1 Disciplina Corporeidade e Ludicidade na Escola Profª. Drª. Tereza França Ementa proposta pelo curso: Estudo dos conceitos de cultura corporal, ludicidade e lazer. Análise teóricoprática dos jogos e recreação como instrumentos da Educação Física Escolar. Plano de Trabalho [...] ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de exploração e de rotina. (Freire, 1986, p. 100) Um Curso de Especialização se configura num processo de formação continuada proposta institucionalmente visando a qualificação científico-pedagógica dos seus participantes. Neste sentido, as disciplinas que o compõe se constituem enquanto eixos estruturadores deste processo problematizando situações de construção e sistematização do conhecimento numa dimensão de reflexão diagnóstica, radical e de conjunto. Nestas, o pensamento crítico do conjunto de docentes-discentes desenha-se à luz da capacidade de problematizar as manifestações sociais próprias de uma realidade complexa. O implica refletir, analisar e interpretar situações problemáticas geradoras de objetos investigativos. Significa pensar criticamente a vida na dimensão do profissional. Significa também conhecer e reconhecer o conhecimento que exige busca, invenção e reinvenção constante. Nutrida pelas idéias freiriana reafirmo que os estudos acerca da corporeidade e ludicidade na perspectiva deste curso é sem duvida um conhecimento acelerador pensamento cíclico que revigora as relações professor-escolasaberes, que sugere uma abordagem muito diferente dos relacionamentos sociais em sala de aula. Essa natureza dinâmica do saber impõe um acelerado ritmo de permanentes renovações, mudanças, reajustes e construções em um jogo1 de beleza que rejuvenesça e amadureça o pensamento criativo-criador2. Essa nova agenda de ação amplia os espaços de debates, acalenta os interesses e aguça as inquietações de estudiosos críticos e comprometidos com os acontecimentos político-sociais que vivemos em nossa sociedade. 1 Ao fazer referência ao termo jogo, estamos aqui compreendendo que esse “O jogo é fato mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo em suas definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana; mas, os animais não esperaram que os homens os iniciassem na atividade lúdica. É-nos possível afirmar com segurança que a civilização humana não acrescentou característica essencial alguma à idéia geral do jogo... é mais do que fenômeno fisiológico ou um reflexo psicológico. Ultrapassa os limites da atividade puramente física ou biológica” (HUIZINGA, 1999, p. 03). 2 Consideramos importante revelar que a referência à expressão criativo-criador tem raízes nas formulações expressas por Gardner (1996, p. 29). Afirma o autor que “os indivíduos que realizam descobertas criativas costumam ser exploradores, inovadores, engendradores desde seus primeiros dias. Nunca satisfeitos em simplesmente acompanhar o grupo, eles normalmente experimentam no métier escolhido, e também outras atividades. Os jovens músicos, por exemplo, geralmente revelam seu talento para compor através de constantes tentativas de ‘reescrever uma partitura’ conforme suas especificações preferidas; os cientistas que estão começando não aceitam a sabedoria recebida, pelo contrário, querem ver por si mesmos. Esse caráter aventureiro muitas vezes é interpretado como insubordinação, embora os engendradores mais afortunados recebam certo encorajamento dos professores ou colegas em suas experimentações”. 2 Nessa direção, poeticamente, Morais (1994, p.136) nos ensina que: ... A tarefa divina de educar para o espanto foi posta aos nossos pés para que a regássemos com lágrimas dando-lhe o cuidado que damos a essa coisa vítrea que é viver. Na graça da sensualidade de nossos corpos está a orquestra da vida aguardando a afinação do espírito. Essa tarefa traz como questão de fundo o compromisso coletivo de assumir, viver continuamente mergulhados em um processo de redimensionamento de concepções com o fluir de novos saberes, de novas teorias, como conseqüência e seqüência de produções das comunidades científicas constituídas por aprendentes3 e ensinantes. No encadeamento das idéias argumentativas, de forma contundente, ressaltam-se as exigências político-educativosocio-culturais de um mundo em contínuas e amplas transformações interplanetárias. Deixar explodir a subjetividade, deixar que o novo se componha, não como se ele fosse externo ao homem, e sim se componha no interior humano de forma consciente, entendendo que é na inter-relação consciência e cultura que se materializam possibilidades de surgir o novo. Estaríamos, no mínimo, retomando a práxis como espaço e lugar de relações interindividuais de trocas e comunicações, construídas pela subjetividade humana, extraindo do íntimo do humano o que muitas vezes fica oculto. Assim, ao ser potencializado e qualificado pela manifestação da ludicidade à luz de saberes, a práxis seria tomada como uma manifestação artística, intelectual, cultural, expressão de vida, expressão da corporeidade como substancial ao Ser. O que vamos construir durante a disciplina para darmos conta desse desafio aqui proposto. AGOSTO - 2009 15.08.2009 – sábado 22.08.2009 – sábado Vivência Cultura Corporal Recreativa – Quem Somos: a história, Música, Carta, Teatro, Dança, Jogo, Brincadeira falando por nós. Análise da Proposta de Trabalho e do Sistema Avaliativo pelo coletivo da disciplina. Temática: Educação para e pelo lazer: eu-corpo-lúdico. Oficina Temática com bolas. Temática Escola Interativa Social. Visita Lúdico-Acadêmico-Cultural: a corporeidade como expressão da linguagem circense. Escola Pernambucana de Circo Orientação: Seminário Temático Fechamento da Disciplina. Orientação: Abordagem Etnometodológica – a pesquisa narrativa. Texto Norteador Indicação de leituras. Indicação de leituras. SETEMBRO - 2009 12.09.2009 – sábado 19.09.2009 – sábado Temática Corporeidade Ludicidade: resignificar a práxis pedagógica na escola. Vivência Sandplay Realização da Pesquisa Narrativa Texto Norteador: Política do corpolúdico na escola. Pesquisar e Reler a Prática Escolar: A pesquisa na ação-reflexão-ação. Texto Norteador Indicação dos Atores de Pesquisa. Indicação de leituras. Bhruns 3 26.09.2009 – sábado O corpo lúdico: talentos na comunidade a musicalidade e a dança como expressão. Edmilson Pires Andréia Paiva Ana Felix Sandra França Daise França Oficina na Escola. Universo da escola para a realização dessa oficina. - Pedro Ivo - Helderr Isayama - Marcos André - Gisele Schwartz - Alcyane Marinho Aqui, o entendimento do termo aprendente, tem suporte nas formulações de Assmann (1998), na obra Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 3 OUTUBRO - 2009 17.10.2009 – sábado Seminário Interativo Avaliativo – Expo Corpolúdico Grupo exposição teórica-banner-vivência. Referências Indicadas. Encerramento. Abordagem Metodológica: Nossa metodologia crítico-reflexiva-criativa sugere diferentes possibilidade para a nossa apreensão e sistematização do conhecimento vivido na disciplina. Para tanto serão considerados os princípios metodológicos da etnometodologia. Assim, algumas situações estão aqui propostas. 1. Painel de Comunicação – a construção de um painel informativo com notícias e idéias interessantes sobre nosso processo de construção, recados e informes permanentes. Para tanto em todas as aulas este painel fará parte de nosso cenário pedagógico-científico e durante a semana ficará exposto na secretaria do Curso. 2. Também utilizaremos o E-mail, o Orkut e o MSN como possibilidade de comunicação entre nosso coletivo. Caso ainda não tenha um e-mail do grupo, solicitaremos a ajuda da secretaria para a criação de um. 3. Para realização da Pesquisa Narrativa e do Seminário Interativo Avaliativo – Expo Corpolúdico, serão entregues Textos Norteadores para orientação dessas tarefas. 4. No dia 12 de setembro o grupo trazer o seguinte material para a Vivência do Sandplay: 1. Uma caixa de plástico – tipo tabuleiro para carne. Pode ser também uma caixa de papelão ou de madeira desde que tenha as seguintes medidas: 2. Areia Fina, de preferência de praia, o suficiente para forrar a caixa por dentro. Não precisa ficar cheia, mais ou menos cinco centímetros para as bordas da caixa. 3. Objetos variados, como bonecos, flores, cadeirinhas, fichas, gravetos, bolinhas. Pedaço de tecido, brinquedos pequenos diversos. Para montarmos o cenário do sandplay. 5. Contato para os atores participantes da pesquisa: Nome e-mail Ord. 01 Profª. Drª. Ana Lúcia Felix – Campus Caruaru UFPE [email protected] 02 Profª. Ms. Andréia Paiva – UNIVERSO [email protected] 03 Profª. Drª. Alcyane Marinho – Universidade do Estado de [email protected] Santa Catarina- UDESC 04 05 06 07 08 09 10 Profª. Ms. Daise França – Santos Dumont Governo do Estado Profº., Drº. Edmilson Pires - UFRN Profª. Drª. Gisele Schwartz – UNESP Rio Claro-SP Profº. Drº. Helderr Isayama – UFMG Profº. Ms. Marcos André - FBV Profª. Ms. Sandra França - Gerente Esporte Lazer Governo do Estado Profª Drª. Sônia Maia – CEFET-RN [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] 4 As indicações de leituras aqui distribuídas sempre serão indicadas um encontro antes para que o coletivo possa participar da aula com a leitura realizada, ou pelo menos sabendo qual a referência estará alimentando nossas reflexões e estudos. Sistema Avaliativo: Todos os nossos momentos serão avaliados no sentido de verificar, analisar e constatar as aproximações e distanciamentos dos objetivos propostos pela disciplina. A Pesquisa Narrativa, Seminário Interativo Avaliativo – Expo Corpolúdico serão avaliados por convidados e auto-avaliados pelo coletivo da turma. Como sistemática avaliativa final será elaborado pelo coletivo, em duplas, um artigo sobre um tema de livre escolha, considerando as indicações da literatura indicadas pela disciplina. Referências Para o sábado dia 15.08.2009 – CAPARROZ, Francisco. Discurso e prática pedagógica:elementos para refletir sobre a complexa teia que envolve a educação física na dinâmica escolar. In: CAPARROZ, Francisco (Org.). Educação Física escolar: política, investigação e interação. Vol. 1, Vitória, ES: PROTEORIA, 2001. FRANÇA, Tereza Luiza de. Educação para e pelo Lazer. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho(Org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. UniJUí, 2003. (Coleção Educação Física). OLIVIER, Giovanina Gomes de Freitas. Lúdico e escola: entre a obrigação e o prazer. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho(Org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. UniJUí, 2003. (Coleção Educação Física). Para o sábado dia 22.08.2009 FRANÇA, Tereza Luiza de. Atividades recreativas e cultura popular: o folclore como fonte de ludicidade e de saberes. In: SCHWARTZ, Gisele Maria. Atividades recreativas. Educação Física no ensino superior. São Paulo: Editora Guanabara Koogan, 2004 SOARES, Carmem Lúcia. Acrobacias e acrobatas: anotações para um estudo do corpo. IN: BRUNS, Heloisa Turini & GUTIERREZ, Gustavo(Org.) Representações do lúdico – II Ciclo de Debates Lazer e Motricidade. Campinas, SP: Autores Associados, Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Unicamp, 2001 (Coleção educação física e esportes) Para o sábado dia 12.09.2009 COULON, Alain. Etnometodologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. FRANÇA, Tereza Luiza de.(2002). Etnometodologia e estudos da corporeidade: articulações da práxis na Educação Educação Física no âmbito do Lazer. Natal: UFRN (Texto). DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. In: MACIEL, Lizete Shizue Bomura & SHIGUNOV NETO, Alexandre.(Orgs). Formação de professores: passado presente futuro. SP: Cortez, 2004. MACIEL, Lizete Shizue Bomura. A formação do professor pela pesquisa: ações e reflexões. In: MACIEL, Lizete Shizue Bomura & SHIGUNOV NETO, Alexandre.(Orgs). Formação de professores: passado presente futuro. SP: Cortez, 2004. PIRES, Edmilson F. Corporeidade e sensibilidade: o jogo da beleza na educação física escolar. Natal-RN: EDUFRN, 2000. ( Da página 21 a 78 e 146 a 150) SOUZA, João Francisco. E a educação popular: ++ quê?? – uma pedagogia para fundamentar a educação, inclusive escolar, necessária ao povo brasileiro. Recife-PE: Editora Bagaço, 2007. ( Da página 200 a 250) CHAVES, Iduina Mont’ Alverne. Pesquisa Narrativa: uma forma de evocar imagens da vida de professor. In: TEIXEIRA, Maria Cecília Sanchez; PORTO, Maria do Rosário Silveira. Organizadoras. Imagens da cultura: um outro olhar. São Paulo: Plêiade, 1999. 5 Para o sábado dia 26.09.2009 BRUNS, Heloisa Turini & GUTIERREZ, Gustavo(Org.) O corpo e o lúdico : Ciclo de Debates Lazer e Motricidade. Campinas, SP: Autores Associados, Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Unicamp, 2000 (Coleção Educação Física e Esportes) Para o sábado dia 17.10.2009 As referências serão indicadas conforme o foco temático de cada pesquisa, quando da escolha dos grupos. Entretanto, para referências de construção do artigo-texto e das análises dos dados coletados, indicamos: FRANÇA, Tereza Luiza de.(2002). Etnometodologia e estudos da corporeidade: articulações da práxis na Educação Educação Física no âmbito do Lazer. Natal: UFRN (Texto). FRANÇA, Tereza Luiza de. Lazer – Corporeidade – Educação: o saber da experiência cultural em prelúdio. Natal-RN. Tese de Doutorado em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2003. PIRES, Edmilson F. Corporeidade e sensibilidade: o jogo da beleza na educação física escolar. Natal-RN: EDUFRN, 2000. ( Da página 79 a 143) SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. Cortez, 2000. 21ª. Edição – revisada e Ampliada., São Paulo: