra argumentos para sustentar este credo popular. Algumas drogas têm, comprovadamente, efeito sobre a impotência masculina. A primeira droga que foi reconhecida pelo FDA como possuidora desta propriedade foi o ácido 3-hidroxi-2-(3hidroxi-1-octenil)-5-oxociclopentaneheptanóico, popularmente conhecido como alprostadil. O inconveniente era que esta droga deveria ser injetada, com uma seringa, no pênis, minutos antes da relação sexual. Pouco tempo depois foi lançado o Viagra, também aprovado pelo FDA e produzido pela Pfizer, que além de possuir maior eficácia, era de ingestão oral - melhor do que o Caverject, que tinha que ser injetado. É preciso ter cuidado e um senso crítico em relação aos milagres oferecidos pelas indústrias. Como diz um velho ditado, "O órgão sexual mais importante é aquele que fica entre as orelhas". Use bem o seu! Fonte: QMCWEB