MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS LUCIANO ALONSO VALENTE DOS SANTOS NATAL/RN 2013 LUCIANO ALONSO VALENTE DOS SANTOS RELAÇÃO DA ANTROPOMÉTRICAS HEREDITARIEDADE E NAS NAS CAPACIDADES CARACTERÍSTICAS MOTORAS DE GÊMEOS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciência da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Doutor em Ciências da Saúde. Orientador: Prof. Dr. DEF/UFRN ii Paulo Moreira Silva Dantas – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE PROF.a DR.a IVONETE BATISTA DE ARAÚJO iii RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE ANTROPOMÉTRICAS E NAS NAS CAPACIDADES CARACTERÍSTICAS MOTORAS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS Aprovada em ___/___/_____ Banca Examinadora: Presidente da Banca: ___________________________________ Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas UFRN / Departamento de Educação Física Membros da Banca: ______________________________________ Prof. Dr. João Carlos Alchieri UFRN / Departamento de Psicologia ______________________________________ Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros UFRN / Departamento de Cirurgia ______________________________________ Prof. Dra. Maria Irany Knackfuss UERN / Departamento de Educação Física ______________________________________ Gilmário Ricarte Batista UFPE / Departamento de Educação Física NATAL/RN 2013 iv DE GÊMEOS DEDICATÓRIA Dedico esta obra a minha esposa Regina Maria Lima Alonso, amor da minha vida, por seu companheirismo e apoio nos momentos mais difíceis. v AGRADECIMENTOS Um trabalho desta natureza não poderia ser realizado sem a colaboração e apoio de diversas pessoas que, em diferentes fases e momentos, ajudaram a ultrapassar dificuldades e se revelaram fundamentais para a sua consecução. Ao Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas agradeço pela orientação e a partilha de conhecimentos que tornaram possível a realização deste trabalho. Agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Norte não só a formação acadêmica, mas também pelo apoio a este doutoramento. Um agradecimento especial a Professora Dra. Técia Oliveira Maranhão por sua compreensão e apoio, especialmente na fase inicial deste trabalho. Aos meus amigos da área da Educação Física, Michelle Oliveira, Elys Costa, José Carlos Gomes, Marina e Larissa Fernanda, agradeço, mais que o apoio a este trabalho, a todos os momentos que passamos juntos. A cumplicidade que partilhamos e que ainda hoje nos une reflete-se na admiração que sentimos uns pelos outros! A todos os participantes desta investigação, expresso a minha gratidão pela disponibilidade e interesse demonstrados. Sem eles não seria possível à realização deste trabalho… A minha mãe Alga Alonso, ao meu pai Narciso Valente (in memorian) e ao meu irmão André Alonso agradeço a formação pessoal, apoio e carinho que me deram ao longo dos anos. E finalmente, mais uma vez, agradeço a minha esposa Regina Alonso pelo apoio, confiança e paciência que foram fundamentais para o êxito deste trabalho. vi RESUMO RELAÇÃO DA HEREDITARIEDADE NAS CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E NAS CAPACIDADES MOTORAS DE GÊMEOS MONOZIGOTOS E DIZIGOTOS O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética, ambiental e do gênero na variação da velocidade de deslocamento em gêmeos monozigotos e dizigotos. A amostra foi de 41 pares de gêmeos (25 Monozigotos (MZ) e 16 Dizigotos (DZ)), na faixa etária de 07 a 28 anos, saudáveis e que possuíam hábitos de vida semelhantes. A avaliação sprint de 30 metros foi realizada por meio de duas fotocélulas e as estimativas da hereditariedade foram feitas com base nas medianas das variâncias intrapares de gêmeos MZ e DZ. Não foram encontradas diferenças significativas nas medianas intrapar dos gêmeos MZ e DZ para todas as variáveis do estudo. O único grupo onde não foi encontrada elevada correlação parcial entre os resultados do sprint de 30 metros foi o de gêmeos dizigotos do sexo feminino (r = 0,36, P>0,05). Também foi observada tendência de aumento na hereditariedade do sprint de 30 metros no sexo feminino (85%) quando comparada ao sexo masculino (67%) e o grupo com ambos os sexos assume valor intermediário (73%). Com base nesses resultados, o sprint de 30 metros foi considerado uma característica altamente hereditária, em especial no sexo feminino. Este estudo sugere que preparadores físicos tenham atenção redobrada com os processos seletivos e com a necessidade de alta qualidade do treinamento realizado para o desenvolvimento do sprint de 30 metros em função da baixa influência ambiental encontrada, principalmente no sexo feminino. Palavras - chave: Método de Gêmeos, Gênero, Variação Genética, Velocidade, Composição corporal, Aptidão física. vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DZ – Dizigoto ETM – Erro técnico de medida h2 – Hereditáriedade Hz – Herts MZ – Monozigoto VO2 máx – Volume máximo de oxigênio viii SUMÁRIO Introdução ....................................................................................................... 10 Justificativa ..................................................................................................... 11 Objetivo ........................................................................................................... 11 Material e Métodos.......................................................................................... 12 Artigos publicados ou submetidos ............................................................... 17 Comentários, críticas e sugestões ................................................................ 36 Referências Bibliográficas ............................................................................. 38 Apêndice.......................................................................................................... 40 Anexos ............................................................................................................. 42 ix 1- INTRODUÇÃO A velocidade de deslocamento é uma das capacidades motoras mais exigidas para obtenção de sucesso em diversas modalidades esportivas. Por tal razão, compreender qual a magnitude da influência de fatores genéticos e ambientais nas variáveis que atuam no desempenho pode explicar, em parte, a diferença entre indivíduos que executam o mesmo tipo de treinamento e atingem resultados completamente diferentes (1-4). A fim de aprofundar os conhecimentos da variação individual da velocidade de deslocamento no desempenho foi proposto um estudo com pares de gêmeos por se tratar de alternativa prática e economicamente viável para identificar as contribuições da influência genética e do meio ambiente no desempenho físico dos indivíduos (5, 6). Apesar da existência de estudos que reportam ampla variação de resultados sobre a influência genética e ambiental na velocidade de deslocamento(7-10), no Brasil existem poucas referências relacionando estudos com gêmeos e a velocidade de deslocamento. Além disso, faz-se necessário considerar que tais pesquisas foram realizadas em países onde as condições climáticas e a base populacional são distintas da realidade Brasileira e que vários fatores podem causar esta ampla variação de resultados encontrados e dificultar possíveis comparações, tais como: diferença entre os testes, idade dos pares de gêmeos, erros na determinação da zigosidade, diferenças maturacionais intrapares e o gênero (11, 12). Observando todos estes fatores, consideramos que a investigação da influência genética e ambiental na velocidade de deslocamento assume importância não somente no ponto de vista teórico, mas também em sua aplicação prática, e que estes resultados poderão auxiliar profissionais da atividade física e do esporte a compreender o potencial de treinamento da velocidade de deslocamento principalmente para a prática de esportes que exijam elevada performance (2, 13-15). 10 2- JUSTIFICATIVA Nosso intuito é que as informações reunidas neste estudo motivem as discussões sobre as possibilidades de desenvolvimento das capacidades motoras resultando na melhoria de estratégias de prescrição de exercício. Estas estratégias auxiliarão tanto no controle da epidemia de sedentarismo quanto na adequada orientação de práticas esportivas, que terão como base o melhor entendimento das influências genéticas e ambientais no desenvolvimento das capacidades motoras e características antropométricas dos indivíduos. Outros fatos importantes foram a utilização do método de gêmeos como forma de estudar a hereditariedade e a escassez de estudos sobre hereditariedade das características antropométricas e das capacidades motoras em amostra de indivíduos brasileiros. Desta forma, com base nas informações deste estudo esperamos aumentar a chance de sucesso das estratégias utilizadas por profissionais da saúde para melhoria do condicionamento físico da população em geral. 3- OBJETIVOS Objetivo Geral: Analisar a relação da hereditariedade nas medidas antropométricas e das capacidades motoras em pares de gêmeos dizigotos e monozigotos, de 7 a 28 anos, moradores do Município de Natal e São Gonçalo do Amarante – RN. Objetivos Específicos:1 1. Avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação das medidas antropométricas em gêmeos monozigotos e dizigotos. 2. Avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação da potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos. 3. Avaliar o poder relativo da contribuição genética, ambiental e do gênero na variação da velocidade de deslocamento em gêmeos monozigotos e dizigotos. 1 Os artigos referentes aos objetivos específicos 1 e 2 estão respectivamente nos anexos 7 e 8 por se tratarem de trabalhos gerados com um primeiro recorte de dados. Já o trabalho relativo ao terceiro objetivo específico está inserido no item 5- ARTIGOS PRODUZIDOS contém a amostra na integra e se trata do principal artigo da tese. 11 4- MATERIAL E MÉTODO Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários, moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio Grande do Norte – Brasil. A amostra utilizada foi constituída por 41 pares de gêmeos (82 indivíduos) divididos por sua zigosidade em 25 pares de gêmeos Monozigotos (MZ) - 50 indivíduos (28 do sexo feminino e 22 do sexo masculino) e 16 pares de gêmeos Dizigotos (DZ) - 32 indivíduos (18 de sexo feminino e 14 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos. A determinação da zigosidade foi realizada por meio de entrevista telefônica com as mães dos avaliados (16) e no dia da avaliação, foi realizada a observação da semelhança entre cada par de gêmeos verificando a cor do cabelo, cor dos olhos, traços faciais, estatura e massa corporal (17). Em caso de dúvida sobre a zigosidade o par de gêmeos fazia as avaliações normalmente, porém seus resultados não eram utilizados nas análises deste estudo. Após a determinação da zigosidade os avaliados eram novamente entrevistados por meio de um questionário elaborado pelo próprio autor com 5 perguntas sobre seus dados pessoais, histórico clínico e hábitos. Os indivíduos menores de 14 anos eram entrevistados em conjunto com suas respectivas mães. Todas as respostas eram do tipo sim ou não, e caso a resposta fosse afirmativa o avaliado ou seu responsável era questionado sobre a natureza do problema. O questionário foi composto com as seguintes perguntas:1)Possui alguma doença crônica? (Pressão alta, diabetes, dislipidemias,etc.); 2)Fuma ou ingere bebidas alcoólicas com freqüência?; 3)Pratica alguma atividade física?; 4)Tem algum problema ortopédico?; 5) Está passando por algum tratamento médico? Em caso de discordância das repostas indicando diferenças de histórico clínico e hábitos os resultados do par de gêmeos em questão eram retirados da análise. Após a entrevista de anamense os participantes do estudo foram entrevistados por meio do questionário Questionário de atividade física Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q), utilizado como forma de avaliar a prontidão para prática de exercícios físicos (18). O questionário foi composto com as seguintes questões, com respostas do tipo sim ou não: 1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum problema de coração e recomendou que você só praticasse atividade física sob prescrição médica?; 2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?; 12 3)Você sentiu dor no peito no último mês?; 4) Você tende a perder a consciência ou cair como resultado do treinamento?; 5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividades físicas?; 6)Seu médico já recomendou o uso de medicamentos para controle de sua pressão arterial ou condição cardiovascular?; 7)Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades físicas ?; 8)Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou psicológica que impeça a sua participação na atividade proposta? Em caso de discordância nas repostas intrapar de gêmeos monozigotos e dizigotos indicando diferenças de prontidão para atividade física ou alguma suspeita de problema de saúde que impedisse a prática regular de atividade física os pares de gêmeos eram orientados a procurar um médico e seus resultados eram retirados da análise. Após a entrevista sobre a prontidão para atividade física foi realizada a autoavaliação da maturação sexual em todos os indivíduos menores de 19 anos. As avaliações foram realizadas em uma sala comum, uma a uma, onde inicialmente foram apresentadas as pranchas com as fotografias dos diferentes estágios de desenvolvimento das características sexuais secundárias, em particular segundo o sexo - duas pranchas para cada sexo - e para evitar a curiosidade e facilitar o entendimento do procedimento foi colocada sobre cada prancha uma folha em branco. A criança foi orientada a observar com atenção cada uma das fotos e marcar na ficha de avaliação o número da foto que mais se parece com ela naquele momento. A característica sexual avaliada é registrada como M (para mamas) e P (para pêlos púbicos) para as meninas e como G (genitália) e P(para pêlos púbicos) para os meninos e o número correspondente ao estágio (1 a 6). Levando-se em conta as grandes dificuldades para a realização das avaliações médicas para mensurar a maturação sexual, tal como descritas na literatura, consideramos que a autoavaliação mediante a técnica projetiva é um método prático, simples e não sofisticado, que pode ser aplicada nos dois sexos, em qualquer faixa etária a partir dos 6 anos e em qualquer nível socioeconômico, tornando-se assim uma alternativa muito utilizada em estudos nacionais e internacionais (19-24). Com intuito de aumentar a confiança nos resultados da autoavaliação da maturação sexual foram realizadas duas medidas: a primeira após as entrevistas preliminares e a segunda após o término das avaliações físicas. Assim, foi possível calcular o Índice Kappa ponderado entre as medidas repetidas da autoavaliação da maturação sexual separadamente para os indivíduos monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ) onde foram 13 encontrados valores superiores a 0,890 com p<0,001. Caso existisse diferença intrapar de gêmeos para o resultado da maturação sexual o resultado do par em questão era retirado da análise. Desta forma, foram excluídos do estudo portadores de deficiência, mulheres grávidas, indivíduos em tratamento medicamentoso, portadores de obesidade endógena ou secundária e portadores de distúrbios endócrinos e genéticos. Também foram excluídos da pesquisa os pares de gêmeos que continham indivíduos de gêneros diferentes (intrapar), os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de atividade física e os do mesmo sexo que apresentaram diferentes estágios de maturação sexual. Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos menores de idade ou pelo próprio participante quando maiores idade consentindo a participação na pesquisa. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia 18/02/2011. Avaliação antropométrica Os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal por meio de medidas antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado. Foram realizadas as medidas de massa corporal, e considerando a alta precisão da balança eletrônica, filizola 110, com capacidade para 150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg, a massa corporal foi medida apenas uma vez. A estatura foi medida por meio de estadiômetro da marca Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm, duas vezes, não sendo permitida diferença de 0,5 cm entre as medidas e como resultado final foi utilizada a média. Com intuito de aumentar a confiança dos resultados foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) entre as medidas repetidas de estatura separadamente para os indivíduos MZ e DZ onde foram encontrados valores superiores a 0,996 com p<0,001; ou seja, menos de 1% da variância pode ser explicada pela variação de mensuração do instrumento de medida ou pela variação da padronização. Estas avaliações foram realizadas nos indivíduos com o mínimo de vestimentas e descalços. O local da avaliação era uma sala silenciosa com temperatura entre 22-24ºC. A padronização utilizada para avaliação antropométrica segue os procedimentos descritos por Marfell-Jones e colaboradores (25). 14 Teste de velocidade de deslocamento (30 metros) O teste foi realizado em ginásio fechado e coberto, desta forma, não houve influência do vento auxiliando ou prejudicando os resultados. O piso era emborrachado e os avaliados utilizaram roupas leves e tênis com solado de borracha. A temperatura ambiente foi medida por meio de um termômetro digital e estava entre 24º e 26º C. Os gêmeos eram testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis efeitos do dia nos resultados do teste. Os avaliados foram orientados a não participar de qualquer tipo de atividade vigorosa, não consumir álcool e cafeína durante as 24 horas que antecederam a realização dos testes. Além disso, todos foram informados sobre a importância de dormir no mínimo 8 horas na noite anterior ao procedimento e estavam familiarizados com a pesquisa. Para o registro do tempo de deslocamento foram utilizadas duas células fotoelétricas da marca CEFISE que possuem precisão em milésimos de segundo. Estas células foto elétricas cronometraram o percurso de 30m. Cada célula fotoelétrica foi posicionada de modo que o feixe de luz incidisse na crista ilíaca do avaliado. A saída para a corrida foi da posição de pé, logo atrás da primeira célula fotoelétrica. Os avaliados foram orientados a percorrer a distância de 30 metros e para que o avaliado não desacelerasse antes de atingir a marca de 30 metros, uma falsa chegada foi colocada 5 metros após a marca final - todos os participantes foram orientados a correr o mais rápido possível até a falsa marca de 35 metros, garantindo assim que todos passassem pela célula fotoelétrica colocada na marca de 30 metros na máxima velocidade de deslocamento (26). O teste foi realizado três vezes por cada indivíduo, com intervalo de 1 minuto entre as tentativas, sendo a média desses valores utilizados no tratamento estatístico. Além disso, foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) entre as medidas repetidas do resultado da velocidade de deslocamento separadamente para os indivíduos MZ e DZ encontrando valores superiores a 0,995 com p<0,001, ou seja, menos de 1% da variância é explicada pela variação do instrumento de medida, em ambos os grupos. As células foto elétricas, têm sido utilizadas em diferentes estudos já publicados, pois possibilitam maior precisão e fidedignidade na mensuração de tempo em testes de velocidade de deslocamento (27-30). 15 Análise estatística As análises foram feitas com base, nos resultados dos indivíduos gêmeos monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ) e na variância intrapar de gêmeos, desta forma, foram controlados eventuais variáveis de confusão tais como sexo, idade e maturação biológica. A análise estatística foi realizada seguindo critérios clássicos para verificação da normalidade da amostra: comportamento da assimetria (duas vezes menor que o erro padrão da assimetria), da curtose (duas vezes menor que o erro padrão da curtose), e do valor mínimo e máximo da média (devem estar compreendidos dentro do valor de três vezes a média). De forma geral, os resultados deste estudo foram caracterizados como não paramétricos e, por isso, foi tomada a decisão de utilizar como medida de tendência central a mediana com seu respectivo intervalo de confiança (Percentil 25 –75). Foram feitas as correlações parciais (r) com controle da idade entre as medianas dos grupos de gêmeos MZ e DZ separadamente, para observar o grau de relacionamento entre os irmãos monozigotos e dizigotos. Além disso, para aumentar a confiança em nossos resultados foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) das medidas repetidas de estatura e velocidade de deslocamento e o Kappa ponderado entre as medidas repetidas da maturação sexual nos grupos de gêmeos MZ e DZ separadamente. Ainda no intuito de observar a existência de diferenças significativas entre os grupos de gêmeos monozigotos e dizigotos foi calculada a diferença entre as medianas da idade, massa corporal, estatura e velocidade de deslocamento por meio do teste de Wilcoxon. Após esta etapa, foi calculada uma regressão linear para observarmos o comportamento dos resultados médios do teste de velocidade de deslocamento (30m) entre os pares de gêmeos monozigotos e dizigotos para o sexo masculino, feminino e em ambos os sexos. Para a estimativa da hereditariedade (h²) da velocidade de deslocamento foi utilizada a equação: h² = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ) x 100 onde S² representa a mediana da variância intrapar de cada série de diferenças. Quando h² = 100%, a variância do caráter é atribuível exclusivamente a causas hereditárias. Quando h² = 0%, a variação é inteiramente explicada pelos efeitos ambientais (31). 16 5- ARTIGOS PUBLICADOS OU SUBMETIDOS HERITABILITY OF DISPLACEMENT SPEED IN A 30-METRE SPRINT Department of Physical Education Federal University of Rio Grande do Norte Natal – Rio Grande do Norte – Brazil – 59090500 2012 Dear Editor, Please find the enclosed manuscript, titled “HERITABILITY OF DISPLACEMENT SPEED IN A 30-METRE SPRINT”, which I am submitting for exclusive consideration for publication as an article in the European Journal of Sport Science. This paper demonstrates that displacement speed is a highly heritable trait, especially in females, and suggests that physical trainers should pay increased attention to the selection process and the need for high-quality training for the development of the 30metre sprint due to the low environmental influence, which is observed primarily in females. This paper should be of interest to a broad readership, including readers who are interested in coaching sports, physical educators, athletes and sports physicians. Thank you for your consideration of my work. Please address all correspondence concerning this manuscript to me at the Federal University of Rio Grande do Norte, and please feel free to correspond with me by e-mail ([email protected]). Sincerely, Luciano Alonso Master of Physical Education 17 HERITABILITY OF DISPLACEMENT SPEED IN A 30-METRE SPRINT Abstract This study evaluated the relative power of environmental, genetic and gender contributions on variations in displacement speeds in monozygotic (MZ) and dizygotic (DZ) twins. The study sample included 41 pairs of twins (25 MZ and 16 DZ), aged 7 to 28 years, who exhibited similar healthy living habits. The 30-metre sprint was assessed using two photocells, and heritability was estimated using the median of variances in MZ and DZ twin intrapairs. No significant differences in the intrapair medians of MZ and DZ twins were observed for all study variables. Only DZ female twins exhibited no high partial correlation between 30-metre sprint results (r = 0.36, P > 0.05). A higher heritability of 30-metre sprint times was observed in females (85%) compared with males (67%), and the heritability of 30-metre sprint times in both sexes exhibited an intermediate value of 73%. These results demonstrated that 30-metre sprint times were a highly heritable trait, especially in females. This study suggests that physical trainers should pay increased attention to the selection process and the need for high-quality training for the development of 30-metre sprints due to the low environmental influence that was observed primarily in females. Keywords: Twins, gender, sex factors, genetic variation, short sprint, speed Introduction Displacement speed is a primary required motor skill for success in several sports. Therefore, an understanding of the magnitude of the influence of genetic factors and environmental variables that act on displacement performance may partially explain the differences between athletes who perform the same type of training but achieve completely different results (Jaworowski, Porter, Holmbäck, Downham, & Lexell, 2002; Lee et al., 2009; Perez-Gomez et al., 2008; Verkoshanky, 1996). Displacement speeds in travel performance were previously addressed in studies of twin pairs to deepen the knowledge of individual variations; these speeds were measured because they are an economically viable and practical alternative for identifying the contributions of genetic and environmental influence on the physical performance of individuals (Mustelin et al., 2011; Waller, Kujala, Kaprio, Koskenvuo, & Rantanen, 2010). Previous studies have reported wide variations in the genetic and environmental influences on displacement speed (Fox, Hershberger, & Bouchard, 1996; Komi, Klissouras, & Karvinen, 1973; Maes et al., 1996). However, few references in Brazil have investigated displacement speeds in twins. Many of these surveys were conducted in 18 countries where climatic conditions and the racial distribution of the population are distinct from the Brazilian population, and many factors can cause wide variations in results and hinder potential comparisons, such as differences between tests, age of twin pairs, errors in the determination of zygosity, gender differences and maturational intrapairs (Gavin, Fox, & Grandy, 2011; Kurian & Cardarelli, 2007). Investigating the genetic and environmental influences on displacement speeds is important from a theoretical point of view and in its practical application, which will aid sports professionals in their understanding of the potential of displacement speed training in selection processes for activities or high-performance sports (Karnehed, Tynelius, Heitman, & Rasmussen, 2006; Segal, Feng, McGuire, Allison, & Miller, 2009; Verkoshanky, 1996). This study evaluated the relative power of genetic, environmental and gender contributions on displacement velocity in monozygotic (MZ) and dizygotic (DZ) twins. Methods Participants The study participants were volunteer MZ and DZ twins from cities near Natal (Natal and São Gonçalo do Amarante cities), Rio Grande do Norte, Brazil. The sample included 41 pairs of twins (82 individuals) who were divided by their zygosity into 25 pairs of MZ twins (50 individuals; 28 females and 22 males) and 16 pairs of DZ twins (32 individuals; 18 females and 14 males), aged 7 to 28 years old. The minors volunteers were recruited at elementary schools and higher age were selected at the universities and for indication of the participants themselves. Excluded were four pairs of MZ twins and four pairs of DZ twins (two pairs of DZ twins were in drug treatment, two pairs of DZ twins had different maturational stages, four pairs of MZ twins did not share the same physical activity habits). Zygosity was determined through telephone interviews with the mothers of the assessed twins (H. Peeters, Van Gestel, Vlietinck, Derom, & Derom, 1998).The similarity between each pair of twins was assessed by checking hair colour, eye colour, facial features, height and body mass index (Beiguelman, 2008). Cases in which the twin pair zygosity was doubted following the performed assessments were excluded from the analyses. The evaluated twins were interviewed after zygosity determinations using a questionnaire that was developed by the author. The questionnaire included five questions on personal data, medical history and habits. Subjects under age 14 were interviewed in the presence of their mothers. All answers were yes or no. If the answer was affirmative, 19 the subject or his/her guardian was asked about the nature of the problem. The questionnaire included the following questions: 1) Do you have any chronic illness? (e.g. high blood pressure, diabetes, dyslipidaemia); 2) Do you smoke or drink alcohol frequently?; 3) Do you engage in some physical activity?; 4) Do you have any orthopaedic problems?; and 5) Have you undergone any medical treatments? In cases of disagreement in the responses of twin pairs that indicated differences in clinical history and habits, the twins were removed from the analysis. Study participants were interviewed using the Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q), which evaluates the readiness for physical exercise (Thomas, Reading, & Shephard, 1992). This questionnaire included the following YES or NO questions: 1) Have you ever told your doctor that you have some heart problem, and has it been recommended that you only engage in physical activity under prescription?; 2) Do you feel chest pain that is caused by physical activity?; 3) Did you feel chest pain in the last month?; 4) Do you tend to lose consciousness or fall as a result of the training?; 5) Do you have any bone or muscle problems that could be aggravated with physical activity?; 6) Has your doctor ever recommended the use of medications to control your blood pressure or heart condition?; 7) Are you aware, through your own experience and / or medical advice, of some other physical reason that prevents physical activity?; and 8) Would you like to comment on some other health problem, whether physical or psychological, that prevents your participation in the proposed activity? Cases of disagreement in differences of readiness for physical activity in the MZ and DZ twin intrapair responses were removed from analyses. DZ twin pairs who indicated that physical activity or any suspected health problem prevented the practice of regular physical activity were advised to seek medical attention, and their results were removed from the analyses. Self-assessments of sexual maturation were performed in all individuals under 19 years old following the interviews of the readiness for physical activity. Evaluations were conducted individually in a common room. The participants were initially presented with photographs of different gender-specific development stages of secondary sexual characteristics,– with two picture boards for each gender. This procedure was performed with each picture board under a blank sheet to avoid curiosity and facilitate understanding. The child was instructed to carefully observe each photo and mark the assessment sheet with the number of the photo that most resembled her/his development at that moment. The assessed sexual characteristics were recorded as B (for breasts) and P (for pubic hair) for girls and G (genitalia) and P (for pubic hair) for boys and as the number that corresponded to the developmental stage (1-6). 20 The literature describes great difficulties in medical evaluations that measure sexual maturation. However, self-evaluation using the projective technique is a practical, simple and unsophisticated method that may be used in both sexes from six years of age and any socio-economic level. This technique is an increasingly used alternative in national and international studies (Guvenc, Acikada, Aslan, & Ozer, 2011; Matsudo & Matsudo, 1991; Tanner, 1981). Two measures were performed in the present study to increase confidence in the self-assessment of the sexual maturation results. One measurement was performed after the preliminary interviews, and the other measurement was performed at the end of the physical assessments. This procedure permitted the calculation of a weighted kappa index among the repeated measurements of self-assessments of sexual maturation in MZ and DZ individuals. The observed values were greater than 0.890 (P < 0.001). Intrapair twins who exhibited differences in sexual maturation outcomes were removed from the analysis. The following groups were excluded from the study: disabled subjects, pregnant women, individuals in drug treatment, patients with endogenous or secondary obesity and patients with endocrine and genetic disorders. The following twin pairs were also excluded: twin pairs who contained individuals in different genres (intrapair); pairs who did not share the same physical activity habits; and same-sex twin pairs who presented with different stages of sexual maturation. Participants were healthy individuals. The participants or the parents or guardians of the children signed an informed consent form to participate in the research. The Research Ethics Committee of the Onofre Lopes Hospital approved this study, which was duly recognised by the National Research Ethics Committee under protocol Zip Code / HUOL: 484/10 - CAAE: 0042.0.2.294.000-10 in 18/02/2011 day. Anthropometric assessments A trained evaluator assessed the body composition of the twins using anthropometric measurements. Body mass index was measured using a high-precision Filizola-110 electronic scale with a 150-kg capacity and a unit of measurement of 0.1 kg; body mass was measured only once. Height was measured twice using a Sanny stadiometer with a 0.1-cm unit of measurement, and a 0.5-cm gap between the measurements was permitted. The final results were averaged and utilised for analyses. The intraclass correlation coefficient (ICC) between repeated measurements of height was calculated separately for MZ and DZ individuals to increase confidence in the results; values were greater than 0.996 (P < 0.001), which indicates that less than 1% the variance 21 can be explained by variations in the measuring instrument or standardisation. These evaluations were performed in individuals with minimal clothing and no shoes. The location of the evaluation was a quiet room with a temperature between 22–24ºC. The anthropometric assessments were standardised following the procedures described by Marfell-Jones et al. (Marfell-Jones, Olds, Stewart, & Carter, 2006). Test of displacement speed (30 metres) This test was conducted in a closed and covered gymnasium to minimise the influence of wind on the results. The floor was rubberised, and the evaluated participants wore light clothing and rubber-soled shoes. The room temperature was measured using a digital thermometer, and the temperatures ranged between 24 ºC–26 ºC. The twins were tested at a maximum interval of 60 minutes to avoid the possible effects of time of day on the test results. The assessed participants were instructed to avoid participation in any vigorous activity and the drinking of alcohol and caffeine for 24 hours prior to testing. All participants were informed about the importance of obtaining at least 8 hours of sleep on the night before the procedure, and participants were familiar with the research. Two photocells (Speed Test Fit, factory CEFISE, São Paulo - Brazil) with millisecond precision recorded the travel times. These photoelectric cells timed the route of the 30 metres. Each photocell was positioned to focus the light beam on the iliac crest. The output for the race was a standing position just behind the first photocell. Assessed participants were instructed to cover the 30-metre distance and not slow down prior to reaching the 30-metre mark. A false arrival was placed 5 metres after the final mark, and all participants were instructed to run as fast as possible until they reached the 35-metre false mark. These instructions ensured that all participants passed the photocell at the 30metre mark at maximum displacement speed (Coelho et al., 2010). The test was performed three times in each individual with a 1-minute interval between attempts, and the average displacement speed was used in the statistical analyses. The ICC was calculated between repeated measurements of the separate displacement speeds of MZ and DZ individuals. Values above 0.995 (P < 0.001) were observed, which indicates that less than 1% of the variance was explained by variations in the measuring instruments in both groups. These photoelectric cells have been used previously because these cells provide greater precision and reliability in time measurements of displacement speeds (Dupont, Millet, Guinhouya, & Berthoin, 2005; Glaister et al., 2009; Lemmink, Elferink-Gemser, & Visscher, 2004; Wisloff, Castagna, Helgerud, Jones, & Hoff, 2004). 22 Statistical analysis Analyses were based on the results of individual MZ and DZ twins and the variance of intrapair twins. Potential confounders, such as sex, age and biological maturation, were controlled for. Statistical analyses were performed with SPSS 20.0 (SPSS,Chicago, Illinois) and following classical criteria for the initial investigation of sample normality: the behaviour of asymmetry (two times less than the standard error of asymmetry), kurtosis (two times less than the standard error of kurtosis) and the minimum value and maximum average (must be within three times the value of the mean). Overall, the results of this study were characterised as non-parametric. Therefore, the medians of central tendency and their respective confidence intervals (percentiles 25–75 (p25–p75)) were used. Partial correlations (r) with age control were observed between the medians of the MZ and DZ twin groups separately to investigate the degree of relationship between MZ and DZ brothers. Furthermore, the ICC of repeated measurements of heights and displacement speeds and weighted kappa values were calculated between the repeated measures of sexual maturation in MZ and DZ twin groups separately to increase the confidence in our results. The differences between the median age, weight, height and forward speed were calculated using a Wilcoxon test to examine significant differences between MZ and DZ twins. A linear regression was performed to observe the behaviour of the mean displacement speeds (30 metres) between pairs of MZ and DZ twins for males, females and both sexes. The following equation estimated the heritability (h ²) of running speed: h ² = (S ² DZ - S ² MZ) / S ² DZ) x 100, where S ² represents the median of intrapair variances in each different series. Results This study analysed the heritability of displacement speeds based on intrapair variances in MZ and DZ twins and the possible influence of gender on these speeds. Table Ia presents the medians and confidence intervals (p25–p75) in both sexes. The intrapair r, controlled by sex and age, revealed results greater than 0.81 (P < 0.001) for all study variables in MZ and DZ pairs. This high intrapair correlation demonstrated the similarities between these individuals and the possible influences of sex and age, which did not affect the behaviour of the results. Furthermore, no significant differences between the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs for height, age, body mass and displacement speeds were observed. 23 Table Ib presents the medians and confidence intervals (p25–p75) in females. The intrapair r controlled for age revealed similar results as Table I, and values greater than 0.82 (P < 0.001) were observed for MZ and DZ twins. Furthermore, no significant differences between the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs were observed for height, age, body mass and displacement speeds. The only observed difference was the low and non-significant r (r = 0.36, P > 0.05) for the displacement speed of the DZ group. Table Ic presents the results in males as medians and confidence intervals (p25– p75). The intrapair r, controlled by sex and age, revealed similar results as Table I, and values greater than 0.71 (P < 0.05) were observed for all MZ and DZ pairs. No significant differences between the medians (Wilcoxon test) of MZ and DZ twin pairs were observed for height, age, body mass and displacement speeds. The average result of the three attempts of the displacement speed test was used for each MZ and DZ individual in both sexes to investigate the detachment of the individual results of each twin pair (Figure 1). An adjusted R2 of 0.78 was observed, which indicates that the explained variance of the results was 78%. The average results of the three displacement speed tests for each female MZ and DZ individual were used to investigate the detachment of the individual results of each twin pairs (Figure 2). An adjusted R2 of 0.54 was observed, which indicates that the explained variance of the results was 54%. The average results of three displacement speed tests for each male MZ and DZ individuals were used to investigate the detachment of the individual results of each twin pair (Figure 3). An adjusted R2 of 0.899 was observed, which suggests that the explained variance of the results was 89.9%. The graphs demonstrate a clear decrease in the variance that was explained by gender; the group of female MZ and DZ twins exhibited the lowest variation (54%). The greatest distances was observed between DZ twins, which supports our hypothesis that DZ twins are 50% similar and that MZ twins tend to be 100% identical. The heritability of displacement speeds in this study was higher in females 85% (43.90-90.70) than males 67% (28.20-88.80), and the heritability of both sexes exhibited an intermediate value 73% (39.00-83.00). Discussion This study provides evidence of individual differences in displacement speeds between twins that may be largely attributed to genetic differences in women. 24 Little data on the influence of heritability on displacement speeds exist in the Brazilian population, but several relevant international studies have reported this influence in same-sex samples of similar age. These previous studies have demonstrated a wide range of variation, between 48% and 92%, despite the high estimates of heritability (Bouchard, Malina, & Pérusse, 1997; Fox et al., 1996; Komi et al., 1973; Maes et al., 1996). Our results are consistent with these results and confirmed the high hereditary dependence of displacement speeds, with an estimated heritability of 73% in both sexes, which breaks down to 67% in males and 85% in females. Therefore, this study confirmed the results of the international studies despite the differences in racial, environmental and climate influences on individuals who were born in northeastern Brazil (IBGE, 2010). We observed a high heritability of displacement speed in both sexes and a greater influence in women than in men. These results demonstrated that estimates of heritability vary considerably, which may be attributed to differences between tests, measuring equipment and genre. Several factors, such as mental concentration, proprioception, rhythm, motor learning, accuracy, training time and economy, interact with these types of testing, and these factors are integrated with displacement speed development (Tucker & Collins, 2012; Verkoshanky, 1996). Estimates of the heritability of a given variable have yielded different results in the same sample in a two-year longitudinal study (Boomsma, Busjahn, & Peltonen, 2002; Rijsdijk & Boomsma, 1997). Similarly, studies of these same variables in different crosssectional ages have demonstrated variations in the values of heritability estimates (Komi et al., 1973). These results strongly suggest that age, gender and developmental factors, such as sexual maturation, affect estimations of heritability. Therefore, genetic influences are not equally expressed in samples of different ages and genres (Missitzi, Geladas, & Klissouras, 2008). This study was particularly concerned with controlling for biases of age, gender and sexual maturation. Therefore, the medians of the intrapair variance results of MZ and DZ twins were used to calculate heritability. Twin pairs who exhibited different intrapair maturational stages and lifestyles were excluded from the present study. These actions enforced rigorous evaluation criteria on the tests that were used to measure displacement speeds and the use of twins to minimise the impact of factors that may decrease the robustness of the results. Twins are frequently used to evaluate the genetic bases of phenotypic variations (Karnehed, Tynelius, Heitmann, & Rasmussen, 2006; Leskinen, 2010; Leskinen et al., 2009; Liu et al., 2011; Mustelin et al., 2011; Mustelin, Silventoinen, 25 Pietilainen, Rissanen, & Kaprio, 2009; M. Peeters et al., 2007; Reis et al., 2007; Waller et al., 2010). A recent review of literature on the genetic influence on performance refuted the assertion for the need for a minimum of 10,000 hours of training time to achieve effective results in displacement speeds. This assertion was based on the premise that elite athletes achieve very similar results, but they rarely undergo the same training times. This observation suggests the fundamental importance of the integration of genetic and environmental factors in the development of high performance levels. Some sports may require more complex training times compared to simpler procedures (Tucker & Collins, 2012). The need to observe training quality and the possible differences between twins should be emphasised because women demonstrated a greater genetic influence than men in our study. Another important factor that may underlie the possible differences in results and trainability between men and women is the distribution of type-II muscle fibres, especially in the lower limbs. This difference may not be related to the type of exercise but may be an innate difference between the sexes (Fleck, Kraemer, & Ribeiro, 2006). However, no conclusive answer on possible differences in the numbers of type-II fibres in men and women in the lower limbs has been identified (Fleck et al., 2006; Jaworowski et al., 2002; Perez-Gomez et al., 2008). Several studies have suggested a better use of ATP resynthesis in the greater amounts of muscle mass in the lower limbs and the lower amount of body fat in men as the primary justification for the performance differences in displacement speed between men and women (Jaworowski et al., 2002). In conclusion, displacement speeds were a highly heritable trait in both sexes. These results may guide sport and exercise prescriptions to correct gender gaps and leverage the possible pre-dispositions in displacement speed by considering the large influence of heritability. Trainers should pay increased attention to the need for high quality training prescriptions, especially in females, to improve the displacement speed because of the low potential impact on training than in males. 26 References Beiguelman, B. (2008). O estudo de gêmeos [The study of twins]. Ribeirão Preto, Brazil: SBG. Boomsma, D., Busjahn, A., & Peltonen, L. (2002). Classical twin studies and beyond. 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Median, confidence interval (CI), intrapair variance of displacement speed (VDS) and partial correlations controlling for age (r), height, body mass, displacement speed (DS) and the heritability of monozygotic and dizygotic twins of both sexes (a); Median, confidence interval (CI), intrapair variance of displacement speeds (VDS), partial correlations controlling for age (r), height, body mass, displacement speed (DS) and the heritability of female monozygotic and dizygotic twins (b); Median results, confidence intervals (CIs), intrapair variances of displacement speed (VDS), partial correlations controlled for age (r), height, body mass, displacement speed (DS) and the heritability of monozygotic and dizygotic twins in males (c). (a) Age (years) Height (cm) Mass (kg) DS (seconds) Monozygotic (n = 50) Twin 1 (n = 25) Twin 2 (n = 25) Median CI (25–75) 15.00 (11.50–22.00) 154.00 (146.00–162.00) Median CI (25–75) 15.00 (11.50–22.00) 154.00 (146.00–163.00) 48.80 (36.07–61.07) 5.95 (5.07–6.47) VDS (Twin1-Twin2) (b) Age (years) Height (cm) Mass (kg) DS (seconds) 47.60 (39.60–59.70) 5.88 (5.11–6.66) 0.0144 (0.0017–0.0906) Monozygotic (n = 28) Twin 1 (n = 14) Twin 2 (n = 14) Median CI (25–75) 15.00 (11.75 –20.00) 154.00 (146.00–162.00) Median CI (25–75) 15.00 (11.75 –20.00) 153.50 (148.00 – 161.00) 48.10 (41.35 –57.16) 6.31 (5.71–6.61) VDS (Twin1-Twin2) (c) 48.75 (39.50 – 54.50) 6.51 (5.63–7.03) 0.0162 (0.0019–0.1564) Monozygotic (n = 22) Twin 1 (n = 11) Twin 2 (n = 11) Median CI (25–75) Median CI (25–75) 13.00 (9.00–24.00) Age (years) Height (cm) Mass (kg) DS (seconds) VDS (Twin1-Twin2) Dizygotic (n = 32) 13.00 (9.00–24.00) 157.00 (145.00–170.40) 50.10 (32.30–72.4) 5.46 (4.91–6.16) r 1.00* 0.90* r – 0.97* 0.94* Median CI (25–75) 14.50 (11.25–21.00) 154.00 (146.00–162.00) Median CI (25–75) 14.50 (11.25–21.00) 154.00 (146.00–163.00) 48.80 (36.07–61.07) 5.95 (5.07–6.47) Twin 1 (n = 9) Twin 2 (n = 9) Median CI (25–75) 13.00 (11.50 –21.00) 157.40 (148.20–163.00) Median CI (25–75) 13.00 (11.50 –21.00) 156.00 (146.00 – 164.20) 48.90 (34.40 – 55.15) 0.82* 6.54 (6.10–6.88) 0.1136 (0.0206–0.2788) h2=85% (43.90-90.70) *** Dizygotic (n = 14) 51.35 (44.20 –57.07) 6.29 (6.02–6.82) Twin 1 (n = 7) Twin 2 (n = 7) Median CI (25–75) 16.00 (8.00–22.00) Median CI (25–75) 16.00 (8.00–22.00) 0.97* 164.50 (126.50–187.00) 163.10 (131.50–187.90) 0.99* 56.30 (31.30–84.6) 5.22 (4.49–6.86) – 46.20 (39.00–67.75) 5.31 (4.91–6.02) 0.0123 (0.0001–0.0800) Twin 2 (n = 16) 47.60 (39.60–59.70) 0.82* 5.88 (5.11 –6.66) 0.0536 (0.0101–0.1494) h2=73% (39.00-83.00) ** Dizygotic (n = 18) r 158.70 (145.00–172.20) Twin 1 (n = 16) 59.50 (34.60–86.80) 0.97* 5.19 (4.42–7.21) 0.0383 (0.0009–0.0624) h2=67%(28.20-88.80) ** r 0.99* 0.90* 0.81* r – 0.97* 0.92* 0.36** r – 0.95* 0.88* 0.71* * Significant difference. **No significant difference. **h² = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ) x 100. 31 Figure Legends Figure 1: Relationship among the average displacement speed between monozygotic and dizygotic twins pairs of both sexes. The values used were the average of three attempts in seconds held by each monozygotic and dizygotic individual. Figure 2: Relationship among the average speed between monozygotic and dizygotic twin pairs in females. The values used were the average of three attempts in seconds held by each monozygotic and dizygotic individual. Figure 3: Relationship between the average speed between pairs of monozygotic and dizygotic twins in males. The values used were the average of three attempts in seconds held by each monozygotic and dizygotic individual. 32 Figure 1 33 Figure 2. 34 Figure 3. 35 6- COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES O fato de iniciar a preparação do projeto de pesquisa um ano antes da entrada no programa e a obrigatoriedade de aprovação da pesquisa no CEP foram fundamentais para o cumprimento das metas previamente estabelecidas na tese. Minhas maiores dificuldades foram no que diz respeito às obras nas instalações do Departamento de Educação Física (DEF), na compra e adaptação dos novos equipamentos adquiridos, na demora da chegada dos recursos conseguidos em órgãos de fomento, e do pequeno número de gêmeos disponíveis para participar de nosso estudo, na cidade do Natal e de São Gonçalo do Amarante. No intuito de minimizar estas dificuldades disponibilizávamos transporte para os gêmeos e flexibilizavamos ao máximo a marcação das avaliações, e mesmo assim, tínhamos sempre algum tipo de imprevisto, principalmente no que diz respeito às ausências nos dias marcados. Como as avaliações eram muito cuidadosas, não podíamos avaliar mais do que três pares por turno, fato que tornou a coleta mais lenta que o esperado. A soma destes fatores gerou uma limitação em nosso estudo que foi a pequena quantidade de gêmeos elegíveis para a pesquisa. Durante o projeto piloto esta limitação foi observada, assim, aprimoramos e qualificamos nossos procedimentos de coleta de dados a fim de manter a validade de nossos resultados. Este estudo teve o mérito de gerar evidências sobre a hereditariedade das características antropométricas e das capacidades motoras utilizando o método de gêmeos em amostra de indivíduos brasileiros. Além disso, utilizamos amostra com gradiente etário de 07 a 28 anos associada ao devido controle de variáveis de confusão, possibilitando a reafirmação dos resultados correntes na literatura e ainda alertando sobre a importância de relativizar eventuais diferenças nos resultados atribuídos a hereditariedade, em função do gênero e da faixa etária. Percebi em minha trajetória na pós-graduação permanente evolução, após 10 anos de conclusão do Mestrado. Alguns fatores motivaram este desenvolvimento: A experiência na docência superior, em instituições públicas e privadas, a preparação no curso de doutorado e a maturidade natural adquirida ao longo dos anos. Este ambiente me transforma a cada dia em um profissional mais preparado para atuar no ensino, pesquisa e extensão. Por tudo isso, esta pesquisa não se encerra nesta tese, na realidade ela apenas inicia seu desenvolvimento que tem como principais metas a formação de um banco de dados, na perspectiva de futuros estudos longitudinais, inclusão de análises bioquímicas, de DNA e ainda a reavaliação destes gêmeos utilizando equipamentos 36 de medida direta, tais como: Coletor de gases e plataforma de força. Além disso, após reflexão sobre os resultados gerados pela tese surgiu à ideia de realizar no futuro uma análise multivariada dos resultados assim que o banco de dados for suficientemente grande para sua aplicação. E sobretudo este trabalho serviu como o elo de integração de nove trabalhos de conclusão de curso de alunos de graduação em educação física da UFRN, duas dissertações de mestrado (em andamento) e seis apresentações de resumos em congressos nacionais e internacionais, o que ratifica a relevância e potencial deste estudo na formação e no aperfeiçoamento de futuros profissionais. 37 7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Lee SMC, Schneider SM, Boda WL, Watenpaugh DE, Macias BR, Meyer RS, et al. LBNP exercise protects aerobic capacity and sprint speed of female twins during 30 days of bed rest. Journal of Applied Physiology. 2009 March 2009;106(3):919-28. 2. Verkoshanky Y. Principles for a rational organization of the training process aimed at speed development. NEW STUDIES IN ATHLETICS. 1996;11:155-60. 3. Perez-Gomez J, Rodriguez G, Ara I, Olmedillas H, Chavarren J, GonzálezHenriquez J, et al. 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Essa pesquisa procura demonstrar a influência genética no desempenho humano, utilizando o método de gêmeos, que busca estimar a hereditariedade das capacidades motoras e da aptidão física. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimentos: realizar teste de força de membros inferiores com acompanhamento eletromiográfico que consiste em saltar três vezes consecutivas em um tapete especial; avaliação da capacidade cardiorrespiratória que consiste em correr um percurso de 20 metros no ritmo de um bip sonoro, assim que o avaliado não conseguir manter o ritmo do bip sonoro o teste termina; velocidade que consiste em correr 30 metros o mais rápido possível; estimativa da composição corporal (compasso de dobras cutânea, fita antropométrica e balança eletrônica) serão avaliados a massa corporal, a estatura e as circunferências corporais e questionário (auto preenchido) sobre hábitos de atividade física com 10 perguntas objetivas sobre a atividade física habitual do avaliado. Todos os testes físicos serão precedidos por exercícios de alongamento e supervisionados pelo coordenador da pesquisa. Esta pesquisa oferece risco mínimo. Desta forma, seguiremos as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte e utilizaremos testes submáximos, uma população de estudo com idade inferior a 30 anos e a obrigatoriedade de exame médico detalhado. Neste estudo nossa meta será avaliar as capacidades motoras e a aptidão física do grupo em questão e desta forma testes submáximos são os mais recomendados para esta finalidade, pois não impõe um stress orgânico intenso durante a sua realização. Embora os testes de exercícios submáximos não sejam tão eficazes na identificação de condições de doenças, eles são apropriados para avaliar as capacidades motoras e a aptidão física antes e depois de programas de exercícios. Dentre os benefícios, destaca-se o retorno dos resultados de seus testes físicos com breve avaliação do nível de atividade física, além do exame médico detalhado realizado por equipe especializada do DPEDI, através da Unidade de Endocrinologia Pediátrica. Para sua maior segurança o Centro de Ciências da Saúde da UFRN fica responsável pelo ressarcimento e indenização, em caso de algum imprevisto onde se comprove sua necessidade. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Luciano Alonso Valente dos Santos, no endereço UFRN-DEF- campus Lagoa Nova ou pelo telefone 8716-1687. Consentimento Livre e Esclarecido Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Hereditariedade capacidades motoras e aptidão física um estudo com gêmeos”. Participante da pesquisa ou responsável pelo menor participante: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA:______________________________________________ Menor participante: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA:______________________________________________ Pesquisador responsável: NOME:_____________________________________________________ ASSINATURA _______________________________________ Comitê de Ética em Pesquisa Hospital Universitário Onofre Lopes; Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis. CEP: 59.012-300 – Natal/RN Email:[email protected] www.etica.ufrn.br Base de Pesquisa Atividade Física e Saúde AFISA - Seção UFRN Ginásio Poliesportivo da UFRN Campus Universitário s/n° CEP: 59078-970 Natal/RN Fone: (84) 87161687 Email: [email protected] 42 ANEXO 2 Questionário de Zigosidade Opinião da mãe: 1- Você acha que seus filhos gêmeos são idênticos (monozigotos)? Ou são fraternos (dizigotos)? Você tem certeza que seus filhos gêmeos são idênticos (monozigotos)? Fraternos (dizigotos)? Similaridade Global e confusão dos gêmeos 2- Seus filhos são parecidíssimos? Um é a cara do outro? Somente a família reconhece a semelhança? Quem pode identificar cada gêmeo? 3- Pais? Sim ( ) Não ( ) 4- Irmãos e irmãs? Sim ( ) Não ( ) 5- Professores? Sim ( ) Não ( ) 6- Amigos? Sim ( ) Não ( ) 7- Pessoas de fora/ estranhos? Sim ( ) Não ( ) Similaridade específica 8- Existe diferença na cor dos cabelos dos seus gêmeos? Sim ( ) Não ( ) 9- Existe diferença na cor dos olhos de seus gêmeos? Sim ( ) Não ( ) Observador independente 10-Monozigoto/ dizigoto/ desconhecido 43 ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROJETO DE PESQUISA DE HEREDITARIEDADE ANAMNESE DADOS PESSOAIS Nome:___________________________________________ Gêmeo:__________ Sexo ( ) F ( ) M Idade: _________ Data de Nascimento: ____/_____/_____ Profissão:_____________________________________________________________ e-mail:_______________________________________________________________ Mora e foi criado no mesmo ambiente que o irmão? HISTÓRICO CLÍNICO E HÁBITOS Possui alguma doença crônica? (Pressão alta, diabetes, dislipidemias,etc.) sim (Qual?_______________________) não Fuma? sim não Ingere bebidas alcoólicas com freqüência? sim não Pratica alguma atividade física? sim (Qual?_______________________) não Tem algum problema ortopédico? sim (Qual?_______________________) não Está passando por algum tratamento médico? sim (Qual?_______________________) não 44 ANEXO 4 PAR Q Physical Activity Readiness Questionnarie Assinale “sim” ou “não” as seguintes perguntas: 1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum problema de coração e recomendou que você só praticasse atividade física sob prescrição médica? sim não 2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física? sim não 3) Você sentiu dor no peito no último mês? sim não 4) Você tende a perder a consciência ou cair como resultado do treinamento? sim não 5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividades físicas? sim não 6) Seu médico já recomendou o uso de medicamentos para controle de sua pressão arterial ou condição cardiovascular? sim não 7) Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades físicas ? sim não Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou psicológica que impeça a sua participação na atividade proposta? ______________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Declaração de Responsabilidade Assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR Q” e afirmo estar liberado pelo meu médico para participação na atividade citada acima. Nome do participante: ____________________________________________________________ Nome do responsável se menor de 18 anos:___________________________________________ ______________ Data _____________________________________ Assinatura 45 ANEXO 5 46 ANEXO 6 47 ANEXO 7 HEREDITARIEDADE DAS VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS Resumo Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação das medidas antropométricas em gêmeos monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ). Material e Métodos: A amostra foi composta por 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 do sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos, moradores da grande Natal – Rio Grande do Norte. Os gêmeos foram submetidos à avaliação antropométrica com a medição da massa corporal, estatura, circunferência da cintura, circunferência do abdômen e dobras cutâneas (triciptal, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha). Para análise de dados foram utilizadas as variâncias dos resultados entre cada par de gêmeos e em cada uma das medidas realizadas. Resultados: Foi encontrada elevada hereditariedade em todas as variáveis do estudo, com o mínimo de 0,64, para a estatura, e a máxima de 0,97, para a dobra cutânea do abdômen. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, a hereditariedade calculada foi responsável pela maior parte das diferenças encontradas nas variáveis antropométricas estudadas. Isto implica que tais medidas estão sob forte influência genética. Palavras chave: Herdabilidade, Gêmeos, Antropometria. 48 Introdução Medidas antropométricas são regularmente utilizadas na rotina de profissionais da saúde por serem de baixo custo e fundamentais para a avaliação da composição corporal da população [1]. Por meio delas pode-se medir a relação entre a quantidade e distribuição de gordura corporal, relação esta que pode interferir diretamente no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas. Além disso, é importante ressaltar que a redução da quantidade de gordura e a manutenção ou aumento da quantidade de massa muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de exercícios físicos [2]. A utilização do método de gêmeos na análise da influência das características genéticas e ambientais sobre as medidas antropométricas é bastante vantajoso, visto que o envolvimento familiar revela uma associação estreita entre os hábitos de vida dos progenitores e de seus descendentes [3, 4]. Outro fato importante é que no Brasil existem poucos estudos utilizando tal metodologia, principalmente em amostra da região nordeste do Brasil [5, 6]. O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação das medidas antropométricas em gêmeos monozigotos e dizigotos. Material e métodos Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários, moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio Grande do Norte – Brasil. Inicialmente, nossa amostra apresentou 28 indivíduos gêmeos monozigotos (MZ) e 24 indivíduos gêmeos dizigotos (DZ), porém, foram excluídos do estudo devido aos critérios de inclusão e exclusão 16 indivíduos (8 MZ e 8 DZ), desta forma, a amostra utilizada foi de 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 de sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos Foram excluídos do estudo portadores de deficiência física que impedisse a avaliação antropométrica, mulheres grávidas, indivíduos em tratamento medicamentoso relacionado à obesidade ou portadores de obesidade endógena ou secundária (síndrome de Down, Prader Willi, hipotireoidismo, etc.). Também foram excluídos da pesquisa os pares de gêmeos de sexos diferentes, os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de atividade física e para aqueles de mesmo sexo, ficaram de fora os gêmeos em diferentes estágios de maturação sexual. Os pares de gêmeos MZ que tiveram massa e estatura com diferença de 5 kg ou mais e 5 cm ou mais foram excluídos da pesquisa[7]. 49 O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia 18/02/2011. Procedimentos Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos menores de idade (24 indivíduos). Os outros 12 indivíduos maiores de 18 anos assinaram o TCLE consentindo a participação na pesquisa. A determinação da zigosidade foi realizada por meio de um questionário, aplicado por telefone às mães dos gêmeos [8]. No dia da coleta de dados foram realizadas as entrevistas de anamnese, o questionário de atividade física PAR-Q [9] e a auto avaliação da maturação sexual [10]. Além disso, foi realizada uma observação da semelhança de cada par de gêmeos verificando a cor do cabelo, cor dos olhos, traços faciais, estatura e peso [7], métodos pelos quais, classificamos os pares como monozigotos ou dizigotos. Após esta etapa, os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal por meio de medidas antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado, seu erro técnico de medida (ETM) foi de 1,0% para medidas de circunferência e variou de 3,5% à 4,0% para medidas de dobras cutâneas[11]. Foram realizadas as medidas de massa corporal, estatura, circunferência da cintura e abdômen, cada uma sendo repetidas duas vezes, não sendo permitida diferença de 0,5 cm entre elas e como resultado foi utilizada a média das medidas. Por conseguinte, foram medidas as dobras cutâneas tricipital, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, coxa medial e panturrilha, e realizado o somatório das mesmas. As medidas de dobras cutâneas foram realizadas no lado direito dos sujeitos e repetidas três vezes alternadas em cada ponto de reparo e como resultado final foi utilizada a média das medidas. As avaliações foram realizadas nos indivíduos com o mínimo de vestimentas e descalços. Considerando a alta precisão da balança eletrônica, a massa corporal foi medida apenas uma vez. Com as medidas de massa corporal e estatura foi calculado o Índice de Massa Corporal com base na proposta da Organização Mundial da Saúde[12]. A metodologia utilizada para avaliação antropométrica foi padronizada de acordo com os procedimentos descritos por Marfell-Jones et al.[13]. 50 As descrições das localizações das medidas antropométricas utilizadas neste estudo foram[13]: Avaliação da massa corporal: O avaliado posicionou-se em pé, no centro da plataforma da balança, procurando não se movimentar. A massa foi registrada em quilogramas, com precisão de 100 gramas. Estatura Corporal: É a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto mais alto da cabeça (vértex). A postura padrão recomenda ângulo reto com o estadiômetro. A cabeça ficou orientada no plano de Frankfurt. A medida foi registrada em cm, estando o indivíduo em apnéia, após inspiração profunda. Perimetria da circunferência da cintura: a fita antropométrica foi ajustada no ponto médio entre a última costela e o ponto mais alto da crista ilíaca, passando em torno do abdômen. Perimetria da circunferência do abdômen: A fita antropométrica foi ajustada passando sob a cicatriz umbilical. Dobra cutânea tricipital: A dobra é marcada na parte mais posterior do tríceps, ao nível da marcação média entre a borda lateral superior do acrômio e o ponto proximal da borda lateral da cabeça do rádio. Dobra cutânea subescapular: O ponto de reparo é marcado no ângulo inferior da borda da escápula. Com uma fita métrica, marcar a dobra 2 cm em uma linha de 45º lateralmente para baixo do ponto de reparo da subescapular. Dobra cutânea supra-ilíaca: O ponto de reparo é marcado na borda mais lateral da crista ilíaca, usando a mão direita, e a mão esquerda é utilizada para estabilizar o corpo, proporcionando uma resistência na pelve. A marcação da dobra é imediatamente superior ao ponto de reparo da crista ilíaca. Dobra cutânea abdominal: é marcada verticalmente 5 cm do lado direito do ponto médio da cicatriz umbilical. Dobra cutânea coxa medial: A marcação da dobra localiza-se no ponto médio da distância da inguinal e a superfície anterior da patela, na linha média da coxa. Dobra cutânea panturrilha: a dobra é marcada ao nível do perímetro máximo, em uma linha horizontal na face medial da panturrilha As medidas foram realizadas em sala silenciosa com temperatura entre 22-24º C. Os gêmeos eram testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis efeitos do dia nos resultados do teste. Nenhum gêmeo participou de qualquer tipo de atividade vigorosa ou consumiu álcool ou cafeína durante 24 horas antes da realização 51 dos testes. Todos foram informados sobre a importância de dormir adequadamente na noite anterior ao procedimento e estavam familiarizados com a pesquisa. Instrumentos Os instrumentos utilizados foram: balança eletrônica filizola 110, com capacidade para 150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg. A estatura foi obtida por meio de antropômetro da marca Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm. Para a avaliação das dobras cutâneas utilizamos um compasso da Lange - John Bull, British Indicators Limited, com pressão de 10g/m2 e para as medidas de circunferência utilizamos uma trena antropométrica da marca cardiomed com unidade de medida de 0,1cm. Análise estatística As análises foram feitas com base na variância intrapar de gêmeos, desta forma, controlamos eventuais variáveis de confusão como sexo, idade, e maturação sexual. Toda a análise estatística foi realizada com base nas variâncias dos resultados de cada par de gêmeos. Após a análise da normalidade dos dados foi tomada a decisão de utilizar testes não paramétricos. Desta forma, foram calculadas a mediana e o seu respectivo intervalo de confiança (Percentil 25 –75). Após esta etapa, foram feitas as comparações destas medianas entre os grupos de MZ e DZ por meio do teste Mann-whitney. Além disso, foram calculados os índices de herdabilidade de todas as variáveis do estudo[14], demonstrando o quanto cada variável possui de caráter genotípico e fenotípico. Para caracteres de variação quantitativa, tomamos as diferenças entre pares de gêmeos MZ e entre pares de gêmeos DZ e utilizamos a seguinte fórmula: Hereditariedade (h²) = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ [15, 16], onde S² representa a média da variância de cada série de diferenças. Quando h² = 1, a variância do caráter é atribuível exclusivamente a causas hereditárias. Quando h² = 0, a variação é inteiramente explicada pelos efeitos ambientais. Em ambos os casos, pressupomos que os erros de medida são aleatórios e tendem, portanto, a anular-se. Resultados Na tabela 1 estão os resultados obtidos para as medidas antropométricas analisadas neste estudo e na Tabela 2 os resultados calculados da hereditariedade. 52 Tabela 1 – Mediana das variâncias e intervalo de confiança (IC) das variáveis da composição corporal em gêmeos monozigotos e dizigotos. Monozigotos (n=20) Dizigotos (n=18) Mediana IC (25-75) Mediana IC (25-75) p Idade(anos) 13.5 (12.75 -20.00) 14.5 (11.25 - 22.5) 1.00 Estatura(cm) 0.000094 (0.000036-0.000266) 0.000204 (0.00004 - 0.00141) 0.59 Massa(Kg) 1.3625 (0.36125 -3.78500) 5.21563 (0.69875 - 6.98469) 0.286 IMC(kg/m2) 0.14761 (0.27515 - 0.39129) 1.23031 (0.46654 - 4.19935) 0.01** C.C.(cm) 1.125 (0.1897 - 3.8709) 5.3125 (0.6759 - 7.6200) 0.196 C.A. (cm) 1.7131 (0.3828 - 4.7363) 7.8163 (0.4766 - 31.3334) 0.197 Tríceps(mm) 0.63312 (0.02625 - 4.65125) 9.57312 (0.73625 - 19.5462) 0.5 Subescapular(mm) 0.93125 (0.42875 - 2.82875) 1.805 (1.51156 - 12.7137) 0.155 Supra Ilíaca(mm) 2.08063 (0.19500 - 5.79500) 11.3012 (5.40875 - 34.1600) 0.008** Abdômen(mm) 0.44313 (0.7719 - 5.64281) 13.025 (4.17406 - 28.3621) Coxa medial(mm) 0.99813 (0.6125 - 4.36719) 7.32312 (2.40500 - 17.5071) 0.033** Panturrilha(mm) 0.30312 (0.17375 - 2.96375) 7.51563 (3.92625 - 28.9400) 0.005** Soma DC(mm) 24.625 (1.93500 - 88.7459) 364.545 (89.8912 - 808.755) 0.016** 0.26 * C.C. – Circunferência da cintura; C.A. – Circunferência do abdômen; Soma DC – Somatório das dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha). ** Existe diferença significativa Foram encontradas diferenças significativas entre as medianas das variâncias do IMC, da dobra cutânea supra-ilíaca, coxa medial, panturrilha e para o somatório de dobras cutâneas. O IMC apresentou estimativa de herdabilidade (h²) de 0,80 (80%). A dobra cutânea supra-ilíaca obteve h² de 0,86 (86%). A dobra cutânea coxa medial apresentou h² de 0,80 (80%). A panturrilha obteve h² de 0,89 (89%). O somatório das dobras cutâneas obteve h² de 0,84 (84%). As variáveis: estatura, massa corporal, circunferência da cintura, circunferência do abdômen e dobras cutâneas (tríceps, subescapular e abdômen) não obtiveram diferenças significativas na comparação entre suas medianas. A estatura apresentou h² de 0,64 (64%); a massa corporal obteve h² de 0,74 (74%); a circunferência da cintura obteve h² 0,86 (86%) e a circunferência do abdômen obteve h² de 0,81 (81%). A dobra cutânea tríceps apresentou h² de 0,81 (81%); a dobra cutânea subescapular obteve h² de 0,87 53 (87%) e a dobra cutânea abdômen obteve h² de 0,97 (97%). Nos gráficos abaixo, são apresentadas as medianas das variâncias das variáveis estudadas. 54 55 Tabela 2 – Hereditariedade (h²) das variáveis da composição corporal Variáveis Hereditariedade (h²) Estatura(cm) 64% Massa(Kg) 74% IMC(Kg/m2) 80% C.C.(cm) 86% C.A.(cm) 81% Tríceps(mm) 81% Subescapular(mm) 87% Supra Ilíaca(mm) 86% Abdômen(mm) 97% Coxa medial(mm) 80% Panturrilha(mm) 89% Somatório DC(mm) 84% * C.C. – Circunferência da cintura; C.A. – Circunferência do abdômen; Soma DC – Somatório das dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha). Discussão Este estudo fornece nova evidência sobre as diferenças individuais das variáveis antropométricas indicando que as mesmas podem ser atribuídas, em grande parte, a diferenças genéticas. Os resultados serão discutidos mediante provas obtidas de estudos relevantes com gêmeos e com respeito ao rigor e aceitabilidade do método aplicado, que foi utilizado para a avaliação da base genética da variação fenotípica [3, 17-29]. Apesar da escassez de dados sobre a hereditariedade de variáveis antropométricas em amostras da população brasileira existem alguns estudos internacionais relevantes. De acordo com estas pesquisas, existe, em grande parte, uma contribuição genética para o IMC, que apresentou a hereditariedade variando entre 0,42 e 0,79. Já a hereditariedade da circunferência da cintura variou de 0,56 a 0,71; a da dobra cutânea do tríceps foi de 0,89; a da subescapular 0,74; a da panturrilha 0,86 e a do percentual de gordura 0,68, que também apresentou grande influência genética [24, 25, 27]. 56 Considerando os estudos acima, fica claro que existe variação nas estimativas da hereditariedade. Isto pode ser parcialmente atribuído a diferenças nos métodos utilizados, gênero e faixa etária dos sujeitos estudados. Este estudo procurou controlar tais variáveis a fim de minimizar o envolvimento de fatores que possam comprometer os resultados. Diante disso, encontramos elevada dependência genética para todas as variaveis desta pesquisa, com a hereditariedade variando de 0,64, para a estatura, a 0,97, para a dobra cutânea do abdômen, evidência tal que concorda com os achados da literatura internacional e demonstra que a possível influência etnica de indivíduos nascidos na região nordeste do Brasil não influenciou nossa descoberta [5, 6, 24, 25, 27, 30]. A análise dos resultados desta pesquisa indicam também elevada influência genética para a composição corporal referente ao IMC, à circunferência da cintura, à circunferência abdominal, a todas as dobras cutâneas estudadas, além de seu somatório. De acordo com estudos anteriores [3, 18, 19, 21-25, 27, 29], o fator ambiental apresenta uma parcela de contribuição para o desenvolvimento ou não dessas variáveis se o indivíduo apresentar predisposição genética possuir comportamentos de inatividade física ou dieta inadequada, fatores que o deixará propenso ao desenvolvimento da obesidade [3, 19, 23-27]. Outro estudo realizado com pares de gêmeos, utilizando modelos de interação gene/ambiente, indicou que os gêmeos fisicamente ativos eram mais magros e apresentavam menores IMC e circunferência da cintura que os gêmeos sedentários [24]. Já os gêmeos com baixo nível de atividade física apresentaram maior circunferência da cintura que os ativos e os gêmeos com susceptibilidade genética para a obesidade foram mais propensos a ter grande cincunferência da cintura, se sedentários, que gêmeos sem susceptibilidade genética [19]. Assim, o alto fator hereditário apresentado neste estudo não significa prédeterminação e o ambiente pode exercer efeito sobre essas características. A hereditariedade, no entando, indica que as diferenças, observadas nos atributos individuais, são devido, em grande parte, a diferenças genéticas [3, 23, 26, 27]. Estas descobertas auxiliam a compreenção do efeito genético sobre as diferenças individuais encontradas nos resutados das medidas antropométricas realizadas em indivíduos Brasileiros. Além disso, aumentam a confiança na utilização das mediadas antropométricas na criação de novas equações de predição e no controle da composição 57 corporal da população, por se tratarem de medidas que sofrem maior influência genética [31]. Conclusões Em conclusão, com base em nossos resultados, observou-se forte influência genética nas variáveis do IMC, na circunferência da cintura, circunferência do abdômen e dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa medial e panturrilha e o somatório das mesmas). Referências [1] Bohme M. Cineantropometria-Componentes da constituição corporal. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2000;2:72-9. [2] ACSM. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionado à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam. 2006. [3] Segal NL, Feng R, McGuire SA, Allison DB, Miller S. Genetic and environmental contributions to body mass index: comparative analysis of monozygotic twins, dizygotic twins and same-age unrelated siblings. Int J Obes. 2009;33:37-41. [4] Seabra AF, Mendonça DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. 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Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); 2009. [31] Bohme MTS. Aptidäo Física: aspectos teóricos; Physical fitness: theoretical aspects. Rev paul educ fís. 1993;7:52-65. 60 ANEXO 8 HEREDITARIEDADE DA POTÊNCIA AERÓBICA Resumo Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação da potência aeróbica em gêmeos monozigotos (MZ) e dizigotos (DZ). Métodos: A amostra foi composta por 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 do sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos, moradores da grande Natal – Rio Grande do Norte. Os gêmeos foram submetidos à avaliação da potência aeróbica por meio do multstage fitness test. As análises foram feitas com base na variância intrapares de gêmeos, seguidas da estimativa da hereditariedade. Resultados: Não houve diferença significativa para as medianas das variâncias dos gêmeos MZ e DZ. O índice de hereditariedade encontrado para a potência aeróbica foi de 77%. Conclusão: Com base nos resultados obtidos, a hereditariedade calculada foi responsável pela maior parte das diferenças encontradas potência aeróbica. Isto implica que tais medidas estão sob forte influência genética. Palavras chave: Herdabilidade, Gêmeos, Potência aeróbica. 61 Introdução O crescimento do sedentarismo na sociedade moderna industrializada tem proporcionado um aumento substancial de diversas morbidades e um incremento da mortalidade associada a doenças cardiovasculares. A descrição e as consequências deste sedentarismo têm sido alvo de diversos estudos na área da epidemiologia da atividade física [1-3]. Considerando-se que os benefícios da prática moderada e vigorosa de atividade física e o papel motivador da prática esportiva sāo fatores importantes na promoção da saúde para a população em geral[3-6], foi proposto um estudo com gêmeos a fim de investigar a influência das características genéticas e ambientais sobre a potência aeróbica. A escolha de gêmeos se deu em face das características genéticas e ambientais do envolvimento familiar revelarem uma associação estreita entre os hábitos de vida dos progenitores e de seus descendentes [7, 8]. Já a análise da variação da potência aeróbica foi definida por sua avaliação ser a forma direta de estimar os níveis satisfatórios e elevados de atividade física [9-11]. O objetivo deste estudo foi avaliar o poder relativo da contribuição genética e ambiental na variação da potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos. Material e métodos Os participantes deste estudo foram gêmeos monozigotos e dizigotos voluntários, moradores da grande Natal (Municípios de Natal e São Gonçalo do Amarante) - Rio Grande do Norte – Brasil. Inicialmente, nossa amostra apresentou 28 indivíduos gêmeos monozigotos (MZ) e 24 indivíduos gêmeos dizigotos (DZ), porém, foram excluídos do estudo devido aos critérios de inclusão e exclusão 16 indivíduos (8 MZ e 8 DZ), desta forma, a amostra utilizada foi de 20 indivíduos MZ (12 do sexo feminino e 8 do sexo masculino) e 16 indivíduos DZ (12 de sexo feminino e 4 do sexo masculino), na faixa etária de 08 a 26 anos Foram excluídos do estudo portadores de deficiência física que impedisse a avaliação antropométrica, mulheres grávidas, indivíduos em tratamento medicamentoso relacionado à obesidade ou portadores de obesidade endógena ou secundária (síndrome de Down, Prader Willi, hipotireoidismo, etc.). Também foram excluídos da pesquisa os pares de gêmeos de sexos diferentes, os pares que não compartilhavam do mesmo hábito de atividade física e, para aqueles de mesmo sexo, ficaram de fora os gêmeos em diferentes 62 estágios de maturação sexual. Os pares de gêmeos MZ que tiveram massa e estatura com diferença de 5 kg ou mais e 5 cm ou mais foram excluídos da pesquisa[12]. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre Lopes – CEP\HUOL, devidamente reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa sob o protocolo CEP/HUOL: 484/10 – CAAE: 0042.0.2.294.000-10 no dia 18/02/2011. Procedimentos Participaram da pesquisa os indivíduos saudáveis que obtiveram assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos pais ou responsáveis dos menores de idade (24 indivíduos). Os outros 12 indivíduos maiores de 18 anos assinaram o TCLE consentindo a participação na pesquisa. A determinação da zigosidade foi realizada por meio de um questionário, aplicado por telefone às mães dos gêmeos [13]. No dia da coleta de dados foram realizadas as entrevistas de anamnese, o questionário de atividade física PAR-Q [14] e a autoavaliação da maturação sexual [15]. Além disso, foi realizada uma observação da semelhança de cada par de gêmeos verificando a cor do cabelo, cor dos olhos, traços faciais, estatura e peso [12], métodos pelos quais, classificamos os pares como monozigotos ou dizigotos. Após esta etapa, os gêmeos foram submetidos à avaliação da composição corporal por meio de medidas antropométricas, realizadas por um avaliador devidamente treinado. Os instrumentos utilizados foram: balança eletrônica filizola 110, com capacidade para 150 kg, com unidade de medida de 0,1 kg. A estatura foi obtida por meio de antropômetro da marca Sanny, com unidade de medida de 0,1 cm. Foram realizadas as medidas de massa corporal, estatura, não sendo permitida diferença de 0,5 cm entre elas e como resultado foi utilizada a média das medidas. As avaliações foram realizadas nos indivíduos com o mínimo de vestimentas e descalços. Estas medidas foram realizadas em sala silenciosa com temperatura entre 22-24ºC. Considerando a alta precisão da balança eletrônica, a massa corporal foi medida apenas uma vez. Com as medidas de massa corporal e estatura foi calculado o Índice de Massa Corporal com base na proposta da Organização Mundial da Saúde[16]. A metodologia utilizada para avaliação antropométrica foi padronizada de acordo com os procedimentos descritos por MarfellJones et al.[17]. 63 Após estas etapas os indivíduos eram submetidos ao teste de potência aeróbica – Multstage Fitness Test [18, 19]. Foi utilizado um cd contendo a faixa musical do teste e um aparelho de som de alta potência. Este teste foi realizado em piso emborrachado e os avaliados utilizaram roupas leves e tênis com solado de borracha. A temperatura estava entre 24 e 26º C. Os gêmeos eram testados em intervalos máximos de 60 minutos para evitar possíveis efeitos do dia nos resultados do teste. Nenhum gêmeo participou de qualquer tipo de atividade vigorosa ou consumiu álcool ou cafeína durante 24 horas antes da realização dos testes. Todos foram informados sobre a importância de dormir adequadamente na noite anterior ao procedimento e estavam familiarizados com a pesquisa. O teste foi realizado da seguinte forma: marcação de dois pontos no piso de um ginásio com 20 metros de distância entre eles. Reprodução da faixa musical de um bip em um aparelho de som, os gêmeos participaram do teste individualmente, onde se deslocavam de uma marca a outra numa velocidade determinada pelo ritmo do sinal sonoro. Previamente, foram realizados alguns exercícios gerais de aquecimento e, esclarecidos aos participantes, em detalhes, os procedimentos do teste. Principalmente sobre o critério de faltas cometidas no que diz respeito ao tempo de chegada nas marcações, neste caso, três faltas consecutivas no trajeto determinariam o fim do teste, além da fadiga resultando em abandono. Ao fim do teste, os avaliados foram orientados a realizar a volta à calma, por um período de 5 minutos apenas caminhando. Todos os avaliados foram incentivados verbalmente, como forma de alcance do esforço submáximo e concreta apuração da potência aeróbica. O V0 2 max. em ml/kg/min (Y) foi predito pela equação Y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX (pessoas de 6 a 18 anos) e Y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX( pessoas de 18 anos ou mais) onde X é a velocidade em Km/h e A é a idade em anos [20]. Análise estatística As análises foram feitas com base na variância intrapar de gêmeos, desta forma, controlamos eventuais variáveis de confusão como sexo, idade e maturação sexual. Toda a análise estatística foi realizada com base nas variâncias dos resultados de cada par de gêmeos, sendo calculados, inicialmente, a mediana e o seu respectivo intervalo de confiança (Percentil 25 –75). Após esta etapa, foram feitas as comparações destas medianas entre os grupos de MZ e DZ por meio do teste Mann-whitney. Além disso, foram calculados os índices de 64 herdabilidade de todas as variáveis do estudo[21], demonstrando o quanto cada variável possui de caráter genotípico e fenotípico. Para caracteres de variação quantitativa, tomamos as diferenças entre pares de gêmeos MZ e entre pares de gêmeos DZ e utilizamos a seguinte fórmula: h² = (S² DZ – S² MZ) / S² DZ [22, 23], onde S² representa a média da variância de cada série de diferenças. Quando h² = 1, a variância do caráter é atribuível exclusivamente a causas hereditárias. Quando h² = 0, a variação é inteiramente explicada pelos efeitos ambientais. Em ambos os casos, pressupomos que os erros de medida são aleatórios e tendem, portanto, a anular-se. Resultados Tabela 1 – Mediana das variâncias e intervalo de confiança (IC) das variáveis das medidas antropométricas e da potência aeróbica em gêmeos monozigotos e dizigotos. Monozigotos (n=20) Dizigotos (n=18) Mediana IC (25-75) Mediana IC (25-75) P Idade(anos) 13,5 (12,75 -20,00) 14,5 (11,25 - 22,5) 1,00 Estatura(cm) 0,000094 (0,000036-0,000266) 0,000204 (0,00004 - 0,00141) 0,59 Massa(Kg) 1,3625 (0,36125 -3,78500) 5,21563 (0,69875 - 6,98469) 0,286 IMC(kg/m2) 0,14761 (0,27515 - 0,39129) 1,23031 (0,46654 - 4,19935) 0,01** P.A.(ml.kg-1) 0,83223 (0,18375-4,82000) 1,29610 (0,00281-18,04785) 0,858 ** Existe diferença significativa; P.A. – Potência Aeróbica Foi encontrada diferença significativa entre as medianas das variâncias do IMC. O IMC apresentou estimativa de herdabilidade (h²) de 0,80 (80%). As variáveis: estatura, massa corporal e potência aeróbica não obtiveram diferenças significativas na comparação entre suas medianas. A estatura apresentou h² de 0,64 (64%); a massa corporal obteve h² de 0,74 (74%); a potência aeróbica obteve h² de 0,77 (77%). 65 Gráfico 1- Box plot representando a dispersão dos resultados do teste de Potência Aeróbica dos gêmeos monozigotos e dizigotos Discussão Este estudo fornece nova evidência sobre as diferenças individuais da potência aeróbica, em indivíduos dos minicípios de Natal e São Gonçalo do Amarante, indicando que as mesmas podem ser atribuídas, em grande parte, a diferenças genéticas. Os resultados serão discutidos mediante provas obtidas de estudos relevantes com gêmeos e com respeito ao rigor e aceitabilidade do método aplicado, que foi utilizado para a avaliação da base genética da variação fenotípica [7, 24-36]. Apesar da escassez de dados sobre a hereditariedade da potência aeróbica em amostras da população brasileira, alguns estudos internacionais relevantes relataram a grande influência genética da potência aeróbica. As estimativas de hereditariedade, apesar de elevadas, obtiveram ampla gama de variações nos estudos de Bouchard et al. (1986), Bouchard et al. (1998) e Fagard et al. (1991) de aproximadamente de 10% a 80%, dependendo dos ajustes [4-6, 37]. Tais resultados concordam com os resultados encontrados nesta pesquisa que encontrou elevada dependência genética para a Potência Aeróbica, com estimativa de hereditariedade de 0,77 (77%) e demonstra que a possível influência etnica de indivíduos nascidos em Natal e São Gonçalo do Amarante não influenciou nossa descoberta[38]. 66 Esta considerável variação dos resultados pode ser atribuída aos diferentes métodos de avaliação, a interação dos fatores biológicos e comportamentais ligados a esse tipo de capacidade motora. Assim, este estudo buscou atender a rigorosos critérios de avaliação no que tange ao teste aplicado para mensuração da potência aeróbica e ao uso do método de gêmeos com o intuito de minimizar o envolvimento de fatores que pudessem diminuir a robustez dos resultados[19]. A estimativa da herdabilidade pode variar para grupos em faixa etária diferentes [39], sugerindo que o estágio maturacional interfere nos resultados dos testes. Além disso, é sabido que algumas crianças, quando comparadas aos seus colegas de mesma idade cronológica, podem apresentar disparidades nos resultados de testes de aptidão física, devido à influência da maturidade biológica [40]. Assim, utilizamos em nosso estudo um gradiente de faixas etárias, sendo excluídos da pesquisa aqueles que apresentaram diferentes estágios maturacionais intrapar. Nossas descobertas buscam elucidar o efeito genético sobre as diferenças individuais da potência aeróbica, levando em consideração a possível influência étnica de nossa amostra. Além disso, estes resultados podem fornecer melhor compreenção para a variação do desempenho no condicionamento físicos da população e no treinamento dos esportes que requerem fenótipo de elevada potência aeróbica, tais como jogadores de futebol, basquetebol, handebol, futsal, tenistas e maratonistas. Conclusões Concluímos com base nesses resultados que a Potência Aeróbica, demonstrou ser uma característica altamente hereditária em indivíduos de ambos os sexos, do nordeste brasileiro, de 8 a 26 anos de idade. Referências [1] Hallal P, Bertoldi A, Gonçalves H, Victora C. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade Prevalence of sedentary lifestyle and associated factors in adolescents 10 to 12 years of age. Cad Saúde Pública. 2006;22:1277-87. 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