UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ
PROJETO PEDAGÓGICO DO
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
POUSO ALEGRE, FEVEREIRO DE 2009
SUMÁRIO
2. APRESENTAÇÃO................................................................................................................. 4
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 6
4. OBJETIVO E PÚBLICO ALVO ........................................................................................... 8
4.1. Objetivo Geral ................................................................................................................. 8
4.2. Objetivos específicos ....................................................................................................... 9
5. REGIME DE FUNCIONAMENTO ..................................................................................... 10
6. ESTRUTURA E PLANO ACADÊMICO DO CURSO ...................................................... 11
6.1. Área de Concentração .................................................................................................... 11
6.2. Linhas de Pesquisa ........................................................................................................ 12
6.2.1. Análise de Discurso ................................................................................................ 12
6.2.2. Língua e Ensino ...................................................................................................... 13
6.3. Atividades de Ensino e Pesquisa ................................................................................... 14
6.3.1. Disciplinas Obrigatórias ......................................................................................... 15
6.3.2. Disciplinas Eletivas ................................................................................................ 16
6.3.3. Estudos Avançados em Pesquisa ............................................................................ 19
7. CORPO DOCENTE ............................................................................................................. 21
8. REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE ....................................... 25
8.1. Orientação da dissertação de mestrado .......................................................................... 25
8.2. Exame de Qualificação .................................................................................................. 26
8.3. Proficiência em Língua Estrangeira .............................................................................. 26
8.4. Defesa da Dissertação.................................................................................................... 26
9. SELEÇÃO DE ALUNOS..................................................................................................... 26
9.1. Documentos para inscrição no concurso de seleção de mestrado ................................. 27
9.2. Critérios de Avaliação ................................................................................................... 28
10. ESTRUTURA DE PESQUISA .......................................................................................... 28
10.2. Núcleo de Pesquisas em Linguagem – NUPEL .......................................................... 29
10.3. Grupos de Pesquisa ...................................................................................................... 32
11. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 33
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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
 Nome do Curso: CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
 Área de Conhecimento: LINGÜÍSTICA (8.01.00.00-7)
 Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ (UNIVÁS)
 Coordenação Geral: DRA. ENI DE LOURDES PUCCINELLI ORLANDI
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2. APRESENTAÇÃO
Da perspectiva em que se pensa a linguagem em sua relação com a sociedade, ela é
concebida como parte do que é o próprio do homem, enquanto ser histórico e simbólico.
Nesse sentido, ela adquire importância fundamental.
A linguagem, de uma posição marginal e de dependência, vista como mero
instrumento transparente, passa a ocupar, a partir de estudos que aliam o conhecimento da
língua com o sujeito que a pratica e a história, uma posição básica na compreensão de
qualquer objeto das ciências humanas e sociais, em primeira instância, mas também das
ciências em geral. Isso porque se passa a compreender que a linguagem tem a sua própria
ordem e é mediadora (enquanto trabalho simbólico, isto é, enquanto relação constitutiva e
transformadora) face à realidade, seja natural, seja social. Essa mudança de posição, de um
lugar periférico para uma posição estruturante do conhecimento, reclama estudos da
linguagem que venham ocupar essa posição heurística necessária no desenvolvimento de
novos instrumentos científicos, agora considerados como não transparentes e que reclamam
gestos de interpretação, de ressignificação. Esses estudos refletem sobre a linguagem como
fato social, no processo histórico.
Um modo de pensar as ciências da linguagem no domínio das ciências Humanas
articula os estudos da linguagem a três regiões teóricas que deslocam noções, tais como elas
se constituíram na passagem do século XIX para o XX – o marxismo (e o fato de que a
história não é transparente), a psicanálise (e o fato de que o sujeito não é transparente) e a
lingüística (com o fato de que a língua não é transparente) – que, em seu conjunto, trazem à
reflexão o fato de que os sentidos não são uma questão de conteúdo (o quê), mas de estrutura
e de funcionamento (como), ou, em outras palavras, interrogam a noção de interpretação, aí se
constituindo os estudos que aliam a linguagem e as condições sócio-históricas em que ela se
produz. Ao mesmo tempo em que mostram que a linguagem serve para comunicar e para não
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comunicar, esses estudos elaboram conceitos, noções e procedimentos analíticos que
permitem às ciências observar seus objetos atravessando os efeitos de sentidos que os
constituem. Daí seu profícuo aporte científico.
Mostrando que vivemos um universo de sentidos estabilizados e ao mesmo tempo
sujeitos a equívoco e a deslocamento, esta forma de pensar a linguagem nos disponibiliza um
aparato teórico e analítico da interpretação que permite uma relação elaborada com os objetos
de linguagem e da própria formação social. Na medida em que se podem distinguir seu
dispositivo teórico e seu dispositivo analítico de interpretação, os diferentes cientistas (no
interior mesmo de suas disciplinas), após tomarem contato com o dispositivo teórico
constituído por esta abordagem, podem voltar-se para seus campos de questões específicos a
estas disciplinas, e construírem dispositivos analíticos relevantes para suas teorias próprias
elaborando assim os resultados de sua análise de linguagem em acordo com as determinações
de suas próprias ciências. Ou seja, este modo de analisar a linguagem, não interpreta,
somente, ele produz uma “compreensão”, isto é, constrói a possibilidade de se trabalharem os
movimentos da interpretação nas diferentes disciplinas.
Por outro lado, para os que trabalham diretamente com linguagem, esta forma de
conhecimento, além dessa contribuição que acabamos de referir, põe em relação
sistematicamente o próprio da língua (sujeita a falhas) com sua exterioridade, suas condições
de produção. Não reduzem assim a linguagem à gramática, mas a pensam no mundo e na
história da sociedade em que ela toma forma. Os especialistas da área podem assim trabalhar
a sua prática conhecendo como a língua é para saber como ela funciona.
A formação de especialistas capazes de descrever o funcionamento de uma língua, no
nosso caso o Português, e outras línguas praticadas no Brasil, exige aspectos específicos de
formação que dêem condições a estes especialistas de produzirem conhecimento a partir das
técnicas de análise dos diversos domínios dos estudos lingüísticos. Pensando o objetivo da
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relação destas análises com a questão do ensino é necessário formar quadros capazes de
compreenderem a história da constituição da língua nacional e sua relação, no caso da história
da sociedade brasileira, com o campo de línguas funcionando no Brasil em condições muito
diversas. Isto exige a preparação de quadros habilitados a, partindo desta compreensão da
língua nacional, encontrar procedimentos próprios a seu ensino, orientados por tomadas de
posição no que diz respeito às políticas de línguas relativas à língua nacional na sua relação,
também, com as demais línguas.
Um caminho para atender este aspecto é pensar a gramática como um objeto histórico
na sua relação com a língua nacional. Isto permite pensar a questão da relação do sujeito com
sua língua, permitindo também que este sujeito tome a língua não só como objeto formal ou
normatizado, mas leve em conta as condições em que as gramáticas são produzidas no jogo de
produção da unidade da língua enquanto língua de um Estado-Nação.
Por esta via será também possível discutir a questão da língua nacional fora dos
dilemas do certo ou errado, de um lado, e do padrão ou as variedades, de outro. O que está em
jogo são questões de língua constituídas sócio-historicamente e que exigem uma reflexão
discursiva para que não sejam simplificadas.
3. JUSTIFICATIVA
A iniciativa da Univás de instalar um mestrado em Ciências da Linguagem é pioneira
em relação à área em que se insere, uma vez que parte do pressuposto de que a língua deva ser
pensada em sua relação com a sociedade, mas não de uma maneira em que se alia uma
exterioridade social, ou um contexto a um funcionamento lingüístico. Ao contrário, a área que
se procura aqui estabelecer vê, na relação entre linguagem e sociedade, uma relação
contraditória em que a exterioridade é constitutiva. Tal iniciativa está sustentada, ao mesmo
tempo, internamente, dados os cursos que acolhe e sua estrutura curricular, e externamente,
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dada a forma como pode tanto arregimentar interessados formados na região, como criar
condições para que novos cursos se beneficiem desse “instrumento” de trabalho refletido. Isso
se sustenta no fato de que a noção de instrumento, quando se relaciona linguagem, sociedade
e história, não tem nenhuma neutralidade na ciência. Nessa perspectiva, o que faz da atividade
científica uma prática é o fato de que as ciências colocam suas questões interpretando seus
instrumentos de modo que o ajuste de um discurso científico a si mesmo consiste na
apropriação dos instrumentos pela teoria.
É em relação à prática científica que esta forma de reflexão aqui proposta produz seus
resultados mais substanciais. Na atualidade, o conhecimento da relação entre linguagem e
sociedade se configura como fundamental para a elaboração das formas de conhecimento que
se abrem para uma relação refletida entre a universidade e a sociedade. Isso porque realiza de
maneira nuclear a multidisciplinaridade e a relação da ciência com sua história, uma vez que
intervém com a compreensão do próprio discurso (logo, dos efeitos de sentidos) em que esta
ciência se constitui. O ideal de abertura, de invenção e de reinvenção, que é o da fundação (da
transformação produtora) do objeto científico, assim como o de sua reprodução metódica,
estão ligados. Um mestrado como o aqui proposto, pensando a linguagem em sua dimensão
social significativa, produz subsídios para que esses processos sejam trabalhados de maneira
explícita e elaborada. Em uma forma de sociedade em que cada vez mais se reconhece o
nosso sujeito sócio-histórico como um sujeito de conhecimento – seja porque produz ciência,
seja porque a consome – o saber elaborado do discurso da ciência é necessário para qualquer
cientista. E é isto que estes estudos disponibilizam, tornando o cientista – seja qual for seu
domínio de conhecimento – não um sujeito onisciente, mas um sujeito capaz de refletir sobre
seus próprios instrumentos. Leva ainda à possibilidade de compreensão de sentidos ainda não
gestados, mas que se anunciam pelos modos como a discursividade deixa entrever vestígios
de significação na história do saber. Quanto ao especialista de linguagem propriamente dito,
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estes estudos permitem que ele não só saiba a língua como conheça seu funcionamento em
situações de produção sócio-históricas específicas, podendo assim praticá-la com menos
automatismo e sem o usual desconhecimento teórico. Ou seja, ele se torna um profissional
preparado para assumir de forma ágil sua responsabilidade social na produção do
conhecimento com qualidade.
Na Univás, a cada ano centenas de alunos se formam em áreas contempladas pelo
estudo da linguagem, tendo, portanto, a oportunidade da formação continuada e da formação
como pesquisador com o funcionamento do Mestrado em Ciências da Linguagem. Em Minas,
por exemplo, o governo estadual lançou o Plano Decenal de Educação, pelo qual cada
município deverá elaborar um plano de metas e ações educacionais referente a 2005 até 2014,
o qual, com certeza, fará menções à necessidade de formação continuada para os seus
professores. Segundo a 32ª Superintendência Regional de Ensino (SRE), em Pouso Alegre,
cuja jurisdição abrange 30 municípios da região, são 6.207 professores atuando na educação,
entre profissionais da rede municipal, estadual, federal e particular. Desses, pouquíssimos têm
titulação de mestre. Esta informação não fica computada na SRE, mas nas secretarias de cada
escola. Porém, os pedidos de mudança de categoria, que indicariam a obtenção de um novo
título acadêmico desses professores, foram de apenas seis em três anos. Portanto, o curso de
Mestrado em Ciências da Linguagem, viria atender a essa demanda, ainda mais por se tratar
de um curso multidisciplinar, podendo abrigar pesquisas de diversas áreas do conhecimento,
dando especial atenção à relação linguagem e sociedade.
4. OBJETIVO E PÚBLICO ALVO
4.1. Objetivo Geral
Formar profissionais capazes de conhecer e praticar a linguagem com excelência.
Ouve-se muito falar na falta de capacidade geral das pessoas em relação ao domínio da
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linguagem. Ora, essa “incapacidade” na realidade não é a incapacidade de falar a língua, pois
desde que nascemos “aprendemos” a falar nossa língua. A questão, na verdade, é discursiva,
ou seja, do domínio da relação constitutiva da linguagem com a sociedade e a história: como
ter domínio sobre os processos discursivos nos quais nos inscrevemos e sob os quais somos
constituídos? Em uma sociedade da linguagem e do conhecimento, como a nossa, e em que a
urbanidade - que se representa pela escrita em todas suas formas (eletrônicas ou não) - é
fundamental para caracterizar nosso sujeito cidadão, o conhecimento para uma prática efetiva
e conseqüente da linguagem é uma necessidade básica, e mesmo, um pressuposto. Daí, a
necessidade de colocá-la como objeto de pesquisa. Por outro lado, a ciência requer um
conhecimento de linguagem, como disse acima, que permita ao sujeito melhor compreender
seu objeto, mas também melhor dizê-lo. Além disso, ler ciência é uma prática não só escolar,
mas da sociedade como um todo. Para todas essas práticas é preciso ter uma compreensão de
linguagem ampla e refletida.
Daí o objetivo geral deste curso de Mestrado ser a qualificação, como mestres, de um
conjunto de profissionais que instalem ao mesmo tempo novas condições de docência e
pesquisa na Universidade e na região, como parte de suas atividades, produzindo uma nova
abordagem científica na pesquisa do domínio da linguagem e de outras ciências, através do
conhecimento do funcionamento da linguagem.
4.2. Objetivos específicos
1. Contribuir, pela reflexão sobre o funcionamento da linguagem, para a formação de
quadros preparados para atuar de modo a não só refletir, mas a atravessar as
expectativas imediatas, adiantando/constituindo novas maneiras de ler, de
interpretar, de compreender e de produzir linguagem;
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2. Desenvolver a capacidade de o sujeito praticar a linguagem (escrita e oral), com
fluência e conseqüência, sustentado pelo conhecimento de seu funcionamento,
capacitando-o para contribuir com eficácia para o ensino e a aprendizagem da
língua;
3. Aumentar o nível de compreensão de linguagem em geral, em relação a diferentes
discursos, dando acesso aos seus modos de funcionamento, instrumentando o
analista no melhor conhecimento de seu objeto de pesquisa;
4. Levar os mestrandos a analisar e assim compreender o funcionamento da
linguagem nos diversos domínios disciplinares.
5. REGIME DE FUNCIONAMENTO
O Mestrado em Ciências da Linguagem funcionará em regime semestral. O aluno
poderá escolher, entre as atividades de ensino e pesquisa oferecidas a cada semestre, aquelas
que desejar freqüentar até a conclusão dos créditos exigidos.
O aluno do mestrado deve cumprir um mínimo de 30 créditos: 24 créditos em
disciplinas, sendo que cada disciplina corresponderá a 4 (quatro) créditos, obedecendo ao
regime de aulas semanais e carga horária de 60 h/a no semestre letivo. Das disciplinas
cursadas, as três introdutórias são obrigatórias e as restantes ficam à escolha do aluno entre as
demais, podendo duas delas serem cursadas em outra instituição de ensino superior (pósgraduação). Em suma, cada aluno cumprirá, no mínimo:

três disciplinas introdutórias;

uma disciplina específica (escolhida entre as eletivas e relacionada à linha de
pesquisa de sua dissertação);

duas disciplinas opcionais, entre as eletivas e/ou estudos avançados em pesquisa.
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A defesa da dissertação corresponderá a 6 (seis) créditos.
Até o final do segundo semestre, o aluno deverá apresentar seu projeto de pesquisa, que
será avaliado pelo Orientador de Dissertação.
Antes da defesa da Dissertação, perante uma banca de examinadores, o candidato deverá
passar pelo Exame de Qualificação, que deverá ocorrer até o final do quarto semestre cursado
pelo aluno. Para esse Exame, é necessário que o aluno tenha sido aprovado anteriormente no
Exame de Proficiência em Língua Estrangeira.
O curso de Mestrado em Ciências da Linguagem tem um prazo mínimo de conclusão de
18 meses e máximo de 30 meses, prevista uma prorrogação, em caráter excepcional, de 6
(seis) meses. Também é possível que o aluno tranque sua matrícula por 6 (seis) meses
podendo renovar o trancamento pelo mesmo período, com total cessação de suas atividades
acadêmicas.
6. ESTRUTURA E PLANO ACADÊMICO DO CURSO
6.1. Área de Concentração
O curso possui uma área de concentração: Linguagem e Sociedade. Essa área de
concentração, por sua vez, se articula em duas linhas de pesquisa: “Análise de Discurso” e
“Linguagem e Ensino” - que se conjugam por um ponto comum e se especificam em suas
diferenças. Nessas duas linhas, serão formados mestres em diferentes especialidades. O ponto
que norteia a referida área de concentração, e que também é a inovação deste curso, é que
tanto a linha de pesquisa em Análise de Discurso como a linha de pesquisa Linguagem e
Ensino têm como base a análise da linguagem funcionando na sociedade e na história, análise
que, como sabemos, pressupõe a lingüística, mas, diferentemente do lingüista, considera a
língua apenas relativamente autônoma na medida em que, para significar, a língua se inscreve
na história e, desse modo, trata da relação da língua com os sujeitos e a situação, e não apenas
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como gramática. Essa forma de pensar a linguagem, articulada às práticas sociais e históricas,
pode ser muito fecunda tanto para profissionais que, conhecendo a linguagem em seu modo
de produzir sentidos, levam esse conhecimento para a melhor compreensão de seus objetos,
como para aqueles que trabalham o próprio ensino da língua e que se beneficiam assim de
uma nova forma de pensar seu objeto ou a relação ensino/aprendizagem, incluindo aspectos
não presentes em outras formas de estudos lingüísticos. Tanto em um caso, como no outro,
expande-se a capacidade desses sujeitos, habilitando-os a práticas mais competentes com a
linguagem face a seus objetos de conhecimento específicos.
6.2. Linhas de Pesquisa
6.2.1. Análise de Discurso
Pretende-se dar uma formação específica em Análise de Discurso, voltada para a
compreensão do funcionamento da linguagem, pensando-se a relação da língua com sua
exterioridade (sujeito, situação e memória constitutiva). Desse modo trabalhar-se-ão os
processos de significação e os sujeitos em suas relações, levando o mestrando à compreensão
de como qualquer objeto de linguagem produz sentidos. Sendo os textos as unidades de
análise, visa-se familiarizar o aluno com os modos como o discurso se textualiza, como as
formas lingüísticas se articulam, funcionando na produção de efeitos de sentidos. Explicita-se
assim a relação da forma como a língua é a matéria específica do discurso e este da ideologia
e como isto está presente em qualquer fragmento de linguagem (seja verbal, não-verbal, seja
explícito, ou implícito). Objetiva-se preparar este pesquisador, seja ele da área de linguagem
ou de outras áreas de conhecimento, a compreender diferentes formas de discurso em seu
modo de existência e funcionamento na sociedade.
Compreende-se que os processos e sistemas sígnicos, tais como a escrita, desenho,
música, cinema, televisão, rádio, jornal, pintura, teatro, computação gráfica, grafismo, estão
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em permanente crescimento e mutação. O parentesco, troca, migrações e intercursos entre as
linguagens são densos e complexos.
Como esta é uma relação extremamente presente em nosso cotidiano, sua
compreensão é relevante para diversos objetos de reflexão. Com a complexidade trazida pelas
novas tecnologias de linguagem, também mais complexos são os mecanismos e a natureza de
seu funcionamento.
Diante desse modo de presença denso e multifacetado da linguagem, acima referido, o
especialista, seja de que área for, deve ter um conhecimento consistente da teoria, do método
e dos procedimentos da análise de discurso, para ser capaz de compreender essas diferentes
naturezas e situações de linguagem em seu funcionamento, para ter domínio do processo de
produção de conhecimento sobre seu objeto.
6.2.2. Língua e Ensino
Os professores de língua, pressionados entre conhecimentos produzidos, seja
com objetivos formais, seja com objetivos normativos, perdem de vista a maneira como a
linguagem funciona, como a língua, enquanto fato social, se articula, em seus bastidores,
tendo sua própria forma sujeita a falhas e afetada em sua prática pela maneira como
“acontece” em um sujeito que é um sujeito histórico. Pois bem, pensar a relação entre
linguagem e sociedade trará a esse especialista da linguagem subsídios que permitam, ao
compreender essas determinações do funcionamento da linguagem, dar a conhecer para seu
aprendiz de forma mais eficaz o como a língua é. Além disso, como se sabe, nas condições
atuais da organização política dos Estados Nacionais, não há a língua em si apenas, mas a
língua existe, sobretudo, enquanto um sistema material que funciona em determinadas
condições e articulada à maneira como o poder administra institucionalmente a discursividade
em suas diferentes necessidades (dever) e possibilidades (poder). Esse profissional da
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linguagem, que é o professor de línguas, deve estar preparado para saber colocar-se frente às
questões postas pela forma e funcionamento da língua na prática de ensino/aprendizagem, e
dar condições para que seu aluno o faça, de modo compreensivo e eficiente, em situações de
linguagem politicamente significadas. Desse modo ele não estará submerso no poder da
linguagem, mas relacionado a ele. Não há conhecimento lingüístico neutro. O ensino de
línguas deve, portanto, ter como componente fundamental uma forma de reflexão que seja
capaz de apreender a relação Língua/Estado/Nação com suas políticas de língua. Objetiva-se
situar nessa linha de pesquisa os projetos que poderão refletir sobre a história desse
conhecimento em sua conjunção com as políticas de língua que vão dando forma à própria
língua nacional e seus sujeitos (cidadãos) na relação com a língua materna. Ler e escrever,
seja na língua materna, seja em uma língua estrangeira, exige do sujeito que ele conheça como
uma língua se constitui, como ela funciona para poder ir além do que já está ali posto, ou seja,
para que ele assuma sua autoria, não sendo ele mesmo apenas “lido” ou “escrito”, mas para
que seja capaz de se constituir em autor de sua leitura e escrita. Desse modo, esta linha abrese para os que visam não só “aplicar” um saber sobre a língua, mas considerar, nesse
conhecimento, seus pressupostos teóricos e analíticos para assim se situar em sua prática
pedagógica (sabendo por que usa um método e não outro, por que obtém estes e não aqueles
resultados etc).
6.3. Atividades de Ensino e Pesquisa
As atividades de ensino e pesquisa implicam disciplinas e estudos avançados. As
disciplinas do curso são semestrais e distribuem-se em Obrigatórias e Eletivas. As Disciplinas
Obrigatórias são de formação geral e as Eletivas são voltadas para áreas que tragam subsídios
para as diferentes linhas de pesquisa. Os Estudos Avançados em Pesquisa se caracterizam
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como instrumentos dos mestrandos no trabalho de desenvolvimento de suas dissertações e
como base para seu trabalho de pesquisa.
6.3.1. Disciplinas Obrigatórias
1. Introdução aos Estudos da Linguagem
O percurso do conhecimento produzido sobre a linguagem em diferentes épocas, com
suas diferentes características; a história da formação dos conceitos e noções em sua
relação com as diferentes teorias e níveis de análise da linguagem; as disciplinas de
estudo da linguagem e a produção de seus objetos.
2. Introdução à Análise de Discurso
Definição de discurso, de teoria do discurso, do método de análise de discurso; noções
e procedimentos próprios à análise de discurso; metáfora e paráfrase. A especificidade
da análise de discurso situada entre a lingüística e as ciências sociais; a interpretação.
O discurso como lugar de observação das relações entre língua e ideologia; a
constituição do sujeito e do sentido.
3. Metodologia de pesquisa
Construção da unidade do texto; característica e propriedades do texto científico; a
heterogeneidade dos textos: polifonia, citação, argumentação; constituição da posição
sujeito-pesquisador: formulação da questão, construção de um objeto de pesquisa,
relação entre teoria, método e objeto; o processo de escrita do trabalho científico.
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6.3.2. Disciplinas Eletivas
4. Discurso e Interpretação
A interpretação nas diferentes perspectivas teóricas e metodológicas em que tem sido
trabalhada: hermenêutica, semiótica, semântica, análise de texto, análise de discurso.
A interpretação na relação do sujeito com a linguagem; a relação da interpretação com
a ideologia; a relação do analista de linguagem com a interpretação e a compreensão.
Análise de Discurso e Análise de Conteúdo.
5. Discurso e Política
Consideração dos modos de constituição do sujeito pela/na linguagem; tomada da
política como instância em que há simbolização das relações de poder investidas na
constituição dos sujeitos e dos sentidos, em seus espaços de vida.
6. As linguagens em suas diferentes materialidades: procedimentos analíticos
As diferentes linguagens e seus diferentes modos de significar, seus diferentes
funcionamentos discursivos, suas diferentes materialidades significantes. Análises, por
procedimentos analíticos próprios; o reconhecimento dos diferentes discursos em suas
características e propriedades, e as dos diferentes significantes: linguagem verbal,
digital, icônica, grafismo etc.
7. Língua, Sujeito, Ideologia
Reflexão sobre a maneira como se articulam Língua, Sujeito e História; historicidade,
exterioridade constitutiva, equívoco e deslocamentos de sentidos; estrutura e
acontecimento; determinação histórica do sujeito e do sentido; efeito metafórico. A
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ideologia em termos de linguagem na constituição da posição-sujeito e dos efeitos de
sentidos.
8. Linguagem e Ciência
A linguagem na pesquisa em ciências humanas e sociais; a linguagem nas ciências
exatas e da vida; as noções de significação, de invenção e de divulgação científica; as
condições de produção, formulação e circulação do discurso científico. O sujeito da
ciência e o sujeito do discurso.
9. Língua, Nação, Estado
A relação fundamental entre Língua, Nação e Estado como característica da
modernidade; a formação das línguas nacionais; multilinguismo; unidade e variedade
lingüística; a produção das políticas lingüísticas; língua e etnia, língua e povo.
10. Língua, Memória e Sociedade
Língua e memória. Os Processos de identificação do sujeito com a língua; Língua
Nacional. Língua Oficial e Língua Materna; Heterogeneidade Lingüística e Memória
na Sociedade e na História; diferentes modos de significar os regionalismos,
estrangeirismos, empréstimos, na história dos estudos lingüísticos e do ensino de
língua.
11. Texto e Discurso
O texto como unidade de sentido em relação à situação; discurso e produção de texto;
discurso e interpretação. A atualização do discurso em texto; os mecanismos de
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textualização; propriedades discursivas da textualidade; relação discurso e texto,
sujeito e autor.
12. A linguagem no processo de ensino/aprendizagem
O ensino/aprendizagem de língua materna e de língua estrangeira na educação básica.
A constituição da linguagem como objeto curricular na sociedade brasileira e análise
das práticas de escolarização da linguagem ao longo da História. Políticas lingüísticas
para a educação básica.
13. Aquisição da Linguagem
Teorias e problemas de aquisição da linguagem. A relação entre fala e escrita quanto à
aquisição da linguagem. A constituição do sujeito pela língua. Língua materna e
Língua estrangeira. O normal e o patológico na linguagem.
14. Escrita e Oralidade
As relações dos sujeitos com a língua; a escrita e oralidade como diferentes relações
do sujeito com a história, pela linguagem; discurso da escrita e discurso da oralidade;
os sujeitos e a produção da escrita; características da escrita e da oralidade; a noção de
escrita e a imprensa.
15. Seminário Avançado de Pesquisa
Discussão e orientação de pesquisas em Linguagem e Sociedade em elaboração pelos
participantes.
16. Tópicos em Linguagem e Sociedade
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Leitura e Discussão de textos referentes a temas específicos dentro da área de
concentração do programa.
6.3.3. Estudos Avançados em Pesquisa
17. Leitura Individual Orientada
Leitura e discussão de textos pelo aluno e pelo professor responsável, mediante
programa de leitura previamente aprovado pelo docente.
18. Atividades Complementares
Produção científica e intelectual do pós-graduando e participação em eventos
científicos pertinentes para a sua área de pesquisa e formação, conforme regulamento
próprio (cf. Anexo 1).
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Quadro geral das atividades de Ensino e Pesquisa
ATIVIDADES DE ENSINO E PESQUISA
DISCIPLINAS ELETIVAS
DISCIPLINAS
OBRIGATÓRIAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:
LINGUAGEM E SOCIEDADE
ESTUDOS
AVANÇADOS
EM PESQUISA
Introdução aos
Estudos da
Linguagem
Discurso e Interpretação
Leitura Individual
Orientada
Introdução à Análise
de Discurso
Discurso e Política
Atividades
Complementares
Metodologia de
Pesquisa
As Linguagens em suas diferentes
materialidades: procedimentos analíticos
Língua, Sujeito e Ideologia
Linguagem e Ciência
Língua, Nação, Estado
Língua, Memória e Sociedade
Texto e Discurso
A Linguagem no processo de
Ensino/Aprendizagem
Aquisição da Linguagem
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Escrita e Oralidade
Seminário Avançado de Pesquisa
Tópicos em Linguagem e Sociedade
7. CORPO DOCENTE
O corpo docente do mestrado em Ciências da Linguagem da Univás é composto de nove
professores, sendo sete permanentes e dois colaboradores, conforme especifica a relação
abaixo:
Nome – Andrea Silva Domingues
Data da contratação na Instituição – Fevereiro de 2002
Graduação – História – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 1999.
Mestrado – História – PUC – SP, 2002.
Doutorado – História – PUC – SP, 2007.
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente
Outras atividades na instituição – Docente do curso de História.
Nome – Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi
Data da contratação na Instituição – Setembro de 2002
Graduação – Letras - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara,
1964.
Mestrado – Lingüística – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
– USP, 1970.
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Doutorado – Lingüística – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
– USP, 1974.
Carga horária na instituição – 40 h/a - Professor permanente
Outras atividades na instituição – Coordenadora do Mestrado, pesquisadora
1A do CNPQ, líder de vários grupos coletivos de pesquisa no CNPQ,
coordenadora do projeto coletivo “Discurso, Memória e Processos Identitários
na Região de Pouso Alegre”, financiado pela Fapemig, na Univás.
Nome – João Baptista de Almeida Júnior
Data da contratação na Instituição – Agosto de 1988
Graduação – Filosofia - Faculdades Associadas do Ipiranga, 1974.
Física - USP, 1975.
Mestrado – Metodologia de ensino - Unicamp, 1989.
Doutorado – Educação - Universidade Estadual de Campinas, 1997.
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor colaborador
Outras atividades na instituição – Docente do curso de Jornalismo.
Nome – Lauro José Siqueira Baldini
Data de contratação na Instituição – Março de 2006
Graduação – Letras – Centro Universitário da FundaçãoEducacional
Guaxupé, 1995
Mestrado – Lingüística – Instituto de Estudos de Linguagem – Unicamp,
1999.
Doutorado – Lingüística – Instituto de Estudos de Linguagem – Unicamp,
2005.
22
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente
Outras atividades na instituição – Docente do curso de História e orientador
de Iniciação Científica.
Nome – Maria Onice Payer
Data da contratação na Instituição – Setembro de 2002
Ingresso no programa de mestrado – Setembro de 2002
Graduação – Letras - Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Colatina –
ES, 1985.
Mestrado - Lingüística – Instituto de Estudos de Linguagem – Unicamp, 1992.
Doutorado - Lingüística – Instituto de Estudo de Linguagem – Unicamp,
1999.
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente
Outras atividades exercidas na instituição – Docente dos cursos de Letras e
Publicidade e Propaganda; coordenadora de Pesquisa na área das Ciências
Humanas, líder de grupo de Pesquisa no CNPq: “Práticas de Linguagem,
Memória e Processos de Subjetivação”.
Nome – Mírian dos Santos
Data da contratação na Instituição – 1974
Graduação - Letras – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação
Universidade de Itajubá, 1973.
Mestrado – Letras: Comunicação e Semiótica na PUC – SP, 1983.
Doutorado - Comunicação e Semiótica: Intersemiose na Literatura e nas
Artes, na PUC-SP, 2003.
23
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente
Outras atividades exercidas na instituição – Docente do curso de Letras e
Publicidade e Propaganda. Vice-reitora da Univás e coordenadora editorial da
Revista Conectiva.
Nome – Norida Teotônio de Castro
Data da contratação na Instituição – Fevereiro de 2005
Graduação - Psicologia pela UFMG, 1983.
Mestrado – Psicologia pela PUC – Campinas – SP, 1993
Doutorado – Comunicação e Semiótica pela PUC – SP, 2000.
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor colaborador
Outras atividades na instituição – Docente do mestrado em Saúde Coletiva.
Nome – Ronaldo Teixeira Martins
Data da contratação na Instituição – setembro de 2000
Graduação – Letras (Português, Latim e correspondentes literaturas) Universidade Federal de Juiz de Fora – 1994.
Mestrado
–
Lingüística (Área de Concentração Psicolingüística)
-
Universidade Estadual de Campinas – 1997.
Doutorado - Lingüística – (Área de concentração Semântica e Pragmática) Universidade Estadual de Campinas - 2004
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente
Outras atividades na instituição – Professor do Curso de Letras.
Nome – Telma Domingues da Silva
24
Data da contratação na Instituição – Março de 2006
Graduação - Língua e Literatura Portuguesas pela PUC-SP, 1984.
Mestrado - Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas, 1995.
Doutorado - Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas, 2002.
Carga horária na instituição – 40h/a – Professor permanente.
Outras atividades na instituição – Docente dos cursos de Jornalismo e
Ciências Contábeis
8. REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE
Para obtenção do título de Mestre em Ciências da Linguagem, o aluno deverá
satisfazer os seguintes requisitos:
- cumprir, após o ingresso, um mínimo de 30 créditos, conforme o disposto no item 5.
- Ser aprovado no Exame de Qualificação;
- Ser aprovado no Exame de Proficiência em Língua Estrangeira;
- Ter aprovada sua dissertação de mestrado.
8.1. Orientação da dissertação de mestrado
O aluno escolherá, mediante prévia concordância deste, um Orientador de Dissertação
e, sob sua supervisão, elaborará uma dissertação equivalente a seis (6) créditos, sobre tema
situado no âmbito da área de concentração do curso de Mestrado em Ciências da Linguagem e
de uma das linhas de pesquisa do presente projeto.
25
8.2. Exame de Qualificação
O Exame de Qualificação para o mestrado, a ser realizado até o final do quarto
semestre do curso, incidirá sobre uma versão desenvolvida do projeto de dissertação
apresentado pelo candidato, perante uma comissão de três professores sendo um,
necessariamente, o orientador do aluno.
8.3. Proficiência em Língua Estrangeira
O exame de Proficiência em Língua Estrangeira tem por objetivo avaliar a capacidade
de leitura, interpretação e compreensão de textos científicos em uma língua estrangeira, a ser
escolhida pelo candidato.
Caso não seja aprovado na prova de proficiência em língua estrangeira no processo
seletivo de admissão para o curso de Mestrado em Ciências da Linguagem, o aluno deverá
prestar a referida prova até a data de seu Exame de Qualificação, em data ser fixada pelo
Conselho de Pós-Graduação, sem o qual não será permitida a realização do referido exame.
8.4. Defesa da Dissertação
O candidato deverá defender sua dissertação perante uma Comissão Examinadora de 3
(três) membros doutores, sendo um, necessariamente, o orientador do aluno, e outro, membro
externo à instituição, até, no máximo, o final do quinto semestre letivo, freqüentado no
Mestrado.
9. SELEÇÃO DE ALUNOS
26
1. O número de vagas para ingresso, a cada ano, para o curso de Mestrado, é de 20 a
30, a critério do Conselho de Pós-Graduação e segundo as disponibilidades do
corpo docente.
2. Os candidatos serão selecionados em concurso de seleção, na época prevista pelo
Conselho de Pós-Graduação.
3. O exame de seleção será realizado por uma Comissão de Seleção constituída de
professores do curso de Mestrado em Ciências da Linguagem.
4. O processo de seleção para o curso de mestrado deverá seguir as seguintes etapas:

Análise do curriculum vitae do candidato (classificatória);

Prova de proficiência em língua estrangeira (cf. 8.3.);

Prova escrita, em que o candidato deverá comentar texto(s)
teórico(s), previamente selecionado(s), de caráter eliminatório, cuja
nota mínima é de 7,0 pontos;

Entrevista com docentes do programa (classificatória).
As vagas abertas para o curso serão preenchidas seguindo a classificação final dos
alunos no processo de seleção.
9.1. Documentos para inscrição no concurso de seleção de mestrado
Serão exigidos os seguintes documentos na inscrição para o exame de seleção anual do
mestrado:
1.
Formulário de inscrição preenchido;
2.
Cópia autenticada do diploma ou certificado de conclusão do curso superior
(graduação) e histórico escolar;
27
3.
Duas cópias do curriculum vitae devidamente comprovado;
4.
Cópia da carteira de Identidade e CPF (anexar cópia de certidão de casamento,
se o nome constante na carteira de Identidade não coincidir com o do diploma de
graduação);
5.
Comprovante de pagamento da taxa de inscrição.
9.2. Critérios de Avaliação
1. Na avaliação da Prova Escrita será considerada a capacidade do candidato para:
A) Compreender o texto a ele apresentado;
B) Saber formular bem o que pensa relativamente ao tema abordado no texto;
2. Na análise do curriculum vitae serão considerados os seguintes itens:
A) Formação acadêmica;
B) Participação em eventos relacionados com a área do mestrado ou em sua área
de formação;
C) Experiência profissional.
3. Na avaliação da entrevista será considerada a habilidade que ele demonstra para
refletir sobre as questões de linguagem.
10. ESTRUTURA DE PESQUISA
Para que um curso de Pós-graduação cumpra efetivamente seus objetivos é importante
criarem-se condições de pesquisa regulares, sistemáticas e bem estabelecidas. Para tal,
contamos com os seguintes órgãos:
28
10.1. Biblioteca
Como parte integrante deste projeto, a biblioteca da unidade Fátima (Univás)
implementou e vem atualizando continuamente o seu acervo de modo a que atenda às
necessidades do mestrado e, como conseqüência, do corpo docente da Instituição. Desse
acervo consta grande parte dos títulos que serão consultados no curso e outros
complementares, segundo a bibliografia deste projeto.
10.2. Núcleo de Pesquisas em Linguagem – Nupel
O curso de Mestrado em Ciências da Linguagem conta com um núcleo de pesquisas
em linguagem com as seguintes finalidades:
 Propiciar condições institucionais para abrigar os projetos dos pesquisadores do
mestrado, docentes e mestrandos, de acordo com as linhas de pesquisa;
 Propiciar de modo permanente as condições institucionais de pesquisa na Univás para
que se possa progredir no trabalho de docência e pesquisa de pós-graduação;
 Garantir produção científica de qualidade ao final do curso, assim como oferecer
condições de integração com pesquisadores de outras universidades;
 Sustentar um processo de iniciação científica na área de linguagem da Univás;
 Garantir um fórum de discussões para os diferentes pesquisadores, garantindo ao
mesmo tempo um lugar qualificado de representação da Instituição. Isto dará
condições para a criação de uma revista da pós-graduação (multidisciplinar).
Este Núcleo é o lugar onde se realizam projetos e se gestam Encontros, Seminários e
Jornadas, que buscam dar uma visibilidade maior à Instituição em sua produção intelectual.
29
Além disso, tal núcleo também serve como lugar privilegiado de interlocução com os demais
departamentos da universidade.
Em 2002, foram promovidos dois eventos pelo Nupel: a 1ª Jornada Internacional de
Linguagem, em que estiveram presentes as professora doutoras Francine Mazière
(Universidade de Paris XIII) e Simone Delesalle (Universidade de Paris VIII), e que ocorreu
no dia 4 de setembro de 2002, com uma carga horária de seis horas; e o Seminário “Cidade,
Escrita e Ciências”, que ocorreu no dia 13 de dezembro de 2002, com carga horária de três
horas, contando com o professor doutor Eduardo Guimarães e a professora doutora Claudia
Castellanos Pfeiffer, ambos da Unicamp, e as professoras doutoras Maria Onice Payer e
Professora doutora Eni Orlandi, da Unicamp e Univás.
Nos anos de 2003 e 2004 foram também realizadas duas conferências organizadas
pelo Nupel. Em 2003, esteve presente o professor doutor Romualdo Dias. Em 2004, a
Professora doutora Maria Onice Payer abordou o tema “Linguagem e sociedade
contemporânea”, atividade que gerou um artigo publicado na Revista Rua, nº 11.
Em 2003, o Nupel promoveu as seguintes atividades: Seminário “Discurso e Corpo”,
com a professora doutora Cláudia Wanderley, da Unicamp; o Seminário “Linguagem não
verbal: Cinema e Fotografia”, com a professora e mestre Luciane Moreira, da PUCCampinas; a conferência “Antropologia Estética e Análise do Discurso – estudos sobre a
sociedade e performance cultural”, com a professora doutora Regina Aparecida Pólo Muller,
da Unicamp e a conferência “Pensar o corpo” com a professora doutora Carmem Lucia da
Unicamp. Em 2004, foram realizadas as conferências: “Mattoso Câmara Júnior: Lingüista
brasileiro”, com o então mestre Lauro José Siqueira Baldini e “Corpos da (na) dança –
subjetividades constituídas no discurso corporal”, com a professora doutora Eliana Ferreira da
Universidade Federal de Juiz de Fora.
30
Em 2006, houve a realização de palestras com os professores Dra. Maria Teresa
Celada (FFLCH/ USP) e Dr. Luiz Francisco Dias (UFMG), e também com os professores da
Univás, Guilherme Carrozza, Laila de Castro e Luciana Pereira.
Deve-se destacar, em 2007, a realização do I Encontro de Estudos da Linguagem – “A
língua e a sociedade moderna”, realizado nos dias 5 e 6 de outubro de 2007 e que contou com
os seguintes palestrantes: Professora Doutora Eni Orlandi (coordenadora do mestrado),
Professor Doutor Eduardo Guimarães (Unicamp), Professora Doutora Mônica Graciela
Zoppi-Fontana (Unicamp), Professor Doutor Ronaldo Teixeira Martins (Univás), Professora
Doutora Suzy Maria Lagazzi-Rodrigues (Unicamp), Professora Doutora Telma Domingues da
Silva (Univás), Professor Nelson Lambert (Univás), Professora Doutora Cristiane Dias
(Unicamp), Professor Doutor Carlos Alberto Zanotti (PUC-Campinas), Professora Doutora
Mirian dos Santos (Univás), Professor Guilherme Carrozza (Univás), Professora Doutora
Cláudia Castellanos Pfeiffer (Unicamp), Professora Doutora Maria Onice Payer (Univás),
Professora Mestre Mary da Costa Bueno, Professor Doutor Lauro Baldini (Univás),
Professora Doutora Berenice Maria Rocha Santoro (Univás), Professora Rosângela Alves
Dutra e o mestre Adilson Ventura da Silva.
Em 2008, dando continuidade ao encontro anterior, deu-se o II Encontro de Estudos da
Linguagem – Linguagem, memória e sociedade contemporânea, realizado nos dias 11 e 12 de
setembro de 2008 e que contou com os seguintes palestrantes: Professora Doutora Eni Orlandi
(Univás), Professora Doutora Regina Muller (Unicamp), Professora Doutora Carolina
Rodrigues (Unicamp), Professor Doutor Luciano Migliaccio (FAU/USP), Professor Doutor
Luiz Francisco Dias (UFMG), Professor Doutor Romualdo Dias (Unesp) e Professora
Doutora Silvana Serrani (Unicamp).
31
10.3. Grupos de Pesquisa
Já estão sendo constituídos, no interior do Nupel, grupos de pesquisa para que as
atividades de docência e de formação em geral tenham sustentação na pesquisa integrada.
Estes grupos são determinados, em sua constituição, pelas linhas de pesquisas aqui
elaboradas. Por outro lado, estão presentes na maneira como deverão funcionar as disciplinas
dos estudos avançados, em seus seminários, criando-se assim uma sistematicidade na maneira
como esses grupos se farão presentes não só nas relações entre docentes da Universidade, mas
também entre alunos dos cursos. Além disso, e não menos importante, é preciso observar que
a prática desses grupos com sustentação no Nupel inscreve efetivamente a pesquisa no
funcionamento da instituição e a liga a outros pesquisadores de outras instituições.
Esses grupos de pesquisa deverão estar comprometidos não só com o desenvolvimento
da formação do pesquisador como também com resultados que deverão ser publicados para
fazer circular o conhecimento produzido no mestrado: artigos para revistas, livros, seminários,
comunicações em Congressos e outras formas de tornar públicos e fazer circular resultados de
estudos e pesquisa do mestrado.
No momento, temos seis grupos de pesquisa em funcionamento, sendo que um deles,
“Discurso, memória e processos identitários na região de Pouso Alegre”, coordenado pela
Professora Doutor. Eni Orlandi, está sendo financiado pela Fapemig e congrega docentes e
alunos de graduação.
32
11. BIBLIOGRAFIA
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ANEXO 1
UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS EUGÊNIO PACELLI
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES
DA DEFINIÇÃO
Artigo 1º. As Atividades Complementares constituem componente curricular do curso de PósGraduação em Ciências da Linguagem e se caracterizam pelo desenvolvimento de atividades
que venham a contribuir para a pesquisa e para a formação do pós-graduando.
Parágrafo Único. As Atividades Complementares não são obrigatórias, podendo o pósgraduando optar por outras disciplinas para a integralização da carga horária mínima exigida
pelo Programa.
DOS OBJETIVOS
Artigo 2º. São objetivos gerais das Atividades Complementares:
I - Fomentar a freqüentação, pelo pós-graduando, dos fóruns de pesquisa relativos à sua área
de formação;
II - Incentivar a participação do aluno em atividades acadêmicas e científicas que venham a
permitir sua permanente atualização e a troca de experiências;
III - Capacitar o aluno para o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais
inerentes ao seu processo de formação.
DA DURAÇÃO E DA CARGA HORÁRIA
Artigo 3º. As Atividades Complementares, com carga horária total de 60 (sessenta) horas,
terão valor de 1 a 4 créditos, conforme quadro abaixo, e deverão ser cumpridas ao longo do
curso de pós-graduação.
Parágrafo 1º. O pós-graduando deverá apresentar seus comprovantes de participação nas
Atividades Complementares ao Colegiado de curso, acompanhado de requerimento próprio
preenchido na Secretaria de Pós-graduação.
40
Parágrafo 2º. Caberá ao Colegiado de Curso a conferência da documentação encaminhada e o
deferimento ou não do pedido de convalidação de carga horária, levando em consideração o
evento no que diz respeito a sua carga horária e a área a qual ele se enquadra.
Artigo 4°. A carga horária deverá ser cumprida,
I - nos eventos científicos promovidos pelo Mestrado e pela Universidade; ou
II - nos eventos científicos promovidos por terceiros, desde que aceitos pelo Mestrado; ou
III - por meio de publicações em revistas e periódicos especializados.
Alcance dos Eventos
Eventos locais
(promovidos
pelo
Mestrado
ou pela
Universidade)
Eventos regionais
(promovidos por terceiros, mas de alcance
restrito)
Eventos nacionais
Eventos internacionais
Ouvinte
Apresentador
de pôster
Apresentador de
Comunicação
Oral
1 crédito
1 crédito
2 créditos
1 crédito
2 créditos
3 créditos
2 créditos
2 créditos
3 créditos
3 créditos
4 créditos
4 créditos
PRODUÇÃO CIENTÍFICA E INTELECTUAL
Resumo publicado em anais ou programas
Resenha publicada
Organização de coletânea (com ISBN) na área de atuação
Tradução de livro na área de atuação
Capítulo ou ensaio de livro (com ISBN) na área de atuação
Trabalho completo publicado em anais ou revistas não indexadas
Artigo publicado em periódico indexado na área de atuação
Projeto concluído e aprovado com financiamento de órgãos externos
Produções técnicas
Livro (com ISBN) na área de atuação
Seminário de pesquisa, exposição, palestra e afins
1 crédito
1 crédito
4 créditos
4 créditos
4 créditos
3 créditos
4 créditos
4 créditos
2 créditos
4 créditos
3 créditos
Parágrafo 2°. Para efeito de obtenção de crédito, somente terão efeito as participações em
congresso e publicações realizadas durante o período em que o aluno esteve regularmente
matriculado no Programa.
41
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