MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
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ÓLEO DE ALGODÃO EM DIETAS PARA FRANGOS DE CORTE NAS
FASES DE CRESCIMENTO
Gleissa Mayone S. Vogado (Bolsista do PIBIC/UFPI), Leilane Rocha B.
Dourado (Orientadora CPCE/UFPI)
INTRODUÇÃO
Os custos de produção na prática avícola são representados principalmente pela
alimentação, o que tem sido motivo de preocupações para os produtores e nutricionistas, que
visam alta produtividade e menores custos. Neste contexto, inúmeros alimentos têm sido
estudados para avaliar e consolidar a utilização destes como importantes fontes alternativas,
capazes de substituir total ou parcialmente o milho e o farelo de soja, atendendo às exigências
dos animais nas suas diferentes fases de produção, contudo, sem influenciar negativamente o
desempenho produtivo dos mesmos (Nascimento et al., 2005).
Frente à carência de informações acerca da utilização do óleo de algodão na
alimentação de frangos de corte, este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da inclusão
do óleo bruto de algodão em rações isoenergéticas suplementadas ou não com sulfato ferroso
sobre as variáveis de desempenho, rendimento de carcaça e cortes, peso relativo dos órgãos,
parâmetros hematológicos de frangos de corte no período de 21 a 42 dias de idade, além de
realizar um estudo de viabilidade econômica das dietas.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no setor de avicultura do Colégio Técnico de Bom Jesus-CTBJ,
no Campus Professora Cinobelina Elvas-CPCE da Universidade Federal do Piauí, no município
de Bom Jesus-PI. Foram utilizadas 560 frangos de corte machos, da linhagem Ross. Adotou-se
o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 2 (quatro níveis de óleo com
ou sem sulfato ferroso), cinco repetições com 14 aves por unidade experimental.
Os níveis de óleo de algodão foram 0, 2, 4 e 6% respeitando a exigência energética
de cada fase, preconizada por Rostagno et al. (2011). O sulfato ferroso (Fe 2(SO4)3) foi incluído
na dosagem de 0,1%, conforme Santos et al. (2009). As dietas experimentais foram formuladas
para atender as exigências nutricionais dos frangos na fase em estudo, de acordo com a
recomendação de Rostagno et al. (2011).
As dietas experimentais foram formuladas para atender as exigências nutricionais dos
frangos na fase em estudo, de acordo com a recomendação de Rostagno et al. (2011) (Tabelas
1 e 2). O óleo de algodão utilizado foi obtido pelo método de prensagem mecânica, possuía
1,2% de gossipol e energia bruta de 9120Kcal/kg. Para a formulação utilizou-se a composição
dos ingredientes de acordo com Rostagno et al., (2011), exceto para o óleo de algodão em que
foi considerada a energia metabolizável determinada em estudo anteriormente realizado por
Bastos et al. (2014), de 7732 Kcal/kg para o óleo de algodão sem sulfato ferroso e 8270
Kcal/kg para o óleo de algodão com sulfato ferroso, cujos valores foram utilizados para ajustes
do nível energético das dietas.
Foi avaliado o consumo de proteína (CPtn), obtido pela diferença entre a quantidade de
ração fornecida e as sobras das rações experimentais multiplicado pelo teor de proteína das
dietas. O ganho proteíco foi determinado pela diferença da pesagem das aves no início e ao
final da fase, multiplicado pelo teor de proteína na carcaça, respectivamente. A eficiência de
deposição de proteína foi calculada pela relação entre o ganho proteico e o consumo de
proteína.
Os dados foram submetidos à avaliação de homogeneidade e normalidade, os outliers
identificados foram removidos. Em seguida, os dados foram submetidos à análise de variança
pelo procedimento GLM do SAS (Statistical Analysis Sistem, 9.0). As estimativas no nível do
óleo de algodão foram estabelecidas por meio de modelos de regressão linear e polinomial. As
médias foram comparadas pelo teste SNK com α=0,05
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3 - Efeito dos níveis de óleo de algodão com ou sem adição de sulfato ferroso sobre o consumo
de proteína (CPtn), ganho de proteina (GPtn) e eficiência de retenção de proteína (ERPtn)
de frangos de corte de 21 a 42 dias de idade.
Variável
(kg)
Nível de óleo de algodão (%)
SF
Média
0
2
4
1
6
P>F
CV
(%)
SF
NO
SF*NO
3,18
0,817
0,190
0,144
11,5
0,465
0,272
0,104
11,0
0,477
0,273
0,133
21 a 42 dias
CPtn
GPtn
ERPtn
Sem
552,5
564,9
566,6
534,6
557,1
Com
544,9
561,5
555,1
562,7
555,7
Média
548,3
563,2
560,9
550,7
Sem
433,5
470,5
442,9
442,4
448,7
Com
422,5
421,3
490,7
507,3
457,9
Média
427,4
445,9
466,8
479,5
Sem
78,6
83,2
78,1
82,3
80,5
Com
77,8
75,1
88,2
90,0
82,4
83,2
1
Média
78,1
79,1
86,7
Com relação ao desempenho das aves na fase total (21 a 42 dias), não foi observada
interação (P<0,05) entre os níveis de óleo de algodão e a adição ou não de sulfato ferroso nas
dietas, nem influência dos níveis de óleo (Tabela 3). De modo geral, pesquisas realizadas com
subprodutos do algodão em dietas para monogástricos tem demonstrado queda nos índices de
desempenho dos animais em virtude dos elevados níveis de inclusão destes ingredientes, no
entanto, este trabalho não demonstrou isso, o que implica dizer que a adição de até 6% de óleo
de algodão em dietas para frangos de corte na fase de crescimento não causa efeito negativo
sobre as variáveis de desempenho das aves, fato este que pode está relacionado ao nível de
gossipol livre presente no óleo utilizado, o período de consumo e as condições de estresse às
quais os animais foram submetidos, que não foi o bastante para prejudicar o consumo de
ração, ganho de peso e conversão alimentar dos mesmos (Gamboa et al., 2001).
CONCLUSÕES
A adição do óleo de algodão e do sulfato ferroso não afeta a retenção proteica, à
medida que se aumenta o nível de óleo na dieta.
REFRÊNCIAS
GAMBOA, D. A.; CALHOUN, M. C.; KUHLMANN, S. W.; HAQ, A. U.; BAILEY, C. A. Use of
expander cottonseed meal in broiler diets formulated on a digestible amino acid basis. Poultry
science, v. 80, n. 6, p. 789-794, 2001.
NASCIMENTO, G. A. J.; COSTA, F. G. P.; JÚNIOR, V. S. A.; BARROS, L. R. Efeitos da
substituição do milho pela raspa de mandioca na alimentação de frangos de corte, durante as
fases de engorda e final. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 1, p. 200-207, 2005.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e
suínos. Composição de alimentos e exigências nutricionais. 3Ed. Viçosa, Universidade
Federal de Viçosa, 2011. 252p.
SANTOS, M. S. V.; ESPÍNDOLA, G. B.; LÔBO, R. N. B.; FUENTES, M. F. F.; CARVALHO, L.
E.; SANTOS, A. B. E. Desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais submetidas
às dietas com diferentes óleos vegetais. Revista Brasileira de Saúde Produção Animal, v.
10, n. 3, p. 654-667, 2009
Palavras-chave: Gossipol, Desempenho, Retenção de proteína.
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