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DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE ALIMENTADOS COM DIFERENTES
NÍVEIS DE ÓLEO DE ALGODÃO NA FASE DE 22 A 42 DIAS COM E SEM
INCLUSÃO DE SULFATO FERROSO
Jakeline Veras da Silva (PIBIC/UFPI), Leilane Rocha Barros Dourado (Orientador,
CPCE/UFPI)
Introdução
O Brasil apresenta constantes evolução quanto á produção de carne de frango, alcançando em
2011 um recorde histórico de 13,1 milhões de toneladas, consolidando o país como o terceiro maior
produtor mundial (Aveworld, 2012), além de liderar o ranking no setor de exportação a mais de cinco
anos, com registro de 3,8 milhões de toneladas(Abef,2010/2011).
O aumento do consumo de óleos vegetais em substituição as gorduras animais, propicia
aumento na produção de óleos obtidos por meio de várias espécies vegetais que podem ser utilizados
na alimentação animal e em processos industriais. No Brasil em 2006/07 o óleo mais consumido foi o
de soja, correspondendo 86% do total consumido, em segundo lugar o óleo de algodão (NUNES, 2007).
Entretanto, existem poucos relatos do consumo de óleo de algodão por animais, desta forma, tornamse necessárias pesquisas que avaliem o potencial de inclusão do óleo de algodão em dietas para
frangos.
Entretanto o óleo bruto de algodão é rico em gossipol, que prejudica a absorção de nutrientes
e consequentemente o desempenho dos animais. Porém sabe-se que o gossipol pode ser quelatado
pelo ferro. Desse modo, objetivou-se com este trabalho, avaliar as variáveis de desempenho: consumo
de ração, ganho de peso e conversão alimentar de frangos de corte, no período de 22 a 42 dias de
idade, alimentados com dietas contendo diferentes níveis de inclusão de óleo de algodão com a adição
ou não de sulfato ferroso.
Metodologia
O experimento foi conduzido nas instalações (galpões) do Colégio Agrícola da Universidade
Federal do Piauí, Campus Prof. Cinobelina Elvas (Bom Jesus-PI). As análises de gossipol existente no
óleo utilizado foram realizadas em laboratórios especializados. Foram utilizadas 600 aves de um dia,
machos, da linhagem Ross. Adotou-se um delineamento inteiramente casualizado com esquema
fatorial 4x2, sendo quatro níveis de inclusão do óleo de algodão (0, 2, 4 e 6%) com ou sem
suplementação de sulfato ferroso, cinco repetições de 15 aves por unidade experimental. O sulfato
ferroso monohidratado foi incluído na dosagem de 0,1kg/ton, de acordo com Santos et al. (2009).
As dietas experimentais foram formuladas para atender as exigências nutricionais das aves em
na fase (22 a 42 dias de idade), considerando as exigências e composição química dos ingredientes
conforme descrito por Rostagno et al. (2011), (exceto para a energia metabolizável do óleo de algodão
que foi determinada em ensaio anterior), sendo isoproteicas e isoenergéticas, diferindo somente no tipo
de óleos vegetais adicionados. Os animais receberam água e ração ad libtum.
Em cada fase foi avaliado o consumo de ração (g/ave), ganho de peso (g/ave), conversão
alimentar (g ração/g de ganho de peso) e a uniformidade (%).
As aves foram pesadas no início e no final de cada fase experimental (1 a 7 e 8 a 21 dias de
idade), para determinação do ganho de peso (peso médio final – peso médio inicial).
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O consumo da ração será calculado considerando a diferença entre a ração fornecida e as
sobras nos comedouros, pesados do primeiro dia ao final de cada período experimental, considerando
a correção pela mortalidade de acordo com SAKOMURA e ROSTAGNO, (2007). Com base nos dados
de ganho de peso (GP) e consumo de ração (CR), a conversão alimentar (CA) das aves foi calculada
(CA=CR/GP), em cada fase estudada.
As médias das variáveis estudadas foram avaliadas utilizando-se o procedimento GLM do
Statistical Analysis System – SAS (1996). Após a análise de variância, foi procedida a comparação de
médias utilizando o teste SNK com nível de significância de 0,05. A estimativa do nível de óleo de
algodão foi obtida por meio de regressão polinomial.
Resultados e Discussão
Na tabela 1 estão apresentados os dados de Consumo de Ração (CR), Ganho de Peso (GP)
e Convenção Alimentar (CA) de acordo com os níveis de inclusão de algodão incluindo na ração.
Tabela 1-Efeito dos níveis de óleo de algodão com ou sem adição de sulfato ferroso sobre o consumo
de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) na fase de 22 a 42 dias de idade.
Variáv
Adição de
el
Sulfato
CR (g)
GP (g)
Média
Ferroso
0
2
4
6
Sem
2,983
3,058
3,084
2,953
3,020
Com
2,966
3,055
3,019
3,045
3,021
Média
2,974
3,057
3,051
2,999
Sem
1,668
1,653
1,672
1,587
1,645
Com
1,579
1,688
1,725
1,734
1,681
Média
1,623
1,670
1,698
1,661
1,791B
1,852A
1,847A
1,863A
1,838
1,878A
1,811A
1,752B
1,758B
1,800
1,835
1,832
1,799
1,810
Sem
CA (g)
Nível de óleo de algodão (%)
Com
3
Média
CV (%)
P>F
SF
NO
SFxNO
3,23
0,955
0,200
0,345
4,45
0,134
0,175
0,012
3,35
0,059
0,527
0,005
Médias com mesma letra maiúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de SNK (P<0,05).
SF=sulfato ferroso; NO=nível de óleo.
Com base nos resultados apresentados na tabela 1, observou-se que não houve efeito
significativo sobre o consumo de ração verificando-se que os níveis de óleo até 6% e a adição ou não
do sulfato ferroso não influenciaram sobre o consumo.
Já para ganho de peso e conversão alimentar houve interação entre os níveis de óleo
estudados e a adição ou não de sulfato ferroso às dietas das aves. No entanto, foi observado o efeito
da adição do óleo sobre o ganho de peso, visto que, as aves que receberam dietas com sulfato ferroso
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e 6% de óleo de algodão em substituição ao óleo de soja convencional, apresentaram maior ganho de
peso e o menor ganho em peso foi observado quando as aves receberão dietas com a adição de sulfato
ferroso e com 0% de óleo de algodão, e ao relacionar a adição de sulfato e níveis de óleos inclusos às
dietas obteve-se maior ganho em peso ao nível de 4% de óleos a dieta e menor peso apresentado ao
nível de 0%, portanto, a adição de óleo de algodão às dietas de frangos de corte no período de 22 a 42
dias de idade propicia um aumento de ganho em peso até 4% de inclusão.
Para conversão alimentar, foi observado interação relacionados a adição de sulfato ferroso e a
inclusão dos níveis de óleo de algodão às dietas. Não havendo nenhum efeito isolado da adição do
sulfato e da inclusão de óleo, observando assim, que as aves apresentaram melhor conversão alimentar
ao adicionar sulfato ferroso à dieta ao nível de 4% de inclusão de óleo de algodão, a pior conversão
alimentar foi encontrada ao nível de 0% de inclusão de óleo e com a adição de sulfato ferroso à dieta.
Ao adicionar o sulfato ferroso a dieta com 0% de inclusão de óleo a conversão alimentar foi pior, porém
as demais conversões apresentaram-se melhoram com adição do sulfato ferroso a dietas.
Estudos, realizados por SANTO (2005), verificou que dietas suplementadas com diferentes
concentrações de óleo de vegetais, encontraram melhor conversão alimentar ao nível de 4% com uso
de óleo de algodão e observou maior consumo de ração ao fornecer dietas com nível de 2% de óleo
algodão.
Conclusão
A inclusão de óleo de algodão em dietas para frangos de corte no período de 22 a 42 dias de
idade promove maior ganho de peso e melhor conversão alimentar ao nível de 4% com adição de
sulfato ferroso.
Apoio: Universidade Federal do Piauí. Colégio Técnico de Bom Jesus – PI. Nordeste Rações.
Referências
ASSOCIAÇÃO DE BRASILEIRA DOS PRODUTORES E EXPORTADORES DE FRANGOS -ABEF.
Relatório Anual .2010/2012. AVEWORLD. Novas Fronteiras. Ano, n.56, Fev/Marc,2012.
NUNES, P. S. Produção e consumo de óleos vegetais no Brasil. Boletim Eletrônico DESER, n. 159,
2007.
Disponível
em:
http://www.deser.org.br/documentos/doc/Produ%C3%A7%C3%A3o%20e%20consumo%20de%20%C
3%B3leos%20vegetais.pdf. Acesso em: 07 de dezembro de 2011, ás 11:47 h.
SANTOS, M. S. V, Avaliação do desempenho e qualidade de ovos de poedeira comerciais, submetida
as dietas suplementada com diferente óleo vegetais, Tese de Doutorado Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza, 2005.
ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos. Composição de alimentos e exigências
nutricionais. 3Ed. Viçosa, MG: UFV, 2011. 254p
Palavras-chave: conversão alimentar, gossipol, consumo de ração.
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desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes níveis