AS PALAVRAS
E SUAS FUNÇÕES
Programa – Conhecendo nosso idioma
Curso
4
CETEB - Centro de Ensino Tecnológico de Brasília
Brasília, DF – 2007
Apresentação
Uma das características do momento histórico
vivido pela humanidade á a rapidez com que a
informação circula neste mundo globalizado.
É indiscutível a importância da Internet na
disseminação da informação. Textos maravilhosos
chegam-nos às mãos quase que diariamente e,
logo, queremos enviá-los a nossos amigos,
explorá-los em sala de aula com nossos alunos,
tão ricos em conteúdo são.
No entanto uma segunda leitura já arrefece o
nosso entusiasmo, pois a maioria desses textos
constitui um atentado à lingua portuguesa. Seus
autores, ou tradutores, demonstram total
desconhecimento das normas básicas da nossa
língua.
Sabemos que o domínio da língua materna, tanto
oral quanto escrita, tornou-se uma habilidade das
mais valorizadas no campo profissional, em
qualquer área de atuação. Executivos bemsucedidos devem, obrigatoriamente, dominar o
Português.
E, como o imediatismo das comunicações impede
que se busque sempre um especialista para
realizar as revisões em nosso cotidiano, a solução
é procurar rever e ampliar nosso conhecimento,
mediante cursos que nos propiciem o acesso ao
conhecimento dos aspectos lingüísticos básicos
do Português, de forma agradável, nos momentos
disponíveis do dia-a-dia, e no prazo que nos for
conveniente.
Nessa perspectiva, o CETEB, servindo-se da vasta
experiência em Educação a Distância, oferece o
Programa – Conhecendo nosso idioma, com
cursos que possibilitam rever, ampliar e atualizar
os conhecimentos lingüísticos, favorecendo a
habilidade de comunicação verbal.
Objetivo do Programa
Desenvolver habilidades e competências de
comunicação verbal, mediante a discussão e
análise de conteúdos lingüísticos básicos, em nível
semântico, fonético, morfológico e sintático.
Estrutura do Programa
O Programa compõe-se de cinco cursos, assim
constituídos:
– Curso 01 – Conhecendo nosso idioma
As palavras: seus significados e sons
– Curso 02 – Conhecendo nosso idioma
As palavras e suas classes: nomes
– Curso 03 – Conhecendo nosso idioma
As palavras e suas classes: verbo
– Curso 04 – Conhecendo nosso idioma
As palavras e suas funções
– Curso 05 – Conhecendo nosso idioma
As palavras e suas relações
Como estudar a Língua Portuguesa
Você deverá ler atentamente os textos das
unidades e realizar todos os exercícios propostos.
Sempre que tiver dúvida, não a guarde para si,
tente tirá-la com seus colegas ou com o orientador
do seu curso.
Para que você possa enriquecer mais seu
conhecimento da língua, sugerimos que leia
jornais, revistas, livros e participe de espetáculos
culturais.
Certamente, após o estudo e a realização das
atividades solicitadas, você dominará o Programa
de Língua Portuguesa.
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DO CETEB
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial deste
documento, por qualquer forma ou meio – eletrônico ou mecânico, inclusive por processos
xerográficos de fotocópia e de gravação – sem a permissão expressa e por escrito do CETEB.
Programa – Conhecendo nosso idioma
Curso 04 – As palavras e suas funções
Sabemos que a língua é o mais perfeito código
de comunicação que existe.
Por ser um código estruturado, utiliza-se de signos,
cujo valor simbólico permite a transmissão de
mensagens entre os membros de uma mesma
coletividade.
Os signos lingüísticos – as palavras – são
constituídos de dois elementos: o significante (lado
material – fonemas e letras) e o significado (lado
imaterial – a idéia, o conceito).
Para aperfeiçoar nossa habilidade de comunicação
lingüística e conhecer melhor nosso idioma, é
necessário não só entender o significado do sigino
lingüístico, como também identificar suas classes,
suas flexões e seu emprego adequado para
atender às nossas necessidades de
comunicação.Para aperfeiçoar nossa habilidade
de comunicação lingüística e conhecer melhor
nosso idioma, é necessário não só entender o
significado do sigino lingüístico, como também
identificar suas classes, suas flexões e seu
emprego adequado para atender às nossas
necessidades de comunicação.
Neste curso, estudaremos as palavras e suas
funções: a sintaxe que normativa a estrutura da
língua e que nos possibilita expressar de maneira
correta nossas idéias, em busca de uma
comunicação mais eficiente.
Entretanto o curso não se restringe a esses
aspectos gramaticais. No decorrer do estudo,
apresentaremos alguns textos para possibilitar-lhe
ampliar as habilidades de leitura e de
interpretação, bem como discutiremos aspectos
de redação para auxiliá-lo a se expressar por meio
da língua escrita.
Objetivo geral do Curso
Desenvolver habilidades e competências de
comunicação lingüística a partir do estudo da
estrutura frasal.
4
Curso 04
Sumário
Curso 04
05
–
Unidade 1 – Interpretação de texto: O senhor
07
–
Unidade 2 – Frase e oração
09
–
Unidade 3 – Sujeito
12
–
Unidade 4 – Predicado
16
–
Unidade 5 – Redação: Carta
20
–
Unidade 6 – Interpretação de texto: Amor com A maiúsculo
22
–
Unidade 7 – Objeto direto, objeto indireto e predicativo do objeto
27
–
Unidade 8 – Complemento nominal e agente da passiva
29
–
Unidade 9 – Adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo
32
–
Unidade 10 – Redação: Descrição, narração e dissertação
35
–
Unidade 11 – Interpretação de texto: Elas estão à procura de outro homem
37
–
Unidade 12 – Coerência entre as idéias
40
–
Unidade 13 – Pontuação
45
–
Unidade 14 – Redação: Dissertação
49
–
Bibliografia consultada
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Curso 04
Curso 4 – Conhecendo nosso idioma
As palavras e suas funções
Unidade 1 – O senhor
Objetivo: Interpretar textos.
Leia, com atenção, este texto de Rubem Braga.
O SENHOR
CARTA a uma jovem que, estando em uma roda
em que dava aos presentes o tratamento de
“você”, se dirigiu ao autor chamando-o: “o
senhor”:
Senhora
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de
peito magoado e cara triste, para vos dizer que
senhor ele não é, de nada, nem ninguém.
Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do
plebeu está em não querer esconder sua condição
e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos
senhores ricos e nobres a quem chamáveis “você”
escolhestes a mim para tratar de “senhor”, é bem
de ver que só poderíeis ter encontrado essa
senhoria nas rugas de minha testa e na prata de
meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí, o
território onde eu mando é no país do tempo que
foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase,
ergueu entre nós dois um muro frio e triste.
Vi o muro e calei. Não é de muito, eu juro, que
me acontece essa tristeza; mas também não era
a vez primeira. De começo eram apenas os
“brotos” ainda mal núbeis que me davam
senhoria; depois assim começaram a tratar-me
as moças de dezoito a vinte, com essa mistura de
respeito, confiança, distância e desprezo que é o
sabor dessa palavra melancólica. Sim, eu vi o
muro; e, astuto ou desanimado, calei. Mas havia
na roda um rapaz de ouvido fino e coração cruel;
ele instou para que repetísseis a palavra; fingistes
não entender o que ele pedia, e voltastes a dizer
a frase sem usar nem “senhor”, nem “você”. Mas
o danado insistiu e denunciou o que ouvira e que,
no embaraço de vossa delicadeza, evitáveis repetir.
Todos riram, inclusive nós dois. A roda era íntima
e o caso era de riso.
O que não quer dizer que fosse alegre; é das
tristezas que rimos de coração mais leve. Vim para
casa e como sou um homem forte, olhei-me ao
espelho; e como tenho minhas fraque-zas, fiz um
soneto. Para vos dar o tom, direi que no fim do
segundo quarteto eu confesso que às vezes já
me falece valor “para enfrentar o tédio dos
espelhos”; e no último terceto digo a mim mesmo:
“Volta, portanto, a cara e vê de perto – a cara, a
tua cara verdadeira – ó Braga envelhecido,
envelhecido.”
Sim, a velhice é coisa vil; Bilac o disse em prosa,
numa crônica, ainda que nos sonetos 1 ele
almejasse envelhecer sorrindo. Não sou Bilac; e
nem me dá consolo, mas tristeza, pensar que as
musas desse poeta andam por aí encanecidas e
murchas, se é que ainda andam e já não desceram
todas à escuridão do túmulo. Vivem apenas,
eternamente moças e lindas, na música de seus
versos, cheios de sol e outras estrelas. Mas a
verdade (ouvi, senhora, esta confissão de um
senhor ido e vivido, ainda que mal e tristemente),
a verdade não é o tempo que passa, a verdade é
o instante. E vosso instante é de graça, juventude
e extraordinária beleza. Tendes todos os direitos;
sois um belo momento da aventura do gênero
humano sobre a terra. Detrás do meu muro frio
eu vos saúdo e canto. Mas ser senhor é triste; eu
sou, senhora, e humildemente, o vosso servo –
R. B.
Glossário
plebeu – pertencente à classe popular, à plebe.
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Curso 04
núbeis – plural de núbil, significa que está em
idade de casar.
senhoria – qualidade ou condição de senhor ou
senhora.
instou – verbo instar, significa pedir, solicitar.
soneto – composição poética de catorze versos,
dispostos em dois quartetos (estrofes de quatro
versos) e dois tercetos (estrofes de três versos).
falece – verbo falecer, significa morrer.
vil – miserável, mesquinha.
musas – seres inspiradores de poemas.
encanecidas – que têm os cabelos brancos.
b) “Sim, eu vi o muro; e, astuto ou desanimado,
calei.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
3. Essa foi a primeira vez que o autor recebeu o
tratamento de senhor? O que ele diz sobre
isso?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
4. Que acontecimento chamou a atenção de todos
para o tratamento que a moça usou?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
III – Marque X nos parênteses diante da alternativa
correta.
servo – criado, servidor, escravo.
Sabemos que Rubem Braga nasceu em 1913.
Essa crônica é de 1951. Ele estava, portanto,
com 38 anos quando a escreveu. Com base
neste dado, podemos concluir que o autor
Após a leitura do texto, não havendo dúvidas
quanto à sua compreensão, realize os exercícios
a seguir.
a.
b.
c.
d.
Exercícios
I – Dê o significado que têm no texto as palavras e
expressões destacadas.
1. ...“só poderíeis ter encontrado essa senhoria
nas rugas de minha testa e na prata de meus
cabelos.”
________________________________________
2. ...“ergueu entre nós dois um muro frio e
triste.”
________________________________________
3. ...“que é o sabor dessa palavra melancólica.”
________________________________________
4. ...“um rapaz de ouvido fino e coração cruel”...
________________________________________
5. ...“se é que ainda andam e já não desceram
todas à escuridão do túmulo.”
________________________________________
II – Com base no texto, responda às questões.
1. Por que Rubem Braga ficou magoado quando
uma jovem dirigiu-se a ele, chamando-o de
senhor? Transcreva o trecho do texto em que
ele diz a que atribuiu o fato.
________________________________________
________________________________________
________________________________________
2. O que revelam as frases:
a) “Essa palavra ‘senhor’, no meio de uma
frase, ergueu entre nós dois um muro triste.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
(
(
(
(
)
)
)
)
parecia ter menos idade.
aparentava a idade que tinha.
estava envelhecido para a sua idade.
era muito velho.
IV – Em relação ao último parágrafo do texto, escreva,
nos parênteses, (V) para as afirmativas
verdadeiras e (F) para as falsas.
1. (
2.
3.
4.
5.
6.
) Bilac disse numa crônica que a velhice é
coisa vil.
( ) Rubem Braga, em um soneto, declarou
que desejava envelhecer sorrindo.
( ) Pensar nas musas de Bilac dá consolo a
Rubem Braga.
( ) As musas de Bilac vivem eternamente
moças em seus versos.
( ) Para Rubem Braga, a verdade é o tempo
que passa.
( ) Ao dizer que “a verdade é o instante”,
Rubem Braga está enaltecendo a
juventude e a beleza da moça.
Leia este soneto de Bilac mencionado no texto.
VELHAS ÁRVORES
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera , e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
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Curso 04
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Chave de correção
I – 1.
2.
3.
4.
5.
no branco;
uma barreira (ou uma distância, ou um impedimento);
gosto/triste;
aguçado (ou afiado, ou apurado);
morreram.
II – 1. O cronista ficou magoado porque entendeu que a jovem
o chamou de senhor por considerá-lo velho. Isto se revela
no trecho: “é bem verdade que só poderíeis ter
encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e
na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis
aí, o território onde eu mando é no país do tempo que
foi.”
2. a) O cronista se sentiu excluído do mundo dos jovens.
O tratamento “senhor” foi sentido como uma barreira
que o afastava da jovem.
b) Ele percebeu a barreira e ficou calado. Poderia ter
protestado, ter dito: “me chame de você” ou qualquer
coisa do gênero, mas por “astúcia ou desânimo”
calou. Astúcia por não querer chamar a atenção para
o fato. Desânimo por achar que de nada adiantaria.
O estrago já estava feito.
3. Rubem Braga revela que essa não foi a primeira vez que
assim foi tratado. No início, eram apenas as moças muito
jovens. Depois, as moças de dezoito a vinte anos também
passaram a tratá-lo de senhor.
4. Na roda, havia um rapaz “de ouvido fino e coração cruel”
que pediu à moça que repetisse a palavra. E, mais que
isso, insistiu e denunciou o que ouvira, quando a moça,
por delicadeza, não quis repetir a palavra senhor.
III – c. ( x );
IV – 1. ( V );
2. ( F ) Foi Olavo Bilac que, em um soneto, mencionou o
desejo de envelhecer sorrindo.
3. ( F ) Rubem Braga se entristece ao pensar nas musas
de Bilac.
4. ( V );
5. ( F ) Para Rubem Braga, a verdade é o instante que
passa.
6. ( V )
Note que há frases grandes e frases constituí-das
de uma só palavra. Algumas possuem verbo e
outras não. O que caracteriza, então, a frase?
Observe que todas elas possuem sentido
completo, mesmo que sejam formadas de uma
só palavra. Podemos então dizer que frase é todo
enunciado de sentido completo.
As frases podem ser formadas
1. de uma só palavra, que pode ou não ser um
verbo.
Chove.
Volte!
Atenção!
Socorro!
2. de várias palavras, entre as quais pode ou não
estar incluído um verbo.
• com verbo:
Sim, eu vi o muro.
“Detrás do meu muro frio eu vos saúdo e
canto.”
• sem verbo:
Que tristeza!
Qual nada!
Vimos, então, que, para que haja frase, a presença
do verbo não é necessária. Se o enunciado possui
sentido completo, ele será uma frase.
As frases sem verbo são chamadas de frases
nominais.
Frase e oração
10 Sim, eu vi o muro.
20 “Vi o muro/e calei.”
UNIDADE 2 – Frase e Oração
A primeira frase tem apenas um verbo; a segunda, dois. Dizemos, então, que, na primeira, há
uma oração e, na segunda, duas.
Objetivos: Reconhecer frases e orações e
identificar os elementos básicos da oração.
Temos, então, que a frase pode conter uma ou
mais orações.
Observe as frases:
1. Contém apenas uma oração, quando apresenta
Sim, eu vi o muro.
Envelheço.
“Detrás do meu muro frio eu vos saúdo e canto.”
Que tristeza!
Atenção!
Silêncio!
• uma forma verbal:
Sim, eu vi o muro.
• duas ou mais formas verbais, integrantes de
uma locução verbal.
Os cabelos foram ficando brancos.
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Curso 04
2. Contém mais de uma oração, quando há nela
mais de uma ação verbal.
“Vi o muro/e calei.” (duas orações)
“Não é de muito, /eu juro/, que me acon-tece
essa tristeza; /mas também não era a vez
primeira.” (quatro orações)
Quando a frase é constituída de uma só oração,
dizemos que o período é simples e a oração é
absoluta; quando a frase é formada de duas ou
mais orações constitui um período composto.
“Vi o muro/e calei.”
Dois verbos → duas orações
Período composto
A estrutura básica da oração
“A roda era íntima”...
...“eu vi o muro”...
...“a velhice é coisa vil”...
Observe que nessas orações é sempre feita uma
declaração a respeito de algo ou de alguém. O
elemento do qual se fala denomina-se sujeito, a
declaração recebe o nome de predicado.
Veja:
Sim, eu vi o muro.
Um só verbo → uma só oração
Período simples – oração absoluta
Temos assim que dois termos formam a estrutura
básica da oração: o sujeito e o predicado.
Veja.
A roda era íntima”...
sujeito predicado
...“eu vi o muro”...
sujeito
predicado
o ser de quem se diz algo → a roda → sujeito
aquilo que se diz do ser → era íntima → predicado
o ser de quem se diz algo → eu → sujeito
aquilo que se diz do ser → vi o muro → predicado
...“a velhice é coisa vil”...
sujeito
predicado
Para se encontrar o sujeito de uma oração, basta
fazer, antes do verbo, a pergunta: Quem? (para
pessoas) ou O quê? (para coisas).
Assim:
• A roda era íntima.
O que era íntima? A roda.
sujeito
• Eu vi o muro.
Quem viu o muro? Eu.
sujeito
• A velhice é coisa vil.
O que é coisa vil? A velhice.
sujeito
Você já sabe, então, que o elemento da oração a
respeito do qual se diz alguma coisa é o sujeito e
que aquilo que se diz do sujeito é o predicado.
Esses são os dois termos essenciais da oração,
que estudaremos, em profundidade, na próxima
unidade.
Responda, agora, aos exercícios.
o ser de quem se diz algo → a velhice → sujeito
aquilo que se diz do ser → é coisa vil → predicado
Exercícios
I – Escreva, nos parênteses, F para as frases
nominais e O para as orações.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
)
)
)
)
)
Socorro!
Que carta longa!
Responda!
Calei.
Volte logo!
Atenção!
“Não sou Bilac.”
“A verdade é o instante.”
Que dia!
Silêncio!
II – Transforme as frases nominais em orações
acrescentando um verbo.
1. Silêncio!
________________________________________
2. Que dia!
________________________________________
3. Atenção!
________________________________________
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Curso 04
III – Destaque os verbos e divida os períodos em
orações, classificando-os em simples ou
compostos.
1. “Não é de muito, eu juro, que me acontece
essa tristeza.”
________________________________________
2. “E vosso instante é de graça, juventude e
extraordinária beleza.”
________________________________________
IV – Indique, nas orações, o sujeito e o predicado
como no modelo.
Observe as orações:
Teresa chamou o cronista de senhor.
sujeito
A bela Teresa chamou o cronista de senhor.
sujeito
Veja que o sujeito pode aparecer sozinho ou
acompanhado de outros elementos que o determinam, especificam, situam ou descrevem.
3. Eu fiz um soneto.
O elemento principal, o ser do qual se diz alguma coisa, no caso Teresa, recebe o nome de
núcleo do sujeito. Os demais elementos são os
adjuntos adnominais.
4. A moça recebeu a carta do cronista.
Veja:
5. O rapaz tinha um coração cruel.
A bela Teresa chamou o cronista de senhor.
1. O velho cronista escreveu uma carta.
2. A jovem ficou triste.
Chave de correção
I – 1. ( F ); 2. ( F ); 3. ( O ); 4. ( O ); 5. ( O ); 6. ( F );
7. ( O ); 8. ( O ); 9. ( F ); 10. ( F ).
II – Veja algumas sugestões. Suas orações não precisam ser
iguais a estas.
1. Faça silêncio!
Peço silêncio!
2. Que dia é esse? Que dia está nascendo!
3. Preste atenção! Quero atenção!
III – 1. “Não é de muito, / eu juro, / que me acontece essa
tristeza.” Período composto
2. “E vosso instante é de graça, juventude e extraordinária
beleza.” Período simples – oração absoluta
IV – 1. O velho cronista escreveu uma carta.
sujeito
predicado
2. A jovem ficou triste.
sujeito
predicado
3. Eu fiz um soneto.
4. A moça recebeu a carta do cronista.
predicado
5. O rapaz tinha um coração cruel.
sujeito
núcleo do sujeito
As flores do campo murcharam.
sujeito
núcleo do sujeito
Na primeira oração, temos como sujeito a bela
Teresa. O núcleo do sujeito é Teresa. A e bela
são os adjuntos adnominais que determinam e
caracterizam o núcleo do sujeito.
Na segunda oração, temos como sujeito as flores
do campo. O núcleo do sujeito é flores. As e do
campo são os adjuntos adnominais que
determinam e caracterizam o núcleo do sujeito.
Nos exemplos a seguir, observe a classe gramatical
das palavras que constituem o núcleo dos sujeitos
e os adjuntos adnominais.
Os cabelos brancos nem apareciam.
adjunto ⇒ adjetivo
sujeito predicado
sujeito
sujeito
predicado
núcleo do sujeito ⇒ substantivo
adjunto ⇒ artigo
Ele ficou triste.
sujeito ⇒ pronome
Um é pouco.
UNIDADE 3 – Sujeito
Objetivo: Identificar e classificar o sujeito das
orações.
Você já sabe que sujeito é o ser de quem ou do
qual se diz alguma coisa.
sujeito ⇒ numeral
Viver é maravilhoso.
sujeito ⇒ palavra substantivada
Você deve ter observado que:
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Curso 04
• o sujeito pode ter como núcleo substantivos,
pronomes, numerais ou uma palavra
substantivada.
• os adjuntos adnominais são artigos e adjetivos.
Agora, observe:
Na casa de tijolos vermelhos, moravam duas meninas.
predicado
sujeito
Logo desapareceram os visitantes indesejados.
predicado
sujeito
Você deve ter notado que nessas orações o sujeito
está colocado depois do verbo. Quando isso
ocorre, não há nenhuma dificuldade para se
descobrir o sujeito da oração. Você deve agir da
mesma maneira, fazendo a mesma pergunta.
Veja:
É difícil esta questão.
O que é difícil? Esta questão (sujeito)
Na casa de tijolos vermelhos, moravam duas
meninas.
Quem morava na casa de tijolos vermelhos? Duas
meninas (sujeito)
Logo desapareceram os visitantes indesejados.
Quem desapareceu logo? Os visitantes
indesejados (sujeito)
De acordo com o núcleo, podemos determinar os
vários tipos do sujeito.
Sujeito simples
núcleo
núcleo – três núcleos ⇒
sujeito composto
Quem sorriu? Tereza, o cronista e o amigo cruel.
Como você pôde ver, essas orações têm seus
sujeitos formados por mais de um núcleo. Esse
tipo de sujeito é chamado de sujeito composto.
Sujeito subentendido na desinência verbal (ou
oculto))
Vimos até aqui o sujeito simples e o composto,
apresentando sempre um núcleo claramente
expresso. No entanto, há orações em que temos
de recorrer ao verbo para saber a que pessoa ele
se refere.
Veja:
Encontrei Maria na feira. ⇒ sujeito eu
Compramos frutas. ⇒ sujeito nós
Nessas orações, através da forma verbal, podemos
chegar ao sujeito, que está implícito na desinência.
Na primeira, temos a forma encontrei, que está
na primeira pessoa do singular – eu encontrei.
Se fizermos a pergunta ao verbo, teremos a
mesma resposta. Quem encontrou Maria na feira?
Eu encontrei. O mesmo ocorre na segunda oração.
Compramos está na 1a pessoa do plural – nós.
Quem comprou frutas? Nós compramos frutas.
Veja a frase:
Veja:
O cronista ficou magoado/e escreveu uma carta.
Quem sorriu? O cronista
núcleo do sujeito – um só núcleo ⇒ sujeito simples
Os cronistas sorriram.
núcleo do sujeito – dois núcleos ⇒
sujeito composto
Quem sorriu? O cronista e a amiga
núcleo
sujeito
O cronista sorriu.
núcleo do sujeito
Teresa, o cronista e o amigo cruel sorriram.
É difícil esta questão.
predicado
O cronista e a amiga sorriram.
Quem sorriu? Os cronistas
núcleo do sujeito – um só núcleo ⇒ sujeito simples
O sujeito é simples quando apresenta um só
núcleo, que pode ser singular ou plural.
Sujeito composto
Agora observe as frases:
Neste período, temos duas orações:
1a O cronista ficou magoado
sujeito
2a e escreveu uma carta. Quem escreveu uma
carta? Ele (o cronista).
sujeito – ele – subentendido na forma verbal
Como você pôde observar, o sujeito da 2a oração
vem subentendido na forma verbal para que não
se repita desnecessariamente o nome ou o
pronome.
11
Curso 04
Sujeito indeterminado
São verbos impessoais:
Observe:
1. haver, nos sentidos de existir, acontecer,
realizar-se, decorrer.
Há crianças no parque.
Houve algo estranho?
Havia três noites que chorava.
Roubaram meu carro.
Deram presentes às crianças.
Estão tocando a campanhia.
Nessas orações, o verbo está na 3 pessoa do
plural, e o sujeito não está identificado. Ao
contrário, é comunicado de modo vago, impreciso.
Na realidade, não sabemos quem roubou o carro,
quem deu presentes às crianças ou quem está
tocando a campanhia. Nesses casos, o sujeito
está indeterminado. E os verbos estão na 3a
pessoa do plural, não porque se refiram a várias
pessoas, mas porque não sabemos quem praticou
as ações.
a
Podemos indeterminar o sujeito de duas maneiras:
• com o verbo na 3a pessoa do plural, sem
referência a qualquer agente expresso nas
orações anteriores, como nos exemplos dados,
ou
• com o verbo na 3 a pessoa do singular,
acompanhado do pronome se. Como nos
casos:
Vive-se bem aqui.
Falava-se demais sobre a princesa.
Devagar se vai ao longe.
E passou-se a falar em revolução.
Observe que nesses casos, também não podemos
saber quem pratica as ações. O sujeito é, então,
considerado indeterminado.
Oração sem sujeito
Observe, com atenção, a estrutura das orações.
Sujeito
Predicado
2. fazer, ser e estar com referência ao tempo.
Faz muito frio.
É muito tarde.
Está muito quente.
O verbo ser, impessoal, concorda,
excepcionalmente, na 3a pessoa do plural, em
frases como:
São três horas da manhã. Daqui à fazenda são
dois quilômentros. São 17 de outubro.
3. amanhecer, anoitecer, chover, gear, ventar,
relampejar e outros que exprimem fenômenos
meteorológicos.
Amanheceu repentinamente.
Choveu durante a noite.
Aqui venta sempre.
Agora, observe:
O pai trovejou ameaças contra o filho.
sujeito
Choveram tapas para todos os lados.
sujeito
Eu não amanheci muito bem.
sujeito
Nessas orações, os verbos impessoais estão sendo
usados em sentido figurado. Alguém está
exercendo as ações de trovejar, chover,
amanhecer. Nesse caso, os verbos deixam de ser
impessoais, pois as orações têm sujeito.
Para fixar os conteúdos estudados, responda aos
exercícios.
Havia muitas pessoas nas ruas.
Choveu durante a noite.
Está muito frio.
Veja que essas orações não têm sujeito. Ninguém
realizou essas ações, ninguém é responsável por
haver muitas pessoas nas ruas, por chover durante
a noite ou por estar muito frio. O conteúdo do
verbo não é atribuído a nenhum ser. Isso ocorre
nas orações construídas com verbos impessoais,
na 3a pessoa do singular.
Exercícios
I – Escreva, nos espaços indicados, o sujeito das
orações.
1. O rapaz implicou com o escritor.
________________________________________
2. Eles entenderam tudo.
________________________________________
3. Nós sabemos resolver a questão.
________________________________________
12
Curso 04
4. Dois é demais.
________________________________________
5. Aquilo era preocupante.
________________________________________
6. Ninguém entendeu.
________________________________________
Chave de correção
I–
1. o rapaz; 2. eles; 3. nós; 4. dois; 5. aquilo;
6. ninguém; 7. Rubem Braga 8. o carro;
9. o tenente; 10. Pedro e Paulo.
II –
1. Aqueles alunos do 2 ano ganharam um prêmio.
o
7. Rubem Braga é um cronista famoso.
________________________________________
2. Nossas roupas novas estão prontas.
8. O carro quebrou na estrada.
________________________________________
4. O meu canário amarelo canta muito.
9. O tenente trovejou ameaças contra o sargento.
________________________________________
3. Um rapaz de ouvido fino irritou o cronista.
5. As belas musas já morreram.
1. A musa e o poeta – sujeito composto
(2 núcleos: musa e poeta)
III –
2. Os cabelos brancos – sujeito simples
(1 núcleo: cabelos)
10. Pedro e Paulo são irmãos.
________________________________________
3. eu – sujeito simples (1 núcleo: eu)
II – Sublinhe o sujeito das orações e circule o núcleo
do sujeito.
4. vós – sujeito subentendido pelo verbo.
5. Vosso instante – sujeito simples (1 núcleo: instante)
6. sujeito indeterminado
1. Aqueles alunos do 2o ano ganharam um
prêmio.
7. eu – sujeito subentendido pelo verbo
8. sujeito indeterminado
2. Nossas roupas novas estão prontas.
9. sujeito indeterminado
3. Um rapaz de ouvido fino irritou o cronista.
10. oração sem sujeito
4. O meu canário amarelo canta muito.
11. Ninguém – sujeito simples ( 1 núcleo: ninguém)
5. As belas musas já morreram.
12. os peixes – sujeito simples (1 núcleo: peixes)
III – Sublinhe, quando possível, e classifique o sujeito
das orações.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
A musa e o poeta formam um par.
Os cabelos brancos envelheciam seu rosto.
“Detrás do meu muro frio eu vos saúdo.”
“Tendes todos os direitos.”
“Vosso instante é de graça, juventude e
extraordinária beleza.”
Jogaram lixo na rua.
Não gostei.
Fala-se demais sobre novelas.
Estão chamando você ao telefone.
Ventou durante a madrugada.
Ninguém saiu.
No lago nadavam os peixes.
IV – Considerando o sujeito das orações e sua
classificação, relacione as colunas, escrevendo
nos parênteses a letra adequada.
1.
2.
3.
4.
5.
A.
B.
C.
D.
E.
(
(
(
(
(
sujeito simples
sujeito composto
sujeito subentendido na forma verbal
sujeito indeterminado
oração sem sujeito
) Relampejou a noite toda.
) Pedro e Paulo brigaram.
) Ele chegou.
) Chegamos agora.
) Assaltaram a casa.
IV –
1. ( E ); 2. ( B ); 3. ( A ); 4. ( C ); 5. ( D ).
UNIDADE 4 – Predicado
Objetivo: Identificar e classificar o predicado das
orações.
Você já sabe que o predicado é o termo da oração
que contém uma declaração, referida, geralmente,
ao sujeito. Há vários tipos de predicado. Vamos
ver, primeiro, o predicado verbal.
Observe a oração:
O cronista escreveu uma carta.
sujeito
predicado
O predicado escreveu uma carta declara alguma
coisa sobre o sujeito o cronista.
Se retirássemos o verbo dessa oração, ela ficaria
sem sentido.
Veja:
O cronista uma carta.
Sem o verbo, não podemos saber o que o cronista
fez. O verbo é, então, a palavra mais importante
deste predicado. É o núcleo. Temos, assim, que,
no predicado verbal, o núcleo significativo é o
verbo.
13
Curso 04
Agora veja:
O cronista escreveu.
Assim como há verbos que pedem um ou mais
complementos, há os que não precisam de
complemento para formar o predicado.
Escreveu o quê?
Veja:
Vemos, então, que, mesmo sendo o núcleo do
predicado, o verbo pode precisar de um
complemento. No caso, o complemento do verbo
é uma carta.
A carta chegou.
As laranjeiras floresceram.
O gato morreu.
Os verbos que necessitam de complementos para
inteirar a informação são chamados de
transitivos.
Nessas orações, os verbos contêm toda a
significação do predicado. Os verbos de sentido
completo são chamados de intransitivos.
Veja mais alguns exemplos de predicados verbais
com verbos transitivos.
Acompanhando os verbos intransitivos, podem
aparecer advérbios ou locuções adverbiais, que
indicam a circunstância (tempo, modo, lugar, etc.)
em que ocorre a ação.
João comprou um carro.
predicado verbal
Vendemos a casa.
predicado verbal
Maria leu o livro.
Veja:
A carta chegou agora.
As laranjeiras floresceram cedo.
O gato morreu rapidamente.
predicado verbal
As crianças gostam de sorvete.
predicado verbal
Predicado nominal
Nem sempre o verbo é o núcleo do predicado.
Observe como as orações dariam informações
incompletas se tirássemos os complementos.
Veja as orações:
João comprou
Vendemos
Maria leu
sujeito
As crianças gostam de
Veja que, nas três primeiras orações, os
complementos vêm diretamente ligados ao verbo,
sem o auxílio de preposição1 . Nelas temos, então,
verbos transitivos diretos. Na última oração, o
verbo pede complemento regido por preposição.
Neste caso, o verbo é chamado de transitivo
indireto.
Observe a oração.
João comprou um carro para Maria.
A carta é triste.
predicado
O cronista ficou aborrecido.
sujeito
predicado
A moça parecia confusa.
sujeito
predicado
Observe que os verbos dessas orações sozinhos
não nos dão a informação que queremos transmitir
sobre o sujeito.
A carta é
O cronista ficou
A moça parecia
Neste predicado, temos dois complementos:
Mas se tirarmos o verbo e ficarmos só com o
adjetivo, teremos a informação.
sem preposição → um carro
Veja.
regido por preposição → para Maria.
A carta triste
O cronista aborrecido
A moça confusa
Quando isso ocorre, isto é, o verbo pede dois
complementos, dizemos que ele é transitivo
direto e indireto.
14
Curso 04
Vemos, então, que o núcleo de significação do
predicado dessas orações não está no verbo e
sim em um nome (adjetivo). Quando isso ocorre,
quando a significação básica do predicado está
em um nome que se refere ao sujeito e lhe atribui
uma característica temos o predicado nominal.
Nesses casos, o verbo é chamado de verbo de
ligação e o núcleo do predicado recebe o nome
de predicativo do sujeito.
Veja:
Os principais verbos de ligação são ser, estar,
parecer, ficar e muitos outros que não sejam
significativos nas orações em que aparecem. Para
que um verbo seja de ligação, é preciso, então,
que ele não seja o núcleo significativo do
predicado, servindo apenas de ligação entre o
sujeito e o predicativo.
Observe:
Verbos de ligação
núcleo do predicado
núcleo do predicado
A carta é triste.
Maria ficou triste.
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
predicado nominal
núcleo do predicado
O cronista ficou aborrecido.
predicado nominal
núcleo do predicado
A moça estava confusa.
Maria anda alegre.
predicado nominal
núcleo do predicado
Maria virou crente.
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
predicado nominal
O predicativo do sujeito nem sempre é um
adjetivo como vimos até agora. Ele pode ser
representado também por:
núcleo do predicado
• um substantivo – O comandante parece um opressor.
verbo de ligação
predicativo do sujeito
predicado nominal
núcleo do predicado
• um pronome substantivo – O malvado é ele.
sujeito verbo de ligação
predicativo do sujeito
predicado nominal
núcleo do predicado
• um numeral – Nós somos quinze.
sujeito
núcleo do predicado
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
sujeito
predicado nominal
verbo de ligação
predicativo do sujeito
predicado nominal
predicado nominal
núcleo do predicado
Maria está confusa.
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
predicado nominal
Verbos significativos
Maria ficou em casa.
sujeito núcleo do predicado adj. adv. de lugar
predicado verbal
verbo intransitivo
Maria anda rapidamente.
sujeito núcleo do predicado adj. adv. de lugar
predicado verbal
verbo intransitivo
Maria está em casa.
sujeito núcleo do predicado adj. adv. de lugar
predicado verbal
verbo intransitivo
15
Curso 04
A canoa virou.
sujeito
núcleo do predicado
predicado verbal
verbo intransitivo
Como você pode notar, um mesmo verbo pode
ser de ligação (e, neste caso, o núcleo significativo do predicado é o predicativo do sujeito) ou
significativo (constitui o núcleo verbal do predicado de uma oração). Por isso, precisamos estar atentos ao contexto (à oração) em que o verbo
aparece, para podermos classificá-lo
corretamente. Se o verbo transmitir uma informação sobre o sujeito, o predicado é verbal. Se a
informação for transmitida por um nome, o
predicado é nominal.
O núcleo nominal do predicado verbo-nominal
recebe o nome de predicativo. No caso,
predicativo do sujeito, pois é ao sujeito que ele
se refere.
No próximo módulo, quando estudarmos os
complementos (objeto direto e indireto),
voltaremos ao assunto e você verá o predicativo
do objeto.
Para fixar os conteúdos estudados até aqui,
responda aos exercícios.
Exercícios
I – Sublinhe o predicado das orações e circule o
núcleo.
Predicado verbo-nominal
1. ...“a verdade não é o tempo”...
Observe as orações:
3. A palavra “senhor” ergueu entre nós um muro.
2. ...”escolhestes a mim”...
4. Eu sou o vosso servo.
O tenista jogou.
5. O dia está chuvoso.
sujeito predicado verbal
II – Sublinhe e classifique o predicado das orações.
A criança voltou.
1. A jovem recebeu uma carta.
________________________________________
sujeito predicado verbal
Nessas orações, o predicado é verbal e o núcleo
de significação é o verbo.
Agora, veja:
2. Minha prima ganhou um presente.
________________________________________
3. Os pássaros cantam durante a madrugada.
________________________________________
O tenista jogou machucado.
4. O relógio é importado.
________________________________________
sujeito
5. O trabalhador chegou cansado.
________________________________________
predicado verbo-nominal
(O tenista jogou e estava machucado.)
A criança voltou curada.
sujeito
predicado verbo-nominal
(A criança voltou e estava curada.)
Note que, além do núcleo significativo dado pelo
verbo, o predicado das orações tem agora mais
um núcleo de significação, constituído por um
nome (adjetivo). Temos, então, o predicado
verbo-nominal, que é constituído de dois núcleos
significativos: um verbo e um nome.
O tenista jogou machucado.
sujeito
núcleo verbal
núcleo nominal
predicado verbo-nominal
6. As frutas amadureceram.
________________________________________
7. Secaram as roupas.
________________________________________
8. Eram boas as suas notas.
________________________________________
9. Ele nasceu rico.
________________________________________
10. Os passageiros saíram apressados.
________________________________________
III – Observando a classificação dos verbos quanto à
predicação, relacione as colunas escrevendo nos
parênteses a letra adequada.
A.
B.
C.
D.
verbo de ligação
verbo intransitivo
verbo transitivo direto
verbo transitivo indireto
16
Curso 04
1.
2.
3.
4.
(
(
(
(
)
)
)
)
Comprei flores.
Os pássaO predicadoros voam.
Este livro é importante.
Gostava de você.
IV – 1. João vendeu o carro.
(o predicado é verbal – o carro é complemento)
2. Teresa está gripada .
3. A encomenda chegou quebrada.
IV – Circule, quando houver, o predicativo do sujeito.
4. Ninguém procurou você .
(o predicado é verbal – você é complemento)
1. João vendeu o carro.
5. Todos ficaram interessados .
2. Teresa está gripada.
3. A encomenda chegou quebrada.
4. Ninguém procurou você.
UNIDADE 5 – Carta
5. Todos ficaram interessados.
Objetivo: Redigir carta.
Chave de correção
I – 1. ... “a verdade não é o tempo” ...
2. ... “escolhestes a mim”...
3. A palavra senhor ergueu entre nós um muro.
4. Eu sou o vosso servo .
5. O dia está chuvoso .
II – 1. A jovem recebeu uma carta.
Predicado verbal (verbo transitivo direto)
(recebeu é o núcleo e uma carta é o complemento)
2. Minha prima ganhou um presente.
Predicado verbal (verbo transitivo direto)
(ganhou é o núcleo e um presente é o complemento)
3. Os pássaros cantam durante a madrugada.
Predicado verbal (verbo intransitivo)
(cantam é o núcleo e durante a madrugada é uma
expressão de tempo)
4. O relógio é importado.
Predicado nominal
(é constitui verbo de ligação e importado é o predicativo
do sujeito e núcleo do predicado)
5. O trabalhador chegou cansado.
Predicado verbo-nominal
(chegou é o núcleo verbal e cansado, núcleo nominal, é
o predicativo do sujeito)
6. As frutas amadureceram.
Predicado verbal (verbo intransitivo)
(amadrureceram é o núcleo).
Na unidade 1, você leu uma crônica de Rubem
Braga, em forma de carta. Trataremos agora,
especificamente, do assunto carta, que é uma
das formas de correspondência (comunicação
escrita entre as pessoas).
Existem vários tipos de carta: comercial, social,
oficial, que se diferenciam pelo assunto tratado e
pela linguagem usada. Nesta unidade,
estudaremos a carta comercial e a social.
A carta comercial é um documento de comunicação entre a empresa e os compradores ou
fornecedores e vice-versa. Sendo assim, é
documento importante nas transações comerciais
e tem formas bem definidas. Elas são
padronizadas na apresentação e na lingua-gem.
Veja, a seguir, um exemplo de carta comercial.
Note os números que assinalam as suas partes
indispensáveis.
1
2
Senhores
Gomes & Cia
Rua das Pedras, 30
1321 São Paulo – SP
4
Prezados Senhores
5
Solicito a gentileza de V. Sas. no sentido de
remeter-me, com a máxima urgência, sua mais
recente lista de publicações, acompanhada de
lista de preços e de informações sobre as
condições de pagamento.
6
Antecipadamente grato pela resposta,
subscrevo-me.
9. Ele nasceu rico.
Predicado verbo-nominal
(nasceu é o núcleo verbal e rico, núcleo nominal, e o
predicativo do sujeito)
10.Os passageiros saíram apressados.
Predicado verbo-nominal
(saíram é núcleo verbal e apressados, núcleo nominal,
e o predicativo do sujeito)
III – 1. ( C ); 2. ( B ); 3. ( A ); 4. ( D ).
Brasília, 20 de setembro de 1997.
3
7. Secaram as roupas.
Predicado verbal. (verbo intransitivo)
(secaram é o núcleo).
8. Eram boas as suas notas.
Predicado nominal (o verbo é de ligação eram e boas é
o predicativo do sujeito e o núcleo do predicado)
LIVRARIA GOSTO DE LER
SCO BL. X L X. Brasília – DF
Tel.: 595-4100
Atenciosamente,
7
_______________________________________
Livraria Gosto de ler – ME
17
Curso 04
Vamos conhecer agora todas as partes da carta
comercial.
1 Cabeçalho ou timbre
Os papéis de carta das empresas trazem
cabeçalho, ou timbre, impresso, com indi-cações
quanto à espécie de negócio, nome da firma,
endereço, telefone. No cabeça-lho, temos então
todas as indicações do remetente – aquele que
escreve e envia a carta – da carta comercial, que,
no caso, é a Livraria Gosto de ler.
2 Data (lugar, dia, mês e ano)
A data de expedição de uma carta comercial deve
ser colocada por extenso, ou seja, sem
abreviações, citando o nome da cidade, o dia, o
mês e o ano. Note também que devemos colocar
uma vírgula logo após o nome da cidade, que os
nomes dos meses são escritos em letras
minúsculas e que a data termina por um ponto
final.
3 Endereçamento
Deve conter o tratamento, o nome do
destinatário – aquele a quem a carta é destinada
– e seu endereço completo.
Observe que isso é colocado do lado esquerdo
do papel, na seguinte ordem: tratamento, nome
e endereço.
a) Tratamento – as principais formas de
tratamento em cartas comerciais são:
Ilmo. Sr. – Ilustríssimo Senhor
Sr. Srs. – Senhor, Senhores
Sra. Sras. – Senhora, Senhoras
b) Nome – se a carta é dirigida a uma empresa, o
nome deve ser o da própria firma: Gomes &
Cia. Quando se tratar de pessoa física, usa-se
o seu nome antecedido do título universitário
que a pessoa, porventura, possuir. Veja:
Ilmo. Sr.
Dr. Pedro Pereira
c) Endereço – devem constar os seguintes dados:
nome da rua, número, CEP, cidade e unidade
da federação.
4 Vocativo ou saudação
Nas cartas comerciais, costumamos utilizar:
• Senhor(es)
• Prezado(s) Senhor(es)
Usamos o vocativo no singular quando nos
dirigimos à pessoa física ou a uma microempresa
que só tenha um dono. Para as sociedades, o
vocativo será sempre plural, pois estaremos nos
dirigindo a um grupo de pessoas. É muito fácil
saber se a empresa é um grupo ou não. Quando
é grupo, a razão social (o nome da firma) vem
acompanhada das expressões Cia. Ltda.
(Companhia Limitada) ou S.A. (Sociedade
Anônima).
5 Texto
É a parte da carta que contém a mensagem. Nesta
parte devemos ter cuidado com a clareza e a
correção.
A redação deve ser objetiva e precisa, empregando
o menor número de palavras e na forma mais
direta possível.
As normas gramaticais devem ser obedeci-das. O
tratamento usado no vocativo deve ser mantido.
Ao usarmos senhores no vocativo, devemos usar
V. Sas no texto da carta.
6 Fecho ou despedida
No exemplo dado, apresentamos um fecho mais
longo, mas a tendência atual é a de reduzi-lo às
palavras: Cordialmente, Atenciosamente, Cordiais
saudações, etc.
7 Assinatura do remetente
Quem assina a carta é o responsável pela empresa
ou, em seu lugar, algum funcioná-rio autorizado,
cujo cargo deve aparecer sob o nome. Assim:
_____________________________
Paulo Dias
Gerente
Passemos, agora, ao estudo da carta social.
Na carta social, aquela que é trocada entre
amigos, permite-se uma liberdade muito maior e
uma ampla margem de escolha de tratamento e
de disposição das partes.
Leia agora uma carta remetida por Machado de
Assis ao seu amigo Joaquim Nabuco. As partes
principais estão também numeradas.
18
Curso 04
1
Rio de Janeiro, 20 de nov. 1904.
2
Meu caro Nabuco,
• com hífen – Rio de Janeiro, 20-11-1904
• com barra – Rio de Janeiro, 20/11/1904
• com vírgula – Rio de Janeiro, 20,11,1904
2 Vocativo
3
Tão longe, em outro meio, chegou-lhe a notícia
da minha grande desgraça, e você expressou
logo a sua simpatia por um telegrama. A única
palavra com que lhe agradeci é a mesma que
ora lhe mando, não sabendo outra que possa
dizer tudo o que sinto e me acabrunha. Foi-se
a melhor parte da minha vida, e aqui estou só
no mundo. Note que a solidão não me é
enfadonha, antes me é grata, porque é um
modo de viver com ela, ouvi-la, assistir aos mil
cuidados que essa companheira de 35 anos de
casados tinha comigo; mas não há imaginação
que não acorde, e a vigília aumenta a falta da
pessoa amada. Éramos velhos, e eu contava
morrer antes dela, o que seria um grande favor;
primeiro, porque não acharia ninguém que
melhor me ajudasse a morrer; segundo, porque
ela deixou alguns parentes que a consolariam
das saudades, e eu não tenho nenhum. Os meus
são os amigos, e verdadeiramente são os
melhores; mas a vida os dispersa, no espaço,
nas preocupações do espírito e na própria
carreira que a cada um cabe. Aqui me fico, por
ora na mesma casa, no mesmo aposento, com
os mesmos adornos seus. Tudo me lembra a
minha meiga Carolina. Como estou à beira do
eterno aposento, não gastarei muito tempo em
recordá-la. Irei vê-la, ela me esperará.
Não posso, meu caro amigo, responder agora
à sua carta de 8 de outubro; recebi-a dias depois
do falecimento de minha mulher, e você
compreende que apenas posso falar deste fundo
golpe.
Até outra e breve; então lhe direi o que convém
ao assunto daquela carta, que, pelo afeto e
sinceridade, chegou à hora dos melhores
remédios.
É também indispensável, mas não há regras para
ele nas cartas particulares. O grau de amizade ou
de intimidade é que determina o vocativo a ser
escolhido. Machado usa “Meu caro Nabuco”, como
poderia ter usado Caro amigo, Querido amigo,
Nabuco, etc.
3 Texto
As cartas particulares são escritas em linguagem
coloquial. Deve-se ter, no entanto, o cuidado de
usar um único tratamento (não misture tu com
você).
4 Fecho
O fecho é também determinado pelo grau de
intimidade.
5 Assinatura do remetente
Agora você só precisa prestar atenção ao
sobrescritar o envelope. Veja:
Frente
Sr. João Andrade
Rua das Palmeiras, 25
Jardins
2 8 4 3 1 - 0 1 0 São Paulo – SP
Na parte da frente, devemos escrever o nome e o
endereço completo do destinatário, não esquecendo
nunca do CEP, que facilita o trabalho dos correios.
Verso
4
Aceite este abraço do triste amigo velho
5
Machado de Assis.
1 Local e data
Observe que a carta começa com a indicação do
lugar e da data em que o remetente escreve. Isso
é necessário, mesmo nas cartas particulares, mas
o remetente tem liberdade para abreviar o nome
do mês, como fez Machado, e pode ainda usar
essas outras formas:
Rem. Pedro da Silva
Rua da Liberdade, 385 ap. 402
Tijuca
4 2 9 7 3 - 0 0 1 Rio de Janeiro – RJ
19
Curso 04
Nunca deixe de colocar seu nome e endereço
completos no verso do envelope. Se o destinatário de
sua carta não for encontrado, os Correios terão como
devolvê-la.
Agora é a sua vez de trabalhar.
Você escreve a um amigo, contando-lhe entusiasmado
as maravilhas do lugar para o qual se mudou
recentemente. Aproveite para convidá-lo a passar uns
dias com você e antecipe a programação que está
planejando para esses dias.
Redija a carta observando o uso do tratamento, a
linguagem coloquial e as partes da carta.
Exercícios
Faça o que se pede.
1. Redija uma carta comercial, de acordo com a seguinte
situação.
Gabriel Ferreira, proprietário da loja Vestebem, escreve
uma carta para a empresa fornecedora de roupas de
sua loja, reclamando da demora no atendimento de sua
última encomenda.
Invente o nome da empresa e os endereços da loja e da
empresa.
Redija a carta observando:
•o uso do tratamento
• a adequação da
• as partes da carta
2. Redija uma carta social, de acordo com a seguinte
situação.
adequado
linguagem
comercial
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_____________________________________________
20
Curso 04
AMOR COM A MAIÚSCULO
Chave de correção
1. Compare sua carta comercial com a nossa.
VESTEBEM
SCLN 107 Bl. A Lj. 71
Brasília – DF.
Brasília, 27 de agosto de 1997.
Senhores
FABRIL & CIA
Rua das Bandeiras, 8
345781 São Paulo – SP
Prezados Senhores
Venho solicitar a V. Sas. providências urgentes a respeito da
encomenda no 73, do dia 3 de agosto, que até o momento
não foi atendida.
Sem mais, esperando a remessa do referido pedido,
subscrevo-me.
Cordialmente
___________________________________________________
VESTEBEM & CIA
2. Compare a carta para o seu amigo com a nossa.
João Pessoa, 27 de maio de 1997.
Amigão.
Você nem imagina a loucura que é isso aqui! Mas tente,
procure só imaginar o que é uma praiona enorme bem na
frente da sua casa. Você levanta de manhã, ainda meio
dormindo, pensa que ainda está em Brasília, abre a janela e
dá de cara com esse mar todo bem na sua frente! É bom
demais!
Quero muito que você venha passar uns tempos aqui. Que
tal nas férias de julho? Não se preocupe, aqui no Nordeste
não tem inverno. Às vezes chove um pouco, mas o sol acaba
sempre aparecendo.
Vamos pegar muitas ondas, surfar muito e dar grandes
passeios de Bugre nas dunas.
Tenho certeza de que você vai se divertir muito.
Um abraço do
R.
Unidade 6 – Amor com A maiúsculo
Objetivo: Ler e interpretar textos.
Leia com atenção, o texto de Marina Colasanti,
consultando o dicionário quando necessário.
Ninguém tem dúvidas quanto ao que seja amor.
Pergunte à mais rutilante estrela do“jet-set”, ou
a uma modesta costureirinha, e nenhuma das
duas terá qualquer hesitação em lhe responder.
Hesitarão, sim, à procura das palavras, intimidadas
frente à necessidade de explicar aquilo que
consideram ser o sublime. Mas no seu íntimo,
ambas estão bem certas de que sabem do que
se trata.
Referem-se, ou tentam se referir, àquele amor de
que ouviram falar desde pequenas e que, desde
pequenas, lhes foi ensinado como indispensável.
O amor absoluto. Ao falarmos de amor, sem
especificações, é sempre a ele que nos referimos,
o grande, tão grande que às vezes reforçamos
nosso sentimento chamando-o de amor com A
maiúsculo. E é por ele que esperamos.
Mas existe mesmo esse amor, tão total, tão
avassalador, tão completo? Ou nós o inventamos,
instituindo talvez a exceção como regra?
De um lado a vida. Do outro a morte. Imprensada
entre dois acontecimentos inegavelmente
absolutos, decorre a vida do ser humano. E para
ela, assim que começamos a formular nossos
medos, foi necessário encontrar uma justificativa.
Por que éramos jogados na vida, sem qualquer
participação voluntária, e dela éramos retirados
contra nosso desejo? A razão deveria ser forte,
tão forte quanto nascer e morrer, pois só assim
os justificaria. E a única que nos pareceu
qualificada foi o amor. Era através do amor que a
vida se gerava, e era gerando outras vidas que
nos iludíamos de vencer a morte. O amor era
portanto o único elemento que podíamos
considerar como participante direto dos dois pólos
fundamentais. Daí a instituirmos o amor como
absoluto deve ter sido um passo, e um passo
lógico, que vinha, aparentemente, solucionar
nosso mais grave problema.
Exigir que percebêssemos estar criando outro,
quase tão grave quanto aquele do qual fugíamos,
é pretender demais, sobretudo num processo que
obviamente não foi tão linear nem tão consciente
quanto aqui o traçamos.
E criado o amor absoluto, tivemos que viver com
ele.
Curso 04
21
Glossário
5. “Imprensada entre dois acontecimentos
inegavelmente absolutos, decorre a vida do ser
humano.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
rutilante – brilhante, esplendorosa.
“jet-set” – palavra da língua inglesa que significa
alta-roda.
sublime – que atingiu um grau muito elevado na
escala dos valores morais, intelectuais ou
estéticos; o mais elevado grau da perfeição.
II – Dê um antônimo para as palavras destacadas
nos seguintes trechos.
absoluto – que não tem limites nem restrição,
que é inteiro, total.
1. “Ninguém tem dúvidas quanto ao que seja
amor.”
________________________________________
especificação – descrição das características,
cada item da descrição.
2. “Pergunte à mais rutilante estrela do “jetset”...
________________________________________
avassalador – dominador.
3. ... “ou a uma modesta costureirinha”...
________________________________________
instituir – estabelecer, criar.
4. ...“intimidadas frente à necessidade de
explicar aquilo que consideram ser o sublime.”
________________________________________
formular – expor com precisão.
voluntária – espontânea, derivada da própria
vontade.
obviamente – evidentemente.
linear – claro, direto, simples.
Com base no texto, responda às questões a seguir.
Exercícios
I – Reescreva os trechos, substituindo as palavras
destacadas por sinônimos.
1. ...“e nenhuma das duas terá qualquer
hesitação em lhe responder.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
2. ...“intimidadas frente à necessidade de
explicar aquilo que consideram ser o sublime.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
3. ...“àquele amor de que ouviram falar desde
pequenas e que, desde pequenas, lhes foi
ensinado como indispensável.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
4. “Ou nós o inventamos, instituindo talvez a
exceção como regra?”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
5. “E a única que nos pareceu qualificada foi o
amor.”
________________________________________
III – Com base no texto, escreva, nos parênteses, V
para as afirmativas verdadeiras e F para as
falsas.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
) No íntimo, ninguém sabe ao certo o que
é o amor.
) Todos sabem o que é o amor, a
dificuldade está em explicar um
sentimento considerado sublime.
) Desde pequenas, as mulheres ouvem
falar que o amor é indispensável.
) A vida do ser humano decorre entre dois
acontecimentos absolutos: o nascimento
e a morte.
) Gerando outras vidas, conseguiram
vencer a morte.
IV – Responda.
1. Questionadas sobre o amor, por que as pessoas
hesitam ao responder?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
2. Quando se referem ao amor, sem
especificações, de que tipo de amor as pessoas
estão falando?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
3. Qual a opinião da autora sobre a existência do
amor absoluto?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
22
Curso 04
V–
Assinale X nos parênteses diante da única opção
certa para cada questão.
1. No 4O parágrafo, o amor é visto como
a. ( ) um mal necessário.
b. ( ) uma justificativa para a vida.
c. ( ) um acontecimento banal.
d. ( ) um sentimento transitório.
2. Os dois pólos fundamentais apresentados no 4o
parágrafo são
a. ( ) o amor e o ódio.
b. ( ) o amor absoluto e o medo da morte.
c. ( ) o sublime e o absoluto.
d. ( ) o nascimento e a morte.
3. Ao se referir ao amor absoluto, a autora está
tratando do amor
a. ( ) material.
b. ( ) universal.
c. ( ) entre a mulher e o homem.
d. ( ) fraternal.
4. Ao criarmos o amor absoluto, estamos
a. ( ) resolvendo todos os nossos
problemas.
b. ( ) tornando o mundo mais humano.
c. ( ) aumentando a solidariedade.
d. ( ) criando outro problema.
5. O texto de Marina Colasanti contém
a. ( ) a narração de uma história.
b. ( ) a descrição de um ambiente.
c. ( ) a descrição de uma pessoa.
d. ( ) considerações sobre o amor.
UNIDADE 7 – Objeto direto, objeto
indireto e predicativo do objeto
Objetivo: Identificar objeto direto, objeto indireto
e predicativo do objeto.
No módulo anterior, vimos que os verbos
transitivos, por não possuírem sentido completo,
pedem complemento. O termo da oração que
completa o sentido de um verbo transitivo recebe
o nome de objeto.
Veja:
Nós inventamos o amor ?
sujeito
objeto
Observe que nessa oração o objeto complementa
a ação verbal, diretamente, isto é, sem o auxílio
de preposição. Quando isso ocorre, o verbo é
chamado de transitivo direto e o complemento,
de objeto direto.
Veja:
Nós inventamos o amor ?
sujeito
Chave de correção
I – Você deve ter reescrito os trechos, substituindo as
palavras destacadas por:
1. dúvida (ou indecisão, vacilação);
2. acovardadas (ou receosas, temerosas, apreensivas);
3. imprescindível (ou essencial, necessário);
4. criamos (ou imaginamos);
5. transcorre (ou passa).
II – 1. certezas;
2. apagada;
3. rica (ou abastada, opulenta, pomposa);
4. encorajadas;
5. imprópria (ou inadequada, desqualificada).
III – 1. ( F ) Ninguém tem dúvidas quanto ao que seja amor.
2. ( V ); 3. ( V ); 4. ( V );
5. ( F ) Gerando outras vidas, iludiam-se de vencer a
morte.
IV – 1. Segundo o texto, todos sabem o que é o amor, mas as
pessoas hesitam ao responder, porque não
sabem
que palavras usar, para explicar um sentimento
considerado sublime.
2. Quando se referem ao amor sem especificação, estão
falando do amor absoluto, do amor com “A
maiúsculo”.
3. A autora põe em dúvida a existência do amor
absoluto. Esse amor que todos esperam encontrar um
dia (o sonho de todas as adolescentes). Questiona
sua existência, perguntando se não o teriam inventado
para dar uma justificativa à vida.
V – 1. b. ( x );
2. d. ( x );
3. c. ( x );
4. d. ( x );
5. d. ( x ).
predicado verbal
verbo transitivo
predicado verbal
verbo transitivo
direto
objeto direto
Assim como o sujeito, o objeto também tem um
núcleo – palavra principal – constituído por um
substantivo, ou palavra substantivada, que pode
vir acompanhado de outros termos, que servem
para determiná-lo ou qualificá-lo e que são
chamados de adjuntos adnominais.
Veja:
A moça não achou as palavras certas.
sujeito núcleo
do sujeito
predicado
núcleo
do objeto
sujeito – a moça
núcleo do sujeito – moça
adjunto adnominal – a
predicado verbal – não achou as palavras certas
núcleo do predicado – achou
objeto direto – as palavras certas
núcleo do objeto direto – palavras
adjuntos adnominais – as, certas
23
Curso 04
Agora, veja:
Recebi um recado de Carlos .
Maria gosta de João.
sujeito predicado verbal
objeto indireto
verbo transitivo indireto
verbo
transitivo
direto e
indireto
objeto
direto
objeto
indireto
O verbo gostar é um verbo transitivo indireto
porque pede complemento regido de preposição
obrigatória – objeto indireto. Você não poderia
dizer Maria gosta João. A preposição é, então,
indispensável entre o verbo transitivo indireto e o
objeto indireto. As preposições que mais aparecem
na introdução do objeto indireto são: a, de, em,
para, com, por.
Os núcleos dos objetos direto e indireto podem
ser representados por:
Veja:
• substantivos
predicado verbal
objeto indireto
verbo transitivo indireto
preposição
predicado verbal
objeto indireto
verbo transitivo indireto
O namorado ofereceu flores à amada .
predicado verbal
verbo transitivo
direto e indireto
objeto direto
objeto indireto
Os verbos que pedem dois complementos (objeto
direto e indireto) são chamados de transitivos
diretos e indiretos.
Veja outros exemplos:
núcleo do O.I.
Não vi aquilo .
V.T.D. núcleo do O.D.
V.T.I.
núcleo do O.I.
• numerais
V.T.D.
núcleo do O.D.
Isto interessa aos três .
V.T.I.
objeto
indireto
Dei um presente para ele.
objeto
indireto
núcleo do O.I.
• palavras substantivadas
O artista busca o sensível .
V.T.D.
núcleo do O.D.
Ela acredita no amado .
V.T.I.
Comprei um carro para meu filho .
objeto
direto
V.T.I.
Ganhei dois milhões .
Veja que quem oferece oferece alguma coisa (no
caso, flores) e a oferece a alguém. Esse verbo
pede então dois complementos um sem e outro
com preposição obrigatória.
verbo
transitivo
direto e
indireto
Maria gosta de flores .
Eu não precisava de nada .
Observe, agora, a oração:
objeto
direto
objeto
indireto
• pronomes substantivos
Penso em você.
verbo
transitivo
direto e
indireto
objeto
direto
V.T.D. núcleo do O.D.
Todos precisam de amor .
sujeito
verbo
transitivo
direto e
indireto
Maria ama João .
preposição
sujeito
Pedi um favor a você .
núcleo do O.I.
• pronomes pessoais oblíquos
Eu o amo.
núcleo V.T.D.
do O.D.
Não me diga.
O.I. V.T.I.
É preciso atenção especial quanto ao uso dos
pronomes oblíquos na função de objeto.
Curso 04
Os pronomes pessoais oblíquos o, a, os, as,
quando complemento do verbo, funcionam apenas
como objeto direto:
A paixão abalou Maria.
O.D.
A paixão abalou- a .
O.D.
Espero as amigas na estação.
24
Vimos que o objeto direto é o termo da oração
que completa o significado de um verbo transitivo
direto, sem ser introduzido por preposição
obrigatória. No entanto há casos em que o objeto
direto pode vir introduzido por preposição – objeto
direto preposicionado –, sendo que essa
preposição não é exigida pelo verbo, que é
transitivo direto, mas sim, em alguns casos, pela
harmonia, clareza ou ênfase necessárias à frase.
Em certos casos, ela é inteiramente facultativa.
Veja os casos em que o objeto direto aparece
regido de preposição ( de 1 a 4 a preposição é
necessária, de 5 a 9 é facultativa).
O.D.
Espero- as na estação.
1. Quando é um pronome pessoal oblíquo tônico:
O.D.
Ofenderam a mim.
Estimo meus pais.
O.D.
V.T.D.
Estimo- os muito.
O.D.
O pronome pessoal oblíquo lhe (lhes) funciona
apenas como objeto indireto:
Respondi a João sem pensar.
objeto direto preposicionado
preposição
(Veja que o verbo é transitivo direto: Ofenderam
Teresa.)
2. Quando é o pronome quem:
A quem ele adorava?
O.I.
objeto
V.T.D.
direto
preposicionado
preposição
Repondi- lhe sem pensar.
O.I.
Eles deram uma oportunidade a João.
O.I.
Eles lhe deram uma oportunidade.
O.I.
Os demais pronomes pessoais oblíquos variam de
acordo com a transitividade do verbo.
Assim:
3. Quando precisamos assegurar a clareza da
frase, evitando que o objeto direto seja tomado
como sujeito:
Traiu ao pai o filho mais velho.
V.T.D.
objeto direto
preposicionado
a + o = ao
preposição artigo
• Se o verbo for transitivo direto, o pronome será
objeto direto.
Eles nos amam .
O.D. V.T.D.
Eles me chamaram .
O.D.
Elas nos obedeceram .
V.T.I.
Eles me perdoaram.
O.I.
4. Nas expressões de reciprocidade, para garantir
a clareza da frase:
As feras despedaçam-se umas às outras.
V.T.D.
objeto direto
preposicionado
a + as = às
V.T.D.
• Se o verbo for transitivo indireto, o pronome
será objeto indireto.
O.I.
(O filho mais velho traiu o pai.)
V.T.I.
preposição
artigo
5. Quando é formado de pronome indefinido:
A notícia sensibilizou a todos.
V.T.D.
objeto direto
preposicionado
preposição
25
Curso 04
6. Quando é o numeral ambos(as):
O sol queimou a ambos.
V.T.D.
objeto direto preposicionado
preposição
7. Quando é nome próprio, principalmente na
expressão de sentimentos:
Amemos a Deus sobre todas as coisas.
V.T.D.
objeto direto preposicionado
preposição
Os romanos adoravam a Júpiter.
preposição objeto direto
preposicionado
8. Em construções enfáticas, nas quais se
antecipa o objeto direto para dar-lhe realce:
Aos maus, não os temo.
objeto direto V.T.D.
preposicionado
a + os = aos
preposição artigo
A você é que não enganam.
objeto direto
preposicionado
preposição
V.T.D.
9. Nas expressões idiomáticas:
Comeu do pão.
artigo
Puxou da espada.
V.T.D.
objeto direto preposicionado
de + a = da
preposição artigo
Veja, agora, estas orações em que se pretende
dar ênfase, salientar uma idéia contida no objeto:
Este sentimento, já o conheço.
objeto direto
V.T.D.
objeto direto
Ao apaixonado, nada lhe interessa.
objeto indireto
Veja mais alguns exemplos:
O amor, muitos o louvam.
objeto direto
V.T.D.
objeto direto pleonástico
O dinheiro, ela o trazia escondido.
objeto direto
V.T.D.
objeto direto pleonástico
A mim, o que me deu foi pena.
objeto indireto
V.T.I.
objeto indireto pleonástico
Observe, agora, esta oração.
As paixões tornam os homens cegos.
V.T.D.
O.D.
Veja que o termo destacado – cegos – refere-se
ao objeto de um verbo transitivo – os homens.
Assim, o predicativo do objeto é o termo do
predicado que informa algo a respeito do objeto.
Veja outros exemplos:
O ingrato deixou a namorada sozinha.
V.T.D.
O.D.
predicativo do objeto
O júri declarou o réu culpado.
V.T.D.
objeto direto preposicionado
de +o = do
preposição
Observe que, nessas orações, os objetos são colocados no início da frase e depois são repetidos
através de um pronome oblíquo. Esse tipo de
objeto recebe o nome de objeto pleonástico,
ou enfático, e tanto pode ser direto como indireto.
V.T.I.
objeto indireto
V.T.D.
O.D.
predicativo do objeto
Observe que os termos cegos, sozinha e culpado
informam algo de novo a respeito de seus
respectivos objetos. Há gramáticos que
consideram que, entre o objeto e o seu predicativo, há um verbo de ligação subentendido.
Assim:
O ingrato deixou a namorada (ficar) sozinha.
O júri declarou o réu (como sendo) culpado.
Agora observe as orações:
Consideramos perigosa a sua viagem.
predicativo
do objeto
objeto direto
Julgaram inconveniente a nossa pergunta.
predicativo
do objeto
objeto direto
26
Curso 04
Como você viu através dos exemplos dados, o
predicativo do objeto também pode aparecer antes
do objeto.
Você deve ter notado que até aqui só tratamos
de predicativo do objeto direto. Isso se deve ao
fato de que geralmente o predicativo se refere ao
objeto direto. Só aparece predicativo do objeto
indireto com o verbo chamar no sentido de atribuir
uma característica a algo ou alguém, quando este
for transitivo indireto.
Veja:
Chamei-lhe de covarde.
objeto
indireto
predicativo
do objeto indireto
Para fixar os conteúdos estudados, responda aos
exercícios.
Exercícios
I – Considerando as palavras destacadas nas
orações, escreva, nos parênteses, D para objeto
direto e I para objeto indireto.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
) Ninguém tem dúvidas.
) Pergunte a uma modesta
costureirinha...
) A autora está se referindo ao amor
absoluto.
) O amor justifica a vida.
) Não gosto de você.
II – Dê a função sintática das palavras destacadas
nas orações.
1. Nós o inventamos.
________________________________________
2. É difícil encontrar as palavras certas.
________________________________________
3. Teresa ama Pedro.
________________________________________
4. Pedro não gosta de Teresa.
________________________________________
5. Comprei flores para você.
________________________________________
6. Comprei flores para você.
________________________________________
7. Puxou da espada com rapidez.
________________________________________
8. Não prejudiques a mim.
________________________________________
9. Não prejudiquem a Pedro em favor de
ninguém.
________________________________________
III – Sublinhe com um traço os objetos diretos e com
dois os indiretos.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Necessitamos de amor.
Pedi-lhe para voltar.
Preciso de ti.
Não me convidaram.
Ele a ama.
A novidade agradou a todos.
IV – Escreva nos parênteses, a letra adequada.
A. objeto direto
B. objeto direto pleonástico
C. objeto indireto
D. predicativo do objeto
E. objeto direto preposicionado
1. ( ) O pai deixou o filho desamparado.
2. ( ) A felicidade, muitos a desejam.
3. ( ) João ganhou dois mil reais.
4. ( ) Nós o amamos.
5. ( ) Maria brigou com o namorado.
6. ( ) A quem procuras?
7. ( ) A chuva molhou a ambos.
V – Circule o núcleo do objeto direto.
1. Comprei um belo carro amarelo.
2. Vendi um quadro azul.
3. Ele adotou duas lindas crianças.
VI – Escreva, nos parênteses, PS para o predicativo
do sujeito e PO para o predicativo do objeto.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
(
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
)
O trem chegou atrasado.
A lua é um satélite.
O ladrão deixou a família pobre.
O soldado marchava tenso.
Considero leviana a sua resposta.
Chamei-lhe de valentão.
VII – Reescreva as frases, substituindo as palavras
destacadas por pronomes, anexando-os
adequadamente aos verbos (observe que as
palavras destacadas são objeto direto).
1.
2.
3.
4.
5.
Preciso vender a casa este ano.
Elogiaram meu amigo pelo projeto.
Convidaram as professoras para o debate.
Deve vender os carros amanhã.
Eu trouxe o livro agora.
VIII – Reescreva as frases substituindo os objetos
diretos pelos pronomes O ou A e os indiretos
pelo pronome LHE.
1. O pai escrevia ao filho.
________________________________________
2. Procurei meu irmão na estação.
________________________________________
27
Curso 04
3. Paguei ao médico.
________________________________________
bio), ligando-se a eles por meio de preposições.
Essas palavras são os complementos nominais.
4. Comprei a casa.
________________________________________
Veja outros exemplos de complementos nominais:
5. Rogo a você.
________________________________________
Chave de correção
I – 1. ( D );
II – 1.
3.
5.
7.
8.
9.
2. ( I );
3. ( I );
4. ( D );
complemento nominal
5. ( I ).
III – Você deve ter sublinhado os seguintes termos:
1. de amor; 2. lhe; 3. de ti; 4. me; 5. a;
todos (OD preposicionado).
2. ( B );
6. ( E );
3. ( A );
7. ( E ).
V – Você deve ter circulado:
1. carro; 2. quadro;
VI – 1. ( PS );
5. ( PO );
2. ( PS );
6. ( PO ).
responsável pela ordem
complemento nominal
6. a
4. ( A );
3. crianças.
3. ( PO );
4. ( PS );
VII – 1. Preciso vendê-la este ano.
2. Elogiaram-no pelo projeto.
3. Convidaram-nas para o debate.
4. Deve vendê-los amanhã.
5. Eu o trouxe agora.
VIII – 1. O pai escrevia-lhe.
3. Paguei-lhe.
5. Rogo-lhe.
complemento nominal
impróprio para menores
objeto direto;
2. objeto direto;
objeto direto;
4. objeto indireto;
objeto direto;
6. objeto indireto;
objeto direto preposicionado;
objeto direto preposicionado;
objeto direto preposicionado.
IV – 1. ( D );
5. ( C );
a fé em Deus
2. Procurei-o na estação.
4. Comprei-a.
UNIDADE 8 – Complemento
nominal e agente da passiva
Objetivos: Identificar complemento nominal e
agente da passiva; transformar frases da voz ativa
em passiva.
Observe as palavras destacadas:
O homem tem necessidade de amor.
substantivo
Ele estava cheio de boas intenções.
adjetivo
Agiu favoravelmente à reconciliação.
Um grande número de nomes que pedem
complemento são substantivos abstratos
derivados de verbos.
Veja:
a queima de fogos
substantivo
derivado
a defesa das leis
substantivo
derivado
complemento nominal
do verbo defender
a lembrança do passado
substantivo
derivado
complemento nominal
do verbo lembrar
o amor ao próximo
substantivo
complemento nominal
derivado do verbo amar
Veja como são bem diferentes o objeto indireto e
o complemento nominal, apesar de ambos serem
precedidos de preposição obrigatória. O objeto
indireto completa o sentido de um verbo,
enquanto o complemento nominal completa o
sentido de nomes (substantivos, adjetivos e
alguns advérbios em – mente).
Confio em Deus.
verbo
objeto indireto
Tenho confiança em Deus.
substantivo complemento nominal
advérbio
Veja que as palavras circuladas completam o
sentido de nomes (substantivo, adjetivo, advér-
complemento nominal
do verbo queimar
Obedeça aos mais velhos.
verbo
objeto indireto
28
Curso 04
Tenha obediência aos mais velhos.
substantivo
complemento nominal
Observe:
1o O vento agitava as folhas.
sujeito agente
objeto direto
2o As folhas eram agitadas pelo vento.
sujeito paciente
agente da passiva
Na 1a oração, o verbo está na voz ativa, pois o
sujeito é agente, isto é, executa a ação expressa
pelo verbo.
Na 2a oração, o verbo está na voz passiva, pois o
sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa
pelo verbo.
Quando a oração está na voz passiva, aparece o
agente da passiva, que corresponde ao sujeito
da oração quando na voz ativa. E o objeto direto
da voz ativa passa a sujeito paciente da voz
passiva.
Maria ama João.
sujeito
agente
objeto
direto
João é amado por Maria.
sujeito
paciente
agente da
passiva
O agente da passiva é, então, o complemento de
um verbo na voz passiva e representa o ser que
pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Vem
regido pelas preposições por e de.
Veja um exemplo com a preposição de.
A fazenda estava rodeada de saqueadores.
agente da passiva
O agente da passiva pode ser expresso por
substantivos, como vimos até aqui, e também por
pronomes.
O trabalho foi feito por mim.
Todos estavam dominados por ele.
Responda aos exercícios.
Exercícios
I – Marque X nos parênteses diante da frase em
que se encontra em destaque o complemento
nominal.
1.
2.
3.
4.
(
(
(
(
5. (
Ela necessita do seu amor.
O filho deixou a mãe preocupada.
Temos necessidade de amor.
Os problemas foram resolvidos pela
diretora.
) Todos amam a liberdade.
)
)
)
)
II – Considerando os termos destacados, escreva, nos
parênteses, CN para complemento nominal, AP
para agente da passiva.
1.
2.
3.
4.
(
(
(
(
5. (
6. (
Eles não têm respeito às leis.
A queima de fogos já acabou.
A grama foi aparada pelo jardineiro.
O líder era respeitado pelos
companheiros.
) As lembranças do passado não o deixam
viver.
) Tenho confiança em você.
)
)
)
)
III – Complete as orações com complementos
nominais adequados.
1. O soldado luta em defesa
________________________________________
2. Este filme é impróprio
________________________________________
3. O correio já fez a remessa
________________________________________
4. Durante a festa, haverá queima
________________________________________
IV – Troque o complemento verbal pelo nominal,
como no modelo.
Essa bebida cheira a uva.
Essa bebida tem cheiro de uva.
1. Eu gosto de arte.
________________________________________
2. Admiro você.
________________________________________
3. Confio na vitória.
________________________________________
4. Eles não amam os pobres.
________________________________________
V – Circule os agentes da passiva, quando possível.
1. O amor absoluto foi inventado por nós.
2. Gato escaldado tem medo de água fria.
3. A lâmpada elétrica foi inventada por Tomás
Édson.
4. O pai era respeitado pelos filhos.
5. Todo amor que vai e volta de fingido tem sinais.
29
Curso 04
VI – Passe as orações para a voz passiva e sublinhe
o agente da passiva.
1. Policiais cercavam a casa.
________________________________________
2. João partiu o bolo.
________________________________________
3. A água invadira a casa.
________________________________________
O termo da oração que se refere ao substantivo,
núcleo de uma função sintática (sujeito, objeto
direto, objeto indireto, complemento nominal,
etc.), com a função de determiná-lo ou
caracterizá-lo, é o adjunto adnominal.
Além do artigo e do adjetivo, podem ser adjuntos
adnominais:
• pronomes adjetivos – aquele, aquela, meu,
nosso, este, muitas, etc.
Chave de correção
Aquele menino está apaixonado.
I – 3. ( x )
II – 1. ( CN );
5. ( CN );
2. ( CN );
6. ( CN ).
3. ( AP );
4. ( AP );
núcleo do sujeito
Meu namorado é bonito.
III – Você deve ter completado as frases, mais ou menos,
assim:
1. O soldado luta em defesa da Pátria.
2. Este filme é impróprio para menores.
3. O correio já fez a remessa das cartas (ou da
encomenda).
4. Durante a festa, haverá queima de fogos.
IV – 1. Eu tenho gosto pela arte.
2. Tenho admiração por você.
3. Tenho confiança na vitória.
4. Eles não têm amor aos pobres.
V – Você deve ter circulado as seguintes expressões:
1. por nós;
2. Não há agente da passiva porque o verbo não está na
voz passiva.
3. por Tomás Édson;
4. pelos filhos;
5. Não há agente da passiva porque o verbo não está na
voz passiva.
VI – 1. A casa estava(era) cercada por policiais.
2. O bolo foi partido por João.
3. A casa foi invadida pela água.
núcleo do sujeito
Esse rapaz conhece muitas garotas.
núcleo do sujeito
•
numerais – cem, dois, duzentos.
Dois adolescentes fugiram de casa.
núcleo do sujeito
• locuções ou expressões adjetivas que exprimem
qualidade, posse, origem, finalidade ou outra
especificação.
roupa de rei — qualidade
livro do mestre — posse
água do poço — origem
muro de alvenaria — matéria
UNIDADE 9 – Adjunto adnominal,
adjunto adverbial, aposto e
vocativo
Objetivo: Identificar adjunto adnominal, adjunto
adverbial, aposto e vocativo.
Observe as palavras destacadas.
A rutilante estrela sabe explicar o amor absoluto.
núcleo do sujeito
núcleo do objeto
Veja que o artigo a e o adjetivo rutilante estão
determinando e caracterizando o substantivo
estrela, que é o núcleo do sujeito. Da mesma
forma, o artigo o e o adjetivo absoluto estão se
referindo ao substantivo amor, que é o núcleo do
objeto direto.
aula de português — especialidade
É preciso ter cuidado para não confundir o adjunto
adnominal formado por locução adjetiva com o
complemento nominal, já que ambos são
introduzidos por preposição.
Observe o seguinte:
1. Se o termo introduzido por preposição estiver
ligado a adjetivo ou advérbio, será
complemento nominal.
O marido era favorável à reconciliação.
adjetivo
complemento nominal
Votou desfavoravelmente ao réu.
advérbio
complemento nominal
30
Curso 04
2. Se o termo introduzido por preposição estiver
ligado a substantivo, será adjunto adnominal
ou complemento nominal.
Veja a oração:
• Adjunto adnominal – quando tiver sentido
ativo (quando for o agente) ou a origem, a
qualidade de alguém ou de alguma coisa.
Veja:
O adjunto adverbial cedo acrescenta à ação verbal
chegaram a circunstância de tempo em que ela
ocorre.
a resposta do aluno
adjunto adnominal
(O aluno deu a resposta. → sentido ativo)
folhas de árvores
adjunto adnominal
(As folhas pertencem às árvores.)
• Complemento nominal – quando tiver sentido
passivo, quando for o alvo da ação expressa
por um nome.
a resposta ao professor
complemento nominal
(O professor recebeu a resposta.
sentido passivo)
Veja as orações onde aparecem o adjunto e o
complemento nominal.
A resposta do aluno ao professor foi satisfatória.
adjunto
núcleo
adnominal
do
adjunto
adnominal
complemento
nominal
sujeito
O aluno dá a O professor recebe a
resposta.
resposta. (sentido passivo)
(sentido ativo)
O
pedido do menino ao pai foi absurdo.
adjunto
núcleo
adnominal do
sujeito
adjunto
adnominal
complemento
nominal
O menino faz o
pedido. (sentido ativo)
O pai recebe o
pedido. (sentido passivo)
Chegaram cedo.
Além do advérbio, o adjunto adverbial pode ser
formado também por locuções adverbiais, que,
da mesma forma, expressam as circunstâncias
em que ocorrem as ações verbais.
Veja:
Chegaram em São Paulo.
O adjunto adverbial em São Paulo, formado por
uma locução adverbial, indica a circunstância de
lugar em que ocorre a ação verbal.
Veja alguns exemplos de adjuntos adverbiais
compostos por advérbios e por locuções adverbiais:
• de afirmação – sim, certamente, com certeza.
• de dúvida – talvez, provavelmente.
• de intensidade – muito, pouco, bastante.
• de lugar –longe, perto, aqui, na frente, em
cima, no alto, no Rio de Janeiro,em casa, na
rua, aqui em casa, em São Paulo.
• de modo – depressa, devagar, à toa,
lentamente.
• de negação – não, em hipótese nenhuma.
• de tempo – ontem, hoje, amanhã, nunca,
jamais, de repente, logo mais.
Observação
Chegaram cedo.
Os adjuntos adverbiais podem também aparecer
ligados a adjetivos ou a outro advérbio, com o
objetivo de intensificar o sentido destas palavras.
Saíram daqui.
Veja:
Observe agora as palavras destacadas:
Ela anda devagar.
A criança chorou muito.
Você deve ter notado que as palavras destacadas
são advérbios, que acrescentam circunstância
de tempo, lugar, modo, intensidade aos verbos.
Os advérbios têm, na oração, a função de
adjuntos adverbiais.
A criança é muito chorona.
adjunto
adjetivo
adverbial de
intensidade
O menino chora muito alto.
adjunto
adverbial de
intensidade
advérbio
31
Curso 04
Observe agora os destaques destas orações:
Marina Colasanti, escritora famosa, publicou um
livro sobre o amor.
Na primavera – estação das flores –, a cidade
fica mais bonita.
O motorista, um homem gordo e sorridente,
esperava-a.
Veja que o termo destacado nas frases serve para
explicar, identificar, esclarecer um outro termo da
oração. Esse termo recebe o nome de aposto e,
nesses casos, vem separado por vírgulas ou
travessão.
Veja outro exemplo:
Poeta romântico , Álvares de Azevedo morreu cedo.
aposto
Nessa oração, temos o aposto colocado antes do
termo a que se refere.
Agora, observe:
Só está faltando uma coisa: a sua mala .
aposto
Roubaram tudo: dinheiro, documentos, jóias.
uma infinidade de cidades (termo genérico), mas
apenas uma é o Rio de Janeiro.
Observe as palavras destacadas nestas frases:
Amigos, entrem logo!
Meu filho, não anda na chuva!
“Serenai, verdes mares!” (José de Alencar)
Olá comadre, como vai?
A fidelidade, meus amigos, é a base do
casamento.
Rex, volta aqui!
Certamente você notou que o termo destacado
nas frases tem a função de indicar as pessoas ou
seres a quem nos dirigimos. Esse termo é o
vocativo (palavra que vem do latim vocare e que
significa chamar).
O vocativo se refere sempre à 2a pessoa do
discurso, ao ser ao qual nos dirigimos. Esse ser
pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real
ou uma entidade abstrata personificada.
Observe que o vocativo vem sempre separado por
vírgulas, pode aparecer no início, no meio ou no
final da oração e ser antecedido por uma
interjeição de apelo (ó, olá, eh!).
Eh! menino, vem logo!
Responda aos exercícios.
aposto
Desejo-lhe uma coisa: saúde .
aposto
Nesses exemplos, o aposto vem ao final da oração
e depois de dois pontos.
Exercícios
I – Relacione as colunas escrevendo, nos parênteses,
a letra adequada.
Há ainda um outro tipo de aposto denominado
aposto de especificação. Veja:
a cidade do Rio de Janeiro
aposto
o rio Amazonas
aposto
rua Osvaldo Cruz
aposto
O aposto de especificação, que não é separado
por nenhuma pontuação, especifica ou
individualiza um termo genérico. Por exemplo, há
1.
2.
3.
4.
A. adjunto adnominal
B. adjunto adverbial
C. aposto
D. vocativo
( ) Renato, vem comigo!
( ) Meu vestido azul rasgou.
( ) Todos chegaram tarde.
( ) Zico, ex-jogador do Flamengo, é dono
de uma escola de futebol.
II – Sublinhe os adjuntos adnominais e circule os
adjuntos adverbiais..
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Ontem comprei um sapato marrom.
Esta parede amarela será pintada novamente.
Nesta escola, ninguém usa uniforme.
Comprei meu carro novo em Goiânia.
A resposta do menino não estava incompleta.
Nossa encomenda chega hoje.
32
Curso 04
III – Dê a função sintática das expressões destacadas.
1. Alunos, dirijam-se à sala.
________________________________________
UNIDADE 10 – Descrição, narração
e dissertação
2. D. Pedro I, imperador do Brasil, foi um
homem sábio.
________________________________________
Objetivos: Identificar textos descritivos, narrativos
e dissertativos e elaborar parágrafos dissertativos.
3. Às vezes, penso em você.
________________________________________
4. Sim, meu irmão, um brinde aos bons tempos!
________________________________________
5. Carlos Drummond de Andrade, nosso poeta
maior, influenciou mais de uma geração.
________________________________________
6. Aquele senhor nunca mais voltou.
________________________________________
Você já sabe descrever e narrar. Contudo, antes
de iniciarmos o estudo desta modalidade de
redação, a dissertação, vamos rever as
características da descrição e da narração.
Leia os textos a seguir, observando as
características de cada um e procurando identificar
a modalidade narrativa a que pertencem.
1.
Ana tinha agora diante de si três caras
morenas, curtidas pelo vento e pelo sol.
Ali estava o pai, com os grossos bigodes
grisalhos, o corpo pesado e retaco, o ar
reconcentrado; Antônio, alto e ossudo, os
cabelos pretos e duros, e Horácio, com
seu rosto de menino, o buço ralo e os
olhos enviesados. Em todas aquelas caras
havia um retesamento de músculos, já
uma rigidez agressiva.1
2.
Ana entrou no rancho e contou tudo à
mãe, que estava junto do fogão botando
no forno uma forma de lata com broas de
milho. D. Henriqueta escutou-a em
silêncio, tapou o forno, ergueu-se
limpando as mãos na fímbria da saia e
fitou na filha os olhos tristes e
assustados.2
3.
As figuras femininas que integram a vasta
galeria de personagens de Érico Veríssimo
são particularmente famosas. O escritor
que soube criar o Capitão Rodrigo, soube
também dar vida a mulheres inteiras e
convincentes. Elas são muitas na extensa
obra. Mas pode-se dizer que nenhuma
traz tanta beleza, tanto amor e altivez,
um destino tão tristemente forte como
Ana Terra. Esta é e será sempre uma das
mulheres mais bem concebidas da
literatura em língua portuguesa.3
7. Ele afastou-se apressadamente.
________________________________________
8. Olhe, João, vim pedir desculpas.
________________________________________
9. Graciliano Ramos, escritor nordestino, é autor
de obras memoráveis.
________________________________________
10. Não, querido, não sou teu anjo da guarda.
________________________________________
IV –
Escreva nos parênteses, A para os adjuntos
adnominais e B para os complementos nominais.
1. (
) O diretor proibiu as manifestações dos
empregados.
2. (
) As detetives foram hábeis na passagem
de informações.
3. (
) A ação do treinador é indispensável.
4. (
) A educação visa à formação do caráter.
Chave de correção
I – 1. ( D );
2. ( A );
3. ( B );
4. ( C ).
II – 1. Ontem comprei um sapato marrom.
2. Esta parede amarela será pintada novamente .
3. Nesta escola ninguém usa uniforme.
4. Comprei meu carro novo em Goiânia .
5. A resposta do menino não estava incompleta.
6. Nossa encomenda chega hoje .
III – 1. vocativo;
3. adjunto adverbial;
5. aposto;
7. adjunto adverbial;
9. aposto;
IV – 1. ( A );
1
2
2. ( B );
2. aposto;
4. vocativo
6. adjunto adnominal;
8. vocativo;
10. vocativo.
3. ( A );
4. ( B ).
Veríssimo, Érico, Ana Terra. Porto Alegre: Globo, 1971. p.10.
Idem p.10/11.
3
Apresentação do romance Ana Terra pelo editor.
Agora veja.
1. O primeiro trecho é descritivo. Ele nos
apresenta as características físicas de três
personagens.
33
Curso 04
O texto descritivo trabalha com a nossa
capacidade de percepção, com os nossos cinco
sentidos. No texto em questão, o sentido
predominante é a visão. O narrador descreve
aquilo que seus olhos vêem e nós, que o lemos,
vemos os personagens através de seus olhos.
Mas você sabe que há textos descritivos muito
mais completos. Sabe que, ao elaborarmos
uma descrição, podemos transmitir outras
sensações, como os odores, os sons, o gosto
das coisas e as sensações de frio ou calor, por
exemplo.
2. O segundo trecho é narrativo. É um pequeno
trecho de uma narrativa maior. Narrar é contar.
A narração exige muita imaginação criadora,
pois, ao narrar, criamos personagens,
construímos enredos. Criamos também o
narrador, decidimos se ele participa ou não,
como personagem, da história contada ( Você
notou que no texto em questão, o narrador não
participa da história?). Não devemos esquecer
também que na narração pode e deve estar
incluída a descrição dos personagens e dos
ambientes que compõem a história. Repare
como o narrador se refere aos olhos “tristes e
assustados” de D. Henriqueta.
3. O terceiro texto é dissertativo. Nele o autor
elogia os personagens criados por Érico
Veríssimo, destacando Ana Terra, por ele
considerada como uma das mais importantes
criações femininas da literatura de língua
portuguesa.
Introdução
(apresenta
o assunto a
ser discutido)
Desenvolvimento
(apresenta a
argumentação)
Conclusão
As figuras femininas que
integram a vasta galeria
de personagens de Érico
Veríssimo são particularmente famosas.
O escritor que soube
criar o Capitão Rodrigo,
soube também dar vida
a mulheres inteiras e
convincentes. Elas são
muitas na extensa obra.
Mas pode-se dizer que
nenhuma traz tanta
beleza, tanto amor e
altivez, um destino tão
tristemente forte como
Ana Terra.
Esta é e será sempre
uma das mulheres mais
bem concebidas da
literatura em língua
portuguesa.
A coincidência entre as partes da dissertação e
as do parágrafo não se deu por acaso. Você já
sabe que o parágrafo é a unidade do texto, que
tem por função agrupar as frases que tratam do
mesmo assunto. Por sua vez, o parágrafo
dissertativo também tem as suas partes, que são:
tópico frasal, desenvolvimento e conclusão.
Veja:
Vemos, então, que a dissertação é um texto
composto por idéias ou opiniões sobre um
determinado assunto.
1o Tópico frasal – é a frase que indica o assunto
a ser tratado no parágrafo. Essa frase,
geralmente, é a primeira do parágrafo.
Na dissertação, devemos desenvolver um
raciocínio e apresentar argumentos que defendam
a nossa posição (o nosso ponto de vista).
2o Desenvolvimento – são as frases que
explicam, exemplificam ou justificam o assunto
indicado no tópico frasal.
O texto que apresentamos é constituído de apenas
um parágrafo , é um comentário rápido, mas,
mesmo assim, podemos encontrar nele as três
partes fundamentais da dissertação: a introdução,
o desenvolvimento e a conclusão.
3o Conclusão – expressa a opinião ou conclusão
do autor sobre o assunto tratado no parágrafo.
Os parágrafos podem não apresentar
conclusão. Ela só é necessária se o parágrafo
for o último de um texto dissertativo. Quando
há conclusão, ela é sempre a última frase e
geralmente vem antecedida das conjunções:
portanto, então, logo.
34
Curso 04
Vimos, então, que o parágrafo é uma unidade de
idéias. As frases que o compõem devem estar
diretamente relacionadas com o assunto
apresentado no tópico frasal. Isso deve ser
observado com muita atenção: um parágrafo só
pode tratar de um assunto. Ao tratar de um novo
assunto, crie um novo parágrafo.
Realize agora os exercícios propostos.
II – Elabore um parágrafo dissertativo dando a sua
opinião sobre algum problema da cidade em
que você vive.
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
Exercícios
I – Escreva, nos espaços, o nome da modalidade de
redação predominante em cada um dos trechos
a seguir .
___________________________________________
1. ______________________________________
___________________________________________
É possível que, de todos os personagens que
povoam O Tempo e o Vento, Ana Terra só
perca em fascínio para o já lendário Capitão
Rodrigo Cambará. Nem seu filho Pedro, nem
mesmo sua neta Bibiana, ninguém mais se
coloca num plano tão aproximado da
consagração pública, da devoção sucessiva dos
leitores. É que Ana Terra, como o bravo capitão,
encerra muito de símbolo na sua vida corajosa
e sofrida.5
___________________________________________
3. ______________________________________
6
___________________________________________
___________________________________________
O sol batia de chapa no toldo de palha e a
cabana estava quente como um forno. Ana
via os irmãos comendo e suando, as caras
barbudas e reluzentes, a testa gotejando, as
camisas empapadas. O panelão de feijão, com
pedaços de lingüiça e toicinho, fumegava no
centro da mesa, e moscas voavam no ar
pesado.6
5
___________________________________________
Numa noite de lua cheia Horácio saiu para o
campo a caçar tatu e voltou pela madrugada
trazendo uma mulita magra. No dia seguinte a
mãe preparou a caça para o almoço e Maneco
e Horácio mostraram-se satisfeitos, pois a
carne de mulita era muito apreciada por todos.
Pedro, porém, recusou-se a comê-la com uma
veemência que quase se aproximava do horror.
– Não gosta? – perguntou D. Henriqueta.
– Nunca provei.
– Pois então prove.
O índio sacudia a cabeça obstinadamente.
– Mas não tem outra coisa – avisou ela. – Só
tatu e abóbora.4
2. ______________________________________
4
___________________________________________
Ana Terra, p.23.
Orelha do romance Ana Terra.
Ana Terra, p,36.
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
Chave de correção
I – 1. narração;
2. dissertação;
3. descrição.
II – Você deve ter elaborado seu parágrafo observando a unidade
de idéias. Ele deve ter um tópico frasal, indicando o assunto
que vai ser tratado. Em seguida, vem o desenvolvimento,
composto por frases que explicam, exemplificam ou
justificam o assunto indicado e, por fim, deve haver uma
frase conclusiva.
Veja como poderia ser um parágrafo dissertativo sobre um
problema de Brasília.
Brasília, cidade nova e planejada, não deveria ter
os problemas que angustiam os habitantes das
grandes e velhas cidades. No entanto é preciso que
os governantes solucionem os problemas de trânsito
e, principalmente, a falta de estacionamentos. Caso
contrário, brevemente, não poderemos mais sair de
casa, pois não teremos onde deixar o carro.
Curso 04
UNIDADE 11 – Elas estão à procura
de outro homem
Objetivo: Ler e interpretar textos.
Leia, com atenção, mais um texto de Marina
Colasanti.
ELAS ESTÃO À PROCURA DE OUTRO HOMEM
O público consumidor dos romances de amor é
prevalentemente feminino. A primeira razão
alegada para isso é sempre o “romantismo” das
mulheres, entendendo-se por “romantismo” um
certo tipo de alienação açucarada que as levaria
a procurar no amor fantástico a solução de suas
vidas. Já vimos como as mulheres lidam com o
amor imaginário. Vamos ver agora como o
mercado lida com os sonhos das mulheres.
Desde a safra Delly, que data do princípio do
século, os romances de amor passaram a ter uma
cor e uma definição femininas: são os romances
cor-de-rosa. Bastaria isso para torná-los
proibitivos ao público masculino. Um macho
bigodudo não leria Delly, assim como não usaria
cuecas “pink”. Ambos seriam um atentado à sua
virilidade.
A partir daí, a coisa intensificou-se. Hoje, todas
as coleções de romances de amor, as de livrarias
e sobretudo as de bancas de jornais, têm na capa
apelos tipicamente femininos, quer na parte
gráfica – que em alguns mais parece um risco de
bordado, cheio de flores e corações –, quer nas
ilustrações, quer nos títulos. No Brasil, várias
coleções foram batizadas com nomes de mulher,
como Sabrina ou Júlia. Nada, no exterior desses
livros, levaria um homem a comprá-los. Ou melhor,
dentro da atual divisão de papéis masculino/
feminino, tudo o afasta deles. Esses romances
tornaram-se tão exclusivamente femininos quanto
o sutiã ou os absorventes higiênicos.
O conteúdo não trai as promessas de capa. Não
só são escritos quase que apenas por mulheres,
como se dirigem só a elas. A personagem central
é sempre uma mulher. O homem que ela ama
obedece ao estereótipo clássico do macho
idealizado: é bonito, mais velho, forte, rico e
aparentemente distante ou difícil. Mas se revelará
doce e terno ao final, quando seu amor pela
heroína explodir em toda a intensidade. A maioria
desses romances não tem violência, e muitos não
35
têm sequer sexo. Tudo se passa no plano da
expectativa, do
por-vir. A felicidade não se
encontra no presente, mas sim no futuro que já
está a caminho.
As mulheres, portanto, não procuram esses livros
tão espontaneamente quanto parece. Nem os
homens tão espontaneamente se afastam deles.
O que existe é uma manipulação, realizada através
de um produto preparado para atingir só o públicoalvo. Um público valioso, porque além de ter poder
aquisitivo – as mulheres que trabalham têm seu
próprio dinheiro, e as que não, controlam grande
parte do orçamento doméstico –, costuma ter mais
interesse em leitura; uma pesquisa realizada na
França mostrou que, em 1983, os compradores
de livros foram 9,2 milhões de homens, para 11,6
milhões de mulheres.
E por que esse produto agrada tanto às mulheres?
Primeiro porque, como já vimos, apesar da
aparente inocência, mexe com emoções
profundas. E as mulheres estão, mais do que os
homens, ligadas a essas emoções. Segundo
porque reforça todo um quadro de “filiação”
feminina ao homem, que ainda está muito
arraigado em nós. Mas eu acho que há uma
terceira razão, que é o desapontamento da
mulher em relação ao homem.
Sem perceber, a sociedade cria uma grave
duplicidade na imagem masculina que a mulher
traz dentro de si. Desde o início lhe vende uma
imagem de homem absolutamente fantástico:
forte, maduro, centrado, protetor, que lhe dará
plena felicidade ao leito e saberá amá-la
romanticamente. Este homem impossível parece
encontrar identidade na força todo-poderosa e
equilibrada que é oficialmente atribuída ao pai.
Sem perceber o equívoco, as mulheres crescem
se preparando para esse homem.
Mas rumo à idade adulta, descobrem,
progressivamente, que ele não existe. Nenhum
homem pode reunir em si tantas qualidades. Os
homens são fortes ou fracos, maduros ou
imaturos, centrados ou aloprados. Podem dar
felicidade ao leito, mas as mulheres têm que
batalhar por ela. E quanto a amar romanticamente, costuma ser muito difícil para eles, que
tiveram cortado o trânsito com as emoções.
O entendimento tem que ser realizado com esse
novo homem, que é real, que existe e está
disponível. Mas, embora conseguindo-o, e
36
Curso 04
eventualmente até com bons resultados, fica no
coração da mulher a saudade daquele outro para
o qual havia preparado o enxoval que, nunca
usado, continua guardado com cheiro de alfazema
nas escuras arcas do seu ser. É esse outro que
ela vai procurar nos romances de amor, certa de
que não será desapontada.
Glossário
prevalentemente – principalmente.
fantástico – fantasioso, imaginativo.
alienação – falta de consciência dos problemas
sociais.
Delly – Madame Delly - pseudônimo dos irmãos
Fréderic Joseph e Marie H. de la Rosière, que,
nas décadas de 30/40 e 50, marcaram a
juventude de milhões de brasileiras.
“pink” – palavra da língua inglesa que significa
cor-de-rosa.
estereótipo – modelo, tipo.
manipulação – armação, maquinação.
por-vir (porvir) – que virá, futuro.
poder aquisitivo – poder de compra, isto é,
possuir dinheiro para comprar.
arraigado – enraizado.
Responda aos exercícios.
Exercícios
I – Reescreva as frases substituindo as palavras
destacadas por sinônimos.
1. ...“entendendo-se por ‘romantismo’ um certo
tipo de alienação açucarada”...
________________________________________
2. “Bastaria isso para torná-los proibitivos ao
público masculino.”
________________________________________
3. “Ambos seriam um atentado à sua virilidade.”
________________________________________
4. “Sem perceber o equívoco, as mulheres
crescem se preparando para esse homem.”
________________________________________
5. “Mas rumo à idade adulta, descobrem,
progressivamente, que ele não existe.”
________________________________________
6. “Nenhum homem pode reunir em si tantas
qualidades.”
________________________________________
II – Relacione os antônimos, escrevendo, nos
parênteses, a letra adequada.
A. superficiais
B. fatalmente
C. bruto
D. real
E. interior
F. próximo
1.
2.
3.
4.
5.
6.
(
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
)
exterior
idealizado
distante
terno
eventualmente
profundas
III – Com base no texto, responda.
1. Segundo a autora, três razões explicam o fato
de ser a mulher o público consumidor dos
romances de amor. Quais são essas razões?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
2. Quais são as estratégias de manipulação
utilizadas pelo mercado dos romances de amor
para atingir seu público-alvo?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
3. Por que os homens não lêem romances de
amor?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
4. Que argumentos a autora usa para explicar o
que ela chama de “desapontamento da mulher
em relação ao homem”?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
5. Explique este trecho do último parágrafo.
... “fica no coração da mulher a saudade
daquele outro para o qual havia preparado o
enxoval que, nunca usado, continua guardado
com cheiro de alfazema nas escuras arcas do
seu ser.”
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Chave de correção
I – Você deve ter reescrito os trechos substituindo os termos
em destaque por:
1. adocicada;
2. proibidos; 3. masculinidade;
4. engano;
5. percebem (ou notam);
6. ter (ou possuir).
II – 1. ( E ); 2. ( D ); 3. (F ); 4. ( C ); 5. ( B ); 6. ( A ).
37
Curso 04
III – 1. A primeira delas é o alegado “romantismo” das
mulheres, que as leva a procurar, no amor idealizado,
a solução de suas vidas. A segunda razão são as
estratégias de manipulação usadas pelo mercado de
romances para atrair e envolver as mulheres. A
terceira é o desapontamento das mulheres em
relação ao homem real, o que as leva a procurar o seu
herói idealizado nos romances.
2. A estratégia de sedução já começa na capa, que tem
apelos tipicamente femininos: desenhos de flores e
corações e títulos com nomes de mulher. O conteúdo
combina com a capa. Os romances são, geralmente,
escritos por mulheres e dirigidos às mulheres. A
personagem central é sempre uma mulher que luta
pelo amor de um homem perfeito: bonito, rico, forte,
doce e terno. Esses romances não contêm violência e,
muitas vezes, nem sexo. “Tudo se passa no plano da
expectativa.” A felicidade se encontra no futuro que
está a caminho.
3. Dirigidos às mulheres e tipicamente “cor-de-rosa”,
esses romances representam “um atentado” à
virilidade masculina.
4. A autora responsabiliza a sociedade por criar para a
mulher uma imagem fantasiosa do homem: “forte,
maduro, centrado, protetor.” É para esse homem que
as mulheres se preparam. E, na idade adulta,
descobrem que não existe, que ninguém é tão
perfeito. Elas têm, então, que se contentar com o
homem real e com todos os seus defeitos.
5. Mesmo conseguindo se entender com o homem real,
fica no coração da mulher a saudade do homem
idealizado, do príncipe encantado, com o qual havia
sonhado tanto e que nunca encontrou. O “enxoval
nunca usado” são os sonhos não realizados que
ficaram guardados no fundo do coração (“as escuras
arcas do seu ser”).
UNIDADE 12 – Coerência entre as
idéias
Objetivo: Empregar conjunções que completem
coerentemente o sentido de frases.
Leia primeiro. Comente depois.
Na terceira, encontramos a palavra quando
unindo duas orações que se completam, sendo
que a segunda é termo sintático da primeira.
Observe como ela tem a função de um adjunto
adverbial de tempo da primeira oração, pois está
indicando a circunstância de tempo em que ocorre
a ação da primeira oração.
As palavras invariáveis que servem para relacionar
dois termos da mesma oração ou duas orações,
sintaticamente independentes ou não, chamamse conjunções.
Ao relacionar termos e orações, as conjunções
estão relacionando idéias. E essas idéias devem
ser relacionadas com coerência (com lógica) para
que o sentido da frase não seja prejudicado.
Leia as frases:
Ela não é bonita, como também tem um belo
sorriso.
Não é só preguiçoso, porém é mal-educado.
Estava cansado, por isso foi trabalhar.
Veja que não há lógica em nenhuma das frases.
Podemos dizer que uma pessoa que não é bonita,
tem um belo sorriso. Não podemos é usar a
conjunção como também entre as duas idéias
que são opostas. Vamos, então, trocá-la pela
conjunção adequada.
Veja:
Ela não é bonita, mas tem um belo sorriso.
Observe as palavras destacadas:
Embora não seja bonita, tem um belo sorriso.
As mulheres adultas e as jovens lêem romances
de amor.
Já, na segunda frase, as idéias de que alguém é
preguiçoso e mal-educado não são opostas, por
isso a conjunção porém não é apropriada.
Leia primeiro e comente depois.
Lia muito quando era jovem.
Na primeira frase, temos a palavra e ligando dois
termos de uma oração: as mulheres adultas e as
jovens.
Na segunda, vemos a mesma palavra e ligando
duas orações sintaticamente independentes, isto
é, uma não é termo da outra, uma não completa
o sentido da outra.
Veja:
Veja essa frase com a conjunção certa:
Não só é preguiçoso, como também é maleducado.
As idéias se somam.
Na última frase, temos a informação de que a
razão de alguém ter ido trabalhar foi o fato de
estar cansado, o que é incoerente. Alguém pode
trabalhar mesmo estando cansado, mas não por
causa disso.
Veja a frase com uma conjunção adequada:
38
Curso 04
Estava cansado, contudo foi trabalhar.
Dormiu cedo porque estava cansado.
ou
Embora estivesse cansado, foi trabalhar.
Entraram rapidamente pois os pais haviam
chegado.
Vimos, então, que, para relacionarmos
corretamente as idéias, devemos usar a conjunção
adequada.
Observe que, no período em que aparece a
causal, existe, necessariamente, uma relação de
causa e efeito.
Existem vários tipos de conjunções e locuções
conjuntivas. Vamos estudar as principais.
Veja:
Indicam idéias opostas:
• adversativas – mas, porém, contudo, todavia,
no entanto.
Estava doente, mas não ficava quieto.
Quando alguém está doente, espera-se que fique
quieto, mas a informação que se tem a dar é,
justamente, contrária ao que se espera, usa-se
então uma conjunção adversativa entre as
orações.
porque estava cansado → causa
dormiu cedo → efeito
chegada dos pais → causa
entrada rápida → efeito
Indicam conclusão ou conseqüência:
• conclusivas – logo, portanto, por conseguinte,
por isso, pois (depois de verbo).
As árvores balançam, logo está ventando.
Veja outros exemplos:
A estrada está seca, portanto não choveu.
Ficou triste, porém não chorou.
Observe que as orações introduzidas pelas
conclusivas indicam uma conclusão: concluímos
que está ventando porque as árvores balançam;
concluímos que não choveu porque a estrada
está seca.
Trabalhou muito, no entanto continua pobre.
• concessivas – embora, enquanto, apesar de
que, ainda que. Exprimem a idéia de concessão
(ato de conceder, de permitir uma idéia
contrária).
Veja como é usada a conjunção conclusiva pois,
depois de verbo.
Lerei esse livro, embora ele seja açucarado.
Essa doença é curável, deves, pois, tratar-te.
Comprarei seu livro, ainda que seja caro.
• consecutivas – que (precedido dos termos
intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes,
subentendidos), de sorte que, de modo que,
de forma que, de maneira que, sem que, que.
Indicam justificativa, causa, motivo:
• explicativas – que, porque, porquanto, pois
(antes de verbo).
Venha depressa, que eles já estão aqui.
Não solte balões, porque podem causar
incêndios.
Deve ter chovido, pois a rua está molhada.
Veja que as explicativas introduzem orações que
apresentam uma justificativa para o fato declarado
na primeira oração. A oração que antecede a
explicativa traz o verbo geralmente no imperativo
ou numa forma hipotética.
• causais – porque, que, pois, como, porquanto,
visto que, visto como, já que, uma vez que,
desde que.
Fazia tanto frio que meu nariz estava gelado.
Seus olhos doíam tanto que mal podia ler.
Note que essas conjunções introduzem uma
conseqüência, um efeito, um resultado: o frio era
tanto que sua conseqüência era o nariz gelado, a
dor nos olhos era tanta que mal podia ler.
Veja exemplos com os termos conclusivos
subentendidos.
Bebia que era uma lástima!
(Bebia tanto que era uma lástima!)
Chovia que era um horror!
(Chovia tanto que era um horror!)
39
Curso 04
Indicam adição (soma), acrescentamento:
Explico tudo se você ficar calmo.
• aditivas – e, nem, mas também, mas ainda,
senão também, como também, bem como.
Lerei este livro, desde que não seja açucarado.
“A maioria desses romances não tem violência e
muitos não têm sequer sexo.”
Não só é preguiçoso, como também é mal
educado.
Veja que ligadas pelas aditivas as idéias se
somam.
Indicam alternativa, alternância:
• alternativas – ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer.
Ela nos levará, contanto que cheguemos cedo.
Se chegarmos tarde, não haverá mais ninguém.
As condicionais indicam uma hipótese ou uma
condição necessária para que algo seja ou não
realizado.
Indicam circunstância de tempo:
• temporais – quando, enquanto, logo que,
desde que, assim que, até que, agora que.
Quando escurecer, iremos embora.
Ou você estuda, ou arruma um emprego.
Logo que escurecer, sairemos.
Ora ria, ora chorava.
Desde que ele chegou, muitas coisas
aconteceram.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre levava a
pior.
Indicam fatos que ocorrem juntos, simultaneamente:
• proporcionais – à proporção que, à medida
que, ao passo que, enquanto, quanto mais...
(tanto menos), quanto menos... (tanto mais),
quanto mais... (mais), (tanto) ...quanto.
Ela engordava à proporção que comia.
Ela se cansava à medida que corria.
Quanto mais corria, tanto mais se cansava.
Quanto mais comia, mais engordava.
Observe que os fatos ligados pelas proporcionais,
além de ocorrerem simultaneamente, variam um
de acordo com o outro.
Começou a chover assim que ele saiu.
Exercícios
I – Complete as frases com um fato que se ligue
coerentemente ao primeiro pela conjunção
indicada.
Modelo:
.
Quanto mais comia doces, tanto mais.
(fato simultâneo)
Quanto mais comia doces, tanto mais engordava.
1. Trocou a cidade pelo campo a fim de
________________________. (finalidade)
2. Pedro e Paulo eram amigos até que
________________________. (fato que fez
terminar a ocorrência do outro)
Indicam finalidade:
3. A menina começou a andar logo que
______________________. (fato imediato)
• finais – para que, a fim de que, que.
Fiz-lhe sinal para que se levantasse.
4. Conserte as goteiras antes que
_________________________. (fato que
ocorrerá depois)
Falou em voz bem alta a fim de que todos o
escutassem.
5. A colheita foi boa porque
_________________________________. (causa
ou motivo)
Fiz-lhe sinal que se levantasse.
6. A colheita foi tão boa que
_______________________________.
(conseqüência)
Observe que as finais ligam os fatos ao seu
objetivo, à sua finalidade.
Indicam condição:
• condicionais – se, caso, contanto que, sem
que, a não ser que.
7. Estudou muito, porém
______________________________. (idéia
oposta)
8. Não só é bonita, como também
______________________________. (idéia de
adição)
40
Curso 04
9. Nem é bonita, nem
____________________________________.
(idéia de adição)
10. Não pode ver um doce, que não
_____________________________.
(conseqüência)
II – Usando as conjunções embora e entretanto, ligue
as idéias de modo que as frases se tornem
coerentes.
• Sabia toda a matéria. Errou a maior parte da
prova.
a. Embora soubesse toda a matéria, errou a
maior parte da prova.
b. Sabia toda a matéria, entretanto errou a
maior parte da prova.
1. Queria fazer economia. Comprava tudo o que
encontrava.
a. ______________________________________
b. ______________________________________
2. Estava doente. Não queria ficar em casa.
a. ______________________________________
b. ______________________________________
3. Gostava da namorada. Não queria continuar o
romance.
a. ______________________________________
b. ______________________________________
III – Preencha as lacunas com as conjunções que
completam coerentemente as frases.
1. Estava doente ______________________ não
foi ao médico.
(idéia contrária)
2. Estava doente ______________________ foi ao
médico.
(conclusão)
3. Foi ao médico ______________________ estava
doente.
(causa)
4. ____________________ estivesse doente, iria
ao médico. (condição)
IV – Escreva nos parênteses, a letra adequada.
1.
2.
3.
4.
5.
A. idéia contrária
B. acrescentamento
C. justificativa
D. conclusão
E. alternâcia
( ) O comerciante comprou o carro e o
vendeu.
( ) Ou estuda ou trabalha.
( ) Apressa-te, porque o tempo é escasso.
( ) Pagou a compra, portanto poderia levá-la.
( ) Querem ficar ricos, mas não trabalham
V – Reescreva as frases substituindo as conjunções
destacadas por outras de igual significado,
mantendo a coerência da frase.
1. O doente sofre, contudo não se queixa.
________________________________________
2. Comprarei o carro desde que não seja caro.
________________________________________
3. Ela vestia-se bem, embora fosse pobre.
________________________________________
4. Saiu correndo uma vez que estava atrasado.
________________________________________
Chave de correção
I – 1. Trocou a cidade pelo campo a fim de melhorar sua
saúde. (ou descansar)
2. Pedro e Paulo eram amigos até que brigaram.
3. A menina começou a andar logo que fez 1 ano.
4. Conserte as goteiras antes que chova.
5. A colheita foi boa porque choveu. (ou fez bom
tempo)
6. A colheita foi tão boa que vamos comemorar.
7. Estudou muito, porém não foi aprovado. (ou não
passou, ou não aprendeu)
8. Não só é bonita, como também é simpática. (ou
qualquer outra qualidade)
9. Nem é bonita, nem é rica. (ou qualquer outra
qualidade)
10. Não pode ver um doce, que não o queira comer.
II – 1. a. Embora quisesse fazer economia, comprava tudo o
que encontrava.
b. Queria fazer economia, entretanto comprava tudo o
que encontrava.
2. a. Embora estivesse doente, não queria ficar em
casa.
b. Não queria ficar em casa, entretanto estava
doente.
3. a. Embora gostasse da namorada, não queria
continuar o romance.
b. Não queria continuar o romance, entretanto
gostava da namorada.
III – 1. Estava doente, mas não foi ao médico. (ou
entretanto, no entanto, contudo, todavia, porém)
2. Estava doente, por isso foi ao médico. ( ou portanto,
por conseguinte, logo)
3. Foi ao médico porque estava doente. (ou pois)
4. Se estivesse doente, iria ao médico.
IV – 1. ( B ); 2. ( E ); 3. ( C ); 4. ( D ); 5. ( A ).
V – 1. O doente sofre, mas não se queixa. (ou porém,
todavia, entretanto, no entanto)
2. Comprarei o carro, contanto que não seja caro.
3. Ela vestia-se bem, ainda que fosse pobre.
4. Saiu correndo, pois estava atrasado. (ou porque, já
que, visto que).
UNIDADE 13 – Pontuação
Objetivo: Empregar adequadamente ponto, ponto
de exclamação, ponto de interrogação, vírgula,
ponto-e-vírgula, dois-pontos, aspas, travessão,
parênteses, reticências.
A pontuação tem a importante função de facilitar
a leitura e a compreensão das orações e dos
períodos. Através dos sinais de pontuação,
podemos:
• assinalar as pausas e as inflexões (a entoação)
da voz na leitura;
41
Curso 04
• separar palavras, expressões e orações que
devem ser destacadas;
• esclarecer o sentido da frase, evitando ambigüidades.
Ótimo!
Que susto!
Parabéns!
Volte aqui!
Leia a história, a seguir, que ilustra o poder da
pontuação.
Vírgula
Uma cidade estava cercada por tropas inimigas,
que só esperavam as ordens de seu soberano para
abrir fogo contra a população.
O soberano envia, finalmente, um telegrama com
a mensagem:
A vírgula é o sinal de pontuação que indica uma
pausa de certa duração. Pode ser usada para
separar os termos de uma oração, ou para separar
as orações dentro de um período.
Fogo, não poupem a cidade!
Na nossa língua, a ordem normal dos termos na
oração é a seguinte:
No entanto o telegrafista trocou a posição da
vírgula, e a mensagem ficou assim:
sujeito – verbo – complementos – adjuntos
adverbiais.
Fogo não, poupem a cidade!
Quando os termos da oração estão nessa ordem,
eles estão na ordem direta (ou ordem lógica) e
não se separam por vírgula.
Com isso salvaram-se a cidade e os seus
habitantes.
Vamos ver agora como devem ser usados os
principais sinais de pontuação.
Ponto final
É usado no final de período. Na leitura, indica
uma pausa. Não podemos emendar um período
ao período seguinte sem fazermos essa pausa.
“Já vimos como as mulheres lidam com o amor
imaginário. Vamos ver agora como o mercado lida
com os sonhos das mulheres.”
É usado também nas abreviaturas.
Veja:
As mulheres lêem romances de amor com
interesse.
Não se usa, portanto, vírgula entre o sujeito e o
predicado, entre o verbo e seu complemento e
entre o nome e seu adjunto.
A vírgula no interior da oração
1. Alguns termos que se intercalam ou se
antepõem à ordem direta, quebrando a seqüência
natural da oração, devem ser separados por
vírgulas. Assim, são separados
Sr. (senhor)
Sra. (senhora)
p. (página)
a.C. (antes de Cristo)
M. Delly, autora de romances “cor-de-rosa”,
foi muito lida até os anos 50.
Ponto de interrogação
b) as expressões de caráter explicativo ou
corretivo (ou melhor, isto é, aliás)
É usado ao fim de um palavra, oração ou frase,
para indicar pergunta direta.
A qualidade literária dos seus livros, ou melhor, a
ausência de qualidade literária sempre foi notada.
Aonde?
Entendeu?
E por que esse produto agrada tanto às mulheres?
Não lerei esse livro amanhã, ou melhor, não o
lerei nunca.
Ponto de exclamação
É usado depois das interjeições, locuções ou
frases, para denotar entusiasmo, surpresa,
espanto, dor, ordem, etc.
a) o aposto
É um romance adocicado, isto é, romântico
demais.
c) as conjunções intercaladas
“As mulheres, portanto, não procuram esses livros
tão espontaneamente quanto parece.”
42
Curso 04
d) os adjuntos adverbiais antepostos ou
intercalados
“Desde a safra Delly, que data do início do
século, os romances de amor passaram a ter uma
cor e uma definição femininas: são romances corde-rosa.”
Várias coleções, no Brasil, foram batizadas com
nomes de mulher, como Sabrina ou Júlia.
Quando os adjuntos adverbiais forem constituídos
de uma só palavra, a vírgula não é obrigatória,
pois pode-se considerar que não há quebra da
seqüência lógica do enunciado.
As crianças agora estão quietas.
Agora as crianças estão quietas.
2. A vírgula é usada para separar o vocativo.
Mulheres, não sejam tão românticas!
Observa, leitora, como esse romance é
adocicado.
Não chore, leitora!
3. A vírgula é usada para marcar a omissão de
uma palavra na frase, geralmente o verbo.
Ela prefere os romances de amor e ele, romances
de aventura.
4. Usa-se a vírgula para separar os termos de
uma enumeração.
“O homem que ela ama obedece ao estereótipo
clássico do macho idealizado: é bonito, mais velho,
forte, rico e aparentemente distante ou difícil.”
A vírgula entre orações
1. As orações independentes (exceto as iniciadas
pela conjunção aditiva e) separam-se por vírgula.
Elas liam muito, porém liam obras de valor literário
duvidoso.
E volta, e recomeça, e se esforça, e consegue.
2. As orações que aparecem intercaladas (dentro
de outra oração) são geralmente separadas por
dupla vírgula ou duplo travessão:
Eu, disse o professor, não concordo com isso.
oração intercalada
Eu – disse o professor – não concordo com isso.
oração intercalada
Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula marca um pausa mais longa que
a vírgula e menos longa que a do ponto. É
empregado, principalmente, para separar
1. orações independentes de certa extensão ou
que já tenham vírgula no seu interior:
“Não dançou; viu, conversou, riu um pouco e
saiu.” (Machado de Assis)
2. os diversos itens de um considerando, de um
artigo de lei ou de uma enumeração. Observe um
trecho da Constituição Federal.
Art. 89. O conselho da República é órgão superior
de consulta do Presidente da República, e dele
participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria na Câmara dos
Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado
Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
Dois-pontos
Os dois pontos são empregados
Há casos em que a vírgula é usada antes da
conjunção e.
1. para anunciar a fala de personagens nas
histórias de ficção:
• Quando as orações tiverem sujeitos diferentes:
“Ana não respondeu. O rapaz tornou a perguntar:
As crianças brincavam, e os pais ficavam
observando.
— Os bandidos já foram?” (Érico Veríssimo)
• Quando a conjunção e vier repetida enfaticamente como recurso estilístico (essa figura
chama-se polissíndeto):
Bem diz o ditado: água mole em pedra dura, tanto
bate até que fura.
2. antes de uma citação
43
Curso 04
3. antes de certos apostos, principalmente nas
enumerações:
“O homem que ela ama obedece ao estereótipo
clássico do macho localizado: é bonito, mais velho,
forte, rico.”
Travessão
O travessão é empregado, principalmente, para
1. indicar a mudança de interlocutor nos diálogos:
4. para indicar um esclarecimento, um resultado
ou resumo do que se disse:
“– É ela, mãe? – sussurrou Pedro.
– Ela quem?
– A vovó.
– Tua avó está enterrada lá em cima da coxilha.
– É a alma dela.
– Não é nada, meu filho. Deve ser o vento.”
Mas eu acho que há uma terceira razão: o
desapontamento das mulheres em relação aos
homens.
2. substituir dupla vírgula, nas intercalações,
quando se quer dar destaque ao termo
intercalado:
“Desde o início lhe vende uma imagem de homem
absolutamente fantástico: forte, maduro,
centrado, protetor”...
Aspas
As aspas são usadas
1. no início e no fim de uma citação de outro
autor, para distingui-la do resto do texto. Se
quisermos citar a frase de Marina Colasanti, por
exemplo, devemos colocá-la entre aspas assim:
“A felicidade não se encontra no presente, mas
sim no futuro que já está a caminho.”
2. para pôr em evidência expressões ou conceitos.
Veja como no texto, a autora põe aspas na palavra
romantismo:
A primeira razão alegada para isso é sempre o
“romantismo” das mulheres, entendendo-se por
“romantismo” um certo tipo de alienação
açucarada....
3. para destacar palavras estrangeiras, gírias ou
expressões populares:
Ele era um “gentleman”. (gentleman: Palavra de
língua inglesa que significa cavalheiro).
O rapaz ficou “grilado” com a pergunta.
4. para destacar títulos de poemas, crônicas,
capítulos de livros:
“Elas estão à procura de outro homem.”
5. para destacar os títulos de livros, revistas e jornais, usa-se, preferencialmente, sublinhá-los. Nas
publicações, você vai encontrá-los em negrito ou
itálico:
E por falar em amor
E por falar em amor
E por falar em amor
“Hoje, todas as coleções de romances de amor,
as de livrarias e sobretudo as de bancas de jornais,
têm na capa apelos tipicamente femininos, quer
na parte gráfica – que em alguns mais parece um
risco de bordado, cheio de flores e corações –,
quer nas ilustrações, quer nos títulos.”
Parênteses
Os parênteses servem para isolar explicações,
indicações ou comentários explicativos. Podem ser
usados nos mesmos casos das vírgulas duplas e
do duplo travessão, mas, geralmente, indicam
uma separação mais acentuada.
Veja:
No mundo (quem não sabe disso?) a justiça é
um bem raro.
“Ela (a rainha) é a representação viva da mágoa”...
(Lima Barreto)
Observe como o escritor Érico Veríssimo usa os
travessões duplos e os parênteses em um mesmo
parágrafo.
“Quando cessaram as primeiras chuvas de inverno
– julho devia estar principiando – começaram a
semear. Lançaram as sementes nos sulcos
(quanto mais fundo o rego, melhor – sabia ele).”
Repare que, nesse parágrafo, os parênteses
representam um isolamento maior que o dos
travessões. Enquanto os travessões estão
separando uma informação adicional, os
parênteses estão isolando algo que, segundo o
narrador, devia estar na cabeça de um dos
personagens.
44
Curso 04
Reticências
As reticências são usadas para
1. marcar, nos diálogos, uma interrupção na
seqüência da frase:
“– Ou então eu ia embora...
– Mas pra onde?
– Pra Rio Pardo, pra qualquer outra parte...
– Mas fazer o quê?” (Érico Veríssimo)
2. indicar certa hesitação ou breve interrupção do
pensamento:
– Porque...não sei, porque...é meu destino.
3. sugerir movimento de continuação de um fato:
“E a vida passa...efêmera e vazia.”
4. indicar supressão de palavras numa frase
transcrita:
“O sertanejo é (...) um forte.” (Euclides da Cunha)
A frase inteira de Euclides da Cunha é:
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”.
Exercícios
I – Torne claras as frases, usando vírgulas onde for
necessário.
1. M. Delly escritora de romances cor-de-rosa já
foi muito famosa.
2. Todas as jovens portanto adoravam seus livros.
3. Desde muito jovem adorava romances.
4. Ele comprou gravatas e ela sapatos.
5. Minhas amigas isso não é literatura!
6. Os comerciantes naquele dia fecharam as lojas
mais cedo.
7. Zico ex-jogador do Flamengo parou de jogar.
8. A sua atitude ou melhor o seu comportamento
não merece elogios.
9. Chegou pediu silêncio aguardou alguns minutos
e começou a conferência.
II – Reescreva o parágrafo, colocando as vírgulas e
os pontos necessários. (Escreva com letra inicial
maiúscula toda palavra que vier após o ponto.)
Muitos anos mais tarde Ana Terra costumava
sentar-se na frente de sua casa para pensar no
passado e no seu pensamento como que ouvia
o vento de outros tempos e sentia o tempo
passar escutava vozes via caras e lembrava-se
de coisas...
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
III – Reescreva o parágrafo usando os pontos, os dois
pontos, as vírgulas e o travessão necessários.
(Não esqueça as letras maiúsculas.)
Uma tarde Ana Terra olhou bem para o filho e
começou a ver nele traços do pai os olhos meio
oblíquos as maçãs salientes o mesmo corte de
boca Pedrinho era um menino triste gostava de
passeios solitários e agora que completara onze
anos começava a fazer perguntas um dia indagou e
o meu pai
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
IV – Use parênteses onde for necessário.
1. A taipa estrutura de barro e madeira era muito
usada para a construção de casas.
2. Todo mundo comentava eu nunca vi que eles
brigavam muito.
3. Meus infiéis amigos! começou assim não estou
aqui para agradar-vos.
V – Coloque, onde for necessário, vírgula, dois pontos,
ponto, aspas, reticências e travessão.
1. Era por isso que muito mais tarde sendo já
mulher feita Bibiana ouvia a avó dizer quando
ventava noite de vento noite dos mortos
2. O visitante limitava-se a sacudir a cabeça e a
murmurar
São dessas coisas major são dessas coisas
Chave de correção
I – 1. M. Delly, escritora de romances cor-de-rosa, já foi
muito famosa. (aposto)
2. Todas as jovens, portanto, adoravam seus livros.
(conjunção intercalada)
3. Desde muito jovem, adorava romances. (adjunto
adverbial anteposto)
4. Ele comprou gravatas e ela, sapatos. (omissão do
verbo)
5. Minhas amigas, isso não é literatura! (vocativo)
6. Os comerciantes, naquele dia, fecharam as lojas mais
cedo. (adjunto adverbial intercalado)
7. Zico, ex-jogador do Flamengo, parou de jogar.
(aposto).
8. A sua atitude, ou melhor, o seu comportamento não
merece elogios. (expressão de caráter corretivo)
9. Chegou, pediu silêncio, aguardou alguns minutos e
começou a conferência. (orações independentes)
45
Curso 04
II – “Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se
na frente de sua casa para pensar no passado. E no seu
pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e
sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e
lembrava-se de coisas”...
III – “Uma tarde, Ana Terra olhou bem para o filho e começou
a ver nele traços do pai: os olhos meio oblíquos, as
maçãs salientes, o mesmo corte de boca. Pedrinho era
um menino triste, gostava de passeios solitários e, agora
que completara onze anos, começava a fazer perguntas.
Um dia indagou:
– E o meu pai?”
IV – 1. A taipa (estrutura de barro e madeira) era muito usada
para a construção de casas.
2. Todo mundo comentava (eu nunca vi) que eles
brigavam muito.
3. Meus infiéis amigos! (começou assim) não estou aqui
para agradar-vos.
V – 1. “Era por isso que, muito mais tarde, sendo já mulher
feita, Bibiana ouvia a avó dizer quando ventava:
– Noite de vento, noite dos mortos...”
2. “O visitante limitava-se a sacudir a cabeça e a
murmurar:
– São dessas coisas, major, são dessas coisas”...
De nada adianta uma grande argumentação se
não soubermos organizar a nossa dissertação.
Antes de tudo, precisamos saber diferenciar o
tema do título.
Então, veja.
O tema é o assunto sobre o qual escrevemos, ou
seja, é a idéia que é defendida ao longo da
dissertação.
O título é a expressão, geralmente curta, colocada
no início da redação. Ele é, na verdade, apenas
uma referência ao assunto tratado.
Observe a diferença entre o título e o tema no
texto de Marina Colasanti.
Título – “Elas estão à procura de outro homem”
Tema – As mulheres como consumidoras
prevalecentes de romances de amor.
Vamos ver agora um dos métodos mais fáceis de
elaborar uma dissertação.
UNIDADE 14 – Dissertação
Objetivo: Elaborar textos dissertativos.
No texto que você leu na unidade 6, a autora
parte da afirmação de que o público consumidor
de romances de amor é prevalentemente
feminino, em seguida, passa a tratar das razões
que levam as mulheres a serem as consumidoras
preferenciais desses livros.
O texto de Marina Colasanti é, portanto, um texto
de idéias, um texto dissertativo. Apresenta um
ponto de vista e uma argumentação para
fundamentar esse ponto de vista.
Todos nós pensamos sobre a vida, sobre o mundo
em que vivemos, sobre os problemas da nossa
comunidade. Todos nós temos opiniões. E
devemos saber defendê-las. A dissertação é um
exercício que nos ajuda a organizar nossas idéias.
Dissertar é debater, discutir, questionar, chegar a
uma conclusão.
Na dissertação, apresentamos um ponto de vista
a partir de um tema proposto. Temos, então,
liberdade para expressar nossa opinião. Toda
opinião é válida. O importante é saber defendêla. É saber argumentar. A argumentação é, por
isso, o elemento mais importante da dissertação.
E o que é argumentar? Argumentar é defender,
fundamentar, justificar, explicar, exemplificar.
Imagine que você deva dissertar sobre o mesmo
tema: As mulheres são as maiores consumidoras
de romances de amor.
A sua primeira atitude deve ser de escrever o tema
em uma folha de rascunho e fazer a pergunta:
Por quê?
Você deve pensar bastante antes de responder, e
então, você anota as respostas. Essas respostas
serão os argumentos da dissertação.
Veja:
Tema – As mulheres são as maiores consumidoras
de romances de amor.
Por quê?
1o – As mulheres são mais românticas que os
homens.
o
2 – Buscam nos romances cor-de-rosa a
satisfação para as suas fantasias.
o
3 – Isso é explorado pelo mercado que passou a
fazer das mulheres o seu público-alvo.
Tendo estabelecido o tema e os argumentos (no
caso estabelecemos três), temos o necessário
para começar a redigir a dissertação. Assim como
os outros tipos de redação já estudados (descrição
e narração), a dissertação é organizada em três
partes: introdução, desenvolvimento e
conclusão.
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Curso 04
Vamos agora redigir o parágrafo da introdução,
tendo, como base, as informações anteriores. Para
fazê-lo, basta copiar o tema e a ele acrescentar
os três argumentos apresentados.
Veja:
As mulheres são as maiores consumidoras de
romances de amor porque são mais românticas e
buscam nesses livros a satisfação para as suas
fantasias. Isso foi detectado pelo mercado que
passou a fazer das mulheres o seu público-alvo.
Na introdução, os argumentos são apenas
mencionados. A introdução informa sobre o
assunto a ser tratado. Os argumentos serão
desenvolvidos nos parágrafos seguintes. Cada
argumento em um parágrafo. Vamos, então, ao
desenvolvimento da dissertação.
1o argumento
Não há como negar que as mulheres são mais
românticas que os homens. A própria sociedade,
educando meninos e meninas de maneira diversa,
contribuiu para acentuar as diferenças que
naturalmente existem entre os sexos. Aos meninos
e rapazes tudo é permitido: as aventuras mais
arriscadas, a liberdade de brincar na rua, a
ausência de horários rígidos.
Enquanto às meninas restam as bonecas, as panelinhas de plástico, as casinhas de brinquedo,
os livros de contos de fadas.
2o argumento
Toda a preparação para o futuro lar e para a criação dos filhos, cultivada na infância, acentua-se
na adolescência. O príncipe encantado dos contos
de fada transforma-se no seu herói idealizado,
no seu modelo de felicidade, que agora é
encontrado nos romances “cor-de-rosa”.
3o argumento
E o que deveria ser uma leitura transitória, tornase permanente, porque o mercado, interessado
em vender, passa a fazer da mulher o seu públicoalvo, criando uma série de atrativos que tornam
esses livros irresistíveis: capas e títulos atraentes,
histórias preparadas para satisfazer todas as suas
fantasias, pois os “príncipes” dessas histórias são
os homens perfeitos que sempre povoaram seus
sonhos e que não coincidem com os homens reais
que ela tem encontrado na vida.
Para a dissertação ficar pronta, falta apenas a
conclusão. Veja como fazê-la.
Para redigir a conclusão, é preciso analisar as
partes já elaboradas, pois a conclusão será o fecho
de tudo o que dissemos. Podemos iniciá-la com
uma expressão (expressão inicial) que remeta ao
que foi dito nos parágrafos do desenvolvimento.
Depois devemos retomar o tema e a ele
acrescentar um comentário (uma opinião) sobre
os argumentos desenvolvidos.
Veja as partes da conclusão de nossa dissertação,
as quais se encontram numeradas e destacadas:
(1) expressão inicial
(2) retomada do tema
(3) comentário ou opinião.
Como vimos(1), se as mulheres são as maiores
consumidoras dos romances cor-de-rosa2, a
responsabilidade por essa escolha não é apenas
delas. A sociedade que as educou tão
diferentemente dos seus parceiros (criando
na mulher uma insatisfação com o homem
real) e a manipulação do mercado, (que a
presenteia com o homem perfeito), são,
certamente, tão ou mais responsáveis que
elas por essa escolha.(3)
Veja agora como ficou a dissertação completa,
acrescida de um novo título, mais adequado à
argumentação que escolhemos.
AS MULHERES COR-DE-ROSA
As mulheres são as maiores consumidoras de
romances de amor porque são mais românticas e
buscam nesses livros a satisfação para as suas
fantasias. Isso foi detectado pelo mercado, que
passou a fazer das mulheres o seu público-alvo.
Não há como negar que as mulheres são mais
românticas que os homens. A própria sociedade,
educando meninos e meninas de maneira diversa,
contribuiu para acentuar as diferenças que
naturalmente existem entre os sexos. Aos meninos
e rapazes tudo é permitido: as aventuras mais
arriscadas, a liberdade de brincar na rua, a
ausência de horários rígidos. Enquanto às meninas
restam as bonecas, as panelinhas de plástico, as
casinhas de brinquedo, os livros de contos de
fadas.
Toda a preparação para o futuro lar e para a
criação dos filhos, cultivada na infância,
acentua-se na adolescência. O príncipe encantado
dos contos de fadas transforma-se no seu herói
idealizado, no seu modelo de felicidade, que agora
é encontrado nos romances “cor-de-rosa”.
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Curso 04
E o que deveria ser uma leitura transitória, tornase permanente, porque o mercado, interessado
em vender, passa a fazer da mulher o seu públicoalvo, criando uma série de atrativos que tornam
esses livros irresistíveis: capas e títulos atraentes,
histórias preparadas para satisfazer todas as suas
fantasias, pois os “príncipes” dessas histórias são
os homens perfeitos que sempre povoaram seus
sonhos e que não coincidem com os homens reais
que ela tem encontrado na vida.
Como vimos, se as mulheres são as maiores
consumidoras dos romances cor-de-rosa, a
responsabilidade por essa escolha não é apenas
delas. A sociedade que as educou tão
diferentemente dos seus parceiros (criando na
mulher uma insatisfação com o homem real) e a
manipulação do mercado, (que a presenteia com
o homem perfeito) são, certamente, tão ou mais
responsáveis que elas por essa escolha.
Agora você já conhece todos os passos para a
elaboração da dissertação e está pronto para
começar a trabalhar. Passe, então, ao exercício.
Exercício
Faça uma dissertação a partir do seguinte tema:
O mundo moderno caminha para a sua própria destruição.
Ao elaborar sua dissertação não esqueça o esquema:
Título
Introdução
1o parágrafo
tema + argumento 1 + argumento 2
+ argumento 3
Caso você não encontre três argumentos, pode usar apenas 1 ou 2.
Desenvolvimento
2o parágrafo
desenvolvimento do argumento 1
3o parágrafo
desenvolvimento do argumento 2
4o parágrafo
desenvolvimento do argumento 3
Conclusão
5o parágrafo
expressão inicial + reafirmação do tema
+ observação final
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Chave de correção
Veja como poderia ficar uma dissertação a partir do tema proposto
e feita segundo o esquema dado.
DESTRUIÇÃO: A AMEAÇA CONSTANTE
O mundo moderno caminha atualmente para sua própria
destruição, pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o
meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio
ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catástrofe
nuclear.
Nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação,
aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos
trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da
Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias,
testemunhamos conflitos na América Central que, envolvendo as
grandes potências internacionais, poderiam conduzir-nos a um
confronto mundial de proporções incalculáveis.
Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado
pela ambição desmedida de alguns, que promovem
desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais
atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de
tantas agressões, acabe por se transformar em um local inabitável.
Além disso, enfrentamos sério perigo relativo à utilização da energia
atômica. Quer pelos acidentes que já ocorreram e podem acontecer
novamente nas usinas nucleares, quer por um eventual confronto
em uma guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante
do poder avassalador desses sofisticados armamentos.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na
possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio.
É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de
conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver
às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será
mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
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Curso 04
Bibliografia consultada
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_____. Prosa e poesia 5. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1988.
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AZEVEDO, Dirce Guedes de. Palavra & criação: língua portuguesa. 6. ed. São Paulo: FTD, 1966.
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BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1980.
BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1988.
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CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO DE BRASÍLIA. Escola Aberta, Curso a distância. Supletivo 1o grau.
Língua portuguesa, módulo 01. Brasília: 1993.
_____. Supletivo de 1o grau. Língua Portuguesa, módulo 10. Brasília: 1995.
_____. Módulo 3. Brasília: 1993.
_____. Escola Aberta. Curso a Distância. Português: 1o grau, módulo 08. Brasília: CETEB, 1995.
_____. Escola Aberta. Curso a distância. Supletivo de 1o grau. Língua portuguesa, módulo 02. Brasília:
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_____. Escola Aberta. Português: 1o grau. Brasília:1993. Módulo 10.
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FARACO, Carlos Emílio. Para gostar de escrever. São Paulo: Ática, 1984.
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VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias da vida privada: 101 crônicas escolhidas. 22. ed. Porto Alegre:
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Curso 4 AS PALAVRAS E SUAS FUNÇÕES