Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Impulso de uma força Introdução: Quando um caminhão colide com um carro, o que determina os estados dos veículos após a colisão? Por que os ocupantes do carro ficam mais feridos que os ocupantes do caminhão? Nesses estudos, usaremos os conceitos de momento linear e impulso, e uma nova lei de conservação: a lei da conservação do momento linear. Podemos escrevar, a partir da segunda Lei de Newton: dv F m a F m dt d F dt m v Momento linear movimento: ou quantidade 1 de Definição: Chamamos a quantidade: p mv de momento linear ou quantidade de movimento. Unidade (SI): kg.m/s Impulso: Quando duas partículas se chocam, durante um certo intervalo de tempo de colisão, as duas trocam forças entre sí, de mesmo módulo e direção, mas de sentidos diferentes (3a Lei de Newton). A força produz variações no momento linear da partícula, de acordo com a segunda Lei de Newton. Definimos como impulso I: I F t Unidade:N.s=kg.m.s-1 Se a força for variável, conhecendo-se o gráfico (t,F) é possível determinar o impulso da força pela área sob o gráfico: Direção e sentido: mesmo que a força. Ë verificado que o impulso é a variação da quantidade de movimento Q: I Q m vF m v0 Conservação da quantidade de movimento: Num sistema de partículas de massas m1,m2 ,…,mn , se não há forças externas atuando no sistema, a quantidade de movimento se conserva: p 0 p f pi 0 Qi Q f Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Exemplo 1 - Determine o vetor quantidade de movimento das partículas nas situações (a) e (b). Exemplo 4 – Determine a variação da quantidade de movimento da bola. 2 p m v f m vi p m 20 iˆ m 30 iˆ p 50m iˆ Exemplo 5 – A massa de uma bola de futebol é 0.4 kg. Determine o impulso da força resultante e a força resultante média para o caso da bola sabendo que inicialmente a bola se desloca da direita para a esquerda com 20 m/s e após o chute, de interação 0.01s, desloca com módulo 30 m/s fazendo um ângulo de 45° com a horizontal. Exemplo 2 - Canhão disparando uma bala. A velocidade de recuo do canhão é: mb vb M V 0 V m vb M Solução: v f x v f cos 45 v f x 30 cos 45 v f x 30 0.707 v f x 21.21 v f y v f sen45 v f y 30 sen45 Exemplo 3 - Bomba explodindo em 3 fragmentos. v f y 30 0.707 v f y 21.21 p m v f m vi px m v f x m vix px 21.2 0.4 20 0.4 px 16.48 p y m v f y m viy p y 8.48 kg m s kg m s Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Fmed px F med x p t p y t F med y t Fmed x 1650 N F 850 N med y 2 2 Fmed Fmed Fmed x y Fmed 1.9 103 N 3 Direção: arctg Fmed y Fmed x arctg 850 1650 27 Exemplo 6 – Um atirador manteém um rifle de 3 kg segurando-o frouxadamente de modo que ele possa recuar livremente ao disparar. Ele atira uma bala de massa mB = 5.00 g horizontalmente com velocidade relativa ao solo dada por vB = 300 m/s. Qual é a velocidade de recuo do rifle vR e qual o valor da energia cinética final e do momento final da bala ? E do rifle? Solução p f pi 0 mb vb iˆ mR vR iˆ 0 mb vb m vR 0.500 mR s vR Colisões: Definimos coeficiente de restituição como a razão entre a velocidade relativa de afastamento e a velocidade relativa de aproximação: e vraf v rap 0 e 1 As colisões de corpos podem ser classificadas em: 1. Elásticas. Nesse caso a energia mecânica se conserva: E M i E M F e o coeficiente de restituição é igual a 1 (e = 1). 2. Inelásticas. (parcialmente elásticas (0<e<1)). A energia mecânica não se conserva. Quando e = 0, ou seja, dois corpos após se colidirem saem com a mesma velocidade, chamamos de colisão perfeitamente inelástica. Neste caso há uma máxima perda de energia cinética. Essas perdas de energia são devidas a transformações em outras formas de energia, como por exemplo em energia térmica e sonora. Como exemplo citamos as colisões em duas dimensões ilustradas a seguir: Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Exemplo 7 – Encontre a velocidade final do cavaleiro A. Não há atrito nos trilhos. Suponha coeficiente de restiruição e = 1 (choque perfeitamente elástico). 4 Solução p f pi mA vA1 iˆ mB vB1 iˆ mB vB2 iˆ mA vA2 iˆ 0.5 2 iˆ 0.3 2 iˆ 0.3 vB2 iˆ 0.5 vA2 iˆ 1 iˆ 0.6 iˆ 0.3 vB2 iˆ 0.5 vA2 iˆ 0.4 0.3 vB2 0.5 vA2 e e vB2 vA2 22 vrafastamento vraproximação 1 vB2 vA2 4 vB2 vA2 4 1 0.3 vB2 0.5 vA2 0.4 vB2 vA2 4 0.2 vA2 0.4 0.3 4 0.2 vA2 0.8 m s m vB2 8 s vA2 4 Exemplo 8 – Dois blocos de gelo deslizam sobre a superfície sem atrito de um lago congelado conforma a figura. O bloco A, com massa mA = 5.0 kg se move com velocidade vA1 = 2.0 m/s paralelamente ao eixo Ox. Ele colide com o bloco B, de massa mB = 3.0 kg que está inicialmente em repouso. Depois da colisão, verifica-se que a velocidade do bloco A é dada por vA2 = 1.0 m/s com uma direção que faz um ângulo com a direção inicial. Qual é a velocidade final do bloco B? Quais os ângulos e ? Solução p f pi mA vA1 iˆ mA vA2 cos iˆ mA vA2 sen ˆj mB vB2 cos iˆ mB vB2 sen ˆj mA vA1 mA vA2 cos mB vB2 cos 0 mA vA2 sen mB vB2 sen 1 1 1 EM antes EM depois mA vA21 mA vA22 mB vB22 2 2 2 2 2 m v m v A A1 A A2 vB22 mB m vB2 4.47 s 0.5 4 0.5 2 cos 0.3 4.47 cos 0 0.5 2 sen 0.3 4.47 sen cos 1.341 cos 2 sen 1.341 sen 0 cos 2 1.341 cos sen 1.341 sen sen2 cos2 1 1.341 sen 2 1.341 cos 2 2 1 1.79828 sen 4 2 2 1.341 cos 1.7982 cos2 1 2 2 1.79828 sen cos2 4 5.364 cos 1 1 1.79828 4 5.364 cos 1 5.364 cos 1 5.79828 4.79828 cos cos 0.8945 5.364 arccos0.8945 26.56 sen 1.341 sen 1.341 1 cos2 sen 1.341 1 0.89452 sen 0.5995 arcsen 0.5995 36.9 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Exemplo 9 – Em um teste de choques de automóveis, um carro colide com uma parede, aproximando dela com uma velocidade m vi 15 iˆ s . Após a colisão, o carro de 1500 kg possui velocidade m v f 2.6 iˆ . Se a colisão dura 0.15 s, calcule o s impulso e a força que a parede exerce sobre o carro. Suponha mb = 5 g, mB = 1 kg e h = 5 cm. Encontre: (a) a velocidade inicial da bala. (b) a perda de energia. Solução: Antes do choque: energia cinética: mb vb2 Ei Eb EB 2 Após o choque: Ef mb mB v 2f 2 Conservação da quantidade de movimento: mb vb mb mB v f vf Solução: I p I p f pi I m v f m vi I 1500 2.6 iˆ 1500 15 iˆ I 2.64 104 iˆ N s p 2.64 104 iˆ F F t 0.15 5 ˆ F 1.76 10 i N Exemplo 10 – Um pêndulo balístico é um sistema utilizado para medir a velocidade de um projétil como uma bala. Na figura, a bala penetra em um bloco de madeira suspenso por fios e se aloja no bloco de madeira; o conjunto se eleva a uma altura h e a colisão é inelástica. mb vb mb mB Conservação da energia entre o instante após o choque e o momento do sistema atingir a altura máxima: EM i EM f mb mB v 2f mb mB g h 2 vf 2 g h vf mb vb mb mB m mB vb b mb 0.005 1 vb 0.005 2 g h 2 9.81 0.05 m s E E f Ei vb 199 E mb mB v 2f 2 E 98.5J mb vb2 2 Exemplo 11 – Um bloco de massa m1 = 1.60 kg inicialmente movendo-se para a direita com velocidade 4.00 m/s em um piso sem atrito, colide com uma mola presa a um segundo bloco de massa m2 = 2.10 kg inicialmente movendo-se para a esquerda com velocidade de 2.50 m/s. A mola tem constante elástica 600 N/m. (a) No instante que o bloco 1 move-se para a direita com velocidade 3.00 m/s, determine a velocidade do bloco 2. 5 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. (b) Determine o valor de x nesse instante. (contido na água pesada, D2O) ou carbono (contido na grafite). Mostre que os nêutrons podem perder a maior parte de sua energia cinética se as colisões forem elásticas entre o material moderador. Solução: Massa do material moderador inicialmente em repouso: mm. Velocidade inicial do nêutron: vni. Solução: Conservação do momento: Eni m1 v1i m2 v2i m1 v1 f m2 v2 f m v2 f 1.74 s En f Conservação da energia mecânica: i 2 m2 v 22 i 2 m1 v12 f m2 v 22 f 2 x 0.173m 2 2 2 m m mm 2 En f n n vn 2 mn mm i k x2 2 mn mn mm 2 vn En f 2 mn mm i fn fn mn vn2i Eni 2 2 m mm fn n mn mm mm vm2 f Em f 2 2mn vm f vni mn mm Exemplo 12 – Suponha uma colisão elástica entre as duas partículas mostradas na figura. Mostre, aplicando a conservação da energia e a conservação do momento, que: m m2 v1 f 1 v1i m1 m2 2m1 v2 f v1 m1 m2 i Exemplo 13 – Em um reator nuclear, nêutrons são produzidos quando um átomo 2 2 Ei E f m1 v12 mn v 2 nf mn vn2i 235 92 U divide-se em um processo conhecido como fissão. Estes nêutrons estão se movendo com velocidade da ordem de 107 m/s e sua velocidade é reduzida para 103 m/s antes de tomarem parte em outro processo de fissão. Sua velocidade é reduzida porque passam por um material sólido ou líquido, chamado de moderador, no qual envolvem colisões elásticas entre núcleos leves, como o deutério 2mn mm vni mn mm Em f 2 2mm mn2 Em f vn2i 2 mn mm 2 A fração fm da energia cinética inicial transferida para o núcleo moderador será: fm Em f Eni fm 4 mm mn mn mm 2 Exemplo 14 – Efeito da atiradeira gravitacional. A figura mostra o planeta Saturno movendo-se em sentido x negativo com uma velocidade orbital em relação ao Sol de 9.6 km/s. A massa de Saturno é 5.69.1026kg. Uma nave espacial de massa 825 kg se aproxima de Saturno com velocidade de 10.4 km/s. A atração gravitacional de Saturno (uma força conservativa) faz com que a nave mude de direção e retorne em sentido oposto. Calcule a velocidade final da 6 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. nave depois que ela afasta de modo que não sinta mais a força gravitacional de Saturno. Exemplo 16 – Colisão de carros num semáforo. Um carro de 1500 kg e 25m/s colide com outro de 2500kg indo para o norte a 20 m/s como mostra a figura. 7 Solução: Nesse caso, a ― colisão‖ não é um impacto, mas sim uma interação gravitacional. Seja A a nave espacial, B o planeta Saturno. Suponto que a velocidade do planeta saturno seja constante durante a interação: imagine o problema como uma colisão elástica em linha reta na qual: vB1 = vB2 = 9.6 km/s e vA1 = 10.4 km/s. Assim: e 11 1 vA2 vB2 vA1 vB1 vrafastamento vraproximação vA1 vB1 vA2 vB2 vA2 vA1 vB1 vB2 vA2 10.4 9.6 9.6 vA2 29.6 km s Exemplo 15 – Dispositivo anti-strees. Choques elásticos (e = 1). Air Bag – Choque perfeitamente inelástico (e = 0). Encontre a direção e a velocidade dos carros após a colisão, supondo choque perfeitamente inelástico (e = 0; carros permanecem juntos). Solução: e00 p xi vrafastamento vraproximação v1 f v2 f px f m1 v1 m1 m2 vF cos 1500 25 1500 2500 vF cos 37500 4000 vF cos p p yi yf m2 v2 m1 m2 vF sen 50000 4000 vF sen 50000 4000 vF sen 50 tg 37500 4000 vF cos 37.5 50 arctg 53.1 37.5 37500 37500 vF vF 4000 cos 4000 cos 53.1 m vF 15.6 s Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Exemplo 17 – Colisões de partículas. Dois prótons colidem de forma que o próton 2 está inicialmente em repouso e o 1 possui velocidade 3.5.10 5 m/s. Depois da colisão, o próton 1 move-se com velocidade formando um ângulo de 37° com o eixo x e o próton 2 com velocidade formando um ângulo . Encontre a velocidade final dos dois prótons e o ângulo . Solução: p xi hospitais usam hoje em dia para detectar o cancro já sem falar nos avanços técnicos necessários e exigidos pelas experiências, técnicas que acabam sempre no domínio público, como aliás todas as descobertas feitas no CERN. px f 8 mp v1 mp v1 f cos37 mp v2 cos 3.5 105 v1 f cos37 v2 cos p p yi yf 0 mp v1f sen37 mp v2 f sen v1 f sen37 v2 f sen Conservação da energia: Ei E f v12f v22f 3.5 106 2 Resolvendo o sistema: m s m v2 f 2.11105 s 53 v1 f 2.8 105 Observe que quando duas massas iguais colidem elasticamente (com uma delas em repouso inicialmente: +θ=90° Adaptado e Extraído de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Europeia_ para_a_Investiga%C3%A7%C3%A3o_Nuclear O acrónimo CERN provem do francês "Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire" (Conselho Europeu para Investigação Nuclear) , um organismo provisório instituído em 1952 e criada com o apoio da UNESCO, e que tinha por objectivo no fim da segunda guerra mundial "promover a colaboração entre Países Europeus na área da investigação no domínio da Física da Altas Energias (FAE)". Quando em 1954 foi rectificada a convenção pelos 11 países fundadores (ver: Países Membros) o 'Conselho' deu origem à 'Organização' mas manteve-se o acrónimo. Como nessa altura a pesquisa da física fundamental tinha por principal objectivo a compreensão do interior do átomo, o núcleo atómico, isso explica o termo 'nuclear' empregue, mas pela imagem belicosa desta palavra o CERN chamou-se numa dada altura "Organização Européene pour la Physique des Particules". Desde a sua criação, o CERN foi importante para aproximar os povos, e foi mesmo o único local onde cientistas norte-americanos e russos trabalharam juntos durante a Guerra Fria. Além disso certas experiências e detectores do CERN estão na base de aparelhos que os Para as sua experiências o CERN necessita, à partida, de hidrogénio e de chumbo, pois que os prótons são produzidos a partir de atomos de hidrogénio dos quais se extrai os elétrons. Os protões começam o seu percurso num acelerador linear, o LINAC e depois são injectados sucessivamente no injector do síncrotron sincrotão a prótons do PS, o PSB sigla inglesa de 'PS Booster', no Super Síncroton de Prótons (SPS) antes de chegarem ao Grande Colisor de Hadrons (LHC). - os íons de chumbo são produzidos a partir de chumbo vaporizado antes de serem enviados no LINAC 3. Em seguida acelerados no Low Energy Ion Ring (LEIR) e seguem o mesmo trajecto que os protões. O CERN emprega nas suas instalações um conjunto de 6 aceleradores. Cada um tem por finalidade aumentar a energia do feixe das partículas recebidas antes de as enviar a experiências ou a um outro acelerador. Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Assim, e no caso de entrarem em colisão à velocidade da luz no LHC, as partículas passam do duoplasmatron de 90 keV, ao RFQ de 750 keV, ao Linac 2 de 50 MeV, ao Síncroton Injector do PS o (PSB) de ―PS Booster‖ de 1,4 GeV, ao Sincrotrão a Protões (PS) de 25 GeV e finalmente ao Super Síncroton de Prótons (SPS) de 450 GeV e finalmente no LHC 3,5 TeV . Em contrapartida no AD, o Desacelerador de Antiprótons, reduz-se a velocidade para estudar 'calmamente' a antimatéria. Fora do campo científico o CERN é principalmente conhecido por ter sido o berço da invenção da World Wide Web, ou simplesmente WWW ou Web. Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por tornar-se na complexa e essencial Web. Tim Berners-Lee que tinha construido o seu primeiro computador na Universidade de Oxford, onde se formou em 1976 tornava-se, quatro anos mais tarde, consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web. Na sua proposta para o projecto em 1989 - é curioso ver o comentário do seu chefe de serviço- sugere a ideia de hipertexto que permite às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento através uma rede de documentos ligados entre si. Foi esse projecto que ficou conhecido como a World Wide Web. Para a sua realização T. Berners-Lee foi ajudado tanto na expecificação da linguaguem HTML, do navegador, assim como no criação do servidor Web por Robert Cailliau. A Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada mundialmente. Em 1994 Berners-Lee criou o World Wide Web Consortium, onde actualmente assume a função de director. Mais tarde, e em reconhecimento dos serviços prestados para o desenvolvimento global da Web, foi nomeado cavaleiro pela rainha da Inglaterra. Solução: Análogo ao anterior. θ = 55° Centro de Massa Ao trabalharmos com corpos com dimensões não desprezível é de extrema importância localizar o centro de massa desse corpo. Estudamos o movimento do corpo no centro de massa, pois esse terá um comportamento de um ponto no qual toda massa do corpo está localizada nele. Veja exemplo abaixo. 9 Pode-se associar a um sistema de partículas um determinado centro de massa, no qual se aplica a 2 a Lei de Newton: Fext M acm Para calcular a posição do centro de massa de um sistema de n partículas de massas m1,m2,m3..,mn , basta fazer: m1r1 m2 r2 m3 r3 mn rn rcm m1 m2 m3 mn Exemplo 18 – Bilhar. Em um jogo de bilhar, deseja-se colocar uma bola no canto, como mostra a figura. m1v1 m2 v2 m3 v3 mn vn vcm m1 m2 m3 mn m a m2 a 2 m3 a3 mn a n acm 1 1 m1 m2 m3 mn As expressões para velocidade e aceleração do CM são obtidas derivando a primeira relação com respeito ao tempo. Encontre o ângulo θ. Despreze efeitos de rotação e de atrito. Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Determinação Experimental do Centro de massa. Exemplo 19 – Determine o centro de massa do sistema da figura: 10 Solução: (a) m dm m dm dx L dx L 1 xcm xdm m L 1 m xcm xdx m0 L L 1 m 1 x2 xcm xdx m L 0 L 2 xL x 0 L xcm 2 (b) xcm 2L 3 Exemplo 20 – Determine o centro de massa do sistema da figura: um triângulo de massa M. Solução: m1 x1 m2 x2 m3 x3 xcm 0.75m m1 m2 m3 m y m2 y2 m3 y3 1 1 ycm 1m m1 m2 m3 xcm ycm Exemplo 20 – Determine o centro de massa do da vareta de densidade linear: (a) constante: (b) = α x Solução: Densidade superficial: m dm m dm ydx A dA A m 2m dm ydx dm ydx a b a b 2 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. y Equação da reta: b x a ycm 2m b 2m dm xdx dm 2 xdx a b a a 1 xcm xdm m a a 1 2m 2m xcm x 2 xdx xcm x 2 dx m0 a m a 2 0 2 x3 xcm 2 a 3 Analogamente: x a xcm x 0 2 a 3 1u d sen52.5 1u d sen52.5 161u 0 1u 1u 16u ycm 0m Exemplo 22- Jaime está a uma distância de 20 m de Rui e ambos estão em pé sobre a superfície lisa de um lago congelado. Rui possui massa de 60.0 kg e Jaime 90.0 kg. Na metade da distância entre os dois homens, uma caneca contendo a bebida favorita deles está apoiada sobre o gelo. Eles puxam a extremidade de uma corda leve esticada entre eles. Quando Jaime se desloca 6 m no sentido da caneca, e, que sentido Rui se desloca e qual é a distância percorrida por ele? 1 ycm a 3 Exemplo 21 – Centro de massa da molécula de água. A figura mostra a estrutura simplificada da molécula de água. Solução: A superfície gelada é horizontal e sem atrito, é nula a força externa resultante que atua sobre Rui. O momento linear total do sistema permanece constante. Centro de massa: A distância d entre os átomos é dada por: 11 d 9.57 10 m . Cada átomo de hidrogênio possui massa igual a 1u e o átomo de oxigênio16 u. 1u 1.6605402 1027 kg : unidade de massa atômica. Representamos as massas por meio de pontos porque quase toda a massa do átomo está concentrada em seu núcleo, cujo raio é 10-5 menor do que o raio do átomo. Usando o sistema de coordenadas indicado, calcule a posição do centro de massa da molécula de água. xcm Solução: xcm 90 10 60 10 90 60 xcm 2m Quando Jaime se desloca 6.0 m para a caneca, sua nova coordenada é x = -4 m. Sendo xR a coordenada de Rui: xcm 90 4 60 xR 90 60 2m xR 1m Jaime se deslocou 6 m no sentido da caneca e ainda está a uma distância de 4 m da caneca; Rui se deslocou 9.0 m e está a uma distância 1.0 m da caneca. A razão entre as duas distâncias percorridas é 2/3, igual à razão inversa entre suas massas. 1u d cos52.5 1u d cos52.5 161u 0 Exemplo 22 - Propulsão de um foguete. Um foguete está no espaço sideral, longe de qualquer 1u 1u 16u xcm 0.068d xcm 0.068 9.57 10 xcm 6.5 1012 m 11 planeta, quando então seu motor é acionado. Na primeira etapa da queima, o foguete ejeta 1/120 de sua massa com uma velocidade relativa igual a 2400 m/s. Qual é a aceleração inicial do foguete? 11 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. 0 m dv dm dv dm vex 0 m dv dm vex Dividindo ambos os lador por dt: m O termo Solução: O componente x do momento do foguete no instante inicial é: vcomb v vex vcomb v vex O componente x do momento linear da massa ejetada (-dm) é: dm vcomb dm v vex Conforme indicado na figura, no final do intervalo dt, o componente x da velocidade do foguete com o combustível ainda não queimado é v + dv, e sua massa diminui para m + dm (lembre-se que dm < 0). O momento linear do foguete nesse instante é: m dm v dv dv éa aceleração do foguete de modo dt que o termo esquerdo fornece a força resultante ou a força de propulsão do foguete: dv dm m F vex dt dt P1 m v Em um curto intervalo de tempo dt, a massa do foguete varia de uma quantidade dm. Essa quantidade é negativa, pois a massa do figuete diminui com o tempo. Logo, no intervalo de tempo dt, uma quantidade de massa positiva –dm resultante da combustão é ejetada do foguete. Seja vex a velocidade escalar do material expelido em relação ao foguete; o combustível queimado é ejetado em um sentido oposto ao do movimento, portanto o componente x do vetor velocidade em relação ao foguete é – vex. O componente x da velocidade do combustível queimado vcomb em relação ao nosso sistema de coordenadas é: dv dm vex dt dt A força de propulsão é proporcional à velocidade relativa vex do combustível queimado e à taxa da variação de massa com o tempo do material ejetado, dm dt (Lembre-se que dm/dt é uma quantidade negativa porque representa a taxa de variação da massa do foguete. O componente x da aceleração do foguete é: a dv vex dm dt m dt Essa relação é positiva pois vex é positiva (lembre-se de que ela é o módulo da velocidade de exaustão) e dm/dt é negativa. A massa m do foguete diminui continuamente à medida que o combustível é consumido. Quando vex e dm/dt permanecem constantes, a aceleração cresce até que toda a massa do combustível seja consumida. Um foguete de verdade queima combustível com uma taxa muito elevada. E ejeta o combustível queimado com uma velocidade relativa muito elevada, como na figura abaixo. Logo, o componente x do momento linear total P2 do foguete mais o momento linear do combustível queimado no instante t + dt é: P2 m dm v dv dm v vex De acordo com a hipótese inicial, o foguete e o combustível constituem um sistema isolado. Portanto, existe conservação do momento linear, e o componente x do momento linear do sistema deve ser o mesmo tanto no instante t quanto no instante t+dt: P1 = P2. Portanto: m v m dm v dv dm v vex m v m v m dv dm v dm dv dm v dm vex Podemos desprezar o termo dm.dv por se tratar de duas infinitesimais. Assim: A taxa inicial da variação da massa é: m 120 m dm 0 0 dt 1s 120 m0: massa inicial em t = 0 do foguete. 12 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. vex dm m0 dt 2400 m0 a m0 120 a a 20 m s 2 Exemplo 23 - Velocidade de um foguete. Suponha que ¾ da massa inicial m0 do foguete do exemplo anterior seja de combustível, de modo que sua massa final é m = m0/4 e imagine que o combustível seja consumido com uma taxa constante em um intervalo de tempo total t = 90 s. Se o foguete parte do repouso em nosso sistema de coordenadas, calcule sua velocidade nesse instante final. Solução: m dv dm vex dm dv vex m v m dm v dv vex m m 0 0 m m v v0 vex ln vex ln 0 m m0 m v v0 vex ln 0 m m 4 v 0 2400 ln v 3327 s 1 Texto: O neutrino. (Adaptado de 3.) Neutrino é uma partícula sub-atômica dificilmente detectada porque sua interação com a matéria é muito fraca, sua carga é neutra e sua massa extremamente pequena. A sua formação se dá em diversos processos de desintegração em que sofre transição para um estado de energia mais baixa, como quando o hidrogênio é convertido em hélio no interior do Sol. Neste momento são gerados todos os comprimentos de ondas. Wolfgang Pauli em torno da década de trinta, observou que em vez de ter uma energia de 0,8 MeV, o elétron quando acelerado (emitido), possui uma energia variável entre 0 e 0,8 MeV. Considerada uma anomalia, o cientista procurou uma forma de adequar matematicamente a prática e a teoria, pois ambas não eram concordantes. Em torno de 1931, Pauli encontrou vestígios do que poderia vir a ser outra partícula muito pequena que acompanhava o elétron em sua aceleração. Esta foi denominada de “neutrino”. Somente em 1956, é que se comprovou a existência real do neutrino, pois sua interação era tão pequena que quase não foi possível sua detecção. Fisicamente, o primeiro detector de neutrinos consistia de uma cubo com 400.000 litros de tetracloroetileno. No início da década de sessenta, foi descoberto em laboratório que os prótons e nêutrons compunham-se de partículas que foram chamadas de quarks. Em meados da década de oitenta, os quarks, juntamente com outra classe de partículas subatômicas conhecidas como léptons, constituíam os blocos construtores fundamentais de toda matéria. O neutrino é uma das partículas elementares da matéria/energia (neste caso há que se ter cuidado em dissociar a matéria da energia). Tem o mesmo momento angular intrínseco, spin ou giro da mesma forma que os prótons, elétrons e nêutrons, e diferente dos fótons que têm o dobro do giro ou spin. Pertence à família dos léptons, sua massa é muito pequena (antigamente se pensava que podia ser nula). O spin do neutrino é 1/2, sua carga elétrica pode ser considerada nula. Esta partícula é formada em diversos processos de desintegração beta, e na desintegração dos mésons K. Pode-se dizer (por enquanto) que existem três tipos de neutrino. Estão intimamente associados ao elétron, ao tau e ao múon. Tipos de neutrinos Neutrino do elétron = Neutrino eletrônico é associado ao elétron, de número eletrônico +1; neutrino do elétron, seu símbolo é: νe Neutrino do múon = Neutrino muônico associado ao múon-menos, e de número muônico +1, seu símbolo é νμ Neutrino do tau = Neutrino tauônico, associado ao tau, e de número tauônico +1, seu símbolo é ν τ. A lei da conservação do momento linear e a lei da conservação da energia, vitalmente importantes em todas as áreas da física, são sustentadas por uma sólida base de evidências experimentais. Contudo, o decaimento de núcleos radioativos por um processo conhecido como decaimento beta levou em 1930 o grande físico Niels Bohr a sugerir que essas leis poderiam não ser obedecidas em processos nucleares. Quase todos os físicos discordaram dessa hipótese, eles acreditavam tão fortemente nessas leis de conservação que aceitaram uma hipótese alternativa, formulada por Wolfgang Pauli, segundo a qual uma partícula "misteriosa" ainda não detectada deveria ser emitida no decaimento beta. Somente 25 anos depois, esta partícula, o neutrino. foi realmente observada experimentalmente. Para entendermos como surgiu esse desafio para as leis de conservação, vamos considerar um sistema constituído por duas partículas, com massas m1 e m2 13 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. inicialmente em repouso. O sistema poderia ser a bala e o rifle do exemplo discutido, ou duas bolas amarradas a uma mola comprimida entre elas, ou um núcleo instável que se divide em dois fragmentos. Quando os dois corpos se separam, adquirindo velocidades v1 e v2 uma quantidade total de energia Q é subdividida entre eles: Q K1 K 2 1 1 m1 v12 m2 v22 2 2 Naquele Exemplo o valor de Q era de 225.1. Notamos naquele exemplo que a razão entre as energias cinéticas das partículas era inversamente proporcional à razão entre suas massas. Para uma razão entre as massas igual a 600:l. o rifle recuando e a bala adquiriram energias cinéticas de (1/601)Q e (600/601)Q, respectivamente. A energia é sempre repartida dessa forma, ou seja. a partícula com menor massa possui uma energia cinética maior do que a energia cinética da partícula mais pesada. Para provar isso, notamos que o sistema é isolado, de modo que o momento linear total é zero antes e depois de as partículas se separarem. Logo, o momento linear de uma partícula é igual e contrario ao momento linear de outra partícula: m1 v1 m2 v2 Elevando-se ao quadrado e dividindo-se por 2 temos: 1 1 m1 v12 m2 v22 2 2 m1 K1 m2 K2 Assim, podemos relacionar com a equação que dá o valor de Q: K1 m2 m1 Q K2 Q m1 m2 m1 m2 O ponto essencial é que. quando existem duas partículas no final do processo, a energia total Q deve sempre ser dividida dessa maneira. Quando existem três ou mais partículas, a energia pode ser dividida de diversas formas, dependendo da direção e do sentido do movimento das partículas. Antineutrino Além dos neutrinos existem os antineutrinos, estes são antipartículas de neutrino. Há três tipos de antineutrinos, um associado ao elétron, um ao múon e um ao tau. Interações Os neutrinos sofrem, apenas, interações fracas e gravíticas. Experiências executadas em laboratórios de partículas indicam que se transformam de um tipo em outro durante seu deslocamento. A isto se chama oscilações de neutrinos. Pontecorvo e outros especularam que os neutrinos poderiam ter tais oscilações, pois a quantidade de neutrinos medida que chegavam à terra vindos dos Sol eram menores que o predito pela teoria,[2] mas estas oscilações não eram preditas no Modelo Padrão que descreve as interações das partículas elementares. Este foi a primeira evidência de um fenômeno não descrito pela teoria, e por isto Koshiba e Davis ganharam um Prêmio Nobel em 2002. A primeira observação direta deste fenómeno foi feita pelo experimento "Opera" (Oscillation Project with Emulsion-tRacking Apparatus) usando os dados do CERN através de feixes de neutrinos do tipo múon enviados do CERN ao Laboratori Nazionali del Gran Sasso nos quais foram encontrados neutrinos tau (antes disso, apenas o desaparecimento dos neutrinos múon foi observado em laboratório). [2] Matéria transparente Para a passagem dos neutrinos, a matéria é transparente, isto quer dizer que atravessam a Terra (e presume-se o Sol) praticamente sem perder energia. Além disto, presume-se também que apenas uma pequena fração das partículas é detida pela matéria ordinária. Para se ter uma idéia da transparência da matéria, suponha-se que houvesse um detector de neutrinos e fótons cuja passagem fosse medida quando provindos do Sol e o aparelho hipotético os deixasse passar, ou seja, apenas contasse a quantidade de ambos. Os fótons após contados seriam detidos pela Terra, os neutrinos não. Quer dizer, ao virar o instrumento para a o chão durante a noite, e posicionando-o enxergando o Sol através da Terra, seriam contados quase em sua totalidade os neutrinos solares, muito poucos seriam detidos, o planeta é transparente. Astrofísica e Astronomia Em astrofísica, sabe-se que a detecção de neutrinos é importante para se levantar os meios de observação direta das reações termonucleares no interior do Sol. Estes corpúsculos são testemunhas diretas da evolução de nossa estrela. A densidade de energia em forma de neutrinos na radiação cósmica poderá fornecer muitas respostas acerca de nosso universo. A principal é sobre a idade do universo e a quantidade de matéria/energia negra presente no espaço, com estes dados, pode-se determinar futuramente se o modelo universal é aberto, fechado ou plano. A forma como ocorreu o Big-Bang, a forma do tecido universal e suas distorções, entre outras descobertas que ainda virão. A maioria dos neutrinos que atravessam a Terra são provenientes do Sol, e mais de 50 trilhões deles passam através do seu corpo a cada segundo[1]. Raios Cósmicos são partículas extremamente penetrantes, dotadas de alta energia, que se deslocam a velocidades próximas a da luz no espaço sideral. Portanto, ―raios‖ cósmicos não são raios, mas partículas de átomos. Essas partículas ao penetrarem na Terra, colidirem com os núcleos dos átomos da atmosfera, cerca de 10 mil 14 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. metros acima da superfície do planeta, e dão origem a outras partículas, formando uma ―chuva‖ de partículas com menos energia, os chamados ―raios‖ cósmicos secundários. O número de partículas que chegam ao nível do mar, em média, é de uma partícula por segundo em cada centímetro quadrado. Os raios cósmicos secundários são inofensivos à vida na Terra, mas os raios cósmicos primários são perigosos para os astronautas no espaço. Referências: 1. ↑ MIT News Office, "Experiment confirms famous physics model" April 18, 2007 2. ↑ a b Particle Chameleon Caught in the act of Changing. CERN Press Office (31 de maio de 2010). Página visitada em 31 de maio de 2010. 3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Neutrino, acessado em 11/06/2010. Exemplo 24 - Energia em um decaimento radioativo O isólopo radioativo 222Rn, o gás inerte radônio, está presente no ar atmosférico. Ele sofre um processo chamado decaimento alfa, cujos produtos finais são um núcleo de 218Po (massa = 3.62.10-25 kg) e uma partícula alfa (massa = 6.65.10-27kg). Essa cãoiação, juntamente com a produzida por decaimento posteriores, é responsável pelos riscos à saúde provocados pelo radônio. Q quantidade de energia liberada no decaimento do 222Rn é Q = 9.0.10-13J. Calcule a energia cinética da partícula alfa emitida e a energia cinética do núcleo 218Po que recua. Solução: Seja m1 a massa da partícula alfa e m2 a massa do núcleo 218Po. Podemos utilizar as equações: K1 m2 3.62 1025 Q K1 9.0 1013 m1 m2 3.69 1025 K1 8.8 1013 J A energia cinética que sobra para o núcleo 218 Po é: K2 Q K1 2.0 1014 J Cerca de 98 % da energia liberada é transferida para a partícula alfa, sobrando apenas 2 % para a energia cinética do núcleo 218Po. Determinações experimentais do decaimento 222 Rn fornecem dados sobre o número de partículas alfa emitidas com varias energias cinéticas (veja Figura abaixo). Esse gráfico mostra que toda partícula alfa emitida para cada núcleo de 222Rn em repouso possui a mesma energia cinética, dentro da precisão do erro experimental. (Essas partículas alia são monoenergéticas.) 15 Se existirem somente duas partículas finais, esse resultado é o esperado. Se todos os núcleos 222Rn forem idênticos, então Q possuirá o mesmo valor para todos, e K devera ser o mesmo. Portanto essa medidas confirmam o modelo de duas partículas para o processo de decaimento. Outro tipo de processo de decaimento radioativo. denominado decaimento beta, envolve um elétron e sua antipartícula, o pósitron. O elétron algumas vezes é chamado de partícula beta negativa ( -) e o pósitron algumas vezes é chamado de partícula beta positiva ( +). Um exemplo de decaimento - ocorre com o núcleo instável 210Bi, que, emitindo um elétron, decai para o núcleo 210Po. Suponha que esse evento seja um decaimento envolvendo duaspartículas, como no caso da emissão da partícula alia. A massa de repouso do núcleo 210Po é 383000 vezes maior do que a massa de repouso do elétron: um calculo semelhante ao realizado no Exemplo anterior prevê que virtualmente toda a energia libertada Q = 1.86.10-13 J deve ir para o elétron e que os elétrons provenientes de todos os decaimentos são monoenergéticos. (Os cálculos exigem o uso de expressões relativísticas para a energia cinética e para o momento linear do elétron, desenvolvidas no Volume 4, porque um elétron emitido em um decaimento beta se move com uma velocidade que chega até 95% da velocidade da luz.) Henri Becquerel, que descobriu a radioalividade em 1896. encontrou por volta do ano 1900 indícios de que os elétrons emitidos em processos de decaimento - não eram monoenergéticos. Medidas realizadas por J ames Chadwick, o descobridor do nêutron, sugeriram mais fortemente essa hipótese. No caso do decaimento do 210Bi, experiências posteriores indicaram um intervalo de energias para o elétron, com um valor máximo igual a 1.86.10-13J (Figura acima, à direita). Como a lei da conservação do momento linear e a lei da conservação da energia previam que todos os elétrons deveriam ter a mesma energia, estes resultados levantaram dúvidas sobre a validade destas leis. Procurando um modo de salvar as leis de conservação, em 1931 Woltgang Pauli sugeriu a existência de uma terceira partícula eletricamente neutra Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. que deveria ser emitida durante o decaimento -. Caso ela existisse, poderia contribuir com alguma energia e algum momento linear. Os momentos lineares e as energias de três partículas podem ser divididos de muitos modos diferentes de acordo com as leis de conservação. Com duas partículas (Figura abaixo (a)), os momentos lineares devem ser iguais e opostos, e esta condição exige que as energias das partículas não sejam iguais. Porém com três partículas, o momento linear igual a zero implica um triângulo que representa a soma vetorial dos momentos lineares (Figuras b, c, d), permitindo que os momentos lineares e as energias das três partículas possam ser divididos de muitos modos, desde que a soma das energias seja igual a Q. Sendo assim, com a hipótese da existência de uma terceira partícula, o elélron poderia possuir um intervalo completo de energias desde zero até um máximo quase igual a Q conforme observado. Quando Pauli sugeriu a existência dessa partícula neutra, o físico italiano Enrico Fermi inicialmente havia chamado essa partícula de nêutron. porém Chadwick já havia usado este nome para uma outra partícula neutra com massa elevada. Então Fermi batizou-a de neutrino (um nêutron pequeno). (Na nomenclatura atual, a partícula emitida no decaimento - denomina-se antineutrino, que e a antipartícula do neutrino.) Medidas posteriores das energias dos eltrons no decaimento - revelaram coerência com a possibilidade de existência dessa partícula neutra invisível. Como sua interação com outras partículas c extremamente fraca, e muito difícil detectá-la. Somente em 1956 é que os neutrinos foram detectados diretamente. Porem, no intervalo de tempo até sua descoberta, os físicos confiavam tanto nas leis de conservação que ninguém duvidava de que ele seria encontrado. A importância do neutrino na física moderna vai muito além de auxiliar a confirmação de leis de conservação. Os neutrinos auxiliam nossa compreensão do que ocorre em uma supernova, um dos fenômenos mais dramáticos da natureza, no qual uma estrela que possui massa muitas vezes maior do que a massa do Sol explode espetacularmente. A supernova próxima mais recente, a SN 1987A, foi observada no dia 24 de fevereiro de 1987 (Figura a seguir). No mesmo instante, dois laboratórios na Terra (um no Japão e outro embaixo do lago Erie) detectaram um total de 19 neutrinos provenienles da direção da SN 1987A. Como as interaçóes dos neutrinos são extremamente fracas, até mesmo detectar esse número grande de neutrinos exigiu o uso de enormes delelores que usavam milhóes de quilogramas de água pura. (As colisões de neutrinos com os núcleos dos átomos de agua produzem partículas secundárias que se deslocam com velocidades elevadas, que por sua vêz produzem breves emissões de luz. São esses flashes de luz que são detectados.) A análise dos dados mostrou que durante o primeiro segundo da explosão da supernova, aproximadamente 1058 neutrinos foram emitidos da supernova. com uma energia total de 1046J - cerca de 100 vezes mais energia do que a emitida pelo Sol nos últimos cinco bilhões de anos! (Aproximadamente 5.1014 neutrinos provenientes dessa supernova atravessaram o seu corpo naquela segundafeira de 1987; a probabilidade de que apenas um desses neutrinos interagisse com o seu corpo seria de apenas cerca de l em 5000, embora essa interação não pudesse produzir nenhum efeito biológico sobre você.) Esses neutrinos foram produzidos por reações nucleares nas profundezas do núcleo da supernova; a detecção de apenas 19 neutrinos foi suficiente para fornecer aos astrofísicos informações direlas sobre essas reações. Fotografia da Supernova 1987ª antes (lado esquerdo) e depois (lado direito) da explosão. Menos de 0.1% da energia libertada pela supernova foi convertida em luz visível; a maior parte da energia restante foi fornecida para os nentrinos. Instigada pela observação da SN 1987A, uma nova geração de "telescópios de neutrinos" está entrando em operação. O maior de todos é o DUM ANO (iniciais de Deep Underwater Muon and Neutrino Detector, que significa detector de neutrino e múon embaixo de águas profundas), o qual procura detectar flashes produzidos por neutrinos que passam através da camada de 4800 m de água limpa no Oceano Pacífico longe das Ilhas do Havaí. Varrendo minuciosamente 108 toneladas de água do mar, o DUMAND procura neutrinos com energias ultra-elevadas que, segundo as previsões, seriam emitidos pela matéria que cai em um buraco negro de massa muito elevada. A física dos neutrinos continua a ser um campo de pesquisas vital e excitante. 16 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Equilíbrio de um corpo rígido. Pressão de uma força. Para um corpo em equilíbrio estático, devemos ter soma das resultantes nula e soma dos momentos em relação a um ponto também nulo: F i 0 i N M io 0 i N Pressão: Definimos como a razão entre a força e a área na qual a força está aplicada: P = F/A Unidade: SI: 1Pa = 1N/m2 (Pascal) Unidades importantes: 1 atm = 105Pa – 760 mm Hg Lei da Gravitação Universal: A grande galáxia M31 na constelação de Andrômeda possui uma extensão maior do que 10 18 km (100 000 anos-luz). Sua distância até a Terra é igual a aproximadamente 2,9 x 106 anos-luz. Todos os corpos desta galáxia — estrelas, gases luminosos, poeira interestelar e outros materiais não visíveis nesta imagem — são mantidos em órbita em torno do centro de massa da galáxia pela ação da mútua atração gravitacional existente entre eles. Por que os planetas, as luas e o Sol são aproximadamente esféricos? Por que alguns satélites artificiais da Terra giram em tomo dela em 90 minutos enquanto a Lua leva 27 dias para completar uma volta em tomo da Terra? E por que os satélites não caem e retomam para a Terra? O estudo da interação gravitacional oferece respostas para estas e outras perguntas relacionadas. Conforme acentuamos, a gravitação é uma das quatro classes de interações existentes na Natureza, e ela foi a primeira das quatro a ser estudada extensivamente. No século XVII, Newton descobriu que a interação que mantém os planetas em órbita ao redor do Sol é a mesma que faz a maçã cair de uma macieira. Isso marcou o começo da mecânica celeste, o estudo da dinâmica dos astros. Hoje, nosso conhecimento da mecânica celeste nos permite determinar como colocar um satélite artificial da Terra em uma órbita desejada ou escolher a trajetória exata para enviar uma nave espacial para outro planeta. Estudaremos as leis básicas que governam a interação gravitacional. Esta lei é universal: a gravidade atua do mesmo modo entre a Terra e o seu corpo, entre o Sol e um planeta, e entre um planeta e uma das suas luas. Aplicaremos a lei da gravitação para fenômenos tais como a variação do peso com a altura, as órbitas de um satélite em torno da Terra e as órbitas de planetas em tomo do Sol. LEI de NEWTON da grAVITAÇÃO O seu peso, a força que atrai você para o centro da Terra, talvez seja o mais familiar exemplo de atração gravitacional que você conhece. Estudando o movimento da Lua e dos planetas, Newton descobriu o caráter fundamental da atração gravitacional entre dois corpos de qualquer natureza. Juntamente com as três leis do movimento, Newton publicou a lei da gravitação em 1687. Ela pode ser enunciada do seguinte modo: Cada partícula do universo atrai qualquer outra partícula com uma força diretamente proporcional ao produto das respectivas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as partículas. Traduzindo matematicamente, essa lei pode ser escrita na forma: F12 Gm1 m2 r 212 (lei da gravitação), onde F12 é o módulo da força gravitacional que atua sobre cada partícula, m1 e m2 são as massas das partículas, r12 é a distância entre elas e G é uma constante física fundamental denominada constante gravitacional. O valor numérico de G depende do sistema de unidades usado. G = 6,67 10-11 N m2/kg2 ATENÇÃO: Como os símbolos g e G são muito parecidos, é muito comum confundir as grandezas gravitacionais representadas por estes símbolos. A letra minúscula g é a aceleração da gravidade, que relaciona o peso w com a massa m do corpo através da equação w = mg. O valor de g é diferente em locais diferentes da Terra e sobre as superfícies de outros planetas. Em contraste, a letra maiúscula G relaciona a força entre dois corpos com as suas massas e a distância entre eles. A constante G denomina-se universal porque ela possui sempre o mesmo valor para dois corpos independentemente dos locais do universo onde os corpos estejam. Leis de Kepler: O MOVIMENTO DE PLANETAS A palavra planeta deriva de um termo grego que significa "errante", e na verdade os planetas mudam constantemente de posição no céu em relação ao fundo 17 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. das estrelas. Um dos maiores êxitos intelectuais dos séculos XVI e XVII foi a verificação de três fatos: a Terra também é um planeta, todos os planetas descrevem órbitas em tomo do Sol e todos os movimentos aparentes dos planetas vistos da Terra podem ser usados para uma determinação precisa de suas órbitas. Nicolau Copémico publicou em 1543 na Polônia a primeira e a segunda conclusão acima mencionadas. A determinação das órbitas dos planetas foi realizada entre 1601 e 1619 pelo astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler, usando um conjunto volumoso de dados precisos sobre os movimentos aparentes compilados pelo seu preceptor, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe. Por meio do método das tentativas, Kepler descobriu três leis empíricas que descrevem com acurácia o movimento dos planetas: 1. Cada planeta se move em uma órbita elíptica tal que o Sol ocupa um dos focos da elipse. 2. A linha que liga o Sol a um planeta varre áreas iguais a intervalos de tempo iguais. 3. O período ao quadrado de um planeta é proporcional ao cubo do comprimento do eixo maior da elipse descrita pelo respectivo planeta. T12 T22 k a13 a 23 Kepler não sabia por que os planetas se moviam desse modo. Três gerações mais tarde, quando Newton estudava o movimento dos planetas, ele descobriu que cada uma das leis de Kepler poderia ser deduzida; elas decorrem das leis do movimento de Newton e da lei da gravitação. Vamos examinar separadamente cada uma das leis de Kepler e verificar como surge cada uma delas. Inicialmente vamos considerar a órbita elíptica mencionada na primeira lei de Kepler. A Figura mostra a geometria de uma elipse. A dimensão maior corresponde ao eixo maior, ea é a metade do comprimento do eixo maior; este comprimento é o semi-eixo maior. A soma das distâncias de S até P e de S' ale P é a mesma para todos os pontos sobre a curva. Os pontos S e S ' são os focos. O Sol está no ponto S e o planeta está no ponto P; consideremos estes astros como pontos, porque suas dimensões são muito menores do que a distância entre eles. Não existe nada no outro foco S'. A distância de cada foco até o centro da elipse é igual a ea, onde e é um número sem dimensões entre 0 e l denominado excentricidade. Quando e = 0, a elipse é uma circunferência. As órbitas reais dos planetas são aproximadamente circulares; suas excentricidades variam de 0,007 para Vênus a 0,248 para Plutão (a excentricidade da Terra é e = 0.017). O periéiio corresponde ao ponto mais próximo do Sol na órbita do planeta e o afélio corresponde ao ponto mais afastado do Sol na órbita do planeta. Newton foi capaz de verificar que, quando uma força proporcional a 1/r2; atua sobre um corpo, as únicas órbitas fechadas possíveis são a elipse e a circunferência; ele também mostrou que órbitas abertas devem ser parábolas ou hipérboles. Estes resultados podem ser obtidos de forma direta usando-se as leis do movimento de Newton e a lei da gravitação, juntamente com algumas equações diferenciais que você ainda não está preparado para resolver. A segunda lei de Kepler é indicada na Figura anterior. Em um pequeno intervalo de tempo dt a linha que liga o Sol ao planeta descreve um ângulo dθ. A área varrida é dada pelo triângulo sombreado de altura r, 18 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. base r dθ e área dA = rdrdθ. A taxa com a qual esta área é varrida, dA/dt, denomina-se velocidade setorial: dA dt 12 r 2 d dt A essência da segunda lei de Kepler consiste em dizer que a velocidade setorial permanece constante qualquer que seja o ponto da órbita. Quando o planeta está próximo do Sol r é pequeno e dθ/dt possui valor grande; quando o planeta está longe do Sol r é grande e dθ/dt possui valor pequeno. Programa para Astronomia: download: 19 www.shatters.net/celestia TRABALHO – OPTATIVO: 1. Com o auxílio do programa, dê as características principais de todos os astros disponíveis no sistema solar. Tente reproduzir as seguintes situações: 2. Usando o Software Interactive Physics, (faça um download em www.interactivephysics.com/demo.html Construa um sistema massa mola, com massa de 2 kg e constante elástica da mola de 200N/m; variar a constante da mola até que seja possível visualizar a animação e construir os gráficos velocidade versus Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. tempo, posição e aceleração versus tempo. Indique os vetores velocidade e aceleração. Exemplos – Tipler – Capítulo 8 1. Localize o centro de massa da molécula de água: Parte 1 2 mi 8m m 9m xCM Solução: xCM xCM xCM m x i i m x i i i M mi yi i M yiCM 0.2 0.5 mi.xiCM 3.2m 0.7m 3.9m mi.yiCM 1.6m 0.5m 2.1m xCM 3.9m xCM 0.433m 9m yCM 2.1m yCM 0.233m 9m i M mH xH1 mH xH 2 mO xO mH mH mO 5.9 pm 2 1u 9.6 pm cos 52.2 mO 0 1u 1u 16u xCM 0.66 pm yCM yCM xiCM 0.4 0.7 3. Um projétil é disparado sobre um campo horizontal, com velocidade igual a 24.5 m/s, sob um ângulo de 36.9°. No ponto mais elevado da trajetória, o objeto explode e se divide em dois fragmentos de massas iguais. Umd eles cai na vertical até o solo. Em que ponto o outro fragmento atinge o solo? m y i i yCM 0 M CM xCM , yCM 0.66nm,0 i 2. Ache o centro de massa do compensado da figura: Solução: mcm xcm m1 x1 m2 x2 2m R m 0.5R m x2 x2 1.5R v02 24.52 R sen 2 R sen 73.8 g 9.81 R 58.8m x2 1.5R x2 88.2m Solução: Dividindo a folha em duas partes: 20 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. 4. Duas pessoas, uma de 80 kg e outra de 120 kg, estão num barco de massa 60 kg que flutua num lago. A primeira está remando no centro do barco e a outra na proa, a 2 m do centro. Depois de um certo tempo, a segunda pessoa se oferece para remar. Com o barco parado, as duas pessoas trocam de lugar. Nessa troca, de quanto se desloca o barco ? (Despreze o efeito das forças horizontais da água). Fn m1 g m2 g M acm, y Fn (m1 m2 ) g acm, y A componente vertical da aceleração do centro de massa em termos da aceleração do bloco é: M acm, y m1 a1, y m2 a2, y 0 m1 a1, y m1 m2 a1 sen a1, y g sen sen acm, y a1, y a1, y g sen2 m1 Fn (m1 m2 ) g g sen 2 m1 m2 2 Fn (m1 m2 ) g m1 g sen xCM xCM Solução: Cálculo da coordenada x do centro de massa: m x i i M mi xi i i xCM 80 0 60 0 120 2 xCM 0.923m 80 60 120 120 0 60 0 80 2 0.615m xCM xCM M 80 60 120 0.923 0.615 x 0.308m x xCM xCM 6. Durante um reparo no telescópio espacial Hubble, um astronauta substitui dois painéis solares cujas molduras estão deformadas. Ao lançar o painel defeituoso no espaço, o astronauta é impelido na direção oposta. Imaginemos que a massa do astronauta seja de 60 kg e do painel 80 kg. Em relação à nave espacial, o astronauta está em repouso no instante que arremessa o painel, A velocidade deste, em relação à nave, é de 0.3 m/s. Qual a velocidade do astronauta em relação à nave, depois do arremesso do painel ? ( Nessa operação, o astronauta está ligado à nave por um cabo. Vamos admitir que este cabo não sofra esforços durante o processo.) 5. Um prisma triangular de massa m2 está montado numa balança de molas. Um pequeno bloco de massa m escorrega sem atrito sobre a face inclinada do prisma. Determinar a leitura da balança durante o escorregamento do bloco. Solução: A componente vertical das forças, pela 2ª lei de Newton, leva a determinação de Fn: Solução p p pa 0 21 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. m p v p ma va 0 va mp ma 80 m va 0.3 va 0.4 60 s vp Solução: 7. Um vagão aberto, de 14000kg, está rolando a 4 m/s sobre os trilhos. Uma chuvarada súbita enche o vagão de 2000 kg. Depois da chuvarada, quanto tempo leva o vagão para cobrir a distância de 500 m sobre os trilhos? Admita que a chuva caia verticalmente e que seja desprezível o alentecimento do vagão pelo atrito. 22 A velocidade final vf e o momento final pf estão relacionados por: pf mvf A conservação do momento permite relacionar o momento final ao momento inicial: pi p f Solução: Tempo entre o final da chuvarada e o instante que o vagão acaba de cobrir a distância d sobre os trilhos: t d 500 t vi vi 0 48 v1 5 v1 7 A conservação do momento dará a relação entre a velocidade vf final do vagão e a sua velocidade vi antes da chuvarada: mv vi mw 0 mv mw v f v f vf t O momento inicial pi é nulo. Sejam v1 e p1 a velocidade e o momento da garota depois do 1° arremesso. O momento p1 é o da prancha de skate mais o da garota e um peso: a massa dá: 40+5+3=48kg. Com velocidade v1 mais o momento do outro peso com velocidade v1 -7 v1 35 m v1 0.66 53 s Quando o segundo peso é arremessado, o mv vi momento inicial da garota, do skate e do peso é 48.v1. A mv mw conservação do momento nos dá: 14000 4 14000 2000 m v f 3.5 s 500 t 143s 3.5 8. Sobre um skate de 3 kg, uma garota de 40 kg segura dois pesos de 5 kg. Em repouso, a garota arremessa os pesos, um após o outro, horizontalmente para trás. A velocidade de cada peso em relação à garota e ao skate é de 7.0 m/s no instante do arremesso. Que velocidade adquire a garota na direção oposta à do lançamento do segundo peso? Admitir ausência de atrito. 48 v1 43 v2 5 v2 7 v2 48 v1 35 m v2 1.73 48 s 9. Um núcleo de tório 227, em repouso, desintegra-se num outro de rádio 223 (massa 223 u) pela emissão de uma partícula (massa 4 u). A energia cinética desta partícula é 6.00 MeV. Qual a energia cinética do núcleo de rádio ao recuar? Solução: Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. pf 0 Conservação do momento: m v mRa vRa vRa O impulso será: m v mRa m m I 0 3.5kg. ˆj I 3.5kg. ˆj s s Energia cinética: m mRa v mRa 2 2 mRa vRa EcRa 2 m m v2 EcRa 0.107 MeV mRa 2 EcRa EcRa 2 10. Um carateca experimentado pode quebrar um tijolo de um só golpe. Imagine que a massa da mão e do pulso seja de 0.7 kg e a velocidade do golpe 5.0 m/s. Vamos admitir que o movimento cesse dentro de uma distância de 6 mm do ponto de contato inicial. (a) Que impulso o tijolo exerce sobre a mão do carateca? (b) Qual o tempo aproximado da colisão e qual a força média exercida pelo tijolo? (b) O tempo de colisão pode ser estimado por: t y y 0.006 t t t 2.4ms 1 vméd 2.5 v 2 I 3.5 ˆj I Fmed t Fmed Fmed t 0.0024 Fmed 1.46(kN ) ˆj 11. Um carro, transportando um manequim para ensaios de colisão, com 80 kg, bate em frente com um muro a 25 m/s (90 km/h). Estimar a força que o cinto de segurança exerce sobre o manequim durante a colisão. Solução: Momento inicial do manequim: p m v 2000 kgsm Solução: (a) O impulso é igual a variação da quantidade de movimento: I p p f pi A variação do momento é igual ao módulo do impulso exercido pelo cinto de segurança sobre o manequim: I p 2000 kgsm Estimativa do tempo de colisão: t x 1 t t 0.08s vméd 12.5 Cálculo da força média: I 2000 Fmed t 0.08 25000 N Fmed 25kN I Fmed t Fmed Fmed Momento inicial: mão do carateca no instante que atinge o tijolo com a velocidade v: m pi 0.7 5 ˆj pi 3.5kg. ˆj s 12. Uma bola de golfe recebe um golpe do taco. Que estimativas são razoáveis para: (a) o impulso I. (b) o tempo de colisão t. 23 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. (c) a força média Fmed. Uma bola de golfe típica tem a massa m = 45 g e o raio igual a r = 2 cm. Num golpe normal, o alcance é cerca de R = 160m. (a) Conservação da quantidade de movimento relacionará a velocidade final do sistema, vcm, às velocidades iniciais: Solução: (a) O impulso é igual à variação da quantidade de movimento da bola: I m v0 A velocidade inicial está relacionada com o alcance dado por: 30 4 60 0 3 60 vcm vcm 0.19 m s (b) A energia mecânica inicial do sistema livro+astronauta é: Ei mb vb2 3 42 Ei Ei 24 J 2 2 v sen20 g Escolhendo 0 45 , que corresponde ao A energia mecânica final é a energia cinética do astronauta com o livro: máximo Ef sen20 1 , calculamos a velocidade inicial: v0 R g v0 160 9.81 v0 40 m s O impulso será: I m v0 I 0.045 40 I 1.8N .s 2 mb ma vcm 2 63 0.192 Ef E f 1.38 J 2 (c) Igualando o impulso do astronauta à variação de seu momento, teremos: I past mast vast 60 0.19 I 11.4 N .s 14. Num ensaio de tiro, uma bala atinge o pêndulo esquematizado na figura. O tempo de colisão será estimado por: x x 0.02 t t t t 0.001s 1 vméd 20 v0 2 A força média será: I 1.8 Fmed t 0.001 1800 N I Fmed t Fmed Fmed 13. Um astronauta , de 60 kg, está numa caminhada espacial para reparar um satélite de comunicações. Num certo instante, precisa consultar o manual de operações. Um outro astronauta arremessa o livro na direção do primeiro, com velocidade de 4.0 m/s em relação à nave espacial. Antes de pegar o livro, de 3 kg, o primeiro astronauta estava em repouso em relação à nave. Calcular (a) a velocidade do astronauta ao segurar o livro (b) a energia mecânica inicial e final do sistema livro-astronauta e (c) o impulso que o livro transmite ao astronauta. 24 mb vb ma va ma mb vcm 2 0 R alcance Solução: O bloco do pêndulo, com a bala cravada, oscila para cima. A altura atingida pelo bloco permite a determinação da velocidade da bala. Sendo as massas m1 e m2 e sendo a altura h, como se calcula a velocidade? Solução: Pela conservação da quantidade de movimento na colisão, determina-se v1i em termos de vf: Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. m1 v1i m2 v2 m1 m2 v f v1i m1 m2 vf m1 Com a conservação da energia mecânica após a colisão, determina-se vf em termos da altura: m1 m2 v 2f 2 m1 m2 g h vf g h v1i 16. Um bloco de 4 kg se move para a direita com velocidade 6 m/s e colide elasticamente com um um bloco de 2 kg movendo-se para a direita com velocidade 3 m/s. Encontre a velocidade final dos blocos. m1 m2 g h m1 Solução: Aplicando movimento: 15. O ensaio do item anterior é repetido, porém com uma caixa oca no lugar do bloco maciço. A bala atinge a caixa e a atravessa completamente. Um medidor a laser mostra que a bala sai da caixa com a metade da velocidade inicial. Que altura atinge a caixa? a conservação da quantidade de m1 v1i m2 v2i m1 v1f m2 v2 f 4 6 2 3 4 v1f 2 v2 f 4 v1f 2 v2 f 30 Aplicando a definição de choque elástico: e 1 vrafastamento vraproximação e v2 f v1 f v1i v2i v2 f v1 f v2 f v1 f 3 63 v2 f v1 f 3 4 v1 f 2 v1 f 3 30 6 v1 f 30 6 v1 f 4 v2 f 7 Solução: A conservação da energia mecânica relaciona a altura h final da caixa com a velocidade v2 logo após a colisão: m2 v22 m2 g h 2 A conservação do momento relaciona a velocidade v2 da caixa à velocidade v0: m2 v2 m1 m s m s 17. Um nêutron de massa mn e velocidade vn1 colide elasticamente com um núcleo de átomo de carbono de massa mC inicialmente em repouso. (a) Quais são as velocidades finais de ambas as partículas? (b) Que fração de sua energia cinética final o nêutron perdeu? v0 m m1 v0 v2 1 v0 2 2m2 m1 v0 2 2m v h 2 h 2 2g 2g 2 2 m v h 1 2 0 8 m2 g 2 Solução: Conservação do momento: mn vni mn vnf mC vCf Coeficiente de restituição: 25 Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. e 18. Um pequeno carro, com massa de 1.2 Mg (1.2.103kg), avançando para leste a 60 km/h, colide num cruzamento com um caminhão de 3 Mg, que avança para o norte, a 40 km/h. O carro e o caminhão constituem um só destroço após a colisão. Determine a velocidade dos dois logo após o desastre. vraf vrap vC vvf e vni Supondo conservação da energia (choque elástico): e 1 vCf vnf 1 vni vCf vnf vni vCf vni vnf mn vni mn vnf mC vCf mn vni mn vnf mC vni vnf 26 mn vni mn vnf mC vni mC vnf vnf Solução: mn mC vni mn mC m mn vnf C vni mn mC vCf vni vnf m mn C vni mn mC mn mC mC mn vCf vni mn mC 2mn vCf vni mn mC Como a colisão é elástica, a perda de energia cinética pelo nêutron é a energia cinética final do cúcleo de carbono: f K n KCf K ni K ni 1 2 mC vCf2 mC vCf 2 f f 1 mn vni 2 mn vni 2 m f C mn f 2mn mn mC 4 mC mn mn mC 2 2 pc pt Momentos antes da colisão: km mc vc iˆ pc 1.2 60 iˆ pc 72 iˆ Mg h km mt vt ˆj pt 3 40 ˆj pt 120 ˆj Mg h Aplicando a conservação do momento: pc pt P 1 pc pt M vcm vcm pc pt M 1 vcm 72 iˆ 120 ˆj 4.2 km vcm 17.1 iˆ 28.6 ˆj h tg vcmy vcmx tg 28.6 59 17.1 19. Encontre a velocidade final para a colisão dos dois blocos do exemplo 16 transformando as velocidades no referencial do centro de massa. Solução: Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. Calculando a velocidade do centro de massa: m v m2 v2i 46 23 vcm 1 1i vcm m1 m2 42 m vcm 5 s Calcular: (a) a velocidade de exaustão dos gases. (b) o tempo de combustão tb; (c) a aceleração inicial na partida; (d) a aceleração no final da queima do combustível no instante tb e (e) a velocidade final do foguete. Transformando as velocidades iniciais no referencial do centro de massa, subtraindo de vcm das velocidades iniciais: m s m u2i v2i vcm u2i 3 5 u2i 2 s 27 u1i v1i vcm u1i 6 5 u1i 1 Resolvendo a colisão no referencial do centro de massa: m s m 2 s u1 f u1i u1 f 1 u2 f u2i u2 f Para achar as velocidades finais, adiciona-se vcm a cada velocidade final: m s m 7 s v1 f u1 f vcm v1 f 1 5 v1 f 4 v2 f u2 f vcm v2 f 2 5 v2 f 20. O foguete Saturno V, usado no programa espacial Apolo de exploração da Lua, tinha a massa inicial de 2.86.106kg e a carga útil de 27% do total. A taxa de combustão |dm/dt| era de 13.84.103kg/s e o empuxo de 34.106N. Solução: (a) Cálculo de uex pelo empuxo e taxa de combustão: uex = 2.46 km/s (b) Cálculo da massa final do foguete: mt = 0.27m0 = 7.70.105kg tempo de combustão: tb =(m0 – mt)/R = 150 s (c) Cálculo de dv/dtpara m = m0 e m = mt: Início: dv/dt = 2.14 m/s² Final: dv/dt = 34.4 m/s² (d) Cálculo da velocidade final: vf = 1.75 km/s Física 1 – Capítulo 5 – Impulso e Quantidade de movimento – Prof. Dr. Cláudio. Sérgio Sartori. 28