2A
opinião
A GAZETA
CUIABÁ, DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2012
Dejamil
O tão brasileiro ‘jeitinho’
O
Editorial
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse na
última semana, que é o pessimismo histórico
do brasileiro o responsável pelas dificuldades
enfrentadas pelo país e que o “jeitinho”, chamado por ele
de criatividade e capacidade de improviso, ajudam a
resolver as coisas e, certamente, ajudarão muito o Brasil
a estar pronto para a Copa de 2014. Ele tem razão. E isso
não é novidade. Já foi dito inúmeras vezes, por
autoridades diferentes relacionadas ao Mundial, que se
não for de um jeito, vai ser do outro, mas a Copa há de
acontecer no Brasil. Ou seja. Se as obras não ficarem
prontas em tempo, o “jeitinho” brasileiro entra em cena e
o improviso dará a “maquiagem” certa para que pareça
estar tudo dentro do que foi planejado.
Mesmo que 44 das 55 obras de
infraestrutura urbana planejadas
para a Copa estejam atrasadas ou
Aldo Rebelo garante ainda nem tenham saído do papel,
que o evento será um Aldo Rebelo garante que o evento
será um sucesso e que é preciso
sucesso e é preciso
não dar muita importância aos
vencer o pessimismo números e vencer o pessimismo
herdado de Portugal herdado de Portugal.
Uma boa dose de otimismo
sempre é recomendável, ainda mais
quando a realidade que se vê é bem diferente daquela que
as autoridades insistem em divulgar. As obras correm um
sério risco de não ficar prontas a tempo e, com exceção
do deputado federal e jogador Romário, o brasileiro
parece ter medo de admitir que o país não fará bonito
conforme se propôs quando se candidatou a sediar o
mundial de futebol. Naquela época o otimismo imperava,
mas este foi sendo aos poucos dominado, não pelo
pessimismo, mas por uma realidade cruel que sempre
atrapalha a consolidação de bons planos e projetos para
o país.
Nos bastidores das obras da Copa estão aqueles - de
políticos a empreiteiros - que desviam e embolsam os
recursos indevidamente. Na visão de Aldo Rebelo, não é a
desonestidade de políticos ou cartolas que atrapalha o
bom andamento das obras e sim a má gestão dos recursos
por parte dos dirigentes das federações esportivas
brasileiras, que não sabem administrar o esporte e as
verbas públicas. Falta profissionalismo porque pessoas
sem competência são indicadas para cargos que exigem
competência. Isso acontece porque é preciso contemplar
partidos, padrinhos, apadrinhados e afins. Certamente, se
a indicação de ministros tivesse respeitado os padrões
americanos, por exemplo, onde o que valem são o
currículo e a competência profissional, os brasileiros não
teriam sido submetidos à vexatória dança das cadeiras
ministerial a que foram ao longo do ano passado.
A corrupção e os políticos estão historicamente
ligados e a roubalheira atrapalha, e muito, o bom
andamento das obras da Copa. A fiscalização intensiva
da correta aplicação dos recursos e verbas é uma faca de
dois gumes e acaba criando uma burocracia que atrasa o
que já deveria estar pronto.
O povo brasileiro é receptivo, acolhedor e
certamente saberá, como ninguém, fazer com que os
visitantes se sintam muito bem-vindos. Mas o país
precisa vencer não o pessimismo, como quer o ministro,
mas a corrupção agarrada nas entranhas dos mais
diversos setores e escalões e o “jeitinho” que, na
enorme maioria das vezes, só é usado para beneficiar
uns e outros em detrimento de muitos.
Mãe dia sim, o outro também
G
ente, antes de mais nada, preciso deixar claro
que sempre quis ser mãe e tenho 3 filhos e não
me arrependo de ter optado pela maternidade.
Deixei em razão desta escolha, como grande parte das
mulheres deste século, muitas coisas para fazer
MARGARETH BOTELHO depois e, confesso, ainda não consegui resgatá-las.
Ser mãe é uma forma de trabalho escravo, sem hora
para descanso e sem remuneração. Dorme-se
quando é possível, alimenta-se da mesma forma. Tudo para
eles é feito com o maior carinho e, para nós, leva-se como
der. Claro que filho compra fácil a mãe, basta um sorriso,
um beijo estalado ou um “te amo” para esfriar qualquer
clima de tensão.
Quando percorro na minha cabeça todo o processo que
colocou a mulher na condição de “faz tudo”, sinto um frio na
barriga. O sexo frágil queimou sutiãs nas ruas em busca da
liberdade e foi à luta para garantir
espaço na sociedade, historicamente
voltada para o homem. Acredito que a
Somos mães e com as
mulher é vitoriosa em muitos aspectos.
diversas nuances do
Marcou território no mercado de
papel. Por vezes fortes trabalho, estudou, conquistou a
liberdade sexual, inúmeros direitos
e determinadas, em
enquanto cidadã, mas ainda não sabe o
suficiente quando o assunto é
outras frágeis e
maternidade.
inseguras
A mulher, ao sentir-se incompleta
apenas com o papel de dona de casa,
rebelou-se. E agora, de posse de um amontoado de leis
protecionistas, está dividida, pressionada entre a essência
feminina que vem do ato de gestar um filho e tudo mais que
envolve esta relação. A busca de um novo lugar, remeteu a
mulher a outro que, genuinamente, não é o seu. Digo isso,
porque hoje estamos mutiladas, carentes e carregadas de
culpa. Precisamos nos reencontrar o mais rápido possível
porque somos nós, mulheres e mães, responsáveis pelas
próximas gerações.
Não desconheço que a mulher sofreu e ainda sofre, em
várias sociedades, a discriminação e subordinação ao
domínio dos homens. Mas o ex-sexo frágil tem enorme
“
P
“
responsabilidade na formação do novo homem e dos
conceitos que vão compor o caráter futuro do macho. Por
inúmeras vezes nós, mulheres e mães, nos flagramos em
avaliações ultrapassadas entre o que é atribuído ao filho ou
para a filha. E quando a ficha cai neste momento, chega-se
bem perto do desespero.
A mulher multimídia está perdida e necessário se faz
esta confissão. Queremos abraçar o mundo, desenvolvendo
todos os papéis, entre eles a função de prover o lar, ser a
mais dedicada das mães, mulher e companheira carinhosa,
uma verdadeira atleta sexual, profissional competente e...
ufa!!! dona de casa. Sabe, aquelas coisinhas básicas, tipo
organizar a casa, fazer compras no mercado, fazer aquela
comidinha que eles gostam tanto e até lavar e passar a
camisa preferida do filho. Acho que cansei só de lembrar dos
“zilhões” de tarefas que a mulher se viu obrigada a assumir
para obter o sonhado passaporte da liberdade.
Entretanto até adquirirmos a consciência de que não
temos condições de desempenhar todas essas funções e que
o homem também não está totalmente preparado para
conviver com essa mulher e, os filhos idem, com essa mãe,
feridas enormes são abertas no relacionamento familiar. E é
no transcorrer desses anos que se vão com velocidade
supersônica que nós, mães, ficamos absolutamente
inseguras diante dos filhos. Meus deuses!!! E pensar que sou
a criadora dessa criatura?
Caiu a ficha, não é? Sim, somos mães e com as diversas
nuances do papel. Por vezes fortes e determinadas, em
outras frágeis e inseguras. Como o caminho é incerto e
tortuoso. Nada que chegue perto dos contos de fadas, do
simbolismo das mensagens sobre as maravilhas da
maternidade. A vida é real e a relação familiar reflete toda a
ansiedade pela ausência de respostas concretas. Como
nenhum de nós nasce com um manual de instrução, a
sapiência surge da compreensão, do respeito e, sobretudo,
porque o amor incondicional entre mães e filhos permite
avanços e recuos.
MARGARETH BOTELHO É JORNALISTA EM CUIABÁ, DIRETORA DE REDAÇÃO DE A GAZETA E
ESCREVE NESTE ESPAÇO AOS DOMINGOS. E-MAIL: [email protected]
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preso‘; b) desmoralizar o homem que sustentará, no plenário do
STF, a acusação aos réus do mensalão; c) enfraquecer a
instituição que ele representa e tanta dor de cabeça causa a
quem desrespeita a coisa pública.
Lula, que odeia intransitivamente, pensa na CPI como meio
de investir contra adversários políticos, a exemplo do
governador de Goiás, Marconi Perillo. Parece que sua alma
atormentada já percebeu que o aconselhou mal: arrisca a pele de
aliados e companheiros, ameaça paralisar o governo Dilma e
ele próprio poderá sair bem arranhado. Afinal, na CPI dos
Bingos, patrocinada pelo Senado durante seu segundo mandato,
surgiu com força a acusação de que Carlos Cachoeira teria
contribuído financeiramente com sua eleição.
A primeira vez, por sinal, que Cachoeira ‘brilhou‘, no
horário nobre das televisões, foi subornando Waldomiro Diniz,
que trabalhara no quarto andar do Palácio do Planalto sob as
ordens de José Dirceu. O mesmo Dirceu que, como ‘consultor‘
de empresas que trabalham com o governo petista, serviu à
Delta. A partir daí a pequena empreiteira começou a se
agigantar, abocanhando fatias cada vez maiores dos recursos
federais para investimentos.
É hora de defender a imprensa livre das tentativas de
amordaça-la que não saem da cabeça dos aprendizes de Hugo
Chávez que mandam no Brasil de hoje. Eles querem diminuir e
até extinguir a democracia.
São totalitários.
ARTHUR VIRGÍLIO É DIPLOMATA, FOI LÍDER DO PSDB NO SENADO E
ESCREVE EM A GAZETA AOS DOMINGOS. E-MAIL: [email protected]
ADMINISTRAÇÃO
DIRETOR SUPERINTENDENTE
João Dorileo Leal
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DIRETOR ADMINISTRATIVO
Adair Nogarol
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DIRETORIA COMERCIAL
José Carlos Teixeira de Carvalho
[email protected]
Carlos Eduardo Dorileo Carvalho
[email protected]
É justo o pagamento de seguro-desemprego ao
empregado doméstico, sem o recolhimento do FGTS?
NÃO, os direitos são
iguais para todos, se
nós contribuímos
um pouco por mês
com o FGTS é por
que no futuro vamos
precisar dele, com os empregados
domésticos também não é diferente,
eles devem contribuir também, seria
injusto com quem paga certinho os
impostos.
NÃO, você recolheu porque
quer receber
quando for demitido, se contribui é porque
precisa. O brasileiro sempre
adora dar um jeitinho nas regras, sempre um jeitinho de levar vantagem.
NÃO, as pessoas
que trabalham
estão pagando
corretamente o
seguro, os empregados domésticos também trabalham,
mas o certo é pagar e receber
no final e não dar um jeito de levar vantagem, é injusto com os
que pagam em dia.
SANDRA DOS SANTOS, 26,
OPERADORA DE CAIXA, CPA3
EVILYN MAGIO, 17, ESTUDANTE,
BOA ESPERANÇA
VANESSA PEREIRA SOUZA, 25,
RECEPCIONISTA, RESIDENCIAL PAIAGUÁS
DIRETORA DE REDAÇÃO
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(0xx65) 3612.6309
EDITORA DE POLÍTICA
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[email protected]
[email protected]
57%
[email protected]
[email protected]
23%
Não
ENQUETE REPRODUZIDA NO PORTAL GAZETA DIGITAL.
DÊ SUA OPINIÃO, ACESSANDO O ENDEREÇO WWW.GAZETADIGITAL.COM.BR
Ponto
Contraponto
eis novos centros de solicitação
S
de visto para os Estados Unidos
(EUA) já atenderam a mais de 11 mil
idade do Rio de Janeiro tem os
C
hotéis mais caros do mundo segundo pesquisa de site de reservas hote-
pessoas.
leiras na Europa.
A estória da manga
F
antástica a
repercussão
do artigo
escrito neste espaço
na última quartaONOFRE RIBEIRO feira sob o título
“Chupa essa
manga, Cuiabá!”, tratando do
desamparo da Capital de Mato Grosso
diante de si mesma e da Copa do
Mundo. De modo geral, todas as
manifestações foram a favor da ideia de
que Cuiabá perdeu-se ao longo das
últimas décadas e chegou ao atual
estado de descalabro por falta de
planejamento urbanístico e de preparo
para enfrentar o seu próprio crescimento
e suportar a demanda que vem de todo o
resto do estado.
Naturalmente, algumas
manifestações foram contrárias,
achando ruim comparar-se Cuiabá a
Campo Grande, tendo na lembrança a
histórica rivalidade entre as duas
cidades.
Algumas coisas ficaram bem claras
na percepção dos leitores:
1 não compreendem como a cidade
foi deixada de lado na visão dos
gestores, sem preocupação com o seu
futuro relacionando-a com o futuro de
Mato Grosso;
2 não compreendem como não se
planejou vias estruturais para a cidade
desafogar-se, mesmo estando visível nas
últimas décadas um acelerado
crescimento;
3 não compreendem coisas simples
como o descuido das calçadas, dos
meios-fios, da falta de sinalização
adequada, de sinalização dos endereços
residenciais;
4 não compreendem a proliferação
de quebra-molas como alternativa para o
trânsito;
5 não compreendem a baixíssima
qualidade do asfalto nas ruas
pavimentadas;
6 não compreendem a absoluta
ausência de parques municipais e de
áreas de lazer numa cidade quente como
Cuiabá. Os parques existentes servem só
para caminhadas e mesmo assim em
relativo abandono e pertencem ao
governo do estado;
7 não compreendem como nenhuma
obra estrutural foi realizada em Cuiabá
ao longo dos últimos 20 anos, período
em que a cidade cresceu muito. A única
exceção foi a incompleta e mal
construída Avenida das Torres e o
incompleto Contorno;
8 não compreendem a falta de
padronização para os setores de
construção, como se a Capital fosse um
vilarejo do interior;
9 não compreendem a finalidade de
existir uma câmara de vereadores que
não legisla e pouco vai além das
politicagens eleitorais e da concessão de
títulos a pessoas, dar nome a ruas de
parentes e amigos dos ilustres
vereadores;
10 por último, entre outras
percepções, vem a pergunta de porque
ninguém nunca discutiu com a
sociedade de Cuiabá sobre o destino
para a cidade?
Concretamente, o fato é que
precisou que Cuiabá fosse escolhida
para cidade-sede de três ou quatro jogos
da próxima Copa do Mundo, para ter
alguma iniciativa que mexesse nessa
paralisia histórica. Pior, é que a copa não
é um evento gestor de Cuiabá. Passado,
quem administrará a cidade? Outro
evento desse tipo?
Por fim, insisto no ponto: não é mais
possível que qualquer candidato a
prefeito chegue do nada e jogue no colo
da sociedade cuiabana uma proposta de
governo que não tenha sido discutida
antes. Cuiabá já não se pertence mais. É
capital administrativa e política de um
estado que se fosse um país
independente teria PIB de pe um país
rico. Logo, precisa ter uma visão
estratégica de futuro diferente de
qualquer outra capital brasileira. E mais:
não precisaria pagar esse mico da
manga!
ONOFRE RIBEIRO É JORNALISTA EM MATO GROSSO
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EDITORA DE SUPLEMENTOS
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(0xx65) 3612-6323
ARTICULISTAS NACIONAIS
Arnaldo Jabor, Ricardo Noblat,
Reginaldo Leme, Drauzio Varella, Paulo
Coelho, Gaudêncio Torquato, Arthur
Virgílio, Silio Boccanera, Pio Penna Filho
e Aquiles Rique Reis.
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Alves, Elias Januário, Claudinet Coltri
Júnior, Pedro Nadaf, Hélcio Corrêa
Gomes e Giancarlo Piazzeta.
JORNAL A GAZETA E PORTAL GD - PABX (065) 3612-6000
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RESULTADO PARCIAL
Sim
Totalitários
arte do PT, instigada por Lula, pretende transformar a
CPI do Cachoeira, que terá de investigar a Delta
Construções também, em tribunal de exceção contra
a imprensa. Refiro-me, claro, à imprensa livre, que ousa criticar
os poderosos, denunciar os escândalos. E não aos blogs
ARTHUR VIRGÍLIO amestrados e custeados com dinheiro público.
Temo que a CPI se transforme em biombo para
proteger corruptos ‘amigos‘ da maioria parlamentar. Já
falam em blindar o governador fluminense, Sergio Cabral,
que mantém relações incestuosas com a Delta e seu
proprietário, Fernando Cavendish. Com isso, pretendem
fazer um gesto na direção do PMDB, evitando que esse
partido empreste seus votos para a convocação de pessoas
capazes de causar danos ao governo petista.
Pensam em não investigar a Delta, que é a maior
empreiteira do PAC. Era pequena, antes
da posse de Lula, em 2003, e virou a
sexta maior do país. Mais do que atingir
Temo que a CPI se
Sergio Cabral, o bacante de Paris, um
transforme em
mergulho nas entranhas da construtora
certamente desnudará parte substancial
biombo para proteger
das irregularidades que povoam a gestão
corruptos ‘amigos‘ da
petista.
maioria parlamentar
Insistem na tentativa espúria de
desqualificar o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, convocando-o para depor na CPI,
por três razões básicas: a) impedi-lo de continuar a investigar o
escândalo que começa no contraventor Cachoeira e em
Cavendish e poderá abalar os alicerces da ‘república do rabo
Enquete
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COLUNISTAS
Fernando Baracat, Ungareth Paz, Saulo
Gouveia, Zecka Pereira e Bia Willcox.
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